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DIREITO ADMINISTRATIVO II Dominio Publico

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DOMÍNIO PÚBLICO
Poder que o Estado exerce sobre os bens próprios (bens públicos), alheios (bens particulares) e sobre as coisas inapropriáveis (águas, jazidas, florestas, fauna, espaço aéreo) que por sua utilidade coletiva merecem proteção do Poder Público.
Bens Públicos 
 
Conceito: são todas as coisas materiais ou imateriais, móveis, imóveis ou semoventes, cujos titulares são as pessoas jurídicas de direito público ou as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público neste último caso, quando estes bens se encontram vinculado à prestação do serviço público. 
	Código Civil – art. 98. “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.” 
Classificação: 
I – Quanto a titularidade
1-) federais
2-) estaduais
3-) municipais
4-) distritais
II – Quanto a destinação do bem (art. 99, do CC)
1-) uso comum do povo – destinados ao uso comum e geral de toda a comunidade. Ex.: rios, mares, estradas, ruas, praças.
 
2-) uso especial – destinam-se a prestação do serviço administrativo. São bens vinculados ao exercício de alguma atividade administrativa ou ao uso especial coletivo. Ex.: prédios públicos onde funcionam órgãos, estádios de futebol, bibliotecas públicas, museus públicos, escolas.
 
3-) dominicais ou dominiais – constituem o patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito público. Não possuem destinação específica. Ex.: terras devolutas, terrenos de marinha, prédio desocupado/abandonado.
Uso comum do povo
Uso especial
dominicais
Destinação pública específica
Destinação pública específica
Não possuem destinação pública
inalienáveis
inalienáveis
alienáveis
Destina-se ao uso coletivo (afetados)
Destina-se ao uso da administração (afetados)
Não tem destinação (não afetados)
Afetação (consagração) – um bem não vinculado passa a sofrer destinação com sua vinculação a um fim público. Bem dominical passa para bem de uso comum do povo ou uso especial.
 
Desafetação (ou desconsagração) – um bem vinculado ao uso coletivo ou especial tem subtraída a sua destinação pública. Bem de uso comum do povo ou de uso especial passa a ser dominical.
	- podem ser expressas (lei ou ato administrativo) ou tácitas (atuação da administração)
Características dos Bens Públicos:
1-) Inalienabilidade: característica relativa
-bens de uso comum e bens de uso especial (afetados) são inalienáveis
- bens dominicais (não afetados) são alienáveis (art. 101, do CC)
Bens imóveis: 	- autorização do Presidente da República se o imóvel for da União, podendo ser delegada ao Ministro da Fazenda, permitida a subdelegação.
				- autorização legislativa (se pertencentes a autarquias, fundações públicas e administração direta)
				- avaliação prévia
				- licitação na modalidade concorrência
Art. 17, I, lei nº 8.666/93
Bens móveis: 	
	- avaliação prévia
	- licitação na modalidade leilão
Art. 17, II, da lei nº 8.666/93
2-) Impenhorabilidade: são impenhoráveis os bens públicos.
	Execução especial via precatório (art. 100, CF). 
	Hipótese de sequestro de bens art. 100, §2º, da CF
3-) Imprescritibilidade: não podem ser objeto de usucapião (prescrição aquisitiva) - art. 102, do CC
4-) Impossibilidade de oneração: sobre os bens públicos não pode haver hipoteca, anticrese, penhor etc.
Uso dos bens públicos por particular
I - Quanto ao destino principal
a-) normal – conforme a destinação principal. Ex: rua aberta à circulação
b-) anormal - desconformidade com a destinação principal. Ex. rua fechada para um festejo
II – Quanto ao uso
a-) comum – todos podem, igualmente, utilizar o bem. Pode ser ordinário ou extraordinário.
	Ordinário – o particular usa o bem sem autorização prévia. Ex.: ir à praia, caminhar na rua
	Extraordinário – há restrição do uso do bem imposta pelo Poder de Polícia. Ex.: caminhão para trafegar em rodovia precisa estar no limite de peso.
b-) privativo – somente o particular utilizará. Ex.: Box do mercado
 
	bens afetados: autorização, permissão e concessão de uso (título jurídico de direito público) 
 
	bens não afetados: locação, arrendamento, comodato, enfiteuse, cessão de uso, concessão de direito real de uso (título jurídico de direito privado)
USO DE BENS PÚBLICOS AFETADOS
1. Autorização de uso: ato administrativo unilateral, discricionário e precário. O Estado faculta a alguém o uso privativo de bens públicos para atender interesse particular da pessoa.
- não exige licitação
- pode ser simples (não fixa prazo) ou qualificado/condicionado (fixa prazo)
- gratuita ou onerosa
Ex.: autorização para colocar na rua pequenas barracas durante o carnaval. 
2. Permissão de uso: ato administrativo discricionário e precário para atender interesse público. 
- exige licitação, salvo nas hipóteses de dispensa e inexigibilidade
pode ser gratuita ou onerosa
Ex.: permissão para instalação de banca de jornal na rua
3. Concessão de uso: contrato administrativo, por prazo determinado, faculta a terceiro interessado o uso privativo de determinado bem público.
exige licitação na modalidade concorrência
Ex.: concessão de uso de áreas localizadas nas dependências de aeroportos, universidades, escolas, portos, estação rodoviária.
USO DE BENS PÚBLICOS NÃO AFETADOS
4. Locação: decreto-lei nº 9.760/46. Haverá quando for conveniente em tornar o imóvel produtivo. Realiza-se mediante contrato
 
5. Arrendamento: decreto-lei nº 9.760/46. Objetiva a exploração de frutos ou prestação de serviço.
6. Enfiteuse ou aforamento: decreto-lei nº 9.760/46. Limitado aos terrenos de marinha e seus acrescidos. O domínio útil é conferido ao enfiteuta ou foreiro, cabendo a União somente o domínio direto.
 
7. Cessão de Uso: lei nº 9.636/98. Contrato de natureza pessoal. O bem será cedido a título gratuito ou em condições especiais. 
- a União faculta aos Estados, DF, Municípios e entidades sem fins lucrativos o uso gratuito e por prazo determinado os seus bens
- será autorizada pelo Presidente da República, ou delegada ao Ministro de Estado da Fazenda, permitida a subdelegação
8. Concessão de direito real de uso: decreto-lei nº 271/1967. Contrato pelo qual o Estado transfere, como direito real resolúvel, o uso remunerado ou gratuito de terreno público ou espaço aéreo que o recobre este ou outro terreno particular.
- fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável de várzeas, preservação de comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. 
PATRIMÔNIO PÚBLICO
	- Bens originariamente públicos
	- Bens adquiridos pelo Poder Público
BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE - originários
1. Terras Públicas
a-) terras devolutas: não se acham utilizadas pelo Poder Público, nem destinadas a fins administrativos específicos. (bens dominicais)
b-) plataforma continental: na margem continental até a distância de 200 milhas marítimas
c-) terras ocupadas tradicionalmente pelos índios: porções do território nacional necessárias à sobrevivência física e cultural das populações indígenas que as habitam. (bens públicos de uso especial)
d-) terrenos de marinha: terrenos banhados pelas águas do mar ou dos rios navegáveis, da margem até 33 metros para a parte das terras, contados desde o ponto em que chega o preamar médio. (defesa nacional- bem da União)
e-) terrenos acrescidos: pertence as terras marginais a que aderirem (art. 1250, do CC)
f-) terrenos reservados ou marginais: 15 metros às margens dos rios, lagos e canais públicos (servidão pública)
g-) ilhas: fluviais e lacustres (situadas nas zonas limítrofes com outros países), oceânicas e costeiras que estiverem sob o domínio público (bens dominicais ou de uso comum)
h-) álveos abandonados: faixa de terra antes ocupada pelas águas de um rio ou lago
i-)
faixa de fronteira: 150km de largura paralela a linha divisória do território brasileiro. (defesa nacional)
2- Águas Públicas
Internas – banham exclusivamente o território nacional. Lei nº 9.433/97 – água é um bem de domínio público, recurso natural limitado e dotado de valor econômico. Ex.: Rios, água mineral, quedas d’água
Externas – contornam o continente. Jurisdição nacional é condicionada às regras internacionais. São o mar territorial, a zona contígua, zona econômica exclusiva, alto-mar.
Mar territorial – uso comum. Uma faixa de12 milhas marítimas
Zona contígua – faixa entre 12 e 24 milhas marítimas
Zona econômica exclusiva – faixa que se estende das 12 milhas às duzentas milhas
Alto-mar – uso comum de todos
3. Jazidas
Massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente no interior da terra
Petróleo, Minérios nucleares
4. Florestas
Bens imóveis. Código Florestal (lei nº 12.651/2012). Bens de interesse comum a todos os habitantes
5. Fauna
Sujeita-se a um regime administrativo especial visando à proteção. Código de Caça (lei nº 5.197/67), Código de Pesca (Dec-lei nº 221/67)
6. Espaço Aéreo
Soberania do Brasil sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial. Código Brasileiro de Aeronáutica (lei nº7.656/86)
BENS PÚBLICOS ADQUIRIDOS
Formas de Aquisição: 
Regidos pelo direito privado: compra, recebimento de doação, permuta, usucapião, acessão, herança
Regidos pelo direito público: desapropriação, requisição de coisas móveis consumíveis, aquisição por força da lei ou do processo judicial de execução, investidura.
INTERVENÇÕES ESTATAIS NA PROPRIEDADE
por meio do Poder de Polícia fundado na supremacia do interesse público sobre o particular
- função social da propriedade
 Modalidades de Intervenção:
Intervenção Supressiva – o Estado transfere para si a propriedade de terceiro, suprimindo o direito de propriedade anteriormente existente. O direito de propriedade do particular é suprimido em face da necessidade pública. Desapropriação
Intervenção Restritiva – o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade, sem retirar o direito de propriedade.
1-) Limitações Administrativas – restrições gerais e abstratas do Poder de Polícia atingindo a propriedade privada no exercício do poder de uso, gozo e disposição. Atinge proprietários indeterminados. Natureza Pessoal.
- em regra, obrigação genérica de não fazer. Ex.: limite de altura do prédio
- obrigação de fazer. Ex.: adotar medidas de segurança (colocação de extintores)
2-) Servidão Administrativa ou Pública – restrições parciais e concretas, incidindo sobre propriedades determinadas. Obrigação de suportar um ônus parcial sobre o imóvel. Tem natureza de direito real de gozo instituído pelo Poder Público.
obrigação de tolerar que se faça ou deixar fazer
pode ser: instituída pela lei (servidão sobre prédios vizinhos a imóvel tombado), por acordo entre as partes, via judicial (constituição de servidão)
- deve estar averbada no registro do imóvel quando se tratar de decisão judicial ou se tratar de acordo
Ex.: colocação de placas com nome de rua, passagem de um gasoduto, distribuição de energia elétrica.
Servidão Administrativa
Servidão Civil
Interesse público
Interesse privado
Tem relação de dominação de serviço (atividade) sobre o bem
Tem relação de dominação de bem sobre bem (art. 1378. CC)
É perpétuo enquanto houver interesse público
É perpétuo
3-) Ocupação Temporária – poder publico utiliza um determinado bem privado (móvel, imóvel ou serviço) por prazo determinado, para satisfazer necessidades de interesse público, de forma gratuita ou onerosa. 
Pode ocorrer: 	
a-) na rescisão unilateral do contrato administrativo como assegurar a continuidade do serviço
b-) ocupação temporária de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.
4-) Requisição administrativa – intervenção estatal na propriedade particular fundada na urgência. Pode incidir sobre bens móveis, imóveis ou serviços. É a tomada da coisa em casos de urgência (guerra ou iminente perigo público). 
- ato administrativo unilateral
- gera o uso do bem
- é auto-executório
- pode ser indenizada se comprovado o dano
- pode alcançar bens e serviços para atender necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de perigo público iminente
Art. 5º, XXV, CF - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Ex.: ocupação de imóvel particular por motivo de inundação
Limitaçõesadministrativas
Restrições gerais no exercício do poder de uso, gozo e disposição da propriedade
Servidão administrativa
Restrição parcial e concreta. Obrigação desuportar um ônus parcial sobre o imóvel
Ocupaçãotemporária
Restrição estatal fundada nos casos de apoio à execução de obras/serviços
Requisição administrativa
Intervenção fundada na urgência (uso do bem)
5-) Tombamento – restrição estatal da propriedade privada, que se destina especificamente à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Bens móveis ou imóveis
- depende de um procedimento administrativo prévio
- bem de qualquer natureza (móvel, imóvel, materiais e imateriais, públicos e privados)
- competência material comum (art. 23, III, da CF). Observado o interesse
- competência legislativa concorrente (art. 24, VII, da CF)
CF art. 216, § 1º
Decreto-lei nº 25/37 – Lei do Tombamento
Pode ser: 		a-) Quanto à constituição
De ofício: incidirá sobre os bens públicos pertencentes à União, Estados e Municípios
Voluntária: sobre coisas pertencentes à pessoa natural ou à pessoa jurídica de direito privado, quando o proprietário pedir ou anuir, por escrito, que a coisa integre o patrimônio histórico e artístico nacional.
Compulsória: quando o proprietário (pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado) se recusar a anuir à inscrição da coisa		
b-) Quanto à eficácia
Provisório: processo iniciado pela notificação 
Definitivo: concluído o processo de tombamento
c-) Quanto aos destinatários
Geral: incide sobre todos os bens situados num bairro ou numa cidade Ex.: Ouro Preto/MG
Individual: só atinge um determinado bem.
Efeitos do Tombamento:
as coisas tombadas não poderão ser destruídas, demolidas ou mutiladas, sem prévia autorização do IPHAN
na vizinhança não poderá fazer construção sem prévia autorização (servidão administrativa)
- se o proprietário da coisa tombada não dispuser de recursos para realizar obras de conservação e reparação a União deverá fazer, sob pena de ser cancelado o tombamento da coisa.
vigilância do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
inalienabilidade. Bem público é inalienável. Bem privado pode ser alienado, respeitada a ordem de preferência ao ente que tombou.
Não será cabível indenização, exceto se houver esvaziamento do valor econômico do bem
Desfazimento ou Destombamento
Cancelamento do ato de inscrição: desaparece o fundamento ou o motivo para a restrição ao uso da propriedade. Falta Interesse público
Instrumento de tutela do patrimônio histórico e artístico nacional – AÇÃO POPULAR e AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 129, CF. São funções institucionais do Ministério Público:
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
 
6-) Desapropriação
Lei Geral da Desapropriação – decreto-lei nº 3.365/41
Lei nº 4.132/62 – define os casos de desapropriação por interesse social
Intervenção supressiva
Conceito: “procedimento através do qual o Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o para si, em caráter originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no caso de certos imóveis urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função social legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á em títulos da dívida pública, resgatáveis em parcelas anuais e sucessivas, preservado seu valor real.” CABM 
Desapropriação atinge o caráter perpétuo do direito de propriedade
Proprietário – perde a propriedade
Poder público – adquire a propriedade
Fundamento:
Necessidade pública – problema inadiável (segurança nacional, calamidade pública)
Utilidade pública – utilização da propriedade é conveniente e vantajosa para o interesse público (abertura de ruas, construção de escolas)
Interesse social – solução de problemas sociais (construção de casas populares)
Todos os bens podem ser desapropriados
- coisas corpóreas (bens móveis ou imóveis)
- coisas incorpóreas (ex.: ações, patentes, fundos de comércio)
bens públicos ou privados
União 		Estados 		Municípios
União 		Distrito Federal
União 		Territórios
* Bens tombados podem ser desapropriados desde que respeitada a ordem das entidades federativas (divergência)
Competência para legislar sobre desapropriação – privativa da União (Art. 22, II, da CF)
Procedimento:
Fase Declaratória ou Administrativa
Fase Executória
1-) Fase declaratória – indicação da necessidade ou utilidade pública, ou do interesse social do bem e das características do bem objeto da restrição.
 
Declaração:-Indica o sujeito passivo da desapropriação
			-Necessidade pública, utilidade pública ou interesse social do bem
			-Destinação específica a ser dada ao bem
			-Identificação do bem a ser expropriado (decreto expropriatório)
Competência: 	
			- chefe do Poder Executivo, através de decreto (Decreto-lei nº 3.365/41, art. 6º), regra geral
			- Poder Legislativo, através de lei (Decreto-lei nº 3.365/41, art. 8º)
			- pode a lei atribuir competência a outras entidades da Administração Indireta. Ex.: ANEEL (relativo às áreas necessárias para implantação de concessionárias, permissionárias e autorizatários de energia elétrica, lei nº 9.074/95)
Efeitos da declaração:
- sujeitar o imóvel à força expropriatória do Estado
- fixação das condições físicas do bem
Benfeitorias: 	Necessárias (sempre indenizáveis)
				Úteis (indenizáveis se autorizadas)
				Voluptuárias (não indenizáveis)
Antes da declaração todas as benfeitorias são indenizáveis.
	- atribui ao Estado o direito de adentrar no imóvel
	- fixação do termo inicial para o prazo de caducidade da declaração (5 anos para necessidade pública e 2 anos para interesse social) 	
2-) Fase executória – compreende a fixação do preço e efetiva transferência ao patrimônio público que pode ser extrajudicial ou judicial.
 
Competência: - própria entidade competente para a declaração
			- entidades delegadas por lei ou por contrato: Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, as Concessionárias e Permissionárias de Serviços Públicos. (art. 3º, decreto-lei 3.365/41)
	Fase Executória Extrajudicial ou Administrativa: há acordo entre as partes quanto ao valor da indenização. 
	Fase Executória Judicial: inicia com a ação de desapropriação. Foro competente é o da situação do bem expropriado.
Petição Inicial: 	oferta do preço
				decreto de desapropriação
				planta ou descrição do bem e suas confrontações
				se alegar urgência e depositar quantia calculada de acordo com o § 1º, do art. 15, do Decreto-lei nº 3.365/41 o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na posse do bem
Intervenção do MP
Citação: 		Concordar com o preço – juiz homologa por sentença
				Contestar – rito ordinário – matéria alegada: vício do processo, impugnação do preço, vícios no decreto expropriatório e requerer extensão da desapropriação.
STF tem admitido a possibilidade de desistência da expropriação antes do pagamento da indenização, ressalvado o direito do expropriado a indenização e a devolução do bem.
Modalidades de desapropriação:
Ordinária
1-) desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social - Comum
Extraordinária
2-) desapropriação para fins de reforma agrária – Especial Rural
3-) desapropriação por descumprimento da função social da propriedade urbana – Especial Urbana
4-) desapropriação confiscatória
1-) desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social – art. 5º, XXIV, da CF. Indenização em dinheiro, competência da União, Estados, Municípios, Distrito Federal.
Necessidade pública – indispensável. Situação de Emergência 
Utilidade Pública – conveniente (art. 5º, decreto-lei nº 3.365/41) 
Interesse Social – atender as camadas pobres da população, objetivando a distribuição da riqueza. Distribuição da propriedade para melhor aproveitamento. (lei nº 4.132/62)
Indenização
Justa, prévia (antes de perde o domínio) e em dinheiro 
Valor amplo: 	Valor do Imóvel 
				Danos emergentes
				Lucros cessantes
				Juros compensatórios (12% ao ano, súmula 618, STF)
				Juros de Mora (até 6% a.a., a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito)
				Correção Monetária, a partir do laudo de avaliação do bem até o efetivo pagamento
2-) desapropriação para fins de reforma agrária – art. 184, da CF. 
- Imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social
Art. 186, da CF. “A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.”
* pequena e média propriedade rural não serão desapropriadas para fins de reforma agrária, desde que seu proprietário não possua outra e a propriedade seja produtiva (art. 185, da CF) lei nº 8.629/93
- Competência privativa da União
- Indenização em títulos da dívida agrária
- Benfeitorias úteis e necessárias indenizadas em dinheiro
- Executada pelo INCRA
- A operação de transferência de imóvel desapropriado é imune de impostos federais, estaduais e municipais (art. 184, § 5º, da CF)
3-) desapropriação por descumprimento da função social da propriedade urbana – art. 182, § 4º, III, da CF, lei nº 10.257/2001 (estatuto da Cidade)
- Necessidade de adequação do imóvel ao plano diretor para observância da política urbana
- imóvel urbano que não esteja cumprindo sua função social
- competência exclusiva do Município
instrumento jurídico de política urbana
Indenização em títulos da dívida pública
Providências punitivas de caráter sucessivo
	1º Ordem de edificação ou parcelamento compulsório
	2º imposição de IPTU progressivo no tempo
	3º desapropriação urbanística sancionatória
4-) desapropriação confiscatória
CF, art. 243, Lei nº 8.257/91 e decreto nº 577/92
Expropriação de glebas utilizadas para plantio de culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo (EC 81/2014)
Não há qualquer indenização
 A desapropriação atinge toda a propriedade
Identificação da área é feita pela Polícia Federal e o INCRA realiza a fase administrativa
Privativo da União
Desapropriação Indireta
	Poder Público pratica um esbulho numa propriedade privada, sem prévia ação ou prévio título.
É uma espécie de desapropriação de fato (Fato consumado) - vedada na lei (art. 46, LC 101/2000)
-ação judicial por desapropriação indireta/ação de ressarcimento de danos causados por apossamento administrativo (propriedade já incorporada ao
patrimônio público) 
		 prazo para a propositura da ação - prescrição - divergência
	*15 anos (art. 1238, CC – usucapião) caráter real 
	20 anos (Súmula 119, STJ) 
	10 anos (art. 205 CC)
proprietário terá direito a indenização do valor do bem acrescido de juros moratórios e juros compensatórios (termo inicial o momento da efetiva ocupação), além de honorários advocatícios
Requisitos da inicial: o domínio deve ser comprovado pelo particular através do registro do imóvel, comprovar o pagamento dos impostos e demonstrar a ocupação ilegal.
Direito de Retrocessão
Proprietário do bem exige-o de volta quando ele não tenha o destino de interesse público declarado na desapropriação. - desinteresse superveniente. Reversão do procedimento expropriatório.
Art. 519, CC
“Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado o direito de preferência, pelo preço atual da coisa.” 
Tredestinação – destinação desconforme com o plano inicialmente previsto.
desvio de finalidade. 
Será ilícita quando transpassar o bem da finalidade pública para particular (direito de retrocessão)
Será lícita quando persistir o interesse público, permanece a finalidade pública.
 
Bens expropriados não podem ser objeto de reivindicação – art. 35, DL 3.365/41:
1-) admite a retomada do bem (natureza real) –CABM, STF
2-) *só há possibilidade do expropriado pedir perdas e danos (natureza pessoal) – HLM, JSCF
3-) expropriado pode reivindicar o bem ou pedir perdas e danos (natureza mista) – MSZP
 
- violado o direito de preferência o expropriado tem:
5 anos para intentar a ação de retrocessão, pleiteando perdas e danos (natureza pessoal)
10 anos para intentar a ação de retrocessão, pleiteando reaver o bem (natureza real)
Direito de Extensão
O expropriado pode exigir que a desapropriação compreenda a parte do bem expropriado que não foi incluída no ato declaratório face a inutilidade desta fração.

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