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2017.12.13 fichamento contabilidade nacional e o balanço de pagamentos

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KRUGMAN e OBSTFELD - Economia Internacional 
Capitulo. 12 - Contabilidade nacional e o balanço de pagamentos 
Duas ferramentas essenciais que se relacionam entre si são a contabilidade nacional e a 
contabilidade do balanço de pagamentos. A primeira registra todos os gastos que contribuem 
para a renda e o produto do país. A segunda ajuda-nos a acompanhar as variações no 
endividamento com o estrangeiro. O produto nacional bruto (PNB) é o valor de todos os bens 
e serviços finais produzidos pelos fatores de produção e vendidos no mercado em um período 
de tempo. Define-se o PNB e a renda nacional como necessariamente iguais, porém ajustes no 
PNB como depreciação, transferências unilaterais e impostos indiretos sobre os negócios 
devem ser feitos para identificação correta. 
O PNB é igual ao PIB mais os recebimentos líquidos de renda dos fatores vindos do resto do 
mundo. O PIB não corrige a parcela da produção efetuada a partir de serviços fornecidos pelo 
capital de propriedade estrangeira. Em uma economia fechada, como residentes não podem 
comercializar com estrangeiros, a renda nacional é gerada pelo consumo, pelo investimento 
ou pelas compras governamentais; em uma aberta, a renda nacional é a soma dos gastos 
domésticos e estrangeiros em bens e serviços produzidos pelos fatores domésticos: Y= C+I+G+ 
EX - IM. A diferença entre as exportações e importações de bens e serviços é o saldo em 
transações correntes. 
Quando as importações excedem as exportações, o país tem um déficit em transações 
correntes, e quando o contrário, tem um superávit. Um país pode importar mais do que 
exporta apenas se puder tomar emprestada a diferença com os estrangeiros; assim, aumenta 
sua dívida externa líquida pelo montante do déficit. Para explicar as mais importantes 
implicações da identidade do PNB, define-se poupança nacional, parte do produto que não se 
destina ao consumo ou às compras governamentais. Em uma economia fechada, a poupança 
nacional é igual ao investimento: S= I; uma aberta pode poupar aumentando seu estoque de 
capital ou adquirindo riqueza externa: S= I+TC. 
A poupança privada é a parte da renda disponível, a renda nacional menos os impostos 
líquidos arrecadados pelo governo, T, que é poupada, e não consumida. A poupança do 
governo é semelhante, mas a renda é a receita líquida de impostos, e o consumo são as 
compras governamentais. Pode-se utilizar essas poupanças para reescrever a identidade da 
renda nacional nas economias abertas: S= Sp+Sg= I+TC; Sp= I+TC +(G-T). O déficit orçamentário 
do governo, G-T, mede o grau em que o governo toma empréstimos para financiar seus gastos. 
Nos EUA, no início da década de 1980, impostos foram cortados e gastos de governo 
aumentaram, gerando déficits do governo e em transações correntes. Isso levou gente a achar 
que eram "déficits gêmeos". 
As contas do balanço de pagamentos são um registro detalhado da composição do saldo em 
transações correntes e das transações que o financiam. Um ativo é uma forma pela qual a 
riqueza pode ser mantida, como dinheiro, ações, dívida do governo. Os tipos de transações 
internacionais no balanço de pagamentos são: as que envolvem exportação ou importação de 
bens e serviços; as que envolvem compra ou venda de ativos financeiros, que são registradas 
pela conta financeira do balanço; e atividades que resultam em transferências de riqueza que 
são registradas na conta capital. Uma regra da contabilidade chamada regra das partidas 
dobradas é que toda transação internacional é lançada como crédito e como débito no 
balanço. 
Como qualquer transação internacional ocasiona dois lançamentos equivalentes, o saldo em 
transações correntes, o saldo da conta financeira e o saldo da conta capital somam zero; 
porém como os dados de fontes podem diferir, as contas raramente se equilibram na prática. 
Os contadores forçam o equilíbrio, adicionando uma discrepância estatística. Um dos tipos de 
transações na conta financeira é a que envolve a compra ou a venda de ativos de reservas 
oficiais pelos bancos centrais. O banco central de uma economia é a instituição responsável 
por administrar a oferta de moeda. As reservas internacionais oficiais são ativos estrangeiros 
mantidos pelos bancos centrais como um amortecedor contra infortúnios econômicos 
nacionais. 
O aumento líquido nos créditos das reservas oficiais estrangeiras sobre os EUA menos o 
aumento líquido nas reservas oficiais dos EUA é o saldo em transações de reservas oficiais. Os 
dados das transações correntes nacionais mostram que o mundo incorre em um substancial 
déficit. Uma hipótese mais plausível seria os erros sistemáticos de informação sobre os fluxos 
de renda gerados pelos juros internacionais. O Bureau of Economic Analysis do Departamento 
de Comércio dos EUA supervisiona a coleta de dados que está por trás das contas nacionais e 
do balanço de pagamentos. Hoje, o BEA utiliza dois métodos diferentes para atribuir valores 
correntes aos investimentos estrangeiros diretos: o do custo corrente e o do valor de mercado. 
Como a poupança de um país pode ser emprestada, para aumentar o estoque de capital de 
outro, o superávit em transações correntes muitas vezes é chamado de investimento 
estrangeiro líquido. Se a identidade da renda, com as definições das poupanças, for reescrita 
assim TC= Sp-I -(G-T), é possível ver como os déficits gêmeos poderiam ter ocorrido; porém 
essa teoria pode levar a erros quando mudanças nos déficits do governo levam a mudanças na 
poupança privada e no investimento, que podem neutralizar o déficit orçamentário. Uma das 
explicações disso é a 'equivalência ricardiana'. Quando o governo reduz impostos e aumenta o 
déficit, os consumidores aumentam sua poupança, e o contrário também existe. 
Qualitativamente, foi o comportamento da Europa em fins dos anos 1990.

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