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1
Campus Tatuapé
ECONOMIA BÁSICA
PARA
ADMINISTRAÇÃO
Professor: Eliud Annuncio 2017
Apostila 1
1 - Introdução
 2 - História do Pensamento Econômico
3 - Economia Positiva e Normativa
4 - A microeconomia e a macroeconomia
5 - Sistemas Econômicos
6 -Agentes Econômicos
7 - Teoria do Valor 
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS ECONÔMICAS
1 - Neste Capítulo você entenderá como a economia é estudada pelas Ciências Econômicas, o 
que é macroeconomia e microeconomia, e como estes assuntos influenciam a sua vida e a da
sua comunidade, das empresas, dos governos, enfim, de todos que fazem parte deste grande 
ambiente econômico que é o Brasil e o mundo.
Seja em nosso cotidiano, seja nos jornais, no rádio e na televisão, deparamo--nos com 
inúmeras questões econômicas, como:
• aumentos de preços;
• períodos de crise econômica ou de crescimento;
• desemprego;
• setores que crescem mais do que outros;
• diferenças salariais;
• crises no balanço de pagamentos;
• vulnerabilidade externa;
• valorização ou desvalorização da taxa de câmbio;
• dívida externa;
• ociosidade em alguns setores de atividade;
2
• diferenças de renda entre as várias regiões do país;
• comportamento das taxas de juros;
• déficit governamental;
• elevação de impostos e tarifas públicas.
Esses temas, já rotineiros em nosso dia a dia, são discutidos pelos cidadãos comuns, que, 
com altas doses de otimismo, têm opiniões formadas sobre as medidas que o Estado deve 
adotar. Um estudante de Economia, de Direito ou de outra área, por exemplo, pode vir a ocupar 
um cargo de responsabilidade em uma empresa ou na própria administração pública e 
necessitará de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas 
econômicos que nos rodeiam diariamente.
O objetivo do estudo da Ciência Econômica é analisar os problemas econômicos e 
formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida.
1.2 - Conceito de Economia
Etimologicamente, a palavra economia deriva do grego oikonomia (de oikos, casa; 
nomos, lei). No sentido original, seria a "administração da casa", que posteriormente foi 
associada à "administração da coisa pública".
Definição: 
a - As Ciências Econômicas estudam a produção, a distribuição e o consumo de bens e 
serviços pelas pessoas e sociedades; também estudam os processos de acumulação de bens 
materiais, possibilitando assim entender a geração de riqueza pelas sociedades. 
ou
b - Define-se Economia como a ciência social que estuda de que maneira a sociedade 
decide (escolhe) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de 
modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as 
necessidades humanas. Ou seja, é a ciência social que estuda como a sociedade administra 
recursos produtivos (fatores de produção) escassos.
Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo 
da Ciência Econômica:
- ciência social; 
- escolha;
- escassez;
- necessidades;
- recursos;
- produção;
- distribuição.
Considerando os conceitos relacionados às necessidades dos consumidores, os recursos 
e sua abundância ou escassez, as relações entre oferta e procura por produtos e serviços 
também, podemos entender o conceito de economia como: 
"É a ciência que estuda os recursos escassos e as alternativas de produção, para atender as 
necessidades ilimitadas dos indivíduos."
“... compete o estado da ação econômica do homem, envolvendo essencialmente o processo de 
produção, a geração e a apropriação da renda, o dispêndio e a acumulação.”
Como ciência social, o estudo da teoria econômica pertence ao campo das ciências 
humanas. Como repousam sobre decisões humanas, as decisões econômicas envolvem juízo de 
valor, dando origem a diferentes formas de interpretação e, consequentemente, a várias correntes 
de pensamento econômico.
3
No mundo globalizado, quando se fala em administração de organizações, tem-se que 
pensar em administração estratégica e, quando se fala em administração estratégica, pensa-se 
em organizações como parte de um ambiente que oferece, às organizações nele inseridas, uma 
série de ameaças e oportunidades.
O objetivo principal do estudo da economia para o administrador de organizações é 
compreender o. ambiente econômico no qual as empresas estão competindo, enquanto fator de 
ameaças e oportunidades para as organizações. Entender os conceitos econômicos podem 
ajudar na sobrevivência das empresas e dos cidadãos.
1.3 - As ciências econômicas
Vamos iniciar os nossos estudos entendendo o que são as ciências econômicas. Este 
ramo do conhecimento é muito importante porque tem como objeto de estudo a economia. Após 
entendermos o que são as ciências econômicas, iremos nos introduzir nos conceitos da economia 
propriamente dita, em seus fundamentos e exemplos de como ela está presente em nosso dia a 
dia.
Um dos principais assuntos das ciências econômicas é a teoria econômica, a qual trata do 
conceito e dos princípios da economia.
1.4 - O que é economia e como ela funciona?
As pessoas que formam a nossa sociedade, o nosso país, têm necessidades de consumo 
relacionadas à alimentação, vestuário, medicamentos, serviços de lazer, serviços médicos, 
eletrodomésticos, dentre muitas outras. Na verdade, consideramos que as necessidades de 
consumo das pessoas são ilimitadas, porque dia após dia, o consumo destes e de outros bens e 
serviços se torna uma condição de vida saudável, próspera e confortável na sociedade da qual 
fazemos parte.
Para atender as necessidades das pessoas de uma sociedade, as empresas produzem 
bens e prestam serviços que são comprados e consumidos por elas. Neste ponto do ciclo 
econômico, estas pessoas são chamadas de consumidoras. 
 Porém, devemos considerar que a capacidade de produção de bens e de prestação de 
serviços por parte das empresas é limitada, ao contrário do consumidor que tem necessidades 
ilimitadas.
Esta capacidade limitada das empresas ocorre porque elas têm escassez de recursos 
como matérias-primas, mão-de-obra, dinheiro, energia elétrica, máquinas, equipamentos, dentre 
outros, para a produção de bens e serviços que os consumidores necessitam.
Assim, podemos concluir que quanto mais escasso for um recurso, maior será o seu valor 
e maior será o preço do bem ou do serviço produzido a partir deste recurso.
Nós percebemos a questão da escassez de recursos em algumas situações muito 
frequentes da nossa vida cotidiana. Por exemplo, quando um produto alimentício como tomate ou 
cebola tem suas produções reduzidas no campo por conta de excesso ou falta de chuvas, seus 
preços aumentam nas gôndolas das feiras e supermercados, porque estes produtos se tornaram 
escassos. A quantidade produzida é menor que a necessidade dos consumidores, que é ilimitada. 
Assim, como há mais procura pelo tomate ou pela cebola por parte dos consumidores que 
oferta destes produtos nos pontos de vendas, os preços sobem.
2 - HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
4
 ESCOLAS DA ÁREA ECONÔMICA
2.1 - ANTIGUIDADE
Na idade média a economia já era tratada por filósofos gregos. Neste período os aspectos 
econômicos eram encarados pelos chineses como mero procedimento para subsistência, era 
baseada na agricultura e seguia uma ordem natural que consistia na expressão “laissez faire”, 
cujo significado é “deixar fazer”.
Os modelos econômicos tiveram diferentes configurações ao longo dos séculos. Na Grécia 
houve a predominância do pensamento filosófico sobre o econômico, desprezavam as riquezas e 
pregavam a igualdade social e criaram inúmeras ideias políticas. Entre os séculos IV e V a.C. as 
primeiras referências aparecem com Aristóteles, Platão e Xenofonte. 
Porém os primeiros escritos que continham pensamentos sobre economia de que temos 
conhecimento são provenientesda China, citamos o Tao Te King de Lao Tse, os Anacletos de 
Confúcio e a Arte da guerra de Sun Tzu entre os séculos IV e VI a.C.
Roma não deixou nenhum escrito notável sobre economia, mas sobre justiça e moral. Lei 
da usura, a imoralidade dos juros altos e o lucro justo.
O estudo teórico dos fenômenos econômicos surgiu somente na era moderna com base 
em experiências. Foram desenvolvidas diversas teorias e modelos de pensamento, com o 
objetivo de apresentar racionalidade, lógica e explicar os fenômenos e processos da economia.
Desde então muitos estudiosos se dedicam ao assunto e os estudos sobre economia vêm 
evoluindo, formando as escolas de pensamento econômico que iremos estudar em seguida, tais 
como: Mercantilismo, Fisiocracia, Escola Clássica, etc.
2.2 - FEUDALISMO
Surgiu com a desintegração dos impérios Romanos e dos modos de produção 
escravocrata. O Feudalismo caracteriza-se como a organização social e Econômica da idade 
Média. Entre suas características:
- Grandes propriedades de terras da nobreza e do clero, chamados de Feudos que eram auto-
suficientes;
5
- Servos (chamados de camponeses), trabalhavam pela subsistência, pertenciam a terra. Eram 
protegidos religiosamente pelo clero e a segurança era papel dos feudalistas, pagavam seus 
impostos através do trabalho, produtos ou dinheiro.
Pessoas que não trabalhavam com a terra pertenciam à classe dos estéreis, salvo o clero 
e os militares. Os trabalhadores das cidades, também pagavam impostos ao Senhor Feudal, dono 
das terras onde as cidades estavam erguidas;
Durante o século XV ocorre o crescimento das cidades, como resultado das expansões 
territoriais - descobrimento de novas terras, e do progresso das atividades comerciais. O declínio 
do feudalismo ocorre pela expansão do comércio e da manufatura das cidades e com a 
ampliação do poder da Monarquia.
Na Rússia os camponeses foram libertados em meados de 1861, no Japão por volta da 
metade do século XIX e nos países da África e Arábia Saudita mantiveram-se até o século XX. 
2.3 - MERCANTILISMO
Fase que caracteriza o período histórico chamado de Revolução Comercial. Marcado pela 
desintegração do Feudalismo e pela formação dos Estados nacionais.
Foi desenvolvido na Europa e consistia nas práticas econômicas com o objetivo de 
fortalecer o Estado e enriquecer a burguesia. O meio utilizado para esse fortalecimento era a 
ampliação da economia, com a geração de mais lucro e consequentemente o
recolhimento de mais impostos.
Surgiu num período de nacionalismo econômico, a denominação “Mercantilismo” foi criada 
por Adam Smith em 1776. Em razão do aumento do comercio em nível internacional, o governo 
decide realizar ações protecionistas para aumentar as importações e reduzir as exportações, pois 
a entrada de mais metais tornaria o país mais rico.
Com isso surge o Metalismo. O metalismo consistia no acumulo de moedas dentro do país, 
pois isso era o que quantificava a riqueza. Também surge o Colbertismo e o Mercantilismo 
comercial e marítimo, este adotava a teoria de superfaturar o preço do produto para obter mais 
lucro. O Colbertismo também denominado mercantilismo Industrial tinha como objetivo suprir o 
mercado brasileiro.
Foi também neste período que os primeiros estudiosos do pensamento econômico 
iniciaram seus trabalhos e estudos relacionados aos fenômenos econômicos, circulação de 
mercadorias e comércio exterior, entre eles Thomas Mun, Willina Petty e Josiah Child.
2.3.1 - Princípios Básicos do Mercantilismo:
Intervencionismo – o Estado deve intervir na economia para realização do bem comum, desde o 
seu crescimento até a redução de desigualdades sociais.
Metalismo – também denominado bulionismo, sua teoria consiste na afirmação que o 
crescimento da economia depende do aumento da população e acumulo de metais 
preciosos.
Balança comercial favorável – a forma de aumento da riqueza se dá com o acumulo de metais, 
para isso deve manter superávit da exportação sobre a importação.
6
Protecionismo – a comercialização de produtos nacionais era incentivada e o Estado protegia da 
concorrência internacional.
O desenvolvimento marítimo também foi um fator fundamental para o mercantilismo, 
propiciava a ampliação dos horizontes, tanto para a comercialização de produtos como para a 
conquista de novas colônias.
As colônias eram essenciais para o crescimento do Estado no sistema mercantil, pois 
ofereciam recursos como trabalho e os metais que enriqueciam o governo. Toda nação forte 
necessitava de trabalhadores e soldados.
2.4 - Resumo dos princípios básicos:
• A riqueza dos Estados Nacionais, dependiam do aumento da população e principalmente 
do volume de estoque de metais preciosos;
• O comércio e a indústria são mais importantes que a agricultura.
• O comércio exterior - com outros Estados Nacionais deve ser estimulado, pois é através da 
balança comercial que se aumenta o volume de riqueza, que é medido através do estoque 
de metais preciosos, principalmente prata e ouro;
• Intenso protecionismo estatal e ampla intervenção do estado na economia.
• Considerava-se que o governo de um país seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu 
estoque de metais preciosos. Com isso, o mercantilismo acabou estimulando a guerra, 
exacerbou o nacionalismo e manteve a poderosa e intensa presença do estado em 
assuntos econômicos.
2.5 - FISIOCRACIA
Criada na metade do século XVIII pelo francês François Quesnay, a teoria fisiocrática foi 
idealizada no livro “Tableau Economique” que significa quadro econômico.
A Escola Fisiocrática se opunha ao mercantilismo, para os fisiocratas as práticas mais 
importantes para o crescimento da economia e prosperidade do Estado era a agricultura, toda 
fonte de riqueza era a terra, pois possibilitava grande margem de lucro com pouco investimento.
Nesta tese era defendido o liberalismo econômico, que consistia na não intervenção do 
Estado na economia. Para a fisiocracia, a economia era governada por uma ordem natural, sendo 
inútil tentar modificar com a aplicação de leis e regulamentos.
Como a produção agrícola era considerada a única fonte de riquezas, entendia-se que os 
impostos deveriam recair sobre a terra, onerando os seu proprietários e liberando a sociedade de 
obrigatoriedade de contribuição.
Neste período de desenvolvimento da economia com base na agricultura, as classes 
sociais se existentes e atuantes eram:
 Classe agrícola, composta por proprietários de terra, arrendatários, camponeses;
 Classe manufatureira, formada por artesãos que desenvolviam suas atividades nas cidades, 
também conduzidas de forma capitalista assim como na agricultura.
Observação: de acordo com a teoria fisiocrata a agricultura era uma atividade produtiva e a 
manufatura estéril, porque somente a agricultura na gestão capitalista poderia ser expandida, já 
as atividades manufatureiras eram exercidas de forma artesanal.
2.5.1 - Teoria do Excedente
7
Como o objetivo do capitalismo era ampliar a produção e o consumo como forma de obter 
mais lucros, era necessária produzir mais que o necessário para o consumo normal, ou seja, 
produzir de forma excedente.
O excedente se caracteriza quando a riqueza produzida é maior que a riqueza consumida. 
O entendimento dos fisiocratas é que este excedente tem origem na fertilidade da terra.
`2.5.2 - Crítica ao Sistema Fisiocrata
Ao criticar o sistema fisiocrata, Marx afirma que o excedente provém do trabalho assalariado, 
constituído a mais-valia, ou seja, a exploração do trabalho dos assalariados como fonte de lucros, 
prática essa típica do capitalismo.
2.6 - ESCOLA CLÁSSICA (1723 -1790)
Escola Clássica
A teoria clássica foi criada por Adam Smith em 1776, com a publicação da obra Riqueza 
das Nações, a partir da teoria da fisiocracia, que embora possuísse diversas limitações foi de 
extrema importância.David Ricardo, principal discípulo de Smith contribuiu com a obra Princípios 
de Economia Política e Tributação, publicada em 1817, que marcou a escola. Outros 
colaboradores foram Malthus, Say, Stuart Mill, Marx.
A Escola clássica se desenvolveu no período histórico em que aconteceu a Revolução 
Francesa e a Revolução Industrial. Até a metade do século XIX o trabalho agrícola ou industrial 
era considerado fonte única de riquezas e a economia foca seu estudo e na formação e preço dos 
bens. Os economistas clássicos fundamentam seus pensamentos com base na liberdade e 
racionalidade dos agentes econômicos, que incentiva os indivíduos satisfazerem suas 
necessidades sem preocupação com o bem estar coletivo.
Com base nesse pensamento iniciado por Smith, Ricardo desenvolve suas teorias, 
destacamos as seguintes:
2.6.1- Teoria do Valor Trabalho
Ricardo afirma que o valor de um produto resulta da quantidade de trabalho utilizado em 
sua produção. Ao responder à criticas quanto a sua teoria, procurou explicar a renda, o salário, o 
juro e o lucro.
Exercendo grande influencia sobre os economistas neoclássicos e marxistas.
2.6.2 - Teoria da Renda da Terra
Também denominada teoria da distribuição, que consiste na seguinte fórmula:
Trabalho + Maquinário + Capital = Produto.
Que se divide entre as seguintes classes sociais existentes: proprietários de terras; 
trabalhadores assalariados; arrendatários capitalistas.
De acordo com essa teoria, a sociedade é fator para o aumento do preço dos alimentos e 
da renda da terra, pois quanto maior o número de pessoas maior é a necessidade de alimentos. 
Para produzir maior quantidade é forçada a utilização de terras menos férteis, o que 
acarreta o aumento de trabalho e investimento, e consequentemente eleva os preços.
Para controlar o preço dos alimentos, Ricardo aponta como solução o controle da natalidade e a 
livre importação de alimentos.
2.6.3 - Teoria do Comércio Internacional
Defendia a liberdade de trocas entre nações, considerando vantajosa essa comercialização 
em diversos aspectos.
2.6.4 - Principais Teorias de Smith
O trabalho dá origem a prosperidade, e melhores resultados na produção enriquecem a 
nação. Dessa forma os rendimentos devem ser crescentes, para isso utiliza-se da divisão social 
do trabalho.
8
A divisão social do trabalho consiste na divisão técnica. Para Smith essa divisão apresenta três 
vantagens, são elas:
 Aperfeiçoamento de uma habilidade, fazendo com que aumente a produção e a qualidade;
 Economia de tempo, uma vez que o exercício de uma mesma atividade não exige concentração 
e preparação frequente;
 Otimização do trabalho devido à criação e utilização de máquinas.
2.6.5- Teoria da Mão Invisível
É a teoria mais importante de Adam Smith. De acordo com essa teoria as pessoas são 
movidas por ideais individuais que livremente desenvolvidos atingem o bem comum, gerando 
crescimento econômico e desenvolvimento de novas tecnologias.
Esse desenvolvimento livre é denominado Liberalismo Econômico e consiste na não 
intervenção ou intervenção mínima do governo na economia. Assim, a harmonia da economia era 
feita por uma espécie de mão invisível. Os mercados seriam livres, mas os recursos e o capital 
seriam empregados para atender as necessidades sociais e não somente para a obtenção de 
lucro. Com relação ao individualismo, defendia-se que o trabalho devia ser desenvolvido 
conforme a vocação, tendo como resultado o sucesso pessoal.
Smith associava o liberalismo e o individualismo ao bem comum. Suas teses foram publicadas no 
período da Revolução Indústrial, o que causou maior impacto.
Para Smith o elemento essencial da riqueza é o trabalho produtivo, considerando que o 
preço de venda de um produto pode ser maior que seu preço de custo.
2.6.6 - Teoria Clássica
Consiste no equilíbrio da economia de forma natural, decorrente da oferta e demanda. As 
trocas e o crescimento do mercado aumentam a demanda, propiciando maior produção com 
menor custo mediante o investimento de capital e de trabalho, resultando em crescimento 
econômico. Para Smith a economia deve crescer de forma contínua, ampliando os mercados e 
gerando novos empregos, pois isso possibilita o acumulo de capital que possibilitará o progresso 
técnico e consequentemente o aumento de salários.
2.6.7 - Lei de Say
Ao formular sua teoria, Jean-Baptiste Say deu ênfase a oferta, da mesma forma como 
outros autores clássicos. A denominada lei de Says se refere ao fato de que a oferta cria a sua 
procura, fundamentando que todo acréscimo de produção utiliza-se de aumento de capital e de
trabalho, trabalho este que será remunerado e se voltará para o consumo da oferta. Resultando 
dessa forma, no equilíbrio do mercado.
2.6.8 - Estado Estacionário
Estudado por Stuart Mill, o estado estacionário consiste na paralisação do crescimento 
econômico, na obra Princípios de Economia Política, Stuart coloca como causas principais a 
concorrência existente entre os capitalistas e o crescimento demográfico.
Entretanto também existem causas que afastam do estado estacionário, tais como, o 
desenvolvimento de novas tecnologias para resolução de problemas na produção e a livre 
importação de alimentos.
Tal teoria afirma que o estado estacionário ocorrerá quando não mais houver progresso 
técnico. Porém nesta fase o nível de vida será elevado e as necessidades que se apresentarão 
serão com relação ao desenvolvimento cultural e espiritual. Stuart Mill trouxe para a economia 
preocupações com a “justiça social”.
2.6.9 - A Teoria da População
Segundo Thomas Malthus a população aumenta em proporções maiores que o aumento 
da produção de alimentos, estes crescem em proporção aritmética (1, 2, 3, 4…), já a população 
cresce em proporções geométricas (1, 2, 4, 8…).
9
Assim como Ricardo, Malthus defende o controle de natalidade como fator fundamental 
para equilíbrio da economia, devido a impossibilidade de subsistência para uma crescente 
população, o que resultaria em crises econômicas no futuro.
2.6.10 - Oposição à Escola Clássica
Contra o pensamento da escola clássica surgiram diversas teorias a partir de 1820, como o 
intervencionismo de Sismondi, o industrialismo de Saint-Simon, o sistema nacional de economia 
política de Liste, o socialismo utópico de Fourier e Proudhon.
Inicialmente Sismondi era seguidor da escola clássica, depois se tornou o principal crítico 
do capitalismo de industrial. Sismondi foi precursor do socialismo, mas foi Marx quem primeiro a 
análise da escola clássica de forma integral.
A reação ao pensamento clássico resulta no pensamento socialista e no pensamento 
marxista. O pensamento não socialista propaga a intervenção do governo para corrigir falhas do 
sistema capitalista, são adeptos dessa corrente, List, Keynes e Sismondi.
Pensadores econômicos que seguiam parcialmente as doutrinas da fisiocracia-fisiocrata, 
tais como o liberalismo e o individualismo. Refutam os fisiocratas na questão da riqueza, onde o 
trabalho é o único meio de se gerar riqueza e o fator gerador de valor é a mão de obra dos 
agentes, demonstrada pela Teoria do Valor- Trabalho. 
Segundo essa escola de pensamento econômico a geração de riqueza está diretamente 
relacionada com a produtividade da mão-de-obra, e esta produtividade será constantemente 
crescente, decorrentes da especialização das tarefas produtivas e da divisão do trabalho.
A Teoria Clássica é elaborada em função de uma sistemática de equilíbrio automático da 
economia, onde esta se harmoniza ou se reequilibra através das forças naturais dos mecanismos 
de demanda e oferta. As crises e desequilíbrios apresentados pela economia são temporários, ou 
designados como desvios temporários de equilíbrio que serão sanados pela demanda e oferta.
Entre as teorias que se destacam nesta escola, a Teoria da Renda da Terra de David 
Ricardo, onde o valor dos aumentose da renda das terras com maior produtividade aumentam 
simultaneamente de acordo com o aumento da sociedade, que exige que seja produzida uma 
maior quantidade de alimentos. Neste caso existe a necessidade de utilização das terras com 
menor produtividade e como resultado tem-se o aumento dos custos de produção que serão 
repassados aos alimentos (custos representados pelo transporte, insumos, etc), causando um 
aumento na renda das terras com mais produtividade.
2.7 - Escola Neoclássica ou Marginalista
A teoria neoclássica surge no final do século XIX relacionadas com o processo de 
mudanças econômicas que ocorreram nesse período. Os fundadores da Escola Neoclássica 
foram o austríaco Carl Menger, o francês Léon Walras e o inglês William Stanley Jevons.
Até 1873 a economia européia teve grande expansão e também crescimento industrial, 
motivado por uma concorrência considerada agressiva e destrutiva. Após esse período de 
expansão seguiu um período de crise denominado “longa depressão”.
A escola neoclássica surge em razão da crise, pois a escola clássica não apontava a 
origem dos problemas nem possíveis soluções.
Destacam-se as Escolas de Lausanne, a Escola de Cambridge, a Escola Sueca fundada 
por Wicksell e a Escola de Viena baseada na teoria de Menger. Posteriormente tiveram grande 
importância os teóricos Vilfredo Pareto, Irving Fisher e Alfred Marshall.
2.8 - Teoria do Valor da Utilidade
Com base no principio da utilidade crescente, Menger criticou a teoria de que o valor é 
determinado pelo trabalho e desenvolveu a teoria do valor de troca. Segundo Menger:
“O valor que os bens possuem para cada indivíduo constitui a base mais importante para a 
determinação do preço.”
Essa teoria provém do Utilitarismo de Jeremy Bentham, que afirma que a felicidade 
consiste na obtenção do que é útil, do afastamento da dor e aproximação do prazer. Essa escola 
10
muda o foco de análise que era a geração de riqueza e o consumo na escola clássica. Na escola 
neoclássica passa-se à análise das necessidades dos indivíduos e sua satisfação, bem como o 
valor subjetivo dos bens.
2.9 - Individualismo e Racionalidade
Na teoria econômica, o conceito de racionalidade se refere à capacidade racional do 
indivíduo para equilibrar suas despesas e seus ganhos. Já o individualismo tem referência no 
indivíduo que busca a satisfação dos seu interesses próprios, sendo base para o 
desenvolvimento da microeconomia.
2.10 - Teoria do Equilíbrio geral
Walras desenvolveu um sistema matemático que demonstrava o equilíbrio geral na 
economia, onde demonstrou a interdependência das unidades econômicas que não podem ser 
analisadas separadamente. Existem diversos modelos de análise da economia que podem recair 
sobre um
agente individual, que pode ser a família e a firma.
Essa teoria foi uma tentativa para estipular preços na economia, na qual o equilíbrio é 
determinado pela igualdade entre oferta e demanda e garantido por um vetor de preços.
“A análise de equilíbrio geral determina os preços e as quantidades simultâneas em todos os 
mercados, sendo que ela explicitamente leva em conta os efeitos feedback. O efeito feedback é o 
ajuste de preços ou de quantidades em um determinado mercado causado pelos ajustes de 
preços ou de quantidades em mercados correlatos.” (PINDYCK, 1994)
2.11 - Teoria da Utilidade Marginal
William Stanley Jevons rompeu com a concepção de que o valor do produto correspondia 
ao trabalho necessário para sua produção, estabelecendo que o valor era definido em razão da 
sua utilidade e que o valor do trabalho definido em razão do valor do produto. Foi neste período 
neoclássico que as primeiras marcas de produtos foram criadas em nível nacional, por volta do 
ano de 1870, nos EUA. Entre 1915 e 1929, as marcas já causam impacto e influência no gosto 
dos consumidores, por isso o período foi chamado de “fase dourada”.
2.12 - Escola Sueca
É uma das principais escolas neoclássicas, representada por Knut Wicksell, teve grande 
importância com suas contribuições relacionadas à análise do valor e da distribuição, que estão 
inseridas na obra
2.13 - Juros e Preços.
Wicksell integrou a análise monetária e a análise real, essa foi sua maior contribuição para 
a economia, teoria essa que posteriormente foi desenvolvida por Keynes.
2.14 - CAPITALISMO
Sua base de apoio é a divisão do trabalho entre os possuidores de capital, que contratam a 
mão-de-obra e os que vendem a mão-de-obra. Prima pela liberdade individual, o direito a 
propriedade privada dos meios de produção, a não intervenção do estado na economia e 
obtenção de lucro através da economia de mercado.
2.15 - COMUNISMO
Baseia-se na não existência do Estado, sendo que suas atribuições seriam absorvidas pela 
sociedade civil. As propriedades privadas seriam absorvidas pelas comunidades de produtores 
tanto agrícolas e industriais. Não existência de classes sociais.
Seria o ponto final da trajetória do socialismo, é uma ideologia que consiste na instauração 
de uma sociedade sem classes, sem intervenção do Estado e igualitária, onde a propriedade dos 
meios de produção é comum.
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2.16 - SOCIALISMO
Sistema econômico e social, que possui por objetivos os interesses dos trabalhadores, 
uma sociedade onde não exista meios de produção privados, que estes sejam da coletividade, 
coordenados por um governo central, não exista diferença entre classes sociais, diferencia-se do 
comunismo, por ser mais moderno no que tange as relações comerciais. A distribuição dos bens 
e serviços que no capitalismo são determinados pelo mercado aqui são determinados pelo 
Estado.
Surge como reação ao liberalismo. O pensamento se consolida com a obra de Karl Marx, 
O Capital. Onde desenvolveu uma teoria ou conceito da "mais valia". O valor das mercadorias 
que os trabalhadores produzem em um dado período de tempo e o valor da força do trabalho 
vendida aos capitalistas que as contratam. Os juros, lucros e aluguéis é a mais valia.
2.16.1 - Socialismo Utópico X Socialismo Científico
Socialismo utópico foi uma denominação atribuída ao socialismo, pois os princípios para 
existência de uma sociedade ideal eram desenvolvidos por diversos teóricos, porém os meios 
para alcançar tal ideal não eram descritos. Na Obra Manifesto Comunista (1848), Marx e Engels 
se preocupam com a possibilidade de criação dessa sociedade sem classes, diferentemente dos 
utópicos buscam uma organização prática e direta da classe proletária.
2.17 - MARXISMO
Escola de pensamento econômico muito semelhante com o socialismo e o comunismo, 
diferencia-se destas por não criar uma estrutura Econômica definida. Em suas obras Marx 
analisava criticamente as leis do movimento da sociedade capitalista. Pregava que uma 
sociedade justa sem a imensa diferença entre proletários e capitalistas ocorreria através de uma 
sociedade que não existisse classes sociais diferenciadas, sem um organismo centralizador e 
normalizador. Para que se chegasse a este estágio seria necessário uma revolução promovida 
pelas classes pobres da sociedade. Não definiu especificamente como seria a organização desta 
sociedade. Para alguns autores a economia Marxista era uma fase preparatória ao Comunismo.
Complementando, o Marxismo é o pensamento contrário ao classicismo, foi desenvolvido 
pelos socialistas Karl Marx e Friedrich Engels, consistindo numa crítica ao sistema capitalista.
Marxismo foi a denominação consagrada para identificar as obras de Marx e Engels e de outros 
seguidores. O pensamento de Marx abrange diversos campos de conhecimento, como a filosofia, 
sociologia, história, etc. As obras que marcaram esse período foram o capital e Manifesto 
Comunista, este resultante dos estudos conjuntos de Marx e Engels.
As teorias de Marx são publicadas inicialmente na Alemanha, no ano de 1841, exercendo 
grande influência no trabalho posterior de outros teóricos, dosquais destacam-se Mao Tsé-Tung, 
Trotski, Gramsci, Rosa Luxemburgo, Lukács, Tito, Louis Althusser, entre outros.
Na obra O Capital, encontramos a teoria da mais-valia que caracteriza o sistema 
capitalista, o qual consiste na exploração do trabalhador. Segundo Marx, o modo de produção 
industrial era maléfico para o proletariado, em razão da baixa qualidade de vida e das péssimas 
condições de trabalho.
Para Marx, devia-se lutar para conquistar o chamado Estado da Ditadura do Proletariado, o 
capitalismo devia ser substituído pelo socialismo por meio de ação revolucionária da classe 
operária.
A teoria denominada mais-valia é um dos fundamentos do capitalismo, que consiste em 
obter o máximo de trabalho com o menor pagamento de salário possível. Essa é a fórmula 
utilizada pelo capitalismo para acumulação de riquezas, os meios de produção pertencem ao 
dono do capital que se apropria da mão de obra dos proletários e toma como lucros o trabalho 
excedente não pago.
O sistema socialista idealizado pelo Marxismo, denominado socialismo científico, consiste 
no grupo de teorias econômicas que consideram que o Estado atua em conformidade com os 
interesses da classe dominante, sendo que a classe dominada, neste caso o proletariado, 
somente consegue alterar tal situação se unir forças e lutar pelos seus direito.
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No socialismo científico era estudado o mecanismo e contradições do capitalismo. As 
contradições eram apontadas como fatores da queda do capitalismo, associados com a luta de 
classes. Marx e Engels acreditavam que o socialismo era uma etapa necessária para atingir o
comunismo, nesta fase preparatória os meios de produção seriam socializados, deixando de 
pertencer ao dono do capital.
2.18 - MARGINALISTA
Escola neoclássica procurou resgatar os princípios do liberalismo, onde Keynes busca 
conciliar o socialismo com o liberalismo propondo a eficiência Econômica, a justiça social e a 
liberdade. Sua obra mais famosa "Teoria Geral do emprego, dos juros e da moeda" de Joahn 
Maynard Keynes (1883-1946). Esta obra de grande impacto foi lançada em 1936 onde consegue 
mostrar que as teorias adotadas já não funcionavam e aponta soluções que poderiam tirar o 
mundo da recessão.
O período recente apresenta algumas transformações, que se fazem sentir a partir das 
décadas de 70/80. O Neoliberalismo defende a liberdade individual e a livre iniciativa, o Estado 
mínimo e prioriza o crescimento econômico.
A Social Democracia defende um estado politicamente forte. Aceita o capitalismo por ter 
este se revelado o mais eficiente. Apoia o crescimento econômico, acompanhado da distribuição 
de renda.
2.19 - NEOLIBERALISMO
Tentativa de adaptação do liberalismo ao capitalismo moderno. Sofre grande ataque de 
outras correntes diante da ineficiência ao mercado de se auto-regular diante de crises contínuas e 
cíclicas. Argumenta que somente o sistema de preços e a concorrência pura possuem o poder de 
equilibrar o mercado, porém o governo deve possuir a função de disciplinar o mercado, agindo 
como órgão normativo e fiscalizador. Esse disciplinamento vai ocorrer através da estabilidade 
financeira e monetária do Estado. Segundo esta escola o Estado não deve tentar financiar o 
progresso econômico, pois através do descontrole de suas receitas, pode contribuir ou criar um 
processo inflacionário que desestabiliza a economia. Os controles de mercado tais como 
monopólios, oligopólios, devem ser eliminados ou severamente controlados, sendo estes 
combatidos através dos mercados concorrências do tipo Mercado Comum Regional.
2.20 - A Revolução Keynesiana
O Keynesianismo surgiu na década de 1930, com o economista John Maynard Keynes, 
cujas obras opunham-se ao classicismo e ao marxismo. Sua obra de maior impacto foi Teoria 
Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.
A revolução de Keynes consiste na renovação da doutrina econômica, estabelecendo uma 
racionalidade na análise de novos fatos, conforme exigia a nova realidade.
Os fatos novos na economia que Keynes procurava explicar eram as flutuações ou ciclos 
econômicos e o desemprego, sua causa e solução.
A denominação “Revolução Keynesiana” se deu em razão do impacto que o pensamento de 
Keynes produziu num período conturbado entre duas guerras, entre os anos de 1883 e 1946, pelo 
rompimento com a tradição neoclássica e o pelo desenvolvimento de programa para promoção do
emprego.
Outro fator que teve importância para o surgimento do Keynesianismo foi a queda da Bolsa 
de Nova York, a denominada Crise de 1929, que ocorreu devido ao excesso de produção e 
consequente desemprego pelo acumulo de produtos em estoque. A teoria de Keynes pregava a
manutenção da produção para manter os empregos, para tanto era essencial a intervenção do 
Estado e a diminuição de impostos.
Neste período é identificada a incompatibilidade do capitalismo com a economia e a 
manutenção de empregos, por este motivo Keynes apontava que era necessária a implantação 
de reformas no sistema, ao contrário de Marx, acreditava que o capitalismo poderia ser mantido.
Keynes também defendia a intervenção do Estado na economia, porém uma intervenção 
moderada, pois não havia necessidade da implantação do socialismo, uma vez que a posse dos 
meios de produção não resolveria todos os problemas sociais.
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O Keynesianismo foi também denominado “Estado de bem-estar Social”, pois segundo 
Keynes, a intervenção do Estado como protetor da sociedade, cabendo a ele a criação de 
medidas de proteção da população, tais como a organização da economia, saúde, geração de 
empregos, etc.
3 - ECONOMIA POSITIVA E ECONOMIA NORMATIVA.
A tomada efetiva de decisões de escolha nem sempre é fácil, como sabemos, 
especialmente quando envolve coletividades. Diferentes pessoas têm opiniões e interesses 
distintos; a escolha nesse caso envolve uma compatibilização de diferentes objetivos, ou distintos 
juízos de valor (ou juízos morais. Isso pertence ao campo da chamada Economia "normativa". 
Por outro lado, enquanto fazem teorias para explicar a realidade, analisar e explicar os 
fenômenos econômicos tais como são, os economistas estão no campo da chamada Economia 
"positiva".
Exemplo: Imagine que você leia uma notícia que diz: "o preço do feijão subiu 15% nos 
últimos três meses, o que pode ser atribuído à redução da produção pela escassez de chuvas 
nas áreas produtoras". É uma afirmativa sobre uma questão de fato: houve um aumento de 
preços, e se oferece uma explicação para ele. É possível que haja divergência sobre essa 
explicação — outros analistas podem julgar que a causa da alta de preços foi um aumento no 
preço do óleo diesel, por exemplo, onerando o custo de transporte. Essa divergência poderá, em 
princípio, ser dirimida por uma análise cuidadosa dos dados, resolvendo a questão de forma 
objetiva. Ou não: poderão persistir interpretações distintas, se os analistas não chegam a um 
consenso. 
De qualquer forma, estamos no campo da Economia positiva, da análise das coisas 
como são. 
Mas, se consta da notícia a opinião do jornalista de que, diante da subida de preços, o 
governo deveria subsidiar o preço do feijão para as famílias mais pobres, isso é uma prescrição 
de política; uma proposição de Economia normativa, portanto. Trata-se agora das coisas como 
devem ser, e não como são.
Em princípio, as análises da Economia positiva devem pautar-se pela 
objetividade científica; elaboram-se teorias e modelos explicativos, a partir de certos 
pressupostos, e esses modelos e teorias são submetidos à validação empírica, pelo confronto de 
suas conclusões com a realidade concreta - - por meio da coleta e análise de dados estatísticos, 
por exemplo. Se validados, revelam-se corretos; se não, será necessário buscar novos modelos 
ou teorias explicativas. Tudo sem a intromissão de juízos de valor.
3.1 - Os problemas econômicos fundamentais:
 1 - Necessidadese satisfações;
 2 - Bens econômicos;
 3 - Recursos;
 4 - O que, Como e Para quem produzir;
 5 - Possibilidades de produção.
3.2 - Elementos importantes no cenário econômico
A economia é movimentada em função de alguns elementos-chave que estão presentes 
nos processos de produção e consumo. Podemos observar alguns destes elementos a seguir, 
bem como suas definições e conceitos.
3.2.1 - Agentes: comportamento dos consumidores de bens e serviços. Ex.: pessoas, 
empresas e governo.
3.2.2 - Escassez: produtos escassos são aqueles que em alguns momentos tem sua 
oferta reduzida para os consumidores.
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Por exemplo, o leite na entressafra de produção; nesta época de escassez, o leite custará mais 
caro para o consumidor.
3.2.3 - Produção: processo produtivo para gerar riqueza e satisfação para consumidores. 
Ex: produção de um carro.
3.2.4 - Mercado: local onde se comercializam produtos ou serviços.
Ex: feiras livres, mercado de carros, mercado de boi, hospital, delegacia de polícia, etc.
Preços, trocas, valor, moeda, concorrências, agregados, crescimento, equilíbrio e 
organização, são mais alguns itens que a ciência se preocupa.
15
4 - A MACROECONOMIA E A MICROECONOMIA
Para melhor entendermos a economia e sua influência em nossas vidas, vamos estudar a 
teoria econômica através de suas duas grandes divisões: a macroeconomia e a microeconomia.
A teoria econômica se divide em dois grandes grupos:
- Macroeconomia
- Microeconomia
4.1 - Macroeconomia
Quando nós tratamos da macroeconomia estamos observando a atividade econômica de 
um grupo de indivíduos, famílias, empresas e comunidades, sendo que estes grupos podem 
formar cidades, estados ou países.
Esta atividade macroeconômica ocorre peta somatória dos hábitos de produção, consumo 
e acumulação de bens de todos que fazem parte destes agrupamentos. A maneira como nós 
medimos a atividade macro-econômica é através de agregados econômicos, que representam a 
soma de todas as transações econômicas feitas pelas diversas partes do grupo estudado, seja 
uma cidade, um estado ou um país.
Discorreremos sobre nossos estudos sobre a macroeconomia, seus conceitos e 
fundamentos, e quais são os elementos que a compõe. Também vamos relembrar qual é a 
relação entre macroeconomia e microeconomia e como a macroeconomia está presente em 
nosso dia a dia.
A macroeconomia é a parte da teoria econômica que estuda a atividade da economia 
(como, por exemplo, hábitos de produção, consumo e acumulação de bens) de um grupo de 
indivíduos, famílias, empresas e comunidades, sendo que estes grupos podem formar cidades, 
estados ou países.
Todos nós, brasileiros, fazemos parte de uma grande comunidade que é formada pelo 
povo de nosso país. Assim, neste estudo, vamos sempre pensar na macroeconomia brasileira, 
que é a soma de todos os hábitos de consumo, produção e acumulação de riqueza das famílias e 
das empresas do Brasil.
Para que você possa entender melhor os conceitos e fundamentos da macroeconomia e 
relacioná-los com a realidade de nosso país, iremos sempre considerar as cinco divisões ou 
mercados da macroeconomia:
a - O Mercado de Bens e Serviços: é responsável pela determinação do nível de produção 
agregada à sociedade, bem como o nível de preços com os quais estes bens produzidos 
são comercializados.
b - Mercado de Trabalho: considera a mão de obra que trabalha na produção dos bens 
agregados e é o responsável pela determinação do nível de salários e das taxas de 
emprego e desemprego.
c - Mercado Monetário: considera as relações de demanda e oferta de moeda na economia, e é 
responsável pela determinação das taxas de juros definidas pelo Banco Central, órgão do 
governo que tem como missão a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do 
sistema financeiro.
d - Mercado de Títulos: analisa o nível de renda e gastos dos agentes econômicos, buscando 
entender quais têm rendas maiores que os gastos (gerando superávit), e quais têm gastos 
maiores que as rendas (gerando déficit).
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e - Mercado de Divisas: considera economias de países com relações comerciais com o Brasil; 
responsável pela definição dos índices de exportações e importações que geram entrada 
ou saída de capital financeiro.
4.1.1 - Finalidades da Macroeconomia:
 Altas taxas de crescimento: através de investimentos em infraestrutura e atendimento às 
necessidades da população e das empresas.
 Baixo nível de desemprego: abertura de frentes de trabalho com investimentos em 
diversos setores.
 Atender aos novos ingressos no mercado de trabalho: dar oportunidade aos novos 
trabalhadores o seu primeiro emprego.
 Estabilidade com mercados livres, garantir o livre comércio entre os diversos mercados 
e as nações com interesse comercial.
 Equilíbrio entre exportações e importações, principal fonte de ingresso de moeda 
estrangeira no país. "Balança comercial forte país forte".
 Taxa cambial estável, garantir uma estabilidade cambial para viabilizar o comércio 
internacional e também obter lucros no mercado interno sem desvalorizara nossa moeda.
4.1.2 - Conceitos da Macroeconomia:
 Renda: é a soma dos valores pagos aos fatores de produção para obter um produto ou 
serviço em um determinado momento. Pode ser obtida a partir de salários, aluguéis, juros 
de aplicações financeiras, lucros em empresas ou por todas elas ao mesmo tempo.
Um termo importante para nosso estudo é a renda nacional, que é a soma de todas 
as rendas recebidas pelos donos dos fatores de produção que foram utilizados no período 
de um ano. É composta pelo custo dos fatores, salários, ganhos com juros, recebimento de 
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aluguéis, lucro de empresas privadas, além das transferências efetuadas pelo governo 
para o setor privado como, por exemplo, os subsídios.
 Moeda: é o meio de pagamento das transações econômicas, a qual é aceita pela 
população. Tem disponibilidade imediata, ou seja, através do pagamento através da 
moeda, efetua-se a transação no momento do pagamento. A moeda é emitida pelo 
governo de um país. No Brasil, a moeda é o Real, seu símbolo é R$ e é emitida pelo 
Banco Central do Brasil.
 Salário: é a retribuição ou pagamento que o trabalhador recebe pelo seu trabalho, quer 
seja trabalho físico ou trabalho intelectual. Dois conceitos importantes que devemos fixar 
aqui em nosso estudo é o de salário nominal e salário real:
- Salário nominal representa a quantidade de moedas que um trabalhador recebe 
pelo seu trabalho. É o valor de seu salário mensal, recebido pelo esforço 
dedicado em seu trabalho.
- Salário real representa o poder de compra das moedas recebidas mensalmente 
pelo trabalhador.
 Juros: é a remuneração de um capital (dinheiro) e pode ser considerado nas seguintes 
operações financeiras: em empréstimos, em aplicações financeiras em bancos comerciais 
e na forma de remuneração de capital investido em atividades produtivas.
 Impostos: é uma quantia em dinheiro que uma pessoa, ou empresa ou paga ao governo 
de uma cidade, estado ou país, em função de obrigação jurídica a que os pagadores estão 
submetidos. É a remuneração do Estado.
Os impostos podem ser divididos em impostos diretos e impostos indiretos:
 - Impostos diretos: são aqueles que recaem diretamente sobre a renda pessoal dos 
indivíduos. Ex: IR, ISS.
- Impostos indiretos: são pagos à medida que os proventos são utilizados. Ex: IOF, 
antiga CPMF, ICMS, etc.
É interessante conhecer as peculiaridades da história da moeda do Brasil. Por exemplo, açúcar já 
foi considerado moeda no Brasil colonial do século XVII; o real português foi a primeira importante moeda 
a circular no Brasil; em nosso país a moeda já se chamou Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado 
Novo e Cruzeiro Real antes de se chamar Real, corno conhecemos hoje. Visite o portal da casa da Moeda 
do Brasil. Acesso em: http;// www.casadamoeda.gov.br/4.1.3 - Podemos também considerar três agregados econômicos fundamentais:
- Produto
- Renda
- Despesa
- Produto é a somatória de todos os bens produzidos por uma sociedade em um determinado 
período de tempo. É a soma de toda a riqueza gerada por uma cidade, estado ou país, fruto do 
trabalho dos indivíduos que nele vivem.
- Renda é a somatória da remuneração das pessoas de uma sociedade em um determinado 
período de tempo. Por exemplo, é a somatória dos salários dos trabalhadores, dos aluguéis 
recebidos peta locação de imóveis, carros e equipamentos, dos lucros que donos de empresas 
tiveram com suas firmas, dos juros que os poupadores de dinheiro obtiveram com seus 
investimentos nos bancos.
- Despesas é a somatória dos gastos efetuados pelas pessoas e empresas na compra de 
produtos ou serviços como, por exemplo, alimentos, combustível para o carro, roupas, matérias-
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primas para as indústrias, materiais de escritório para as empresas em geral, remédios, serviços 
médicos e odontológicos, entre outros
4.2 - MICROECONOMIA
A microeconomia nos traz conceitos menos amplos. Quando abordamos a 
microeconomia, observamos que ela se refere ao estudo dos comportamentos de consumo das 
pessoas, das famílias e das empresas; e ao estudo da produção de bens e serviços, formação 
dos preços e fatores da produção relacionados a estes indivíduos, famílias e empresas, como nos 
ensina.
Assim, podemos considerar que a microeconomia está intimamente ligada à nossa 
realidade cotidiana e seus princípios estão relacionados aos nossos hábitos de comprar e vender 
bens ou serviços, poupar dinheiro para o futuro, trabalhar em empresas dos setores do comércio; 
serviços, indústria, finanças, ou mesmo ser um empreendedor, um empresário, e gerar bens e 
serviços para serem comprados por outros indivíduos.
4.2.1 - A relação entre microeconomia e macroeconomia
Nos tópicos anteriores, a microeconomia trata da atividade econômica de pessoas, 
famílias, ou seja, de pequenas unidades da sociedade, enquanto a macroeconomia trata da 
atividade econômica de uma sociedade como um todo.
Você acredita que há uma relação entre essas duas divisões da economia, entre a 
macroeconomia e a microeconomia? 
Se você respondeu que sim, e que há uma relação direta entre estes dois tipos de visão 
econômica, você acertou. E você sabe por quê?
Quando nós observamos através da macroeconomia que, por exemplo, a renda total de 
um país aumentou isto nos sugere que, provavelmente, a renda das pessoas e das famílias que 
vivem naquele país também aumentou. A renda destas pessoas e das famílias é considerada, na 
microeconomia, como sendo a somatória de rendimentos totais do país. Da mesma forma, se o 
produto total de bens produzidos na macroeconomia, de um país aumentou isto provavelmente 
ocorreu porque na microeconomia ocorreu uma maior produção de bens pelas pessoas que 
vivem naquele país.
Isto significa que uma maior ou menor atividade econômica das pessoas e das famílias 
afeta de alguma forma a atividade econômica do país onde vivemos. Este é um ponto 
fundamental que devemos entender desde o início: cada um de nós como cidadãos contribuímos 
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para que a macroeconomia do país se fortaleça a partir do fortalecimento da microeconomia, 
aquela relacionada à nossa vida cotidiana.
5 - SISTEMAS ECONÔMICOS
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão de obra, 
terra, capital, matérias-primas, entre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades 
humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio crescimento populacional e 
pela contínua elevação do padrão de vida. Independentemente do seu grau de desenvolvimento, 
nenhum país consegue dispor de todos os recursos dos quais necessita.
Tem-se, então, um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se às 
necessidades humanas ilimitadas.
Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de 
produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da 
sociedade. Essa é a questão central do estudo da Economia: como alocar recursos produtivos 
limitados, de forma a atender ao máximo às necessidades humanas.
Um sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica pela 
qual está organizada uma sociedade. E um particular sistema de organização da produção, 
distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma 
melhoria no padrão de vida e bem-estar.
Os elementos básicos de um sistema econômico são:
• estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: aqui se incluem os recursos humanos 
(trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia;
• complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas;
• conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são a base da 
organização da sociedade.
5.1 - Os sistemas econômicos podem ser classificados em:
• sistema capitalista ou economia de mercado. É regido pelas forças de mercado, 
predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção;
• sistema socialista ou economia centralizada ou, ainda, economia planificada. Nesse 
sistema as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de 
planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados nessas 
economias de meios de produção, englobando os bens de capital, terra, prédios, bancos, 
matérias-primas.
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Os países organizam-se segundo esses dois sistemas, ou alguma forma intermediária 
entre eles.
Pelo menos até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de 
concorrência pura, em que praticamente não havia a intervenção do Estado na atividade 
produtiva. Era a filosofia do Liberalismo.
Principalmente a partir de 1930, passaram a predominar os sistemas de economia mista, 
nos quais ainda prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação complementar do Estado, 
seja na produção de bens públicos, nas áreas de educação, saúde e saneamento, justiça, 
defesa nacional etc., seja induzindo investimentos do setor privado, principalmente para setores 
de infraestrutura, como energia, transportes, comunicações.
Em economias de mercado, a maioria dos preços dos bens, serviços e salários é 
determinada predominantemente pelo mecanismo de preços, que atua por meio da oferta e da 
demanda de bens e serviços e dos fatores de produção. 
Nas economias centralizadas, essas questões são decididas por um órgão central de 
planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de produção disponíveis e das 
necessidades do país. Ou seja, grande parte dos preços dos bens e serviços, salários, cotas de 
produção e de recursos é calculada nos computadores desse órgão, e não pela oferta e demanda 
no mercado.
Após o fim da chamada "Cortina de Ferro", ao final dos anos 1980, mesmo as economias 
ainda guiadas por governos comunistas, como Rússia e China, têm aberto cada vez mais espaço 
para atuação da iniciativa privada, caracterizando um "socialismo de mercado" ou 
"capitalismo de estado", com regime político comunista, mas economia de mercado.
Provavelmente, talvez apenas Cuba e Coréia do Norte sejam os únicos remanescentes de 
um tipo de economia completamente centralizada. 
5.2 - Economia Fechada
Economia típica de um país isolado. Não há importação nem exportação de produtos. O 
intercâmbio de mercadorias não se realiza além dos limites territoriais determinados pelos 
agentes econômicos locais: produtores, intermediários e consumidores. Esse tipo de economia 
praticamente não existe no mundo atual. Mas é útil como modelo para se analisar de que forma o 
total das despesas de consumo, gastos governamentais, investimentos e tributos interagem para 
determinar os níveisdo emprego e renda nacional. Então, constitui-se num modelo em que não a 
interveniência do setor externo (importação e exportação). Exemplos atuais praticamente 
inexistentes, sendo o mais próximo: Cuba.
5.3 - Economia Aberta
Economia baseada na livre ação dos agentes econômicos, objetivando a concorrência, ao 
investimento, ao comercio e ao consumo. Corresponde aos princípios do liberalismo econômico, 
pelo qual a única função do Estado seria garantir a livre concorrência entre as empresas. 
Constitui-se num modelo em que há a interveniência do setor externo (importação e exportação). 
Exemplo: Brasil.
5.3 - Além destes conceitos, outros se destacam como as Funções: 
a - Renda (Y)
É aquela percebida pelo indivíduo em forma de salário, lucro, juro, aluguel, arrendamento 
ou remuneração por serviços prestados. É a renda total de todos os indivíduos antes que tenha 
pago o Imposto de Renda e os demais impostos pessoais. Inclui um volume substancial de 
pagamentos de transferências do governo, que não são incluídos na renda nacional. Inclui 
também pagamento de transferência feitos pelo setor privado.
21
b) Consumo (C)
Utilização, aplicação, uso ou gasto de um bem ou serviço por um indivíduo ou uma 
empresa. É o objeto e a fase final do processo produtivo, precedido pelas etapas de fabricação, 
armazenagem, distribuição e comercialização. A função consumo depende substancialmente da 
renda.
c) Impostos (Tx)
Taxas obrigatórias pagas ao Estado, que devem reverter à coletividade sob forma de 
benefícios de interesse geral: transporte, educação, saúde, etc...
d) Subsídios ou Transferências (Tr)
Tecnicamente, pode ser definido de várias formas:
-) benefícios a pessoas ou a empresas, pagos pelo governo, sem contrapartida em produtos e 
serviços;
-) despesas correspondentes da transferência de recursos de uma esfera do governo em favor 
de outra;
-) despesas do governo visando a cobertura de prejuízos das empresas (públicas ou privadas) 
ou ainda para financiamento de investimentos;
-) benefícios aos consumidores, na forma de preços inferiores que, na ausência de tal 
mecanismo, seriam fixados pelo mercado;
-) benefícios a produtores e vendedores mediante preços mais elevados, como acontece com a 
tarifa aduaneira protecionista; e
-) concessões de benefícios pela via do orçamento público ou outros canais.
e) Poupança (s)
Em economia, parte da renda nacional ou individual que não é utilizada em despesas, 
sendo guardada e aplicada depois de deduzidos os impostos.
f) Investimento (I)
Aplicação de recursos (dinheiro ou títulos) em empreendimentos que renderão juros ou 
lucros, em geral em longo prazo. Num sentido amplo, o termo se aplica tanto à compra de 
máquinas, equipamentos e imóveis para a instalação de unidades produtivas, como à compra de 
títulos financeiros (letras de câmbio, ações, etc...).
g) Exportações (X)
Vendas, no estrangeiro, de bens e serviços de um país. Resulta como a importação da 
divisão internacional do trabalho, pela qual os países tendem a se especializar na produção dos 
bens para os quais tem maior disponibilidade de fatores produtivos, garantindo um excedente 
exportável.
` i) Importações (Z)
É a entrada de produtos e serviços estrangeiros no país.
6 - OS AGENTES ECONÔMICOS
Neste capítulo iremos conhecer os agentes econômicos, quem são os personagens que 
movimentam a economia no seu âmbito geral. Iremos refletir sobre as nossas necessidades de 
consumo, como alimentos, roupas, remédios, carro, casa e até aquele chocoíatinho irresistível. 
22
Veremos de que forma esses impulsos de consumo geram as compras e são registradas pala 
movimentação da economia.
6.1 - Agentes econômicos
Quando falamos de agentes econômicos estamos nos referindo a todas as pessoas, 
empresas e setores públicos que de alguma forma realizam transações comerciais (compra e 
venda de mercadorias e serviços). Se existem transações comerciais é porque inicialmente temos 
necessidade de consumir algo ou de sermos atendidos por algum prestador de serviços.
Agentes Econômicos - são todos os indivíduos, empresas e órgãos públicos que participam de 
um mercado e possuem uma relação de troca de bens ou serviços.
6.4 - Bens
Os produtos fabricados pelas empresas ou os serviços prestados por empresas ou 
pessoas físicas, são classificados quanto a sua finalidade.
a - Quanto à raridade: econômicos e não econômicos.
Ex.: Água é um bem econômicos e o ar não.
b - Quanto à natureza: Bens materiais, de produção ou serviços.
Ex.: produtos industrializados e serviços médicos.
c - Quanto ao destino: de consumo - duráveis ou não duráveis.
Ex.: geladeira e peça de roupa.
d - Produção: transitórios e duráveis.
Ex.: máquinas para produção
23
7 - A TEORIA DO VALOR
Para elucidar um pouco a cabeça dos leigos, há de se fazer uma análise geral sobre o que 
é valor.
Valor na economia difere de preço, cotação, tabelamento, etc.
Mostraremos as diferentes teorias sobre o valor, fundamental para entendimento da 
economia política (teoria econômica).
Reforço para você aluno: não confunda valor com preço.
a - Preço é uma unidade, uma variável, comum nas sociedades capitalistas, para definir uma 
dada quantidade monetária equivalente a tal mercadoria.
Obs.: para quem não conhece quantidade monetária é quantidade de moeda (pode ser 
crédito também).
b - valor: veremos diferentes interpretações e definições dos pensadores econômicos. Trata-se 
de uma definição filosófica e quase metafísica.
A teoria do valor é uma discussão central entre os economistas porque é a visão que um 
teórico tem sobre este conceito que mostrará sua visão de mundo. Nomes importantes da 
economia, como Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx teorizaram sobre este assunto, tendo 
leituras bem diferentes sobre o seu funcionamento.
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Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus, os primeiros teóricos do valor.
A teoria do valor-trabalho:
É uma teoria econômica associada principalmente a Adam Smith, David Ricardo e parte da 
ideia de que a atividade econômica é essencialmente coletiva. Portanto, o valor econômico de 
uma mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho que, em média, é necessário para a 
produzir, incluindo aí todo o trabalho anterior (para produzir suas as matérias primas, máquinas, 
etc.). Em consequência, o preço de uma mercadoria deve reproduzir a quantidade de tempo de 
trabalho nela colocado, sendo o trabalho o único elemento que realmente gera valor. 
Num exemplo clássico entre os teóricos do valor-trabalho, a razão por que um diamante é 
mais valioso que um copo de água é porque dá, em média, mais trabalho, encontrar e extrair um 
diamante do que um copo de água. Não podemos confundir essa teoria com a lei da oferta e 
demanda. O valor-trabalho segundo Karl Marx, fala da relação entre o trabalhador e o bem 
produzido por seu trabalho, estabelecendo uma razão segundo a qual à mercadoria que requer 
mais trabalho para ser produzida, deveria corresponder uma maior remuneração do trabalhador 
que a produz, colocando-se este valor no preço final do produto, o que traria maior igualdade nas 
relações.
A economia neoclássica faz grandes objeções às concepções em torno da teoria do valor-
trabalho e considera a escola marxista como tributária de tais concepções. As teorias econômicas 
que dão suporte à organização econômica do mercado capitalista enfatizam que a competição ou 
a concorrência, tida como a base do modelo de concorrência perfeita, é a via que leva ao 
equilíbrio "espontâneo" de preços, ajustando-os automaticamente ou tendendo a estabilizá-los. 
Karl Marx, por outro lado, foi ao mesmo tempo um grande crítico da teoria clássica do 
valor-trabalho e um teórico que procurou compreendê-la de outras perspectivas, em relação a 
Smith e Ricardo. Marx encontra no fato de a riqueza social ou os valores dosprodutos serem 
medidos com base no tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias, a grande 
limitação do modo de produção capitalista, enquanto os economistas clássicos enxergavam como 
um fenômeno natural da humanidade, direcionado pela necessidade de cada época e até mesmo 
pelo desejo de cada indivíduo possuir determinado objeto ou desfrutar de sua utilidade. 
Ocorre que o desenvolvimento tecnológico faz com que cada vez menos trabalho direto 
seja necessário para a produção de mercadorias, ao mesmo tempo em que o trabalho continua a 
ser a principal referência para compor o valor das mercadorias. O valor está ligado aos fatores 
necessários para a sua produção (matérias primas, máquinas e trabalho). 
Marx distingue, ainda, valor de uso e valor de troca. Enquanto o segundo está sujeito a 
flutuações geradas por fatores políticos (intervenção cambial, medidas protecionistas, etc) e de 
demanda, o primeiro está ligado à utilidade da coisa ou ao atendimento de uma necessidade 
social em particular.
Tal crítica, presente em O Capital (1867), provocou uma intensa movimentação entre os 
economistas de sua época levando vários teóricos a proporem abordagens alternativas à teoria 
tradicional do valor-trabalho, como a tese da Teoria do Valor Subjetivo e a do valor marginal, 
desenvolvida simultânea e separadamente por três pensadores, Leon Walras, Stanley Jevons e 
Carl Menger, na década de 1870. Atualmente, a teoria do valor marginal é a mais amplamente 
aceita pelas correntes de pensamento dominantes, que negam a teoria do valor-trabalho.
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Os economistas da Escola Austríaca, como Carl Menger e Ludwig von Mises, criticam a 
teoria do valor-trabalho. Para eles, o valor seria atribuído conforme a utilidade e a raridade do 
bem ou serviço em questão. Para esses economistas, o trabalho é um serviço, sendo, portanto, 
valorável e negociável no mercado, como qualquer bem econômico.
A TEORIA DO VALOR DE ADAM SMITH
Para Adam Smith o pré-requisito para uma mercadoria ter valor é que ela fosse produto do 
trabalho humano. Ou seja, o trabalho está diretamente relacionado com a questão da valorização 
do produto. Considerava que o valor de uma mercadoria era conformado por três fatores: 
- os lucros, 
- os salários,
- os aluguéis. 
Como ele considerava que o valor era, enfim, o fruto de uma soma destes três fatores, sua 
teoria ficou conhecida como teoria da soma.
Vendo a diferença latente do preço de mercado com o preço natural, criou uma teoria que 
explicasse essa diferença.
O preço natural da mercadoria: era aquele que fosse obtido a partir da soma do lucro, salário e 
aluguel. Sem influencia da questão da oferta e da demanda. Este não seria aplicado 
naturalmente, sendo que o preço real seria o preço do mercado.
O preço de mercado: era o preço real da mercadoria, que seria estabelecido pela força da “mão 
invisível” do mercado, que iria ser formada pela lei da oferta e da procura, naturalmente, sem 
influências externas.
A TEORIA DO VALOR DE KARL MARX
O maior e mais competente teórico sobre o valor-trabalho foi Karl Marx. Ele defendia que o 
valor era sim gerado pelo trabalho.
A partir da defesa que todo o valor que existe é gerado pelo trabalho humano, Marx coloca 
uma questão fundamental para a sociedade: estava na mão dos trabalhadores o poder de gerar 
toda a riqueza das nações e não dos empresários.
Este pequeno “detalhe” coloca em cheque toda uma ordem de valorização da sociedade, 
pois mostrando que, enquanto os trabalhadores eram quem geravam todo o valor, a classe não 
trabalhadora, ou seja, os patrões, é que se apropriavam destes lucros conseguidos a partir do 
valor gerado pelos trabalhadores.
Esta diferença entre o valor gerado pelo trabalho do trabalhador e o custo do trabalhador, 
esse lucro conseguido a partir da exploração do trabalho, Marx chamou de mais-valia, um 
conceito central de sua teoria.
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- David Ricardo, outro grande economista clássico, na sua obra ‘Princípios de economia política 
e tributação’, dizia que o valor das mercadorias tinha substrato na quantidade de trabalho 
demandada pela mercadoria em questão. Ou seja, um produto (mercadoria) X tinha quantidade 
de trabalho demandada para sua produção dado Y. Essa quantidade Y de trabalho demandado 
seria a origem do valor.
- Malthus: sua importância na teoria do valor se dá basicamente pela ênfase na demanda das 
mercadorias (acabaria por influenciar Keynes, cerca de cem anos depois). Mas é um teórico do 
valor menos importante, claro.
- Temos então Karl Marx na sua teoria do valor (ou valor-trabalho), o maior e mais profundo 
teórico do valor.
O grande definidor do valor das mercadorias para Marx seria o trabalho socialmente necessário à 
sua produção. O que seria o trabalho “socialmente necessário” ? É o tempo de trabalho médio na 
produção de uma mercadoria X, excluindo intensidades maiores ou menores, excluindo emprego 
de capital fixo (maquinário) no trabalho (tornando esse fator “ceteris paribus”), etc.
 Léon Walras, talvez o principal economista neoclássico
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Teoria da utilidade marginal: 
De forma bem resumida, a utilidade marginal de uma mercadoria seria determinada por 
uma escala decrescente de consumo. Por exemplo: um sujeito A está com vontade de comer 
chocolate (hedonismo, prazer, vontade, saciedade…). O sujeito A come um chocolate, a utilidade 
marginal desse primeiro chocolate é alta, portanto, seu valor é alto. No terceiro chocolate, o 
sujeito A já está um pouco enjoado, então não tem a mesma utilidade marginal. No décimo 
chocolate, a utilidade marginal do chocolate em saciar a vontade do sujeito A é baixíssima, 
portanto, evidencia uma escala decrescente. 
O mesmo exemplo você pode utilizar com a água potável no momento que você está com 
muita sede e no momento que você está bem hidratado (há utilidades marginais diferentes, 
portanto valores diferentes para determinado consumidor da água).
Os neoclássicos utilizaram o exemplo mais conhecido deles através da água e do 
diamante, pegando emprestado com Adam Smith. A água tem pouca utilidade marginal, 
basicamente, porque havia muita oferta dela, então haveria muito consumo, logo, uma escala 
decrescente de utilidade marginal (valor). Já o diamante seria um bem escasso e pouco utilizado 
devido a sua própria escassez, logo, sua utilidade marginal seria alta.

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