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Coleta Seletiva SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 628.4 62 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Coleta Seletiva – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 1. Resíduo sólido - reciclagem. 2. Tratamento de resíduo. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Importância da Coleta Seletiva 7 1 Reciclagem e Coleta Seletiva 8 1.1 História da Reciclagem e da Coleta Seletiva 9 1.1.1 Políticas Públicas Voltadas para a Coleta Seletiva 10 1.2 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos 11 1.2.1 Educação Ambiental e Coleta Seletiva 11 Glossário 13 Atividades 14 Referências 17 Unidade 2 | Tipos de Materiais Descartados 18 1 Materiais Recicláveis e Materiais Não Recicláveis 19 2 Aproveitamento Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos 21 3 Inovações Tecnológicas e Tecnologias de Reciclagem 22 Glossário 23 Atividades 25 Referências 27 Unidade 3 | Formas de Coleta Seletiva 28 1 Implantação de Coleta Seletiva 29 2 Exemplos de Coleta Seletiva 30 Glossário 31 Atividades 32 Referências 35 Unidade 4 | Fonte de Renda Gerada pela Coleta Seletiva 36 1 Viabilidade Econômica da Coleta Seletiva e Reciclagem 37 4 2 Gestão de Resíduos e Inclusão Social 38 3 Riscos à Saúde entre os Catadores de Lixo 39 4 Organização em Rede e Cooperativas Populares de Reciclagem 39 5 Metas de Reciclagem Empresarial 40 6 Reciclagem de Materiais Dificilmente Recicláveis 41 Glossário 42 Atividades 43 Referências 45 Unidade 5 | Os 3 R – Reduzir, Reutilizar e Reaproveitar 46 1 Aplicabilidade dos 3 R 47 Glossário 49 Atividades 50 Referências 53 Unidade 6 | Preservação do Meio Ambiente 54 1 Desenvolvimento Sustentável 55 2 Legislação Ambiental 56 Atividades 57 Referências 60 Gabarito 61 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Coleta Seletiva! O lixo produzido principalmente nas áreas urbanas tem sido apontado como um dos mais preocupantes problemas ambientais da atualidade. A coleta seletiva de lixo é de grande relevância, pois gera renda, economia para empresas e, principalmente, redução de diversos problemas ambientais. Neste curso, você terá a oportunidade de refletir criticamente sobre as problemáticas que envolvem a coleta seletiva de lixo e a importância de cada agente social para que esta prática seja reconhecida em seus amplos aspectos. Espera-se que, ao final do curso, você reconheça os benefícios sociais, econômicos e ambientais da reciclagem, bem como as práticas dos “3 R” – redução, reutilização e reciclagem –, e as vantagens de incentivar a organização de ações de coleta seletiva e reciclagem nos espaços em que atua (instituições, empresas, condomínio, bairro, etc.) e, ainda, de apoiar direta ou indiretamente iniciativas já existentes na região onde reside. O curso possui carga horária total de 10 horas e foi organizado em 6 unidades, conforme a tabela a seguir. Unidades Carga Horária Unidade 1 | Importância da Coleta Seletiva 3 h Unidade 2 | Tipos de Materiais Descartados 2 h Unidade 3 | Formas de Coleta Seletiva 1 h Unidade 4 | Fonte de Renda Gerada pela Coleta Seletiva 2 h Unidade 5 | Os 3 R – Reduzir, Reutilizar e Reaproveitar 1 h Unidade 6 | Preservação do Meio Ambiente 1 h 6 Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat. org.br. Bons estudos! 7 UNIDADE 1 | IMPORTÂNCIA DA COLETA SELETIVA 8 1 Reciclagem e Coleta Seletiva A grande quantidade de lixo produzido especialmente pelas populações urbanas (que vivem nas cidades) gera desafios enormes que passam por problemas sociais (como os catadores de lixo), de saúde (por exemplo, doenças transmitidas por ratos) e ambientais (poluição). A reciclagem é uma técnica que visa a transformação de materiais que inicialmente seriam descartados em novos produtos. Através da economia de matéria-prima, energia e água para a fabricação de produtos, a reciclagem diminui a poluição, reduz o uso de aterros sanitários e lixões, gera empregos e possibilita novas formas de produção. Entenda as diferenças entre os aterros sanitários e lixões observando a figura abaixo: Já a coleta seletiva é o procedimento de recolhimento de materiais recicláveis (papel, plástico, metal e vidro) e separação para envio para usinas de reciclagem, sendo um dos pilares para o reaproveitamento de materiais e estímulo à educação ambiental. 9 1.1 História da Reciclagem e da Coleta Seletiva A partir da Revolução Industrial (séc. XVIII) o aumento da produção de lixo foi gradativamente aumentando conforme se fortalecia o capitalismo industrial ao redor do mundo. Os tipos de lixo também se tornaram cada vez mais diversos como, por exemplo, o lixo eletrônico, industrial, químico e tóxico. Com a maioria da população do planeta vivendo em áreas urbanas, a quantidade de lixo e as formas de descartá-lo foram tornando-se problemas cada vez maiores e a reciclagem foi ganhando espaço, sendo tema de discussões políticas internacionais a partir da década de 1970. A coleta seletiva teve origem na Europa, sendo que a Alemanha e a França foram precursoras nas décadas de 1970 e 1980. No Brasil, a coleta seletiva teve início em Niterói (Rio de Janeiro) em 1985, mas foi somente a partir de 1990 que os governos municipais passaram a assumir maiores responsabilidades, unindo-se à associações e cooperativas de catadores. É importante destacar que o problema do lixo urbano é acentuado pelo descarte inadequado dos resíduos em lixões a céu aberto e aterros que não atendem completamente às normas de segurança sanitária e ambiental, provocando diversos tipos de poluição e consequências negativas à saúde. Segundo Ribeiro (2006), o Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (PNUMA) revela que o lixo produzido mundialmente deverá ser 70% maior em 2030, se seguir os níveis alarmantes atuais. Há muita variação na produção de lixo por habitante nos diferentes países do mundo, sendo que os Estados Unidos é o maior produtor com dois quilos e meio por habitante/dia e países em desenvolvimento, como a Índia, produzem meio quilo por habitante/dia. O Brasil também segue a tendência de aumento da produção do lixo. Dados de 2012 da ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) revelaram que, naquele ano, a média de lixo produzido foi de pouco mais que um quilo por habitante/dia. A maior parte do lixo brasileiro é enviado indevidamente para os lixões. 10 1.1.1 Políticas Públicas Voltadas para a Coleta Seletiva A política mais abrangente sobre o tema é o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) que estabelece metas para o descarte ambientalmente adequado dos rejeitos. No Plano é possível perceber como cada um tem papel imprescindível, desde os fabricantes até os consumidores. O artigo 9º da Lei nº 12.305/10 (BRASIL, 2010), conhecida também como Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelece que coleta seletiva deverá ser implantada pelo titular do serviço público de limpeza urbana e priorizar a participação de associações e cooperativas de catadores formadas por pessoas de baixa renda. A PNRS dispõetambém sobre a gestão partilhada do Ciclo de Vida do Produto (história do produto desde a extração da matéria-prima até o descarte pós-uso) e determina as responsabilidades dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, Estado, cidadão e serviços públicos de limpeza e manejo dos resíduos sólidos pela minimização do volume de rejeitos gerados, bem como pela redução dos impactos causados ao meio ambiente. A Lei ainda trata sobre a logística reversa, que caracteriza um conjunto de ações para devolução dos resíduos sólidos, de difícil reciclagem, ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação final ambientalmente correta. Assegura também ações como o aproveitamento de biomassa na produção de energia e no refino de óleos lubrificantes usados, assim como o gerenciamento de resíduos perigosos como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, produtos químicos, material hospitalar e radioativo. Além disso, A PNRS determina a criação de planos de gerenciamento de resíduos sólidos nos níveis estadual, municipal e regional e impõe que empresas elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. O artigo 71 da mesma lei (BRASIL, 2010), trata da formação de um Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, para coletar e sistematizar dados e divulgar as atividades da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Atividades de educação ambiental também foram estabelecidas com o objetivo de incentivar a conscientização dos consumidores e o apoio a pesquisas. 11 1.2 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos A gestão integrada dos resíduos sólidos engloba todas as práticas que objetivam melhorar a gestão do lixo, envolvendo políticas nacionais, estaduais, federais e entre regiões, além das ações do setor privado. Trata de ações como coleta seletiva, reciclagem, tecnologias ambientais, reutilização e educação ambiental. A gestão integrada dos resíduos sólidos determina também formas de como lidar com os chamados lixos perigosos (como o hospitalar) e de difícil reciclagem (como da construção civil). Segundo Massukado (2004), há problemas de continuidade dos projetos de gestão de resíduos sólidos a cada nova gestão administrativa no Brasil, além de as ações municipais serem voltadas apenas para a coleta seletiva. Existem vários modelos de gestão de resíduos, sendo importante considerar as características de cada região, desde aspectos ambientais até disponibilidade de mão de obra qualificada. 1.2.1 Educação Ambiental e Coleta Seletiva A Educação Ambiental tem sido colocada como um relevante tema para a transformação mundial das relações do homem com o meio ambiente. A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi, em 1977, a definiu como um constante processo de conscientização dos indivíduos sobre o meio ambiente, de maneira a adquirirem conhecimento e valores que os façam agir individual e socialmente na busca de soluções para as questões ambientais. Em 1999, o Brasil instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, que coloca a educação ambiental como uma das ferramentas indispensáveis para a sustentabilidade. 12 Vinculada à Educação Ambiental está a coleta seletiva, tema que exige participação política e processos construídos coletivamente. Sendo assim, a Educação Ambiental aparece como um incentivo para que a sociedade assuma, de acordo com Jacobi (2003), uma postura questionadora em torno das políticas públicas voltadas para o meio ambiente. As relações entre meio ambiente e educação são complexas e desafiadoras, e exigem conhecimento de diferentes áreas, entre elas: história, ecologia, sociologia, gestão ambiental e agronomia. Há também diferentes perspectivas históricas (tradicionais e contemporâneas), que ultrapassam a aplicação de projetos ambientais específicos e conduzem para uma transformação social mais ampla. b Para conhecer mais sobre o assunto que estamos estudando, assista ao documentário “Lixo Extraordinário”, disponível no link a seguir. Confira! www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8 13 Glossário Aterros sanitários: local tecnicamente adequado para destinação final dos resíduos sólidos. Biomassa: massa biológica formada a partir da decomposição de matéria orgânica que poderá gerar energia. Capitalismo industrial: fase do sistema econômico capitalista (baseado na propriedade privada, lucro e competitividade) em que as técnicas de produção industrial passaram a ser amplamente utilizadas no lugar da produção artesanal. Logística reversa: conjunto de ações que objetivam a coleta e a restauração dos resíduos sólidos para reaproveitamento. Matéria orgânica: restos de seres vivos (animais, vegetais). Revolução Industrial: amplo conjunto de mudanças – principalmente econômicas – que aconteceram na Europa entre os séculos XVIII e XIX, com a substituição da produção artesanal pela produção industrial. 14 a 1) Qual das opções tem a melhor explicação para os conceitos de reciclagem e coleta seletiva? a. ( ) Reciclagem é a reutilização de materiais que seriam descartados, dando novas utilidades a estes materiais. Coleta seletiva é a separação do lixo em materiais orgânicos e inorgânicos. b. ( ) Reciclagem é uma técnica que transforma materiais que seriam descartados em novos produtos. Coleta seletiva é o procedimento de recolher os materiais recicláveis e enviá-los para usinas de reciclagem. c. ( ) Reciclagem é uma técnica artesanal de reutilização de materiais que seriam descartados. Coleta seletiva é o procedimento de recolher os materiais recicláveis e enviá-los para usinas de reciclagem. d. ( ) Reciclagem são tecnologias inovadoras que permitem a transformação de materiais que seriam descartados em novos produtos. Coleta seletiva é a separação de materiais em vidro, plástico e papel. 2) O que é Ciclo de Vida do Produto? Indique a alternativa correta. a. ( ) Uma técnica de marketing sustentável, que concede aos consumidores todas as informações sobre o produto. b. ( ) Trata-se da história do produto, desde a extração da matéria-prima até o descarte. c. ( ) É um método de cálculo da quantidade de água utilizada para a fabricação de determinado produto. d. ( ) Trata-se um processo industrial em que um produto descartado ganha valor exercendo uma nova função. Atividades 15 3) Qual a política mais abrangente relacionada à reciclagem e coleta seletiva e quais agentes sociais ela envolve? Indique a alternativa correta. a. ( ) Política Nacional de Meio Ambiente – responsabiliza desde fabricantes, passando pelo Estado e chegando ao consumidor considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido. b. ( ) Política Nacional de Resíduos Sólidos – responsabiliza os governos federal, estadual e municipal com relação à implantação de políticas públicas de coleta seletiva e reciclagem que valorizem as organizações de pessoas de baixa renda. c. ( ) Política Nacional de Meio Ambiente – responsabiliza a todos os que cometem crimes ambientais, sendo considerados contra a fauna, crimes contra a flora, poluição, crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural, crimes contra a administração ambiental e infrações administrativas. d. ( ) Política Nacional de Resíduos Sólidos – responsabiliza desde fabricantes, passando pelo Estado e chegando ao consumidor pelo manejo dos resíduos sólidos e pela redução dos impactos causados à qualidade ambiental. 4) Quais das frases abaixo melhor define Educação Ambiental? a. ( ) São práticas educativas que podem envolverdiferentes disciplinas escolares como Geografia, Biologia e História, e devem remeter não somente ao estudo racional dos conceitos, mas também a atividades práticas que envolvam toda a comunidade. b. ( ) Processo no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência de seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir e resolver os problemas ambientais. 16 c. ( ) Processos empregados dentro de instituições escolares e filantrópicas voltadas para a preservação do patrimônio ambiental e criar modelos de desenvolvimento, com soluções limpas e sustentáveis. d. ( ) Processo pelo qual comunidades tomam consciência do lugar que vivem, entram em contato com conhecimentos de diversas áreas e sentem-se aptos a transformarem seus hábitos. 5) O que é logística reversa? Indique a alternativa correta. a. ( ) Conjunto de ações para devolução dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação final ambientalmente correta. b. ( ) Prática que responsabiliza o fabricante pelo Ciclo de Vida do Produto que oferece ao mercado, de maneira a minimizar ao máximo seu impacto ambiental. c. ( ) Conjunto de responsabilidades que cabem ao consumidor ao fazer suas escolhas como a redução do consumo, a compra de produtos ecologicamente corretos, a reutilização da embalagem e o envio para reciclagem. d. ( ) Aborda a recuperação de produtos, embalagens e matérias-primas após o descarte pelo consumidor final. 17 Referências ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.abrelpe.org.br/panorama_apresentacao.cfm>. Acesso em: 20 mar. 2016. BAPTISTA, Vinicius Ferreira. As políticas públicas de coleta seletiva no município do Rio de Janeiro – onde e como estão as cooperativas de materiais recicláveis. Rev. Adm. Pública. Rio de Janeiro, v. 49, n. 1, p. 141-164, jan./fev. 2015. BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos sólidos. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 18 ago. 2016. GALBIATI, Adriana Farina. O Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos e a Reciclagem. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Disponível em: <http:// www.amda.org.br/imgs/up/Artigo_15.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016. GUIMARAES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995. JACOBI, P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 118, p. 189-205, mar. 2003. MASSUKADO, L. M. Sistema de Apoio a Decisão: avaliação de cenários de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos domiciliares. São Paulo, 2004. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de São Carlos. PINTO, Tarcísio de Paula, Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo, 1999. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. RIBEIRO, Helena. Panorama da coleta seletiva no Brasil – Desafios e Perspectivas a partir de três estudos de caso. São Paulo: Revista INTERFACEHS, 2006. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DE SÃO PAULO. Cartilha Pedagógica Coleta Seletiva. Disponível em: <http://www.lixo.com.br/documentos/coleta%20seletiva%20 como%20fazer.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016. 18 UNIDADE 2 | TIPOS DE MATERIAIS DESCARTADOS 19 1 Materiais Recicláveis e Materiais Não Recicláveis O papel da usina de reciclagem é transformar resíduos sólidos em matéria-prima para ser novamente utilizada. Como exemplos, podemos citar a transformação de latas em placas de alumínio, papel em pasta de celulose e garrafas pet em grãos de plástico. Na reciclagem, além da separação comum do plástico, papel, vidro, metal, lixo orgânico e lixo não reciclável, há também outras formas de separação em subtipos de materiais. Por exemplo, um plástico pode ser subdividido por textura: filme (como os de sacos de lixo), rígido (embalagens em geral) e pet (embalagens de refrigerante). Seguem alguns tipos de materiais que não são recicláveis no Brasil: • Papel adesivo, etiqueta; • Papel carbono e papel de fax; • Papel fotográfico; 20 • Papel metalizado (como de salgadinho), parafinado (usado para separar alimentos) ou plastificado (como de embalagem de presentes); • isopor; • espuma; • espelho; • cerâmica; • clipe, grampo; • lâmpada; • esponja de aço; • papel sujo e/ou engordurado; • lata de tinta, combustível e de veneno; • teclado de computador; • cabo de panela; • ampola de medicamento; • tomada; • embalagem metalizada; • prego; • papel celofane; • porcelana; • lente de óculos. 21 2 Aproveitamento Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos O aproveitamento do lixo urbano para a produção de energia é uma alternativa diante dos inúmeros problemas gerados pelos resíduos e também diante da alta demanda de energia. Existem inúmeras tecnologias ao redor do mundo que utilizam processos térmicos e biológicos. De acordo com Campello (2010), há dois sistemas principais de aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos: a) Sistema de Captação e Queima de Biogás em Aterros Sanitários: o biogás é formado pela decomposição de matéria orgânica por bactérias, sem consumo de oxigênio (processo anaeróbico). O aterramento do lixo orgânico leva à produção deste gás, que contém uma alta taxa de metano e é um dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Para captar esse gás no aterro sanitário, o lixo é coberto com camadas de terra, gerando chorume e gás. O chorume é escoado para reservatórios de tratamento, já os gases são captados através de tubos que conduzem o gás para um tanque onde há a recuperação energética. O biogás pode ser utilizado em motores de combustão interna que movimentam geradores de energia elétrica, veículos e iluminação. Existem cerca de 19 usinas de biogás no Brasil, sendo que a primeira delas foi instalada na cidade de São Paulo e, atualmente junto com outra usina, seu fornecimento representa 2% da energia elétrica da cidade, disponibilizada para 35 mil domicílios. b) Sistema de Incineração Direta: neste sistema são utilizados matéria orgânica e resíduos combustíveis que não poderiam ser reciclados. Os materiais são colocados em fornos de altas temperaturas, os gases são aspirados, resfriados e tratados, gerando energia e calor. As cinzas provenientes também são tratadas e podem ser utilizadas para fabricação de asfalto ou na construção civil. Esta tecnologia é cara e consequentemente o custo do megawatt/hora produzido é mais alto do que de uma usina hidrelétrica. Ela tem sido aplicada em países com menor oferta de energia como Japão, China e Estados Unidos. 22 3 Inovações Tecnológicas e Tecnologias de Reciclagem A cada ano surgem novas tecnologias buscando a reciclagem de produtos difíceis de maneira mais eficiente. Seguem alguns exemplos: a) reciclagem de seringas – o polo de eletrônica de Santa Rita do Sapucaí (MG) criou um aparelho chamado NEX (Reciclagem de Lixo Perfuro Cortante). Após o uso, a seringa é colocada em um extrator. O aço e o plástico são separados e depositados em outra parte do aparelho onde são submetidos à altas temperaturas, em torno de 1.680ºC, esterilizando e derretendo as partes da seringa, que são transformadas em blocos de aço e plástico que podem ser usados para reciclagem ou venda. b) reciclagem de pilhas e baterias – existem três tecnologias para a reciclagem destes produtos: a mineralúrgica envolvendo processos físicos de separação ou concentração dos materiais; a hidrometalúrgica coma dissolução dos metais das pilhas e baterias, já moídas, e a posterior recuperação dos metais em solução; a pirometalúrgica que se trata da utilização de altas temperaturas para a recuperação dos metais. Observação: pilhas e baterias podem conter metais pesados (mercúrio, cádmio e chumbo) que, quando descartados de maneira incorreta, podem gerar graves problemas ambientais e à saúde humana, contaminando o solo e águas subterrâneas, bem como gerando perturbações motoras, câncer e anemia. c) reciclagem de pneus: os pneus são triturados e depois passam pelo processo de granulação. Depois os metais podem ser extraídos com um separador magnético. O aço é encaminhado para a indústria siderúrgica e a borracha pode ser utilizada para pisos de quadras de esporte, solas de sapatos, isolamento para telhados e paredes, indústria de asfalto ou para a fabricação de novos pneus. d) reciclagem de bitucas de cigarro: existe uma tecnologia que permite que bitucas de cigarro sejam utilizadas para a obtenção de polpa celulósica, que pode ser empregada na produção de papel e artigos diversos de papelaria. 23 b Confira como o estado de Minas Gerais tem trabalhado o tema da reciclagem realizando a leitura do artigo “Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos”, através do link a seguir. Acesse! www.resol.com.br/cartilhas/aproveitamento_energetico_de_ rsu_guia_feam_(2).pdf Glossário Anemia: doença causada pela redução do teor de hemoglobina no sangue que gera fraqueza. Aquecimento global: aumento das temperaturas médias do planeta Terra nos últimos anos. Biogás: gás gerado pela decomposição de matéria orgânica. Bitucas de cigarro: ponta do cigarro descartado após o fumo. Cádmio: elemento químico presente em pilhas e baterias. Câncer: conjunto de doenças geradas por crescimento celular fora do normal. Chorume: líquido escuro procedente da decomposição de matéria orgânica. Chumbo: metal utilizado em diferentes produtos como baterias e tintas, é altamente poluente. Efeito estufa: processo natural em que parte da radiação solar é retida na atmosfera. Granulação: fragmentação até formar grãos. Indústria siderúrgica: indústria que trabalha com aço e ferro. Megawatt/hora: medida de gasto de energia elétrica. Mercúrio: metal encontrado na crosta terrestre que, ao ser manejado pela indústria, é 24 altamente poluente. Metano: gás produzido pela decomposição do lixo orgânico. Perfuro cortante: material que pode perfurar e/ou cortar. Perturbações motoras: alterações no sistema nervoso. Polpa celulósica: material utilizado para fabricação de papel. Recuperação energética: restabelecimento da energia gasta em determinado processo. Resíduos combustíveis: sobras da produção ou do uso de combustíveis que não são reciclados. Separador magnético: instrumento para separação de metais por meio de imãs. Usina hidrelétrica: conjunto de equipamentos e construções que tem a finalidade de produzir energia elétrica através do potencial energético de um rio. 25 a 1) Como é formado o biogás? Indique a alternativa correta. a. ( ) É formado pela decomposição de matéria orgânica por bactérias anaeróbicas. b. ( ) É formado pela decomposição de matéria orgânica em aterros sanitários apropriados através de bactérias aeróbicas. c. ( ) É formado em aterros sanitários apropriados pela queima controlada de lixo orgânico. d. ( ) É formado pela decomposição de matéria orgânica de maneira aeróbica. 2) Escolha a opção que contenha materiais que não podem ser reciclados no Brasil: a. ( ) Papel plastificado, papel de caderno, lata de tinta. b. ( ) Cabo de panela, papel usado de caderno, lata de tinta ou solventes. c. ( ) Papel carbono, teclados de computador, espelho. d. ( ) Lata de tinta, vidro, porcelana. 3) Qual a problemática ambiental que envolve a tecnologia de incineração direta? a. ( ) A possível emissão de gases cancerígenos como dioxinas e furanos. b. ( ) O não aproveitamento correto dos resíduos das cinzas. c. ( ) A possível emissão de calor que contribuiria com o aquecimento global. d. ( ) A possível emissão de gases do efeito estufa. Atividades 26 4) Por que é importante a destinação correta de pilhas e baterias? Indique a alternativa correta. a. ( ) Pilhas e baterias contém metais ferrosos que podem gerar problemas ambientais à saúde humana. b. ( ) Pilhas e baterias contém metais pesados que podem gerar problemas ambientais à saúde humana. c. ( ) Pilhas e baterias contém metais não ferrosos que podem gerar problemas ambientais à saúde humana. d. ( ) Pilhas e baterias contém metais oxidantes que podem gerar problemas ambientais à saúde humana. 5) Por que a não utilização inteligente do biogás pode causar danos ao meio ambiente? Indique a alternativa correta. a. ( ) O biogás contém uma alta taxa de dióxido de carbono que é um dos gases de efeito estufa. b. ( ) O biogás contém uma alta taxa de cádmio, que é um metal poluente e cancerígeno. c. ( ) O biogás é produzido a partir da queima de combustíveis fósseis causadores do aquecimento global. d. ( ) O biogás contém alta taxa de metano, que é um dos gases de efeito estufa. 27 Referências BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Agenda Ambiental na Administração Pública. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/ a3p/_arquivos/cartilha_a3p_36.pdf> Acesso em: 15 mar. 2016. CAMPELLO, L. D. Análise da Viabilidade do Aproveitamento Energético do Lixo em Belo Horizonte. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.techoje.com.br/ site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1115>. Acesso em: 15 mar. 2016. HENRIQUES, Raquel Martins. Aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos: uma abordagem tecnológica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. SOUZA, Maria Jose. FERREIRA, Elaine. Inovação Tecnológica e adoção de produtos fabricados com resíduos plásticos pós-consumo. Revista de Negócios, Blumenau, v. 12, n. 3, p. 18-28, jul./set. 2007. 28 UNIDADE 3 | FORMAS DE COLETA SELETIVA 29 1 Implantação de Coleta Seletiva Para implantar a coleta seletiva em um determinado espaço – seja um bairro, condomínio, escola, empresa – é preciso, primeiramente, formar uma comissão responsável que decidirá sobre como a separação será feita, qual a periodicidade da coleta, quem será o responsável pela coleta, como será a divulgação e conscientização da população, como se dará a divisão de tarefas (para evitar a sobrecarga de trabalho), em qual lugar o lixo será guardado, se será necessário algum investimento inicial, entre outros assuntos. É relevante que a comissão busque informações sobre a quantidade de lixo gerado e a classificação do tipo de lixo (orgânico, reciclável, não reciclável e perigoso) para que se possa prever as demandas de espaço para acomodar o lixo e as formas de destinação correta. Sensibilizar a comunidade sobre a relevância da reciclagem é indispensável para o bom andamento do projeto. Realizar palestras, reuniões, cineclubes ambientais, cartazes, folhetos, jornais e revistas são boas alternativas para aproximar a comunidade deste tema. É importante que não fiquem dúvidas sobre a reciclagem e as melhores formas de descarte do lixo. Assim, campanhas continuadas são uma boa maneira de incentivar a coleta seletiva. Após conhecer o processo de reciclagem, o próximo passo é a destinação do material. É necessário reunir informações sobre coleta seletiva na cidade, entrar em contato com associações, cooperativas ou ONGs que realizem este trabalho para organizarcomo e quantas vezes por semana o material será recolhido e se será doado ou vendido. É preciso também programar a organização da coleta, por exemplo: em um prédio haverá coleta interna de apartamento em apartamento ou de andar em andar? Cada morador levará o lixo produzido em sua residência para um local definido? O envio dos materiais recicláveis para os locais corretos é a finalidade maior do projeto, sendo que todos devem se comprometer a certificar-se de que os materiais estão sendo reciclados. Para colaborar com a separação do lixo, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 2016) estabeleceu código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva. Veja na figura abaixo o código das cores e tipos de resíduos: 30 2 Exemplos de Coleta Seletiva Veja alguns exemplos de projetos de coleta seletiva realizados no Brasil: a) Projeto Reciclar – Universidade Federal de Viçosa (MG) Criado em 1995, todo o resíduo reciclável é ensacado em embalagens diferenciadas, recolhido diariamente nos Pontos de Coleta Seletiva, distribuídos pelo Campus da Universidade, e enviado à Associação dos Trabalhadores da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa (ACAMERE). b) Coleta Seletiva Solidária – Itapira (SP) A cidade de Itapira conta com 80% da área urbana do município atendido com coleta seletiva. O projeto teve início em 2011 e é realizado em uma parceira da Associação dos Coletores de Resíduos Sólidos de Itapira (ASCORSI) e a Prefeitura Municipal. Realizaram-se campanhas de sensibilização da população com relação à separação e 31 disposição correta dos resíduos recicláveis com a realização de palestras, propagandas em emissoras de rádio, publicações nos jornais locais, divulgações em carros de som, panfletos, faixas, cartazes e outdoors. c) Coleta Seletiva na Escola – Jataí (GO) Desde 2012, educadoras ambientais ministram palestras e desenvolvem oficinas sobre o tema coleta seletiva, com a comunidade escolar da cidade conscientizando sobre a importância da coleta seletiva e reciclagem. Em cada escola foram instalados caixas de lixo indicando os tipos de materiais a serem coletados para facilitar a separação. b Conheça o Guia de Reciclagem, acesse-o através do link a seguir. Vale a pena! w w w. e c y c l e . co m . b r/ co m p o n e n t / co n te n t / a r t i c l e / 7 0 - homes/269-home-guia-da-reciclagem.html Glossário Cineclubes: grupos que se reúnem para assistir filmes e debater sobre cinema. ONGs: organizações não governamentais. Periodicidade: período que se repete em intervalos regulares. Triagem: separação de acordo com seleção pré-determinada. 32 a 1) É importante, ao implantar um projeto coletivo, que se saiba a quantidade média de lixo gerado e o tipo de lixo? Por quê? Indique a alternativa correta. a. ( ) Não, o mais importante é entrar em contato com instituições responsáveis pela coleta seletiva. b. ( ) Sim, pois é importante que as indústrias de reciclagem da cidade saibam as reais demandas daquela localidade. c. ( ) Sim, pois é importante saber o espaço necessário para acomodar o lixo e as formas de destinação correta. d. ( ) Não, isso não é responsabilidade da comissão que organiza o projeto, mas sim dos órgãos públicos. 2) Quais os principais passos para a implementação de coleta seletiva? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Formação de uma comissão responsável, decidir sobre como a separação será feita, periodicidade da coleta, divulgação e conscientização, local de acondicionado do lixo e contato com os destinatários. b. ( ) Formação de uma comissão responsável, decidir sobre como a separação será feita, periodicidade da coleta, local de acondicionado do lixo, e contato com os destinatários. c. ( ) Formação de uma comissão responsável, divulgação e conscientização, decidir sobre o local de acondicionado do lixo e quais serão as empresas destinatárias do material. d. ( ) Formação de uma comissão responsável, decidir sobre como a separação será feita, periodicidade da coleta, divulgação e conscientização e local de acondicionado do lixo. Atividades 33 3) Quais são os projetos de coleta seletiva citados no texto? Assinale a alternativa correta. a. ( ) i) Projeto Petrobrás Ambiental; ii) Coleta Seletiva Solidária – Itapira, SP; iii) Coleta Seletiva na Escola – Jataí, GO. b. ( ) i) Projeto Reciclar – Universidade Federal de Viçosa, MG; ii) Cuidando dos Resíduos – Itapira, SP; iii) Coleta Seletiva na Escola – Jataí, GO. c. ( ) i) Projeto Reciclar – Universidade Federal de Viçosa, MG; ii) Coleta Seletiva Solidária – Itapira, SP; iii) Coleta Seletiva na Escola – Jataí, GO. d. ( ) i) Projeto Criança Ambiental; ii) Coleta Seletiva Solidária – Itapira, SP; iii) Coleta Seletiva na Escola – Jataí, GO. 4) Por que é importante que após iniciar um projeto de coleta seletiva se façam campanhas continuadas? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Para que lixos que são considerados difíceis tenham a destinação correta, podendo ser reciclados. b. ( ) Para que os cidadãos tenham consciência sobre seus hábitos de consumo, passando a aplicar o consumo consciente c. ( ) Para que cada pessoa possa incentivar a reciclagem em outros lugares, como no trabalho e na escola. d. ( ) Para manter as práticas de coleta seletiva e para que não fiquem dúvidas sobre a reciclagem. 34 5) Qual opção mostra a relação correta entre as cores e os materiais recicláveis, estabelecida pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Azul: papel; vermelho: materiais perigosos; verde: orgânicos; amarelo: metal; marrom: madeira. b. ( ) Azul: papel; vermelho: materiais perigosos; verde: vidro; amarelo: metal; marrom: orgânicos. c. ( ) Azul: papel; vermelho: plástico; verde: vidro; amarelo: orgânico; marrom: madeira. d. ( ) Azul: papel; vermelho: plástico; verde: vidro; amarelo: metal; marrom: orgânicos. 35 Referências BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Agenda Ambiental na Administração Pública. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/ a3p/_arquivos/cartilha_a3p_36.pdf> Acesso em: 15 mar. 2016. CONAMA – CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Legislação. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legi.cfm>. Acesso em: 15 mar. 2016. HENRIQUES, Raquel Martins. Aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos: uma abordagem tecnológica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. SOUZA, Maria Jose. FERREIRA, Elaine. Inovação Tecnológica e adoção de produtos fabricados com resíduos plásticos pós-consumo. Revista de Negócios, Blumenau, v. 12, n. 3, p. 18-28, jul./set. 2007. 36 UNIDADE 4 | FONTE DE RENDA GERADA PELA COLETA SELETIVA 37 1 Viabilidade Econômica da Coleta Seletiva e Reciclagem O cálculo da viabilidade econômica da coleta seletiva e reciclagem deve ser realizado considerando não somente o lucro financeiro, mas também a importância social e ambiental desta prática. Assim, deve-se considerar aspectos como a criação de empregos, a melhoria da qualidade de vida da população e a diminuição do uso de aterros e lixões. De acordo com Calderoni (2003), “para o cálculo do custo da coleta seletiva, também é importante estimar os custos já existentes com a coleta tradicional.” Segundo Paiva (2015), dados de 2015 revelam que apenas 3% do lixo produzido no Brasil é reciclado. No entanto, lentamente esta realidade vai mudando com o aumento do número de prefeituras que implantam programas de reciclagem, coma ampliação do número de cooperativas e associações de catadores e também com o aprimoramento de projetos de reciclagem de empresas privadas. 38 2 Gestão de Resíduos e Inclusão Social Apesar da atividade de catador de materiais reutilizáveis e recicláveis ser reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego desde 2002, os trabalhadores dessa área geralmente atuam em ambientes impróprios para o trabalho, com baixas remunerações, sem acesso a equipamentos de proteção e quase sempre são trabalhadores informais, ou seja, são desprovidos de benefícios como salário fixo, férias e aposentadoria. Uma expectativa de melhoria das condições de trabalho é a formação de associações e cooperativas de catadores que objetivem melhores remunerações, diminuição da vulnerabilidade, enquanto trabalhadores informais, melhores negociações com as indústrias e execução do trabalho em locais melhor estruturados. Trabalhar na separação do material coletado não requer formação específica e é uma forma de inclusão social da população que não tem acesso ao trabalho que exige formação profissional. A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que as prefeituras devem apoiar os empreendimentos dos catadores, gerindo de forma integrada as atividades de coleta seletiva e reciclagem através de convênios e acordos. Assim, a prefeitura pode disponibilizar a utilização de galpões municipais para a separação do lixo, organizar a coleta municipal, incluindo a separação de material reciclável e não reciclável, auxiliar na aquisição de equipamentos e na capacitação dos profissionais catadores e até isentar esses empreendimentos do pagamento de impostos e/ou de serviços de água e energia elétrica. Empresas privadas, ONGs (organizações não governamentais) e entidades filantrópicas também podem colaborar com a inclusão social destes trabalhadores, valorizando seu importante trabalho. 39 3 Riscos à Saúde entre os Catadores de Lixo A saúde dos catadores de lixo é prejudicada por conta do contato com o lixo de duas maneiras: a partir do contato direto com agentes patogênicos e propagação de agentes contaminados pelo ar ou pela água (chorume) e a segunda forma através da alimentação, pela ingestão de restos de alimentos contaminados. Ferreira e Anjos (2001) classificaram os principais agentes causadores de problemas de saúde, presentes no lixo: a) agentes físicos: gases e odores dos resíduos, materiais perfurocortantes, tais como vidros, lascas de madeira, objetos pontiagudos e poeiras; ruídos excessivos, exposição ao frio, ao calor, à fumaça e ao monóxido de carbono e posturas forçadas e incômodas; b) agentes químicos: líquidos que vazam de pilhas e baterias, óleos e graxas, pesticidas/herbicidas, solventes, tintas, produtos de limpeza, cosméticos, remédios, aerossóis, metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio; c) agentes biológicos: micro-organismos patogênicos como vírus, bactérias e fungos. 4 Organização em Rede e Cooperativas Populares de Reciclagem O papel dos catadores de materiais recicláveis, ainda que lentamente, tem sido mais valorizado na sociedade brasileira com o reconhecimento deste trabalho e o estabelecimento de políticas que visam parcerias com o poder público. 40 Quando não organizados, os catadores coletam individualmente o material nas ruas e vendem para depósitos e sucateiros a preços baixos, sendo que estes enfardam o material para ser comercializado. Quando organizados, em associações ou cooperativas, os catadores trabalham em parceria com o poder público, através da coleta seletiva e contam com ações de mobilização para que a população separe seu lixo de maneira correta, tais ações são importantíssimas, pois facilitam a separação e evitam que os catadores entrem em contato com materiais perigosos ou em decomposição. Após a triagem do material, ele é compactado em fardos e vendido em grandes quantidades para um “atravessador” que revenderá o material para a indústria recicladora. Nesse momento, mais uma vez, aparece a importância da cooperativa que pode se organizar junto com outras instituições de catadores para vender em grande quantidade, diretamente para a indústria, e conseguir preços melhores. 5 Metas de Reciclagem Empresarial Muitas empresas brasileiras possuem projetos que envolvem a criação de postos de coleta de lixo reciclável; parcerias com indústrias de reciclagem e associações de coletores de material reciclável; apoio ao desenvolvimento de pesquisas na área ambiental; levantamento dos impactos ambientais de sua produção; diminuição dos impactos ambientais com conscientização em torno de toda a cadeia produtiva e tratamento de resíduos orgânicos. 41 6 Reciclagem de Materiais Dificilmente Recicláveis Existem empresas que elaboram redes de reciclagem de materiais difíceis os transformando em um material chamado pellet (grãos de plástico) e posteriormente em objetos úteis como bolsas, lixeiras, bancos e estojos. O trabalho consiste em fazer parceria com grandes empresas que produzem materiais de difícil reciclagem, como embalagens plásticas, escovas de dentes, esponjas de limpeza, maquiagem e canetas. Tais empresas contam com a colaboração de voluntários que reúnem este material posteriormente enviado para a reciclagem. b Aprenda mais sobre reciclagens clicando no link abaixo. O vídeo fala sobre reciclagem de pilhas e baterias. Acesse-o e aprofunde seus conhecimentos! www.youtube.com/watch?v=CHVaMLzR0ag 42 Glossário Agentes patogênicos: organismos capazes de produzir doenças. Atravessador: trabalhador que transporta material de um lugar para outro. Enfardar/Compactar em fardos: empacotado de maneira a diminuir o volume e de maneira organizada. Micro-organismos patogênicos: organismos microscópicos capazes de gerar doenças. Monóxido de carbono: gás levemente inflamável e tóxico. Objetos pontiagudos: objetos que tenham ponta e que podem gerar ferimentos. Perfurocortantes: objetos que podem perfurar ou cortar. Viabilidade econômica: empreendimento ou ação possível de ser praticada em termos econômicos. 43 a 1) Quais os agentes causadores de danos à saúde dos catadores de materiais? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Agentes físicos, químicos e biológicos. b. ( ) Agentes biogeoquímicos, patogênicos e mecânicos. c. ( ) Agentes ergonômicos, químicos e mecânicos. d. ( ) Agentes fisiológicos, mecânicos e biológicos. 2) Assinale a alternativa correta que indica a porcentagem de lixo que é reciclado no Brasil. a. ( ) 3% b. ( ) 10% c. ( ) 5% d. ( ) 25% 3) Quais aspectos devem ser considerados no cálculo da viabilidade econômica da coleta seletiva e reciclagem? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Deve-se considerar custos como transporte da coleta seletiva, contratação de associações e/ou cooperativas de catadores, adequação de aterros sanitários, manutenção de local apropriado para o depósito de lixo reciclável. b. ( ) Deve-se considerar o custo da coleta e de manutenção dos aterros sanitários, calculando-se os custos já existentes com os métodos tradicionais e seus impactos ambientais. c. ( ) Deve-se considerar aspectos sociais e ambientais como a criação de empregos, a melhoria da qualidade de vida da população e a diminuição do uso de aterros e lixões. Atividades 44 d. ( ) Deve-se considerar aspectos sociais que envolvem a melhoria da qualidade de vida da população. 4) De que maneira o Plano Nacional de Resíduos Sólidos está relacionado com a melhoria da qualidade de vida dos catadores? Indique a alternativa correta.a. ( ) Ao reconhecer juntamente ao Ministério do Trabalho e Emprego a atividade de catador de materiais reutilizáveis e recicláveis. b. ( ) Ao implementar políticas que consideram a logística reversa e o ciclo de vida do produto. c. ( ) Ao impor aos governos municipais a implantação de políticas de coleta seletiva e reciclagem. d. ( ) Ao prever o apoio aos empreendimentos dos catadores gerindo de forma integrada as atividades de coleta seletiva e reciclagem. 5) De que maneira a desvalorização do trabalho dos catadores de recicláveis está relacionada à organização da cadeia econômica da reciclagem? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Na cadeia econômica da reciclagem, o maior poder de decisão fica nas mãos do governo municipal. b. ( ) Na cadeia econômica da reciclagem, é o comprador do material que determina o valor pago. c. ( ) Na cadeia econômica da reciclagem, o catador somente é valorizado se conseguir se organizar em uma associação ou cooperativa. d. ( ) Na cadeia econômica da reciclagem, é necessária a figura do “atravessador” que leva o material reciclável às usinas e acaba retendo parte do lucro que iria para o catador. 45 Referências BESEN, G. R. Coleta seletiva com inclusão de catadores: construção participativa de indicadores e índices de sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2011. CALDERONI, Sabetai. Os bilhões perdidos no lixo. 4 ed. São Paulo: Humanitas Felch/ USP, 2003. COUTO, Fernando. Cidade Sustentável, Lixo Lucrativo. São Paulo: Atlas, 2012. FERREIRA, J. A.; ANJOS, L. A. Aspectos de saúde coletiva e ocupacional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 689-696, maio/jun. 2001. GONCALVES, Márcio José. Validade Socioeconômica da Coleta Seletiva no Âmbito da Gestão dos Resíduos Sólidos. Itajaí, 2014, Universidade do Vale do Itajaí. Dissertação de Mestrado em Gestão de Políticas Públicas. MARTINS, Clitia Helena. Trabalhadores na Reciclagem do Lixo: Dinâmicas Econômicas, Sócio Ambientais e Políticas na Perspectiva do Empoderamento. Porto Alegre, 2003. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Tese de Doutorado) Programa de Pós- Graduação em Sociologia. NARDIN, Marcelo. Usinas de Reciclagem de Lixo: Aspectos Sociais e Viabilidade Econômica. Por dentro da TerraCycle. Disponível em: <http://www.terracycle.com.br/ pt-BR/about-terracycle/inside_terracycle#books>. Acesso em: 11 mar. 2016. PAIVA, Roberto (Ed.). Apenas 3% de todo o lixo produzido no Brasil é reciclado. Portal da internet, 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/04/ apenas-3-de-todo-o-lixo-produzido-no-brasil-e-reciclado.html>. Acesso em: 18 ago. 2016. VIEIRA, Arlete Candido. RICCI, Fabio. Cooperativas Populares de Reciclagem e a articulação entre geração de renda, reciclagem e gestão ambiental. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2008. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/ arquivos/artigos08/275_275_Cooperativas_Populares_de_Reciclagem_-_Seget_2008. pdf>. Acesso em: 11 mar. 2016. 46 UNIDADE 5 | OS 3 R – REDUZIR, REUTILIZAR E REAPROVEITAR 47 1 Aplicabilidade dos 3 R A quantidade e a diversidade de lixo descartado pela sociedade vêm crescendo principalmente com produtos de baixa durabilidade e descartáveis. Esse aumento está relacionado com a atual concepção cultural de consumo que prioriza a utilização de objetos de forma rápida e fácil. Baptista (2015) explica que é imprescindível políticas voltadas para o consumo consciente, que prevê uma revisão profunda de hábitos culturais, sociais e econômicos, aplicando os 3 R no cotidiano. Para isso, o governo federal brasileiro, juntamente com organizações não governamentais, propôs o Plano Nacional de Produção e Consumo Sustentáveis que demanda mudanças em toda a sociedade e revela a importância da educação ambiental para que as crianças tenham novos hábitos desde cedo. 48 O documentário “A História das Coisas” (LEONARD, 2007) traz muitas informações que colaboram com estas reflexões. Trata do sistema de produção, desde a extração, produção, distribuição, consumo até o tratamento de lixo. Descreve como o sistema de produção mundial trabalha de forma linear, como se os recursos do planeta fossem infinitos. O documentário citado apresenta alguns dados bastante alarmantes: nos últimos 30 anos foram consumidos 33% dos recursos naturais do planeta, somente os Estados Unidos que representam apenas 5% da população mundial utilizam 30% dos recursos naturais e na Amazônia derruba-se 2.000 árvores por minuto. A autora também trata da grande quantidade de tóxicos utilizados nos produtos que consumimos diariamente, além de temas políticos como a exploração de trabalhadores e das matérias-primas dos países subdesenvolvidos. As informações estão diretamente relacionadas com a manutenção do sistema econômico atual, que tem como base a ampliação do consumo. Os produtos são feitos para durar pouco (obsolescência planejada), a publicidade leva muitas pessoas a consumirem mais do que realmente precisam (obsolescência perceptível) e consequentemente a trabalharem mais para manterem seu poder de consumo o que, segundo estudos apresentados no documentário, não tem gerado felicidade. As inovações tecnologias nos modelos de celulares e a baixa durabilidade dos modelos atuais é um ótimo exemplo da obsolescência. Veja o exemplo a seguir. Finalizando o documentário, há a destinação do lixo, que em sua maioria é despejado inadequadamente em lixões, aterros e incineradores, gerando ainda mais problemas ambientais. A reciclagem é importantíssima, mas não é suficiente para resolver toda essa problemática, por isso, é necessário a mobilização de toda a sociedade. 49 Os 3 Rs, reduzir, reutilizar e reciclar, aparecem como importantes atitudes individuais e coletivas para a mudança efetiva de nossa relação com os bens naturais. Tais atitudes estão apresentadas a seguir na sua ordem de importância: • Reduzir: diminuir a quantidade de lixo produzido, repensar as necessidades de consumo, não desperdiçar, escolher produtos de empresas sócio e ambientalmente responsáveis; • Reutilizar: dar novas utilidades a materiais que seriam inutilizados e trocados por outros novos; • Reciclar: renovação de matérias-primas para fabricar novos produtos. Algumas sugestões para a redução são: substituir copos descartáveis por canecas laváveis; racionalizar o consumo de papel; controlar os empacotamentos desnecessários, planejar as compras para não haver desperdício e comprar produtos duráveis e resistentes. Ações para a reutilização: reutilizar embalagens; restaurar móveis antigos; usar o outro lado das folhas de papel já utilizadas para rascunhos e reutilizar produtos para fazer artesanato. b Aprenda como e onde você deve descartar corretamente o seu lixo reciclável, acesse o portal eCycle através do link a seguir. Confira! www.ecycle.com.br/postos/reciclagem.php Glossário Obsolescência perceptível: redução da vida útil dos produtos relacionada à modismos. Obsolescência planejada: redução da vida útil dos produtos de maneira a levarem as pessoas a consumirem mais. Subdesenvolvidos: países em que os moradores passam por problemas de infraestrutura básica como falta de acesso a moradia, saúde e educação. 50 a 1) O que significa dizer que a produção econômica trabalha em um sistema linear? Assinale a alternativa correta. a. ( ) A produção econômica mundial trabalha os recursos do planeta de maneira a desenvolver tecnologias sustentáveis. b. ( ) A produção econômica mundial trabalha como se os recursos do planeta fossem finitos. c. ( ) A produção econômica mundial trabalha como se os recursosdo planeta fossem infinitos. d. ( ) A produção econômica mundial trabalha com os recursos disponíveis do planeta de maneira equilibrada. 2) O que significam os 3 R e qual sua ordem de relevância? Assinale a alternativa correta. a. ( ) 1º Refazer; 2º repensar; e 3º reciclar. b. ( ) 1º Reduzir; 2º reutilizar; e 3º reciclar. c. ( ) 1º Reciclar; 2º reutilizar; e 3º repensar. d. ( ) 1º Repensar; 2º reduzir; e 3º reciclar. 3) Qual a concepção do consumo ligada à ampliação do capitalismo? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Valorização de consumo de coisas rápidas e fáceis, que geram ampla diversificação de tipos de lixo. b. ( ) Do consumo consciente, em que os cidadãos aplicam os 3 R em seu dia a dia. c. ( ) Do consumo voltado para a sustentabilidade, sendo que na maioria das cidades brasileiras há coleta seletiva. Atividades 51 d. ( ) Consumo igualitário, em todos os lugares do mundo há acesso aos mais diversos bens de consumo. 4) O que significa consumo consciente? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Significa sermos responsáveis por todo o lixo que geramos, apoiando iniciativas de reciclagem e de redução dos impactos ambientais. b. ( ) Trata-se de consumir apenas produtos ecologicamente corretos que tenham selos ambientais e passem por políticas de responsabilidade sócio ambiental. c. ( ) Trata-se de uma lei idealizada pelo Ministério do Meio Ambiente. d. ( ) Significa uma revisão profunda de hábitos culturais, sociais e econômicos, aplicando os 3 R no cotidiano. 5) O que são obsolescência planejada e obsolescência perceptível? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Obsolescência planejada: os produtos são planejados de maneira a serem inseridas novas tecnologias em breve, o que eleva o desejo do consumidor a trocar seus produtos com frequência. Obsolescência perceptível: as pessoas percebem o quanto seus produtos não são duráveis. b. ( ) Obsolescência planejada: os produtos são planejados para durarem pouco. Obsolescência perceptível: as pessoas percebem o quanto seus produtos não são duráveis. 52 c. ( ) Obsolescência planejada: os produtos são planejados para terem garantia com prazos curtos. Obsolescência perceptível: as pessoas consomem mais do que realmente precisam. d. ( ) Obsolescência planejada: os produtos são planejados para durarem pouco. Obsolescência perceptível: as pessoas consomem mais do que realmente precisam. 53 Referências BAPTISTA, Vinicius Ferreira. As políticas públicas de coleta seletiva no município do Rio de Janeiro – onde e como estão as cooperativas de materiais recicláveis. Rev. Adm. Pública. Rio de Janeiro, v. 49, n. 1, p. 141-164, jan./fev. 2015. CEMPRE – COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM. Guia da Coleta Seletiva de Lixo. Disponível em: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>. Acesso em: 11 mar. 2016. DIEGUES, Antônio Carlos. Desenvolvimento Sustentável ou Sociedades Sustentáveis. Revista São Paulo em Perspectiva, jan./jun. 1992. Disponível em: <http://www.michaeljonas.com.br/meu%20trabalho/fca_grad/Economia%20II/Apo/ Desenvolvimento%20Sustentavel.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2016. JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 118, p. 189-205, mar. 2003. LAYARGUES, Phillipe. Muito além da Natureza: Educação Ambiental e Reprodução Social. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.educacaoambiental.pro. br/victor/biblioteca/layrargueseareproducaosocial.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2016. MAYER, Kellen Cristina. Incentivo a redução, reutilização e reciclagem com foco nas garrafas PET. Revista de Educação, Ciência e Cultura. Canoas, v. 18, n. 2, jul./dez. 2013. ROMEIRO, Ademar. Desenvolvimento Sustentável e mudança institucional notas preliminares. IE/UNICAMP, Campinas, n. 68, abr. 1999. 54 UNIDADE 6 | PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE 55 1 Desenvolvimento Sustentável O conceito de desenvolvimento sustentável é conhecido basicamente pelo progresso que satisfaz as necessidades atuais, sem sacrificar as necessidades das futuras gerações. Existem diferentes interpretações de como essa conceituação pode ser aplicada na sociedade contemporânea, sendo que duas linhas entram em conflito: a primeira linha considera que o sistema produtivo deve ir avançando tecnologicamente para lidar com os recursos existentes na natureza, substituindo matérias-primas de maneira que elas não se esgotem. A segunda linha de pensamento percebe que o meio ambiente oferece restrições à expansão do capitalismo nos modelos atuais e que é preciso uma grande mudança na maneira como lidamos com a natureza. 56 2 Legislação Ambiental As leis ambientais brasileiras, desde 1998, estão inter-relacionadas e possuem mecanismos de punição aos infratores. Porém, falta fiscalização e apuração dos crimes. O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e os órgãos estaduais como as secretarias de Meio Ambiente são fiscalizadores e designam as licenças ambientais, que são procedimentos administrativos que autorizam a operação de atividades que utilizam recursos ambientais. Os crimes ambientais são classificados em crimes contra a fauna, contra a flora, poluição, crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural, crimes contra a administração ambiental e infrações administrativas. b Conheça a Legislação Ambiental acessando o arquivo do Ministério do Meio Ambiente através do link a seguir. Vale a pena! h t t p : / / w w w. m m a . g ov. b r/ e s t r u t u r a s / s e c e x _ co n j u r/ _ arquivos/108_12082008084425.pdf 57 a 1) O que é desenvolvimento sustentável? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Desenvolvimento econômico, social e cultural que se dá de maneira a respeitar o meio ambiente b. ( ) Desenvolvimento que respeita as necessidades de diversas regiões do planeta. c. ( ) Desenvolvimento que satisfaz as necessidades atuais sem sacrificar as necessidades das futuras gerações. d. ( ) Desenvolvimento que satisfaz as necessidades de várias classes sociais, superando assim a injustiça social. 2) Quantas diferentes interpretações de desenvolvimento sustentável foram discutidas no texto da Unidade 6? Assinale a alternativa correta. a. ( ) Seis. b. ( ) Sete. c. ( ) Três. d. ( ) Duas. 3) Qual o maior problema das leis ambientais brasileiras? Assinale a alternativa correta. a. ( ) A falta de fiscalização e apuração dos crimes pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). b. ( ) As leis brasileiras estão desatualizadas em relação às atuais demandas ambientais. Atividades 58 c. ( ) A falta de fiscalização e apuração dos crimes pelo CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente). d. ( ) As leis ambientais brasileiras não estão inter-relacionadas, dificultando sua prática. 4) Assinale a alternativa em que não aparecem nenhum tipo de crime ambiental. a. ( ) Respeito às áreas de proteção permanente. b. ( ) Contra a fauna, flora e poluição. c. ( ) Crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural. d. ( ) Crimes contra a administração ambiental e infrações administrativas. 5) Quais as principais linhas de pensamento em torno do conceito de desenvolvimento sustentável? Assinale a alternativa correta. a. ( ) A primeira linha coloca que o sistema produtivo deve avançar tecnologicamente para lidar com os recursos existentesna natureza; a segunda linha crê que o homem não deve se preocupar porque os recursos naturais são renováveis. b. ( ) A primeira linha coloca que o sistema produtivo não deve avançar mais em tecnologia; a segunda crê que é preciso uma mudança abrangente na maneira como lidamos com a natureza. c. ( ) A primeira linha coloca que o sistema comunista deve avançar tecnologicamente para lidar com os recursos existentes na natureza; a segunda crê que é preciso uma mudança abrangente na maneira como lidamos com a natureza. 59 d. ( ) A primeira linha coloca que o sistema produtivo deve avançar tecnologicamente para lidar com os recursos existentes na natureza; a segunda crê que é preciso uma grande mudança na maneira como lidamos com a natureza. 60 Referências BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Agenda Ambiental na Administração Pública. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/ a3p/_arquivos/cartilha_a3p_36.pdf> Acesso em: 15 mar. 2016. CEMPRE – COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM. Guia da Coleta Seletiva de Lixo. Disponível em: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>. Acesso em: 11 mar. 2016. DIEGUES, Antônio Carlos. Desenvolvimento Sustentável ou Sociedades Sustentáveis. Revista São Paulo em Perspectiva, jan./jun. 1992. Disponível em: <http://www.michaeljonas.com.br/meu%20trabalho/fca_grad/Economia%20II/Apo/ Desenvolvimento%20Sustentavel.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2016. JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 118, p. 189-205, mar. 2003. LAYARGUES, Phillipe. Muito além da Natureza: Educação Ambiental e Reprodução Social. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.educacaoambiental.pro. br/victor/biblioteca/layrargueseareproducaosocial.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2016. MAYER, Kellen Cristina. Incentivo a redução, reutilização e reciclagem com foco nas garrafas PET. Revista de Educação, Ciência e Cultura. Canoas, v. 18, n. 2, jul./dez. 2013. ROMEIRO, Ademar. Desenvolvimento Sustentável e mudança institucional notas preliminares. IE/UNICAMP, Campinas, n. 68, abr. 1999. 61 Gabarito Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Unidade 1 B B D B A Unidade 2 A C A B D Unidade 3 C A C D D Unidade 4 A A C D B Unidade 5 C B A D D Unidade 6 C C A A D Apresentação Unidade 1 | Importância da Coleta Seletiva 1 Reciclagem e Coleta Seletiva 1.1 História da Reciclagem e da Coleta Seletiva 1.1.1 Políticas Públicas Voltadas para a Coleta Seletiva 1.2 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos 1.2.1 Educação Ambiental e Coleta Seletiva Glossário Atividades Referências Unidade 2 | Tipos de Materiais Descartados 1 Materiais Recicláveis e Materiais Não Recicláveis 2 Aproveitamento Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos 3 Inovações Tecnológicas e Tecnologias de Reciclagem Glossário Atividades Referências Unidade 3 | Formas de Coleta Seletiva 1 Implantação de Coleta Seletiva 2 Exemplos de Coleta Seletiva Glossário Atividades Referências Unidade 4 | Fonte de Renda Gerada pela Coleta Seletiva 1 Viabilidade Econômica da Coleta Seletiva e Reciclagem 2 Gestão de Resíduos e Inclusão Social 3 Riscos à Saúde entre os Catadores de Lixo 4 Organização em Rede e Cooperativas Populares de Reciclagem 5 Metas de Reciclagem Empresarial 6 Reciclagem de Materiais Dificilmente Recicláveis Glossário Atividades Referências Unidade 5 | Os 3 R – Reduzir, Reutilizar e Reaproveitar 1 Aplicabilidade dos 3 R Glossário Atividades Referências Unidade 6 | Preservação do Meio Ambiente 1 Desenvolvimento Sustentável 2 Legislação Ambiental Atividades Referências Gabarito
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