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Apelação

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2.4. Teses no rito do júri: a apelação é cabível no júri em suas duas fases:
1ª Fase: na primeira fase do rito do júri, cabe apelação contra a decisão que absolve sumariamente o réu ou que o impronuncie. Evidentemente, não é de interesse do réu reverter a absolvição sumária ou a impronúncia, sendo hipótese de interposição de apelação pela acusação. Como você está estudando para a OAB, e não para o MP, não há como cair essa apelação na segunda fase, exceto se o problema disser que a sua atuação se dá como assistente de acusação. Há alguns exames, foi o que aconteceu. Caso a FGV faça novamente, não tem segredo: busque provar que o réu deve ser pronunciado e levado a julgamento.
2ª Fase: se o acusado foi pronunciado, é realizado o seu julgamento perante o Tribunal do Júri, por um conselho de sentença. Cabe apelação contra a sentença do júri, mas, em razão da soberania do veredito, os pedidos não são os mesmos da apelação do rito comum. Vejamos:
Primeira hipótese: art. 593, III, a. Se, após a sentença de pronúncia, houver qualquer nulidade, cabe apelação – as anteriores à sentença de pronúncia devem ser objeto de RESE, ao final da primeira fase. Não há como pedir absolvição do réu na peça. A tese está limitada à nulidade e, o pedido, à declaração de nulidade pelo tribunal (TJ ou TRF).
Segunda hipótese: art. 593, III, b. Cabe apelação quando a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados. Exemplo: os jurados entenderam que a qualificadora do motivo fútil deve ser afastada. Se o juiz-presidente, ao lavrar a sentença, condenar o réu à qualificadora, peça, em apelação, que o tribunal afaste a qualificadora e calcule a pena com base no homicídio simples. Não cabe pedido de absolvição, mas somente o de retificação da sentença.
Terceira hipótese: art. 593, III, c. Cabe apelação quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança. Mais uma vez, não se discute se o réu é inocente ou não. Não é possível pedir a absolvição do acusado, mas somente a retificação da pena pelo tribunal.
Quarta hipótese: art. 593, III, d. Cabe apelação quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos. Exemplo: ocorre um crime de grande repercussão, mas não há, nos autos, prova de que o réu praticou o delito. No entanto, os jurados, em virtude da comoção causada pelo crime, decidem condená-lo. Contra o erro dos jurados, cabe apelação. Contudo, em virtude da soberania do veredito, você não pedirá ao tribunal a absolvição do acusado, mas a sua submissão a novo julgamento. Se provida a apelação, o acusado será novamente julgado, mas por outros jurados.
2.5. Teses no rito sumaríssimo: a Lei 9.099/95 prevê duas hipóteses de apelação, nos arts. 76, § 5º, e 82. Cabe apelação da decisão que rejeita a petição inicial, e a sua tese será o recebimento, nos termos do art. 395 do CPP, e da decisão que aplica transação penal. Fique atento: o prazo de interposição, nestas hipóteses, é de 10 (dez) dias (art. 82, § 1º).
3. Prazo: 5 (cinco) dias para a interposição e 8 (oito) para razões. Na OAB, contudo, devemos apresentar a interposição e as razões ao mesmo tempo. Por isso, caso a FGV peça para interpor no último dia de prazo, calcule 5 (cinco) dias, e não a soma dos dois prazos. Ademais, cuidado: se o problema disser que a apelação já foi interposta, você oferecerá apenas as razões ou as contrarrazões do recurso. Neste caso, conte 8 dias de prazo (CPP, art. 600), e não 5.
4. Competência: a interposição deve ser endereçada ao juiz que proferiu a sentença e as razões ao tribunal (TJ ou TRF). Não cabe apelação contra decisão de tribunal.
5. Modelo:

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