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AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO E DA APRENDIZAGEM APRESENTAÇÃO. As instituições de ensino superior são a ponte para que o indivíduo consiga melhor se qualificar para o mercado de trabalho e, consequentemente, ter a ascensão social tão desejada e difundida pelo sistema capitalista. Para que o indivíduo possa desenvolver as suas habilidades, torna-se necessário dar continuidade aos estudos, frequentando um curso de nível superior nas diversas áreas existentes. Ao optar pelo curso de sua preferência é necessário que o aluno tenha em mente que estará entrando para um universo diferente da educação recebida no Ensino Básico e que seu esforço pessoal é indispensável para o seu sucesso, principalmente nos cursos à distância e semipresenciais. Esse processo envolve realizar todas as atividades solicitadas no seu curso, a capacidade de ser autodidata e de buscar outras fontes de conhecimento. O objetivo maior deste esforço é melhorar as suas habilidades e, assim, o desempenho para o mercado de trabalho. Sabemos que esporadicamente esse mercado é afetado pelas crises econômicas, políticas e sociais e quem possui o maior grau de conhecimento específico e generalizado consegue suportar melhor essas variações. Como esse processo não é apenas econômico e político, mas principalmente social, cabe a cada um de nós fazer a sua parte através da dedicação à profissão, à educação continuada, ao desenvolvimento da ética e da cidadania em no nosso dia a dia, entre outras ações. Segundo Voltaire, “a Educação é uma descoberta progressiva de nossa própria ignorância”, assim ao dar a nossa contribuição para o nosso próprio desenvolvimento, estamos levando adiante um anseio antigo, o de criar um país mais justo e menos desigual. Felicitamos a todas as pessoas que dão continuidade aos estudos ou que tem a iniciativa de voltar aos mesmos, fonte de desenvolvimento pessoal e profissional. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 5 UNIDADE I: CONCEITOS E PROPÓSITOS DA AVALIAÇÃO......................................... 6 1.1. CONCEITO DE AVALIAÇÃO........................................................................................ 6 1.1.1. Algumas definições de avaliação............................................................................... 7 1.2. AVALIAÇÃO EDUCACIONAL...................................................................................... 8 1.2.1. O ato de avaliar............................................................................................................ 9 1.2.2. Conceito de medir, testar e avaliar............................................................................. 10 1.3. OS PROPÓSITOS DA AVALIAÇÃO............................................................................. 12 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE I....................................................................... 15 UNIDADE II - PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO......................................................... 19 2.1. INSTRUMENTOS INFORMAIS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS......................... 19 2.2. INSTRUMENTOS FORMAIS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS............................. 21 2.2.1. Prova escrita dissertativa.............................................................................................. 21 2.2.2. Prova escrita de questões objetivas............................................................................. 24 2.2.2.1. Questões de Verdadeiro ou Falso (V ou F)............................................................... 25 2.2.2.2. Questões de múltipla escolha.................................................................................... 25 2.3. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM...................... 26 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE II.......................................................................... 27 UNIDADE III - VERIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM............................ 31 3.1. VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM............................................................................... 31 3.1.1. Verificação informativa.................................................................................................. 32 3.1.2. Verificação de continuidade......................................................................................... 32 3.1.3. Verificação propriamente dita....................................................................................... 32 3.1.4. Verificação de acompanhamento.................................................................................. 32 3.2. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM.................................................................................. 33 3.2.1. Avaliação informativa.................................................................................................... 35 3.2.2. Avaliação de continuidade............................................................................................ 35 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE III......................................................................... 37 UNIDADE IV: AVALIAÇÃO EDUCACIONAL ESCOLAR E PRÁTICA ESCOLAR.................................................................................................................................... 41 4.1. O CONCEITO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR........................................................................ 41 4.2. A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR........................................................................... 42 4.2.1. Principais características da avaliação escolar............................................................ 44 4.2.1.2. Se ele leva a refletir sobre a tríade: objetivo – conteúdo – método......................... 44 4.2.1.3. Se ele leva à revisão do plano de ensino................................................................... 45 4.2.1.4. Se ele leva ao desenvolvimento de capacidades e habilidades.............................. 45 4.2.1.5. Se ele apresentar objetividade.................................................................................... 45 4.2.1.5. Se ele cria possibilidade para medir a autopercepção do professor...................... 46 4.2.1.6. Se ele demonstra os valores e expectativas do professor em relação aos alunos........................................................................................................................................ 46 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE IV......................................................................... 47 UNIDADE V: MODALIDADES DE AVALIAÇÃO.................................................................. 51 5.1. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA............................................................................................... 51 5.2. AVALIAÇÃO FORMATIVA.................................................................................................. 53 5.3. AVALIAÇÃO SOMATIVA.................................................................................................... 54 5.4. AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA................................................................ 55 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE V........................................................................... 57 UNIDADE VI - A AVALIAÇÃO NA LEI DAS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL................................................................................................................................. 62 6.1. HISTÓRICO.......................................................................................................................... 62 6.2. A AVALIAÇÃO NA LDB...................................................................................................... 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................67 APÊNDICE A - GABARITOS DAS UNIDADES.................................................................... 69 3 INTRODUÇÃO. O processo de avaliação escolar sempre foi muito discutido devido à sua complexidade, constituindo-se em um dos grandes problemas da prática pedagógica. Esse processo envolve um número considerável de pessoas como, por exemplo, os professores, os alunos, os pais, a direção das escolas, os pedagogos, entre outros; e de situações como, o momento exato de avaliar, o instrumento correto para avaliar, conhecimento anterior do aluno, aptidão do aluno, o equilíbrio no julgamento etc. Batista, Gurgel e Soares (2006) esclarecem, também, sobre a complexidade do processo avaliativo ao comentarem que a avaliação ao longo da história tem demonstrado não seguir normas rígidas e nem padrões pré-determinados, estando condicionado pelo contexto e determinado por fatores pedagógicos, sociais, econômico e políticos, além do histórico. Dessa forma temos, por um lado, a figura do professor, que é o agente responsável pela avaliação e, do outro, o aluno, que é o receptor do processo avaliativo. Para o primeiro, a grande dificuldade que possui é verificar o aproveitamento escolar de cada aluno, decidindo se está apto ou não para seguir em frente; e para o aluno é ter um processo de avaliação justo e que realmente o ajude a vencer suas limitações. A avaliação pode trazer consequências danosas para a Educação, pois pode aumentar os índices de repetência e de evasão escolar. Desse modo, o processo avaliativo deve ser muito bem pensado, buscando esclarecer sobre o seu papel na instituição de ensino e quais os instrumentos e meios necessário para que ocorra de forma justa, coerente e equilibrada. 4 NIDADE I: CONCEITOS E PROPÓSITOS DA AVALIAÇÃO. 1.1. CONCEITO DE AVALIAÇÃO. O conceito de avaliação sempre remete aos termos: fazer provas, testes, ser ou não aprovado, passar por um exame, fazer um concurso, entre outros. Esta ligação acontece muito no ambiente escolar, consequência de uma visão tradicional do trabalho pedagógico, onde a educação se restringe a passar informações e ao aluno cabe apenas memorizar, tornando-se um mero receptor do conhecimento. Em uma visão pedagógica moderna, dentro da psicologia, a educação é vista como um todo, a partir das várias experiências vivenciadas, baseadas no desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo do aluno. Na sequência dessas experiências, utilizam-se métodos e técnicas para ativar e mobilizar os esquemas mentais operatórios de assimilação. Desta forma, o aluno deixa de ser um simples interlocutor e passa ter um papel expressivo na construção do seu próprio conhecimento. Dentro dessa concepção, em que educar rompe as barreiras de apenas passar o conhecimento, a avaliação torna-se mais abrangente, não se limitando apenas a atribuir uma nota ou um conceito. Amplia-se no sentido de verificar se os objetivos propostos são alcançados pelos alunos durante o processo de ensino- aprendizagem, sendo que estes objetivos referem-se às mudanças e à aquisição de comportamentos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Como o processo de ensino-aprendizagem consiste em realizar estes objetivos, a avaliação paralelamente corre no sentido de verificar se eles são atingidos e se contribuem com o aluno na aquisição do conhecimento. Com esta visão, a avaliação assume um caráter orientador e permite que o aluno tenha ciência das suas dificuldades e dos seus progressos e prossiga no caminho do conhecimento. U 5 A eficiência da avaliação só ocorrerá se houver uma interação entre o educador e o educando, ambos caminhando na mesma direção e com os mesmos propósitos. 1.1.1. Algumas definições de avaliação. Segundo Sarabbi (1971), A avaliação educativa é um processo complexo, começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados, interpretação destes resultados para saber em que medida foram os objetivos alcançados [...] (1971, p. 39). No entender do autor, antes de se elaborar uma avaliação, o professor deve questionar quais são os objetivos dessa avaliação, quais os instrumentos apropriados para elaborá-la, o que ela deve conter, como medir seus resultados e, por fim, verificar se os objetivos foram alcançados. Percebe-se que esse processo é bastante complexo e exige que o professor esteja preparado para conduzi-lo da forma mais eficiente possível. Bloom, Hasting e Madaus (1983), acrescentam que: O crescimento profissional do professor depende de sua habilidade em garantir evidências de avaliação, informações e materiais, a fim de constantemente melhorar seu ensino e a aprendizagem do aluno. Ainda, a avaliação pode servir como meio de controle de qualidade, para assegurar que cada ciclo de ensino-aprendizagem alcance resultados tão bons ou melhores que os anteriores (1983, p.75). Esses autores destacam a responsabilidade do professor em relação aos conhecimentos e preparação necessários para orientar, ensinar e avaliar os alunos dentro da nova visão pedagógica. Além disso, destaca que avaliação é um dos meios de medir a qualidade do conhecimento disponibilizado pelo professor e apreendido pelo aluno, o que permitirá que o aluno progrida de nível no processo ensino-aprendizagem. Thorndike e Hagen (1978) afirmam que: A avaliação, em educação, significa descrever algo em termos de atributos selecionados e julgar o grau de aceitabilidade do que foi descrito. O algo, que deve ser descrito e julgado, pode ser qualquer aspecto educacional, mas é tipicamente: (a) um programa escolar, (b) um procedimento curricular 6 ou (c) o comportamento de um indivíduo ou de um grupo (THORNDIKE & HAGEN, 1978). Na opinião desses autores, a avaliação envolve um tema e a descrição das características do mesmo, dentro de um parâmetro definido e claro do que se deseja e o que é minimamente aceitável em relação ao tema, envolvendo os currículos e os programas de ensino, que diz respeito à escola, e, também, ao comportamento do indivíduo ou do grupo. Complementando essa explicação, Bradfield e Moredock (1963, p. 34) comentam que a “Avaliação significa atribuir um valor a uma dimensão mensurável do comportamento em relação a um padrão de natureza social ou científica”, ou seja, para se medir o comportamento de um indivíduo, deve-se compará-lo com um comportamento adotado pela comunidade onde ele está inserido, considerado pelos sociólogos como padrão. Recorrendo novamente à análise de Bloom et ali (1986, p. 48), verificamos que ele acrescenta que a avaliação “[...] é a coleta sistemática de dados, por meio da qual se determinam as mudanças de comportamento do aluno e em que medida estas mudanças ocorrem”. Percebe, portanto, que se deve determinar o padrão comportamental padrão, verificar o comportamento do indivíduo, compará-lo ao do grupo (padrão), analisar os resultados no tempo, verificar suas mudanças e, por fim, atribuir valor a esse resultado. Nesse contexto, reafirmamos que avaliar é um processo complexo, que segundo Marques (1976, p. 26) é “[...] contínuo, sistemático, compreensivo, comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do aluno”. 1.2. AVALIAÇÃO EDUCACIONAL. Dentro do cenário educacional e em diálogo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (BRASIL/DCN-EB, 2012), observamos que estas apresentam três dimensões de avaliação: a avaliação da aprendizagem, a avaliação institucional e a avaliaçãoexterna, esta vista também como avaliação de redes de escolas ou avaliação em larga escala. 7 A avaliação de aprendizagem é o juízo de valor que se faz a respeito dos dados recolhidos pela verificação realizada a respeito de um determinado fato. Essa avaliação será abordada com maior aprofundamento no capítulo três. A avaliação institucional é realizada a partir da proposta pedagógica da escola, como os planos de trabalho e de ensino. São avaliados sistematicamente, de forma que a instituição possa analisar seus avanços e detectar aspectos que necessitam de reformulação. A avaliação externa de escolas apresenta indicadores comparativos de desempenho que servirão de base para as futuras tomadas de decisão no âmbito escolar e nas esferas do sistema educacional. São exemplos de avaliação externa o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). 1.2.1. O ato de avaliar. Em linha geral, a avaliação coleta e analisa dados para verificar se os objetivos propostos foram alcançados. Dentro do espaço escolar, acontece em vários níveis, sendo os principais o do processo de ensino-aprendizagem, do currículo e o do funcionamento da escola. O aluno quando é avaliado, de certa forma, o professor também o é, pois avaliar o que o aluno aprendeu é avaliar aquilo que o professor conseguiu ensinar. Em face dos avanços e dificuldades dos alunos, por meio da avaliação, o professor tem condições de retomar e redirecionar seu trabalho e contribuir para a melhoria da qualidade da aprendizagem e do ensino. A avaliação apresenta os seguintes princípios básicos: i. É um processo contínuo e sistemático; ii. Tem caráter funcional, pois é realizada em função dos objetivos propostos; iii. Orienta o aluno e indica suas dificuldades e avanços; iv. Orienta o professor, auxiliando-o no planejamento do seu trabalho. v. Tem uma visão integral, não considera o aluno de forma fragmentada. vi. É um conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica. vii. É um elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino. 8 Baseados nesses princípios básicos, os instrumentos de avaliação tendem a se ampliar e diversificar, tendo por objetivo: i. Avaliar conteúdos diferentes; ii. Avaliar o aluno de forma integral; iii. Avaliar diferentes habilidades; iv. Observar a transferência de aprendizagem em diferentes contextos. No Quadro 01 foi exposta a síntese das ideias que sustentam a noção de avaliação. QUADRO 01 - AVALIAÇÃO Conceito Quando ocorre? Finalidade Exigência É um instrumento, um elemento que: -Integra o ensino e a aprendizagem; -Ajusta a orientação pedagógica; -Serve de reflexão para o professor e o aluno; -Auxilia no crescimento pessoal de ambos. -É aplicada durante todo o processo de ensino e aprendizagem. -Considerar as diferentes capacidades; -Analisar diferentes conteúdos; -Verificar a transferência de aprendizagem em contextos diferentes; -Valorizar o aluno de forma integral. -Há exigência de planejamento sustentado por questionamentos do tipo: i. De que forma avaliar? ii. Quais instrumentos serão usados para avaliar? iii. Quais os critérios que serão utilizados? -Deve-se estabelecer critérios que oriente para a observação do que foi ensinado e aprendido; -Tracem diretrizes que considerem: i. O nível de conhecimento dos alunos; ii. As atividades e a programação de ensino e aprendizagem; iii. Reflitam as três dimensões do conteúdo. Fonte: Elaborado pela autora. 1.2.2. Conceito de medir, testar e avaliar. O conceito de avaliar durante algum tempo foi empregado como sinônimo dos termos medir e testar, sendo esse emprego consequência da abordagem pedagógica adotada anteriormente na educação, portanto vista como um canal de transmissão e acumulação de conhecimentos já prontos. Assim, avaliar era confundido com medir, ou seja, media-se o que foi memorizado e retido. 9 No início do século XX, mesmo com o aperfeiçoamento dos instrumentos de medida em educação e, consequentemente, na elaboração e aplicação de testes, o termo medir continuou a ser usado como sinônimo de avaliar. No entanto, diante de novas análises e abordagens, a avaliação vista como medida logo mostrou suas limitações, levando à conclusão que em educação nem todas as suas variáveis podem ser calculadas e medidas e que estes termos possuíam outras conotações. Dentro dessa visão, medir implica em determinar a quantidade, a extensão ou o grau de algo, baseado em um sistema de unidades convencionais como, por exemplo, ocorre em nosso dia a dia ao usamos constantemente unidades de medida (metro, litro, quilo) e unidades de tempo (hora, minutos, segundos, meses, anos). O número é a expressão da medida, daí o seu aspecto objetivo e exato, sendo que a medida sempre se atenta à quantidade do fenômeno a ser descrito. O teste é um instrumento a mais entre as diversas formas de medir dado fenômeno, sendo que na educação, devido à sua objetividade e praticidade, é um dos recursos de medida mais utilizado. O vocábulo testar está diretamente ligado e submetido a uma experiência ou a um teste que visa verificar a desenvoltura de alguma coisa ou de alguém, por meio de situações estabelecidas – os testes. Estes são utilizados em larga escala na educação, porém o educador deve se atentar para o seu uso, pois no cenário escolar nem todos os resultados podem ser medidos e averiguados. Há determinados comportamentos e atitudes que não são quantificados através da escrita. Avaliar é julgar ou fazer uma consideração sobre uma pessoa, grupo, fenômeno ou um objeto de acordo com uma escala de valores previamente definida. Para isso, torna-se necessário coletar dados quantitativos e qualitativos sobre as variáveis mencionadas e fazer a interpretação baseada na escala. É importante que a análise seja feita sob a ótica da avaliação, baseando-se nos resultados obtidos através dos testes e das medidas, pois avaliar envolve todo um processo interpretativo, que faz julgamentos baseados em padrões e medidas (enquanto que atribuir uma nota restringe-se apenas em descrever e mensurar um processo). Para a educação, os termos medir e testar dão ênfase à aquisição de conhecimentos ou habilidades específicas. O termo avaliar é mais abrangente, pois se refere tanto aos conhecimentos adquiridos decorrentes da grade curricular, 10 quanto às habilidades, ao comportamento, ao interesse, aos hábitos de estudo e ao ajustamento pessoal e social do educando. Diante do exposto, verifica-se que esses termos não são sinônimos, mas se complementam devido às suas amplitudes diferenciadas. Para melhor entendimento do assunto, citamos o seguinte exemplo: um professor quer verificar se os alunos estão atingindo os objetivos propostos para determinado componente curricular. Para isso, ele aplica em sua classe um teste de aproveitamento. Esse é um processo de testagem. Após a correção, atribui nota aos alunos, de acordo com o número de respostas certas. Dessa forma, ele está medindo. Mas o professor sabe que as notas isoladas pouco significam. Por isso, ele compara a nota atual de cada aluno com as anteriores. Verifica em que aspectos progrediu e quais as suas dificuldades em relação aos objetivos propostos. Faz um julgamento sobre o rendimento do aluno, considerando–o bom, regular ou insuficiente. Nesse caso, o professor está avaliando. Nesse contexto,observamos que a avaliação faz um julgamento sobre os resultados, comparando o que o aluno alcançou com os objetivos pretendidos, o que é útil para orientar tanto o professor quanto o aluno, pois oferece ao primeiro elementos para que aperfeiçoe seus procedimentos e ao aluno informações para que melhore sua atuação. 1.3. OS PROPÓSITOS DA AVALIAÇÃO. No processo de ensino-aprendizagem, o ato de avaliar é muito significativo e exerce uma forte influência em todo o contexto escolar, familiar e, especialmente, no próprio aluno, verificando o que o professor conseguiu ensinar e o que o aluno conseguiu aprender. Além da verificação da aprendizagem, a avaliação apresenta outros propósitos, sendo os principais: i. Identificar os alunos: no início do ano letivo, o professor deve fazer um levantamento do conhecimento prévio da turma sobre os assuntos que serão trabalhados, o que permitirá a ele analisar o que os alunos já conhecem; depois, deve elaborar o diagnóstico que o ajudar a perceber o que o aluno 11 aprendeu ao longo do período, especificando sua bagagem cognitiva. Ao fazer o nivelamento de conhecimento da turma, o professor amplia seus conhecimento à respeito de cada um deles; ii. Detectar as dificuldades de aprendizagem: através da avaliação o professor detecta as dificuldades que o aluno tem e tenta buscar suas causas, sendo essas dificuldades, normalmente, de natureza cognitiva, porque são originadas no processo ensino-aprendizagem. Com um trabalho pedagógico apropriado, elas podem ser superadas, uma vez que é de estrita competência do professor solucioná-las. O aluno pode apresentar problemas de ordem afetiva e emocional interferindo no seu processo de aprendizagem, os quais são podem ser consequência de conflitos ocorridos em casa, na escola e com os amigos. Cabe ao professor, no contexto escolar, fazer o máximo para amenizar a situação e, se não conseguir, procurar os pais para que encaminhe o filho a um profissional especializado; iii. Verificar se os objetivos propostos foram alcançados: o professor estabelece quais os conteúdos, habilidades e competências que os alunos devem adquirir e desenvolver, assim que iniciar o ano ou a cada novo capítulo, devendo avaliar sempre esses conhecimentos e habilidades durante as atividades. Mediante o resultado deles, professor e aluno saberão o que foi assimilado e o que precisa ser trabalhado. Se toda a turma apresentar um resultado satisfatório, o professor prossegue com o conteúdo curricular, mas se determinados alunos não conseguiram atingir os objetivos propostos, torna-se importante que o professor promova outras situações de aprendizagem para que eles tenham êxito. Nessa perspectiva e forma de avaliar, a avaliação é denominada de formativa; iv. Melhorar o processo de ensino-aprendizagem: os resultados obtidos pelos alunos estão diretamente ligados aos procedimentos utilizados pelo professor e à sua forma de ensinar. Mediante um resultado ruim, em alguma avaliação, é necessário que o professor repense na sua maneira de trabalhar e tente melhorar, pois esse resultado também reflete a forma como o professor trabalha, ou seja, é um meio de avaliar o trabalho realizado pelo professor; v. Promover o aluno: a educação escolar é sustentada por um sistema seriado, onde há a promoção do aluno de uma série, ciclo ou curso para outro 12 conforme seu aproveitamento e avanço, o que deve estar ser feito de acordo com a exigência curricular, sendo que quando tem a finalidade de atribuir uma nota ou um conceito ao aluno é denominada somativa. 13 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE I: 01. A avaliação é ação comum no ambiente escolar, tendo seu conceito evoluído muito nos últimos anos. A diferença entre o conceito tradicional de avaliação e o atual é que: a) No atual, a educação se restringe a passar informações, cabendo ao aluno memorizá-las. b) No atual, a educação se formaliza através de testes e provas, únicos instrumentos disponíveis para medir o conhecimento do aluno. c) No atual, o aluno deixa de ser um simples interlocutor e passa ter um papel expressivo na construção do seu próprio conhecimento. d) Na atual, o aluno torna-se mero receptor do conhecimento. e) Na atual, o professor torna-se autodidata e repassador de informações. 02. Todas as afirmativas abaixo são definições de avaliação, exceto: a) Processo complexo, que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados e a interpretação destes resultados para saber em que medida os objetivos foram alcançados. b) A avaliação, em educação, significa descrever algo em termos de atributos selecionados e julgar o grau de aceitabilidade do que foi descrito. c) Processo contínuo, sistemático, compreensivo, comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do aluno. d) A avaliação pode servir como meio de controle de qualidade, para assegurar que cada ciclo de ensino-aprendizagem alcance resultados tão bons ou melhores que os anteriores. e) Avaliação é a coleta sistemática de dados, por meio da qual se determinam as mudanças de comportamento do aluno e em que medida estas mudanças ocorrem. 03. Em relação às dimensões dadas à avaliação pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, classificando-as em avaliação de aprendizagem, institucional e externa, marque (V) se a afirmativa for verdadeira e (F) se falsa. 14 a) ( ) A avaliação de aprendizagem é o juízo de valor que se faz a respeito dos dados recolhidos pela verificação realizada a respeito de um determinado fato. b) ( ) A avaliação de aprendizagem apresenta indicadores comparativos de desempenho que servirão de base para as futuras tomadas de decisão no âmbito escolar e nas esferas do sistema educacional. c) ( ) A avaliação externa de escolas apresenta indicadores comparativos de desempenho que servirão de base para as futuras tomadas de decisão no âmbito escolar e nas esferas do sistema educacional. d) ( ) A avaliação institucional é feita sistematicamente, de forma que a instituição possa analisar seus avanços e detectar aspectos que necessitam de reformulação. e) ( ) A avaliação de aprendizagem é realizada a partir da proposta pedagógica da escola, tendo como resultado os planos de trabalho e de ensino. 04. Coleta e analisa dados para verificar se os objetivos propostos foram alcançados. Dentro do espaço escolar, acontece em vários níveis, sendo os principais o do processo de ensino-aprendizagem, do currículo e o do funcionamento da escola. Essa descrição diz respeito ao ato de: a) Avaliar. b) Testar. c) Descrever. d) Medir e) Nenhuma as alternativas anteriores. 05. Analise as afirmativas abaixo e classifique-as como verdadeiras ou falsas. I – A avaliação é um processo contínuo e sistemático. V II – O teste orienta o aluno e indica as suas dificuldades e avanços. F III – A medição é um conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica. F IV – A avaliação é um conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica. V 15 V – A medição implica em determinar a quantidade, a extensão ou o grau de algo, baseado em um sistema de unidades convencionais v VI - Testar está diretamente ligado e submetido a uma experiência ou a um teste que visa verificar a desenvoltura de alguma coisa oude alguém, por meio de situações estabelecidas – os testes. v São corretas as opções: a) I, II, III e IV. b) I, II, IV e VI. c) II, IV, V e IV. d) III, IV, V e IV. e) I, IV, V e VI. 06. São princípios da avaliação, exceto. a) Orientar o aluno e indicar suas dificuldades e avanços. b) Basear-se apenas em teste no processo de verificação da performance do aluno. c) Orientar o professor, auxiliando-o no planejamento do seu trabalho. d) Dar uma visão integral sobre o desenvolvimento do aluno, não o considerando de forma fragmentada. e) Ser realizada em função dos objetivos propostos 07. Os instrumentos de avaliação, baseando em seus princípios básicos, tendem a se ampliar e diversificar, tendo por objetivo, exceto: a) Avaliar a formação do professor. b) Avaliar conteúdos diferentes. c) Avaliar o aluno de forma integral. d) Avaliar diferentes habilidades. e) Observar a transferência de aprendizagem em diferentes contextos. 08. As alternativas abaixo explicam porque medir não pode ser usado como sinônimo de avaliar, exceto: a) Medir implica em determinar a quantidade, a extensão ou o grau de algo, baseado em um sistema de unidades convencionais. 16 b) O número é a expressão da medida, daí o seu aspecto objetivo e exato. c) A medida está voltada para mensurar a qualidade e quantidade do fenômeno a ser descrito. d) A medida sempre se atenta à quantidade do fenômeno a ser descrito. e) Em educação nem todas as variáveis podem ser calculadas e medidas. 09. São propósitos da Avaliação, exceto: a) Detectar as dificuldades de aprendizagem. b) Verificar se os objetivos propostos foram alcançados. c) Analisar os conhecimentos que a turma possui sobre o assunto a ser trabalhado e elaborar o diagnóstico a respeito, o que permitirá promover o aluno de acordo com o seu conhecimento. d) Melhorar o processo de ensino-aprendizagem. e) Promover o aluno. 10. Os resultados obtidos pelos alunos estão diretamente ligados aos procedimentos utilizados pelo professor e à sua forma de ensinar. Mediante um resultado ruim, em alguma avaliação, é necessário que o professor repense na sua maneira de trabalhar e tente melhorar, pois esse resultado também reflete a forma como o professor trabalha, ou seja, é um meio de avaliar o trabalho realizado pelo professor. Essa afirmativa diz respeito a: a) Promover o aluno. b) Melhorar o processo de ensino-aprendizagem. c) Verificar se os objetivos propostos foram alcançados. d) Detectar as dificuldades de aprendizagem. e) Identificar os alunos. 17 NIDADE II: PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO. A avaliação é um processo contínuo e inacabado de coleta e análise de dados que acontece nos momentos mais diferentes do trabalho do professor. A verificação e a qualificação dos resultados da aprendizagem no início, durante e no final das unidades didáticas têm como meta apontar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a se dedicarem aos estudos. Antes de iniciar uma unidade didática, o ideal é fazer uma sondagem do conhecimento prévio dos alunos, revisão da matéria anterior, discussões dirigidas, breves dissertações, entre outras atividades. No decorrer do estudo da unidade acompanha-se o rendimento dos alunos por meio de estudo dirigido, trabalho em grupo, exercícios, observação do comportamento e conversas informais, contando também com os instrumentos formais, através de provas dissertativas, provas de múltipla escolha, arguições orais, entre outras. Assim, o processo de avaliação utiliza-se de instrumentos e procedimentos diversificados para levantar dados e analisá-los. 2.1. INSTRUMENTOS INFORMAIS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS. Os instrumentos informais são utilizados para levantar informações sobre o comportamento e as realizações do aluno no ambiente escolar, principalmente em sala de aula. Existem várias técnicas, que são instrumentos simples e de fácil aplicação, que possibilitam observar o comportamento individual e em grupo do aluno. Descreveremos a seguir algumas delas. i. Observação: a ficha individual e a lista de checagem são os registros mais comuns e adequados para a observação do trabalho escolar, sendo que U 18 através deles o professor observa e registra o progresso de cada aluno de forma individual, avalia a capacidade de expressão oral, o relacionamento com os colegas e com o professor, suas atitudes de colaboração e participação, entre outras. Estas questões são importantes e não são avaliadas em provas e testes. ii. Entrevista: a entrevista pode ser realizada informalmente ou de maneira formal, mediante um roteiro ou pauta com registro. Seu principal objetivo é aumentar as informações que o professor tem sobre o aluno, tratar um problema específico detectado nas observações e esclarecer dúvidas em relação a determinados comportamentos do mesmo. iii. Dinâmica: a técnica da dinâmica consiste em dar um tema, objeto, fenômeno ou situação e levar todos os alunos a trabalhar em grupos. A dinâmica deve ser previamente estruturada, com texto e papéis definidos para cada componente do grupo. Os alunos devem se posicionar no grupo, assumir seus lugares, criar situações e se apresentar por meio de dramatizações e jogos. Para um aproveitamento significativo dessas dinâmicas é importante que o professor registre o que elas revelaram a respeito do processo de aprendizagem do aluno. iv. Portfólio: é uma espécie de arquivo de cada aluno, contém informações sobre ele e seus trabalhos. Através dele o professor analisa o crescimento do aluno ao longo do período letivo, fazendo comparações entre os trabalhos iniciais e finais, tendo, assim, uma visão do seu progresso durante aquele período. v. Ficha sintética de dados dos alunos: é um registro individual de forma bem simples, mas que deve conter, no mínimo, o nome dos pais, endereço, telefone de contato, doenças atuais e algumas especificidade física e psicológica do aluno como, por exemplo, alergia a tomate, depressão, entre outras. Essa ficha pode ser feito em um caderno comum e o professor deve mantê-lo sempre consigo, anotando o que julga necessário. A seguir tem-se um exemplo bem simples dessa ficha: 19 ESCOLA: ............................................................................... Ano Letivo...................... SÉRIE: ..................................................... TURNO: ...................................................... Aluno:............................................................................................................................. Data de Nascimento:..................................................................Idade:.......................... Endereço:.....................................................................................Tel:............................ Pai:..............................................................Idade:.............Profissão:............................ Mãe:............................................................Idade:..............Profissão:............................. Como contatar os pais em caso de necessidade (Local de trabalho, telefone de recado, parente): ............................................................................................................ Idade dos irmãos: 1) ............ 2)............. 3)............... 4)............. 5)............. Quais estudam nesta escola: ........................................................................................ Outras observações (como vem e volta da escola, com quemmora, doenças que já teve ou tem etc.) ................................................................................................................... DATA: ENTREVISTAS OU OCORRÊNCIAS: MEDIDA TOMADA: 2.2. INSTRUMENTOS FORMAIS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS. A aplicação de alguns instrumentos formais é feita através da realização de exercícios, provas, testes, dever de casa ou em sala de aula e, também, de relatórios. Os instrumentos formais mais utilizados no processo de ensino e aprendizagem são: 2.2.1. Prova escrita dissertativa. A prova escrita dissertativa é composta por um conjunto de questões ou temas que serão respondidos pelos alunos com suas próprias palavras. As questões devem ser elaboradas com clareza e mencionar a habilidade mental que se deseja que o aluno apresente. Há vários tipos de dissertação, de acordo com a operação cognitiva ou habilidade intelectual que ativam ou mobilizam. O quadro a seguir apresenta vários tipos de questões dissertativas. 20 TIPOS DE QUESTÕES DISSERTATIVAS: Relacionar ou enumerar É uma exposição que exige apenas recordação, sendo uma forma simples de resposta livre. Organizar Também exige a lembrança de fatos, mas de acordo com determinado critério (cronológico, importância crescente, causa e efeito etc.), sendo mais complexo que o anterior. Neste caso, os elementos devem ser dispostos de forma a assumir uma estrutura. Selecionar Supõe uma escolha fundamentada em normas de julgamento ou apreciação. A resposta exige avaliação, mas de natureza simples, de acordo com um critério preestabelecido. Descrever Solicita a exposição das características de um objeto, fato, processo ou fenômeno. Analisar É mais do que uma simples descrição, porque supõe uma análise em que o aluno expõe idéias, questiona, apresenta argumentos a favor e contra e estabelece o relacionamento entre fatos ou idéias. A resposta requer estruturação cuidadosa e propicia diferentes abordagens do problema. Definir Consiste em enunciar os atributos essenciais e específicos de um objeto, fato, processo ou fenômeno, indicando as categorias a que estaria associado. O aluno não deve repetir as definições contidas nos livros-textos, mas usar as próprias palavras. Exemplificar Consiste em confirmar uma regra ou demonstrar uma verdade. A questão exige aplicação do conhecimento aprendido. O aluno deve não apenas apresentar definições e enunciar leis e princípios, mas aplicar o conhecimento, dando uma contribuição pessoal. Explicar Consiste em elucidar a relação entre fatos ou ideias. A ênfase da questão deve recair na relação de causa e efeito. Comparar Consiste em uma análise simultânea de objetos, fatos, processos ou fenômenos, para determinar semelhanças e diferenças e indicar relações. A resposta exige planificação e organização de idéias. O item pode ser enunciado de várias formas, sem necessariamente usar o termo comparar, solicitando a apresentação de vantagens ou desvantagens, semelhanças ou diferenças. Sintetizar Consiste em fazer um resumo, isto é, expor de forma concisa e abreviada uma idéia ou assunto, apresentando seus aspectos essenciais. Esquematizar O esquema ou esboço é uma espécie de síntese, mas exige uma organização do assunto em tópicos e subtópicos, dando ênfase às funções e às relações entre os elementos. 21 Interpretar Consiste em analisar o significado de palavras, textos e idéias ou compreender as intenções de um autor. A influência da memória é praticamente nula, pois a resposta exige basicamente capacidade de compreender e realizar inferências. Criticar Consiste em julgar e supõe análise crítica. O aluno deve avaliar ideias, textos e livros tendo por base padrões ou critérios para proceder a uma análise crítica. Fonte: Adaptado de Heraldo M. Vianna. Testes em educação. 1976, p.85. O professor ao aplicar as questões dissertativas conta com as seguintes vantagens: i. Permite saber se o aluno consegue escrever de forma coesa e coerente; ii. Verificar certas habilidades intelectuais que constituem processos mentais superiores, como, por exemplo, a capacidade reflexiva, a capacidade de aplicar conhecimentos, relacionar fatos e ideias, analisar, sintetizar, fazer inferências e julgar; iii. Dificulta o acerto por casualidade ou adivinhação. Por outro lado, apresenta suas limitações ao exigir do professor mais tempo para corrigi-las, portanto é necessário avaliar de forma criteriosa cada questão porque as respostas dissertativas são livres. No entanto, para elaborar uma avaliação com questões dissertativas, o professor conta com algumas recomendações: i. Elabore a avaliação com antecedência, formule questões que estimulem a capacidade reflexiva do aluno; ii. Seja claro, objetivo e especifique o que deseja como resposta, sendo que os enunciados devem orientar o que o aluno vai fazer. Utilize os seguintes verbos: descreva, compare, explique, exemplifique e sintetize, desta forma o aluno entenderá como deve responder às questões; iii. Elabore a avaliação de acordo com o tempo disponível para a aplicação. A seguir serão dados dois exemplos com tipos de questões dissertativas utilizando para isso o poema Rosa de Hiroshima de Vinícius de Morais. 22 A ROSA DE HIROSHIMA (Vinicius de Moraes) Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas, oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada Questão 01- O poema de Vinícius de Moraes nos remete a que fato histórico? Retire palavras do texto que se relacionam a este acontecimento. Questão 02- Redija um parágrafo, interpretando os quatro últimos versos do poema. O primeiro tipo de questão dissertativa busca relacionar o poema a um fato histórico ocorrido na Segunda Guerra Mundial, quando os aliados jogaram uma bomba nuclear na cidade de Hiroshima – Japão, matando milhares de pessoas e devastando a fauna e flora local. Nesse tipo de questão há a necessidade do aluno ter conhecimento sobre o fato histórico e de recordá-lo para poder responder à questão. No segundo tipo de questão, o aluno terá de analisar o significado das palavras e o que o autor quis dizer através delas. Esse tipo de questão exige que o aluno compreenda o texto e saiba tirar conclusões a respeito dele. 2.2.2. Prova escrita de questões objetivas. Os objetivos desta prova não diferenciam muito dos objetivos da anterior. Em sua elaboração, pede-se ao aluno que escolha uma alternativa como resposta entre algumas outras, sendo utilizada para avaliar os conhecimentos e habilidades adquiridas pelo aluno. Esse tipo possibilita a elaboração de um número de maior de 23 questões e abrange um campo maior da matéria ensinada. Por exigir respostas mais precisas, facilita o controle da visão subjetiva tanto por parte do aluno, quanto do professor. Como esse tipo de questão apresenta apenas uma resposta, facilita o trabalho do professor, porém oferece algumas desvantagens como, por exemplo, a exigência de uma técnica apropriada de elaboração, favorece a improvisação e dá ao aluno a oportunidade de escolha da resposta por palpite. São tipos de questões objetivas: 2.2.2.1. Questões de Verdadeiro ou Falso (V ou F): Nesse tipo o aluno escolhe a respostaentre duas ou mais alternativas. Cada item é uma afirmação que pode estar certa ou errada. Exemplo: Questão 01- Marque V se a afirmativa for verdadeira e F se falsa. a) A obra Memórias Sentimentais de João Miramar, l924, é o primeiro grande romance realista brasileiro. ( ) b) Machado de Assis foi o autor da obra Dom Casmurro. ( ) c) O Futurismo teve como líder Salvador Dali. ( ) d) O início de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, é uma paródia do começo de Iracema, romance indígena de José de Alencar. ( ) 2.2.2.2. Questões de múltipla escolha: Essas questões são compostas de uma pergunta, seguidas de várias alternativas de resposta, sendo que apenas uma delas está correta. Exemplo: QUADRILHA (Carlos Drummond de Andrade) João amava Teresa que amava Raimundo Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili Que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia. Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes Que não tinha entrado para a história. Questão 01 – Assinale o comentário incorreto sobre o poema Quadrilha. 24 a) O título pode ser considerado uma metáfora. b) O texto é uma micronarrativa em versos. c) O encadeamento das personagens sugere o título do poema. d) O conjunto das personagens é marcado pela reciprocidade amorosa. 2.3. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM. A avaliação é um processo contínuo e inacabado da coleta e análise de dados, existindo várias técnicas básicas e uma variedade de instrumentos de avaliação, conforme demonstrado no quadro abaixo: TÉCNICAS: INSTRUMENTOS: OBJETIVOS BÁSICOS: Observação Registro de observação: Fichas. Caderno. Verificar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicossocial do educando, em decorrência das experiências vivenciadas. Autoavaliação Registro da autoavaliação. Aplicação de provas: Arguição. Dissertação. Testagem. Prova oral. Prova escrita. Dissertativa. Objetiva. Determinar o aproveitamento cognitivo do aluno, em decorrência da aprendizagem. Fonte: Adaptado de Heraldo M. Vianna. Testes em educação. 1976, p.92. O professor, ao selecionar os instrumentos de avaliação, deve considerar os seguintes aspectos: i. A quantidade de alunos existentes na turma; ii. O tempo disponível que ele terá; iii. Os procedimentos utilizados no ensino e as situações de aprendizagem; iv. A natureza do componente curricular ou área de estudo. 25 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE II: 01. A avaliação é um processo contínuo e inacabado de coleta e análise de dados que acontece nos momentos mais diferentes do trabalho do professor, tendo por meta: a) Apontar dificuldades. b) Superar dificuldades. c) Corrigir falhas. d) Estimular os alunos a se dedicarem mais aos estudos. e) Todas as alternativas citadas são metas da avaliação. 02. Dentro do conceito de avaliação, antes de iniciarmos uma nova unidade didática, deve-se praticar as ações citadas, exceto: a) Sondar o conhecimento prévio dos alunos. b) Aplicar provas extras para verificar o conhecimento já adquirido. c) Fazer uma revisão da matéria anterior. d) Propor discussões dirigidas para levantar o conhecimento dado. e) Propor breves dissertações sobre o conteúdo já estudado. 03. Marque a primeira coluna de acordo com os conceitos dados na segunda. I – Observação. II – Entrevista. III – Dinâmica. IV – Portfólio. V – Ficha sintética. ( ) É uma espécie de arquivo de cada aluno, contém informações sobre ele e seus trabalhos, permitindo ao professor analisar o crescimento do aluno ao longo do período letivo. ( ) Pode ser realizada informalmente ou de maneira formal, mediante um roteiro ou pauta com registro. ( ) a ficha individual e a lista de checagem são os seus registros mais comuns e adequados, sendo que através deles o professor registra o progresso de cada aluno de forma individual, avalia a capacidade de expressão oral, o relacionamento com os 26 colegas e com o professor, suas atitudes de colaboração e participação, entre outras. ( ) É um registro individual de forma bem simples, mas que deve conter, no mínimo, o nome dos pais, endereço, telefone de contato, doenças atuais e algumas especificidade física e psicológica do aluno. ( ) Técnica que consiste em dar um tema, objeto, fenômeno ou situação e levar todos os alunos a trabalhar em grupos, devendo ser previamente estruturada, com texto e papéis definidos para cada componente do grupo. 04. No decorrer do estudo da unidade acompanha-se o rendimento dos alunos por meio de: a) Estudo dirigido e trabalho em grupo. b) Observação do comportamento e conversas informais. c) Através de provas dissertativas e de múltipla escolha. d) Arguições orais. e) De todas as alternativas citadas. 05. A aplicação de instrumentos formais é feita através da realização: a) Exercícios. b) Provas e testes. c) Dever de casa. d) Entrevistas. e) De relatórios. 06. Complete a frase: Os instrumentos ____________ mais utilizados no processo de ensino e aprendizagem são a prova escrita _______________ e a prova escrita de questões ______________. Marque a opção correta. a) Formais, dissertativa, objetivas. b) Formais, oral, objetivas. c) Informais, oral, objetivas. d) Formais, dissertativa, subjetiva. e) Informais, dissertativa, subjetiva. 27 07. Analise as afirmativas sobre os tipos de questões dissertativas. I – Questões de relacionar ou enumerar exige apenas recordação, sendo uma forma simples de resposta livre. II – Questões de descrever solicitam a exposição das características de um objeto, fato, processo ou fenômeno. III – Questões de definir consistem em enunciar os atributos essenciais e específicos de um objeto, fato, processo ou fenômeno, indicando as categorias a que estaria associado. IV – Nas questões de organizar, o aluno não deve repetir as definições contidas nos livros- textos, mas usar as próprias palavras. V – Nas questões de sintetizar, o aluno expõe ideias, questiona, apresenta argumentos a favor e contra e estabelece o relacionamento entre fatos ou ideias. VI - As questões de interpretar consistem em analisar o significado de palavras, textos e ideias ou compreender as intenções de um autor. São corretas as questões: a) I, II, III e V. b) I, II, III e VI. c) II, IV, V e VI. d) III, IV, V e VI. e) II, III, IV e V. 08. O professor ao aplicar as questões dissertativas conta com as seguintes vantagens, exceto: a) Permite saber se o aluno consegue escrever de forma coesa e coerente. b) Verificar certas habilidades intelectuais que constituem processos mentais superiores. c) É, com certeza e por unanimidade, a melhor forma que o professor possui para verificar os conhecimentos que o aluno possui. d) Verifica se o aluno possui capacidade reflexiva, a capacidade de aplicar conhecimentos, relacionar fatos e ideias, analisar, sintetizar, fazer inferências e julgar. e) Dificulta o acerto por casualidade ou adivinhação. 09. A prova escrita de questões ______________ apresenta apenas uma _______________, facilita o trabalho do professor, porém oferece algumas 28 _________________ como, por exemplo, a exigência de uma ________________ apropriada de elaboração, favorece a ________________ e dá ao aluno a oportunidade de escolhada resposta por ____________. a) Objetivas, questão, vantagens, técnica, imprecaução, escrito. b) Subjetivas, questão, desvantagens, método, imprecaução, palpite. c) Subjetivas, resposta, vantagens, método, imprecaução, escrito. d) Objetivas, resposta, desvantagens, técnica, improvisação, palpite. e) Objetivas, resposta, vantagens, técnica, improvisação, escrito. 10. O professor, ao selecionar os instrumentos de avaliação, deve considerar os seguintes aspectos: a) A quantidade de alunos existentes na turma. b) O tempo disponível que ele terá para corrigir a avaliação. c) O tempo disponível que ele terá para preparar a prova. d) Os procedimentos utilizados no ensino e as situações de aprendizagem. e) A natureza do componente curricular ou área de estudo. 29 NIDADE III: VERIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM. A avaliação da aprendizagem expõe um aspecto fundamental do processo educacional e merece toda atenção por parte do professor e da instituição, pois é o processo educativo que se explicita através do planejamento, execução e avaliação. O educando ao ser avaliado pelo seu desempenho torna-se consciente do seu aproveitamento nos estudos, em relação às suas próprias possibilidades e em relação ao grupo a que ele pertence. Portanto, a avaliação deve levar em consideração todos os aspectos do educando, suas reais possibilidades e toda a sua produção escolar traduzida em tarefas, pesquisas, trabalhos individuais, trabalhos em grupo, prova de verificação, entre outros. É bom ressaltar que há uma grande confusão entre os termos verificação e avaliação. Os dois representam as duas faces de um mesmo processo. O certo seria realizar primeiro a verificação e depois a avaliação, uma vez que esta terá efeito com base na primeira. Dessa forma, verificar consiste em constatar e recolher dados referentes a um determinado fato, no entanto, nem toda verificação é verificação de aprendizagem. Já a avaliação é o juízo de valor que se faz a respeito dos dados recolhidos pela verificação a respeito de um determinado fato. Assim, também a avaliação de aprendizagem é também um tipo de avaliação, dentre tantas outras. 3.1. VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM. A verificação é um fator indispensável para que o educando seja avaliado, pois é um processo de constatação e de contagem, que fornece dados referentes ao educando e que contribuem para sua efetiva aprendizagem. A verificação é U 30 classificada em informativa, de continuidade, a propriamente dita e a de acompanhamento. 3.1.1. Verificação informativa. A verificação informativa recolhe dados sobre a realidade do educando e de suas possibilidades de aprendizagem, levantadas através da: i. Verificação de diagnóstico: procura recolher dados a respeito da realidade presente do educando; ii. Verificação de prognóstico: procura recolher dados referentes às possibilidades de exercício de determinados tipos de comportamento; iii. Verificação de dificuldades específicas: procura recolher dados a respeito de dificuldades específicas de comportamento que o educando possa apresentar. 3.1.2. Verificação de continuidade. A verificação de continuidade acontece ao longo de processo educativo e em todas as situações oportunas e possíveis, devendo ser constante no processo de ensino, no estudo de um tema ou unidade ou na execução de uma tarefa. 3.1.3. Verificação propriamente dita. A verificação propriamente dita busca recolher dados finais do processo de ensino referentes a uma ou mais unidades. 3.1.4. Verificação de acompanhamento. A verificação de acompanhamento se refere ao recolhimento de dados referentes à atuação do educando após o término de um curso, quando já esteja em plena aplicação prática, seja no setor profissional ou no social, das formas de comportamento aprendidas na escola. Conforme pode ser percebido na classificação acima, a verificação da aprendizagem tem momentos apropriados para fornecer dados para a avaliação, os quais devem ser levados em consideração durante todo o processo de ensino- aprendizagem (através da verificação de continuidade) e no final de cada etapa do 31 mesmo (através do estudo de uma unidade apresentada na forma de uma avaliação propriamente dita). Além disso, a verificação conta como uma série de recursos, sendo os principais: i. Testes de aptidão; ii. Testes vocacionais; iii. Testes de maturidade; iv. Entrevistas; v. Observações do comportamento do educando, capazes de fornecer amostras significativas, recolhidas através de trabalho escolar de forma individual ou em grupo; informações obtidas junto à família, colegas e outras pessoas, no exercício de uma profissão ou na vida social; vi. Questões objetivas padronizadas ou não, elaboradas de várias formas; vii. Redações com base em temas livremente tratados ou delimitados; viii. Arguição de uma forma rígida, no padrão de perguntas e respostas sem possibilidade de retificação, ou de forma mais flexível, através de diálogo, com possibilidades de retificações; ix. Situações-problema em que o educando as solucione de forma intelectual; x. Execução de tarefas que exijam habilidades técnicas, aplicação de conhecimentos teóricos e criatividade. 3.2. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM. A avaliação da aprendizagem, conforme a Lei nº 9.394/96 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), pode ser adotada com vistas à promoção, aceleração de estudos e classificação do aluno, devendo ser desenvolvida pela escola e refletir a proposta expressa em seu projeto político-pedagógico. Portanto, deve assumir um caráter educativo que viabilize ao educando a condição de analisar seu percurso nos estudos e ao educador e à escola identificar dificuldades e potencialidades individuais e coletivas. É importante observar que a avaliação de aprendizagem fornece ao professor os dados necessários para saber se deve prosseguir na execução de um 32 planejamento do ensino ou se deve reformular os conteúdo e planos de ação, pois conforme já citado, essa avaliação é um processo que compreende a avaliação propriamente dita, autoavaliação, avaliação de pré-requisitos, avaliação de continuidade e avaliação de acompanhamento. Dessa forma, atribui valores aos resultados da verificação da aprendizagem, em consonância com outros dados referentes à personalidade, aptidões, condições de vida, entre outras variáveis, do educando, tendo um caráter qualitativo. Com maior precisão, essa avaliação identifica, mensura e interpreta as mudanças ocorridas no comportamento dos alunos ou no resultado de suas atividades decorrentes do processo de aprendizagem. Essa avaliação tem um caráter contínuo, que deve ser aplicado durante o tempo em que efetue o ensino, com a finalidade de melhorar o processo de ensino- aprendizagem. Porém, em uma sociedade como a brasileira, permeada por valores privados, de sucesso individual, de mercado, de lucro e de competividade, os instrumentos de medição de aprendizagem reforçam uma cultura de avaliação que visa mais a premiar e punir, intensificar processos de individualização e competição, favorecendo a lógica da meritocracia e responsabilização individual, tanto da competência quanto da empregabilidade, dificultando a organização dos agentes escolares a partir de princípios democráticos e coletivos (Silva, 2014). Em termos educacionais, a avaliação é um ato social, carregado de valores, não é uma atividade isolada e como tal, é parte integrante dos processosde ensino aprendizagem, com funções diagnóstica, formativa e somativa. Dessa forma, é necessária para todos os setores e órgãos constituintes de uma escola que sustentam o processo de ensino. Medidas de ajuste e melhoria da ação da escola acontecem com base nos resultados oferecidos pela avaliação, cuja finalidade é tornar o ensino mais adequado aos alunos. Para atender ao descrito acima, a avaliação de aprendizagem passa por cinco fases necessárias e distintas, que são: i. A determinação do que se pretende avaliar, indicado pelos objetivos; ii. A indicação das circunstâncias que permitem ao educando revelar se alcançou ou não os objetivos; iii. O estabelecimento de um padrão de avaliação; iv. O recolhimento de dados; 33 v. O pronunciamento avaliativo. Através dessa avaliação é possível identificar se a aprendizagem está ocorrendo ou não conforme o desejado. Caso seja negativa a reposta, dados oferecidos por ela permitirão saber se o fato se deve: i. À inadequação dos objetivos; ii. Às deficiências individuais relacionadas com as aptidões necessárias; iii. Às deficiências individuais relacionadas com pré- requisitos de aprendizagem; iv. Às dificuldades específicas individuais que possam ou não ser superadas; v. À inadequação de orientação do processo ensino-aprendizagem. Em suma, a avaliação apresenta dados que possibilitam aos docentes e à escola reajustar, se necessário, seu processo de ensino-aprendizagem, para que o mesmo se torne útil e eficaz para o educando. Nesse contexto, a avaliação de aprendizagem assume uma série de modalidades, acompanhando mais ou menos, o mesmo quadro da Verificação de Aprendizagem. Assim, ela pode ser classificada em: informativa, de continuidade, de acompanhamento e de verificação propriamente dita. 3.2.1. Avaliação informativa. A avaliação informativa apresenta a realidade do educando de forma geral, para melhor conhecê-lo e melhor orientar a aprendizagem do mesmo. Pode desdobrar-se em avaliação de diagnóstico e de prognóstico. 3.2.2. Avaliação de continuidade. A avaliação de continuidade é uma avaliação constante que o professor deve ter como prática durante o estudo de um tema ou unidade, de maneira a atender imediatamente às deficiências que o educando apresentar. Este tipo de avaliação é uma das maneiras mais eficientes de recuperar o educando, antes que suas deficiências se tornem sufocantes. Deveria ser uma atitude sacerdotal por parte do educador, pois assim orientaria o ensino, verificaria, avaliaria e, se necessário, providenciaria a retificação ou a recuperação imediata. Desta forma, avaliação de continuidade presta-se de forma eficaz para orientar a aprendizagem, contribuindo para a melhoria e o reajuste do processo de ensino, com base nas informações que a mesma pode oferecer se levada a efeito de 34 maneira continuada durante as aulas ou estudos em geral, o que permitiria que os erros ou deficiências fossem sanados tão logo detectados. Levando em consideração tudo que foi explicitado nesse item e nos anteriores, podemos considerar que o processo de ensino deve ter como fio condutor a seguinte trilogia, executada simultaneamente: ensinar; verificar e avaliar; e retificar, quando necessário. 35 TESTE DE CONHECIMENTOS – UNIDADE III. 01. Em relação às afirmativas abaixo, marque V se for verdadeira e F se falsa. a) ( ) A avaliação da aprendizagem expõe um aspecto fundamental do processo educacional e merece toda atenção por parte do professor e da instituição. b) ( ) A avaliação do aluno é composta unicamente por prova escrita, dissertativa e objetiva, e prova oral. c) ( ) O processo educativo da escola se torna claro através do planejamento, execução e avaliação. d) ( ) O educando ao ser avaliado pelo seu desempenho, torna-se consciente do seu aproveitamento nos estudos, em relação às suas próprias possibilidades e em relação ao grupo a que ele pertence. e) ( ) A avaliação deve levar em consideração todos os aspectos do educando, suas reais possibilidades e toda a sua produção escolar. 02. Em relação aos termos verificação e avaliação, marque a opção errada: a) Não há diferenças acentuadas entre os termos verificação e avaliação, pois as duas são faces de um mesmo processo. b) O correto seria realizar primeiro a verificação e depois a avaliação, uma vez que esta terá efeito com base na primeira. c) A verificação consiste em constatar e recolher dados referentes a um determinado fato, mas nem toda verificação é de aprendizagem. d) A avaliação é o juízo de valor que se faz a respeito dos dados recolhidos pela verificação a respeito de um determinado fato. e) A avaliação de aprendizagem é um tipo de avaliação, pois nem toda avaliação é de aprendizagem. 03. A verificação é um fator indispensável para que o aluno seja avaliado, pois é um processo de constatação e de contagem, que fornece dados referentes ao educando e que contribuem para sua efetiva aprendizagem. A verificação é classificada nas citadas abaixo, exceto: a) De continuidade. b) Informativa. 36 c) Corretiva. d) A propriamente dita. e) De acompanhamento. 04. Marque a segunda coluna de acordo com as alternativas dadas na primeira: I - Verificação informativa. II - Verificação de continuidade. III – Verificação propriamente dita. IV - Verificação de acompanhamento. a) ( ) Acontece ao longo de processo educativo e em todas as situações oportunas e possíveis, devendo ser constante no processo de ensino, no estudo de um tema ou unidade ou na execução de uma tarefa. b) ( ) Busca recolher dados finais do processo de ensino referentes a uma ou mais unidades. c) ( ) Recolhe dados sobre a realidade do educando e de suas possibilidades de aprendizagem. d) ( ) Trata-se do recolhimento de dados referentes à atuação do educando após o término de um curso, quando já esteja em plena aplicação prática, seja no setor profissional ou no social, das formas de comportamento aprendidas na escola. e) ( ) Levanta dados sobre o aluno através da verificação diagnóstica, prognóstica e de dificuldades específicas. 05. A verificação de aprendizagem pode ser realizada através das verificações informativa, de continuidade, a propriamente dita e a de acompanhamento. Além disso, possui os vários recursos citados abaixo, exceto: a) Testes de maturidade. b) Observações do comportamento do educando, dados que só podem obtidos no ambiente escolar. c) Entrevistas. d) Redações com base em temas livremente tratados ou delimitados. e) Execução de tarefas que exijam habilidades técnicas, aplicação de conhecimentos teóricos e criatividade. 37 06. Conforme a Lei nº 9.394/96 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a avaliação da aprendizagem permite: a) Viabiliza ao educando a condição de analisar seu percurso nos estudos e ao educador e à escola identificar dificuldades e potencialidades individuais e coletivas. b) Fornece ao professor os dados necessários para saber se deve continuar na execução do planejamento do ensino ou se deve reformular os conteúdo e planos de ação. c) Atribui valores aos resultados da verificação da aprendizagem, em consonância com dados referentes à personalidade, aptidões, condições de vida, entre outras variáveis sobre o educando. d) Identifica, mensura e interpreta as mudanças ocorridas no comportamento dos alunos ou no resultado de suas atividades decorrentesdo processo de aprendizagem. e) Todas as alternativas acima estão corretas. 07. Complete as lacunas existentes na análise sobre avaliação de aprendizado elaborada por Silva (2014): A avaliação de _____________tem um caráter _______________, que deve ser aplicado durante o tempo em que efetue o ensino, com a finalidade de melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Porém, em uma sociedade como a brasileira, permeada por valores ___________, de sucesso individual, de mercado, de lucro e de competividade, os instrumentos de __________________ de aprendizagem reforçam uma cultura de avaliação que visa mais a __________ e a _________________, intensificar processos de individualização e competição, favorecendo a lógica da meritocracia e responsabilização individual, tanto da competência quanto da empregabilidade, dificultando a _______________ dos agentes escolares a partir de princípios democráticos e coletivos (Silva, 2014). a) Aprendizagem, contínuo, públicos, mediação, punir, condenar, organização. b) Aprendizagem, diferenciado, privados, medição, premiar, punir, organização. c) Avaliação, diferenciado, públicos, mediação, premiar, condenar, estruturação. d) Aprendizagem, contínuo, privados, medição, premiar, punir, organização. 38 e) Avaliação, contínuo, privado, avaliação, punir, premiar, estruturação. 08. Através da avaliação é possível identificar se a aprendizagem está ocorrendo ou não conforme o desejado. Caso não esteja, os seguintes fatos oferecidos por ela permitirão saber a origem do problema, exceto: a) O estabelecimento de objetivos que se demonstraram inadequados. b) A elaboração da avaliação em conformidade com o plano de ensino. c) As falta de aptidão do aluno provocando deficiências na aprendizagem. d) As dificuldades específicas do educando que podem ou não ser superadas. e) As orientações dadas sobre o processo ensino-aprendizagem são inadequadas. 09. A avaliação de aprendizagem assume uma série de modalidades (similares as da Verificação de Aprendizagem) podendo ser classificada em: a) Informativa. b) De continuidade. c) De acompanhamento. d) De verificação propriamente dita. e) Todas as alternativas são classificações da avaliação de aprendizagem. 10. Dentre as afirmativas abaixo, marque a que não é uma característica da avaliação de continuidade. a) É uma avaliação constante que o professor deve ter como prática durante o estudo de um tema ou unidade. b) É uma das maneiras mais eficientes de recuperar o educando, antes que suas deficiências se tornem sufocantes. c) Sua realização permite que o educador oriente o aluno, verifique o aprendizado, avalie o conhecimento apreendido e, se necessário, providencie a recuperação imediata. d) É uma avaliação periódica que o professor realiza ao final do semestre ou período letivo. e) Presta-se de forma eficaz para orientar a aprendizagem, contribuindo para a melhoria e o reajuste do processo de ensino. 39 NIDADE IV: AVALIAÇÃO EDUCACIONAL ESCOLAR E PRÁTICA ESCOLAR. A avaliação é um ato diário do professor que acompanha o processo de ensino e aprendizagem, sendo através dela que se faz uma comparação entre os resultados obtidos e os objetivos propostos, verificando se houve sucesso ou fracasso. Dessa forma, a avaliação é instrumento que permite a reflexão sobre a qualidade do trabalho escolar, tanto por parte do professor quanto do aluno. A avaliação não se restringe à aplicação de provas e à atribuição de notas, pois esse sistema permite também a apresentação de dados que serão submetidos a uma verificação qualitativa, rompendo as barreiras do processo ensino- aprendizagem tradicional. Na visão atual, a avaliação tem funções pedagógicas e didáticas, disponibilizando instrumentos e técnicas para verificar o rendimento escolar. 4.1. O CONCEITO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR. Conforme Feuerstein (1986), a avaliação é uma maneira de tentar conhecer com mais clareza o que estamos fazendo, o que mais precisamos fazer e qual é a melhor forma de fazê-lo para que nossos objetivos possam ser atingidos. Através da apreciação de provas, trabalhos individuais e em grupo ou da execução de tarefas, o professor terá condições de observar se os objetivos propostos foram alcançados e, em face desses dados, tomar suas decisões. Desta forma, a avaliação escolar pode ser definida como um elemento do processo ensino-aprendizagem que almeja, através dos resultados obtidos, apontar a correspondência entre eles e os objetivos desejados e, também, direcionar as U 40 próximas atividades. No decorrer do processo de ensino, a avaliação se dispõe às seguintes tarefas: i. Verificação: buscar dados sobre o rendimento dos alunos, obtidos através de provas, trabalhos, exercícios em sala ou para casa, bem como em observações e entrevistas; ii. Qualificação: comparar os resultados com os objetivos e atribuir notas ou conceitos; iii. Apreciação qualitativa: avaliar os resultados, referindo-os a padrões de desempenho esperados. Para realizar as tarefas citadas, a avaliação escolar deve desempenhar, no mínimo, três funções, a pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle. 4.2. A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR. A avaliação na prática escolar tem recebido várias críticas por, às vezes, reduzir-se à função controle, a qual classifica o aluno mediante a nota que obteve nas provas. Os professores, normalmente, não conseguem usar os procedimentos de avaliação que fazem o levantamento de dados através de exames, trabalhos, entre outras atividades avaliativas para que possa atender adequadamente a função educativa. Têm-se observado alguns equívocos na prática escolar em relação aos objetivos, às funções e ao papel da avaliação na melhoria das atividades escolares e educativas, sendo citados como os principais os seguintes: i. O primeiro equívoco observado é o fato de a avaliação ser usada apenas com as funções de aplicar provas, atribuir notas e classificar o aluno. O papel da prova/teste é reduzido a cobrar o que o aluno memorizou e a usar a nota de forma autoritária. Desta forma, o princípio básico da avalição que é educativo perde para o classificatório, desprezando os fatores que envolvem o ensino, os objetivos desejados, a condição social dos alunos, técnicas e instrumentos do professor. ii. O segundo equívoco é usar a avaliação como um troféu, situação onde os bons alunos serão recompensados e os de comportamento indisciplinado e 41 os desinteressados serão penalizados, sendo que as notas se transformam em prêmios para uns ou em meio de tortura para outros. A preocupação excessiva do professor por uma nota máxima o distancia da sua principal função que é apresentar condições e criar situações para que os alunos se sintam motivados e não temidos. Quando age preocupado só com notas, utiliza de forma negativa as avaliações, levando o aluno a se dedicar aos estudos, não pelos conhecimentos, mas por se sentirem ameaçados por uma prova. iii. O terceiro equívoco é o excesso de confiança por parte dos professores em suas observações, dispensando outras verificações durante as aulas. Devido a esse comportamento, os alunos saem prejudicados, pois logo nos primeiros meses, o professor já estabelece quem será aprovado e quem será reprovado. iv. O quarto equívoco detectado é a rejeição por parte dos professores das medidas quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos, pois acreditam que as avaliações de escolaridade prejudicam o desenvolvimento autônomo dos potenciais
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