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Direito Civil IV Teoria geral dos contratos

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22/09/2017- Direito Civil IV- Teoria Geral dos Contratos- Art.421 CC
Conceito de Contratos: é uma espécie de negócio jurídico que depende, para a sua formação, da participação de pelo menos duas partes. É um acordo de vontades na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos. O contrato é a mais importante fonte de obrigação.
Ctr = acordo de vontades
Alteridade= a vontade da outra parte
Função Social do contrato: Serve para limitar a autonomia da vontade, quando a mesma estiver em confronto com o interesse social e este deve prevalecer. O contrato deve representar uma fonte de equilíbrio social.
A função social é a matéria de ordem pública, devendo ser analisado se o contrato preenche os requisitos de valores jurídicos sociais, econômicos e morais.
Relação dos contratos com outros ramos do direito: Os contratos somente sofrem regulamentação pelo código civil se a legislação específica não dispuser de maneira diversa.
Princípios fundamentais dos contratos
1.Autonomia da vontade: significa a liberdade das partes de contratar, de escolher o tipo e o objeto do contrato e de dispor conteúdo contratual de acordo com os interesses a serem auto-regulados.
*Restrições: art.421; art.425. A vontade das partes faz lei entre elas.
2.Supremacia da ordem pública: Um interesse individual nunca pode se sobrepor a um interesse da sociedade. Ex: direito indisponível, alimentos.
*Outras questões de ordem pública, organização da família, ordem de vocação hereditária e sucessão testamentária, preceitos do direito do trabalho.
3.Princípio do consensualismo: Basta para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo.
4.Principio da relatividade dos efeitos do contrato: Em regra os contratos só produzem efeitos em relação às partes, porém há casos que afetam terceiros.
5.Principio da obrigatoriedade do contrato: Pacta sunt servanda
Obs: Exceção art.393 cc
Fundamento: A) necessidade de segurança nos negócios.
B)Imutabilidade dos negócios, só pode ser mudado de maneira bilateral.
6.Principio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva: Permite aos contratantes recorrerem ao judiciário para obter alteração da convenção, porém em regra só é possível em razão de fato superveniente, ou seja, quando posteriormente ocorre desviada finalidade social ou que agrida a boa-fé ou quando ocorre enriquecimento ilícito de uma das partes.
7.Princípio da Boa-fé:
*Subjetiva: noção de entendimento da parte, ela esta acreditando.
*Objetiva: comportamento da parte.
A parte tem o dever de: Cuidado, respeito, informação, agir conforme a confiança depositada, lealdade e probidade, colaboração e cooperação, honestidade e razoabilidade, equidade e boa-razão.
06/10/2017
Interpretação dos contratos: interpretar o negócio jurídico é precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva e subjetiva.
Interpretação objetiva: Análise do texto
Interpretação subjetiva: descoberta da intenção dos pactuantes. ( art.112 CC)
Interpretação declaratória: quando o objetivo é a descoberta da intenção comum dos contratantes no momento da celebração do contrato.
Interpretação construtiva ou integrativa: quando objetiva o aproveitamento do contrato, mediante o suprimento das lacunas e pontos omissos deixados pelas partes.
Princípios básicos para a interpretação
- Princípio da boa–fé: o intérprete deve presumir que os contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação foram formulados dentro do que podiam e deviam eles entender razoavelmente (art.422 e 113 CC).
- Princípio da conservação ou aproveitamento do contrato: se uma cláusula permitir duas interpretações diferentes, prevalecerá a que possa produzir algum efeito, pois não se deve supor que os contratantes tenham celebrado um contrato carecedor de qualquer utilidade.
* Sempre que possível o artigo 478 do CC deverá promover a revisão judicial e não à resolução contratual (enunciado 176 do Conselho da justiça federal).
Critérios práticos para interpretação dos contratos
Verificação do modo pelo qual as partes vinham executando o contrato, de comum acordo.
Deve-se interpretar o contrato, na dúvida de maneira menos onerosa para o devedor.
As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais.
Qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu a estipulação, pois, podendo ser claro, não o foi.
Na cláusula suscetível de dois significados, interpretar-se-á em atenção ao que pode ser exequível.
Classificação dos contratos
Quanto aos efeitos
Contratos unilaterais: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como a doação pura, por exemplo. Aqui não se confunde com a manifestação bilateral de vontade, pois aqui estamos falando dos efeitos que, produz das obrigações.
Contratos bilaterais: são os contratos que geram obrigações para ambos os contratantes que geram obrigações para ambos os contratantes, como a compra e venda, a locação. São obrigações recíprocas, ou seja, sinalagmáticos.
Contratos plurilaterais ou plúrinos são os contratos que contêm mais de duas partes. 
Atenção: na compra e venda mesmo que haja vários vendedores e compradores agrupam-se em apenas dois pólos ( ativo e passivo). Se um imóvel é locado para um grupo de pessoas também é bilateral. Nos contratos plurilaterais temos várias partes, como ocorre no contrato de sociedade, em que cada sócio é uma parte, ou nos contratos de consórcio, uma característica dessa classificação é a rotatividade de seus membros.
Efeitos do contrato 17/11/2017
O principal efeito do contrato é criar um veículo jurídico entre as partes. A força vinculante do contrato tem força de lei entre as partes.
Principio da irretratabilidade: Contraído o vínculo, nenhuma das partes pode desfazê-lo a seu arbítrio. A vontade unilateral é importante, porém o contrato só pode se dissolver por acordo de vontades.
Principio da intangibilidade: O contrato não admite modificação de seu conteúdo que não resulte de mútuo consenso. Se o contrato houver sido celebrado por escrito, introduz-se no seu instrumento um aditamento. A alteração unilateral é circunstância extraordinária.
Principio da relatividade quanto às pessoas: A força vinculante dos contratos restringe-se às partes, mas o principio não é absoluto, pois as vezes atinge terceiros.
Estipulação em favor de terceiro: é o contrato por via do qual uma das partes se obriga a atribuir vantagem patrimonial gratuita a pessoa estranha à formação do vínculo contratual (ex: seguro de vida). Três figuras são indispensáveis à sua confirmação o estipulante, o promitente e o beneficiário.
Invalidade e ineficácia: a invalidade do contrato redunda em sua ineficácia, o contrário, contudo, não sendo sempre verdadeiro.
Classificação de invalidade: 
- Nulo: ensejado por vício ou defeito grave como a ausência de pressupostos como agente capaz, objeto lícito e forma prescrita em lei.
Anulável: Defeito de menor gravidade como vicio de consentimento.
Características da nulidade
- Imediata: impede a produção de efeitos de plano, sem a intervenção judicial
- Absoluta: pode ser arquida por qualquer interessado.
-Insanável: grave vício não é passível de conserto.
- Perpétua: Não se convalida com o decurso do tempo.
Características da anulabilidade
- Diferida: Tem que ser decretada judicialmente.
- Relativa: Só pode ser arguida pelo contratante a quem prejudica.
- Sanável: passível de correção.
- Prescritível: o decurso do tempo impede sua alegação e o convalida.
Ineficácia: O contrato ineficaz encontra obstáculo extrínseco que impede a produção de efeitos.
Pode ser parcial ou total, temporária ou permanente.
Contrato inexistente: É aquele que não chega a se formar. Ex: inexistência de objeto.
Art.104 CC
Hipóteses para sanar a anulabilidade:
Confirmação ou ratificação
ConvalidaçãoPreservação
Vícios redibitórios
São aqueles defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato oneroso, que o tornam imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuírem o valor (art. 441, CC).
“Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.”
· Requisitos: a) que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato oneroso; b) que os defeitos sejam ocultos, ou seja, que uma pessoa de conhecimentos medianos não tenha condições de perceber em exame superficial; c) que os defeitos existam no momento da celebração do contrato e que perdurem até o momento da reclamação; d) que os defeitos sejam desconhecidos do adquirente; e) que os defeitos sejam graves, ou seja, que inutilizem a coisa ou a diminuam o seu valor.
· Efeitos (art. 443, CC): a) se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, sem dar ciência ao adquirente, deverá restituir o valor recebido com perdas e danos; b) se o alienante não conhecia o vício ou defeito da coisa deverá restituir tão somente o valor recebido.
“Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.”
· Espécies de ações: a) ação Redibitória – quando o adquirente rejeitar a coisa recebida com vício oculto, rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do preço pago. Restitui o preço corrigido, bem como as despesas que tenham ocorrido em função do contrato e perda e danos (se conhecia o defeito). B) Ação quanti Minoris (estimatória) – quando o adquirente decide conservar a coisa, mesmo com defeito, porém exige o abatimento no preço pago.
· Prazos decadenciais (445 e 446): 30 dias: se bens móveis (contratos da tradição); 1 ano se bens imóveis.
“Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.”
“Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.”
Evicção
A perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um ato administrativo que a atribui a um terceiro. Atinge os contratos bilaterais, onerosos e comutativo.
· Partes da evicção: alienante – aquele que transfere a coisa viciada, de forma onerosa; o evicto ou adquirente – aquele que perde a coisa adquirida; o evictor ou terceiro – tem a decisão judicial ou a apreensão administrativa a seu favor; não corre prescrição, perdendo ação de evicção (art. 199, III, CC).
· Responsabilidade decorre de lei, não precisa estar prevista no contrato;
· Cláusula expressa de exclusão + conhecimento do risco = isenção total responsabilidade.
· Cláusula expressa – ciência específica = responsabilidade apenas pelo preço pago.
· Cláusula expressa sem assumir o risco = direito de reaver o preço.
· Pleiteia-se na evicção total: 1º restituição integral do preço pago (na época) – art. 450, paragrafo único; 2º indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir ao evictor; 3º indenização pelas despesas de perdas e danos; 4º custas judiciais e honorários advocatícios; 5º indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis não abandonador;
· Pleiteia-se na evicção parcial: se considerável pode-se optar entre rescisão ou restituição do preço; se não considerável só pleiteia pelas perdas e danos.
Art. 425, CPC.
01/12/2017 – EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Extinção normal pelo cumprimento da obrigação ou quando o mesmo chega a seu termo final.
Extinção por fatos anteriores à celebração (problema na formação do contrato).
Invalidade contratual: quando há causa de nulidade ou anulabilidade.
Cláusula de arrependimento: deve estar inserida no contrato, hipótese em que os contratantes estipulam que o negócio será extinto mediante declaração unilateral de vontade, se qualquer um deles de arrepender.
Cláusula resolutiva expressa ( art.474). No próprio contrato esta expresso que o contrato pode ser extinto em razão de algum evento futuro e incerto ( porém alguns precisam de notificação prévia para constituir em mora-leasina).
Extinção por fatos posteriores à celebração. Nesse caso ocorre a recisão contratual a qual é gênero que se divide nas seguintes espécies:
Resolução ocorre pelo descumprimento voluntário, involuntário – Cláusula resolutiva tácita, Resolução por onerosidade excessiva.
Resilição: extingue por vontade das partes, ou de forma unilateral quando autorizado por lei, pelo reconhecimento de direito potestativo (ex: contrato de trabalho dispensa sem justa causa).
Extinção por morte: a morte de um dos contratantes pode gerar um fim do pacto, mas somente no caso de obrigação personalíssima. 
ESTUDAR CONTRATOS EM ESPÉCIE PROF NÃO VAI PASSAR

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