Buscar

RELAÇÕES ÉTNICO SOCIAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

RELAÇÕES ÉTNICO SOCIAIS
Introdução
O preconceito sobre os negros e os seus descendentes encontra-se na história do Brasil, principalmente nos três séculos de escravidão, especialmente após a Abolição da Escravatura em 13 de maio de 1888.
Desde o século XVI, quando os negros vieram de várias partes da África para o Brasil, de forma forçada para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar e nas minas de ouro, iniciou um longo período de usurpação da sua liberdade, que causou consequências para o seu status social.  Além dos negros das lavouras, havia também os que trabalhavam nos centros urbanos, conhecidos como escravos de ganho, e nas ruas desempenhavam diferentes funções, tais como carregadores de água, sangradores, barbeiros e vendedores de doces, frutas e outros quitutes. Apesar desses escravos não estarem nas fazendas ou nas minas e desempenharem outras atividades, eles não estavam isentos de serem tarjados como escravos e dificilmente conseguiam ascender socialmente e atingir status sociais semelhantes aos dos ‘’homens e mulheres brancos’’.
Para alcançar pequenas regalias, tentando se aproximar ao estilo de vida dos ‘’homens brancos’’ fosse como escravo ou como homem livre, os descendentes de negros precisavam ocultar ou disfarçar seus traços de africanidade, já que o homem branco era apresentado como padrão de beleza e de moral.
Desenvolvimento
Os negros se tornaram um problema para o Brasil a partir das formações capitalistas. Durante a escravidão, o negro era tratado como uma mercadoria, era considerado não-humano e não tinha com quem competir nessa situação. Após a abolição em que se tornaram livres, passarem a disputar posições com os imigrantes e com outros brancos, o preconceito e a discriminação raciais passaram a ser utilizados como armas da competição
Para justificar condição de escravo, a sociedade utilizava dois argumentos sendo um bíblico e um científico. O argumento bíblico baseava-se na na maldição de Caim.O argumento científico baseava-se nas teorias de Charles Darwin, principalmente às teorias evolucionistas que diziam que a origem das espécies por meio da seleção natural, demonstra que os organismos vivos tendem a produzir descendentes ligeiramente diferentes dos pais, com o processo de seleção natural favorecendo aqueles que melhor se adaptam ao ambiente. Alguns seres têm propriedades que os tornam mais aptos para sobreviverem, evoluindo e transmitindo as características aos seus descendentes. Darwin concluiu que as criaturas da fauna e da flora que não se adaptam ao meio em que vivem estão fadadas ao desaparecimento.
A teoria do evolucionismo se refere ao universo da vida biológica no planeta sem fazer analogias com o ambiente humano. Porém, surgiram diversas interpretações da Teoria da Seleção Natural aplicadas ao meio social, de forma que visavam explicar e legitimar a desigualdade entre as raças. Colocando os brancos como o topo do processo evolutivo. 
O efeito dessas teorias raciais no Brasil possibilitou que o negro fosse associado a todas as características nocivas do caráter humano e essas teorias ajudaram, portanto, aos interesses dos senhores de escravos e das elites em ascensão no Brasil republicano. Foi, assim, baseado em preceitos bíblicos e nas teorias evolucionistas, que a imagem do negro brasileiro foi sendo construída na sociedade brasileira. 
3 – Conclusão
A falta de preparação para a libertação dos negros trouxe consequências graves como a sua marginalização, seu descrédito, sua despersonalização, levando-os a ter vergonha de si próprio. Os negros até então eram acostumados e viver suas vidas trabalhando, com isso não tinham acesso a leitura, escrita e não sabiam como se comportar sendo livres diante da sociedade. A partir desse pensamento, o negro brasileiro passou a ter o desafio para conseguir lidar com diversas situações de desconforto em decorrência da sua cor, muitas vezes não tendo chances de progredir economicamente e socialmente. 
Mesmo passando mais de um século no qual as teorias raciais e o darwinismo social foram condenados e extintos, e não haja escravidão legal, o preconceito e xenofobismo perduram. O combate ao racismo ainda continua sendo um desafio para o estado e as entidades não governamentais. O Brasil ainda possui uma cultura que valoriza estereótipos. 
Esse racismo brasileiro marcado pelas características físicas do individuo e difundido no campo da cultura acompanha todo o nosso processo de formação enquanto sujeitos. Nas casas, escolas, trabalho, festas e etc, vivenciamos um desenvolvimento cultural e social repleto de resquícios do tempo em que a elite, com o aparato da ciência, empreendeu uma série de ações que colocava o negro em situação de inferioridade.
O preconceito racial, ou racismo, viola os direitos humanos. Nas sociedades, o preconceito é desenvolvido a partir da busca, por parte das pessoas preconceituosas, em tentar localizar naquelas vítimas do preconceito o que lhes “faltam” para serem semelhantes à grande maioria. O preconceito incita discriminação, à marginalização e à violência. 
Referências
CARNEIRO, L.T. Maria. O racismo na Historia do Brasil. 8. Ed. São Paulo:Ática, 2003.
VALENTE, Ana Lucia E.F. Ser negro no Brasil hoje. São Paulo: Moderna, 1987.
Ciência e cultura, O lado sujo da ciência e a consolidação do racismo científico. Disponível em: http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/noticias/o-lado-sujo-da-ciencia-e-a-consolidacao-do-racismo-cientifico/. Acesso em: 23 de Setembro de 2017.
Prof°. Dr. Kabengele Munanga. Relações Étnico-Raciais. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=7FxJOLf6HCA&t=2306s>. Acesso em: 23 de Setembro de 2017.
BBC. Racismo Científico Darwinismo Social e Eugenia. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=SWrl7aqbD5c&feature=youtu.be>. Acesso em: 23 de Setembro de 2017.
SEDUC. A permanência do racismo na sociedade brasileira. Disponível em: <http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/A-perman%C3%AAncia-do-racismo-na-sociedade-brasileira.aspx>. Acesso em: 22 de Setembro de 2017.
USP. Preconceito de cor e racismo no Brasil. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27181/28953>. Acesso em: 23 de Setembro de 2017.

Outros materiais