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(20171113193150)Aula Legislação Ambiental (4)

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Legislação ambiental 
 
Profa. Aline Marchesi 
NESTA AULA VEREMOS: 
 Aspectos gerais da legislação ambiental brasileira, 
sobretudo daquelas que incidem na proteção dos 
recursos hídricos. 
 Ênfase para a Lei 9.333 (Lei das Águas) que instituiu a 
Política Nacional de Recursos Hídricos. 
 
Código de Águas 
(1934) 
MARCO LEGAL DA LEGISLAÇÃO HÍDRICA 
 Decreto Federal nº 24.643, de 10 de julho de 1934; 
 Elaborado pelo jurista Alfredo Valadão, quando o 
aproveitamento hidrelétrico era considerado fator 
primordial para o desenvolvimento econômico do País; 
 Fomentar o progresso industrial; 
 Centralizador: atribuía a responsabilidade pela 
gestão hídrica à União, num formato centralizador, 
deixando o Estado aquém dos encargos normativos, 
punitivos e fiscalizativos; 
 “Princípio-poluidor-pagador” 
 Classificação: Águas públicas, Águas comuns e 
Águas particulares; 
Código Florestal 
(1934) 
MARCO LEGAL DA CONSERVAÇÃO DAS 
FLORESTAS 
 Primeira versão instituída por Getúlio Vargas 
(Decreto no. 23.793 de 1934); 
 Objetivo: mitigar os impactos causados ao ambiente, 
decorrentes da substituição da vegetação nativa para 
atender a demanda por carvão, a exploração 
madeireira e a introdução de espécies exóticas para 
promover o avanço da pecuária extensiva. 
 Define as florestas como conforme as categorias: 
a) Protetoras; b) Remanescentes; c) Modelo; 
d) Rendimento. 
 Protetoras são àquelas que cumprem o papel de 
preservar os recursos hídricos. (conceito 
primário do que viria a ser, no futuro: 
Florestas de preservação permanente e, 
posteriormente, Áreas de Preservação 
Permanente). 
 Capítulo II (4º. Parágrafo): 
 
“Serão consideradas florestas protetoras as que, por 
sua localização, servirem conjunta ou separadamente 
para qualquer dos fins seguintes: a) conservar o 
regime das águas; b) evitar a erosão das terras pela 
ação dos agentes naturais; fixar dunas; d) auxiliar a 
defesa das fronteiras, de modo julgado necessário pelas 
autoridades militares; e) assegurar condições de 
salubridade pública; f) proteger sítios que, por sua 
beleza, mereçam ser conservados; g) asilar espécimes 
raros de fauna indígena” 
 Ambiguidade, Fragilidade e displicência no 
cumprimento de suas normas fizeram com que em 16 
de setembro de 1965, fosse promulgada pelo 
Presidente Humberto de Alencar Castello Branco a 
Lei 4.771, que instituiu e oficializou o “novo” Código 
Florestal Brasileiro. 
Código Florestal 
(1965) 
 Institucionaliza o conceito de “Florestas de 
Preservação Permanente” e Reserva Legal, 
adotando um regime de proteção extremamente rígido. 
 Reserva Legal (RL): área localizada no interior de uma 
propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação 
permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos 
naturais, à conservação e reabilitação dos processos 
ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e 
proteção de fauna e flora nativas; (MP nº 2.166-67, de 
2001). 
 RL: 80% da vegetação na propriedade rural situada em 
área de floresta da Amazônia Legal; 30% em área de 
cerrado na Amazônia legal; 20% nas demais regiões do 
País, fora da Amazônia Legal. 
 MP n º 2.166-67 de 2001, que instituiu, 
definitivamente, o termo Áreas de Preservação 
Permanente (APP). 
 
“ Á partir daí, toda área, independentemente de ser 
munida ou não de cobertura vegetal, torna-se 
obrigatoriamente, de preservação permanente com a 
finalidade de se manter a qualidade hídrica.” 
 Áreas de Preservação Permanente 
“São áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação 
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos 
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a 
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger 
o solo e assegurar o bem-estar das populações 
humanas.” 
 
Classificam-se em duas modalidades: 
1) APP’s legais, instituídas por lei (Possuem relação 
com a situação topográfica ou locacional das áreas). 
2) APP’s declaradas por Ato do Poder Público (São 
áreas de significativa importância de preservação, 
instituídas mediante “Ato”, tendo por finalidade 
proteger o ambiente e assegurar o bem estar da 
população). 
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
APP 
 Ambiguidades: 
 Não seria aplicável ao contexto urbano; 
 Adequação (1989), a partir da inclusão da Lei Federal nº 
7.803, determinando que o Código fosse aplicável às áreas 
urbanas. Explicitação tardia (auge êxodo rural – 1970); 
 MP 2.166-67 altera o artigo 4º do Código Florestal, que 
passa a permitir a supressão da vegetação em APPs, 
desde que seja devidamente caracterizada a utilidade 
pública e/ou interesse social, condicionada à autorização do 
órgão estadual competente, ou órgão ambiental municipal 
(com anuência do órgão ambiental estadual), desde que o 
município possua Conselho de Meio Ambiente com caráter 
deliberativo e Plano Diretor. 
 Res. CONAMA 369-2006  acrescentou o termo “intervenção” 
 
APP 
 
 Código Florestal (1989): estabelece a faixa mínima de 
30 metros de vegetação a ser respeitada, baseada na 
largura dos rios ou cursos d´água. 
 
 Entretanto, anteriormente a esse ano, ou seja, em 
1979, o inciso III do art. 4º da Lei nº 6.766 (Lei do 
Parcelamento do Solo Urbano), já previa a mencionada 
reserva da faixa non aedificandi de 15 metros ao longo 
das águas correntes e dormentes. 
Novo Código Florestal: 
“Substitutivo” 
(2012) 
 Criada em setembro de 2009, uma Comissão Especial 
para analisar os diversos Projetos de Lei que 
pretendiam alterar o Código em vigência, sendo 
nomeado como relator o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-
SP), sob a presidência de Moacir Micheletto 
(PMDB/PR), 
 Audiências Públicas 
 25/05/12 é aprovado o Novo Código Florestal, 
sancionado pela Lei nº 12.651, substitutivo do Código 
Florestal de 1965. 
 Maior flexibilização foi contemplada no que se refere 
ao uso de áreas protegidas. 
 Por detrás do discurso de apoio ao agricultor familiar, 
sob o qual se basearam as propostas de alteração do 
Código, escondem-se reais interesses por exploração 
dos recursos naturais. 
 
APP 
 Mantém o conceito de APP e o aplica às áreas urbanas 
e rurais; 
 Altera os parâmetros relacionados às faixas a serem 
preservadas, uma vez que passam a ser medidas a 
partir do leito regular do Rio (perda de proteção de 
até 60% dessas áreas na Amazônia). 
 Em zona urbana as faixas a serem preservadas 
ficam estabelecidas em 30 metros; 
 Permissão para realização de atividades agropecuárias 
em áreas protegidas rurais que, até julho de 2008, 
tenham sido palco para a agricultura e pecuária. Pelo 
código de 1965, não era permitido o cultivo de 
quaisquer sistemas de produção em APP’s. 
 
 
 As APP’s passam a ser computadas na RL 
(incoerente: funções ambientais distintas); 
 Pequenas propriedades (propriedades e posses rurais 
com até 04 módulos fiscais que desenvolvam atividades 
agrossilvipastoris) ficam desobrigadas a recompor a 
vegetação nativa das RL’s desmatadas até julho de 
2008. 
 90% das propriedades rurais brasileiras possuem 
menos de 4 módulos fiscais (Resultado: 
desproteção) 
 Acima de quatro módulos fiscais, a RL a ser 
recuperada ou mantida passa a levar em consideração 
apenas a área que exceder os quatro módulos 
fiscais, e não, a área total do imóvel. 
 No caso de RL’s desmatadas após 22/07/2008, o novo 
Código estabelece a suspensão imediata das atividades 
nelas realizadas para que seja iniciado o processo de 
recomposição, sem prejuízo dassanções 
administrativas, cíveis e penais cabíveis, desde que 
essa comprovação não extrapole dois anos; 
 
 Passa, agora, a permitir a recomposição com a 
introdução de espécies exóticas, desde que não 
exceda a 50% da área a ser recuperada. (Alteração da 
biodiversidade local) 
 A recomposição permite que proprietários rurais 
utilizarem integralmente seus terrenos, adquirindo o 
percentual de terras a serem recompostas estabelecido 
pela lei, recompondo-o e preservando-o em outra 
localidade que não a de sua propriedade, desde que 
seja contemplado o mesmo bioma. 
 Não há mais a obrigatoriedade de recompor o 
ecossistema dentro da própria bacia 
hidrográfica, como preconizava o Código de 
1965, podendo fazê-la em outra localidade, em 
outro estado, inclusive (Art. 66, parágrafo 6). 
 
Lei 9.433 (Lei das 
Águas): 
“Política Nacional de 
Recursos Hídricos” 
(1997) 
 1991 surge um projeto de lei estabelecendo a Política 
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH); 
 Referência no modelo francês de gestão de águas; 
 08/01/1997 é aprovada e sancionada no Congresso a 
Lei 9.433 (lei das águas), que institui a PNRH; 
 
 “Dentre os diversos mecanismos de gestão contemplados na PNRH, 
além da descentralização e do apelo à participação social trazida pelo 
instrumento, merece destaque, ainda, a organização estrutural criada 
para conferir maior eficiência nas ações, ou seja, a criação de 
conselhos, comitês e agências de água com características próprias 
(complementares no tocante ao gerenciamento hídrico); a adoção da 
Bacia Hidrográfica como unidade territorial de análise e gestão; e a 
valorização econômica da água, a partir da cobrança pelo direito de 
uso.” 
 
FUNDAMENTOS DA PNRH (CAP. I – ARTIGO 10) 
 I – A água é um bem de domínio público; 
 II – Recurso natural limitado, dotado de valor econômico; 
 III – Em situações de escassez, há de se priorizar o consumo 
humano e a dessedentação de animais; 
 IV – A gestão dos recursos hídricos deve proporcionar o uso 
múltiplo das águas; 
 V – A Bacia Hidrográfica é a unidade territorial de análise 
e gestão para a implementação da PNRH e atuação do Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH); 
 VI – A gestão deve ser descentralizada e contar com a 
participação do Poder Público, dos usuários e da comunidade. 
 
OBJETIVOS DA PNRH (CAP. II – ARTIGO 20) 
 I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária 
disponibilidade de água, em padrões de qualidade 
adequados aos respectivos usos; 
 II - a utilização racional e integrada dos recursos 
hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas 
ao desenvolvimento sustentável; 
 III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos 
críticos de origem natural ou decorrentes do uso 
inadequado dos recursos naturais. 
 
DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO (CAP. III – ARTIGO 30) 
 I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos 
aspectos de quantidade e qualidade; 
 II - a adequação da gestão às diversidades físicas, bióticas, 
demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões 
do País; 
 III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão 
ambiental; 
 IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos 
setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e 
nacional; 
 V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do 
solo; 
 VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos 
sistemas estuarinos e zonas costeiras. 
 Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em 
vista o gerenciamento dos recursos hídricos de interesse 
comum. 
INSTRUMENTOS DA PNRH (CAP. IV - ARTIGO 50) 
 I - os Planos de Recursos Hídricos; 
 II - o enquadramento dos corpos de água em classes, 
segundo os usos preponderantes da água; 
 III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; 
 IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; 
 V - a compensação a municípios (VETADO); 
 VI - o Sistema de Informações sobre Recursos 
Hídricos. 
 
 
I – PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS 
 São planos diretores, de longo prazo, que fundamentam e orientam 
a implementação da PNRH e o gerenciamento dos recursos hídricos 
em uma bacia hidrográfica; 
 Contemplam o diagnóstico situacional da bacia; a análise de 
alternativas de crescimento demográfico e modificações na ocupação 
do solo; o balanço entre demanda e disponibilidade hídrica; as metas 
de racionalização de uso e o aumento da quantidade e da qualidade 
hídrica com as respectivas ações, programas e projetos necessários 
para o atendimento destas metas; a outorga de direitos de uso dos 
recursos hídricos; e, finalmente, as propostas de criação de áreas de 
uso restrito para proteção hídrica. 
 Constitui-se em uma ferramenta de trabalho das Agências, dos 
Comitês de Bacias, do Conselho Nacional de Recursos 
Hídricos, enfim, do Sistema Nacional de Recursos Hídricos. 
II – ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM 
CLASSES: 
 Consiste em fixar o nível de qualidade (classes) a ser 
alcançado e/ou mantido em um segmento do corpo 
hídrico, ao longo do tempo conforme os seus usos 
preponderantes, integrando, portanto, uso e qualidade 
da água; 
 
 As classes referentes à água doce são determinadas 
pela Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 
2005; 
II – ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM 
CLASSES: 
Classificação dos Corpos de Água doce segundo o Conselho 
Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) 
 
Classe Descrição 
Especial Águas destinadas ao abastecimento humano, com 
desinfecção; à prevenção do equilíbrio das comunidades 
aquáticas; à preservação dos ambientes aquáticos em 
unidades de conservação. 
I Águas destinadas ao abastecimento humano, após 
tratamento simplificado; à proteção das comunidades 
aquáticas; à recreação de contato primário, tais como 
natação e mergulho; à irrigação de hortaliças e de frutas; e 
à proteção das comunidades aquáticas em Terras 
Indígenas. 
II – ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM 
CLASSES: 
Classe Descrição 
II Águas destinadas ao abastecimento humano, após 
tratamento convencional; à proteção das comunidades 
aquáticas; à recreação de contato primário; irrigação de 
hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos 
de esporte e lazer, com os quais a população possa vir a ter 
contato direto; e à aquicultura e à atividade de pesca. 
III Águas destinadas ao abastecimento humano, após 
tratamento convencional ou avançado; à irrigação de 
culturas arbóreas, cerealíferas ou forrageiras; à pesca 
amadora; à recreação de contato secundário; e à 
dessedentação de animais. 
IV Águas destinadas somente à navegação e à harmonia 
paisagística 
III – OUTORGA DOS RECURSOS HÍDRICOS: 
• Consiste na autorização, concessão ou permissão dada ao 
usuário para captar, fazer uso e lançar as águas servidas 
nos cursos d’água. 
• Tem por objetivo garantir o controle quantitativo e 
qualitativo dos usos da água e os direitos de acesso ao 
recurso, condicionados às prioridades estabelecidas no 
Plano de Recursos Hídricos, devendo ser respeitada a classe 
de enquadramento do corpo d’água. 
• União: solicita à ANA 
• Estados: órgão ambiental competente (MG – Instituto 
Mineiro de Gestão das Águas, IGAM) 
 
 
III – OUTORGA PELO PODER PÚBLICO (ART. 120): 
 I - derivação ou captação de parcela da água existente em 
um corpo de água para consumo final, inclusive 
abastecimento público, ou insumo de processo produtivo; 
 II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo 
final ou insumo de processoprodutivo; 
 III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais 
resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de 
sua diluição, transporte ou disposição final; 
 IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; 
 V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a 
qualidade da água existente em um corpo de água. 
 
 
III – INDEPENDEM DE OUTORGA (ART. 120) PELO 
PODER PÚBLICO: 
 I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das 
necessidades de pequenos núcleos populacionais, 
distribuídos no meio rural; 
 II - as derivações, captações e lançamentos 
considerados insignificantes; 
 III - as acumulações de volumes de água consideradas 
insignificantes. 
 
III – (ART. 150) SUSPENSÃO PARCIAL OU TOTAL DA 
OUTORGA EM CARÁTER DEFINITIVO OU POR PRAZO 
DETERMINADO: 
 I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga; 
 II - ausência de uso por três anos consecutivos; 
 III - necessidade premente de água para atender a situações de 
calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas 
adversas; 
 IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação 
ambiental; 
 V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse 
coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas; 
 VI - necessidade de serem mantidas as características de 
navegabilidade do corpo de água. 
 Observação: Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos 
far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável 
(Art. 16). 
IV – COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS 
 Reconhece a água como bem de valor econômico, incentiva a sua 
racionalização e arrecada recursos financeiros para a realização dos 
programas e intervenções contemplados nos planos de recursos 
hídricos. 
 Por terem que pagar pela água captada, as empresas potencializam 
os serviços evitando desperdícios, bem como passam a ter maior rigor 
no controle sobre os efluentes despejados nos rios. 
 Usuário-pagador e poluidor-pagador (quanto maior for a 
captação de água, maior será o valor cobrado, bem como, quanto 
melhor for a qualidade da água devolvida ao curso hídrico, menor o 
valor a ser pago). 
 A cobrança é realizada junto àqueles que detêm a outorga e fazem 
uso do recurso para fins econômicos, quais sejam: companhias de 
tratamento e abastecimento de água e esgoto, produtores rurais, 
empresas geradoras de energia elétrica, indústrias, dentre outras. 
 Recursos advindos da cobrança pelo uso da água deverão ser 
aplicados, prioritariamente, na própria bacia hidrográfica em 
que foi gerado. 
 
IV – OBJETIVOS DA COBRANÇA PELO USO DOS 
RECURSOS HÍDRICOS: 
 I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao 
usuário uma indicação de seu real valor; 
 II - incentivar a racionalização do uso da água; 
 III - obter recursos financeiros para o financiamento 
dos programas e intervenções contemplados nos planos 
de recursos hídricos. 
VI – SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE OS 
RECURSOS HÍDRICOS 
 Constitui-se em um sistema de coleta, tratamento, 
armazenamento e recuperação de informações sobre 
recursos hídricos e fatores intervenientes em sua 
gestão. Os dados por ele gerados são incorporados ao 
Sistema Nacional de Informações sobre Recursos 
Hídricos (SNIRH). 
 o SIRH é de máxima relevância para a gestão desses 
recursos, por se constituir na base de dados necessária 
para a aplicação de todos os demais instrumentos de 
gestão. 
VI – Objetivos do Sistema de Informações sobre RH (Art. 
26): 
 
 I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações; 
 II - coordenação unificada do sistema; 
 III - acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade. 
 
VI – Objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre 
RH (Art. 27): 
 I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a 
situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no 
Brasil; 
 II - atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e 
demanda de recursos hídricos em todo o território nacional; 
 III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos 
Hídricos. 
Art. 29. Compete ao Poder Executivo 
Federal: 
 
 I – Implementar e fazer funcionar o Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos; 
 II – Outorgar os direitos de uso, regulamentar e fiscalizar os usos, 
na sua esfera de competência; 
 III – Implantar e gerir o SIRH, em âmbito nacional; 
 IV – Promover a integração da gestão de recursos hídricos com a 
gestão ambiental. 
 
Observação: O Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a 
autoridade responsável pela efetivação de outorgas de direito de uso 
dos recursos hídricos sob domínio da União. 
Art. 30. Compete aos Poderes Executivos 
Estaduais e do Distrito Federal, na sua 
esfera de competência: 
 
 I – Outorgar os direitos de uso e regulamentar e 
fiscalizar os usos dos recursos hídricos; 
 II – Realizar o controle técnico das obras de oferta 
hídrica; 
 III – Implantar e gerir o SIRH, em âmbito estadual e 
do Distrito Federal; 
 IV – Promover a integração da gestão de recursos 
hídricos com a gestão ambiental. 
 
 
VI – OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE 
GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS 
 I – coordenar a gestão integrada das águas; 
 II – arbitrar administrativamente os conflitos 
relacionados com os recursos hídricos; 
 III – implementar a Política Nacional de Recursos 
Hídricos; 
 IV – planejar, regular e controlar o uso, a preservação 
e a recuperação dos recursos hídricos; 
 V – promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos. 
INTEGRAM O SNGRH: 
 
 I – Conselho Nacional de Recursos Hídricos; 
 I–A – Agência Nacional de Águas; 
 II – Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados 
e do Distrito Federal; 
 III – Comitês de Bacia Hidrográfica; 
 IV – Órgãos dos poderes públicos federal, 
estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas 
competências se relacionem com a gestão de 
recursos hídricos; 
 V – Agências de Água. 
 
 
Conselho Nacional de Recursos Hídricos 
 
 Trata-se de um colegiado intergovernamental, órgão máximo 
normativo e deliberativo, composto por representantes dos 
ministérios e secretarias da Presidência da República, dos Conselhos 
Estaduais de Recursos Hídricos, dos usuários e das organizações civis 
de recursos hídricos, organizações técnicas e de ensino e pesquisa 
voltadas aos recursos hídricos, e organizações não governamentais. 
 
 Tem por função: 
a) analisar propostas de alteração nas legislações pertinentes aos 
recursos hídricos e à PNRH; 
b) aprovar propostas de criação de comitês de bacia hidrográfica; 
c) promover a articulação dos planejamentos de recursos hídricos 
nacional, regional, estaduais e dos setores usuários; 
d) arbitrar em última instância administrativa, os conflitos 
entre os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos (CERH). 
Agência Nacional de Águas 
 
 Trata-se de um órgão executor, não formulador de 
política pública, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, 
cujo funcionamento é marcado por autonomia 
administrativa e financeira; 
 Atua nos corpos hídricos de domínio da União. 
 
 Tem por função: 
a) coordenar a implementação da Política Nacional de 
Recursos Hídricos; 
b) outorga e a cobrança pelo uso da água nos rios de domínio 
da União; 
c) regulação dos serviços de irrigação em regime de 
concessão e de adução de água bruta em corpos d’água. 
Conselhos Estaduais e Distrital de Recursos 
Hídricos 
 
 São órgãos deliberativos e normativos, compostos por 
representantes do Poder Público Estadual e Municipal, 
representantes de usuários e de entidadesda sociedade 
civil ligadas aos recursos hídricos. 
 
 Tem por função: 
a) estabelecer os princípios e as diretrizes da Política Estadual 
de Recursos Hídricos; 
b) aprovar proposta do Plano Estadual de Recursos Hídricos; 
c) decidir conflitos entre comitês de bacias hidrográficas; 
d) atuar como instância de recurso nas decisões dos comitês de 
bacia hidrográfica; 
e) estabelecer critérios e as normas para a outorga dos direitos 
de uso de recursos hídricos e para a cobrança pelo seu direito 
de uso. 
 
Comitês de Bacias Hidrográficas 
 
 
 São órgãos deliberativos de gestão dos recursos hídricos. 
 
 Tem por função: 
a) promoção de debates relacionados aos recursos hídricos, com 
articulação das entidades intervenientes nessas discussões; 
b) arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos 
relacionados aos recursos hídricos que, se não resolvidos, 
serão levados à instância dos Conselhos Estaduais ou 
Nacional; 
c) aprovar e acompanhar a execução dos Planos de Recursos 
Hídricos da bacia; 
d) identificar e propor aos CERH e CNRH as situações de usos das 
águas que deverão ser isentas da obrigatoriedade da outorga; 
e) estabelecer os mecanismos de cobranças para as situações que 
convierem e sugerir os seus respectivos valores; 
f) estabelecer critérios e promover o rateio de custos das obras de 
uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo. 
 
Das decisões dos comitês, caberá recurso ao CERH e CNRH, de 
acordo com a sua esfera de competência. 
Agências de Água 
 
 São órgãos com personalidade jurídica de direito privado, 
sem fins lucrativos, criadas para dar apoio técnico aos Comitês 
de Bacia Hidrográfica; 
 São criadas a partir da solicitação dos comitês, mediante 
autorização do CNRH ou CERH, desde que haja viabilidade 
financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos 
em sua área de atuação. 
 
 Tem por função: 
 a) manter o balanço atualizado da disponibilidade de recursos 
hídricos em sua área de atuação; 
 b) manter o cadastro de usuário de recursos hídricos; 
 c) efetuar a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; 
 d) analisar e emitir parecer sobre projetos a serem financiados 
com os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água e 
encaminhá-los à instituição financeira responsável pela 
administração desses recursos; 
Agências de Água 
 
 e) acompanhar a administração financeira dos recursos 
arrecadados; 
 f) gerir o SIRH; 
 g) celebrar convênios e financiamentos para execução de suas 
competências, elaborando proposta orçamentária para aprovação 
do comitê; 
 h) elaborar o Plano de Recursos Hídricos para aprovação dos 
comitês. 
 i) propor aos comitês: 1) o enquadramento dos corpos d’água 
nas classes de uso, para posterior encaminhamento ao CNRH e 
/ou CERH, de acordo com o domínio desses; 2) valores a serem 
cobrados pelos usos da água; 3) o plano de aplicação dos recursos 
arrecadados com a cobrança de uso da água; 4) o rateio de custo 
das obras de uso múltiplo, de interesse comum e coletivo. 
 
Art. 49 - Das infrações (recursos superficiais e 
subterrâneos) 
 
 I - derivar ou utilizar recursos hídricos, sem a respectiva outorga de 
direito de uso; 
 II - iniciar ou implantar empreendimento relacionado com a 
derivação ou a utilização de recursos hídricos que implique alterações 
no regime, quantidade ou qualidade, sem autorização dos órgãos ou 
entidades competentes; 
 III - (VETADO) 
 IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços 
relacionados com os mesmos em desacordo com as condições 
estabelecidas na outorga; 
 V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los 
sem a devida autorização; 
 VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar 
valores diferentes dos medidos; 
 VII - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos 
regulamentos administrativos, compreendendo instruções e 
procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes; 
 VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades 
competentes no exercício de suas funções. 
 
Art. 50 – Das Penalidades 
 
 Advertência por escrito, na qual serão estabelecidos 
prazos para correção das irregularidades; 
 II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da 
infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 10.000,00 (dez mil 
reais); 
 III - embargo provisório, por prazo determinado, para 
execução de serviços e obras necessárias ao efetivo 
cumprimento das condições de outorga ou para o 
cumprimento de normas referentes ao uso, controle, 
conservação e proteção dos recursos hídricos; 
 IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for 
o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado, os 
recursos hídricos, leitos e margens, ou tamponar os poços de 
extração de água subterrânea. 
 
Art. 50 – Das Penalidades 
 
 § 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a 
serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou 
à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de 
qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca 
será inferior à metade do valor máximo combinado em 
abstrato; 
 § 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da 
pena de multa, serão cobradas do infrator as despesas em 
que incorrer a Administração para tornar efetivas as 
medidas previstas nos citados incisos; 
 § 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá 
recurso à autoridade administrativa competente, nos 
termos do regulamento; 
 § 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em 
dobro. 
 
Lei 11.445 (Lei do 
Saneamento Básico): 
“Política Nacional de 
Saneamento Básico” 
(2007) 
 Art. 2º (Cap. 1): Instrumentos necessários à implementação 
dos serviços públicos de saneamento básico: 
 
 I - universalização do acesso; 
 II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as 
atividades e componentes de cada um dos diversos serviços 
de saneamento básico, propiciando à população o acesso na 
conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia 
das ações e resultados; 
 III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza 
urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas 
adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; 
 
 IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública 
e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; 
 V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; 
 VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de 
proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social, voltadas para a melhoria da qualidade de vida, 
para as quais o saneamento básico seja fator determinante; 
 VII - eficiência e sustentabilidade econômica; 
 VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e 
progressivas; 
 IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados; 
 X - controle social; 
 XI - segurança, qualidade e regularidade; 
 XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos. 
 
 
 Cenário de Saneamento Básico no Brasil 
 
 Cenário de Saneamento Básico no Brasil 
 
Desafios da Universalização 
 
 Setor que menos avança no cenário nacional; 
 Dispersão na aplicação das políticas setoriais, por 
diversos órgãos do governo federal; 
 Indefinição da titularidade (fragmentaçãodo 
poder); 
 Dependência de elevados investimentos; 
 Falta de articulação intergovernamental para execução 
de reformas setoriais. 
 
Desafios da Universalização 
 
 Dados contidos no relatório de 2003, do Programa de 
Modernização do Setor de Saneamento, regido pelo 
Ministério das Cidades, apontam que, para a 
universalização dos serviços de água e esgoto nas 05 regiões 
do Brasil, até o ano 2020, serão necessários investimentos 
da ordem de 178 bilhões de reais. Todavia, dados da 
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, editados 
pelo Ministério das Cidades, afirmam que, mediante 
recursos onerosos e não onerosos, o governo federal 
desembolsou, entre 2003 e 2006, R$ 6.31 bilhões de reais, 
correspondendo a uma média anual de R$ 1.58 bilhões. 
Para que a meta da universalização fosse alcançada, 
considerando 2003 como período inicial de 
investimentos, seriam necessários R$ 9,9 bilhões/ano. 
 
 
 
 Obrigada!

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