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O Empreendedorismo na Profissão de Secretariado Executivo DYANA HAZELMAN LIMA 2006

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I
I
DYANA HAZELMAN LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Empreendedorismo na Profissão de Secretariado Executivo: Um 
Breve Estudo do Termo Intraempreendedorismo e da Profissão de 
Secretariado Executivo no Atual Mercado de Trabalho – Entrevista 
com Executivos e Secretárias Executivas da DaimlerChrysler do Brasil 
Ltda. Unidade Juiz de Fora - MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal de Viçosa 
Viçosa – MG 
Brasil 
2006 
 
 
II
II
 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 
 CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
 DEPARTAMENTO DE LETRAS 
 SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGUE 
 
 
 
 
 
 
O Empreendedorismo na Profissão de Secretariado Executivo: Um 
Breve Estudo do Termo Intraempreendedorismo e da Profissão de 
Secretariado Executivo no Atual Mercado de Trabalho – Entrevista 
com Executivos e Secretárias Executivas da DaimlerChrysler do Brasil 
Ltda. Unidade Juiz de Fora - MG 
 
 
 
 
 Monografia apresentada ao Departamento 
de Letras e Secretariado da Universidade 
Federal de Viçosa, como exigência da 
disciplina LET 499 - Monografia e como 
requisito para a conclusão do curso de 
Secretariado Executivo Trilíngüe, tendo 
como orientadora a Professora Débora 
Carneiro Zuin. 
 
Dyana Hazelman Lima 
 
 
 
 
Viçosa – MG 
Brasil 
2006 
 
 
 
 
II
II
A monografia intitulada 
 
 
O Empreendedorismo na Profissão de Secretariado Executivo: Um 
Breve Estudo do Termo Intraempreendedorismo e da Profissão de 
Secretariado Executivo no Atual Mercado de Trabalho – Entrevista 
com Executivos e Secretárias Executivas da DaimlerChrysler do Brasil 
Ltda. Unidade Juiz de Fora - MG 
 
elaborada por 
 
 
Dyana Hazelman Lima 
 
 
como exigência da disciplina LET 499 – Monografia e requisito para conclusão do 
curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, foi aprovada por todos os membros da 
Banca Examinadora. 
 
 
Viçosa, 03 de abril de 2006 
 
_____________________________________________ 
Profª. Débora Carneiro Zuin 
Orientadora 
 
_______________________________ 
Prof. Odemir Vieira Baêta (DLA/UFV) 
 
_____________________________________________ 
Prof.ª Cíntia Dantas (DLA/UFV) 
 
Nota________
 
 
 
v
v
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família, por todo apoio, compreensão e carinho. 
Aos meus colegas, amigos e professores do Curso de 
Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de 
Viçosa, aos amigos da DaimlerChrysler do Brasil e da 
Incubadora de Empresas CENTEV/UFV, pela paciência e pelos 
ensinamentos. 
 
 
 
vi
vi
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
A Deus, por me dar forças para seguir a diante. 
 
Aos meus pais, Zenir Hazelman Lima e Renaldo Corrêa Lima, pelo amor, apoio, 
compreensão e por não medir esforços para me educar. Meus exemplos de vida! 
 
À minha irmã, Olga Adriana Hazelman Lima, por estar sempre comigo, mesmo estando 
longe, por todo incentivo, carinho, compreensão, paciência e amizade. 
 
Aos meus irmãos, Alexandre Hazelman Lima e Renaldo Hazelman Lima, por torcerem 
por mim. 
 
Aos meus sobrinhos, Guilherme, Victor e Carol, pelos sorrisos, pelas 
brincadeiras...Alegrias da minha vida! 
 
À Profª. Débora Carneiro Zuin, por tudo que aprendi durante o curso, pela compreensão 
e paciência durante o desenvolvimento deste trabalho. 
 
Ao Prof. Odemir Baêta, pelos ensinamentos, pela amizade. 
 
À Profª Cíntia Dantas, que apesar do pouco convívio se mostrou sempre aberta a nos 
ajudar. 
 
Ao Sr. Denílson Duarte por a cada dia me proporcionar um aprendizado. Agradeço pela 
confiança. 
 
 
vii
vii
Ao Sr. Frederico de Abreu, que contribui de forma imensurável não só para o meu 
crescimento profissional como também pessoal. Agradeço pala paciência e pela 
amizade. 
 
Ao Sr. Sérgio Munhoz pela entrevista e pelos ensinamentos maravilhosos. 
 
Ao Sr. Renato Rochini, pelos ensinamentos e pelo artigo que escreveu para abrilhantar 
este trabalho. 
 
Às Secretárias Executivas da DaimlerChrysler, por todo apoio, não só durante as 
entrevistas, mas a todo momento em que precisei. 
 
Às minhas amigas, Lílian, Priscila, Mariana e Lidiane, pela amizade e pelos momentos 
que passamos em Viçosa. 
 
Aos amigos da DaimlerChrysler que nunca mediram esforços para me ajudar no 
desenvolvimento das atividades. 
 
Obrigada a todos que preenchem a cada dia um pedacinho da minha vida e moldam a 
minha história! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii
viii
EPÍGRAFE 
 
PORTAS 
 
Se você encontrar uma porta à sua frente, você pode abri-la ou 
não; 
Se você abrir a porta, você pode, ou não, entrar em uma nova 
sala. 
Para entrar, você vai ter que vencer a dúvida, o titubeio ou o 
medo. 
Se você venceu, você dá um grande passo: nesta sala vive-se. 
Mas, tem um preço: são inúmeras outras portas que você 
descobre. 
O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta. 
 
A vida não é rigorosa: ela propicia erros e acertos. Os erros 
podem ser transformados em acertos quando com eles se 
aprende. 
Não existe a segurança do acerto eterno. 
 
A vida é humilde: se a vida já comprovou o que é ruim, para que 
repeti-lo? 
A humildade dá a sabedoria de aprender e crescer também com 
os erros alheios. 
 
A vida é generosa: a cada sala em que se vive, descobrem-se 
outras tantas portas. 
 
A vida enriquece a quem se arrisca a abrir novas portas. 
Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente 
oferece afortunadas portas. 
Mas a vida pode ser também dura e severa. Não ultrapassando a 
porta, você terá sempre essa mesma porta pela frente. 
 
É a cinzenta monotonia perante o arco-íris. 
É a repetição perante a criação. 
É a estagnação da vida. 
 
Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes 
passagens... 
 
(TIBA, Içami apud SOUZA, 2001) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix
ix
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................1 
2. JUSTIFICATIVA..................................................................................................3 
3. OBJETIVOS..........................................................................................................4 
4. METODOLOGIA..................................................................................................5 
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..............................................................................6 
5.1. O Significado dos Termos Empreendedorismo e Intraempreendedorismo...6 
5.2. O Perfil Empreendedor e Intraempreendedor...............................................11 
5.2.1. Características e Perfil Empreendedor..............................................11 
5.2.2. Características e Perfil Intraempreendedor........................................19 
5.3. Empreendedorismo Corporativo...................................................................22 
5.4. O Empreendedorismo no Brasil...................................................................24 
5.5. O Ensino de Empreendedorismo no Brasil...................................................26 
5.6. O Profissional de Secretariado Executivo....................................................28 
5.6.1. Análise Histórica da Profissão de Secretariado no Brasil.................28 
5.6.2. O Perfil Atual do Secretariado Executivo – Empreendedor..............30 
6. ENTREVISTAS REALIZADAS COM EXECUTIVOS E SECRETÁRIAS 
EXECUTIVAS DA DAIMLERCHRYSLER DO BRASIL LTDA. UNIDADE 
JUIZ DE FORA...................................................................................................356.1. OBJETIVOS DA ENTREVISTA................................................................35 
 
 
x
x
6.2. PÚBLICO ALVO.........................................................................................36 
6.3. APLICAÇÃO DAS ENTREVISTAS..........................................................36 
 6.4. LIMITAÇÕES E CONSIDERAÇÕES........................................................36 
7. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS.......................................................................51 
8. CONCLUSÃO.....................................................................................................53 
9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.....................................................................55 
10. BIBLIOGRAFIA.................................................................................................58 
11. ANEXOS.............................................................................................................59 
ANEXO 1 – Lei 7.377/85....................................................................................60 
ANEXO 2 – Código de Ética do Profissional de Secretariado............................63 
ANEXO 3 – Lei 9.261/96....................................................................................67 
ANEXO 4 – O Secretariado, as secretárias e o empreendedorismo....................70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi
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LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Pirâmide das Necessidades de Maslow..........................................................13 
Figura 2 – Ciclo do Comportamento Empreendedor.......................................................14 
Figura 3 – Questões fundamentais para a inovação........................................................21 
Figura 4 – Tipos de Empreendedorismo Corporativo.....................................................23 
Figura 5 – Proporção de Empreendedores Segundo Escolaridade e Grupos de Países por 
Renda per Capita – 2004.................................................................................................25 
Figura 6 – Competências que devem ser desenvolvidas para o Secretariado 
Executivo.........................................................................................................................33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xii
xii
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Características Comportamentais do Perfil empreendedor..........................12 
Quadro 2 – Principais Necessidades dos Empreendedores.............................................13 
Quadro 3 – Características dos empreendedores de sucesso...........................................16 
Quadro 4 – Fatores de sucesso segundo o empreendedor...............................................18 
Quadro 5 – Pontos Fundamentais para a Inovação.........................................................20 
Quadro 6 – Ensino Tradicional e Aprendizado Empreendedor.......................................27 
Quadro 7 – Secretárias de ontem e de hoje.....................................................................32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
1
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
No atual cenário, via de regra altamente competitivo, que a maioria das grandes 
empresas se coloca e no qual se verificam mudanças consistentes nas áreas sociais, 
culturais e econômicas, há uma necessidade cada vez maior de se buscar novas formas 
de enfrentar o mercado. 
Neste contexto, a busca por profissionais empreendedores vem ganhando 
destaque. Segundo URIARTE (2000), 
 
 
 
a “era do conhecimento” proporciona acesso a um número de 
informações muito maior do que podemos absorver, e, ao mesmo 
tempo nunca se teve tanta incerteza sobre o futuro profissional. Os 
jovens perguntam-se se devem seguir as carreiras tradicionais ou 
entrar na corrida da indústria da informação, abrindo seu próprio 
negócio. A maioria das pessoas empregadas está insatisfeita com seu 
trabalho, salário e rumo de suas carreiras. De acordo com artigo 
publicado no site carreiras.empregos (2005), a exigência do mercado 
de trabalho por pessoas ativas e arrojadas tem colocado em pauta 
como os profissionais podem desenvolver esse perfil empreendedor e 
conquistar mais espaço nas organizações. 
 
 
 
Mas, o que seria então o empreendedorismo? Segundo FILLION apud 
DOLABELA (1999), 
 
 
 
 
2
2
 
o termo “empreendedorismo”, que deriva-se do termo em inglês 
entrepreneurship, tem conotação prática, mas também implica atitudes 
e idéias. Significa fazer coisas novas, ou desenvolver maneiras novas 
e diferentes de fazer as coisas. A preparação para a prática 
empreendedora, que pode ser aplicada a qualquer campo da atividade 
humana, envolve tanto o desenvolvimento da autoconsciência como 
do know-how. 
 
 
 
Numa leitura mais profunda do termo “empreendedorismo”, considerando o 
cenário empresarial, chegamos ao termo “intraempreendedor”, que segundo URIARTE 
(2000), 
 
 
 
(...) foi cunhado por Gifford Pinchot para designar “empreendedor 
interno”, pessoa que à partir de uma idéia e recebendo a liberdade, 
incentivo e recursos da empresa onde trabalham, dedica-se 
entusiasticamente em transformá-la em um produto de sucesso. Não 
há a necessidade de deixar a empresa, como faria o empreendedor, 
para vivenciar as emoções, riscos e gratificações de uma idéia 
transformada em realidade. 
 
 
 
Assim, pode-se partir para a análise da postura do Profissional de Secretariado 
Executivo no atual mercado de trabalho. DOLABELA apud MICHELETTI (2005), diz 
que esse profissional possui um leque muito grande de percepção e pode usar todo o 
conhecimento e contatos que possui na empresa para ir além, rompendo com o conceito 
tradicional de que este é apenas uma extensão do chefe. 
Frente ao exposto acima, o objetivo deste trabalho é fazer um breve estudo sobre 
o empreendedorismo/intraempreendedorismo e verificar se o profissional de 
Secretariado Executivo é ou pode ser um profissional empreendedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
3
 
2. JUSTIFICATIVA 
 
 
No contexto atual do mercado de trabalho, o tema em questão é de extrema 
importância, pois, considerando a demanda por profissionais inovadores, criativos, far-
se-á uma análise da importância do empreendedorismo na profissão de Secretariado 
Executivo e como este novo perfil profissional é visto dentro de uma grande 
organização. 
A escolha do tema deu-se a partir do momento em que a autora pôde vivenciar o 
empreendedorismo na prática, através de um estágio desenvolvido na Incubadora de 
Empresas CENTEV/UFV (Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de 
Viçosa), órgão disseminador da cultura empreendedora em Viçosa e região. Observou-
se uma demanda por profissionais criativos, inovadores e capazes de transformar uma 
simples idéia em realidade. 
O estágio obrigatório do curso, o qual a autora desenvolve em uma empresa de 
grande porte, também foi fator chave para a escolha do tema. A todo momento vê-se a 
necessidade de superar os limites e fazer de tudo para que a empresa seja um sucesso, e 
isso se dá através de colaboradores altamente capazes de inovar e transformar os 
obstáculos em caminhos que tornem a empresa cada vez mais competitiva no mercado. 
Pretende-se com este trabalho, fornecer dados para o crescimento e 
desenvolvimento da profissão. 
 
 
 
 
4
4
 
3. OBJETIVOS 
 
 
Geral 
 
O presente trabalho tem como propósito buscar informações sobre a atuação do 
profissional de Secretariado Executivo frente à demanda do mercado de trabalho por 
profissionais empreendedores. 
 
Específicos 
• Mostrar como o profissionalde Secretariado Executivo pode e deve ser 
um profissional empreendedor dentro da empresa. 
• Verificar a visão das secretárias e de executivos em relação ao novo 
perfil deste profissional. 
• Apresentar a visão da empresa em relação ao papel das universidades 
brasileiras na formação de profissionais de Secretariado Executivo 
empreendedores. 
 
 
 
5
5
 
4. METODOLOGIA 
 
 
A metodologia escolhida para a realização deste estudo foi: 
 
 
• Levantamento da bibliografia referente ao Empreendedorismo, 
Intraempreendedorismo e Secretariado Executivo em livros, revistas 
e internet. 
• Revisão da literatura. 
• Elaboração do texto da fundamentação teórica durante a leitura do 
material. 
• Entrevista com dois Executivos, sendo estes o Gerente da área de 
Recursos Humanos e o Gerente da área de Logística e Compras, e 
com as sete Secretárias Executivas efetivas da DaimlerChrysler do 
Brasil Ltda., Unidade Juiz de Fora. O tempo das secretárias no 
exercício da função varia de um a oito anos. 
• Análise qualitativa das entrevistas. 
• Conclusão do trabalho relacionando a teoria pesquisada com as 
opiniões obtidas nas entrevistas. 
 
 
 
 
 
6
6
 
 
5 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
5.1 – O SIGNIFICADO DOS TERMOS EMPREENDEDORISMO E 
INTRAEMPREENDEDORISMO 
 
 
 
Para DAVID (2004), “o interesse pelo empreendedorismo ocorre em um período 
de transição global no qual encontramos mudanças estruturais nos setores cultural, 
educacional, tecnológico, econômico e político”. No contexto brasileiro, o movimento 
empreendedor, considerado o gerador do desenvolvimento, iniciou-se nos anos 90, 
apesar de ser estudado há várias décadas em outros países. 
A palavra empreendedor origina-se da palavra francesa entrepreneur e significa 
aquele que assume riscos e inicia algo novo. Segundo DOLABELA (1999) o termo 
empreendedorismo é uma livre tradução da palavra inglesa entrepreneurship. Além da 
criação de empresas o empreendedorismo trata de outros assuntos tais quais: geração do 
auto-emprego, empreendedorismo comunitário, intraempreendedorismo (dentro das 
organizações), políticas públicas (para o setor). 
 
 
 
 
 
 
7
7
DOLABELA (1999) cita exemplos do que seja um empreendedor 
 
 
 
- indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja; 
 
- pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo 
riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir, seja 
na forma de fazer propaganda dos seus produtos e/ou serviços, 
agregando novos valores; 
 
- empregado que introduz inovações em uma organização, provocando 
o surgimento de valores adicionais. 
 
- Contudo, não se considera empreendedor uma pessoa que, por 
exemplo, adquira uma empresa e não introduza nenhuma inovação 
(quer na forma de vender, de produzir, quer na maneira de tratar os 
clientes), mas somente gerencie o negócio. 
 
 
 
De acordo com FRIEDLAENDER (2004), 
 
 
 
(...) os homens primitivos quando descobriram os primeiros utensílios 
de cerâmica, a ação empreendedora possibilitou intervir, transformar e 
dominar o meio ambiente, criando, inovando, avançando sempre na 
busca de novos patamares de produção, de melhores níveis de 
qualidade de vida. 
 
 
 
Essa ação empreendedora contribuiu sobremaneira para o crescimento da 
humanidade. Hoje, o mundo necessita de pessoas empreendedoras para continuar 
criando, transformando, fazendo descobertas e satisfazendo as necessidades da 
comunidade como um todo. 
São muitas as definições para o termo empreendedorismo, mas a seguir são 
apresentadas as mais utilizadas e aceitas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
8
Segundo CUNHA e NETO (2004), 
 
 
 
A concepção inicial do termo empreendedorismo data da segunda 
metade do século XVIII e do início do século XIX com os 
economistas Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say, cujas 
preocupações com economia, geração de novos empreendimentos e 
gerenciamento de novos negócios permitiam definir os 
empreendedores como pessoas que corriam riscos, pois investiam seu 
próprio dinheiro. 
 
 
 
A partir da publicação da “Teoria de Desenvolvimento Econômico” do 
economista austríaco Joseph A. Schumpeter o conceito de empreendedorismo ganha 
novo significado. De acordo com DAVID (2004), Schumpeter 
 
 
 
abordou o empreendedor e o seu impacto sobre a economia, 
estabelecendo os conceitos de destruição criadora e de empresário 
empreendedor, desta forma, diferenciando os conceitos de empresário 
e empreendedor: “O empreendedor é aquele que destrói a ordem 
econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, 
pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de 
novos recursos e materiais” (SCHUMPETER, 1942, 1949). Foi 
Schumpeter quem associou definitivamente o termo empreendedor à 
inovação, colocando o empresário empreendedor como o agente 
básico do processo de destruição criadora: “é ele que desafia o 
mercado, aciona e mantém em marcha o motor capitalista” 
(SCHUMPETER, 1942). 
 
 
 
Segundo CUNHA E NETO (2004), 
 
 
 
Schumpeter define a essência do empreendedorismo como a 
percepção e aprimoramento de novas oportunidades no âmbito dos 
negócios, possuindo conexões com criações de novas formas de 
utilização de recursos nacionais deslocados do emprego tradicional e 
sujeitos a novas combinações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
9
Para DRUCKER apud FRIEDLAENDER (2004), 
 
 
 
Os empreendedores são eminentemente pessoas que inovam. A 
inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo 
qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um 
negócio ou serviço diferente. Empreendedorismo não é nem ciência, 
nem arte. É uma prática. 
 
 
 
Para FILLION apud CUNHA e NETO (2004), 
 
 
 
(...) empreendedorismo é o resultado tangível ou intangível de uma 
pessoa com habilidades criativas; sendo uma complexa função de 
experiências de vida, oportunidades e capacidades individuais que 
durante seu exercício está inerente à variável risco, tanto na vida 
quanto na carreira do empreendedor. (...) o empreendedor é tido como 
um indivíduo criativo, marcado pela capacidade de estabelecer e 
atingir objetivos, possuindo um alto nível de consciência do contexto 
de referência para detectar oportunidades de negócios, buscando uma 
aprendizagem continuada a respeito de oportunidades de negócios e 
revelando um processo de tomada de decisões com risco moderado 
visando à inovação. 
 
 
 
DOLABELA (1999) concorda com a definição de Fillion que diz que o 
“empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. Ser visionário 
implica em enxergar o que ninguém viu, é imaginar cenários futuros, é perceber uma 
oportunidade – idéia vinculada a um produto ou serviço que agrega valor ao 
consumidor, através da inovação ou da diferenciação - quando os outros enxergam 
somente o caos. 
De acordo com FRIEDLAENDER (2004), 
 
 
 
O empreendedor sente necessidade de vencer obstáculos, romper 
rotinas, definir e alcançar seus objetivos, quebrar paradigmas. O 
empreendedor continua a aprender a respeito de possíveis 
oportunidades e a tomar decisões moderadamente arriscadas que 
objetivam a inovação. Ele também é flexível para se adaptar às 
repentinas mudanças da comunidade, da sociedade e do mercado, 
aprendendo com suas próprias experiências. O empreendedor é 
distinguido das outras pessoas pela maneira como percebe a mudança 
e lida com as oportunidades. 
 
 
10
10
No contexto atual, de acirrada concorrência, o perfil empreendedor faz a 
diferença. 
De acordo com FRIEDLAENDER (2004), “a necessidade da inovação, da 
criatividade e do desenvolvimento de novas tecnologias faz com queas pessoas 
percebam que mudar é um fator primordial para a sobrevivência”. Não só as pessoas, 
mas as organizações também perceberam que mudar é necessário. A velocidade das 
mudanças tecnológicas, a instabilidade econômica, o aumento das exigências dos 
mercados estão criando um ambiente no qual a vantagem competitiva que fará a 
diferença será a capacidade de gerar novas vantagens competitivas de forma sistemática 
e contínua, e isso só se dá através da inovação, da transformação, da visão de futuro. É 
nesse contexto que as empresas buscam profissionais empreendedores, que nesse caso 
recebem a denominação de intraempreendedores. Mas o que significa o termo 
intraempreendedorismo? 
Segundo URIARTE (2000) o termo intraempreendedorismo é uma tradução do 
termo inglês intrapreneurship1, cunhado pelo consultor americano Gifford Pinchot para 
designar o “o empreendedor interno”, aqueles profissionais que têm iniciativa, que são 
visionários, que não têm medo de tentar e que aprendem com os erros; determinados, 
ousados e capazes de mobilizar recursos e implementar novos negócios dentro de 
ambientes já consolidados; profissionais que têm um olhar diferente sobre o processo e 
que conseguem transforma-lo de forma a alcançar melhores resultados. 
Para FRIEDLAENDER (2004), o intraempreendedorismo torna-se necessário 
diante do fato de que é possível, e importante, a presença de empreendedores dentro das 
organizações para que ocorra o desenvolvimento das mesmas. 
URIARTE (2000) diz que, 
 
 
 
(...) as empresas bem sucedidas são aquelas que iniciaram mudanças 
em tecnologia, marketing ou organização e conseguiram manter uma 
liderança em mudanças em relação aos concorrentes. Portanto, os 
empreendedores são necessários não somente para iniciar novos 
empreendimentos em pequena escala, mas também para dar vida às 
empresas existentes, em especial as grandes. 
 
1 Uriarte, L.R. Identificação do Perfil Intraempreendedor. Dissertação (Mestrado em Engenharia de 
Produção), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000, p. XLVIII-XLIX. 
 
 
 
11
11
E complementa, “a inovação quase nunca ocorre em uma organização sem que 
haja um indivíduo ou um pequeno grupo apaixonadamente dedicado a fazê-lo 
acontecer”. 
Segundo PINCHOT apud URIARTE (2000), “os intraempreendedores são todos 
os “sonhadores que realizam”, aqueles que assumem a responsabilidade pela criação de 
inovações de qualquer espécie dentro de uma organização”. 
 
 
5.2 – O PERFIL EMPREENDEDOR E INTRAEMPREENDEDOR 
 
 
5.2.1 – CARACTERÍSTICAS E PERFIL EMPREENDEDOR 
 
 
Segundo DAVID (2004), 
 
 
 
Os economistas relacionaram o empreendedor à inovação e ao 
desenvolvimento econômico, mas fazia-se necessária uma análise 
mais aprofundada do comportamento do empreendedor para responder 
às seguintes questões: Quem é o empreendedor? Como reconhecê-lo? 
Nascem prontos? Como formá-los? Eu posso vir a ser um 
empreendedor de sucesso? O que pode ser observado é que o 
empreendedor possui características que as outras pessoas não 
possuem. Algumas podem ser inatas, mas, e outras, podem ser 
adquiridas? Neste aspecto, o empreendedorismo passou a ser de 
interesse também para os estudiosos do comportamento humano. 
 
 
 
Estudos buscando a identificação do perfil empreendedor são cada vez mais 
importantes. Segundo CUNHA e NETO (2004), “diversos autores (Pylro, 2002; 
Schumpeter, 1978; Fillion, 1999) ilustram a dificuldade de definir as características do 
empreendedor”. Para DOLABELA (1999), o estudo do perfil empreendedor é de suma 
importância para que se possa aprender a agir adotando atitudes e comportamentos 
adequados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12
12
E complementa: 
 
 
 
É importante termos consciência, entretanto, de que ainda não se pode 
estabelecer uma relação de causa e efeito. Ou seja, não se pode 
afirmar que uma pessoa dotada de tais características irá 
necessariamente alcançar o sucesso como empreendedor. O que se 
pode dizer é que, se determinada pessoa apresenta as características e 
aptidões mais comumente encontradas nos empreendedores, mais 
chances terá de ser bem-sucedida. 
 
 
As pesquisas na área do empreendedorismo estão focadas nos comportamentos 
que podem levar ao sucesso. O know-how tecnológico e o domínio de ferramentas 
gerenciais são de extrema importância, sendo uma conseqüência do processo de 
aprendizagem daqueles que buscam novos cenários. No quadro abaixo são apresentadas 
algumas características comportamentais dos empreendedores de sucesso. 
 
Quadro 1 – Características Comportamentais do Perfil empreendedor 
 
1 – Inovação 11 – Habilidade para conduzir situações 
2 – Otimismo 12 – Criatividade 
3 – Liderança 13 – Necessidade de realização 
4 – Iniciativa 14 – Sensibilidade a outros 
5 – Flexibilidade 15 – Autoconsciência 
6 – Independência 16 – Agressividade 
7 – Tolerância à ambigüidade e à incerteza 17 – Confiança 
8 – Orientação para resultado 18 – Originalidade 
9 – Tendência a risco 19 – Envolvimento em longo prazo 
10 – Capacidade de aprendizagem 20 – Dinheiro como medida de desempenho 
 Fonte: Fillion apud CUNHA e NETO (2004) 
 
De acordo com URIARTE (2000), 
 
 
 
ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a necessidade de 
realizar coisas novas, pôr em prática idéias próprias, característica de 
personalidade e comportamento que nem sempre é fácil de se 
encontrar. O empreendedor, por definição, tem de assumir riscos, e 
seu sucesso está em sua capacidade de conviver com eles e sobreviver 
a eles. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso 
aprender a administrá-los. O empreendedor não é mal-sucedido nos 
seus negócios porque sofre revezes, mas porque não sabe superá-los. 
 
 
 
13
13
Para GERBER apud URIARTE (2000), o empreendedor é um grande 
estrategista, inovador, criador de novos métodos, é criativo, lida com o desconhecido, 
imagina o futuro, transforma possibilidades em probabilidades, caos em harmonia. 
Segundo DAVID (2004), a chave do sucesso do empreendedor está relacionada 
à busca constante da satisfação de necessidades. 
URIARTE (2000) cita a pirâmide das necessidades de Maslow, pois esta tem 
características situacionais, dependendo da situação uma das cinco características torna-
se mais relevante. 
Figura 1 – Pirâmide das Necessidades de Maslow 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Baseados nas necessidades apresentadas por Maslow, BIRKEY e WESTHEAD 
apud DAVID (2004), analisaram as necessidades mais latentes nos empreendedores e 
apresentaram como sendo basicamente de cinco tipos: 
 
Quadro 2 – Principais necessidades dos empreendedores 
 
1 - Necessidade de aprovação Ser admirado pelos outros, ter status 
2 - Necessidade de independência Horário de trabalho flexível, liberdade 
para iniciativa 
3 - Necessidade de desenvolvimento 
pessoal 
Busca constante de novos conhecimentos 
e habilidades 
4 - Necessidade de segurança Proteger-se de perigos físicos ou 
psicológicos, reais ou imaginários 
5 - Necessidade de auto-realização Realizar seus sonhos, resolver situações 
que são verdadeiros desafios à sua 
capacidade 
 Fonte: BIRKEY e WESTHEAD apud DAVID (2004) 
 
Fonte: URIARTE (2000)
 
 
14
14
COMPORTAMENTO 
 EMPREENDEDOR 
 
Necessidades 
 - Realização, poder, 
afiliação. 
 - Fisiológicas, 
segurança, 
sociais, estima. 
 
 
Motivação 
Impulso para ação 
De acordo com DAVID (2004), ao longo da vida de um empreendedor suas 
necessidades vão se modificando. À medida que uma necessidade é satisfeita outra 
surge em seu lugar. “Suas necessidades geram impulsos para suas ações e suas açõesdefinem o seu comportamento, que por sua vez gera novas necessidades”. 
 
Figura 2 – Ciclo do Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: DAVID (2004) 
 
Os empreendedores também possuem algumas habilidades essenciais para o seu 
desenvolvimento. KATZ apud DAVID (2004), apresenta três habilidades básicas, 
técnicas, humanas e conceituais. As habilidades técnicas estão relacionadas com a 
compreensão e a proficiência em determinada atividade, saber utilizar métodos, técnicas 
e equipamentos necessários para realizar de maneira satisfatória um determinado 
trabalho; as humanas referem-se à facilidade para trabalhar como membro de um grupo 
e em equipe, saber se comunicar e ser flexível e as conceituais à forma de compreender 
e reagir aos objetivos e políticas da organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
15
URIARTE (2000) desdobra as habilidades básicas apresentadas anteriormente da 
seguinte forma: 
 
- O empreendedor identifica novas oportunidades. Esta habilidade relaciona-se 
ao que Dolabela chama de processo visionário. Identificar uma oportunidade é enxergar 
além, ver o futuro. 
- O empreendedor pensa de maneira criativa. Para obter sucesso, o 
empreendedor deve ser criativo e ao mesmo tempo crítico para avaliar a oportunidade e 
constatar se esta é falsa ou não. 
- O empreendedor é comunicativo: Ele tem a habilidade de convencer os outros 
a respeito de sua idéia. Precisam convencer amigos, parentes, patrocinadores, etc. 
- O empreendedor sabe negociar. Esta habilidade adquire-se através da 
experiência, em muitos ela é nata. 
- O empreendedor sabe escutar e adquirir informações. Em um ambiente 
instável, estar informado é questão chave para o desempenho geral da empresa. 
 - O empreendedor sabe resolver problemas. Ele tem habilidade para enfrentar os 
desafios e superar obstáculos. Em um empreendimento existe um conjunto de 
problemas, desafios e crises, e o empreendedor deve procurar o melhor caminho para 
gerar soluções inovadoras. 
- O empreendedor mantém uma rede de contatos. Um bom relacionamento com 
as pessoas pode gerar diversas oportunidades de negócios. 
 
LEZANA apud DAVID, 2004, diz que no tocante aos conhecimentos 
fundamentais para o empreendedor de sucesso destacam-se: 
 
- Os aspectos técnicos relacionados com o negócio. O empreendedor deve ter 
total domínio técnico do que se propõe a fazer. Deve ter conhecimento do produto que 
pretende produzir e/ou do serviço que pretende prestar. 
- A experiência na área comercial. Refere-se ao enfoque empresarial destinado 
ao atendimento das necessidades do cliente. Entre as funções da área comercial, pode-se 
incluir: distribuição do produto, publicidade/marketing, pesquisa de mercado e 
definição de novos produtos. 
- A escolaridade. É um fator extremamente importante, pois se refere aos 
conhecimentos adquiridos no sistema formal de ensino. O empreendedor deve possuir 
 
 
16
16
um nível mínimo de escolaridade que lhe possibilite lidar de modo satisfatório com as 
pessoas. 
- A formação complementar. Relaciona-se com a aquisição de conhecimentos 
novos ou com a atualização dos que já possui. 
- a experiência em empresas e a vivência de novas situações. A experiência pode 
ajudar na resolução de problemas emergentes. 
 
Muitos autores como DAVID (2004) apresentam os valores, aspectos 
fundamentais para o desenvolvimento das características individuais. “Os valores são 
compostos pelas crenças, preferências, aversões, predisposições internas e julgamentos 
que caracterizam a visão de mundo do indivíduo”. Para EMPINOTTI apud DAVID 
(2004), os valores podem ser, existenciais, relacionados à vida em geral – saúde, 
alimentação, lazer, trabalho, entre outros; estéticos, ligados à sensibilidade e aos cinco 
sentidos – música, pintura, teatro; intelectuais, relacionados à inteligência; morais, 
referentes ao conjunto de doutrinas, princípios, crenças e normas que orientam o 
comportamento ético e religiosos, ligados aos sentimentos religiosos. 
De acordo com os aspectos citados acima, DORNELAS (2001) apresenta um 
quadro com as características dos empreendedores de sucesso, a saber: 
 
Quadro 3 – Características dos empreendedores de sucesso 
São visionários Eles têm a visão de como será o futuro para seu 
negócio e sua vida e, o mais importante: têm a 
habilidade de implementar seus sonhos. 
Sabem tomar decisões Não se sentem inseguros, sabem tomar as 
decisões corretas na hora certa, principalmente 
nos momentos de adversidade, sendo isso um 
fator chave para o seu sucesso. Além de tomar 
decisões, implementam suas ações rapidamente. 
São indivíduos que fazem a diferença Os empreendedores transformam algo de difícil 
definição, uma idéia abstrata em algo concreto, 
que funciona, transformando o que é possível em 
realidade. Sabem agregar valor aos serviços e 
produtos que colocam no mercado. 
Sabem explorar ao máximo as oportunidades Para a maioria das pessoas, as boas idéias são 
daqueles que a vêem primeiro, por sorte ou 
acaso. Para os visionários (os empreendedores), 
as boas idéias são geradas daquilo que todos 
conseguem ver, mas não identificaram algo 
prático para transformá-las em oportunidade, por 
meio de dados e informação. Para Schumpeter 
 
 
17
17
(1949), o empreendedor é aquele que quebra a 
ordem corrente e inova, criando mercado com 
uma oportunidade identificada. Para Kirzner 
(1973), o empreendedor é aquele que cria um 
equilíbrio, encontrando uma posição clara e 
positiva em um ambiente de caos e turbulência, 
ou seja, identifica oportunidades na ordem 
presente. Porém, ambos são enfáticos em afirmar 
que o empreendedor é um exímio identificador 
de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e 
atento a informações, pois sabe que suas chances 
melhoram quando seu conhecimento aumenta. 
São determinados e dinâmicos Implementam suas ações com total 
comprometimento. Mantêm-se sempre dinâmicos 
e cultivam um certo inconformismo diante da 
rotina. 
São dedicados Se dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, 
ao seu negócio. São trabalhadores exemplares, 
encontrando energia para continuar, mesmo 
quando encontram problemas pela frente. 
São otimistas e apaixonados pelo que fazem Adoram o trabalho que realizam. E é esse amor 
ao que fazem o principal combustível que os 
mantém cada vez mais animados e 
autodeterminados. O otimismo faz com que 
sempre enxerguem o sucesso, em vez de 
imaginar o fracasso. 
São independentes e constroem o próprio 
destino 
Querem estar à frente das mudanças e ser donos 
do próprio destino. 
Ficam ricos Ficar rico não é o principal objetivo dos 
empreendedores. Acreditam que o dinheiro é 
conseqüência do sucesso dos negócios. 
São líderes e formadores de equipes Têm um senso de liderança incomum. São 
respeitados e adorados por seus funcionários, 
pois sabem valoriza-los, estimula-los e 
recompensa-los, formando um time em torno de 
si. 
São bem relacionados (networking) Sabem construir uma rede de contatos que os 
auxiliam no ambiente externo da empresa, junto 
a clientes, fornecedores e entidades de classe. 
São organizados Sabem obter e alocar os recursos materiais, 
humanos, tecnológicos e financeiros, de forma 
racional, procurando o melhor desempenho para 
o negócio. 
Planejam Planejam cada passo de seu negócio, desde o 
primeiro rascunho do plano de negócios. 
 
 
18
18
Possuem conhecimento São sedentos pelo saber e aprendem 
continuamente. Esse conhecimento pode vir da 
experiência prática, de informações obtidas em 
publicações especializadas, em cursos, etc. 
Assumem riscos calculados Avalia as reais chances de sucesso. Assumir 
riscos tem relaçãocom desafio e, quanto maior o 
desafio, mais estimulante será a jornada 
empreendedora. 
Criam valor para a sociedade Através da geração de empregos, dinamizando a 
economia e inovando, sempre usando sua 
criatividade em busca de soluções para melhorar 
a vida das pessoas. 
 
 
DOLABELA (1999) diz que não se pode afirmar que uma pessoa que apresenta 
todas as características descritas anteriormente irá necessariamente ser bem sucedida 
como empreendedor. A análise dessas características vem contribuindo para a 
identificação e para a compreensão de comportamentos que podem levar o 
empreendedor ao sucesso e vem também servindo de base para o ensino na área. 
O autor supracitado apresenta, segundo Timmons (1994), os fatores de sucesso 
segundo o próprio empreendedor: 
 
Quadro 4 – Fatores de sucesso segundo o empreendedor 
 
Faça o que lhe dá energia 
 
Faça coisas de forma diferente 
 
Imagine como fazer funcionar algo 
 
Não assuma riscos desnecessários, e sim 
um risco calculado, se for a oportunidade 
certa 
Diga, “posso fazer”, ao invés de “não 
posso” ou “talvez” 
 
Os negócios fracassam, os 
empreendedores de sucesso aprendem. 
Mas, tente manter o custo baixo 
Tenacidade e criatividade irão triunfar 
 
Faça da oportunidade e dos resultados a 
sua obsessão 
Qualquer coisa é possível se você acredita 
que pode fazê-la 
Seja insatisfeito com o jeito que as coisas 
estão e procure melhorá-las 
 
Se você não sabe se não pode ser feito, vá 
em frente e faça 
 
 
Tenha orgulho das suas realizações, isso é 
contagiante 
Veja o copo metade cheio, e não metade 
vazio 
 
É mais fácil implorar por perdão do que 
pedir permissão 
Fonte: DORNELAS (2001) 
 Fonte: DOLABELA (1999) 
 
 
19
19
5.2.2 – CARACTERÍSTICAS E PERFIL INTRAEMPREENDEDOR 
 
 
 
Os intraempreendedores são aquelas pessoas que, segundo URIARTE (2000), 
 
 
 
(...) a partir de uma idéia, e recebendo a liberdade, incentivo e recursos 
da empresa onde trabalham, dedicam-se entusiasticamente em 
transformá-la em um produto de sucesso. Não é necessário deixar a 
empresa onde trabalha, como faria o empreendedor, para vivenciar as 
emoções, riscos e gratificações de uma idéia transformada em 
realidade. 
 
 
 
De acordo com PINCHOT apud DAVID (2004), 
 
 
 
Examinando inovações bem sucedidas em grandes empresas, foram 
identificados comportamentos empreendedores em alguns 
empregados. Estes “empregados” atuavam como agentes de mudanças 
em suas organizações, melhorando processos e criando novas 
oportunidades de negócio, sendo que Pinchot os denominou de 
empreendedores intracorporativos, definindo-os como “todos os 
sonhadores que realizam. Aqueles que assumem a responsabilidade 
pela criação de inovações de qualquer espécie dentro de uma 
organização” (PINCHOT, 1989, p.ix). 
 
 
 
Considerando o contexto atual, marcado pelo grande fluxo de informações, pelo 
mercado cada vez mais exigente, pela superação dos obstáculos e pela busca de 
melhores resultados, busca-se profissionais com iniciativa e com idéias inovadoras 
(intraempreendedores/empreendedores), para que agreguem valor ao produto da 
empresa e para que a mesma se torne mais competitiva no mercado. 
De acordo com DORNELAS apud DAVID 2004, as organizações devem 
identificar e aproveitar o potencial empreendedor de seus colaboradores, uma vez que 
os desafios proporcionados pela abertura mundial demandam um certo grau de 
criatividade e inovação. 
BOM ÂNGELO apud DAVID (2004), aponta três características que mostram a 
vocação empreendedora, vontade e habilidade para criar algo inédito e que possa 
melhorar as condições de vida da família, da empresa, da sociedade em geral; 
 
 
20
20
capacidade de encontrar novas utilidades para idéias velhas; talento para melhorar a 
eficiência de um sistema, processo ou produto, de forma a torná-lo mais econômico, 
acessível e tecnicamente superior. 
O intraempreendedor tem grande conhecimento da empresa e sabe explorá-lo de 
forma a encontrar todos os meios necessários para a concretização de sua idéia. O 
intraempreendedor não é necessariamente aquele que traz inovações e melhorias para o 
(s) produto (s), mas também aquele que consegue implantar pequenas mudanças na 
rotina da empresa, que a conduzam a um patamar mais elevado. Saber lidar com as 
informações e utiliza-las em prol do desenvolvimento das atividades, é o ponto chave 
para estar à frente no mercado. 
A inovação, como no empreendedorismo, também é a palavra chave para o 
intraempreendedorismo. DRUCKER apud DAVID (2004), “defende que todas as 
organizações – e não apenas as de negócios – necessitam de uma competência 
fundamental: a inovação, e que estas podem ser de qualquer tipo”. 
PINCHOT e PELLMAN apud DAVID (2004), apontam cinco pontos 
fundamentais para que a inovação aconteça: 
 
Quadro 5 – Pontos fundamentais para a inovação 
y Idéias das pessoas Deve-se ter na organização um ambiente 
que estimule a criatividade e a geração de 
idéias 
y Intraempreendedores Pessoas que transformarão as idéias em 
realidade 
y Time intraempreendedor Grupo de pessoas, normalmente 
recrutadas pelo intraempreendedor, para 
trabalharem na inovação 
y Clima organizacional Deve existir um clima organizacional que 
estimule e aceite inovações 
y Patrocinadores Pessoas da própria organização que 
apóiam os intraempreendedores – pode ser 
um chefe imediato ou o presidente da 
empresa 
 Fonte: PINCHOT e PELLMAN apud DAVID (2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
21
A figura 3 mostra a relação entre os cinco pontos citados anteriormente e 
algumas inovações que podem acontecer nas organizações. 
 
Figura 3 – Questões fundamentais para a inovação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de PINCHOT e PELLMAN apud DAVID (2004). 
 
DAVID (2004) complementa dizendo que no Brasil o termo 
intraempreendedorismo é um termo novo para a maior parte dos profissionais, mas, 
 
 
 
Com a alta competitividade, informações em tempo real e outros 
desafios empresariais modernos, o intraempreendedorismo oferece 
uma maneira para acelerar as inovações de qualquer espécie dentro 
das organizações através do melhor emprego dos seus talentos 
humanos. Bom Ângelo (2003) pontua que bons gerentes sabem 
organizar, disciplinar, dinamizar e otimizar, e bons inovadores sabem 
desenvolver idéias, modificar padrões, aperfeiçoar modelos e 
descobrir novos usos para antigos materiais e equipamentos. E o 
responsável pelas inovações dentro das organizações é um funcionário 
todo especial que apresenta características pessoais marcantes, como 
responsabilidade, iniciativa própria, vontade para fazer negócios, 
vocação para assumir riscos. 
 
 
 
 
 
22
22
São poucas as diferenças entre empreendedores e intraempreendedores. Estes 
assumem menores riscos em relação aos empreendedores, que sentem a necessidade de 
deixar a empresa para iniciar um negócio próprio. 
Considerando o contexto brasileiro, para DAVID (2004), as empresas ainda não 
oferecem um ambiente propício para o desenvolvimento de intraempreendedores. A 
estrutura ainda é muito burocrática. Em empresas de outros países encontra-se uma 
abertura maior ao empreendedor. 
Segundo LEITE apud URIARTE (2000), 
 
 
 
Fugir do convencional; sonhar alto e transformar sonhos em realidade; 
identificar com clareza seus desejos, habilidades, temperamentos e 
atividades; criar um produto; desenvolver um “business plan” – o 
plano de negócios de sua carreira; fazer o que gosta; investir no 
desenvolvimento contínuo; conciliar a vida profissional com a vida 
pessoal e familiar; cuidar desua saúde física, mental e emocional; 
seguir as vozes internas são passos para sobreviver no mundo 
moderno. 
 
 
 
5.3 – EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO 
 
 
 
Frente às mudanças trazidas pela globalização, as empresas enfrentam desafios 
constantes. Sendo assim, devem explorar o potencial empreendedor de seus 
funcionários para irem além. 
Para DORNELAS apud DAVID (2004), 
 
 
 
A implantação de uma cultura empreendedora tem uma razão de 
ser: “é o pano de fundo para o fomento da inovação, da busca e 
identificação de oportunidades, do trabalho criativo, para a 
organização do trabalho e dos processos empresariais de forma 
mais integrada, para a eliminação de barreiras internas de 
comunicação, entre outros.” 
 
 
 
DORNELAS apud DAVID (2004) considera o empreendedorismo corporativo/ 
empreendedorismo interno/ intraempreendedorismo não como uma versão adaptada do 
 
 
23
23
empreendedorismo, mas uma expansão do mesmo, sendo aplicado em outras áreas sem 
perda conceitual. 
O empreendedorismo corporativo pode ser definido como o processo através do 
qual um indivíduo ou um grupo de indivíduos, cria ou promove a renovação dentro de 
uma organização. 
De acordo com DAVID (2004), “Covin e Miles apud Dess et al. (2003) definem 
quatro tipos de Empreendedorismo Corporativo: (1) renovação estratégica; (2) 
redefinição de domínio, (3) rejuvenescimento organizacional e (4) regeneração 
sustentada”. A figura 4 ilustra os quatro tipos de empreendedorismo corporativo citados 
acima. 
 
 
Figura 4 – Tipos de Empreendedorismo Corporativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: adaptado de Dess et al. apud DAVID (2004) 
 
 
A renovação estratégica significa repensar as estratégias da organização de 
acordo com o ambiente externo, explorando de maneira mais eficiente novos produtos e 
mercados. A redefinição de domínio ocorre quando a empresa tem necessidade de 
identificar um novo mercado para um novo produto. O rejuvenescimento organizacional 
está ligado ao processo de inovação relacionado à melhoria dos processos internos, 
rotinas. A regeneração sustentada acontece quando a organização desenvolve novas 
culturas, processos e estruturas com o intuito de apoiar inovações de produtos ou 
processos. 
 
 
24
24
Para estar à frente no mercado, as empresas devem aprender a aprender e 
proporcionar um ambiente adequado para potencializar o desenvolvimento de uma 
cultura empreendedora. Inovar, renovar, para fazer acontecer e obter os melhores 
resultados. 
 
5.4 – O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 
 
 
O empreendedorismo no Brasil ganhou força a partir da década de 90, apesar de 
nos países mais desenvolvidos ser um processo de longa data. 
De acordo com o GEM (Global Entrepreneurship Monitor 2004), o país 
encontra-se na sétima posição num ranking de 34 países mais empreendedores, com 
aproximadamente 15 milhões de empreendedores. O GEM (2004) destaca que o 
“empreendedorismo é de extrema importância para o país, sendo uma alternativa para a 
superação de graves problemas que assolam a nação brasileira, em especial no tocante à 
geração de emprego e renda”. A pesquisa constatou que o mesmo ocorre tanto pelo fato 
de as pessoas se sentirem motivadas a aproveitar uma oportunidade quanto pela 
necessidade de sobrevivência. O empreendedorismo por necessidade – pessoas que 
perderam o emprego, eram subempregadas ou não tinham emprego - teve um aumento 
em relação ao que ocorre por oportunidade. “Em países desenvolvidos, a ação 
empreendedora está mais ligada a uma real oportunidade de negócio”. 
A ação empreendedora no Brasil supera a média mundial (9,2%) na faixa dos 18 
aos 24 anos (12,6%), e está muito superior à média dos países desenvolvidos (6%), 
indicando que “o jovem brasileiro pode estar sendo induzido a empreender em 
detrimento de sua formação educacional”. Esse aspecto caracteriza também a 
dificuldade que o jovem encontra de engressar no mercado formal de trabalho, 
buscando outras alternativas para garantir sua sobrevivência. 
Considerando o item educação, apenas 14% dos empreendedores brasileiros têm 
educação superior, sendo esta completa ou incompleta, ficando muito abaixo da média 
dos países de baixa renda per capita – 23%. Quando comparado com países de renda per 
capita alta, a diferença é ainda mais acentuada – 58%. 
 
 
 
 
 
 
25
25
O GEM (2004) complementa: 
 
 
 
Frisa-se, ainda, que no Brasil aproximadamente 30% dos 
empreendedores não passaram sequer cinco anos pelos bancos 
escolares, estando longe, portanto de completar o ensino fundamental. 
Esta situação denota a fragilidade do sistema educacional brasileiro e, 
por conseqüência, as altas taxas de empreendedorismo por 
necessidade. 
 
 
 
De acordo com a figura abaixo, percebe-se que quanto maior o nível de 
escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por 
oportunidade. 
 
Figura 5 – Proporção de Empreendedores Segundo Escolaridade e Grupos de Países por 
Renda per Capita - 2004 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: GEM (2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.5 – O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 
 
 
 
Segundo DOLABELA (1999), “o ensino universitário brasileiro sempre foi 
voltado para a formação de empregados”. Na formação de empreendedores, o ponto 
principal é preparar as pessoas para aprender a agir e pensar por si mesmas, de maneira 
criativa, visionária – enxergar o que ninguém viu -, com liderança, para inovar e 
conseguir um espaço no mercado. 
De acordo com FRIEDLAENDER (2004), “as pessoas são influenciadas a se 
prepararem para um emprego seguro, mas, considerando o cenário atual, nenhum 
emprego é seguro, a manutenção deste depende exclusivamente do desempenho 
profissional”. 
DOLABELA (1999) cita algumas razões para o ensino do empreendedorismo, 
dentre elas a alta taxa de mortalidade infantil das empresas, a maioria fracassa por falta 
de conhecimento, suporte; mudanças nas relações de trabalho, as empresas precisam de 
profissionais que tenham uma visão global do processo, que saibam identificar e 
satisfazer as necessidades dos clientes, a formação de empregados não é compatível 
com a organização atual da economia mundial; exige-se hoje um alto grau de 
empreendedorismo; as instituições de ensino estão distanciadas dos “sistemas de 
suporte”, as relações universidade-empresa ainda são incipientes no Brasil; o 
empreendedor deve comprometer-se com o meio ambiente e com a comunidade, 
desenvolvendo uma forte consciência social – a sala de aula é o lugar mais indicado 
para o debate desses temas; entre outras. 
Em complemento ao exposto acima, DOLABELA apud AIUB (2002) mostra no 
quadro a seguir, a relação entre o ensino tradicional e o ensino de empreendedorismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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27
Quadro 6 – Ensino Tradicional e Aprendizado Empreendedor 
Ensino Tradicional Aprendizado Empreendedor 
Ênfase no conteúdo Ênfase no processo: aprender a 
aprender 
Conduzido e dominado pelo instrutor 
 
Apropriação do aprendizado pelo 
participante 
Aquisição de informações corretas de 
uma vez por todas 
O que se sabe pode mudar 
 
Currículo e sessões programados 
 
Sessões flexíveis e voltadas a 
necessidades 
Objetivos do ensino impostos 
 
Objetivos da aprendizagem negociados 
Prioridade para o desempenho 
 
Prioridade para a auto-imagem geradora 
de desempenho 
Rejeição ao desenvolvimento de 
conjecturas e pensamento divergente 
Conjecturas e pensamento divergente 
como parte do processo criativo 
Ênfase no pensamentoanalítico e linear Envolvimento de todo o cérebro 
 
Conhecimento teórico e abstrato Conhecimento teórico Complementado 
por experimentos 
Resistência à influência da comunidade Encorajamento à influência da 
comunidade 
Educação encarada como necessidade 
social 
Educação vista como processo para a 
vida 
Ênfase no mundo exterior Experiência interior, sentimentos 
incorporado à ação 
Erros não aceitos Experiência interior, sentimentos 
incorporado à ação 
O conhecimento é o elo entre aluno e 
O professor 
Relacionamento humano entre professores 
e alunos é fundamental 
 
 Fonte: DOLABELA apud AIUB (2002) 
 
Segundo FRIEDLAENDER (2004), a educação é um dos fatores primordiais 
para o desenvolvimento de um país. A transformação do modelo social só é propiciada 
através da educação, “uma vez que a difusão do novo paradigma produtivo requer boa 
educação em todos os níveis, ou seja, educar para a cidadania, oferecendo uma boa 
formação acadêmica, abrangente, multidisciplinar e generalista”. E complementa 
dizendo que a educação é o meio pelo qual uma nação inter-relaciona-se com outras e 
com suas economias eficientemente. 
 
 
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Uma das habilidades mais importantes dos empreendedores é aprender a 
aprender. Não podem estacionar no tempo, o domínio da informação para saber tomar 
uma decisão correta no momento certo depende única e exclusivamente da vontade 
incessante de saber, de conhecer. 
Para FRIEDLAENDER (2004), “deve-se educar para progredir e fornecer as 
ferramentas necessárias para a descoberta de novas habilidades, propiciando 
experiências que auxiliarão no desenvolvimento pessoal e profissional”. 
Considerando o mercado de trabalho atual, as empresas querem em seus quadros 
profissionais que dominem aquilo que se propõem a fazer e que também tenham um 
conhecimento holístico da empresa, que sejam flexíveis e que tragam novas idéias, que 
reciclem e implementem processos, tornando esta cada vez mais competitiva. E neste 
cenário, o papel das Universidades na formação de profissionais empreendedores é 
fundamental. 
 
 
5.6 – O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO 
 
 
5.6.1 – ANÁLISE HISTÓRICA DA PROFISSÃO DE SECRETARIADO NO 
BRASIL 
 
 
 O Secretariado no Brasil aparece com mais força no mercado de trabalho a 
partir da década de 50 com a chegada das multinacionais automobilísticas. A profissão 
até então é exercida por mulheres. 
De acordo com NATALENSE (1998), nos anos 50 as secretárias eram vistas 
como “salvadoras da pátria”, “braço direito” e suas atividades eram basicamente a 
datilografia, taquigrafia, arquivo de documentos e atendimento telefônico. 
Na década de 60 começam os treinamentos gerenciais e com ele iniciam-se as 
mudanças no perfil dos administradores e gerentes. A secretária torna-se um símbolo de 
status nas empresas brasileiras, o cartão de visita. Todo gerente possuía uma. Surgem, 
nesta época, alguns cursos voltados para o secretariado, que englobavam taquigrafia, 
português comercial e organização de arquivos, mas nada além disso. De acordo com 
SABINO e ROCHA (2004), em 1969 foi criado o primeiro curso de Bacharelado em 
Secretariado no Brasil, na Universidade Federal da Bahia, mas só foi reconhecido em 
1998. 
 
 
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29
Nos anos 70, mudanças relevantes começam a acontecer na profissão. Alguns 
gerentes já enxergam a secretária como um membro ativo da equipe. Começam os 
treinamentos para secretária com foco no ambiente empresarial. Em 1978, na 
Universidade Federal de Pernambuco, surge o primeiro curso superior reconhecido no 
Brasil. A lei, número 6.556, que fez com que a profissão fosse reconhecida, também foi 
aprovada nesta época, em 05/09/1978. 
Nos anos 80, ocorrem profundas mudanças no Brasil. Os computadores são 
inseridos nas empresas e a secretária é uma das pioneiras na utilização deste recurso. A 
administração participativa é o foco nesta década. Secretária e gerente formam um time 
e começam a atuar em parceria. O movimento de classe se fortalece com o surgimento 
dos sindicatos de secretárias. Em 1985, a profissão foi regulamentada com a publicação 
da lei número 7.377 (ANEXO 1). Quatro anos após a publicação da lei n° 7377, o 
Código de ética da profissão foi publicado (ANEXO 2). 
N a década de 90 a imagem da secretária sem capacidade de decisão, cumpridora 
de ordens e cartão de visita da empresa é desfeita. Ela deixou de ser executora de 
pequenas tarefas e começou a enfrentar grandes desafios nas organizações. Começou a 
exercer funções criativas e os treinamentos passam a ter ênfase na gestão da qualidade, 
produtividade, marketing, trabalho em equipe, entre outros. 
Em 1996, a lei 9.261 (ANEXO 3), altera a lei 7.377 e ocorre a divisão entre 
técnico em secretariado e secretariado executivo. 
Com a globalização e todas as conseqüências por ela trazidas, o mercado passa a 
exigir profissionais com diferencial, empreendedores, arrojados, que não têm medo de 
mudanças e que se adaptem ao inesperado. Percebe-se hoje que a secretária é detentora 
de grande responsabilidade e formadora de opinião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.6.2 – O PERFIL ATUAL DO SECRETARIADO EXECUTIVO – 
EMPREENDEDOR 
 
 
Os secretários não deixaram de fazer suas atividades de rotina. Ainda atendem 
telefones, mantêm o arquivo organizado, organizam reuniões e cuidam da 
correspondência. Mas, com o passar do tempo, o perfil profissional foi sofrendo 
mudanças e se adequando às exigências do mercado. Este profissional passou a ser um 
assessor e não mais um simples executor de tarefas. 
MAEKER apud MICHELETTI (2005) diz que “o grande diferencial atual é 
oferecer algo a mais que o cliente espera; achar outras soluções para problemas 
antigos”. 
De acordo com LIMA apud CARVALHO (2002), 
 
 
 
(...) a secretária executiva é hoje uma assessora executiva e 
administradora de informações que auxilia o executivo na organização 
e processamento da informação. Possui prática das rotinas de 
escritórios, habilidade para assumir responsabilidades sem supervisão 
direta, iniciativa, autonomia para tomar decisões e solucionar 
problemas. 
Atualmente a profissional Secretária Executiva acompanha as 
mudanças, resistências, expectativas, programas de qualidade e 
humanização nas empresas. 
 
 
 
As exigências são cada vez maiores. MAEKER apud MICHELETTI (2005), diz 
que “sobreviver nas organizações dependerá da capacidade de se relacionar, vender 
idéias e impor respeito”. E complementa dizendo que “ninguém mais fala em dominar 
as técnicas de digitação e atendimento ao telefone. O que está em alta hoje são as 
competências intelectuais e comportamentais”. 
Para o secretariado executivo, além de ter o domínio de no mínimo dois idiomas, 
ter boas noções de informática, economia, política, cultura mundial, deve saber manter 
um bom relacionamento com os colegas de trabalho, saber trabalhar em equipe, ter 
criatividade, bom humor e saber lidar com o inesperado sem perder o controle. 
 
 
 
 
 
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Para ROCHINI (2006), Anexo 4, 
 
 
 
(...) a secretária precisa ser empreendedora, ou seja, ter a visão do 
negócio da sua área, empreender, buscar soluções, alternativas, 
contornar crises, suportar a área e seus executivos de modo que as 
coisas fluam e o mais importante, que benefícios e ganhos possam ser 
agregados ao processo como um todo. 
 
 
 
Para DOLABELA apud MICHELETTI (2005), tendo as secretárias um “leque 
muito grande de percepção, elas podem usar todo o conhecimento que têm na empresa 
para ir além, rompendo com o conceito tradicional de que a secretária é uma extensão 
do chefe”. E complementa,Já que ela não tem a carga de ter que tomar decisões que competem ao 
executivo, pode usar esse distanciamento crítico para pensar o que 
pode fazer a mais pela empresa. Como começar? 
- Perceber que ela é uma entidade diferente do chefe 
- Usar o seu potencial para inovar 
- Aprimorar-se e buscar uma formação diferente. É fundamental 
conhecer as estratégias empresariais e entender muito bem do business 
da empresa. 
 
 
 
O conceito do secretariado executivo mudou sobremaneira com o passar dos 
anos. A seguir, pode-se observar as principais características dos secretários de alguns 
anos atrás e os de hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 7 – Secretárias de ontem e de hoje 
ONTEM HOJE 
 
¾ Trabalha para pessoas 
¾ Interage com chefes 
 
¾ Trabalha isolada 
¾ Evita riscos 
¾ Direciona a sua ação para garantir 
o seu emprego 
¾ Motivada por símbolos de poder 
¾ Centralizadora 
 
¾ Desculpa-se pelos erros 
 
¾ Faz as coisas bem feitas 
 
¾ Economiza os recursos 
¾ Cumpre o seu dever 
¾ Trabalha em função da sua 
pessoa e personalidade 
 
 
¾ Trabalha para a empresa 
¾ Interage com clientes, fornecedores, 
parceiros 
¾ Trabalha em equipe 
¾ Assume riscos moderados, investe 
¾ Não tem medo de ser demitida 
¾ Motivada por metas 
¾ Cria alternativas para o trabalho em 
equipe, desenvolvendo pessoas 
¾ Faz dos seus erros uma forma de 
aprendizado e segue em frente 
¾ Faz as coisas certas nos momentos 
certos 
¾ Maximiza a utilização dos recursos 
¾ Obtém resultados 
¾ Trabalha para alcançar objetivos, 
produzindo resultados e auto-realização 
 Fonte: NATALENSE (1998) 
 
No contexto atual, ao secretariado executivo são fundamentais algumas 
características, como: saber tomar decisões, ser adaptável e flexível, ser criativo, ser 
discreto, ter capacidade de liderança, ser estável, deve gostar do que faz (deve ser 
apaixonado pelo seu trabalho), ser inovador, fazer diferente e agregar valor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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De acordo com ROCHINI (2006), anexo 4, 
 
 
 
Para esta reconfiguração, um novo perfil é automaticamente 
requerido, já que o isolamento da posição anteriormente 
designada da secretária deixa de existir sendo substituída por 
uma posição de “linha de frente”, de defesa, de gerenciamento 
de informações, de controle de prazos e atividades, de 
preparação de cenários e trato de informações para o corpo 
executivo. 
Empreender requer preparo, e especialmente nesta posição, tão 
próximo do ambiente decisório e de informações sigilosas e 
estratégicas para o negócio, requer um preparo especial. 
 
 
 
ROCHINI (2006), diz que algumas áreas de competências específicas devem ser 
trabalhadas visando um desenvolvimento sólido do empreendedorismo na função, pois 
o secretariado hoje, como dito anteriormente, agrega valor para a empresa e gera 
resultados. Essas competências são descritas abaixo. 
 
Figura 6 – Competências que devem ser desenvolvidas para o Secretariado Executivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Adaptado de ROCHINI (2006) 
 
De acordo com o exposto acima, percebe-se uma mudança radical no perfil do 
secretariado executivo, desde os anos 50 até os dias atuais. Como tudo está em 
 
 
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constante transformação, acredita-se que este perfil ainda sofra muitas alterações. 
Temos hoje o secretariado como peça chave para o desenvolvimento da organização. 
Por isso o secretariado deve tentar, inventar, fazer diferente para fazer acontecer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 – ENTREVISTAS REALIZADAS COM EXECUTIVOS E SECRETÁRIAS 
EXECUTIVAS DA DAIMLERCHRYSLER DO BRASIL UNIDADE JUIZ DE 
FORA 
 
 
6.1.OBJETIVOS DA ENTREVISTA 
 
Este trabalho tem como propósito geral diagnosticar o empreendedorismo na 
profissão de secretariado executivo, tendo como referência o contexto de uma empresa 
de grande porte. 
Os objetivos específicos do estudo são os de: 
 
1. Mostrar o perfil do profissional de secretariado executivo no início da fábrica. 
2. Mostrar o perfil atual do secretariado executivo e as exigências para este 
profissional. 
3. Mostrar que o profissional de secretariado é e deve ser um profissional 
empreendedor. 
4. Apresentar a visão dos executivos a respeito da profissão. 
5. Mostrar que o profissional de secretariado pode assumir uma posição mais 
estratégica na empresa 
 
 
 
 
 
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6.2. PÚBLICO ALVO 
 
 
A pesquisa foi destinada às secretárias executivas efetivas da DaimlerChrysler 
do Brasil, unidade Juiz de Fora, num total de sete e a dois executivos. Das sete 
secretárias, apenas uma tem formação superior em secretariado, as demais são formadas 
em Administração de Empresas, Educação Física, por exemplo. Quatro responderam à 
entrevista, uma preferiu não opinar e duas não se encontravam na fábrica. 
Devido à impossibilidade de entrevista com todos os executivos da fábrica, 
optou-se por entrevistar dois executivos, os quais foram o Gerente de Recursos 
Humanos, por ser a área responsável pela análise do perfil, seleção e acompanhamento 
de pessoal e o Gerente de Logística e Compras, por já ter trabalhado com várias 
secretárias, tendo desta forma uma visão mais abrangente do secretariado, e por ser um 
dos executivos mais jovens da fábrica. 
 
6.3. APLICAÇÃO DAS ENTREVISTAS 
 
As entrevistas foram realizadas na própria empresa no período de 25 de janeiro a 
24 de fevereiro de 2006. 
 
6.4. LIMITAÇÕES E CONSIDERAÇÕES 
 
As limitações da pesquisa identificadas pela autora foram: 
• Por se tratar de uma entrevista, optou-se por transcrevê-las na íntegra, no corpo 
do trabalho, para evitar a perda de informações relevantes para a pesquisa. 
• Por se tratar de uma pesquisa qualitativa ficou difícil transformar os dados em 
percentuais, pois não apresentaria todo o conteúdo das respostas. 
• Os entrevistados se mostraram abertos para a discussão do tema, sugerindo 
algumas ações para um melhor direcionamento dos cursos de secretariado e da 
profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
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ENTREVISTA 1 - Gerência 
 
1 – Para você, o que é o empreendedorismo? 
 
R: O empreendedorismo está ligado a uma série de vibrações estruturadas de forma 
harmoniosa na busca de excelência nos resultados. Devemos fazer do tempo um prazer 
de viver e não um martírio. 
 
2 – Qual o perfil das secretárias no início da fábrica? 
 
R: No início da fábrica as secretárias eram mais executoras, hoje elas têm um 
posicionamento mais estratégico. Deixou de ser “a fera” para ser parceira na 
comunicação. 
 
3 – Como esse perfil foi sendo mudado com o passar dos anos? Citar atividades 
que eram desenvolvidas pelas secretárias e que hoje não são mais. 
 
R: A 10, 15 anos atrás, cada supervisor era detentor de uma secretária. Com o aumento 
das facilidades trazidas pela tecnologia, o chefe passou a não precisar tanto da secretária 
como auxiliar, abrindo espaço para que ela desenvolvesse outras atividades. Cada vez 
mais tem-se nas estruturas menos secretárias e as que se tem, têm mais poder. 
 
4 – Você acha que esse profissional é/deve ser empreendedor? Como? Qual a 
importância do empreendedorismo na profissão de secretariado? 
 
R: Sim. O profissional de secretariado não deve ter receio de propor mudanças, de ousar 
com inteligência, de compartilhar. A secretária assume um papel novo, o de visionária 
de antecipação de fatos, uma vez que ela tem uma visão sistêmica do todo; é umapessoa catalisadora de informações e que as trabalha e as transforma em resultados; é 
uma formadora de opiniões, transformadora de valores. O grande papel da secretária é o 
de fornecer à gestão informações sólidas, uma vez que trabalha na sinergia entre o líder 
e a equipe. 
 
 
 
 
 
 
 
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5 – Quais as competências e habilidades exigidas para este profissional hoje na 
empresa? 
 
R: Podemos dizer que o primeiro pilar de sustentação é o domínio de, no mínimo, dois 
idiomas, seguido de um sólido conhecimento em informática, equilíbrio emocional 
ligado a valores como ética, respeito, discrição, entre outros. 
 
6 – Deseja acrescentar algum comentário? 
 
R: Existe uma frase do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) que diz “O 
atirador talentoso acerta o alvo que os outros não conseguem. O atirador genial acerta o 
alvo que os outros não vêem!”. O talento deve estar de mãos dadas com a criatividade, 
com o profissionalismo, com a ética e com o conhecimento científico e tecnológico. 
 
 
ENTREVISTA 2 - Secretariado 
Tempo no secretariado: 07 anos. 
 
1 – Para você, o que é o empreendedorismo? 
 
 R: O empreendedorismo acontece quando você tem a liberdade de poder criar novas 
metodologias, de melhorar a cada momento sua função dentro da empresa. 
 
2 – Como você o vê dentro das organizações? 
 
R: No Brasil ainda como uma coisa muito restrita, difícil. Quando você chega com 
idéias para mudar uma estrutura que já está consolidada, tem-se uma certa dificuldade. 
Algumas empresas dão liberdade para o desenvolvimento do empreendedorismo, outras 
não dão a liberdade necessária. 
 
 
 
 
 
 
 
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3 – Como você vê a profissão de Secretariado frente ao mercado de trabalho atual, 
considerando que as exigências são maiores a cada dia? 
 
R: Uma função ainda não tão valorizada quanto deveria. O nível salarial ainda é muito 
baixo. Uma das poucas empresas que ainda mantêm a nomenclatura Secretária 
Executiva é a Daimler. 
 
4 – Para você, quais as características essenciais para o profissional de 
Secretariado Executivo no atual mercado de trabalho? 
 
R: A principal característica, que vem da própria palavra secretariado – secreto. É uma 
função de muita confiança e discrição. O profissional precisa estar consciente de tudo o 
que se passa no mundo, deve sempre buscar informações nos meios de comunicação 
para agregar valor. Muitas Secretárias não sabem o porquê das coisas, estão ali só para 
atender ao telefone e pronto. A Secretária deve buscar informações todos os dias. 
 
5 – Você já implementou alguma idéia ou modificou algum processo em sua área 
para o melhor desenvolvimento das atividades? 
 
R: Faço o controle dos custos, de telefonia, material de escritório, entre outros. Muitas 
pessoas acham que esse controle não tem muita importância, mas se ele não é feito, 
temos, no somatório, um gasto muito maior e que poderia ter sido reduzido. Me 
considero uma boa multiplicadora, já treinei várias pessoas que passaram aqui na área. 
 
6 – Cite algumas atividades que você desenvolvia e que agora não desenvolve mais. 
 
R: Posso dizer que ainda sou uma secretária à moda antiga. Cuido tanto de assuntos 
particulares quanto de assuntos relacionados à área. A secretária é como um pára-raio da 
área, ela deve conhecer todo o processo para saber filtrar as informações e direcionar os 
assuntos. A secretária é o centro da área e deve estar em alerta com todos. Se existe um 
problema de família com um funcionário, ela deve saber; se existe um problema de 
integração em algum time, a secretária deve saber. Muitas vezes a secretária está mais 
em contato com a área do que o executivo, então ela deve ajudar na gestão. 
 
 
 
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7 – Você acha que o profissional de Secretariado é/pode ser empreendedor? Como? 
Qual a importância do empreendedorismo para a profissão de Secretariado 
Executivo? 
 
R: Sim. Ser empreendedor hoje é fundamental, não só para a profissão de secretariado, 
mas para todas as profissões. A Secretária faz parte do processo e deve estar disposta a 
dar idéias para agregar valor para a empresa. A Secretária é muito importante na 
Daimler, ela é o ponto de comunicação da área. 
 
8 – Considerando o contexto educacional, você acha que as universidades estão 
preparadas para formar profissionais empreendedores? 
 
R: Não. A universidade prepara o aluno para trabalhar, mas não para ser empreendedor. 
Já tivemos estagiárias que davam idéias, sugeriam alguma melhoria, e outras que nem 
questionavam. O questionamento é muito importante para o desenvolvimento 
profissional. Os cursos hoje não são dinâmicos, são muito parados e a maioria não dá 
espaço para que o aluno dê idéias, opine sobre determinado assunto. 
 
9 – Quais as principais diferenças entre as secretárias no início da fábrica e as de 
hoje? 
 
R: As secretárias sempre trabalharam com as áreas. Hoje a diferença é que eu atuo junto 
com o Diretor. Com o passar do tempo, as secretárias assumiram outras funções, como, 
controlo do Budget da área, controle da produção. No início da fábrica tínhamos 15 
secretárias, hoje temos 8, contando com as estagiárias. No início eu assessorava 30/40 
alemães, minha área tinha 600 pessoas, entrava às 06:00 e saía às 18:00 h. O volume de 
trabalho era muito grande. 
 
11 – Deseja acrescentar algum comentário? 
 
R: Gosto muito da função de secretariado, é uma função dinâmica, desafiadora. Tenho 
um futuro objetivo que é o de ser assessora - organizar assuntos para determinada 
reunião, elaborar apresentações, etc. O networking é fundamental para o secretariado. 
Saber onde buscar a informação é o ponto chave para evitar delongas e concluir as 
 
 
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atividades num tempo ideal. Outro ponto fundamental para o secretariado é manter o 
bom humor, considero 50%, se você atende mal, isso repercurtirá em seu trabalho, no 
trabalho da área como um todo. 
Considero válida a mudança da nomenclatura de secretária, muito carregada de 
preconceitos, para assessora, que mostra o que é a secretária hoje. Suas 
responsabilidades vão muito além de atender ao telefone e manter a agenda do chefe 
organizada. 
 
ENTREVISTA 3 - Secretariado 
Tempo no secretariado: 03 anos. 
 
1 – Para você, o que é o empreendedorismo? 
 
R: O empreendedorismo compreende se capacitar em outras atividades/funções, se 
expandir, abrir o leque. O empreendedorismo hoje se encaixa e é fundamental em 
qualquer função, devendo o profissional se aprimorar a todo momento. 
 
2 – Como você o vê dentro das organizações? 
 
R: O profissional precisa ser empreendedor para sobreviver dentro das organizações. É 
fundamental não só para a empresa, mas para o crescimento da pessoa. Os profissionais 
devem ter flexibilidade em relação às mudanças. 
 
3 – Como você vê a profissão de Secretariado frente ao mercado de trabalho atual, 
considerando que as exigências são maiores a cada dia? 
 
R: Hoje o secretariado trabalha mais com o lado comportamental do que com a técnica. 
O secretariado é o mediador entre a equipe e a chefia maior da área. Anteriormente, 
muitas secretárias não sabiam se relacionar, tinham o domínio da técnica, mas o 
relacionamento interpessoal era deficitário. O treinamento considerando a parte 
comportamental é fundamental para o secretariado hoje. 
 
 
 
 
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4 – Para você, quais as características essenciais para o profissional de 
Secretariado Executivo no atual mercado de trabalho? 
 
R: Primeiramente tem que ser uma pessoa comunicativa. Tem que saber ouvir e saber 
separar o que está entre a sua mesa e a chefia e a sua

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