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Sistema de esgoto sanitário No Brasil, como em quase todo o resto do mundo, a rede coletora de esgoto sanitário não é a mesma que coleta as águas pluviais. Dizemos que o sistema coletor é do tipo separador absoluto. Assim sendo, ao sistema predial e público de esgoto sanitário somente devem ser encaminhadas as águas servidas, e nunca as águas pluviais, cuja vazão levaria à perda da capacidade de escoamento das tubulações Lamentavelmente, esse desconhecimento tem levado à ocorrência dos refluxos que podem ser presenciados nos tampões de alguns poços de visita por ocasião das chuvas, especialmente nas regiões mais baixas da cidade, em que a concentração das águas pluviais é maior. A este respeito, é importante destacar o que expressa, em seu item 4.1.3.1, a NBR 8160:1999, que regulamenta a matéria: O sistema predial de esgoto sanitário deve ser separador absoluto em relação ao sistema predial de águas pluviais, ou seja, não deve existir nenhuma ligação entre os dois sistemas. Ligação de esgoto: seção longitudinal típica O esquema de funcionamento de um sistema de esgoto, em geral, é o representado no diagrama a seguir. Desconectores: ventilação e sifão Kit Acústico para Caixa Sifonada para Esgoto Amanco Silentium® PVC Corpo de Caixa Sifonada com Amortecedor Acústico para Esgoto Amanco Silentium® PVC Fig. 6.6 - Desconectores: caixa ou ralo sifonado com grelha Exemplos de sistemas prediais de esgoto sanitário com ventilação secundária Prolongamento do tubo de queda ou coluna de ventilação Desvio de tubo de queda Ligação de ramal de ventilação Ligação de ramal de ventilação quando da impossibilidade de ventilação do ramal de descarga da bacia sanitária Dispensa de ventilação de ramal de descarga da bacia sanitária Ventilação em circuito Zonas de pressão de espuma Elevatória predial de esgoto equipada com bombas sumbersíveis Tabela 6.2 – Unidades Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga (1) O diâmetro nominal DN mínimo para o ramal de descarga de bacia sanitária pode ser reduzido para DN 75, caso justificado pelo cálculo de dimensionamento efetuado pelo método hidráulico apresentado no anexo B e somente depois da revisão da NBR 6452:1985 (aparelhos sanitários de material cerâmico), pela qual os fabricantes devem confeccionar variantes das bacias sanitárias com saída própria para ponto de esgoto de DN 75, sem necessidade de peça especial de adaptação. (2) Por metro de calha – considerar como ramal de esgoto (ver Tabela 6.3). (3) Devem ser consideradas as recomendações dos fabricantes. 50 (3)3Máquina de lavar roupas 50 (3)2Máquina de lavar louças 403Tanque de lavar roupas 504Lavagem de panelas 503PreparaçãoPia de cozinha industrial 503Pia de cozinha residencial 502 (2)De calha 402Descarga automática 505Caixa de descarga 756Válvula de descargaMictório 402De uso geral 401De residênciaLavatório 404Coletivo 402De residênciaChuveiro 401Bidê 400,5Bebedouro 402Banheira de residência 100 (1)6Bacia sanitária Diâmetro nominal mínimo do ramal de descarga DN Número de unidades Hunter de contribuição Aparelho sanitário Tabela 6.3 - Unidades Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na Tabela 6.2 6100 575 350 240 Número de unidades Hunter de contribuição UHCDiâmetro nominal mínimo do ramal de descarga DN Tabela 6.4 – Dimensionamento dos ramais de esgoto 160100 2075 650 340 Número máximo de unidades Hunter de contribuição UHC Diâmetro nominal mínimo do tubo DN Tabela 6.1 - Tubulações horizontais(l) - declividade mínima (conforme NBR 8160:1999) 1100 2≤ 75 Declividade (%)DN (2) [ mm ] (1): Tubulação instalada em posição horizontal ou que faça ângulo menor que 45 graus com a horizontal. (2): Diâmetro nominal da tubulação Ramais de esgoto A especificação do diâmetro nominal (DN) desses ramais é feita pela Tabela 6.4. Em geral, deve ser observado: Lavatórios, banheiros, bidês, ralos, chuveiros e tanques lançam-se individualmente ou através de caixas de passagem em desconector (caixa sifonada ou sifão) e, depois, nas canalizações secundárias ou primárias. Vasos e mictórios lançam nas canalizações primárias ou em suas caixas de inspeção. Os mictórios só poderão ser ligados a caixas sifonadas dotadas de tampas cegas (herméticas), ou sifão quando a instalação desse dispositivo preencher as seguintes condições: permitir sua fácil e imediata limpeza ou desobstrução, sem auxílio de andaimes ou outros meios especiais; permitir o acesso ao bujão de limpeza pela própria unidade autônoma em que ele esteja instalado. Alguns cuidados básicos devem ser tomados em seu projeto, devido à possibilidade de formação de espumas, que podem refluir, de modo desagradável, através das grelhas dos ralos para o interior dos ambientes sanitários. Para tanto, a NBR 8160:1999 apresenta, em seu item 4.2.4.2, as considerações transcritas a seguir. 4.2.4.2. Para os edifícios de dois ou mais andares, nos tubos de queda que recebam efluentes de aparelhos sanitários tais como pias, tanques, máquinas de lavar e outros similares, onde são utilizados detergentes que provoquem a formação de espuma, devem ser adotadas soluções no sentido de evitar o retorno de espuma para os ambientes sanitários, tais como: •não efetuar ligações de tubulações de esgoto ou de ventilação nas regiões de ocorrência de sobrepressão (vide item 6.10 deste Capítulo); •efetuar o desvio do tubo de queda para a horizontal com dispositivos que atenuem a sobrepressão, ou seja, curvas de 90º de raio longo ou duas curvas de 45º, ou: •instalar dispositivos com a finalidade de evitar o retorno de espuma. A NBR 8160:1999 não permite a utilização de caixas de gordura individuais nos apartamentos. Recomenda, ao invés, que sejam previstos tubos de queda especiais para pias de cozinha e máquinas de lavar louças, providas de ventilação primária, que devem descarregar em caixa de gordura coletiva. Pias de cozinha devem ser ligadas a tubos de queda, que lançam em caixas retentoras de gordura e, em seguida, às canalizações primarias ou caixas de inspeção. Como no caso dos ramais de descarga, deve-se ter sempre em mente que poderá ser necessário desobstrui-los eventualmente. Por isto, e para minimizar a ocorrência de obstruções, facilidades para possibilitar essa desobstrução devem ser criadas. As mudanças de direção “horizontais” são sempre feitas com ângulos não superiores a 45º. Da mesma forma, variações de direção do tipo horizontal / vertical e vice-versa são feitas utilizando ângulos inferiores a 90º. Além disto, deve-se prever dispositivos que permitam a introdução de equipamentos para desobstrução da tubulação pelo menos a cada 15 metros. Como no caso dos ramais de descarga, a NBR 8160:1999 não permite que se ligue um ramal de esgoto no ramal de descarga do vaso sanitário, através de inspeção em joelho ou curva ali existente. Em se tratando de tubulações enterradas, os desvios e as mudanças de declividade, bem como a junção de tubulações, devem ser feitos utilizando caixas de inspeção ou poços de visita. Tabela 6.5 – Dimensionamento dos tubos de queda 8.4006.000300 5.6003.800250 3.6002.200200 1.900960150 500240100 703075 241050 8440 Prédio com mais de três pavimentos Prédio de até três pavimentos Número máximo de unidades Hunter de contribuiçãoDiâmetro nominal do tubo DN Tubos de queda A especificação do diâmetro nominal (DN) desses tubos pode ser feita através da somatória das UHC, conforme valores indicados na Tabela 6.5. Embora seja preferívelprojetá-los, sempre que possível, num único alinhamento, poderá ser necessário prever desvios na direção vertical, vide Figura 6.8. Para esses casos, a NBR 8160:1999 apresenta as considerações transcritas a seguir. quando o desvio formar ângulo igual ou inferior a 45º com a vertical, o tubo de queda é dimensionado com os valores indicados na Tabela 6 (Tabela 6.5 deste livro); quando o desvio formar ângulo superior a 45º com a vertical, deve-se dimensionar: a parte do tubo de queda acima do desvio como tubo de queda independente, com base no número de unidades Hunter de contribuição dos aparelhos acima do desvio, de acordo com os valores da Tabela 6 (Tabela 6.5 deste livro); a parte horizontal do desvio de acordo com os valores da Tabela 7 (Tabela 6.6 deste livro); A parte do tubo de queda abaixo do desvio, com base no número de unidades Hunter de contribuição de todos os aparelhos que descarregam neste tubo de queda, de acordo com os valores da Tabela 6 (Tabela 6.5 deste livro), não podendo o diâmetro nominal adotado, neste caso, ser menor do que o da parte horizontal. Fig. 6.8 - Esquema vertical 6.7. Coletor predial e subcoletores São dimensionados de acordo com a Tabela 6.6. Nesse dimensionamento, em se tratando de prédios residenciais, são considerados apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para a somatória do número de unidades Hunter de contribuição. Nos demais casos, devem ser considerados todos os aparelhos contribuintes para o cálculo do número de UHC. Devem ser, de preferência, retilíneos e, nos trechos em deflexão, impostas pela configuração de prédio ou do terreno, devem ser colocadas caixas de inspeção ou peças de inspeção que permitam a limpeza e desobstrução adjacente. A declividade máxima dos sub-coletores não deve ser maior que 5%. 0 coletor predial e os subcoletores devem ser construídos, sempre que possível, na parte não edificada do terreno. Quando inevitável sua construção em área edificada, devem ser tomados cuidados especiais para proteção aos mesmos e fácil inspeção. Nas mudanças de direção dos coletores em que não for possível intercalar caixas de inspeção, devem ser usadas curvas de ângulo central máximo igual a 90º de raio longo, desde que sejam previstas peças de inspeção para Iimpeza e desobstrução dos trechos adjacentes. Tabela 6.6 – Dimensionamento dos subcoletores e coletor predial 12.00010.0008.3007.000400 6.7005.6004.6003.900300 4.2003.5002.9002.500250 2.3001.9201.6001.400200 1.000840700-150 250216180-100 4210,5 Número máximo de unidades Hunter de contribuição em função das declividades mínimas % Diâmetro nominal do tubo DN No coletor predial ou subcoletor não deve haver a inserção de quaisquer dispositivos ou embaraços ao natural escoamento de despejos tais como sifões, fundo de caixas de inspeção de cota inferior à do perfil do coletor predial ou subcoletor, bolsas de tubulações dentro de caixas de inspeção, etc. As variações de diâmetro dos coletores devem ser feitas mediante o emprego de caixas de inspeção ou de peças especiais de ampliação ou redução. Quando as tubulações não forem enterradas, as interligações de ramais de descarga, ramais de esgoto e subcoletores devem ser feitas através de caixa de inspeção ou poços de visita. Quando as tubulações não forem enterradas, devem ser usadas junções a 45º, com peças de inspeção nos trechos adjacentes, não sendo adequado o uso de peças em (T) ou duplo (T). Como no caso dos ramais de descarga e de esgoto, deve-se ter sempre em mente que poderá ser necessário desobstruí-los eventualmente. Por isto, e para minimizar a ocorrência de obstruções, facilidades para possibilitar essa desobstrução devem ser criadas. As mudanças de direção “horizontais” são sempre feitas com ângulos não superiores a 45º. Da mesma forma, variações de direção do tipo horizontal / vertical e vice-versa são feitas utilizando ângulos inferiores a 90º. Além disto, deve-se prever dispositivos que permitam a introdução de equipamentos para desobstrução da tubulação pelo menos a cada 25 metros, sendo que, no caso da interligação entre o poço luminar e esse dispositivo, essa distância não deve superar 15 metros. A Figura 6.10 mostra a extremidade aberta do tubo ventilador primário ou da coluna de ventilação. A seu respeito, a NBR 8160:1999 apresenta as seguintes recomendações: não deve estar situada a menos de 4,00 m de qualquer janela, porta ou vão de ventilação, salvo se elevada pelo menos 1,00 m das vergas dos respectivos vãos; deve situar-se a uma altura mínima igual a 2,00 m acima da cobertura no caso de laje utilizada para outros fins, além de cobertura; caso contrário, esta altura deve ser no mínimo igual a 0,30 m; deve ser devidamente protegida nos trechos aparentes contra choques ou acidentes que possam danificá-la; deve ser provida de terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça a entrada das águas pluviais diretamente no tubo de ventilação. As ligações com tubulações verticais são feitas através de junções a 45º, enquanto que as ligações com tubos “horizontais” são feitas acima do eixo do tubo, elevando-se o tubo ventilador de uma distância de até 0,15 m, ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais elevado dos aparelhos sanitários por ele ventilados, antes de ligar-se a outro tubo ventilador, respeitando-se o que segue: a ligação ao tubo horizontal deve ser feita por meio de tê 90º ou junção 45º com a derivação instalada em ângulo, de preferência, entre 45º e 90º em relação ao tubo de esgoto, conforme indicado na figura 5 (Figura 6.12 do livro); quando não houver espaço vertical para a solução apresentada acima, podem ser adotados ângulos menores, com o tubo ventilador ligado somente por junção 45º ao respectivo ramal de esgoto e com seu trecho inicial instalado em aclive mínimo de 2%, a distância entre o ponto de inserção do ramal de ventilação ao tubo de esgoto e a conexão de mudança do trecho horizontal para a vertical deve ser a mais curta possível; a distância entre a saída do aparelho sanitário e a inserção do ramal de ventilação deve ser igual a, no mínimo, duas vezes o diâmetro do ramal de descarga. Tabela 6.7 - Dimensionamento de ramais de ventilação --7519 a 36 7518 a 605013 a 18 50Até 1740Até 12 DN [ mm ]UHCDN [mm IUHC Com VasosSem vasos Grupo de Aparelhos Sanitários Tabela 6.8 - Distância máxima de um desconector ao tubo de ventilação 2,40100 1,8075 1,2050 1,0040 Distância máxima [m] Ramal de Descarga: DN [ mm ] 6.9. Instalações de Recalque Essas instalações devem ser evitadas sempre que possível, uma vez que a existência de equipamentos mecânicos acarreta a necessidade de manutenção atenta e permanente, e a possibilidade de eventuais falhas de funcionamento. No entanto, às vezes elas são imperativas, para esgotar efluentes de aparelhos sanitários instalados em nível inferior ao do logradouro, que devem ser reunidos em uma caixa coletora, colocada de modo a recebê-los por gravidade, e de onde precisam ser recalcados. É importante salientar que nenhum aparelho sanitário, caixa sifonada, caixa retentora e outros, deve descarregar diretamente na caixa coletora, e sim numa ou mais caixas de inspeção, as quais devem ser ligadas à caixa coletora. A NBR 8160:1999 permite que as caixas coletoras recebam diretamente esgotos provenientes de lavagens de pisos ou de automóveis, dispensando-se o uso de caixas de inspeção, devendo os efluentes dos ralos e valetas ser encaminhados antes a uma caixa sifonada de diâmetro mínimo de 40 mm e, em seguida, à caixa coletora.
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