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AULA 02 Direitos Reais POSSE ppt

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Prof. Me. Douglas Braun (Direitos Reais)
DIREITOS REAIS
- POSSE - 
 - POSSE -
■ É protegida pelo nosso 
ordenamento jurídico para evitar 
a violência e assegurar a paz 
social, bem como porque a 
situação de fato aparenta ser 
uma situação de direito.
a) Teoria Subjetiva (Friedrich Karl Von 
Savigny - Tratado da posse - 1983)
Descobriu a posição autônoma da posse, afirmando 
categoricamente a existência de direitos exclusivos e estritamente 
resultantes da posse.
Para Savigny, a posse caracteriza-se pela conjugação de dois 
elementos CORPUS (elemento objetivo que consiste na detenção 
física da coisa) e ANIMUS (elemento subjetivo, que se encontra na 
intenção de exercer sobre a coisa um poder no interesse próprio e 
defendê-la contra a intervenção de terceiros).
Não é a convicção de ser dono, mas a vontade de tê-la como 
sua (animus domini), de exercer o direito de propriedade 
como se fosse o titular. 
■ Para Savigny os dois elementos são requisitos 
indispensáveis, pois se faltar o CORPUS inexiste a 
posse, e se faltar o ANIMUS não existe posse, mas sim, 
mera detenção da coisa. 
■ Para Savigny não são relações possessórias aquelas em 
que a pessoa tem a coisa em seu poder, mas não possui 
a intenção de tê-la como dono (animus domini). Ex. 
Locação, Comodato, Penhor, etc.
 
■ Nesse ponto surgiu o conflito com o Direito Moderno.
1 - TEORIA SUBJETIVA DA POSSE ou 
TEORIA DE SAVIGNY
Para Savigny, a posse seria constituída de dois elementos: o 
CORPUS e o ANIMUS. 
CORPUS é o poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa
ANIMUS é a intenção de ter a coisa para si.
Para Savigny, a posse seria caracterizada pela existência de 
ambos (CORPUS E ANIMUS).
b) Teoria Objetiva (Rudolf Von 
Ihering)
- Essa teoria diferencia-se da anterior, pois não confere 
tanta importância a intenção (animus), mas reconhece a 
necessidade do elemento CORPUS, dando maior 
ênfase ao caráter de exteriorização da propriedade.
Portanto, para que a posse exista, basta o elemento 
objetivo, pois ele se revela na maneira como o 
proprietário age em face da coisa.
Para Ihering, basta o elemento 
CORPUS para caracterizar a 
posse, sendo CORPUS 
interpretado não como contato 
físico com a coisa, mas sim 
conduta de dono.
■ Segundo Ihering, tem posse quem se comporta 
como dono (affectio tenendi), e nesse 
comportamento já está incluído o animus.
Ex. Alguém que deixa um determinado objeto num local 
- uma jóia -, não tem mais a posse da mesma, uma 
vez que não é assim que o proprietário age em 
relação a um bem dessa natureza (conduta de dono).
Importância - Interfere diretamente na tipicidade do 
delito de furto.
Chegamos a esta definição de forma 
indireta, pois nossa legislação não define 
posse, mas apenas define que é 
POSSUIDOR (ART. 1.196), como sendo 
“todo aquele que tem de fato o 
exercício, pleno ou não, de algum 
dos poderes inerentes à 
propriedade.”
DIFERENÇA ENTRE POSSE E 
DETENÇÃO
A lei (ART. 1.198, CC) é quem desqualifica a 
relação para a chamada mera DETENÇÃO.
A diferença básica entre POSSE e 
DETENÇÃO, está ligada ao fato de o 
POSSUIDOR usufrui do bem para si, 
economicamente, enquanto que o 
DETENTOR administra o bem em favor de 
terceiro, cumprindo ordens de terceiro.
MARIA HELENA DINIZ “FÂMULO DA POSSE 
(DETENTOR) é aquele que, em virtude de 
sua situação de dependência econômica ou 
de um vínculo de subordinação em relação a 
uma outra pessoa (possuidor direito ou 
indireto), exerce sobre o bem, não uma 
posse própria, mas a posse desta última e 
em nome desta, em obediência a uma ordem 
ou instrução”.
ENUNCIADO nº 301 (Jornadas de Direito Civil): é 
possível a conversão da detenção em posse, desde 
que rompida a subordinação, na hipótese de 
exercício em nome próprio dos atos possessórios. 
Este enunciado realmente esclarece possíveis dúvidas 
que possam existir, uma vez que, se o detentor deixa 
de agir em nome alheio, para agir em nome próprio, 
deixa ele de ser detentor, e passar a ser possuidor, 
ainda que esta posse injusta.
■ 
COMPOSSE
É quando duas ou mais pessoas exercem, 
simultaneamente, poderes possessórios sobre a 
mesma coisa. 
A COMPOSSE está prevista no artigo 1.199, do 
Código Civil, tendo a seguinte redação: “se duas ou 
mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada 
uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto 
que não excluam os dos outros compossuidores”.
 Em melhores palavras, a COMPOSSE 
seria o exercício simultâneo da mesma 
posse, por duas ou mais pessoas, sem 
que a posse de um sujeito se 
sobreponha a posse do outro.
COMPOSSE PRO DIVISO e 
COMPOSSE PRO INDIVISO.
■ COMPOSSE PRO DIVISO quando a posse 
é exercida sobre parte determinada da 
coisa.
■ COMPOSSE PRO INDIVISO ocorre 
quando a posse é exercida sobre coisa na 
qual sua parte não é determinada.
■ Não se pode confundir COMPOSSE que é o 
exercício concomitante da mesma posse sobre o 
mesmo bem, sem que uma posse se sobreponha 
a outra, com CONCORRÊNCIA DE POSSE, que 
é o exercício simultâneo de posses distintas 
sobre um mesmo bem, na qual uma se 
sobrepõe à outra. 
É hipótese de desdobramento da posse em DIRETA 
ou INDIRETA.
ESPÉCIES DE POSSE
Seguindo a definição trazida pelo Código, a 
posse pode ser classificada em: POSSE 
DIRETA E INDIRETA; POSSE JUSTA E 
INJUSTA; POSSE DE BOA-FÉ E POSSE 
DE MÁ-FÉ; POSSE NOVA E POSSE 
VELHA; POSSE NATURAL E POSSE CIVIL 
OU JURÍDICA; POSSE AD INTERDICTA e 
POSSE AD USUCAPIONEM.
1) CLASSIFICAÇÃO QUANTO A RELAÇÃO 
PESSOA-COISA
(POSSE DIRETA E POSSE INDIRETA)
A divisão entre POSSE DIRETA e POSSE INDIRETA 
encontra-se definida na redação do artigo 1.197 do CC. 
Nesta hipótese a relação possessória encontra-se 
desdobrada. 
Ex. Da existência de POSSE DIRETA e POSSE INDIRETA, 
ocorre no caso de Contrato de Locação, no qual o LOCADOR 
(proprietário), exerce a posse indireta (mediata) sobre o 
imóvel, enquanto que o LOCATÁRIO (inquilino), exerce a 
posse direta (imediata) por concessão do locador. Veja-se que 
uma posse não anula a outra, ambas coexistem no tempo e no 
espaço.
POSSE DIRETA é aquela exercida por quem tem a 
coisa materialmente; que tem contato físico imediato 
com o bem.
POSSE INDIRETA é aquela oriunda de meto exercício 
de direito, geralmente decorrente do direito real de 
propriedade.
A vantagem dessa divisão é que o possuidor direito 
e o indireto podem invocar a proteção possessória 
contra terceiro. 
Podem inclusive utilizar-se de PROTEÇÃO 
POSSESSÓRIA um contra o outro conforme a 
última parte do artigo 1.197 retro mencionado. A 
interpretação deste artigo é mais uma vez confirmada 
através do ENUNCIADO 76, originário da I Jornada 
de Direito Civil, dizendo que “o possuidor direito 
tem direito de defender a sua posse contra o 
indireto e este contra aquele.”
2) CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PRESENÇA DE 
VÍCIOS
(POSSE JUSTA E POSSE INJUSTA)
■ Na redação do artigo 1.200 do Código Civil, “É 
JUSTA A POSSE QUE NÃO FOR 
VIOLENTA, CLANDESTINA OU 
PRECÁRIA”.
■ Nessa definição devemos entender ser a posse 
INJUSTA somente com relação a alguém.
POSSE VIOLENTA é aquela obtida pela força 
ou violência no início de seu exercício. 
Não existindo a violência a posse é denominada como 
MANSA e PACÍFICA. 
É necessário que a violência seja dirigida contra o possuidor ou 
contra o seu fâmulo (detentor) e que o ato ou fato seja ofensivo 
e sem permissão. Perceba que existe uma semelhança direta 
com o crime de ROUBO.
POSSE CLANDESTINA é aquela obtida às 
escondidas, de forma oculta, sem que ninguém 
tenha conhecimento. 
Sendo assim não será clandestina a posse obtida 
com publicidade. 
A CLANDESTINIDADE é caracterizada pelo não 
conhecimento por parte do possuidor esbulhado. Já 
neste caso, esta posse guarda uma semelhançacom o crime de FURTO.
 
POSSE PRECÁRIA ocorre quando 
geralmente o possuidor se compromete 
a devolver a coisa e não o faz. 
Há a obrigação de restituição de uma coisa que foi 
entregue com base na confiança. Por fim, esta 
espécie de posse é semelhante ao crime de 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA.
Obs.: À POSSE INJUSTA - “caberá 
defesa sempre contra terceiros, ou 
sejam o possuidor injusto tem direito 
de proteção contra quem 
injustamente queira tomar a sua 
posse”.
3) CLASSIFICAÇÃO QUANTO A BOA-FÉ
(POSSE DE BOA-FÉ e POSSE DE MÁ-FÉ)
Na redação do ARTIGO 1.201 do Código Civil, 
“É DE BOA-FÉ A POSSE SE O POSSUIDOR 
IGNORA O VÍCIO, OU O OBSTÁCULO QUE 
IMPEDE A AQUISIÇÃO DA COISA”.
 
A boa-fé a que diz respeito a redação acima, 
corresponde à BOA-FÉ OBJETIVA, também 
chamada de BOA-FÉ LEALDADE ou BOA-FÉ 
COMPORTAMENTO. 
Possuidor de BOA-FÉ é quando o possuidor não 
sabe que está ferindo direito de outra pessoa. 
Consiste num erro de direito. Sendo assim, quando o 
possuidor sabe que sua conduta está ferindo o 
direito de outra pessoa, está consciente do vício ou 
do obstáculo que impede a aquisição da posse, a 
posse então de MÁ-FÉ.
O mesmo artigo, em seu PARÁGRAFO ÚNICO, trás 
a seguinte redação: “O POSSUIDOR COM JUSTO 
TÍTULO TEM POR SI A PRESUNÇÃO DE BOA-FÉ, 
SALVO PROVA EM CONTRÁRIO, OU QUANDO A 
LEI EXPRESSAMENTE NÃO ADMITE ESTA 
PRESUNÇÃO”.
Entende-se como JUSTO TÍTULO o que é hábil para 
a transmissão do domínio e a posse se não 
contivesse nenhum vício impeditivo. 
A redação do ARTIGO 1.202 do Código Civil 
estabelece a mudança da POSSE DE BOA-FÉ 
para POSSE DE MÁ-FÉ, desde o momento em 
que as circunstâncias façam presumir que o 
possuidor não ignora que possui o bem 
indevidamente. 
Exemplo: a citação em processo de que seu título 
não é hábil para transmissão do domínio, e que o 
mesmo está anulado.
4) CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PRESENÇA DE TÍTULO
(POSSE NATURAL e POSSE CIVIL (JURÍDICA)
POSSE NATURAL é a que se constitui pelo exercício de 
poderes de fato sobre a coisa. É posse autônoma, sem título. É 
um direito decorrente exclusivamente da posse. É também 
chamado de IUS POSSESSIONIS.
POSSE CIVIL ou JURÍDICA é a que assim se considera por 
força de lei, sem necessidade de atos físicos ou materiais. É 
posse titulada. É a que se transmite ou se adquire pelo título, 
não sendo necessário o contato com a coisa. É também chamado 
de IUS POSSIDENDIS. 
Exemplo é o que acontece no chamado CONSTITUTO POSSESSÓRIO, 
forma de desdobramento da posse, onde na venda e compra o vendedor 
transfere somente POSSE INDIRETA, ficando para si a POSSE DIRETA. 
5) CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS EFEITOS
(POSSE “AD INTERDICTA” E POSSE “AD USUCAPIONEM)
POSSE AD INTERDICTA é aquela que pode ser 
defendida pelos interditos e ações possessórias, 
quando molestada, mas não conduz ao usucapião. 
Exemplo prático é o locatário vítima de ameaça ou de 
efetiva turbação ou esbulho, que tem a faculdade de 
defendê-la ou de recuperá-la pela ação possessória até 
mesmo contra o proprietário.
POSSE AD USUCAPIONEM é a que se prolonga no 
tempo, deferindo a seu titular a aquisição do 
domínio. (art. 1.242, Código Civil).
6) CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TEMPO
(POSSE NOVA E POSSE VELHA)
Será considera POSSE NOVA aquela que estiver 
configurada a menos de ano e dia .
Será considerada POSSE VELHA aquela que contar 
com mais de ano e dia, cuja presunção 
possessória será em prol daquele que se manteve 
na posse da coisa esbulhada.
Essas distinções têm relevância para o âmbito do 
Direito Processual.
 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO 
CARÁTER DA POSSE (ARTIGO 1.203, CC)
A redação do artigo 1.203 do Código Civil, diz: “SALVO PROVA 
EM CONTRÁRIO, ENTENDE-SE MANTER A POSSE O MESMO 
CARÁTER COM QUE FOI ADQUIRIDA”.
Cada espécie manterá a mesma carga constitutiva de sua 
aquisição, ou seja, se uma posse iniciou de forma violenta, 
clandestina ou precária, presume-se ficar com os mesmos vícios 
que irão acompanhá-la nas mãos dos sucessores do adquirente. 
Pode ocorrer, por conseguinte, que o possuidor clandestino prove 
que o vício que maculava sua posse cessou a mais de ano e dia 
(POSSE VELHA), caso em que terá a presunção possessória a 
seu favor.
 
EFEITOS JURÍDICOS DA 
POSSE
→ EFEITOS MATERIAIS DA POSSE: relativamente 
aos efeitos materiais, devemos analisar a posse 
relativamente aos FRUTOS, BENFEITORIAS e as 
RESPONSABILIDADES.
→ EFEITOS PROCESSUAIS DA POSSE: o atual 
Código Civil, a partir do ARTIGO 1.210, estabelece 
os efeitos da posse, destacando-se as formas de 
DEFESA DA POSSE, além dos INTERDITOS e 
PROCESSO.
EFEITOS MATERIAIS DA 
POSSE
I) FRUTOS: são aqueles bens que uma vez destacados do 
principal, não diminuem a sua quantidade ou impedem a sua 
reprodução. Devemos pois nos recordar da classificação 
quanto a origem, especificada na parte geral da nossa legislação 
civil, como sendo: → A) FRUTOS NATURAIS: aqueles 
decorrentes da essência da coisa principal (ex.: frutos produzidos 
por uma árvore); → B) FRUTOS INDUSTRIAIS: tem origem de 
uma atividade humana (ex.: qualquer produto produzido em uma 
fábrica); e, → C) FRUTOS CIVIS: têm origem em uma relação 
jurídica ou econômica, de natureza privada, também 
denominados de RENDIMENTOS (ex.: valor auferido pelo locador 
com o pagamento de aluguel pelo locatário).
■ 
Artigo 1214 - “o possuidor de boa-fé tem direito, 
enquanto ela durar, aos frutos percebidos”. 
PARÁGRAFO ÚNICO - “os frutos pendentes ao tempo 
em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois 
de deduzidas as despesas da produção e custeio; 
devem também ser restituídos os frutos colhidos com 
antecipação.”
Artigo 1215 - “os frutos naturais e industriais 
reputam-se colhidos e percebidos, logo que são 
separados. Já os frutos civis reputam-se percebidos 
dia por dia”.
Artigo 1216 - “o possuidor de má-fé 
responde por todos os frutos colhidos e 
percebidos, bem como pelos que, por 
culpa sua, deixou de perceber, desde o 
momento em que se constituiu de má-fé.”
EFEITOS MATERIAIS DA 
POSSE
II) BENFEITORIAS: são bens acessórios introduzidos em 
um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou 
melhora da sua utilidade. Podemos classifica-las, como 
determina o Código Civil vigente em: → A) BENFEITORIAS 
NECESSÁRIAS: são aquelas essenciais, que tem por 
finalidade conservar ou evitar a deterioração do bem; → B) 
BENFEITORIAS ÚTEIS: são aquelas que tem por finalidade 
facilitar o uso da coisa, tornando-a necessariamente mais 
útil; e, → C) BENFEITORIAS VOLUPTUÁRIAS: são 
aquelas realizadas para fazer com que o uso do bem 
torne-se mais agradável.
■ 
Artigo 1219 - ”o possuidor de boa-fé tem direito à 
indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem 
como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, 
a levantá-las, quando o puder sem detrimento da 
coisa”.
- O possuidor de boa-fé não indenizado tem o direito à 
retenção dessas benfeitorias (necessárias e úteis
Artigo 1220 “ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente 
as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção 
pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.”.
EFEITOS MATERIAIS DA 
POSSE
III) RESPONSABILIDADES: percebemos na análise dos 
artigos 1217 e 1218 da legislação civil, que o legislador impõe 
responsabilidades ao possuidor, seja ele de boa-fé, seja de 
má-fé.
O artigo 1217 - “o possuidor de boa-fé não responde pela 
perda ou deterioração da coisa, a que não der causa”. A 
responsabilidade do possuidor de boa-fé, depende da 
comprovação do DOLO (intenção de prejudicar, ação ou 
omissão voluntária) ou da CULPA EM SENTIDO ESTRITO 
(desrespeito a um dever, por imprudência, negligência ou 
imperícia).
Artigo 1218 - “o possuidor de má-fé responde pela 
perda ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, 
salvose provar que de igual modo se teriam dado, 
estando ela na posse do reivindicante”. 
A responsabilidade do possuidor de má-fé é OBJETIVA, 
independentemente de culpa, salvo se provar que o 
evento aconteceria ainda que estivesse com o 
reivindicante.
EFEITOS PROCESSUAIS DA 
POSSE
I) LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE – DESFORÇO IMEDIATO 
-Em nosso ordenamento jurídico, existe a repulsa pela ideia da 
justiça feita pelas próprias mãos. Mas quando se diz respeito à 
posse, o próprio ordenamento jurídico, no intuito primordial de 
preservá-la, permite a chamada AUTOTUTELA (ou DEFESA 
DE MÃO PRÓPRIA), que nada mais é do que a defesa da 
posse, pelo próprio possuidor, pelos meios que lhe convier, até 
mesmo mediante a ajuda de terceiros, emprego de armas, mas 
desde que não ultrapassem o normal para que o possuidor seja 
MANTIDO ou ainda seja RESTITUA de sua posse.
§1º do ARTIGO 1.210 do Código Civil, que diz: “O 
POSSUIDOR TURBADO, OU ESBULHADO, PODERÁ 
MANTER-SE OU RESTITUIR-SE POR SUA PRÓPRIA 
FORÇA, CONTANTO QUE O FAÇA LOGO; OS ATOS DE 
DEFESA, NÃO PODEM IR ALÉM DO INDISPENSÁVEL À 
MANUTENÇÃO, OU RESTITUIÇÃO DA POSSE”.
MANTER-SE - LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE
RESTITUIR-SE - DESFORÇO IMEDIATO. 
II) INTERDITOS POSSESSÓRIOS - Nosso direito pátrio 
admite, para a defesa da relação possessória:
•INTERDITO PROIBITÓRIO (ameaça de esbulho ou turbação)
•MANUTENÇÃO DE POSSE (turbação – exercício prejudicado da posse)
•REINTEGRAÇÃO DE POSSE (esbulho – privação da posse)
•EMBARGOS DE TERCEIRO (proteção em face de atos constritivos 
judiciais – penhora, arresto, busca e apreensão, etc.
•NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA (ofensa a posse por obra vizinha)
•AÇÃO DE DANO INFECTO (receio de ruína no imóvel por obra vizinha)
•Entre outras.
Requisitos das ações possessórias: CPC
1) prova da posse (a falta de prova da posse acarreta na improcedência 
da ação) – ficam impedidos o detentor, atos de permissão.
2) prova da turbação (o possuidor tem o direito molestado, mas continua 
na posse); prova do esbulho (o possuidor da coisa é privado da posse)
3) prova da data da turbação ou esbulho – serve para determinar o 
procedimento a ser adota – especial (menos de um ano e dia) ou ordinário 
(mais de um ano e dia).
4) continuação ou perda da posse – terá que provar a sua condição atual em 
relação ao objeto que detinha a posse de forma plena.
* Do interdito proibitório - Possui caráter preventivo, pois visa impedir que se 
concretize uma ameaça à posse.
FORMAS DE AQUISIÇÃO DA POSSE
(art. 1204 CC)
■ Modos Originários – são as formas de aquisição da posse, 
em que não há consentimento do possuidor anterior, ou 
seja, não existe relação de causalidade entre a posse atual 
e a anterior. Ex. Posse decorrente de esbulho.
(Efeito Jurídico - Os vícios existentes na posse antiga, não se 
transmitem a novo possuidor).
■ Modos Derivados – é quando existe anuência do anterior 
possuidor, como ocorre na tradição precedida de negócio 
jurídico, ou seja, temos a transmissão da posse ao novo 
possuidor sendo realizada por ato do possuidor 
precedente.
(Efeito Jurídico - a posse adquirida conserva os vícios existentes na 
posse anterior (art. 1203 e 1206 CC)).
Modos Originários
Apreensão – consiste na apropriação unilateral de coisa “sem dono”, ou seja, a 
apropriação da coisa mediante ato unilateral do adquirente, podendo ser em 
decorrência de abandono (res derelicta) ou quando não for de ninguém (res nullius).
(Nos bens móveis a apreensão ocorre não apenas com o contato físico com a 
coisa, mas sim, quando o possuidor desloca a coisa para a sua esfera de influência, 
já em relação aos bens imóveis, a apreensão ocorre pela ocupação e pelo uso da 
coisa).
Exercício do direito – constitui-se no exercício de direitos reais sobre coisa alheia, 
concernentes aos direitos que podem ser objeto da relação possessória. Ex. art. 
1379 – Direito de Servidão.
Disposição da coisa ou do direito – caracteriza-se pela venda ou cessão de um 
ou mais direitos decorrentes da posse, realizando ato de disposição da posse, 
capaz de induzir a condição de possuidor.
Modos Derivados
1) Tradição – consiste no negócio jurídico manifestado através do acordo de 
vontades de alienação, quer a título gratuito (doação), quer a título oneroso 
(compra e venda), em que se opera a tradição da coisa alienada ao novo 
adquirente. Real (quando existe a efetiva e material entrega da coisa) Simbólica 
(quando representada por ato que traduz a alienação, ex. entrega das chaves do 
apartamento) Ficta (ocorre quando existe apenas o ato de tradição do domínio, 
sendo que o alienante conserva a posse do bem, agora em decorrência de nova 
relação jurídica firmada com o adquirente). Ex. locação.
2) Sucessão na posse – a transmissão da posse por sucessão pode decorrer de 
ato inter vivos ou mortis causa (art. 1206 e 1207 CC). – 2.1) Sucessor universal 
– herdeiro é chamado a suceder na totalidade da herança, fração ou porcentagem, 
ou sucessão singular em que o testador deixa ao beneficiário um bem certo e 
determinado, denominado legado (um veículo, um terreno). 2.2) Soma de posses 
(1207) somente é possível nos atos inter vivos, em que exista acordo das partes 
nesse sentido.
Perda da Posse (art. 1223)
1) Pelo abandono – é quando o possuidor renuncia a posse, manifestando 
voluntariamente, a intenção de deixar a posse da coisa que lhe pertence. Ex. 
Quando alguém deposita na rua um determinado objeto que não quer mais.
para caracterização do abandono, é necessário além do não uso da coisa, do 
ânimo de renunciar o direito sobre a coisa. - a perda definitiva, no entanto, 
depende da apreensão do objeto por outra pessoa que passa exercer a posse do 
mesmo.
2) Pela tradição – quando existe a intenção definitiva de transferir a coisa a 
outrem. Tal fato não existe na transferência da coisa com a intenção de 
administração por outrem.
3) Pela perda da coisa – é quando o bem sobre o qual recai a posse acaba sendo 
perdido (desaparecendo), tornando-se impossível exercer o poder físico sobre o 
mesmo. (ex. um pássaro que foge da gaiola).
Perda da Posse (art. 1223)
4) Pela destruição da coisa – é quando existe o perecimento do objeto sobre o 
qual recaí a posse, extinguindo-se o direito sobre o mesmo. Pode resultar de: 
acontecimento natural ou fortuito (ex. morte de um animal pela idade avançada ou 
um raio), de ato do próprio possuidor (ex. direção perigosa e imprudente), fato de 
terceiro (ato atentatório a propriedade), quando a coisa deixa de ter as qualidades 
essenciais a sua utilização ou valor econômico (ex. terreno invadido pelo mar), ou 
quando se torna impossível distinguir uma coisa da outra (ex. nos casos de 
confusão, avulsão, etc)
5) Pela colocação da coisa fora do comércio – é quando em razão de questões 
de ordem pública, de moralidade, higiene e de segurança coletiva, determinada 
coisa torna inaproveitável ou inalienável, sendo considerada fora do comércio, 
fazendo com que o possuidor perca o poder físico sobre o objeto.
6) Pela posse de outrem – é quando alguém é despojado da posse em razão do 
exercício desse direito por outrem, seu novo possuidor, sendo que o primitivo 
possuidor não foi mantido nem reintegrado na posse no tempo oportuno.

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