Buscar

bovinocultura de leite

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Revisão Bibliográfica 
Proteína para Vacas de leite 
De acordo com Pratt & Cornely (2006), a proteína é uma molécula biológica formada por uma ou mais cadeias peptídicas, contendo aminoácidos polimerizados. Na proteína são encontrados vinte aminoácidos denominados de primários ou padrões. Com somente nove denominados de essenciais. Diferem no tamanho, forma, solubilidade e composição de aminoácidos. E também por estarem presentes na parede e conteúdo celular de tecidos vegetais, no tecido animal e desempenhar várias funções tais como: catalítica, estrutural, transporte, proteção, e entre outras. Portanto, são essenciais ao desenvolvimento, crescimento e produção dos ruminantes (PINA et al., 2010). 
Para se obter uma maior eficiência na produção de leite a proteína é um dos nutrientes com maior importância (PAULINO et al., 2004). Mas é um nutriente com custo maior dentro da dieta, podendo ter perdas na produção pelo excesso de proteína, onde o animal gasta muita energia para fazer a eliminação deste excesso de nitrogênio para o ambiente, excretando via urina ou via leite (MARCONDES et al., 2010). Por outro lado, o deficit de proteína vai ser prejudicial para o crescimento microbiano, com a redução da digestibilidade e o consumo do animal e conseqüentemente afetando o desempenho do animal (VALADARES FILHO, 2006). 
Na dieta a proteína bruta (PB) é dividida em PDR (Proteína degradável no rúmen) e PNDR (Proteína não degradável no rúmen). Obtendo através da PDR os aminoácidos e a amônia para o crescimento dos microrganismos, produzindo a síntese de proteína microbiana no rúmen. Com a PNDR sendo a segunda fonte de aminoácidos para os ruminantes, com a necessidade de suprir a deficiência de alguns aminoácidos essenciais na proteína microbiana produzida no rúmen (FURQUIM, 2015).
Portanto, a PDR é uma exigência nutricional dos microrganismos ruminais e a PNDR é uma exigência nutricional dos ruminantes (PEREIRA, 2003). 
Segundo Pereira (2003), a qualidade da proteína no alimento é obtida pela proporção entre nitrogênio protéico e nitrogênio não protéico, com a velocidade e extensão de degradação da proteína degradável no rúmen, pela digestibilidade intestinal da proteína não degradável e a composição em aminoácidos da proteína não degradável digerida no intestino. 
Nitrogênio Não Protéico 
O NNP (Nitrogênio Não Protéico) é transformado em amônia através das bactérias ruminais, agindo como fonte de nitrogênio importante para os microrganismos, obtendo assim o crescimento bacteriano e conseqüentemente síntese de proteína microbiana, tornando se disponível para o animal (GABARRA, 2001). 
Por ser mais barata a ureia é a fonte de NNP mais utilizada comparando com outros nitrogenados. Mas deve se tomar muito cuidado em utilizar a uréia, pois pode causar intoxicação por amônia nos animais (WATTIAUX, 2004). Por ter uma elevada solubilidade no rúmen, a ureia é rapidamente convertida em amônia no rúmen, com a incorporação da amônia na proteína microbiana, através das bactérias que degradam os carboidratos fibrosos (SANTOS et al., 2001). 
Alimentos como o milho e o sorgo, são altamente energéticos, com baixa proteína e baixos níveis de NNP, sendo assim fontes alimentares que são indicados a serem utilizados na suplementação animal em associação com a ureia (WATTIAUX, 1998). 
Proteína Verdadeira 
As proteínas verdadeiras são formadas por aminoácidos unidos entre si através de ligações peptídicas. No Brasil, as principais fontes utilizadas para alimentação para vacas de leite são: o farelo de soja, soja em grãos, farelo de algodão, farelo de glúten de milho e entre outros (CLARINDO, 2006). 
E as bactérias têm uma necessidade de proteína verdadeira (aminoácidos e peptídeos) para obtenção de fonte energética para manutenção e crescimento, com um ótimo desenvolvimento. 
A proteína verdadeira é também uma fonte de aminoácidos de cadeia ramificada, isoácidos, sendo fatores de crescimento para bactérias celulolíticas (KOZLOSKI, 2002). 
Proteína degradável no rúmen 
A proteína degradável no rúmen é uma fonte disponível para os microrganismos ruminais para síntese de proteína microbiana (PM). Com uma maior parte da PDR transformada em amônia e uma pequena parcela é transformada em aminoácidos e pequenos polipeptídeos, que são também utilizados pelos microrganismos (KOZLOSKI, 2002). 
Quando há sincronização das fontes protéicas e fontes energéticas haverá um melhor aproveitamento de energia e nitrogênio com uma maior eficiência no processo microbiano de fixação da amônia na forma de glutamato. Isso com uma fonte protéica de alta degradabilidade associada com uma fonte energética também de alta degradabilidade ruminal. Diminuindo assim as perdas de nitrogênio e energia (NOCEK & RUSSEL, 1988). 
As fontes de PDR mais comuns são de origem vegetal, tais como: farelo de soja (aproximadamente 75% PDR), girassol, algodão e subprodutos, como o farelo proteinoso de milho (RIBEIRO et al., 2014). 
Proteína não degradável no rúmen 
A proteína não degrada no rúmen não sofre fermentação ruminal, é digerida e absorvida no intestino delgado. No Brasil as principais fontes ricas em PNDR são farelo de soja tostado, farelo de soja tratado quimicamente, farelo de soja expeller, farelo de glúten de milho, farelo de grãos destilados, resíduo de cervejaria (RIBEIRO et al., 2014). 
De acordo com Stone et al. (1960), as pesquisas mostraram que na década de 60, o rúmen foi capaz de suprir toda a proteína necessária para a produção de até 4.500 kg de leite/lactação de vacas que receberam uréia como única fonte de Nitrogênio. No entanto nos dias atuais, o potencial genético dos rebanhos vem crescendo, vacas mantidas em confinamento total, com produções médias por vaca/ano entre 9.000 a 14.000 kg/leite. Com isto a exigência vem aumentando em relação ao conhecimento da nutrição protéica de vacas de leite (RIBEIRO et al., 2014). 
Proteína Microbiana e Proteína Metabolizável 
Segundo Van Soest (1994), a proteína microbiana é produzida através dos microrganismos ruminais a partir da utilização das fontes de energia fermentável dos alimentos e fonte de Nitrogênio (aminoácidos, peptídeos ou amônia) advindos da degradação ruminal dos alimentos. 
A proteína metabolizável é formada pela proteína verdadeira digestível (aminoácidos e peptídeos), absorvida no intestino delgado, obtida da proteína microbiana, proteína não degradável no rúmen e proteína endógena (secreções e descamações de epitélio (NRC, 2001; VALADARES FILHO & PINA et al., 2006; ORSKOV, 1982). Portanto, é a proteína disponível para o metabolismo animal. 
É importante obter elevada síntese de proteína microbiana no rúmen, contudo tem que garantir as seguintes condições: fornecimento de uma fonte de forragem de alta qualidade para garantia de ingestão total de matéria seca, manutenção de ph e geração de energia através da fermentação de fibra em detergente neutro (FDN) de alta qualidade; fontes de carboidratos não fibrosos (CNF) com alta fermentação ruminal, balanceamento da dieta com CNF, monitorando o teor de amido presente na fração de CNF das dietas, assim garantindo um suprimento adequado de PDR (peptídeos, aminoácidos e amônia) para os microrganismos ruminais (RIBEIRO et al., 2014). 
Enfim, para obter uma máxima eficiência da dieta, deve se maximizar a quantidade adequada de proteína alimentar que chega ao intestino, sem diminuir a eficiência da síntese ruminal de proteína. Com o teor correto nos alimentos, terá aproveitamento melhor de fontes nitrogenadas (FURQUIM, 2015). 
Referências Bibliográficas 
CLARINDO, R. L. Fontes Energéticas e Protéicas para Bovinos Confinados em Fase de Terminação. 2006. 61f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal e Pastagem)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006. 
FURQUIM, H.F.; Aspectos nutricionais de vacas leiteiras e qualidade do leite. Estágio Supervisionado. Centro de Ciências Agrárias – Departamento de Engenharia Rural, Universidade Federal de Santa Catarina,Florianópolis, 2015. 
GABARRA, P. R. Digestibilidade de Nutrientes e Parâmetros Ruminais e Sanguíneos de Novilhos Nelore Alimentados com Fontes Protéicas e Energéticas com Diferentes Degradabilidades Ruminais. 2001. 109 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal e Pastagens) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2001. 
KOZLOSKI, G.V. Bioquímica dos ruminantes. Santa Maria: UFSM, 2002.140p. LOPES, S. E.; LOPES, J. Suplementação lipídica para vacas leiteiras. Pesquisa Agropecuária Gaucha, Porto Alegre, v. 11, n. 1-2, p. 103-112, 2002. 
MARCONDES, M. I. et al. Exigências Nutricionais de Proteína para Bovinos de Corte. In: VALADARES FILHO. et al. 2ª Ed. Exigências Nutricionais de Zebuínos Puros e Cruzados BR- Corte. 2010. p.113 - 134. 
NOCEK, J.E.; RUSSELL, J.B. Protein and energy as an integrated system. Relation of ruminal protein and carbohydrates availability to microbial synthesis and milk production. Journal of Dairy Science, v.71, p.2070-2107, 1988. 
NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of dairy cattle. 7. ed. Washington: Academic Press, 2001.381p. 
PAULINO, P.V.R.; COSTA, M.A.L.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Exigências nutricionais de Zebuínos:Proteína. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.3, p.759-769, 2004. 
PEREIRA, M. N. Proteína Verdadeira e Nitrogênio Não Proteico. 2003. Disponível em: < http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/nutricao/proteina-verdadeira-e-nitrogenio-nao-proteico-16975n.aspx. Acesso em: 29 de Nov/2016. 
PINA, D. S. et al. Degradação Ruminal da Proteína dos Alimentos e Síntese de Proteína Microbiana.2010.Disponível em: http://cqbal.agropecuaria.ws/webcqbal/brcorte/brcorte2010 port/2 Degradabilidade proteina.pdf. Acesso em: 29 de Nov/2016. 
PRATT, C.W.; CORNELY, K. Membranas biológicas. In: Bioquímica Essencial. 326 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, cap.8, p.221-249. 
RIBEIRO, P.R.; MACEDO JUNIOR, G.L.; SILVA, S.P. Aspectos nutricionais da utilização da proteína pelos ruminantes. Vet.Not., Uberlândia, v.20, n.2, p.1-14, jul./dez.2014. 
SANTOS, G. T.; CAVALIERI, F. L. B.; MODESTO, E. C. Recentes Avanços em Nitrogênio Não Protéico na Nutrição de Vacas Leiteiras. Anais 2 Simpósio Internacional em Bovinocultura de Leite: Novos Conceitos em Nutrição. Universidade Federal de Lavras, 2001, p. 199-228. 
STONE, J. B.; TRIMBERGER, G. W.; HENDERSON, C. E.; REID, J. T.; TURK, K. L.; LOOSLI, J. K. Forage intake and efficiency of feed utilization in dairy cattle. Journal of Dairy Science, v.43, n.9, p.1275-1281, 1960. 
VALADARES FILHO, S.C.; PINA, D.S. Fermentação Ruminal. In: BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. (Eds). Nutrição de Ruminantes. 2006.p.151-182. 
VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. Ithaca: Cornell University Press, 1994. 476p.
WATTIAUX, M.A. Essenciais em Gado de Leite: Metabolismo de Proteína em Bovinos de Leite. Madison: Instituto Babcock para Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira Internacional, 1998. 4p.
WATTIAUX, M. A. Metabolismo de proteína em bovinos de leite. Essenciais em Gado de Leite – Nutrição e Alimentação. Instituto Babcock para Pesquisa e Desenvolvimento de Pecuária Leiteira Internacional. Universidade de Wisconsin-Madison, 2004, p. 17-20.

Outros materiais