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Direito Civil IV – Direito de Família
Família Pré CF/88 – Características: A família do Código de 16 era uma 
família hierarquizada (pátrio poder – mulher considerada relativamente 
incapaz). Família matrimonializada (só o casamento instituía família, 
quem não era casado não tinha proteção do Estado, ou seja, casamento era 
sinônimo de família). Família patrimonializada (o ter em detrimento do 
ser – inclusive, nem mesmo o reconhecimento voluntário de filho fora do 
casamento era permitido, para o mesmo não ter direito ao patrimônio da 
família – isso começou a se modificar a partir de Asischateubriand – Lei 
Terezoca (para que ele pudesse reconhecer a filha Tereza que teve fora do 
casamento): “é possível reconhecer filho fora do casamento quando ocorrer 
um desquite”). Separação à época chamava-se desquite. 
Família na CF/88 – arts. 226 a 230 – Características: Igualdade entre 
homem e mulher. Crítica: “direitos e deveres do homem” e “direitos e 
deveres da mulher”, posteriormente, na atual Constituição, “direitos e 
deveres dos cônjuges”; Igualdade entre os filhos (art. 227, §6º) § 6º - Os 
filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os 
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação; Ampliação do conceito de família na 
Constituição. Até a Constituição só tínhamos um tipo de família, o 
casamento. Atualmente, o casamento continua sendo uma entidade familiar 
(art. 226, §1º e §2º). Todavia, o casamento deixou de ser sinônimo de família 
e passou a ser uma espécie de família. Hoje, além da família como entidade 
familiar, temos também a União Estável (§3º) e a família Monoparental (§4º 
monoparental: qualquer dos pais com os filhos). 
Obs.: STF, decisão sobre uma penhora: duas irmãs são sim uma família, 
uma família anaparental (falta dos pais) e, sendo uma família, têm a 
proteção do Estado. Obs.: Doutrina e Jurisprudência – Elementos comuns 
às várias entidades familiares: Afetividade; Publicidade, 
Estabilidade. Observando a existência desses três elementos, podemos 
afirmar que estamos diante de uma família. E, a partir da observância 
desses três elementos hoje já é possível reconhecer a família anaparental 
assim como a união estável homoafetiva. A partir da decisão sobre a união 
estável homoafetiva do STF, o STJ deu um passo a mais e o casamento 
homoafetivo também começou a ser reconhecido. O casamento é civil e o 
Estado é laico, portanto, não há o que argumentar sobre religião. Ainda, um 
Estado Democrático de Direito existe não só para reconhecer a vontade da 
maioria, mas também para reconhecer diferentes projetos de vida, 
inclusive, da minoria. Obs.: E as famílias paralelas? Como sabemos, algumas 
pessoas abrem mão da monogamia. Hoje em dia monogamia seria um 
princípio ou um valor? O Rio Grande do Sul já reconhece a família paralela 
(triação) e em MG a desembargadora Maria Elza reconheceu uma família 
paralela para a partilha dos bens. E as famílias recompostas/reconstituídas? 
Filhos do pai morando com sua nova esposa e com os filhos dela e vice 
versa. Aqui não há vinculação jurídica de parentesco entre eles, mesmo que 
para eles exista esse sentimento. Hoje, no BR, temos uma decisão favorável 
sobre multiparidade. Às vezes a realidade impõe isso e porque o direito não 
se adéqua a essa realidade? Obs.: E o indivíduo solitário? Teoria do 
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patrimônio mínimo: Direito a moradia - art. 6 da CF. Decisão sobre penhora: 
“não faz sentido proteger o indivíduo que vive em grupo e abandonar 
aquele que sofre o mais doloroso dos sentimentos: a solidão”. Ou seja, o 
solitário não representa uma família, mas ele merece receber, também, a 
proteção jurídica dada à família. Como exemplo, o direito de bens de família.
Família Pós CF/88 – Características: Igualdade, Liberdade e 
Democracia. Emenda 66/2010 refletindo sobre a ideia de liberdade no 
casamento. A liberdade que se tem na constituição do casamento, deve ser 
a mesma na desconstituição (emenda do divórcio). Ora, o padre não 
pergunta ao casal, na hora do “sim”, o motivo que os fizeram propor o 
matrimonio e, portanto, assim deveria ser no término. Hoje em dia estamos 
diante de uma família democrática, uma família dialógica. Não estamos 
inseridos mais numa família em que as vontades de um são impostas aos 
demais. Por óbvio, ainda é recorrente tal situação, todavia, de uma forma 
geral, essa não é mais uma característica da família atual. A família atual 
também é plural, comporta várias “espécies”. E, inclusive, não há 
hierarquia entre as famílias, todas merecem a mesma proteção do Estado. 
Também é funcionalizada: Livre desenvolvimento da personalidade de 
cada um dos seus membros. Visando a dignidade da pessoa humana, o ser 
em primeiro lugar. A família é, ainda, lugar privilegiado para a busca da 
felicidade e para o desenvolvimento da personalidade de cada um de seus 
membros, daí a ideia de família Eudemonista. 
Das Relações de Parentesco: 1591 a 1595, CC. Importância. 
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para 
com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o 
quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem 
uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de 
consanguinidade ou outra origem.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número 
de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos 
parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro 
parente.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro 
pelo vínculo da afinidade. § 1º O parentesco por afinidade limita-se aos 
ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. § 
2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do 
casamento ou da união estável.
Relações familiares:
 Vínculo Conjugal ou União Estável.
 Parentesco Natural (consanguíneo) ou Civil (adoção, reprodução 
assistida). Na reprodução assistida, juridicamente, existe parentesco. 
Obs.: Impotência “generandi” é a impotência para gerar, já a 
impotência “coeunde” é a impotência instrumental. Obs.: E o filho 
tem direito à origem genética? Essa é uma discussão pertinente nos 
dias de hoje.
 Vínculo de afinidade. Afinidade: “Você é a fim de sua sogra? Sim”. 
Estamos diante de um vínculo entre o cônjuge e os parentes do outro 
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cônjuge. O vinculo de afinidade é capaz de gerar direito e deveres? 
Para saber é preciso fazer o cálculo do grau de parentesco/grau de 
afinidade.
Graus de Parentesco: 
Linha reta: Bisavô – Avô – Pai – Fernando – Filho – Neto – Bisneto (3º grau 
na linha reta). Parentesco na linha reta não tem limite. O limite será a 
própria natureza (dificilmente existirá mais de 5º gerações). Informações 
importantes para o assunto das Sucessões. Essas informações têm reflexo 
para o direito das sucessões porque lá existe uma ordem hereditária. No 
Brasil, os ascendentes só recebem na falta dos descendentes. Por isso é 
importante o indivíduo fazer um testamento (para que seus pais, por 
exemplo, sejam contemplados com seus bens). Todavia, o testamento não é 
muito utilizado pela dificuldade que as pessoas têm em falar/pensar sobre a 
morte. E, mesmo se fazendo um testamento, o indivíduo X não poderá 
deixar 100% de sua herança aos pais. Os filhos e netos são herdeiros 
necessários e, portanto,devem ser contemplados na distribuição da 
herança. Linha colateral, transversal ou obliqua: Raquel (filha de 
Fernando) – Fernando / Pai \ Rafael – Amanda (filha de Rafael). 
Obs.: Entre irmãos não há de se falar em linha reta. Obs.: A linha colateral 
tem limite: o 4º grau (os primos). Obs.: A cada ligação deve-se contar 
um grau. Obs.: Quando meu irmão tem um filho, ele é meu sobrinho. 
Quando esse sobrinho tem um filho, o filho dele será meu sobrinho neto. 
Tio-avô (eu) / Pai (Bisavô) \ Irmão – Sobrinho – Sobrinho-neto (4º grau na 
linha colateral). Dessa forma, o sobrinho neto poderá participar da sucessão 
patrimonial. Obs.: Parentesco na linha colateral de primeiro grau não existe. 
O mais próximo é o irmão, que é 2º grau na linha colateral. Obs.: A linha 
reta tem preferência no momento da sucessão.
Graus de Afinidade: 
Fernando é casado com Isabela. Para saber o grau de afinidade entre 
Fernando e os familiares de Isabela, deve-se “esquecer” o Fernando e 
pensar no grau de parentesco entre Isabela e a mãe dela: 1º grau na linha 
reta. Grau de parentesco entre Isabela e a filha dela: 1º grau da linha reta. 
Entre Isabela e a irmã dela: 2º grau na linha colateral. Assim, Fernando tem 
o mesmo grau de afinidade que Isabela tem com sua mãe, com sua filha e 
com sua irmã. Obs.: Art. 1595, §2º – A afinidade da linha reta é para o resto 
da vida. Fernando terá ex-mulher, mas continuará tendo sogra e enteada. 
Por outro lado, a cunhada será sua ex-cunhada já que em linha colateral a 
afinidade não é permanente. Obs.: Art. 1521, II – Não podem casar: Os afins 
em linha reta. Regra de cunho moral, já que um casamento como esse 
geraria uma instabilidade naquela família. Obs.: Em regra, quem é impedido 
para o casamento também está impedido para a União Estável.
Obs.: O vinculo de afinidade não gera direitos acessórios, direitos de 
sucessão, direitos à alimentação, direitos previdenciários. O vinculo de 
afinidade serve para gerar impedimentos. Todavia, é melhor não afirmar que 
ele não gera nenhum direito. Exemplo: No caso de um militar, na morte de 
sua sogra ele poderá faltar 05 dias.
Obs.: Casamento – mudança/acréscimo de sobrenome do cônjuge: Nosso 
ordenamento jurídico sempre autorizou acrescer. Todavia, o que ocorre na 
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maioria das vezes é a retirada de algum nome para que não fique muito 
extenso. E, em caso de divórcio, compete a cada um a retirada ou não do 
sobrenome acrescido por se tratar de direito da personalidade. Guarda é 
diferente de poder familiar.
Obs.: Grau de parentesco entre tio e sobrinho: Tio – Pai (avô) – Irmão – 
Sobrinho: terceiro grau linha colateral. Entre irmãos: Lucas – Pai – Rafael: 
segundo grau linha colateral. Primos: Bruna – Mãe – Avó – Tia – Júlia: quarto 
grau linha colateral. Obs.: O Colateral mais próximo é o irmão.
Obs.: Parentesco igual ou desigual – Se a distância que separa um 
parente ate o ascendente em comum for a mesma que a distância que 
separa o outro parente até o ascendente em comum estamos diante de um 
parentesco igual. Caso contrário, estaremos diante de um parentesco 
desigual. Exemplo – Igual: Irmãos. Desigual: tio e sobrinho.
Obs.: Não há obrigação alimentar entre tio e sobrinho (posicionamento do 
STJ). Obrigação alimentar na linha colateral só vai até o segundo grau (só 
vai até os irmãos). Irmão germano ou bilateral pai e mãe em comum. O 
unilateral, por sua vez, só tem o pai ou a mãe em comum. 
Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições 
estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o 
quarto grau. Obs.: Enquanto as obrigações alimentícias na linha colateral só 
vão até o segundo grau, os direitos acessórios na linha colateral vão até o 
quarto grau. Crítica: O sobrinho não conseguiria pedir na justiça o 
cumprimento de obrigações alimentícias pelo seu tio, já que obrigação 
alimentar na linha colateral só vai até o segundo grau. Todavia, se o 
sobrinho morrer o tio terá direito a participar da sucessão de seus bens.
IBDFAM.ORG.BR
Obs.: A Lei Clodovil – Lei 6015/73 – alterou o art. 57, §8º. Adoção de 
sobrenome (do padrasto). 
Casamento: 
Natureza jurídica: Caio Mário SP e SR – Contratualistas: Casamento 
como contrato: Se não há vontade não há casamento. Daí a ideia de um 
contrato. Maria Helena Diniz e WBM – Institucionalistas: Casamento como 
instituição: Não admite contrato entre as partes. FT/FS e EOL – Teoria 
mista, híbrida ou eclética – Conciliação das duas teorias anteriores: 
Casamento seria um contrato em sua formação (já que a vontade é 
fundamental para a sua formação) e o seu conteúdo é de instituição 
(normas pré-estabelecidas pelo Estado que não admite contrato entre as 
partes). Todavia, essa teoria mista é considerada inadequada. O casamento 
com seu conteúdo de instituição estaria limitando a vontade dos cônjuges, 
estaríamos diante do Estado interferindo na relação privada do instituto do 
casamento. Por isso o art. 1566, CC começa a ser questionado e fica difícil 
defendermos, hoje, o casamento como instituição. A preocupação hoje é 
com o ser e não com o ter. Portanto, vem prevalecendo a ideia da natureza 
jurídica do casamento como um contrato. E, ainda, somando à ideia de 
intervenção mínima do Estado.
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Características: Ato personalíssimo – Doutrina majoritária vai afirmar 
que o casamento é ato personalíssimo. Analisando melhor: Ato do 
casamento x vínculo constituído a partir desse ato: Ora, com procuração é 
possível celebrar casamento. Com 16 anos também já é possível celebrar 
casamento, todavia, se faz necessário a presença dos pais. Assim, será 
mesmo que o casamento é um ato personalíssimo? Já o testamento não 
admite assistência, não admite representação, ou seja, o testamento sim é 
ato verdadeiramente personalíssimo. Agora, os direitos e deveres criados a 
partir da constituição do casamento são personalíssimos. Liberdade – 
Liberdade na escolha, na constituição e na desconstituição do casamento. 
Diversidade de sexos (transexual) – ADI 4277: Supremo admitiu a união 
estável homoafetiva. Argumentos para o casamento homoafetivo §3º, 226 
CF/88 + Estado é laico e o casamento é civil. Antigamente, a preocupação 
era com a procriação da espécie. Há muito tempo você consegue procriar 
sem casamento e sem sexualidade: Reprodução assistida. Baseando-se 
nesses argumentos o STJ admitiu um casamento homoafetivo – Recurso 
Especial 1.183.378 Rio Grande do Sul. Obs.: Decisão recente. Por isso 
muitos manuais ainda colocam como característica do casamento a 
diversidade de sexos. União permanente – Tem como estabelecer um 
casamento com prazo determinado? Não há como determinar um prazo 
para o término do casamento. Todavia, o mesmo pode terminar, 
naturalmente, a qualquer tempo. 
União exclusiva – P. da Monogamia ou valor? Crime de Bigamia. 
Dissolubilidade – Divórcio é um direito potestativo e, portanto, não 
depende da colaboração da outra parte. Solene – Casamento é ato solene. 
Testemunhas, leitura da forma fundamental, portas abertas. Tão solene 
quanto, somente o testamento. É possível casamento pulando de 
paraquedas, casamento debaixo d’água? Não. Ou será celebrado depois ou 
já foi antes. Nesses casos, é encenação já que o casamento é algo solene. E 
casamento por vídeo conferência? Também não é possível. Quem garante 
que o noivo, por exemplo, não está sendo coagido do outro lado? É isso que 
busca a solenidade: a livre manifestação da vontade. Agora, se ao lado da 
noiva estiver um procurador, será um casamentopor procuração e assim 
será válido. 
Transexual x travesti x homossexual: Classificação internacional das 
“doenças” – homossexualismo saiu dessa classificação. O homossexual está 
satisfeito com o seu sexo, ele apenas gosta do mesmo sexo. O transexual, 
por sua vez, se sente no corpo errado, por isso busca a cirurgia de mudança 
de sexo. Questão psíquica. Considerada uma síndrome. Na época em que 
não era admitida a cirurgia observou-se um alto índice de suicídios e 
automutilações. Já o travesti se veste como mulher em algumas ocasiões e 
não busca a cirurgia. É, também, uma questão psíquica. Resolução do 
Conselho Federal de Medicina 1955/2010 – Para ser submetido à cirurgia de 
mudança de sexo, o paciente será acompanhado durante 02 anos por uma 
equipe multi disciplinar. Após 02 anos, constatada a síndrome, é feita a 
cirurgia. Bancada pelo SUS. Todavia, aquele que busca a cirurgia busca 
também o pré-nome e o sexo no seu registro civil. Questão polêmica. Pode 
colocar em risco terceiro de boa-fé. Questão de prova: X casou-se com Y 
sem saber que a mesma fez mudança de sexo, já que ela, além de não 
contar a verdade, mudou o sexo e o seu pré-nome. Assim, com a 
constituição do casamento, X descobre e não fica satisfeito. O casamento, 
nesse caso, seria inexistente, nulo ou anulável? Inexistente não seria 
possível, pois houve a diversidade de sexos. Seria anulável, erro essencial 
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contra a pessoa do outro cônjuge. A melhor solução seria autorizar a 
mudança de nome e de sexo, e conter no registro que ocorreu uma 
mudança de pré-nome e de sexo. Assim, a pessoa não seria prejudicada 
(apesar de que para alguns isso é visto como descriminação) já que o seu 
RG não apresenta o sexo, então, no dia-a-dia a pessoa poderia usar o RG 
sem receio algum. Recurso Especial 737. 993/MG. Recurso Especial 100 
8398/SP.
Finalidades: art. 1511 e art. 1513 CC – Livre desenvolvimento de cada um 
de seus membros.
Esponsais: Não existe mais essa figura no Código Civil, todavia, existe 
socialmente figura muito próxima aos Esponsais. No Reino os Esponsais 
eram uma promessa formal de casamento. Exemplo: Marcelo pede Bruna 
em casamento e os dois marcam a data do casamento. Bruna, então, 
compra os convites, encomenda o vestido, começa os preparativos para a 
festa quando Marcelo confessa a ela sua vontade de não mais casar. 
Caberiam, nesse caso, danos morais? No caso de dano patrimonial, 
sabemos que existiria já que Bruna gastou dinheiro com os preparativos. 
Entretanto, não caberiam danos morais já que não casar é um direito de 
Marcelo. Mesmo deixando Bruna na expectativa, não caberiam danos 
morais. O melhor a se fazer, então, seria Marcelo se casar e, logo após, se 
divorciar. Já que não há prazo para o divórcio. E, casando, Marcelo não terá 
que pagar nem os danos patrimoniais. Obs.: O mesmo ocorre com os 
presentes. Doação sob condição suspensiva, art. 546. Os presentes 
dados aos noivos devem ser devolvidos se o casamento não acontecer.
Seria justo Marcelo responder pela prática de um ato lícito, que é o direito 
de não casar? Não. Se Marcelo, todavia, na data do casamento, fala-se em 
público que não queria se casar com Bruna a deixando-a totalmente 
arrasada e sem graça caberiam sim danos morais. Baseando-se no art. 186, 
exercício abusivo do direito. Marcelo estaria exercendo seu direito, mas de 
maneira abusiva. Estaria expondo o outro de forma abusiva.
Casamento civil e religioso: 1515 e 1516 CC – Antigamente casamento 
era celebrado apenas pela Igreja, a partir da separação da Igreja e do 
Estado o casamento passou a ser Civil. Todavia, não se conseguiu distanciar 
totalmente a igreja das celebrações de casamento já que a própria 
sociedade não tolerou isso. A partir da Constituição de 88 desde que 
preenchidos os requisitos o casamento religioso poderá ter os mesmo 
efeitos do casamento civil (art. 226, §1º e §2º, CF/88), mas, entretanto, 
devemos ter em mente que o casamento é civil. Duas hipóteses de 
casamento religioso produzindo efeitos de casamento civil: 1ª hipótese: 
Casal pega a certidão, leva para o ministro religioso e, no prazo de 90 dias, 
é feita a celebração religiosa, sem a participação do Estado. Após a 
celebração, têm o mesmo prazo para que a certidão retorne para o cartório 
para que seja feito o registro. Aqui, tem-se apenas uma celebração: a 
celebração religiosa com o registro. A partir da celebração do casamento já 
se pode dizer que o casal está casado. E não, todavia, a partir do registro. O 
registro, portanto, não tem natureza constitutiva, mas tão somente 
declaratória. 2ª hipótese: Raquel e João celebraram casamento em 1960. 
Celebraram, por óbvio, na igreja. Agora, em 2012 pergunta-se para Raquel 
qual o estado civil? E em qual cartório foi celebrado o casamento? Raquel 
diz ser casada. E diz que não havia cartório naquela época, assim, perante o 
Estado é solteira, não há casamento. Pode-se falar em uma União Estável. A 
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qualquer tempo eles podem pedir que esse casamento religioso produza os 
mesmo efeitos de um casamento civil. Assim, não havendo impedimento 
matrimonial entre Raquel e João, considerar-se-ão Raquel e João casados a 
partir de 1960, ou seja, a partir da data da celebração. Obs.: O pedido deve 
ser formulado por ambos. E se o casamento tivesse sido celebrado em um 
terreiro de candomblé? Tribunal de Justiça da Bahia.
Capacidade para o casamento: art. 1517 a art. 1520 – Idade núbil, hoje, 
é de 16 anos para homens e mulheres. No Código de 16 a idade núbil era de 
16 para a mulher e de 18 para o homem. A doutrina majoritária, entretanto, 
tratava essa questão como inconstitucional em relação à igualdade entre 
homens e mulheres. Assim, o legislador, perante a atual constituição, 
alterou a idade núbil de 16 anos para ambos. Entretanto, até os 18 anos os 
dois são relativamente incapazes. Assim, pode-se realizar casamento com 
16 anos, mas depende de assistência dos pais ou de um tutor 
(representante). E ainda que os pais não autorizem o casamento é possível 
celebrar o casamento a partir do Suprimento judicial – juiz verificará se o 
suprimento dos pais é justo ou não. Entretanto, obrigatoriamente, o regime 
de bens será separação legal, obrigatória de bens. Os pais poderiam 
reclamar na justiça, todavia, até o Tribunal se manifestar o relativamente 
incapaz já terá atingido a idade de 18 anos. Por isso, hoje em dia isso é 
quase que irrelevante. E o emancipado? Pode celebrar casamento? O 
posicionamento majoritário diz que o emancipado não necessita da 
autorização dos pais para a celebração de casamento. Entretanto, o critério 
idade continua sendo critério para certas atividades e a capacidade civil 
trazida pela emancipação não é válida para esses casos. Por isso, com 16 
anos, mesmo emancipada, não poderá comprar um cigarro e muito menos 
tirar carteira. Obs.: É possível o casamento válido abaixo da idade núbil: O 
art. 1520 nos apresenta duas hipóteses, todavia, apenas uma continua em 
vigor já que em 2005 ocorreu uma mudança no Código Penal que alterou os 
crimes contra os costumes. Não é mais hipótese de extinção de 
punibilidade. Assim, somente o casamento em caso de gravidez ainda é 
válido. Verificar art. 107 do Código Penal. Obs.: Não responde 
criminalmente. A responsabilidade criminal é somente a partir de 18 anos, 
de acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente. Agora, civilmente, ela 
responderá. O casamento emancipa. E, uma vez emancipada, continua 
emancipada mesmoapós o divórcio. Logo, casamento por si só emancipa. 
Emancipação voluntária (a partir dos 16 anos) x emancipação legal. Art. 5º, 
p. único, Código Civil. 
Impedimentos matrimoniais: art. 1521 e art. 1522.
Causas suspensivas: art. 1523 e art. 1524.
Disposições Gerais
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na 
igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, 
interferir na comunhão de vida instituída pela família.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a 
mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo 
conjugal, e o juiz os declara casados.
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a 
validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no 
registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
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Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos 
requisitos exigidos para o casamento civil. § 1º O registro civil do casamento 
religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, 
mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa 
de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a 
habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro 
dependerá de nova habilitação. § 2º O casamento religioso, celebrado sem 
as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento 
do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia 
habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 
1.532. § 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, 
qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
Da Capacidade Para o Casamento
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, 
exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, 
enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único - Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto 
no parágrafo único do art. 1.631.
Art. 1.518. Até à celebração do casamento podem os pais, tutores ou 
curadores revogar a autorização.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser 
suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda 
não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou 
cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
 Verificar art. 107 do Código Penal.
Dos Impedimentos
Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, 
seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante 
com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro 
grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas 
casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou 
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
II – Os afins em linha reta. Afins em linha reta – É o vinculo existente entre 
um cônjuge e os parentes do outro cônjuge. Amanda e Daniel se separam. 
Amanda não pode se casar com o pai de Daniel e nem com o filho de 
Daniel. Todavia, após a morte de Daniel ou o divórcio (fim do casamento) 
Amanda pode se casar com o irmão de Daniel. Obs.: E a filha de Amanda 
pode-se casar com o filho de Daniel? Sim, já que afinidade não gera 
afinidade. Entretanto, se ocorrer adoção unilateral, agora os dois (filho de 
Amanda e filho de Daniel) passam a ser irmãos, então, a partir da adoção os 
dois não poderiam se casar.
Inciso III – Daniel adotou Fred. Fred é casado com Amanda. Amanda não 
pode se casar com Daniel. Por óbvio, por se tratar, novamente, de afins em 
linha reta.
Casamento entre tio e sobrinha é casamento nulo. Todavia, num segundo 
momento é possível. Desde que preencha os requistos (exemplo exame 
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médico de risco de descendência). Casamento avuncular: deve-se passar 
por uma junta ética. Decreto Lei 3200/41. 
V – Adotado com o filho do adotante: São irmãos.
VII – Felipe mata o marido de Bruna para que a mesma fique viúva e eles 
possam se casar. O legislador, entretanto, deixou expresso no inciso VII que 
esse casamento não poderá ocorrer, e, caso ocorra, será nulo. Entretanto, o 
impedimento é em caso de homicídio doloso. Ou seja, para aquela 
pessoa que voluntariamente tirou a vida do outro com a intenção de se 
casar com o outro conjugue, já que o casamento só termina com o divórcio 
ou com a morte. E no exemplo dado, ambos estavam felizes e não tinham 
intenção alguma de se separar. 
Caso ocorra um homicídio culposo, ou seja, X atropela Y sem a intenção de 
acabar com sua vida e, muito menos, sem a intenção de se casar com sua 
mulher e X acaba por se aproximar da viúva (serviços prestados, 
telefonemas para saber se a mesma está bem, está precisando de algo), 
aqui pode ser possível o casamento.
Obs.: Em regra quem é impedido para o casamento, também é impedido 
para a união estável. Obs.: Casamento putativo – irmão que se casam, de 
boa-fé, sem saber que são irmãos.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da 
celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Parágrafo único - Se 
o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum 
impedimento, será obrigado a declará-lo.
Os impedimentos são defeitos graves – “não podem”. As causas 
suspensivas são defeitos leves –“não devem”. Se o casamento se 
realiza sem respeitar o impedimento matrimonial é casamento nulo. Se o 
casamento desrespeitar as causas suspensivas é casamento válido. As 
causas suspensivas não anulam o casamento. Apenas terão a separação 
obrigatória de bens. Obs.: Os impedimentos ora são por questão biologia, 
ora por questão moral. 
Das Causas Suspensivas
Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do 
cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der 
partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez 
por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da 
viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto 
não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o 
tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados 
ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a 
tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
Parágrafo único - É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes 
sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste 
artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o 
herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso 
do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de 
gravidez, na fluência do prazo.
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Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser 
arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam 
consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também 
consanguíneos ou afins.
As causas suspensivas são estabelecidas ora para evitar confusão de 
sangue, ora para evitar confusão patrimonial. Exemplo: Amanda era casada 
com Daniel. Daniel morre e, poucos dias depois, Amanda se apaixona por 
Fred. Todavia, os dois devem esperar 10 meses para se casar. Para que não 
ocorra confusão na hora de saber quem é o pai. O falecido ou o novo 
marido?Hoje em dia, todavia, existem exames que ajudam a resolver essa 
questão. Exemplo: Daniel celebra casamento com Maria e leva consigo o 
patrimônio que não era só dele e sim dele e de Amanda. Há, aqui, risco de 
confusão patrimonial. O casamento é válido, entretanto, com separação 
total de bens: Inciso III.
Obs.: Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é 
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de 
valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Obs.: A capacidade testamentária ativa a idade é a mesma para o 
casamento (16 anos) e entre 16 e 18 anos não depende de assistência. 
Testamento é ato verdadeiramente personalíssimo. Embora a idade seja a 
mesma há essa diferença.
Processo de habilitação – art. 1525 em diante.
Publica-se no jornal e fica fixado no cartório durante 15 dias. O novo código 
civil introduziu uma mudança o processo de habilitação vai para o MP e 
depois para o juiz homologar. De 2003 até 2009. Agora, no art. 1526 isso foi 
alterado. Se alguém questionar será mandado ao juiz, senão será resolvido 
no cartório mesmo. E, se o promotor não quiser manifestar ele não precisa 
participar do processo de habilitação do casamento, já que o MP é 
independente. Portanto, manda-se ao MP (já que a lei exige) sabendo que 
ele não irá se manifestar e, assim, o MP devolve sem manifestação. Hoje, 
então, o MP não se manifesta mais para habilitação do casamento. Obs.: 
Isso ocorre na prática. Todavia, segundo a legislação deve-se passar pelo 
MP, é uma exigência. Obs.: Somente para o juiz que não se deve mandar 
mais.
Celebração do casamento – art. 1533:
Em caso de moléstia grave pode ser feito no hospital. Fora isso é o 
celebrante que define o local, dia e horário. 
Art. 1529.
Para o casamento pode-se ter duas, quatro ou seis testemunhas. E Podem 
ser parentes (exceto no casamento nuncupativo).
Casamento nuncupativo – art. 1540 e art. 1541: Necessita-se de seis 
testemunhas e as mesmas não podem ter parentesco na linha reta nem na 
linha colateral no segundo grau. A princípio, esse casamento pode ser 
celebrado apenas com um dos cônjuges com risco eminente de vida e 06 
testemunhas. Posteriormente, o juiz de oficio analisará se existem 
impedimentos matrimoniais. Não havendo impedimentos o casamento será 
formalizado (o casamento, todavia, ocorreu desde a data da 
celebração). Esse casamento, portanto, apresenta grande risco de fraude, 
já que o mesmo pode ser às pressas. O casamento nuncupativo é uma 
exceção, portanto, se faz necessário, imprescindivelmente, 06 testemunhas 
presentes (caso de inexistência de casamento).
Casamento em caso de moléstia grave – art. 1539. Aqui se tem 
habilitação e a presença do Estado para que ocorra o casamento. Dá tempo 
de ter a celebração e a habilitação. Pode-se, inclusive, celebrar o casamento 
no hospital. Diferentemente do casamento nuncupativo que nem isso dá 
tempo. É tudo às pressas.
Casamento por procuração – art. 1542. Quem geralmente celebra 
casamento por procuração? Isso era muito comum antigamente. Poucas 
pessoas celebram, hoje, casamento por procuração. É o caso do preso. Se o 
juiz não autorizar sua saída ele pode celebrar casamento por procuração. E 
também é o caso de pessoas que estão fora do país, e podem, inclusive, 
celebrar o casamento no consulado de seu país (não precisa, então, estarem 
em seu próprio país). Não vale procuração por instrumento particular. E a 
procuração tem que ser com poderes especiais, específicos. Deve ser feita, 
ainda, por escritura pública. Ou seja, deve ser feita perante um tabelião. E 
essa procuração tem um prazo, prazo de 90 dias. Se o casamento não for 
feito no prazo de 90 dias, deve-se fazer uma nova procuração com prazo de 
90 dias. Obs.: Duas pessoas podem celebrar casamento em que os dois 
lançam mão do uso da procuração? A corrente majoritária diz que sim, mas 
cada um deve ter o seu procurador. Para que não ocorra conflito de 
interesses.
Obs.: Testamento, no Brasil, deve ser escrito. Existe uma única hipótese 
para que ocorra testamento oral. A exceção é para o militar que está em 
combate ou ferido. Assim, ele pode manifestar sua vontade para duas 
testemunhas, o que, também, pode-se configurar como um grande risco de 
fraude.
Casamento inexistente – Não encontramos casamento inexistente no CC, 
ele é criação da doutrina e jurisprudência. Três hipóteses de casamento 
inexistente: 1ª Identidade de sexos (?). Para a doutrina tradicional, 
casamento entre pessoas do mesmo sexo seria um “nada jurídico”. Não 
teria como produzir efeito jurídico. 2ª Falta de celebração. Casamento 
celebrado no fundo do mar, declaração de inexistência. 3ª Ausência total 
de consentimento. Diferente de consentimento viciado (sob coação, por 
exemplo, seria anulável). Exemplo de casamento com ausência total de 
consentimento: Aproveitamento de documentos roubados ou perdidos.
As três hipóteses acima ficaram sem regulamentação já que não 
existe nulidade virtual, somente nulidade textual. Por isso criou-se 
a teoria do casamento inexistente.
Casamento nulo – art. 1548 e art. 1549: Casamento nulo não tem prazo 
para requerer nulidade. Casamento nulo é casamento que desrespeita 
impedimento matrimonial: 1º hipótese – Parentes: Avô casou-se com a 
própria neta. O irmão casou-se com a irmã. A sogra casou-se com o genro. 
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2º hipótese – Enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos 
da vida social (absolutamente incapaz). Os impedimentos geram 
nulidade do casamento.
Obs.: Portador de Síndrome de Down pode celebrar casamento? Depende. 
Depende do grau de incapacidade dessa pessoa.
Casamento anulável – art. 1550: Casamento anulável tem prazo para 
requerer nulidade. Art. 1550: “... por falta de idade, casamento será sempre 
anulável”. Exemplo: Casou-se bêbado. Hipóteses: Erro essencial. A lei 
estabelece o que será considerado erro essencial, art. 1557, I, II, III e IV. I – 
Identidade (inclusive identidade social do cônjuge), honra e boa fama. Y 
descobriu que X é garoto de propaganda. Descobre-se um fato após o 
casamento. II – Descobriu que Fred é o maníaco do Parque, todavia, se 
descobrisse que Fred passou um cheque sem fundo, não se falaria em erro 
essencial. III – Defeito físico irremediável, doença grave transmissível. Dos 
tipos de impotência, somente a impotência coendi (instrumental), pode 
gerar anulação do casamento. A questão é como se provar isso? No 
passado, apresentava-se atestado anexo de virgindade. Hoje em dia isso é 
mais difícil. Câncer é doença grave, mas não é transmissível. HIV, por sua 
vez, ainda hoje é vista como grave e transmissível. IV – Doença mental 
grave manifestada após o casamento. Exemplo: Esquizofrenia. 
Coação. Por falta de idade casamento será sempre anulável, exceto em 
casos de gravidez. Também é anulável casamento realizado perante 
autoridade incompetente. A lei não especificou, mas para ser anulável a 
incompetência tem que ser em razão do lugar. Se for em razão da matéria, 
isso equivale à falta de celebração (hipótese de casamento inexistente). 
Casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro 
contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo 
coabitação entre os cônjuges. X morre antes do casamento: Casamento 
inexistente, quem garante que ele não iria revogar o mandato? Morto não 
demonstra vontade, e para o casamento isso é fundamental. Atenção ao art. 
689. O art. 689 trata de questões patrimoniais.
Obs.: No caso do inciso VI do art.1550, é anulável se for referente ao lugar. 
Caso seja referente à matéria, será casamento inexistente.
Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com 
estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este 
ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra 
causa.
 Somente para questões patrimoniais.
Obs.: O Padre pode celebrar casamento. Posteriormente, ele poderá ter 
problemas com a igreja. Com o Estado ele não terá nenhum problema, já 
que Padre não se enquadra em nenhuma hipótese de casamento 
inexistente, nulo ou anulável.
Obs.: Para a doação de órgãos morte é morte cerebral. Para qualquer outra 
situação morte é a ausência de sinais vitais, nesse caso pode-se abrir 
sucessão.
Obs.: Como regra, casamento tem efeitos ex tunc. Ou seja, retroage.
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Obs.: Plano da existência, da validade e da eficácia (produz efeitos ou não). 
A eficácia pode existir não só para os negócios válidos como também para 
os inválidos. Obs.: Em matéria de casamento quem pode querer 
nulidade? Os interessados e o MP. Juiz não decreta nulidade em 
matéria de casamento. Obs.: Casamento celebrado aos 12 anos sem 
autorização do juiz é anulável, já que em matéria de casamento não há 
nulidade virtual, somente nulidade textual. Significa que um 
casamento só será nulo ou anulável se existir previsão expressa em 
lei. Temos que trabalhar com o que está escrito no CC. No caso, art. 1550.
Divórcio x anulação do casamento – É muito mais simples, hoje, 
conseguir o divórcio do que pedir a anulação do casamento. “Excelência eu 
quero o divórcio”, pronto. “Excelência eu quero anulação porque X é garoto 
de programa”, deve-se provar. Os efeitos do divórcio serão diferentes dos 
efeitos da anulação. Em caso de divórcio o estado civil será 
divorciado. No caso de anulação, recupera-se o status anterior ao 
casamento. Se era divorciado, volta a ser divorciado. Se era solteiro, volta 
a ser solteiro. Por questões morais, sociais ou religiosas isso é muito 
importante para algumas pessoas. E, ainda, existe o aspecto patrimonial. 
Com a anulação pode-se ter um benefício patrimonial, 
diferentemente do divórcio. Ainda, se X anula o casamento não terá 
mais sogro e não existirá impedimento matrimonial. Obs.: Cuidado. 
Antes de se casar Mariana era divorciada, casou-se novamente e pediu a 
anulação deste último casamento. Seu estado civil voltará ao anterior, ou 
seja, ela será divorciada. O divórcio é certo, já para a anulação deve-
se provar a causa.
Três situações: 1ª Fred diz “sim”, Amanda não diz nada. Casamento 
Inexistente – Ausência total de consentimento. 2ª Doente mental – 
Casamento Nulo. 3ª Drogado ou bêbado – Manifestou vontade – Casamento 
Anulável.
Mariana e Fred se casaram em 2006. Estamos em 2012 e Débora levou 
Mariana para conhecer o clube das mulheres. Chegando lá Mariana viu que 
Fred participava do show e, inclusive, fazia programas. Nesse caso, mesmo 
ela descobrindo o fato após o casamento, ela não poderia pedir a 
anulação do casamento mais. Isso porque casamento anulável tem 
prazo para requerer nulidade. Art. 1560 – Prazo. 180 dias, 02 anos, 03 
anos e 04 anos. Prazo máximo é de 04 anos, que é o caso de coação.
Casamento putativo – art. 1561 a art. 1564: Casamento anulável ou nulo, 
que em respeito à boa-fé dos cônjuges produz seus efeitos de válido até o 
dia da sentença anulatória. Ou seja, efeitos, aqui, serão ex nunc (com 
benefícios).
Se as pessoas continuarem a viver sob o mesmo teto, a relação é 
caracterizada como concubinato (pois há impedimento). Nessa hipótese, 
não estaremos diante de um casamento, nem de união estável. Por isso 
será concubinato. Regra: Quem é impedido para o casamento, também é 
impedido para a união estável. União estável é entidade familiar, 
concubinato não é entidade familiar. 
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Exemplo: Fred e Amanda têm mais de 10 anos de casamento e o MP 
descobre que os dois são irmãos. Isso é hipótese de casamento nulo. E, 
sendo nulo, não há prazo para requerer nulidade. Assim, terá uma sentença 
declarando nulidade. E, como regra geral, os efeitos seriam ex tunc (sem 
benefícios). Todavia, como apagar os minuentes? Filhos, bens e etc. Por isso, 
em respeito à boa-fé de um ou ambos os cônjuges produzirá, nesse caso, 
efeitos ex nunc. Assim, até a sentença, o casamento produzirá efeitos de 
válido (para o cônjuge de boa-fé). Inclusive, participará da sucessão do 
cônjuge (em caso dele morrer antes da sentença deixando patrimônio). O 
casamento sempre produzirá efeitos de válido em relação aos filhos, mesmo 
ambos os cônjuges estando de má-fé. Entre os cônjuges, todavia, não será 
considerado o casamento para nenhum dos dois.
Exemplo: Fred (200 mil) casou-se com Amanda (300 mil). Regime universal 
de bens. Hipóteses:
Os dois de boa-fé: Aqui não faria diferença divórcio ou anulação. Fred e 
Amanda ficariam, cada qual, com 250 mil. Já que se trata de regime 
universal de bens. Em termos de patrimônio fará diferença nos dois casos 
abaixo – Os dois de má-fé: Fred ficará com seus 200 e Amanda com seus 
300. Um de boa-fé outro de má-fé: Para o que estava de boa-fé o casamento 
produzirá os efeitos de válido até a sentença, assim ele tem direito a 
metade do patrimônio do outro cônjuge. Ficaria então, por exemplo, Fred 
com 100 mil e Amanda com 400 (seus 300+100 mil de Fred).
Exemplo: No ato da celebração Fred não sabia que eles eram irmãos. Após o 
casamento, ele descobriu. Assim, considera-se Fred de boa-fé ou má-fé? Art. 
1561. § 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, 
os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. Assim, reclama-se 
boa-fé na celebração do casamento.
Exemplo: Fred, antes da sentença, morre e deixa patrimônio de 120 mil para 
ser inventariado. Amanda (de boa-fé) participa da sucessão. ...
Obs.: Anulação é gênero, utiliza-se tanto para nulidade quanto para 
anulabilidade. Pode a anulação ser por defeito grave (será hipótese 
de nulidade de casamento), ou por defeito leve (será hipótese de 
anulabilidade).
Como vimos, dependendo da hipótese de anulação de casamento, a pessoa 
pode ter um benefício patrimonial. Por isso, pode ser interessante, no caso 
concreto, ao invés de se pedir um divórcio, pedir a anulação de um 
casamento mesmo que este demore mais.
Prova do casamento: “Prove que você é casada”, é só levar a certidão do 
casamento. Perdeu a certidão, é só ir ao cartório e pedir 2ª via. O cartório 
pegou fogo/inundou, aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro, assim, a 
lei autoriza qualquer meio de prova. Somente na hipótese de 
impossibilidade de se adquirir o registro. Fora a certidão, qualquer outra 
prova é considerada prova supletória, já que é necessário provar a 
impossibilidade dita acima. 
Há, ainda, a posse de estado de casado – Três elementos: Nome, 
tratamento e fama. Foi isso que aconteceu no RJ, já que as pessoas 
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perderam tudo, inclusive, todos os documentos. Após 77 a adoção de nome 
passou a ser faculdade. Assim, o primeiro elemento, nome, não poderá ser 
usado nesses casos. Para isso existem os outros dois elementos. Obs.: Isso é 
admitido para casamentos celebrados no Brasil. Obs.: Para casamento no 
consulado brasileiro, os dois devem ser brasileiros. Se uma brasileira casa-
se com um Frances eles não poderão se casar no consulado brasileiro, eles 
se casarão de acordo com o regime Frances. Caso eles venham para o 
Brasil, eles terão que legalizar aquela certidão no consulado brasileiro.
Atenção: A prova do casamento não pode serconfundida com efeitos do 
casamento. Para saber quais os efeitos do casamento, aplica-se a lei do 
domicílio. Said tem cinco esposas em seu país. Aqui no Brasil, somente o 
seu primeiro casamento seria considerado válido. Os outros quatro seriam 
concubinato. A prova do casamento, por sua vez, ... se a lei Argentina for 
mais benéfica art. 5º CF/88.
Efeitos jurídicos: Sociais. Pessoais. Patrimoniais. 
Sociais – Estado civil, Emancipação, Presunção de paternidade e 
Instituição de família.
Obs.: União estável não gera estado civil. X compra o apartamento de 
Andreia sem saber que ela e Anderson têm uma união estável. Assim, X 
compra o apartamento e, posteriormente, Anderson descobre a venda, 
venda, inclusive, que ele não estava sabendo e muito menos concordou. 
Detalhe, o apartamento também era dele (união estável, 50% de cada um). 
Anderson pode requerer algo de X? Não. X não é obrigado a saber que 
Andreia e Anderson tinham uma união estável, já que Andreia, quando 
questionada, disse ser solteira.
Pessoais – Deveres de ambos os cônjuges. Questão ultrapassada, art. 
1566. Tinha importância grande quando admitíamos a discussão de culpa 
na dissolução do casamento. Hoje em dia isso não ocorre. E pede-se o 
divórcio direto. Igualdade entre os cônjuges. Só que no Processo Civil no 
art. 100 ainda há uma desigualdade entre marido e mulher. Mulher tem foro 
privilegiado para ajuizar ação. O foro, de forma geral, é o domicílio do réu. 
Ele já está sendo acionado, então, deve-se prevalecer o domicílio dele. Fica 
mais fácil dele se defender. Todavia, algumas pessoas terão um tratamento 
diferenciado por força de uma hipoeficiência. Exemplo: o alimentando tem 
foro privilegiado, já que ele está numa situação de necessidade. Outro 
exemplo é o caso da mulher, art. 100 CPC. Para muitos ainda há uma 
desigualdade social entre homens e mulheres, para outros a questão advém 
de um entendimento inconstitucional e deveria prevalecer a regra do 
domicilio do réu. E, ainda, há uma posição intermediária que analisará o 
caso concreto. Exemplo: A mulher é juíza de direito e o homem é dono de 
casa. Nesse caso, ele poderá ter o foro privilegiado.
Patrimoniais – Analisaremos cada um dos regimes de bens. Não existe 
casamento sem regime de bens. Em todo casamento necessariamente 
haverá um regime de bens. Temos quatro regimes tipificados no código.
Exemplo: Fred e Amanda irão se casar e Fred a deixa escolher o regime. Ela 
não gosta de nenhum dos regimes tipificados, ela pode, então, criar um 
regime próprio? Sim, de acordo com os princípios essa possibilidade existe. 
Ex.: Comunhão universal, mas não quero que a Fazenda Santa Izabel venha 
a se comunicar. Assim, não será comunhão universal pura, porque está se 
excluindo um bem, todavia, o regime será válido. Ex.: Apenas os bens 
imóveis irão se comunicar. Obs.: O que não se pode fazer é contrariar 
disposição absoluta de lei. Ex.: No nosso casamento, na hipótese de morte 
de um dos cônjuges, o sobrevivente herdará antes dos filhos. Inválido, 
contraria uma norma de ordem pública. Ex.: Em hipótese de divorcio não 
haverá pensão alimentícia. Inválido. Art. 1.655. É nula a convenção ou 
cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Obs.: Projeto estatuto das famílias a ideia é criar um microssistema das 
famílias. Com regras de direito material e processual. Assim, o direito de 
família “sairia” do CC. É, por enquanto, apenas projeto. 
Princípios: Variedade de regimes e liberdade na escolha de um dos 
regimes tipificados, como também liberdade na criação de um regime 
próprio: um regime híbrido. 
Pacto antenupcial: É negocio solene, e, por isso, obrigatoriamente deve 
ser feito por escritura publica (cartório de notas). Feito por instrumento 
particular é nulo. Assim, prevaleceria a comunhão parcial, já que por 
instrumento particular seria inválido.
No Brasil não existe prazo para que após a feitura do pacto nupcial o 
casamento se realize. Assim, podemos ter pacto nupcial válido, mas não 
eficaz já que o casamento não se concretizou. Art. 1.653. É nulo o pacto 
antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não 
lhe seguir o casamento. Obs.: O Código Civil Português apresenta o prazo 
de 01 ano para que o casamento seja feito após a feitura do pacto nupcial.
Exemplo: Com 16 anos pode-se fazer pacto nupcial? Antes do CC era 
possível sim. Se é autorizada para o casamento, quem pode mais pode 
menos. No CC, entretanto, prevaleceu a ideia de que ate o casamento a 
pessoa é relativamente incapaz. Necessita-se, então, de assistência já que o 
pacto é feito antes do casamento e só se emancipa após o casamento. Art. 
1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica 
condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de 
regime obrigatório de separação de bens.
Obs.: Para a produção de efeitos erga omnes (para todos) tem que 
levar para o cartório de imóveis. Inclusive, mesmo sem a existência de 
bem imóvel. Certidão atualizada – Quem comprar o imóvel saberá que X é 
casado com Y pelo regime tal. Ou seja, não é somente o pacto nupcial que 
produzirá efeitos erga omnes. Art. 1.657. As convenções antenupciais 
não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em 
livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos 
cônjuges.
Obs.: Pacto antenupcial é ato notarial (cartório de notas) já mudança de 
regime de bens é ato judicial.
Obs.: 26/12/1977 – Antes da lei do divórcio o casamento era de 
comunhão universal, se não houvesse pacto antenupcial. Após a lei 
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do divórcio, na ausência de pacto nupcial, o regime será de 
comunhão parcial. Ou seja, hoje, o regime de comunhão parcial de bens é 
automático. Para os outros regimes necessita-se de documento.
Obs.: Faz parte de nossa cultura fazer pacto antenupcial? Não, raramente o 
Brasileiro comum faz.
Mutabilidade: Mutabilidade do regime de bens na constância do 
casamento. Antes de 2002 o regime era imutável. Uma vez escolhido o 
regime de bens, após 05 anos de casamento, por exemplo, pode-se mudar o 
regime? Até o novo código civil não era possível. Os argumentos eram dois: 
A) Um cônjuge poderia influenciar o outro, uma vez conseguida a mudança 
de regime pegaria o patrimônio e pediria divórcio. B) Não se autoriza porque 
senão pode-se colocar em risco 3º de boa-fé que firmou negócio com os 
cônjuges. Apesar disso, o novo código civil autorizou a mudança de regime 
na constância do casamento. Todavia, alguns requisitos deverão ser 
cumpridos: - Não pode ser por litígio. - A mudança terá que ser feita com 
juiz. É ato judicial e o pacto é ato notarial. - O juiz de direito irá analisar as 
justificativas (pedido motivado). - O direito de terceiros é mantido. – §2º 
art. 1639: É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização 
judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência 
das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. Problemas: Se o 
juiz autorizou a mudança, a decisão produz efeitos ex tunc ou ex nunc? 
Depende de qual regime estarão saindo e para qual regime solicitarão a 
mudança. Exemplo: Pra ser comunhão universal deve-se retroagir, ou seja, 
ex tunc.
Celebraram casamento em 91. Em 96 procuraram um advogado querendo 
modificar o regime. Em 96, a resposta foi de que infelizmente não seria 
possível. Até 96, existia um pensamento sobre a imutabilidade do regime. 
Em 2012 retornam ao escritório já que pelo novo código civil é, agora, 
possível ocorrer a mudança. Eles, entretanto, não poderiam solicitar a 
mudança. Art. 2.039. O regime de bensnos casamentos celebrados na 
vigência do Código Civil anterior, Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916, é o 
por ele estabelecido. Todavia, isso não prevalece nos dias de hoje. O artigo, 
inclusive, não proíbe tal feito. Ou seja, em momento algum esse artigo 
impede a mudança. O art. 2.039 se preocupa, então, em deixar claro que as 
regras que devem ser aplicadas ao casamento devem ser aquelas vigentes 
à época que o casal firmou o casamento. Ex.: Divórcio. Em 2050 eles teriam 
que buscar o código anterior para analisar as regras previstas para o 
divórcio daquela época. Assim, tranquilamente pelo STJ pode-se solicitar 
mudança mesmo quem celebrou casamento na vigência do código anterior.
Regime de separação de bens:
Legal ou obrigatório: O regime legal está no art. 1641 do CC. Algumas 
pessoas não têm liberdade na escolha do regime. A lei impõe esse regime 
para determinadas pessoas. São três hipóteses: 1ª Para aqueles que 
necessitam de autorização judicial para celebrar casamento o 
regime será de separação obrigatória. 2ª Impedimento matrimonial, que 
é defeito grave, o casamento é nulo. Já quem realiza o casamento 
desrespeitando uma causa suspensiva, que é defeito leve, não invalida o 
casamento, assim, obrigatoriamente, será separação legal, separação 
obrigatória. A 3ª e ultima hipótese e a mais criticada pela doutrina é 
obrigatório, também, regime de separação legal, separação obrigatória no 
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casamento das pessoas com mais de 70 anos. Crítica: Quem falou que 
eles querem proteção? Eles têm plena consciência do que querem. Presumir 
incapacidade não é correto. Correto é presumir a capacidade. A 
incapacidade deve ser provada. Isso, presunção de incapacidade, não pode 
ser permitido em um Estado Democrático de Direito. Aos 70 anos pode ser 
Presidente da República e do Congresso Nacional, por exemplo. Pode-se 
fazer testamento. Assim, a doutrina discute a inconstitucionalidade dessa 
hipótese, tratando a mesma como discriminatória em razão da idade e 
incoerente. E até aumentando-se a idade, a doutrina continua afirmar se 
tratar de questão inconstitucional. Em um Estado de Direito isso não pode 
ocorrer. E mesmo as outras hipóteses são incoerentes: Se o juiz aceitou um 
casamento, aceitou a formação de uma nova família porque não deixar a 
pessoa escolher o regime? É por isso que no estatuto das famílias o regime 
legal não existiria.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - 
das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de 
todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Obs.: Quem celebra o casamento na separação legal depois pode 
solicitar a mudança do regime? STJ 2004~2005. O raciocínio que 
prevaleceu é de que seria possível se “cessada a causa que 
determinou a separação total dos bens”. Assim, o juiz poderá autorizar 
a mudança do regime. Exemplo: Raquel tinha 16 anos na época, agora ela já 
tem 21. Em 2010 o regime obrigatório era para o maior de 60 anos, 
posteriormente, com a revogação da lei e vigência da nova lei que 
estipulou, agora, a idade de 70 anos, X que tinha 62 anos (ou seja, não era 
maior de 70) poderia solicitar a mudança de regime. Isso porque a lei que 
estabelecia a idade foi revogada. 
A ideia é proteger o “incapaz” e não o patrimônio da família. Tanto é que o 
sujeito é livre para gastar seu dinheiro com o que quiser, inclusive sem se 
preocupar em deixar nada para os filhos.
Na prática, pela Súmula 377 STF, a chamada separação obrigatória 
é uma comunhão parcial: “No regime da separação legal de bens 
comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento”. 
Assim, o Supremo acabou transformando um regime que seria de 
separação total em comunhão parcial.
Porque o Supremo chegou a esse resultado: A mulher contribuiu e, mesmo 
assim, somente o marido ficar com os bens seria enriquecimento ilícito.
Obs.: Matrícula do imóvel.
Regime de separação de bens:
Convencional, art. 1687 e art. 1688: Convencional por livre e 
espontânea vontade. Sumula 377 é somente na separação legal, já que não 
foi o casal que escolheu. Aqui, todavia, a escolha foi livre e espontânea do 
casal. 
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Separação convencional. Fred com patrimônio de 800 mil (uma fazenda) e 
Raquel sem patrimônio. Fred sairia com os 800 (de sua fazenda) + 400 (da 
casa que ele comprou) e Raquel sairia com nada. O que pode ser pedido e 
conquistado é a pensão alimentícia alegando-se, por exemplo, que ficou 
combinado entre eles que Raquel não iria trabalhar e cuidaria da casa.
Todavia, o que pode acontecer é que Raquel transfira 200 mil para Fred 
comprar uma casa de 800 mil para os dois. Fred compra em seu nome, com 
600 mil seu e 200 de Raquel. Raquel contribuiu, então, com seus 200 mil, 
ela sai, assim, no divórcio, com o valor que entrou para comprar a casa (200 
mil), se não seria enriquecimento ilícito. Detalhe, o ônus da prova é da 
Raquel, já que o juiz irá entregar a casa para Fred (já que a casa está no 
nome dele).
Separação convencional. Fred com patrimônio de 800 mil (uma fazenda) e 
Raquel sem patrimônio. Caso Fred morra, Raquel não receberá nada como 
meeira. Eles não têm filhos, mas Fred tem três irmãos. O patrimônio (800 
mil) ficará para quem? Raquel, como visto, não será meeira, mas se tornará 
herdeira. Meação e sucessão são institutos diferentes. Apesar de o regime 
ser separação convencional, apesar de não ser meeira, poder-se-á receber 
alimentos e poder-se-á se tornar herdeira. Art. 1.838. Em falta de 
descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao 
cônjuge sobrevivente.
Vênia conjugal, art. 1647:
Obs.: Comunhão parcial – Levou para o casamento a fazenda. Caso Fred 
queira vender a fazenda ele deve ter a permissão de Raquel? Num eventual 
divórcio, a fazenda será só de Fred. Todavia, vênia conjugal é opção 
legislativa. Pelo novo código civil dos quatro regimes somente um dará 
absoluta liberdade para tal feito. Assim, basta adotá-lo que terá liberdade 
total para alienar ou gravar de ônus real bem imóvel. Esse regime é o da 
separação absoluta de bens, art. 1647. Nos demais regimes, então, é 
necessária a autorização do cônjuge. Outorga uxória = autorização da 
mulher. Outorga maridal = autorização do marido. Vêniaa conjugal 
= serve para os dois. A ideia da autorização é pela preocupação com a 
família, com a proteção dos bens da família.
Obs.: A separação convencional é uma separação absoluta. A 
separação legal é absoluta? Pela Súmula 377, não se considera 
separação absoluta.
Comunhão parcial de bens:
 Bens comunicáveis
 Bens incomunicáveis
Comunhão parcial. Fred levou para o casamento sua fazendo no valor de 
100 mil. Vende a fazenda e compra uma casa no valor de 100 mil. Divórcio. 
Fred sai com 100 e Raquel com nada. Ocorreu o que se denomina 
subrogação.
E se vendeu a fazenda por 100 e comprou casa por 150. Fred 100 +25 e 
Raquel 25. Isso para a prova do professor. Na prática, cada um sairia com 
75. Já que é difícil ele provar que um dia a casa foi comprada a partir de 
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uma fazenda. O fato de ele ter vendido a fazenda por 100 não quer dizer 
que ele utilizou os mesmos 100 para comprar a casa. “Esta casa está sendo 
adquiria a partir de um bem tal, com valor tal”. E Raquel assina. Nessa 
hipótese, Raquel não conseguiria alegar bem comum. Todavia, na prática, 
pouquíssimas pessoas fazem isso. Então 75 para cadaum.
Fred prédio 20 milhões. E vai guardando o que recebe a partir do aluguel do 
prédio que é só dele. Raquel sem nada. Comprou uma casa. No divórcio, 
metade da casa para o Fred e metade para Raquel. Bem particular não se 
comunica, mas os frutos se comunicam (aluguel é fruto civil). Fred é 
fazendeiro e na constância do casamento resolveu plantar café. No divórcio 
a fazenda continua sendo só dele, mas o café será dividido.
Fred levou para o casamento a casa. E o lote? Na constância do casamento 
ele fez a piscina, a churrasqueira e a quadra de tênis. O bem particular 
não se comunica, mas as benfeitorias realizadas no bem particular, 
na constância do casamento, se comunicam. Presume-se que houve 
participação dos dois na feitura das benfeitorias.
Levou a casa, mas na constância do casamento resolve fazer um puxadinho 
(não é benfeitoria é acessão). O puxadinho será dividido. Presunção de que 
foi feito pelo esforço de ambos. Ou seja, irá indenizá-la já que não se tem 
como separar a casa do puxadinho.
Comunhão parcial – Fred e Raquel casados à aproximadamente 15 anos. 
Mega sena acumulada. Fred joga na mega sena e ganha. Antes de receber o 
bem ele pediu a separação. Homologada a separação, Raquel começou a 
estranhar e investigou. Assim, foi dividido e Raquel ganhou 7,5 milhões, já 
que foi sorteado na constância do casamento e a aquisição do bilhete foi, 
também, na constância do casamento.
Cida Big Brother – Fato eventual. Se fosse provada a união estável, o rapaz 
receberia metade do prêmio. Ou seja, fato eventual se comunica.
A casa é de Fred. Raquel mobília. Raquel sai com metade dos móveis. 
Presunção absoluta.
Diferença entre comunhão parcial e comunhão universal. Rafael, 98 
anos, patrimônio de 120 milhões. Rafael só tem um filho, Fred. Fred é 
casado com Raquel. Raquel apanha de Fred todo dia, mas prefere esperar 
até o pai de Fred morrer para receber, também, o patrimônio de Rafael, pai 
de Fred. Todavia, na comunhão parcial o que cada cônjuge ganha a 
título gratuito não se comunica. Assim, Raquel sairia sem nada (apenas 
com os hematomas das surras que levou calada). Herança ou doação = a 
título gratuito.
Obs.: O normal é a presunção relativa, ou seja, admite prova em 
contrário. Exemplo de Presunção absoluta: Na comunhão parcial, se o 
bem foi adquirido na constância do casamento, a título oneroso, não 
importa quem adquiriu, cada um sairá com a metade. Trata-se, então, de 
presunção absoluta que não admite prova em contrário.
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Atenção: 1660, III. Art. 1.660. Entram na comunhão (comunhão parcial): III 
- os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os 
cônjuges;
 Ora, isso ai é do âmbito de minha autonomia privada. Não deveria 
estar no Código. Portanto, não contraria o que estudamos acima. O 
que vale é a vontade. Isso não é regra do regime de bens.
Obs.: Para adquirir um apartamento não precisa da permissão do cônjuge. 
Obs.: Separação absoluta é a convencional. A separação parcial não 
é absoluta por causa da Súmula 377 do Supremo.
Os regimes são: Comunhão parcial. Comunhão universal. Separação 
total: Separação legal ou obrigatória (a lei obriga) e Separação 
convencional (você escolhe). Participação final nos aquestos.
Regime de comunhão parcial de bens – art. 1658... 
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que 
sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções 
dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir 
ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por 
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos 
com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em 
subrogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao 
casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão 
em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de 
cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras 
rendas semelhantes.
V – Óculos, cadeira de dentista, por exemplo, são excluídos da comunhão 
parcial e universal. Essa é a regra, todavia, trabalhemos, agora, com outras 
situações: Fred e Raquel são pobres e, mesmo assim, Raquel comprou um 
relógio no valor de 600 mil reais. Depois de 05 anos de casamento veio o 
divórcio. Ela pode alegar que o relógio é de uso pessoal? Não. Para esse 
casal isso passou a ser um investimento. Ou seja, deve-se analisar o caso 
concreto.
Rafael dá para Márcia uma joia e um cartão com a sua assinatura dizendo 
se tratar de um presente para Márcia. Após alguns anos veio o divórcio. 
Márcia teria, então, duas alegações a ser feitas: Que se trata de objeto de 
uso pessoal e, ainda, na comunhão parcial o que cada cônjuge recebe a 
título gratuito não se comunica, caracteriza-se como uma doação.
VI – Provento = salário. Com o salário do concurso público que Fred passou 
ele compra uma casa no valor de 800 mil reais. Raquel sairá, sim, com 
metade do valor da casa. O artigo, então, ressalta que o que não se 
comunica é o direito ao salário, o direito ao provento. Os bens 
adquiridos a partir do salário se comunicam. E se Fred não adquirisse 
nenhum bem e depositasse seu salário? Raquel sairia, também, com a 
metade do que está depositado.
Fred – dano moral e dano estético – acidente de trabalho. A verba 
indenizatória tem natureza personalíssima, portanto, não se 
comunica à Raquel. Raquel estaria se beneficiando de um acidente alheio. 
E mesmo se Fred vender a casa que comprou com a indenização e comprar 
outra, Raquel não ficará com metade. O que ocorre, nesse caso, é 
subrogação.
FGTS – A cada ano de trabalho o empregador terá que depositar na conta 
vinculada um salário dele. Casos previstos para que seja possível sacar o 
FGTS: Despensa sem justa causa, aposentadoria, doenças graves, aquisição 
da casa própria. Fred saca o FGTS para aquisição de casa própria. Raquel 
sairá com metade? Depende. Você entende que o FGTS é natureza salarial 
ou natureza indenizatória? Decisões de Minas – natureza indenizatória. STJ – 
natureza salarial. E o STJ vem modificando as decisões de Minas.
Fred tinha 100 mil reais depositados no FGTS antes do casamento e 
comprou uma casa no valor de 400 mil com a ajuda de 300 mil que foi 
depositado, na constância de seu casamento, de seu FGTS. Fred sai com 
seus 100 mil iniciais + 150. Raquel, por sua vez, sai com 150 mil (300 mil – 
150 para cada um). Ou seja, Raquel sai com o que foi depositado na 
constância do casamento. O que foi depositado antes e depois do 
casamento ela não tem Direito.
E se o divórcio ocorrer antes do saque do FGTS? Quando ele fizer o 
levantamento do FGTS Raquel poderá cobrar o valor que ela tem direito. Ela 
ficará, então, com um “crédito”.
Fred fez previdência privada, na constância do casamento, no valor de 1000 
reais e Raquel, por sua vez, não fez. Raquel terá direito à metade já que 
previdência privada é um investimento, assim como terá direito à metade 
mesmo após o divórcio. E, ainda, mesmo se Fred utilizar o dinheiro da 
previdência privada para comprar uma fazenda, por exemplo, Raquel 
poderá pedir metade da fazenda. Quando Fred, todavia, completou 60 anos 
ele optou por receber a aposentadoria ao invés da previdência. Raquel, 
então, poderá pedir pensão. Ora, se para o FGTS existe esse pensamento, 
não se teria esse pensamento para a previdência privada? 
Pacto nupcial – Vamos nos casar no regime de comunhão parcial, todavia, a 
previdência não se comunicará = pacto nupcial válido.
Fredemprestou para Mauricio 400 mil reais. Fred celebrou casamento com 
Raquel. Na constância do casamento, Maurício paga o que deve a Fred. Fred 
compra uma casa. Causa de aquisição do bem é anterior ao 
casamento. Quando se casou com Raquel, Fred já tinha direito a essa 
aquisição.
O problema aparece quando nos deparamos com o seguinte caso: Um ano 
antes do casamento, Fred foi à caixa econômica federal e financiou um 
imóvel. 20 anos pagando prestações. Após 05 anos de casamento, eles se 
divorciam. Entendimento do STJ: o que Fred pagou antes do casamento é só 
dele. O que ele pagou, entretanto, na constância do casamento será 
dividido. Para evitar o chamado enriquecimento ilícito.
Antes do casamento Fred compra a casa de Diego. Pagou antes do 
casamento. Fred não conseguiu registrar porque Diego enrolou muito. Após 
05 anos de casamento, Fred consegue fazer o registro. O juiz, do lado de 
fora, analisa que a casa foi adquirida na constância do casamento já que o 
registro só foi efetivado na constância do mesmo. Fred, então, deverá 
provar que Raquel não participou da compra. Fred pagou tudo sozinho, 
inclusive, antes do casamento. O que ocorre é que o ônus da prova será de 
Fred. Assim, provado, o juiz não dividiria o bem para não ocorrer 
enriquecimento ilícito por parte de Raquel.
Sentença de usucapião tem natureza declaratória. Ou seja, declara 
um bem que já é da pessoa. Assim, o direito é só dele (Fred), portanto, não 
se comunica. Todavia, caso se complete na constância do casamento Raquel 
terá direito.
Obs.: Bem imóvel – Só é dono quem registra. Obs.: O divórcio não se 
enquadra em nenhuma das hipóteses de levantamento do FGTS. 
Obs.: Verba de natureza salarial se comunica. Natureza 
indenizatória não se comunica, é personalíssima. Obs.: Art. 1659, V VI 
e VII – Nesses incisos encontraremos os bens que não se comunicam na 
comunhão parcial e nem na comunhão universal.
Fred levou para o casamento (comunhão parcial) sua fazenda no valor de 
100 mil. Raquel, por sua vez, não levou nada. Adquiriu uma casa a título 
oneroso no valor de 200 mil e vendeu a fazenda no valor de 100 e comprou 
um apartamento no mesmo valor.
No divórcio cada um sai com quanto ou quanto será enviado para o 
inventário de Fred após sua morte? 
100 só de Fred. – Fazenda.
Casa de 200 mil = a título oneroso divide: 100 para cada. Raquel recebe 
como meeira e não como herdeira. Sitio de 400 mil = a título gratuito: 400 
só dele.
Fato eventual divide = 400 para cada.
A resposta seria mil, todavia estaria errado: Estamos diante de uma 
sociedade conjugal, assim, deve-se analisar, também, a parte de Raquel. Ela 
já teria: 100 + 400 = 500. Ganhou na loteria 900 mil. 450 para cada um. E 
seus 300 de doação seriam só seu e, portanto, não se comunicaria para 
Fred. Ou seja, a resposta correta seria. Raquel = 100 + 400 + 450 + 300. 
Fred = 100 + 100 + 400 + 400 + 450.
Regime de comunhão universal de bens – art. 1668...
Regra: Soma tudo e divide por dois. Exceto os bens dispostos no art. 
1659, V VI e VII e, ainda, os bens previstos em cláusula de 
incomunicabilidade. “Deixo a fazenda Santa Izabel para minha filha 
Fernanda com cláusula de incomunicabilidade”.
E se fosse uma cláusula de inalienabilidade? Aqui, também, 100% da 
fazenda seria de Fernanda e só dela. Fernanda, não poderá, então, vender, 
alienar a fazenda. Após 05 anos ocorre o divórcio. Rafael, marido de 
Fernanda, não terá direito à metade já que a comunicação com o cônjuge 
seria uma alienação, por isso a cláusula de inalienabilidade implica a 
incomunicabilidade e a impenhorabilidade. Súmula 49 do STF + art. 
1911 + o entendimento de que a cláusula de inalienabilidade implica a 
cláusula de incomunicabilidade.
Súmula 49 do Supremo: “A cláusula de inalienabilidade inclui a 
incomunicabilidade dos bens”.
Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato 
de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. 
Obs.: Temos três cláusulas restritivas no Brasil e apenas a 
inalienabilidade é gênero e implica as demais.
Obs.: Essas cláusulas restritivas só valem para uma geração. Com a 
morte de Fernanda, por exemplo, o patrimônio irá para os herdeiros dela 
sem nenhuma cláusula restritiva por parte do falecido pai de Fernanda. Só 
irá com cláusula restritiva se Fernanda o fizer para os herdeiros. Obs.: No 
seu próprio patrimônio você não consegue colocar as cláusulas restritivas. 
As cláusulas restritivas só podem ser estabelecidas através da doação ou 
sucessão.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: I - os bens doados ou herdados 
com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - os 
bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes 
de realizada a condição suspensiva; III - as dívidas anteriores ao casamento, 
salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em 
proveito comum; IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao 
outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos 
incisos V a VII do art. 1.659.
II – Bens gravados de fideicomisso – Se assemelha ao usufruto, mas não 
se confunde com usufruto. Usufrutuário não é proprietário. 
Obs.: Quem comprar a casa comprará sabendo do usufruto de Fred.
Deixo a casa para Mariana em usufruto de Fred até que ele passe num 
concurso público – Condição suspensiva.
Partilha em vida – Leandro diz quais bens ficarão para os seus filhos 
(Raquel, por exemplo) quando ele morrer, mas deixa a casa em usufruto 
seu. O problema é que se tornando usufrutuário, então, Leandro não poderá 
mais vender a casa. Raquel, sua filha, quer vender a casa para o pai que 
está doente, todavia, ela é casada com Diego (comunhão parcial). Assim, 
mesmo que Raquel queira vender a casa para ajudar o pai, ela vai precisar 
que Diego autorize a venda.
No fidecomíssio têm-se três personagens: Fideicomitente (testador), 
Fiduciário (1º beneficiário) e um segundo beneficiário que se chama 
Fideicomissário. 
 Fiduciário é proprietário, portanto, pode vender. 
Diferentemente do usufrutuário.
 A morte do Fideicomissário a propriedade se consolida nas mãos do 
Fiduciário. E vice e versa.
 Como usufrutuário (Diego, o fiduciário no fidecomíssio) não 
seria proprietário e, portanto, não poderia vender. – Essa é a 
diferença.
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas 
com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum. 
 Aprestos – Realização do casamento.
Regime de participação final nos aquestos. Professor desconhece 
alguém que se casou por esse regime. 
Obs.: Na Alemanha, na ausência de pacto nupcial se adota esse regime 
automaticamente. Ou seja, em alguns países esse regime é utilizado e, 
inclusive, dá certo. O nosso problema é que importamos esse regime com 
erros graves. 
Esse regime buscou trazer o que achou de melhor em outros 
regimes: Separação – a liberdade dos cônjuges. Comunhão parcial – 
dividir aquilo que foi adquirido em comum. Dividir os lucros.
Os três problemas (erros) gravíssimos desse regime: Na constância do 
casamento cada cônjuge leva uma vida independente (parecido com o 
regime de separação), todavia, 1º problema: Pode-se alienar bem imóvel 
sem a autorização do outro cônjuge? Depende, art. 1656 do CC: No pacto 
antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-
se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que 
particulares.
 Não é automático: poder-se-á.
 Somente bem imóvel particular pode ser alienado, ou seja, aquele 
bem que o outro não teria direito.
2º problema: art.

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