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Apostila_Fundamentos_Contabilidade ok 1º sem 2014

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_______________________________________________________________________________________________ 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
Disciplina: Fundamentos de Contabilidade I 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca 
Prof. Ms. Eduardo Leites 
Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol 
Prof. Ms. Fernando Bertolla 
Versão 2014.2 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________________________________________________________________________ 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 2 
 
SUMÁRIO 
 
1. NOÇÕES PRELIMINARES 04 
1.1. Empresas 04 
1.2. Formas de tributação 06 
2. CONHECIMENTOS PRELIMINARES DE CONTABILIDADE 09 
2.1. Evolução da contabilidade 09 
2.2. Conceito de contabilidade 10 
2.3. Objeto e objetivo da contabilidade 10 
2.4. Usuários da contabilidade 11 
2.5. Campo de aplicação 13 
2.6. A contabilidade como ciência 14 
3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E PRINCÍPIOS 16 
3.1 Demonstrações financeiras (contábeis) 16 
3.2 Técnicas contábeis 21 
3.3 Princípios contábeis e características 21 
3.4 Características qualitativas da informação contábil-financeira útil 24 
4. ESTÁTICA PATRIMONIAL 28 
4.1. Patrimônio 28 
4.2. Balanço Patrimonial 32 
4.3. Reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis 40 
5. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS 41 
6. BALANÇOS SUCESSIVOS 42 
7. DINÂMICA PATRIMONIAL 43 
7.1. Demonstração de Resultado do Exercício 43 
8. FATOS CONTÁBEIS 50 
9. PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS BÁSICOS 53 
9.1. Escrituração contábil 53 
9.2. Método de escrituração: partidas dobradas 57 
9.3. Lançamentos 58 
9.4. Livro Diário 59 
9.5. Razão 60 
9.6. Contas 61 
9.7. Plano de Contas 64 
9.8. Balancete de Verificação 65 
REFERÊNCIAS 67
________________________________________________________________________________________________ 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 3 
 
 
 
 
“A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel 
que a história na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado 
e nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer 
previsão para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa”. 
(Hilário Franco) 
 
 
 
________________________________________________________________________________________________ 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 4 
 
1 NOÇÕES PRELIMINARES 
 
1.1 Empresas 
Uma pessoa física é a pessoa natural, ou seja, o ser humano. De acordo com o 
Código Civil (2002) a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com a vida. Já a 
personalidade jurídica é uma outorga aos organismos empresariais tornando possível 
possuir bens, direitos e assumir obrigações. 
Sociedade, conforme Iudícibus e Marion (2009, p. 9), é o contrato em que duas 
pessoas ou mais se obrigam a conjugar esforços ou recursos para a consecução de um fim 
comum, ou celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens e serviços, para exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, 
dos resultados. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios 
determinados. Podem exercer a atividade de empresários os que estiverem em pleno gozo 
da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. 
 Conceito de empresa – a antiga sociedade comercial hoje é chamada sociedade 
empresária e tem seus instrumentos de constituição e alterações registrados na Junta 
Comercial, enquanto as antigas sociedades civis são atualmente tratadas por sociedades 
simples e registradas em cartório. (Iudícibus e Marion, 2009, p. 9) 
 
Sociedades Quanto ao objeto: 
 Sociedade Simples: exercem atividade econômica não organizada. Ex: sociedade 
de médicos, advogados. Incluídas as cooperativas. 
 Cooperativas: sociedade sem o objetivo de lucro, constituída em benefício 
dos associados. 
 Sociedades Empresárias: exercem atividade econômica organizada em caráter 
profissional e habitual. Ex: hospital, supermercado, empresas em geral. 
 
Número de Sócios: 
 Empresário Individual: é a pessoa física que exerce atividade empresarial em seu 
próprio nome, assumindo responsabilidade ilimitada. 
 Ex.: João de Sá-Veterinário 
 Sociedades: têm no mínimo 2 sócios, podendo ser tais sócios pessoas físicas ou 
jurídicas. 
 
Quanto à origem dos capitais: 
 
 Empresas Públicas: formadas com o capital do governo estadual, municipal ou 
federal a fim de atenderem os interesses da comunidade. Ex.: Caixa Econômica 
Federal, UFRGS, UFSM. Etc. 
 Empresas Privadas: capital de particulares. 
 Empresas Mistas: (ou Sociedade de Economia Mista) – formadas com o capital de 
particulares e do governo, sendo este o maior acionista ordinário (mais de 50% do 
capital votante). Ex.: Petrobras, Banco do Brasil, Rede Ferroviária Federal. 
________________________________________________________________________________________________ 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 5 
 
Quanto à forma Jurídica: 
 Sociedade Limitada ou 
 Sociedade Anônima 
 Fechadas: as ações e negócios da cia se dão dentro da cia. As ações 
são negociadas entre os acionistas ou grupo restrito. Ex: Semp 
Toshiba (era aberta e fechou o capital em 2008); Governo quer tornar 
os Correios uma S.A. fechada. 
 Abertas: capta recursos junto ao público em geral oferecendo suas 
ações à subscrição pública (bolsa de valores). Ex.: Marcopolo S.A., 
Renner S.A., Weg S.A., Celesc S.A., Banco do Brasil S.A., Natura 
S.A.. 
 
ELEMENTOS SOCIEDADE ANÔNIMA SOCIEDADE LIMITADA 
Capital (composição) Ações Quotas 
Sócios Acionistas Quotistas 
Documento principal Estatuto Contrato Social 
Quanto ao objeto Sempre empresária Empresária ou simples, 
dependendo do objeto 
Lei Reguladora Principal Lei 6.404/76 e alterações 
posteriores. Para as abertas, 
também CMV 
Código Civil (em 
contabilidade observa-se 
também a 6.404/76) 
Responsabilidade dos 
Sócios 
Limitada ao valor das ações 
subscritas 
Solidária e limitada ao valor 
do capital social 
Participação (dos sócios 
nos lucros) 
Dividendos Dividendos 
Participação (sociedade 
no seu próprio capital) 
Ações em tesouraria Quotas liberadas 
Importância dos sócios Sociedade de capital Sociedade de pessoas 
Nome da sociedade Denominação Denominação/Razão Social 
 
 
Novidades! 
 
MEI - O Empreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se 
legaliza como pequeno empresário. Para ser um empreendedor individual, é necessário 
faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano, não ter participação em outra empresa como 
sócio ou titular. Pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou piso da 
categoria. Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional 
de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilitará a abertura de conta bancária, o pedido de 
empréstimos e a emissão de notas fiscais. 
 
EIRELI – Empresa Individual de ResponsabilidadeLimitada - O nome empresarial deverá 
ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da 
empresa individual de responsabilidade limitada. Somente poderá figurar em uma única 
empresa dessa modalidade. A totalidade do capital social, devidamente integralizado, que 
não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
Responsabilidade limitada ao capital social (compromete parcialmente o patrimônio pessoa 
física) 100 X R$ 724,00 = R$ 72.400,00 
Pode ser optante simples, real, presumido. 
 
 
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Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 6 
 
Estrutura Burocrática das empresas: 
 Toda empresa para estar legalmente constituída, deve se registrar em várias 
repartições públicas. 
São as seguintes: 
 Junta Comercial: registra os contratos sociais das empresas comerciais e industriais. 
 Cartório de Registro Civil: registra os contratos sociais das empresas de sociedades 
simples. 
 Receita Estadual: registra as empresas no cadastro do governo estadual. Obrigatório 
para empresas do ramo da indústria e comércio de mercadorias. 
 Receita Municipal: autoriza a pessoa a trabalhar no local definido, quando emite o 
alvará de localização. Além desta inscrição as empresas prestadoras de serviço têm 
que se cadastrar no setor do ISSQN - Imposto sobre serviços de qualquer natureza. 
 Receita Federal: CNPJ 
 Além disso, algumas empresas têm que ser registrar em instituições específicas de 
acordo com sua atividade social. 
Fonte do Tópico 1.1. Adaptado de FERRARI, Ed. Luiz. Contabilidade Geral. Rio de Janeiro: Campus, 2005. 
 
1.2 FORMAS DE TRIBUTAÇÃO 
A opção pela forma de tributação é uma decisão de extrema importância para as 
empresas, visto que pode afetar diretamente o seu resultado, desta forma interferindo no 
seu desempenho. Essa opção é definitiva, uma vez que a legislação não permite mudança 
no mesmo exercício e é definida no recolhimento, ou no caso do Simples Nacional, por 
opção até o final do mês de janeiro. Esta seção não visa esgotar o assunto a respeito de 
tributação, apenas apresentar as principais formas: Simples Nacional, Lucro Presumido e 
Lucro Real. Existem outras formas, como por exemplo o Lucro Arbitrado, onde geralmente é 
utilizado pelo fisco quando a pessoa jurídica deixa de cumprir obrigações acessórias. 
 
SIMPLES NACIONAL 
A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, instituiu o Regime Especial 
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES NACIONAL. O Simples Nacional implica o 
recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e 
contribuições devidos por ME ou EPP: 
Tributos incluídos no Simples Nacional: 
 IRPJ 
 IPI 
 CSLL 
 Cofins 
 PIS-Pasep 
 Contribuição para Seguridade Social (vide exceções) 
 ICMS 
 ISS 
 
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Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 7 
 
A seguir são apresentados alguns exemplos de anexos do Simples Nacional, esse 
anexo é definido pela atividade exercida pela empresa. 
ANEXO I 
COMÉRCIO 
Seção I 
Receitas decorrentes da revenda de mercadorias não sujeitas a substituição tributária, exceto as 
receitas decorrentes da revenda de mercadorias para exportação 
Tabela 1 
Sem substituição tributária 
 
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS 
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% 
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 
 
 
Anexo II 
Alíquota e Partilha do Simples Nacional – Indústria 
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep CPP ICMS IPI 
Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50% 
De 180.000,01 a 360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50% 
De 360.000,01 a 540.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50% 
De 540.000,01 a 720.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50% 
De 720.000,01 a 900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50% 
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50% 
 ... 
 
Anexo III 
Alíquota e Partilha do Simples Nacional – Serviços 
 
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep CPP ISS 
Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00% 
De 180.000,01 a 360.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79% 
De 360.000,01 a 540.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50% 
De 540.000,01 a 720.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84% 
De 720.000,01 a 900.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87% 
De 900.000,01 a 1.080.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23% 
 
 ... 
 
Para essa forma de tributação, deve-se observar as atividades permitidas e as outras 
vedações. 
 
 
 
________________________________________________________________________________________________ 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 8 
 
 
LUCRO PRESUMIDO 
Consiste na determinação, a cada trimestre, de um resultado (lucro) por meio da 
aplicação de percentuais sobre a receita bruta da empresa (1,6% a 32% do faturamento, 
dependendo da atividade), determinando-se, assim, um valor de “lucro” que é mera 
presunção (ou seja, não representa o lucro que a empresa efetivamente obteve). 
Podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas, não 
obrigadas à apuração do lucro real, cuja receita bruta total, no ano-calendário, 
imediatamente anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00. É necessário 
também observar os requisitos estabelecidos no Regulamento do Imposto de Renda RIR/99. 
 
 
 
LUCRO REAL 
O Imposto de Renda incide sobre o resultado (lucro) efetivamente apurado pela 
pessoa jurídica segundo sua escrituração contábil (feito alguns ajustes determinados pela 
legislaçãofiscal mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração). 
Existem duas formas de apuração: anual e trimestral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________________________________________________________________________ 
Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 9 
 
2 CONHECIMENTOS PRELIMINARES DE CONTABILIDADE 
 
2.1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
Imagine um homem, na antiguidade, sem conhecer números e, muito menos, a 
escrita, exercendo a atividade de pastoreio. O inverno está chegando. O homem prepara 
toda a provisão para o sustento do seu rebanho de ovelhas para um período longo de muito 
frio que está se aproximando. Ainda que ele nunca tenha aprendido sobre os meses do ano, 
ele sabe que a neve está se aproximando, pois as folhas das árvores ficaram amarelas, e 
caíram, e assim ocorreu no passado por inúmeras vezes. Ele não sábio o que eram as 
estações do ano, mas tinha experiência: árvores secando, frio chegando. 
Antes que caísse a primeira neve ele recolhia seu rebanho num aprisco para 
protegê-lo do frio que matava. Era um período de monotonia, de ociosidade. Depois de 
tosquiar as ovelhas, não se tinha nada para fazer a não ser olhar pelas frestas a neve 
caindo. O que fazer nesse período? 
De repente, o homem se questionava: “Quanto será que o meu rebanho cresceu 
desde o último frio até hoje? Será que o meu cresceu mais que do Floreto? (Floreto era o 
pastor de ovelhas vizinho mais próximo deste homem na antiguidade). Este homem, assim 
como qualquer um, era ambicioso, tinha desafios e queria ver sua riqueza aumentando. 
Aqui entra a função da Contabilidade já no início da civilização: avaliar a riqueza do 
homem; avaliar os acréscimos ou decréscimos dessa riqueza. Como o homem é 
naturalmente ambicioso, a Contabilidade existe desde o início da civilização. Alguns teóricos 
preferem dizer que ela existe, pelo menos, desde 4.000 antes de Cristo. 
Como contar o rebanho e avaliar seu crescimento se não existiam números (da 
forma que sabemos hoje), nem escrita e, muito menos, moeda? Na monotonia do inverno, 
entre os balidos ininterruptos das ovelhas, o home tem uma ideia. Havendo um pequeno 
monte de pedrinhas ao seu lado, o homem separa uma pedrinha para cada cabeça de 
ovelha, executando assim o que o contabilista chamaria hoje de inventário. Após o término 
dessa missão, o homem separa o conjunto de pedrinhas, guardando-as com muito cuidado, 
pois o conjunto representava a sua riqueza em determinado momento. 
Finalmente a nesse derretia, o sol voltava a aquecer a montanha do homem do 
pastoreio. A superfície da montanha voltava a ficar verde e lá ia ele dirigindo o seu rebanho, 
protegendo contra os predadores, administrando, assim a sua riqueza. Passando algum 
tempo, novas ovelhinhas surgiram e já se percebia que o nascimento era maior que a 
mortalidade e o descarte. A lã era tirada e parte dela negociada em troca de alguns 
equipamentos rudimentares de caça e pesca. 
O tempo passava. Novamente as folhas das árvores voltavam a ficar amarelas e 
começavam a cair. Hoje, chamamos esse fenômeno de outono. Para aquele homem era 
momento de fazer a provisão para sustentar sua riqueza no período da seca do inverno. 
Novamente a neve caía. No aprisco (uma grande caverna no alto da montanha), 
estavam de volta o pastor e seu rebanho. Nada mais natural que fazer nova contagem do 
rebanho. Um novo conjunto de pedrinhas eram separado um pedrinha por cabeça de 
ovelha: 
 
 
 
 
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Autores: Profª. Dra. Marlei Salete Mecca, Prof. Ms. Eduardo Leites – 
 Co-autores: Profa. Esp. Maria Salete Martins Denicol, Prof. Ms. Fernando Bertolla - Versão – 03/2014 Página 10 
 
Resultado da Contagem 
Cada símbolo (pedrinha) corresponde a uma 
cabeça de ovelha 
Primeiro 
Inverno 
Segundo 
Inverno 
Comparação 
entre 2 
invernos 
     
     
     
 
1º Inventário 
       
       
       
 
2º Inventário 
       
       
       
 
Acréscimos de 
cabeças de 
ovelhas 
 
 
Ao comparar o atual conjunto de pedrinhas com o anterior, feito no inverno passado, 
o pastor constata que houve um excedente de pedrinhas (para nós, cinco pedrinhas) e isso 
representava que ele tinha sido bem-sucedido naquele período, ou seja, houve um 
acréscimo real no seu rebanho (um resultado positivo). 
 
Fonte: Iudícibus, Marion e Faria – Introdução à teoria da contabilidade para o nível de graduação. 5ª Edição – 
São Paulo:Atlas, 2009. 
 
2.2 CONCEITO DE CONTABILIDADE 
 
A Contabilidade é uma ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, 
mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos ocorridos, com o 
fim de oferecer informações sobre a sua composição e suas variações, bem como sobre o 
resultado econômico da gestão da riqueza patrimonial. 
 Durante todo o processo evolutivo da Contabilidade os autores a conceituaram de 
acordo com a utilidade que esta lhes tinha na ocasião. Por exemplo, Hermann Jr. diz que a 
Contabilidade é “a ciência contábil estuda os fatos que produzem variações patrimoniais, 
classificando-os de modo a fornecer elementos de orientação ao governo, da riqueza”. Para 
Franco (1997, p.19) “é a ciência que estuda e controla as variações no patrimônio das 
entidades econômico-administrativas, através de um conjunto sistematizado de preceitos e 
normas próprias”. 
 
2.3 OBJETO E OBJETIVO DA CONTABILIDADE 
 
O objeto da Contabilidade é o patrimônio da entidade. O patrimônio é formado pelo 
conjunto de recursos (bens e direitos) e obrigações vinculados à entidade econômico-
administrativa, e este constitui um meio indispensável para que esta realize seus objetivos. 
 O objetivo da Contabilidade é a geração de informações para que os diversos 
usuários possam tomar conhecimento da situação da organização em dado momento, para 
fins de tomada de decisões. 
 Para a Contabilidade conhecer a situação do patrimônio de uma empresa, bem como 
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suas variações e os efeitos da ação administrativa sobre a riqueza patrimonial, registra, 
interpreta e analisa os fenômenos que ocorrem no patrimônio dessas empresas. O principal 
objetivo é demonstrar a seus usuários, por meio de relatórios próprios, informações sobre o 
comportamento do negócio com vistas a facilitar o processo de tomada de decisões. 
Aparentemente esse processo é muito simples, a Contabilidade obtém os dados 
através de documentos (notas fiscais, requisições, mapas de custos etc.), sintetiza-os e 
apresenta aos usuários em forma de relatórios. 
 
DADOS PROCESSAMENTO INFORMAÇÕES 
EVENTOS CONTABILIZAÇÃO RELATÓRIOS 
 
 No entanto, existem dois pontos fundamentais a serem considerados, que complicam 
o processo de geração de informações: 
 Quem são os usuários da informação contábil? 
 Como gerar informações para esses usuários? 
 
2.4 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE 
 
Os usuários tanto podem ser internos como externos, com interesses diversificados, 
razão pela qual as informações geradas pela Entidade devem ser amplas e fidedignas e, 
pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofrida 
pelo seu patrimônio, permitindo a realização de inferênciassobre o seu futuro. 
 
 Os usuários internos: incluem os administradores, gerentes, encarregados, 
diretores, chefes de departamento, enfim administradores de todos os níveis. 
 Os usuários externos: concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos 
mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis, como os bancos, 
fornecedores, sindicatos, acionistas, governo etc. 
Entre os usuários das demonstrações contábeis, conforme Iudícibus (2010, p. 35), 
incluem-se investidores atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, 
fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governo e suas agências e o público. 
Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas 
necessidades de informação. Essas necessidades incluem: 
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Fonte: Iudícibus et al. (2010) e RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.255/09 - Aprova a NBC T 19.41 – Contabilidade para Pequenas e 
Médias Empresas. 
 
 
 
 
De maneira geral, os usuários da informação contábil estão preocupados com a 
capacidade de geração de caixa e rentabilidade da empresa. Isto significa que as 
informações contábeis somente serão importantes se servirem como instrumentos de 
predições futuras. Assim, o processo decisório acaba sendo influenciado pelas informações 
contábeis disponíveis, o que requer do contador sensibilidade para entender que seria 
injusto oferecer as mesmas informações padronizadas para os usuários externos e internos. 
O sistema contábil deveria ser capaz de produzir, em intervalos regulares de tempo, 
um conjunto básico e padronizado de informações úteis a um bom número de usuários, sem 
esgotar as necessidades desses, mas resolvendo-lhes as mais prementes. 
Usuários Informação contábil mais importante 
Investidores Os provedores de capital de risco e seus analistas que 
se preocupram com o risco inerente ao investimento e 
o retorno que ele produz. Eles necessitam de 
informações para ajudá-los a decidir se devem 
comprar, manter ou vender investimentos. Os 
acionistas também estão interessados em informações 
que os habilitem a avaliar se a entidade tem 
capacidade de pagar dividendos. 
Empregados Os empregados e seus representantes estão 
interessados em informações sobre a estabilidade e a 
lucratividade de seus empregadores. Também se 
interessam por informações que lhes permitam avaliar 
a capacidade que tem a entidade de prover sua 
remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas 
oportunidades de emprego. 
Credores por empréstimo Estes estão interessados em informações que lhes 
permitam determinar a capacidade da entidade em 
pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no 
vencimento. 
Fornecedores e outros credores comerciais Os fornecedores e outros credores estão interessados 
em informações que lhes permitam avaliar se as 
importãncias que lhes são devidas serão pagas nos 
respectivos vencimentos. Os credores comerciais 
provavelmente estarão interessados em uma entidade 
por um período menor que os credores por 
empréstimos, a não ser que dependam da continuidade 
da entidade como um cliente importante. 
Clientes Os clientes têm interesse em informações sobre a 
continuidade operacional da entidade, especialmente 
quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, 
ou dela dependem como fornecedor importante. 
Governo e suas agências Os governos e suas agências estão interessados na 
destinação de recursos e, portanto, nas atividades das 
entidades. Necessitam também de informações a fim 
de regulamentar as atividades das entidades, 
estabelecer políticas fiscais e servir de base para 
determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes. 
Público As entidades afetam o público de diversas maneiras. 
Elas podem, por exemplo, fazer contribuição 
substancial à economia local de vários modos, inclusive 
empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. 
As demonstrações contábeis podem ajudar o público 
fornecendo informações sobre a evolução do 
desempenho da entidade e os desenvolvimentos 
recentes. 
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2.5 CAMPO DE APLICAÇÃO 
 
 A Contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou em 
particular (aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia). Como ciência, o 
campo de aplicação são as entidades econômico-administrativas, constituídas para um 
objetivo econômico ou social, que se utilizando de bens patrimoniais necessitam de um 
órgão administrativo que pratique atos de natureza econômica. Exemplos: 
 pessoa física; 
 pessoa jurídica de natureza privada; 
 pessoa de direito público; e 
 União, Estados, Municípios, Fundações. 
 
Quando a Contabilidade Geral for aplicada às empresas: 
 comerciais, denomina-se Contabilidade Comercial; 
 industriais, denomina-se Contabilidade Industrial; 
 públicas, denomina-se Contabilidade Pública; 
 bancárias, denomina-se Contabilidade Bancária; 
 hospitalares, denomina-se Contabilidade Hospitalar; 
 agropecuárias, denomina-se Contabilidade Agropecuária; 
 de seguros, denomina-se Contabilidade Securitária entre outras aplicações. 
Área de atuação geral da contabilidade: 
 Fiscal: informações aos órgãos fiscalizadores e planejamento tributário; 
 Pública: controle e fiscalização do governo sobre seus órgãos; 
 Gerencial: otimização dos recursos e controle adequado do patrimônio; 
 Financeira: informações contábeis aos usuários externos; 
 Auditoria: exame de documentos visando mensurar a exatidão dos registros e 
demonstrações contábeis; 
 Perícia Contábil: laudos em processos judiciais ou extrajudiciais originados por erros 
administrativos. 
 Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora análises que demonstram a 
exata situação patrimonial da empresa; 
 Ambiental: informa o impacto da entidade no meio ambiente; 
 Atuarial: para empresas de previdência privada e fundos de pensão; 
 Social: sobre a influência da entidade na sociedade, representando agregação de 
valor e custos sociais; 
 Agrobusiness: em empresas de atividade agrícola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.6 A CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA 
 
2.6.1 Breve história da contabilidade 
 
Em 1494 foi publicado na Itália o Tractatus de Computis et Scripturis dentro da 
obra Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá. Seu autor, o frei 
Luca Pacioli, matemático, teólogo e contabilista, é considerado o "pai" da Ciência Contábil 
moderna. Luca Pacioli é citado comumente como o fundador da Contabilidade. 
A grande inovação da obra de Pacioli foi à introdução do método de escrituração 
contábil denominado de "Método das Partidas Dobradas". Sabe-se, contudo, que não foi o 
frei Luca Pacioli o "inventor" do método. Ele apenas descreveu urna metodologia já em uso 
na Itália, pelo menos desde o século anterior. A grande importância da obra de Pacioli está, 
outrossim, em reconhecer esse método como o ideal para a escrituração. Em sua obra há 
preocupação de sistematizar os conceitos e o instrumental contábilpara registro e controle 
de um patrimônio. 
Em termos históricos, registros indicam que a Ciência Contábil praticamente surgiu 
com o advento da civilização. Com a sedentarização da humanidade e a descoberta da 
capacidade do homem de armazenar bens, nasceu a necessidade de controle desses bens. 
Ha evidências históricas de registros contábeis nas civilizações dos sumérios, babilônios, 
assírios, egípcios, hebreus, gregos etc. 
Fundamentalmente, com o Método das Partidas Dobradas criou-se a figura do 
Patrimônio Líquido. Isto significa que, basicamente, nos primórdios da Contabilidade, o 
registro era feito em partidas simples. A partida simples buscava contabilizar os bens e 
direitos, mas não dava a dimensão do fundamento de causa-efeito que justifica as partidas 
dobradas. Em linhas gerais, pode-se dizer que o método das partidas simples era um 
método de inventariar, de contar os bens. Daí o nome da Contabilidade como a Ciência do 
Contar. Também, devido a essa característica, da Contabilidade usando a ferramenta do 
contar, a ferramenta do inventário, é que existe a teoria contábil do Inventário Patrimonial, 
cujos conceitos ainda são de extrema valia. 
A era comercial da civilização foi um momento importante para dar à Ciência 
Contábil a relevância cabível como uma ciência fundamental para a humanidade e 
imprescindível para regulamentar as relações da sociedade. A Revolução Industrial, 
sistematizando o artesanato, forneceu os elementos para tornar definitivamente a Ciência 
Contábil como a Ciência do Controle do Patrimônio, incorporando o conceito do uso da 
contabilidade de custos, que, posteriormente, ao final do século XIX e início do século XX, 
evoluiu para o conceito de contabilidade gerencial. 
 
2.6.2 A contabilidade como ciência 
 
Sempre se discutiu se a Contabilidade é arte ou ciência. Como arte, no sentido de 
ser apenas um ferramental a disposição da sociedade para acompanhamento de suas 
riquezas, sem bases teóricas que a fundamentem como ciência. Já a visão de ciência é 
mais profunda, pois busca classificar a contabilidade como um ramo do conhecimento 
humano. 
Para que um ramo do conhecimento seja considerado ciência, ele precisa apresentar 
uma série de características que o tirem da simples conotação de arte, técnica ou 
ferramenta. Essas características ou aspectos devem ser no mínimo o seguinte: 
 
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a) o ramo de conhecimento ter objeto de estudo próprio, ou seja, um campo de atuação 
dos fenômenos em que ela se debruça; 
b) deve utilizar-se de métodos racionais ou científicos; 
c) deve ter um corpo de teorias, normas e princípios; 
d) apresentar o caráter de certeza de seus enunciados; 
e) estar em evolução e relacionar-se com os demais ramos de conhecimento científico; 
f) ter o caráter de generalidade em seus estudos e aplicações; 
g) seus resultados serem comprovados etc. 
 
Não há dúvida de que a Contabilidade é uma ciência, por que: 
a) tem objeto de estudo próprio, que é o Patrimônio e os eventos econômicos que 
alteram esse Patrimônio; 
b) utiliza-se de método racional, que é o Método das Partidas Dobradas; 
c) estabelece relações entre os elementos patrimoniais, válidos em todos os espaços e 
tempos, ou seja, é um ramo de conhecimento universal e permanente; 
d) apresenta-se em constante evolução; 
e) o conhecimento contábil é regido por leis, normas e princípios, ou seja, tem um corpo 
de teorias e princípios contábeis; 
f) seus estudos têm o caráter de generalidade, ou seja, os mesmos eventos 
econômicos reproduzidos nas mesmas condições provocam os mesmos efeitos; 
g) tem caráter preditivo, isto é, os modelos contábeis permitem a construção de 
modelos de decisão para eventos futuros; 
h) tem o caráter de certeza na afirmação de seus enunciados, isto é, suas aplicações 
podem ser comprovadas por evidências posteriores; 
i) está relacionada com os demais ramos do conhecimento científico, pois se utiliza de 
instrumentos das ciências da matemática, filosofia, economia, psicologia, 
administração, direito etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E PRINCÍPIOS 
 
Conforme Marion (2004), os dados coletados pela contabilidade são apresentados 
periodicamente aos interessados de maneira resumida e ordenada, formando, assim os 
relatórios contábeis. Dos inúmeros relatórios que há em Contabilidade, destacam-se 
aqueles que são obrigatórios de acordo com a legislação brasileira. Esses relatórios são 
conhecidos como demonstrações financeiras ou, ainda, demonstrações contábeis. Cabe 
registrar que a Resolução CFC 1.374/11 aborda como “relatório contábil-financeiro” 
O objetivo da elaboração e divulgação de relatórios contábeis-financeiros de 
propósito geral, conforme Resolução 1.374/11, constitui o pilar da Estrutura Conceitual. 
Outros aspectos da Estrutura Conceitual – como o conceito de entidade que reporta a 
informação, as características qualitativas da informação contábil-financeira útil e suas 
restrições, os elementos das demonstrações contábeis, o reconhecimento, a mensuração, a 
apresentação e a evidenciação – fluem logicamente desse objetivo. A figura na seqüência 
apresenta a coleta dos dados com a transformação dos mesmos pela contabilidade em 
informações e relatórios contábeis para utilização pelos usuários sejam eles internos ou 
externos. 
 
Coleta de dados Contabilidade Relatórios Contábeis Usuários da 
Contabilidade 
 
 
 
Usuários internos e 
externos 
 
Administração 
Bancos 
Governo 
Fornecedores 
 
 
3.1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (CONTÁBEIS) 
Existem várias regulamentações sobre a obrigatoriedade das demonstrações 
contábeis de acordo com o seu enquadramento. Temos como exemplo as Normas 
Brasileiras de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicável as PME, ITG 
1.000 e também a Lei 6.404/76 (Lei das SA). Neste tópico abordaremos as Demonstrações 
Financeiras/Contábeis segundo a Lei 6.404/76 (texto compilado) que dispõe sobre as 
sociedades por ações e segundo a NBCT 19.41, aprovada pela Resolução CFC nº 1.255-09 
que dispõe sobre a contabilidade para pequenas e médias empresas. Abordar-se à 
adicionalmente a ITG 1.000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Descrição de pequenas e médias empresas segundo a NBCT 19.41, aprovada 
pela Resolução CFC nº 1.255-09. 
Pequenas e médias empresas são empresas que: 
a) Não têm obrigação pública de prestação 
de contas 
Uma empresa tem obrigação pública de 
prestação de contas se: 
a) Seus instrumentos de dívida ou 
patrimoniais são negociados em mercado 
de ações ou estiverem no processo de 
emissão de tais instrumentos para 
negociação em mercado aberto (em bolsa 
de valores nacional ou estrangeira ou em 
mercado de balcão, incluindo mercados 
locais ou regionais); ou 
b) Possuir ativos em condição fiduciária 
perante um grupo amplo de terceiros como 
um de seus principais negócios. Esse é o 
caso típico de bancos, cooperativasde 
crédito, companhias de seguro, corretoras 
de seguro, fundos mútuos e bancos de 
investimento. 
b) Elaboram demonstrações contábeis 
para fins ferais para usuários externos. 
Exemplos de usuários externos incluem 
proprietários que não estão envolvidos 
na administração do negócio, credores 
existentes e potenciais, e agências de 
avaliação de crédito. 
 
 
Portanto, no Brasil as sociedades por ações, fechadas (sem negociação de suas 
ações ou outros instrumentos patrimoniais ou de dívida no mercado e que não possuam 
ativos em condição fiduciária perante um amplo grupo de terceiros), mesmo que obrigada à 
publicação de suas demonstrações contábeis, são tidas, para fins desta Norma, como 
pequenas e médias empresas, desde que não enquadradas pela Lei nº 11.638/07 como 
sociedades de grande porte. As sociedades limitadas e demais sociedades comerciais, 
desde que não enquadradas pela lei nº 11.638/07 como sociedade de grande porte, também 
são tidas, para fins desta Norma, como pequenas e médias empresas. 
Algumas empresas também podem possuir ativos em condição fiduciária perante um 
grupo amplo de partes externas, em razão de possuir e gerenciar recursos financeiros 
confiados a eles pelos clientes, consumidores ou membros não envolvidos na administração 
da empresa. Entretanto, se elas o fazem por razões incidentais a um negócio principal, 
(como por exemplo, pode ser o caso de agência de viagem ou corretoras de imóveis, 
escolas, organizações de caridade, cooperativas que exijam um depósito nominal de 
participação, e vendedores que recebem pagamento adiantado para entrega futura dos 
produtos, como empresas de serviços públicos), isso não as faz ter obrigação de prestação 
pública de contas. 
Se a entidade obrigada à prestação pública de contas usar esta Norma, suas 
demonstrações contábeis não podem ser descritas como se estivessem em conformidade 
com a Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) – mesmo que a lei ou 
regulamento permita ou exija que esta Norma seja usada por empresas obrigadas a 
prestação pública de contas. 
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Uma controlada cuja controladora utiliza as normas do CFC de forma integral, ou que 
é parte de grupo econômico que os utiliza, não está proibida de usar essa Norma para 
PMEs na elaboração das suas próprias demonstrações contábeis se essa controlada não 
tiver obrigação de prestação pública de contas para si mesma. “Se suas demonstrações 
contábeis forem descritas como estando em conformidade com esta Norma para PMEs, elas 
devem estar em conformidade com todas as regras desta norma.” Fonte: NBCT 19.41, aprovada pela 
Resolução CFC nº 1.255-09, Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas; Publicação do CRCRS, Porto Alegre, 2010. 
 
“O conjunto completo de Demonstrações contábeis para pequenas e médias 
empresas conforme Resolução CFC nº 1.255 de 10/02/2009 (aprovada pela NBCT 
19.41) deve incluir todas as seguintes demonstrações: 
 Balanço Patrimonial (BP); 
 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
 Demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. A demonstração do 
resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro 
das mutações do patrimônio líquido. A demonstração do resultado abrangente, quando 
apresentada separadamente, começa com o resultado do período e se completa com os 
itens dos outros resultados abrangentes; 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
 Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC); 
 Notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis significativas e 
outras informações explanatórias. 
Se as únicas alterações no patrimônio líquido durante os períodos para os quais as 
demonstrações contábeis são apresentadas derivarem do resultado, de distribuição de 
lucro, de correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de políticas contábeis, a 
entidade pode apresentar uma única demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados no 
lugar da demonstração do resultado abrangente e da demonstração das mutações do 
patrimônio líquido. 
Se a entidade não possui nenhum item de outro resultado abrangente em nenhum 
dos períodos para os quais as demonstrações contábeis são apresentadas, ela pode 
apresentar apenas a demonstração do resultado. ”Fonte: Livro Contabilidade para pequenas 
e médias empresas do CRCRS, Porto Alegre (RS), 2010 
 
As principais Demonstrações Financeiras obrigatórias por lei passaram a ser, 
de acordo com a lei 6.404/76 compilada (dispõe sobre as sociedades por ações): 
 Balanço Patrimonial (BP); 
 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) - Para as empresas abertas 
é substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
 Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC); 
 Demonstração de Valor Adicionado (DVA)  para empresa aberta. 
A Lei também estabelece que as demonstrações sejam complementadas por notas 
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações necessárias para esclarecer a 
situação patrimonial e o resultado do exercício. 
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ITG 1000 – Modelo contábil simplificado para microempresas e empresas de 
pequeno porte 
 
 Alcance 
1. Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos específicos a serem 
observados pelas entidades definidas como Pequenas e Médias Empresas em 
conformidade com a NBC TG 1000, que não estejam obrigadas a sua adoção e que 
optarem pela adoção de um modelo contábil simplificado. 
 2. Esta Interpretação é aplicável às entidades definidas como “Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte”, conforme definido no item 3. 
3. Para fins desta Interpretação, entende-se como “Microempresa e Empresa de 
Pequeno Porte” o empresário, o empresário individual, o empresário individual de 
responsabilidade limitada, a sociedade limitada e a sociedade simples ou empresária que 
obteve faturamento, no ano anterior, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e 
seiscentos mil reais). (Observar exceções ex: 3º setor regulamentados pela ANS, 
Cooperativas de crédito, Clubes de Futebol.....) 
4. A permissão conferida nesta Interpretação de adotar um modelo contábil 
simplificado não desobriga que a entidade mantenha a escrituração contábil uniforme dos 
seus atos e fatos administrativos que provocaram ou possam vir a provocar alteração do seu 
patrimônio. 
 Demonstrações contábeis 
 A entidade deve elaborar, ao final de cada exercício social, o balanço patrimonial, a 
demonstração do resultado e as notas explicativas. A elaboração da Demonstração dos 
Fluxos de Caixa é facultativa e quando elaborada, recomenda-se o uso do método direto. 
 
QUADRO RESUMO 
 No quadro a seguir é possível visualizar um resumo geral da obrigatoriedade das 
demonstrações contábeis. Sempre aconselha-se analisar a norma específica ao tipo de 
empresa para verificar as particularidades das mesmas. 
 
Demonstração 
Contábil 
Me e EPP 
ITG 1000 
NBC PME Regra Geral S/A de Capital 
Aberto 
BP Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório 
DRE Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório 
DRA Facultativa Pode ser 
substituída pela 
DLPA 
Obrigatório Obrigatório 
DLPAFacultativa Facultativa Facultativa Facultativa 
DMPL Facultativa Pode ser 
substituída pela 
DLPA 
Obrigatório Obrigatório 
DFC Facultativa Obrigatório Obrigatório Obrigatório 
NE Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório 
DVA Facultativa Facultativa Facultativa Obrigatório 
________________________________________________________________________________________________ 
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Veja abaixo os demonstrativos contábeis e a relação entre eles – exemplo fictício 
Balanço Patrimonial 
Uma das mais importantes demonstrações contábeis, por meio da qual podemos apurar a 
situação patrimonial e financeira de uma entidade. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/20X1 e X2 – em R$ 
Ativo X2 X1 Passivo e Patrimônio 
Líquido 
X2 X1 
Circulante 10.000 5.400 Circulante 29.300 5.300 
Caixa 1.000 200 Empréstimos 22.000 0 
Bancos 500 200 Fornecedores 7.300 5.300 
Títulos a receber 5.000 3.000 
Estoques de materiais 3.500 2.000 
 Não Circulante 2.000 0 
Não Circulante 52.000 30.000 Empréstimos 2.000 0 
Impostos a recuperar 2.000 0 
Terrenos 30.000 30.000 
Veículos 20.000 0 Patrimônio Líquido 30.700 30.100 
 Capital 30.000 30.000 
 Lucros Acumulados 700 100 
Total 62.000 35.400 Total 62.000 35.400 
 
 Demonstração do Resultado 
Evidencia a formação do lucro/prejuízo do exercício. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31/12/20X2 
em R$ 
Receita Bruta 160.000 
 Venda de Mercadorias 100.000 
 Receita de Serviços 60.000 
(-) Tributos sobre vendas (20.000) 
 ICMS (17.000) 
 ISS (3.000) 
= Receita Líquida 140.000 
(-) Custo dos produtos/serviços vendidos (90.000) 
= Lucro Bruto 50.000 
(-) Despesas Operacionais 
 Salários e encargos sociais (35.000) 
 Luz e água (1.500) 
 Aluguel (1.500) 
 Veículos (combustível, manutenção) (8.000) 
 Despesas Financeiras (5.000) 
 Receitas Financeiras 2.000 (49.000) 
= Lucro Antes do IR e Contribuição Social 1.000 
(-) Imposto de Renda (310) 
(-) Contribuição Social (90) (400) 
= Lucro Líquido (Prejuízo) do Exercício 600 
 
 
Fluxo de caixa: 
Explica porque as 
disponibilidades 
passaram de R$ 400 
para R$ 1.500. 
Notas explicativas: explicam 
os critérios contábeis. 
Parecer dos auditores: trata da 
credibilidade das demonstrações. 
DMPL: 
Explica as 
variações do 
PL. 
 
DLPA: 
Explica 
somente 
variações da 
conta Lucros 
ou Prejuízos 
Acumulados. 
O lucro ou 
prejuízo 
apurado na 
DRE vai 
para o PL. 
 
É como se 
a DRE 
fosse 
elaborada 
dentro do 
PL ficando 
neste só o 
saldo final 
DVA: o valor da riqueza criada pela 
empresa e a forma de sua 
distribuição. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
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O tratamento destas demonstrações financeiras varia de acordo com o tipo de 
constituição da sociedade empresarial. Há dois tipos principais: as sociedades anônimas 
(S.A.) e as sociedades por quota de responsabilidade limitada (Ltda). 
A S.A., que se caracteriza por seu capital dividido em partes iguais chamadas ações, 
deverá publicar as Demonstrações Financeiras no Diário Oficial e em outro jornal de grande 
circulação editado na localidade onde se situa a empresa. 
A Ltda, que se caracteriza por seu capital dividido em quotas, não precisa publicar 
em jornal, mas deverá apresentar as demonstrações financeiras junto a Receita Federal 
através do preenchimento da declaração do Imposto de Renda ou para atender ao novo 
Código Civil. 
 Período para elaboração das Demonstrações: A Lei das S.A. (6.404/76 e 
alterações posteriores) estabelece que, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as demonstrações financeiras, 
que deverão imprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações 
ocorridas no exercício. Este período é denominado exercício social ou período contábil. Não 
há necessidade de que o exercício social coincida com o ano civil (01/01 a 31/12), todavia, 
para fins fiscais, o Imposto de Renda sugere o encerramento em 31/12. 
 Art. 176 (Lei 6.404/76 texto compilado) - O exercício social terá duração de 1 (um) 
ano e a data do término será fixada em estatuto. Parágrafo único. Na constituição da 
companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração 
diversa. 
As S.A. de capital aberto (aquelas que negociam suas ações na bolsa de valores) 
devem publicar as demonstrações financeiras trimestralmente para melhor informar o 
público interessado. As instituições financeiras e as sociedades de crédito ao micro-
empreendedor devem publicar suas demonstrações financeiras em bases semestrais 
conforme Circ. BACEN 2.964/00 - Circ. - Circular BANCO CENTRAL DO BRASIL-BACEN nº 
2.964 de 03.02.2000 D.O.U.: 04.02.2000 
 Para atender as necessidades internas (fins gerenciais) e facilitar a administração da 
empresa, a contabilidade deverá apresentar relatórios contábeis em períodos mais curtos 
(semanal, quinzenal, mensal....). Todavia, ressalta-se que em termos legais o período 
contábil (exercício social) será de 12 meses. 
 
3.2 TÉCNICAS CONTÁBEIS 
• Escrituração 
• Elaboração de demonstrações contábeis 
• Auditoria 
• Análise das demonstrações contábeis 
 
3.3 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS E CARACTERÍSTICAS 
 À medida que as necessidades de controle foram surgindo, segundo Padoveze 
(2004, p. 130) a contabilidade foi criando instrumentos para o registro de todos os fatos que 
afetam o patrimônio de uma entidade. Em alguns momentos da história da contabilidade, 
surgiram dúvidas quanto ao melhor critério de registro de determinadas transações. Diante 
disso, os primeiros contadores tiveram de fazer algumas opções, que acabaram sendo 
adotadas pelos demais colegas, ficando como regras, que passaram a ser seguidas e 
aceitas por todos. Essas regras básicas que foram adotadas denominam-se Princípios 
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Contábeis e hoje formam o arcabouço teórico que sustenta toda a Contabilidade. 
 Princípios de Contabilidade significam as regras em que se assenta toda a 
estrutura teórica para a escrituração e análise contábil. 
Conforme o Art. 2º da Resolução CFC nº 1.182/10, os Princípios de Contabilidade 
representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, 
consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso 
País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo 
objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
 Alguns autores classificam os princípios contábeis em três categorias: postulados, 
princípios e convenções. 
Conforme o Art. 3º da Resolução CFC nº 1.182/10, são Princípios de Contabilidade: 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
I) o da ENTIDADE; 
 
II) o da CONTINUIDADE; 
 
III) o da OPORTUNIDADE; 
 
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
 
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução 
CFC nº. 1.282/10) 
 
VI) o da COMPETÊNCIA; e 
 
VII) o da PRUDÊNCIA.ENTIDADE: O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um 
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de 
pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer 
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o 
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de 
sociedade ou instituição. 
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é 
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova 
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. 
 
CONTINUIDADE: O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do 
patrimônio levam em conta esta circunstância. 
 
OPORTUNIDADE: O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e 
tempestivas. 
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Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação 
da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário 
ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação 
REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: O Princípio do Registro pelo Valor Original 
determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos 
valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
 § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus 
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são 
entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores 
dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, 
pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o 
passivo no curso normal das operações; e 
 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos 
seguintes fatores: 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes 
fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são 
reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que 
seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações 
contábeis; 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. 
Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não 
descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no 
curso normal das operações da Entidade; 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal 
das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo 
no curso normal das operações da Entidade; 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem 
favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da 
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da 
expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
 
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não 
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das 
transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim 
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de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, 
por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; e 
 III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão 
somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação 
de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da 
moeda nacional em um dado período. 
 
COMPETÊNCIA: O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e 
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento ou pagamento. 
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação 
de receitas e de despesas correlatas 
PRUDÊNCIA: O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os 
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem 
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem 
o patrimônio líquido. 
 
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de 
precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de 
incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e 
despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de 
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
 
 
3.4 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO 
CONTÁBIL-FINANCEIRA ÚTIL 
As informações contábeis também devem possuir características qualitativas, 
conforme Resolução CFC nº 1.374/11, de 08-12-11 que dispõe da estrutura conceitual para 
elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. A referida resolução classifica as 
características qualitativas da informação contábil-financeira útil em: características 
qualitativas fundamentais e características qualitativas de melhoria. 
 
Características qualitativas fundamentais 
 Relevância 
Materialidade 
 Representação fidedigna 
 
Características qualitativas de melhoria 
 Comparabilidade 
 Verificabilidade 
 Tempestividade 
 Compreensibilidade 
________________________________________________________________________________________________ 
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Considerações introdutórias sobre características qualitativas da informação contábil 
financeira útil de acordo com a Resolução CFC 1.374/11 de 08/12/11 
 
 
3.4.1 Características qualitativas fundamentais 
 
As características qualitativas fundamentais são relevância e representação 
fidedigna.Relevância 
 
Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas 
decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informação pode ser capaz de fazer 
diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários decidirem não a levar em 
consideração, ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras fontes. 
 
Materialidade 
 
A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida (misstating) 
puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação contábil-
financeira acerca de entidade específica que reporta a informação. Em outras palavras, a 
materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade baseado na natureza ou 
na magnitude, ou em ambos, dos itens para os quais a informação está relacionada no 
contexto do relatório contábil-financeiro de uma entidade em particular. Consequentemente, 
não se pode especificar um limite quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar 
o que seria julgado material para uma situação particular. 
 
Representação fidedigna 
 
Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno econômico em palavras 
e números. Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que representar um 
fenômeno relevante, mas tem também que representar com fidedignidade o fenômeno que 
se propõe representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade 
retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. É claro, 
a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é maximizar referidos atributos na 
extensão que seja possível. 
 
 
3.4.2 Características qualitativas de melhoria 
 
Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade são 
características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e que é 
representada com fidedignidade. As características qualitativas de melhoria podem também 
auxiliar a determinar qual de duas alternativas que sejam consideradas equivalentes em 
termos de relevância e fidedignidade de representação deve ser usada para retratar um 
fenômeno. 
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Comparabilidade 
 
As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo, 
vender ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou noutra. 
Consequentemente, a informação acerca da entidade que reporta informação será mais útil 
caso possa ser comparada com informação similar sobre outras entidades e com 
informação similar sobre a mesma entidade para outro período ou para outra data. 
Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários 
identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. Diferentemente 
de outras características qualitativas, a comparabilidade não está relacionada com um único 
item. A comparação requer no mínimo dois itens. 
 
Verificabilidade 
 
A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa 
fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. A verificabilidade 
significa que diferentes observadores, cônscios e independentes, podem chegar a um 
consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato 
de uma realidade econômica em particular ser uma representação fidedigna. Informação 
quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser verificável. Uma faixa de 
possíveis montantes com suas probabilidades respectivas pode também ser verificável. 
A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar um 
montante ou outra representação por meio de observação direta, como, por exemplo, por 
meio da contagem de caixa. Verificação indireta significa checar os dados de entrada do 
modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os resultados obtidos por meio da aplicação da 
mesma metodologia. Um exemplo é a verificação do valor contábil dos estoques por meio 
da checagem dos dados de entrada (quantidades e custos) e por meio do recálculo do saldo 
final dos estoques utilizando a mesma premissa adotada no fluxo do custo (por exemplo, 
utilizando o método PEPS). 
 
Tempestividade 
 
Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a 
tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é a 
que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade 
prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, 
por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências. 
 
Compreensibilidade 
 
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna-a 
compreensível. Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser 
facilmente compreendidos. A exclusão de informações sobre esses fenômenos dos 
relatórios contábil-financeiros pode tornar a informação constante em referidos relatórios 
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mais facilmente compreendida. Contudo, referidos relatórios seriam considerados 
incompletos e potencialmente distorcidos (misleading). 
Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento 
razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a informação 
diligentemente. Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes podem sentir a 
necessidade de procurar ajuda de consultor para compreensão da informação sobre um 
fenômeno econômico complexo. 
 
Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro útil 
 
O custo de gerar a informação é uma restrição sempre presente na entidade no 
processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. O processo de 
elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro impõe custos, sendo importante que 
ditos custos sejam justificados pelos benefícios gerados pela divulgação da informação. 
Existem variados tipos de custos e benefícios a considerar. 
 
Fonte do item 2.4 – Resolução CFC 1.374/11 de 08/11/11 
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4. ESTÁTICA PATRIMONIAL 
 
A estática patrimonial evidencia em um dado 
momento a estrutura e a composição patrimonial da 
empresa. É como fotografar a empresa em determinado 
momento do tempo para se analisar o comportamento dos 
itens que fazem parte do patrimônio desta entidade. 
 O foco principal da estática patrimonial nesta disciplina está voltado para a 
compreensão e estudo do Balanço Patrimonial. Desta forma, a seguir apresentam-se alguns 
conceitos e comentários que facilitarão a compreensão do Balanço Patrimonial. 
 
4.1 PATRIMÔNIO 
 
 No início da formação do mundo os indivíduos não possuíam patrimônio, pois, para 
satisfazer suas necessidades primárias de alimentação, habitação e vestuário apanhavam 
frutos silvestres, matavam animais e habitavam em cavernas naturais. Aos poucos o homem 
primitivo começou a compreender que poderia acumular bens para trocá-lospor outros. 
Esse conjunto de bens que ele guardava constituiu seu patrimônio. 
 
 
 
Patrimônio: pode ser conceituado como uma grandeza constituída por recursos 
(bens e direitos) e obrigações de uma pessoa ou entidade. É um complexo de valores 
pertencentes a alguém, que o explora ou o utiliza com um fim determinado. O patrimônio se 
forma pela acumulação de bens. 
 Nas entidades com finalidade lucrativa, todos os bens que compõem o patrimônio 
têm por finalidade a produção de outros bens ou serviços. 
 
 
 
 
 
Os recursos de uma empresa contemplam seus bens e direitos: 
Bem é tudo que a empresa possui, seja para uso, troca ou consumo. Podem ser: 
 Bens Móveis – são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por 
outras pessoas: máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias etc. 
 Bens Imóveis – são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados 
sem destruição ou danos: edifícios, construções, árvores etc. 
PATRIMÔNIO 
( + ) PARTE POSITIVA ( - ) PARTE NEGATIVA 
 RECURSOS OBRIGAÇÕES 
________________________________________________________________________________________________ 
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Os bens também podem classificados como tangíveis ou intangíveis: 
 Bens Tangíveis – têm forma física, são palpáveis, corpóreos, materiais: 
máquinas, equipamentos, terrenos, dinheiro etc. 
 Bens Intangíveis – não palpáveis, não constituídos de matéria, incorpóreos: 
marcas (Nike, Coca-Cola), patentes de invenção, fundo de comércio adquirido etc. 
Direitos são bens que nos pertencem, mas estão sob a posse de terceiros. No 
sentido contábil, são os créditos a receber de terceiros. Ex: banco conta movimento, 
duplicatas a receber, títulos a receber, aluguéis a receber, etc. 
Ao nascer um direito para uma pessoa, surge uma obrigação para outra pessoa, 
decorrente desse direito. 
 
Obrigações são dívidas ou compromissos para com terceiros. Ex: fornecedores de 
mercadorias, empréstimos bancários, salários a pagar, encargos sociais a pagar (FGTS, 
INSS), impostos a pagar, financiamentos, contas a pagar etc. 
4.1.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO 
Com os recursos (bens e direitos) e obrigações é possível elaborar a representação 
gráfica de um patrimônio. 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UM PATRIMÔNIO 
ATIVO (PARTE POSITIVA) PASSIVO (PARTE NEGATIVA) e PL 
RECURSOS (BENS E DIREITOS) OBRIGAÇÕES 
 - Dinheiro - Fornecedores 
 - Estoques/mercadorias - Contas a Pagar 
 - Prédios - Impostos a Pagar 
 - Terrenos - Empréstimos 
 - Móveis - Financiamentos 
 - Veículos 
 - Máquinas PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 - Aluguéis a receber - Capital Social 
 - Duplicatas a Receber - Reservas de Capital 
 - Contas a Receber - Reservas de Lucros 
 - Investimentos (ações) - (-) Ações em Tesouraria 
 - Depósitos em Bancos - Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 - Ajustes Acumulados de Conversão 
 - Lucros/Prejuízos Acumulados 
O excesso de ATIVO sobre o PASSIVO representa o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
A representação gráfica tem relação com a equação fundamental: 
Equação fundamental: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido (PL) 
 Ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO 
 
 
 
 
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Quando se fala em Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido também é comum haver 
outras expressões que os indicam. Veja no quadro: 
Ativo Passivo 
Recursos (Bens e 
Direitos) 
APLICAÇÕES 
Obrigações, capital de terceiros, 
ORIGENS 
Patrimônio Líquido 
Situação líquida 
Capital próprio 
Valores que pertencem à empresa 
ORIGENS 
 
A Contabilidade estuda os componentes patrimoniais em seus aspectos qualitativos 
e quantitativos. No aspecto qualitativo, eles são classificados de acordo com a natureza de 
cada um dos recursos (bens e direitos) e obrigações que formam esse patrimônio, e são 
representados por contas, como: Caixa, Bancos, Clientes, Veículos, entre outras. Já o 
aspecto quantitativo está relacionado aos valores monetários que cada um dos recursos 
(bens e direitos) e obrigações representam. Em nosso país, é representado em Reais. 
Observe a situação hipotética referente a um patrimônio: 
ATIVO Em R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Em R$ 
Caixa 1.000 Passivo 
Bancos 800 Títulos a pagar 3.500 
Títulos a receber 3.000 Fornecedores 1.800 5.300 
Estoques de materiais 3.000 Patrimônio Líquido 
Terrenos 1.700 Capital 4.000 
Veículos 500 Lucros Acumulados 700 4.700 
Total 10.000 Total 10.000 
 
Verifique que o patrimônio fica em perfeito equilíbrio, ou seja, há R$ 10.000 em 
recursos (bens e direitos) e R$ 10.000 em obrigações + Patrimônio Líquido. Isso sempre 
acontecerá na contabilidade em razão da equação fundamental acima destacada. 
Agora, pense: uma entidade terá sempre o mesmo valor em recursos (bens e 
direitos) e obrigações? Certamente NÃO! Há variações nas SITUAÇÕES PATRIMONIAIS. 
 
 
4.1.2 SITUAÇÕES PATRIMONIAIS 
 
 
Uma empresa pode possuir muitos recursos (bens e 
direitos), mas apresentar um Passivo Exigível muito elevado que 
comprometa suas operações. 
 
Imagine que uma empresa comercial tenha iniciado suas operações com um Capital Social 
de R$ 100.000,00. Atualmente apresenta um ativo de R$ 200.000,00 e obrigações (empréstimos, 
fornecedores, salários a pagar e outras obrigações) no valor de R$ 150.000,00. Ao calcular o 
Patrimônio Líquido da empresa, é possível perceber que ele reduziu de R$ 100.000,00 para R$ 
50.000,00, certo? 
Observe que para esta empresa o aumento do ativo (recursos - bens e direitos) não 
representa, por si só, uma situação favorável. É necessário avaliar o que acontece com o Patrimônio 
Líquido. 
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O Patrimônio Líquido é considerado uma boa medida de riqueza, permitindo a comparação 
de entidades diferentes. Assim, na Contabilidade, diz-se que é mais rico aquele que tem mais 
Patrimônio Líquido, ou é maior que outra a entidade que tem o maior Patrimônio Líquido. 
Exemplificando: 
 
Exemplo comparativo: Novo Rico e Classe Média Assumido 
1º patrimônio: Novo Rico 
1 carro importado: R$ 100.000,00 
Saldo bancário: R$ 30.000,00 
Financiamento do carro: R$ 80.000,00 
Cálculo do Patrimônio Líquido: 
PL = R$ 100.000,00 + 30.000,00 - R$ 80.000,00 = R$ 50.000,00 
 
2º patrimônio: Classe Média Assumido 
1 Corsa: R$ 12.000,00 
Saldo bancário: R$ 60.000,00 
Dívidas: R$ 5.000,00 
Cálculo do Patrimônio Líquido: 
PL = R$ 12.000,00 + 60.000,00 - R$ 5.000,00 = R$ 67.000,00 
 
Para a Contabilidade embora o Novo Rico ostente mais do que o Classe Média Assumido, o 
fato do Novo Rico ter dívidas elevadas faz com que, neste momento, o Classe Média seja 
considerado mais rico porque seu Patrimônio Líquido é maior. 
Agora veja quais situações podem ser apresentadas pelo Patrimônio Líquido: 
 
Situação

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