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1 PHD2308 - Hidrologia Ambiental Aula 25: Hidrologia e Drenagem I Mario Thadeu Leme de Barros Renato Carlos Zambon Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental sumário • Introdução: Urbanização e Inundações • Medidas Estruturais e Não Estruturais • Micro e Macro drenagem • Plano de Bacia Urbana: Estudo de Caso • Práticas de boa gestão da drenagem: quantidade e qualidade da água • Considerações Finais 2 Ambiente “natural” Fontes: FISRWG / Dr. W. Collischonn / 3 Início da ocupação – Fase 1 Fontes: FISRWG / Dr. W. Collischonn / 4 Início da ocupação – Fase 2 Fontes: FISRWG / Dr. W. Collischonn / 5 Início da ocupação – Fase 3 Fontes: FISRWG / Dr. W. Collischonn / 6 Início da ocupação – Fase 4 Fontes: FISRWG / Dr. W. Collischonn / 7 Início da ocupação – Fase 5 Fontes: FISRWG / Dr. W. Collischonn / 8 Início da ocupação – Fase 6 Fontes: FISRWG / Dr. W. Collischonn / 9 10 urbanização e seus impactos no ciclo hidrológico 11 Urbanização no Brasil • Em 40 anos 107 mi passaram a viver nas cidades • Não houve tempo para se formar uma cultura urbana • A ocupação urbana é desordenada e não planejada • Grande impacto sobre os Recursos Hídricos 0 20 40 60 80 100 120 140 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Ano Po pu la çã o (m ilh õe s) Urbana Rural 12 13 1983 Normal União da Vitória (PR) e Porto União (SC) Rio Iguaçu 14 Evolução da Mancha Urbana na BAT ÁREA URBANA: 180km ² POPULAÇÃO : 0,9 m ilhões ÁREA URBANA: 930km ² POPULAÇÃO: 4,8 m ilhões ÁREA URBANA: 1710km ² POPULAÇÃO : 11,3 m ilhões ÁREA URBANA: 1860km ² POPULAÇÃO: 15 m ilhões 1930 1980 1993 1960 15 Mancha urbana atual da BAT 16 Crescimento Demográfico na RMSP 17 Perda de Áreas Verdes • Entre 1991 e 2000 São Paulo perdeu 5.345 km2 de áreas verdes • 47 Ibirapueras • 5 Ibirapueras por ano Atlas Ambiental de São Paulo, 2006 18 Desenvolvimento irregular • Ocupação de áreas de risco e de mananciais • Infra-estrutura não antecede a urbanização • Valor da terra induz ocupações irregulares – migração da população de baixa renda • Plano Diretores com visão de previsão e não de planejamento • Gestão por crises • Cidade legal x cidade ilegal 19 Efeitos da Urbanização Desordenada sobre o Regime Hidrológico inundações aumentam erosão aumenta assoreamento aumenta poluição das águas aumenta recarga do aqüífero diminui temperatura aumenta regime de chuvas altera disponibilidade diminui 21 Várzeas do Rio Pinheiros, em São Paulo (1941) curiosidade: detalhe sobre a canalização do Rio Pinheiros 22 Várzeas do Rio Pinheiros, em São Paulo (2007) Inundações São cheias excepcionais, fazendo com que os rios extravasem, ocupando áreas maiores, formando os chamados leitos maiores, se as margens foram ocupadas, as águas invadem ruas, avenidas, indústrias, residências, etc... mortes por afogamento mortes por escorregamento de morros mortes por contaminação (leptospirose e outras doenças) danos materiais (moradias, comércio, indústrias, etc) congestionamentos perdas no trânsito (cargas, veículos, etc) desvalorização comercial de áreas deterioração e contaminação de áreas diversos outros fatores que deterioram ainda mais o padrão de vida urbano e o meio ambiente urbano 23 Inundações Fatores que agravam as inundações urbanas: impermeabilização do solo; urbanização sem o devido cuidado com a drenagem; falta de planejamento urbano; ocupação das áreas marginais e morros; traçado de avenidas, ruas, etc.; grande produção de sedimentos (solos) provenientes de loteamentos e outros tipos de movimento de terra; grande quantidade de lixo (resíduos de todos os tamanhos); qualidade das águas (esgoto, poluição difusa, etc.); drenagem mal projetada ou com problemas de execução; canalização de córregos sem a devida análise de impactos a jusante (transferência de inundações de um ponto a outros); participação da sociedade (lixo, educação ambiental, etc.) 24 Inundações • Inundação pela ocupação de várzeas – Ocupação do leito natural de inundação • Inundação pela urbanização da bacia – Aumento das vazões pela impermeabilização • Ambas as causas associadas 25 Inundações Ribeirinhas antes depois 26 Inundação pela ocupação ribeirinha Folha de S Paulo, 25/05/2005 Folha de S Paulo, 04/02/2004 27 Vale do Anhangabaú (1967) Marginal Tietê (1960) 28 Ocupação Ribeirinha Ocupação pela pressão sobre a população pobre – custo alto da terra N. Friburgo, RJ Manaus, AM S. Paulo, SP 29 Rio Santo Antonio Nova Friburgo, RJ sem distinção de classe social... Santo André, SP Ocupação pela falta de fiscalização 30 Ocupação Ribeirinha Ocupação ribeirinha “legal” Recife, setembro de 2006 31 Ocupação ribeirinha “legal” Posto de Saúde, Águas de Lindóia, setembro de 2005 32 Paradoxo da Ocupação de Área de Preservação Permanente APP Faixa da LT Jacareí, abril/2007 33 Ocupação de áreas inundáveis Jacareí, abril/2007 34 Ocupação de áreas inundáveis Jacareí, abril/2007 35 Ocupação com privilégio ao sistema viário 36 Ocupação de várzeas Rio Tamanduateí Inundações pela Urbanização tempo va zã o • Volume escoado: aumenta • Pico de vazão: aumenta • Velocidade da cheia: aumenta • Tempo de concentração: diminui Pré-desenvolvimento Atual Tendencial 37 y = 0,0092x - 209,97 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 Ano Va zã o M áx im a (m 3/ s) Vazão Máxima Tendência 0 20 40 60 80 100 120 140 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 Ano Pr ec ip ita çã o Di ár ia M áx im a (m m ) Precipitação Máxima Tendência CHUVAS VAZÕES máximas mensais Vazões Máximas no Tamanduateí incremento de 3,4 m³/(s.ano) 38 Aumento das Vazões pela Urbanização 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 dez/39 mai/45 nov/50 mai/56 out/61 abr/67 out/72 mar/78 set/83 mar/89 set/94 fev/00 ago/05 anos Vaz ões mé dia s m ens ais (m³ /s) Série Histórica de Vazões Médias Mensais em Edgard de Souza 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 dez/39 mai/45 nov/50 mai/56 out/61 abr/67 out/72 mar/78 set/83 mar/89 set/94 fev/00 ago/05 anos Vaz ões mé dia s m ens ais (m³ /s) Série Histórica de Vazões Médias Mensais em Edgard de Souza 39 Outros Problemas... 40 ILHAS DE CALOR 41 Precipitação do dia 26/10/2009 até as 19:30 mm/hora 42 EROSÃO E ASSOREAMENTO • Inundações de alta energia – Concentração do escoamento em poucos locais – Energia = f (profundidade; velocidade2) • Volume maior + velocidade maior = alta capacidade de arraste • Solos sensíveis desprotegidos – Remoção da cobertura vegetal – Movimento de terra sem controle 43 Rio Água Quente – S. Carlos, SP Erosão e Assoreamento Coletor-tronco Gregório – S. Carlos, SP 44 Erosão em área urbanizada Rondonópolis, MT 45 Erosão “invisível” Av. Nove de Julho Córrego Saracura Vale do Anhangabaú, S. Paulo 46 Nem sempre é possível perceber a POLUIÇÃO Poluição“visível” 47 Coleta e Tratamento de Esgotos nos municípios da BAT (SNIS, 2005) • Município de São Paulo – Esgoto coletado: 70% – Parcela tratada do esgoto coletado: 62% – Esgoto tratado: 44% • Total dos Municípios da BAT – Esgoto coletado: 66% – Parcela tratada do esgoto coletado: 47% – Esgoto tratado: 31% 48 Ligações Diretas Lançamentos diretos de esgotos no sistema de drenagem Nova Friburgo - Córrego Cônego S. Paulo – Zona Leste R. Janeiro – Rio Viegas 49 Ligações Cruzadas Investigação na Bacia do Córrego do Sapateiro SVMA, São Paulo, 2004 50 Índices de poluição na bacia do córrego do Sapateiro, SP Teoricamente 100% saneada (2,5 km2) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00 20:00 22:00 0:00 2:00 4:00 6:00 8:00 10:00 Hora DB O (m g/ l) DBO Média Prefeitura de S. Paulo, SVMA, outubro/2003 51 Ligações cruzadas Al. Campinas São Paulo L F Orsini, 2006 52 Resíduos sólidos Lixoduto Rio = conduto de água, esgotos, lixo53 Resíduos muito sólidos Rios urbanos = depósito de lixo 54 Reservatório de amortecimento Limoeiro – S. Paulo Resíduos sólidos da série Sofá no Rio (1) Rio de Janeiro Rio Viegas, 2003 Maceió 55 Resíduos sólidos da série Sofá no Rio (2) S. Paulo Manaus S. André 56 Resíduo? Belo Horizonte, MG 57 Contaminação de mananciais Represa Billings São Paulo, 2006 58 Chuva x Poluição Escola Politécnica da USP, 2004 RIO CABUÇU DE BAIXO, SÃO PAULO, SP - 28/03/2002 0 5 10 15 20 25 30 16:00 16:30 16:45 17:00 17:15 17:30 18:00 18:30 19:00 19:30 20:00 20:30 Hora Va zã o (m 3 /s ) 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 DB O 5 ( m g/ l) Vazão DBO 59 a água urbana e seu desenvolvimento no mundo 60 Modelo de Gestão Predominante Visão Geral • Saneamento = água e esgoto – Ampliar o abastecimento de água = explorar novos mananciais – Esgoto = construir redes coletoras • Manejo de Águas Pluviais = drenar = construir galerias e canais = afastar a água • Controle de erosão = obras de contenção • Resíduos sólidos = coleta e disposição 61 Modelo de Gestão Predominante Sistema Institucional • Sistema separador absoluto • Água e esgoto geridos por uma empresa estadual, municipal ou privada • Águas pluviais geridas por um departamento municipal – Secretaria de transportes, secretaria de obras, secretaria de vias públicas, etc • Resíduos sólidos geridos por outro departamento municipal 62 Drenagem: medidas estruturais • micro drenagem • canalizações de grande, médio e pequeno porte (obras de macro drenagem): • barragens • galerias fechadas • retificação de córregos e rios • outras melhorias em córregos e rios • dragagem (desassoreamento) • obras de detenção (reservatórios/piscinões) • drenagem forçada em áreas baixas • estações de bombeamento, etc. 63 Drenagem: medidas não estruturais • Planejamento e gestão da macro e micro drenagem; • Leis de uso e ocupação do solo; • Integração com outras intervenções urbanas; • Adoção de pavimentos permeáveis; • Fiscalização Intensa e Educação Ambiental; • Sistema de coleta de lixo adequado; • Manutenção eficiente de obras de drenagem • Sistema de ações civis para minimizar os impactos das inundações: Defesa Civil, Polícia, Trânsito, Serviço Social, Abrigos, Hospitais, Engenharia, etc. • Mapeamento das áreas de risco • Sistemas de Alerta... 64 Micro Drenagem • Galerias • Poço de Visita • Trechos • Bocas-de-lobo • Tubos de ligação • Meios-fios • Sarjetas • Sarjetões • Condutos forçados • Estações de bombeamento 65 Vazão de projeto: o “método racional” (A < 2 km²) Q = C I A C: coeficiente de escoamento superficial I: intensidade da precipitação em mm/h A: área da bacia em km2 66
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