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AULA IED RELAÇÃO JURÍDICA

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RELAÇÃO JURÍDICA
CONCEITO DE RELAÇÃO JURÍDICA
A relação jurídica faz parte do elenco dos conceitos jurídicos fundamentais e constitui um ponto de convergência de vários componentes do Direito. 
A sua compreensão é elemento-chave para o conhecimento da Teoria Geral do Direito. Nela se entrelaçam fatos sociais e normas jurídicas. 
É no quadro amplo das relações jurídicas que se apresentam os sujeitos do direito e se projetam direitos subjetivos e deveres jurídicos. De uma forma clara e precisa, o jurista alemão definiu relação jurídica como “vínculo entre pessoas, em virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra está obrigada”. 
Em seu entendimento, toda relação jurídica apresenta um elemento material, constituído pela relação social, e outro formal, a determinação jurídica do fato, mediante normas. 
Segundo o jurista Pontes de Miranda, para quem “relação jurídica é a relação inter-humana, a que a regra jurídica, incidindo sobre os fatos, torna jurídica”. 
Em igual sentido é a opinião de Miguel Reale: “Quando uma relação de homem para homem se subsume ao modelo normativo instaurado pelo legislador, essa realidade concreta é reconhecida como sendo relação jurídica.” 
FORMAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA
As relações de vida formam-se em decorrência de determinados fatores que aproximam os homens e os levam ao convívio. Tais fatores são de natureza fisiológica, econômica, moral, cultural, recreativa etc. 
A necessidade que o homem possui de suprir as suas várias carências o induz à convivência. É pela vida associativa que obtém os complementos indispensáveis à sua sobrevivência, à satisfação de seus instintos básicos, ao conhecimento das coisas e da própria natureza. 
São as relações intersubjetivas que formam o suporte ou a matéria das relações de direito. Quando essas relações de vida repercutem no equilíbrio social, não podem permanecer sob o comando aleatório das preferências individuais. Nessa hipótese é pertinente a regulamentação jurídica. 
As relações jurídicas se formam pela incidência de normas jurídicas em fatos sociais. Em sentido amplo, os acontecimentos que instauram, modificam ou extinguem relações jurídicas denominam-se fatos jurídicos. 
Quando ocorre um determinado acontecimento regulado por regras de Direito, instaura-se uma relação jurídica. 
Se toda relação jurídica pressupõe uma relação de vida nem toda relação social ingressa no mundo do Direito, apenas as relativas aos interesses fundamentais de proteção à pessoa e à coletividade. Assim, os vínculos de amizade, laços sentimentais, permanecem apenas no plano fático. É a política jurídica que indica ao legislador as relações sociais carentes de regulamentação jurídica.
O Estado possui a faculdade de impor normas de conduta às diferentes questões sociais. A legitimidade para a ação legislativa, contudo, apresenta limites. As relações puramente espirituais, os fatos da consciência, escapam à competência do legislador, pois “o espírito sopra onde quer”. 
Quando as relações sociais que se desenvolvem normalmente pelos costumes, sem acusar problemas de convivência, não é recomendável que a lei as discipline, pois, além de inútil, podendo quebrar a harmonia que espontaneamente existe nas relações intersubjetivas.
ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
Integram a relação jurídica os elementos: sujeito ativo, sujeito passivo, vínculo de atributividade e objeto. 
O fato e a norma jurídica são pressupostos da existência da relação jurídica.
Sujeitos da Relação Jurídica. 
Entre os caracteres das relações jurídicas, há a chamada alteridade, que significa a relação de homem para homem. Nesse vínculo intersubjetivo, cada qual possui uma situação jurídica própria. 
Esta consiste na posição que a parte ocupa na relação, como titular de direito ou de dever. 
Denomina-se situação jurídica ativa a que corresponde à posição do agente portador de direito subjetivo e situação jurídica passiva, a do possuidor de dever jurídico. 
Parte é a pessoa ou conjunto de pessoas com uma situação jurídica ativa ou passiva. A referência que se faz com o vocábulo parte é para distinguir os participantes da relação dos chamados terceiros, que são pessoas alheias ao vínculo jurídico. 
Denomina-se sujeito ativo a pessoa que, na relação, ocupa a situação jurídica ativa; é o portador do direito subjetivo que tem o poder de exigir do sujeito passivo o cumprimento do dever jurídico. 
Como na maioria das relações jurídicas as duas partes possuem direitos e deveres entre si, sujeito ativo é o credor da prestação principal. Sujeito ativo ou titular do direito é a pessoa natural ou jurídica.
Sujeito passivo é o elemento que integra a relação jurídica com a obrigação de uma conduta ou prestação em favor do sujeito ativo. O sujeito passivo é o responsável pela obrigação principal. 
A relação jurídica que envolve apenas duas pessoas é denominada simples. Plurilateral é a relação em que mais de uma pessoa apresenta-se na situação jurídica ativa ou passiva.
Vínculo de Atributividade. 
No dizer de Miguel Reale, “é o vínculo que confere a cada um dos participantes da relação o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável”. O vínculo de atributividade pode ter por origem o contrato ou a lei.
OBJETO
O vínculo existente na relação jurídica está sempre em função de um objeto. As relações jurídicas são estabelecidas visando a um fim específico. 
A relação jurídica criada pelo contrato de compra e venda, por exemplo, tem por objeto a entrega da coisa, enquanto no contrato de trabalho o objeto é a realização do trabalho. É sobre o objeto que recai a exigência do sujeito ativo e o dever do sujeito passivo. 
Deve-se distinguir objeto de conteúdo da relação jurídica. 
O objeto, também denominado objeto imediato, é a coisa em que recai o poder do sujeito ativo, enquanto conteúdo, ou objeto mediato, é o fim que o direito garante. 
O objeto é o meio para se atingir o fim, enquanto o fim garantido ao sujeito ativo denomina-se conteúdo. 
Exemplo: Na propriedade, o conteúdo é a utilização plena da coisa, o objeto é a coisa em si; 
Na hipoteca, o objeto é a coisa, o conteúdo é a garantia à dívida; 
Na empreitada, o conteúdo é a realização da obra, o objeto é prestação do trabalho; 
Numa sociedade comercial, o conteúdo são os lucros procurados, o objeto é o ramo de negócio explorado.”

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