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ANDERSON LOTH REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS BLUMENAU/SC 2006 RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br ANDERSON LOTH REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS Relatório de Estágio Supervisionado II, apresentado como requisito parcial para conclusão do Curso de Administração Geral de Empresas do instituto Blumenauense de Ensino Superior – IBES. Orientador: Prof. Norberto Tamborlin. BLUMENAU 2006 RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br ANDERSON LOTH REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS Relatório II aprovado para obtenção do grau de Administrador de Empresas do Curso de Administração – IBES, pela branca examinadora formada por: _________________________________________________ Presidente: Prof. Norberto Tamborlin _________________________________________________ Membro: Irzo A. Beckedorff _________________________________________________ Membro: Rosemari Glatz Frainer _________________________________________________ Coord. Estágios: Profª Fani Lúcia Martendal Eberthardt, Msc Blumenau, 30 de junho de 2006 RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br Dedico este trabalho à minha família pelo seu apoio e também à Maristela por compreender os tantos momentos de minha ausência. RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br Agradeço a todos os colaboradores da Plaslar envolvidos direta e indiretamente com o trabalho por terem contribuído de forma positiva para a sua conclusão. Agradeço aos meus amigos de turma pelo constante senso de humor, mesmo nos momentos de dificuldade e estresse elevado. Agradeço ao professor e orientador Norberto por ter aceitado a orientação deste trabalho e por ter transformado cada reunião em uma nova injeção de ânimo e motivação. RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br RESUMO Atualmente algumas empresas deparam-se com problemas no que tange a não conformidade em seus processos produtivos, gerados principalmente por fatores relacionados com qualidade da principal por fatores relacionados com qualidade da matéria prima, métodos de operação e controle de alguns processos. A não conformidade de um processo geralmente dá origem a uma série de fatores como baixos índices de produtividade, aumento no volume de refugos e seus custos em retrabalho, e redução da qualidade do produto. Para minimizar os efeitos causados por estes fatores para a empresa, foram realizada uma série de ações conjuntas que atingiram desde os fornecedores até algumas reformulações nos métodos de trabalho (passando pelos colocadores internos até os fornecedores) com a adoção de um novo mecanismo que visa a identificar a falha no momento em que ela acontece. Com o resultado das ações realizadas obtiveram-se boas melhorias nos índices de produtividade (9,24%), redução do volume de retrabalho e dos seus respectivos custos (31,4%) e da qualidade estética do produto onde foi adotado um novo limite de tolerância (de 5,4% para 2,0%) para a deformidade lateral da sacola (uma melhoria de 63%). Palavras chave: falhas, refugos, custos, qualidade e produtividade. RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Detalhe da Sobra de Produção ............................................................. 44 Figura 2 - Aglutinação. .......................................................................................... 46 Figura 3 – Detalhe Cabeçote da Estrusora de Reciclagem.................................... 47 Figura 4 – Estoque de Matéria - Prima pronta........................................................ 48 Figura 5 – Deformidade na lateral da sacola.......................................................... 51 Figura 6 – Estoque de matéria – prima para reciclagem........................................ 54 Figura 7 – Sugestão aos fornecedores .................................................................. 55 Figura 8 – Detalhe do filtro sujo.............................................................................. 57 Figura 9 - Novo limite de tolerância........................................................................ 58 Figura 10 - Comparação entre o novo limite e o antigo.......................................... 62 RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Relação dos refugos e tamanhos de sacolas. ..................................... 45 Gráfico 2 – Porcentagem dos custos por tipo de apara. ........................................ 48 Gráfico 3 - Valores em R$ dos custos por tipo de apara. ....................................... 49 Gráfico 4 -Comparativo entre os refugos gerados antes e depois da implantação.59 Gráfico 5 -Comparativo entre os índices de produtividade..................................... 60 Gráfico 6 -Comparação entre os custos de reciclagem das aparas. ...................... 61 RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br SUMÁRIO 1 Introdução ........................................................................................................... 10 2 Delimitação do Problema .................................................................................... 12 2.1 Questão do Problema ...................................................................................... 12 2.2 Pressupostos.................................................................................................... 12 2.3 Objetivos .......................................................................................................... 13 2.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 13 2.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 13 3 Redução do Índice de Falhas.............................................................................. 14 3.1 Produção .......................................................................................................... 14 3.2 Automação ....................................................................................................... 14 3.2.1 Benefícios com a Automação........................................................................ 15 3.2.2 Jidôka (autonomação) ................................................................................... 16 3.2.3 Poka-yoke .....................................................................................................17 3.3 Processo .......................................................................................................... 18 3.3.1 Capacidade do Processo .............................................................................. 19 3.3.2 Como Avaliar um Processo? ......................................................................... 20 3.3.3 Controle de Processos .................................................................................. 20 3.3.4 Ciclo PDCA para Controle de Processos ...................................................... 21 3.3.5 Produtividade do processo ............................................................................ 22 3.4 Medidas e Melhorias de Desempenho ............................................................. 22 3.5 Qualidade ......................................................................................................... 25 3.5.1 Definição de Conformidade ........................................................................... 25 3.5.2 Definição da Análise de Pareto ..................................................................... 26 3.5.3 Unidades de Medidas para Deficiências ....................................................... 27 3.5.4 Custo da Má Qualidade................................................................................. 28 3.5.5 Exposição à Falibilidade Humana ................................................................. 28 3.5.6 QUATORZE PRINCÍPIOS DE DEMING........................................................ 29 3.6 Planejamento e Controle da Produção............................................................. 30 3.6.1 Objetivos do Planejamento e Controle da Capacidade ................................. 31 3.7 Conformidade................................................................................................... 32 3.8 Eliminação de Desperdícios ............................................................................. 34 3.8.1 Tratamento Contábil dos Refugos................................................................. 35 3.9 Gestão de pessoas ......................................................................................... 36 3.9.1 Treinar ........................................................................................................... 36 3.9.2 Gerir pessoas mediante os avanços tecnológicos ........................................ 37 3.9.3 Gerir pessoas para aumentar produtividade ................................................. 38 3.9.4 Educação para a qualidade........................................................................... 39 4 Procedimentos Metodológicos ............................................................................ 40 4.1 Modalidade de Pesquisa .................................................................................. 40 4.2 Campo de Observação..................................................................................... 41 4.3 Instrumento de Coleta de Dados...................................................................... 41 4.4 Critérios para Análise dos Dados ..................................................................... 42 4.5 Descrição das Etapas de Investigação: ........................................................... 42 5 Apresentação e Interpretação dos Dados ........................................................... 43 5.1 Situação Atual .................................................................................................. 43 5.1.1 Custos do processo....................................................................................... 46 5.1.2 Produtividade do processo ............................................................................ 49 RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 5.1.3 Qualidade do produto.................................................................................... 50 5.2 Ações realizadas .............................................................................................. 51 5.2.1 Dispositivo ..................................................................................................... 52 5.2.2 Na qualificação dos fornecedores ................................................................. 53 5.2.3 Treinamento e conscientização para os operadores do processo produtivo. 55 5.2.4 Mudanças no processo de reciclagem .......................................................... 56 5.2.5 Adoção de novos limites aceitáveis para as possíveis irregularidades no produto final............................................................................................................ 57 5.3 Situação proposta ............................................................................................ 58 5.3.1 Redução do volume de retrabalho ................................................................ 58 5.3.2 Aumento de produtividade............................................................................. 59 5.3.3 Redução dos custos...................................................................................... 60 5.3.4 Em relação a qualidade estética da sacola ................................................... 61 5.4 Investimento do projeto .................................................................................... 62 6 Considerações Finais.......................................................................................... 64 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 66 APENDICE A ..........................................................................................................66 APENDICE B ......................................................................................................................67 APENDICE C ......................................................................................................................68 RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 10 1 Introdução As organizações atuais estão inseridas em um ambiente econômico cada vez mais competitivo, onde grandes negócios muitas vezes são decididos na diferença de centavos entre uma empresa e outra. Surgindo então, a crescente necessidade de reduzir os custos de produção e de melhor aproveitar os insumos, que ao passar dos anos tornaram-se cada vez mais escassos, como também, de atingir melhorias de qualidade e produtividade, sem que isto necessite de grandes investimentos para que isso aconteça. Em vista a isto, o trabalho teve por objetivo provocar algumas melhorias no setor de extrusão de plásticos reciclados da Plaslar Indústria de Plásticos Ltda, no qual relaciona-se ao volume de refugos. A Plaslar é uma empresa fundada em fevereiro de 2001, onde na ocasião era de sua competência apenas a produção de granulado de polietileno reciclado, através da transformação e beneficiamento de sucatas plásticas industriais e também um pequeno volume originado de coleta seletiva, e então, vender o produto às indústrias de filme plástico de Blumenau e região. Em meados do ano de 2004, a Plaslar recebeu uma proposta de sociedade para produção de sacolas plásticas recicladas. Aderindo a idéia, a produção de sacolas se iniciou em setembro de 2004, contando com uma linha de produção composta apenas por uma extrusora e uma sacoleira, e ainda continuando comsua produção de granulado reciclado. Ao passar dos meses, a produção de sacolas chegou a aproximadamente 15000 kg/ mês, e as máquinas operavam de forma satisfatória por 19,5 h/ dia. Embora a produção estivesse boa, notava-se um grande e indesejável volume mensal de refugos originados no processo. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 11 Em razão desta problemática, viu-se a necessidade de realizar algumas ações para que o volume de refugos fosse reduzido, mesmo que a produção continuasse igual. Como ações para atingir melhorias, foram feitos: a instalação de um verificador eletrônico da largura do filme na extrusora, a conscientização dos fornecedores, o treinamento e conscientização dos operadores do processo, o aumento do número de filtros na extrusora de reciclagem e também a adoção de um novo limite para a deformidade da sacola. Após um período em que a empresa inseriu e adaptou-se a essas mudanças, passou-se a analisar os dados obtidos e chegou-se aos resultados apresentados neste trabalho. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 12 2 Delimitação do Problema O problema consiste em administrar de forma eficiente as falhas na produção de filmes plásticos reciclados no processo de extrusão. A questão abrange uma série de fatores a serem estudados e melhorados, que vão da qualidade da matéria-prima, até o próprio método de reciclagem. A forma como se processa os materiais e se operam as máquinas, da margem ao surgimento de algumas possíveis falhas no filme plástico. 2.1 Questão do Problema Em função de apresentação do tema, e da delimitação do problema, levantamos a seguinte questão problema norteadora desta pesquisa. Um sistema de medição automatizado minimizaria o índice de falhas no processo de extrusão de filmes plásticos reciclados? 2.2 Pressupostos Pressupõe-se que com a implantação de um sistema de automação que verifique de forma constante a largura do filme extrusado no cilindro superior da extrusora ocorra à diminuição em aproximadamente 40% no índice de não conformidade do filme. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 13 2.3 Objetivos 2.3.1 Objetivo Geral Implantar um sistema de medição automático para reduzir o volume de falhas no processo de extrusão de filmes através de um sistema automatizado de controle. 2.3.2 Objetivos Específicos - Reduzir volume de refugo; - Aumentar produtividade; - Reduzir Custos; - Definir limites aceitáveis para eventuais falhas; - Diminuir índice de não conformidade; - Aumentar qualidade do produto final; - Enfatizar a importância do controle periódico do processo de produção. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 14 3 Redução do Índice de Falhas 3.1 Produção Produção, segundo Ballestero-Alvrez (2001, p. 362), “produção é o processo empresarial que transforma entradas em saídas, não importando a caracterização física das entradas ou das saídas”. Todas as organizações possuem em seu quadro, muitas funções como a função marketing e função financeira, por exemplo. Todas são de extrema importância para a execução nas atividades de uma empresa. Mas segundo Slack et al. (1999, p. 29) “a função produção é central para organização que produz os bens e serviços que são a razão de sua existência”. Em razão disso, afirma-se que todas as funções devem executar suas atividades na organização ligadas com a função produção, para atingir objetivos comuns. 3.2 Automação Atualmente, indústrias de todos os setores vêm utilizando mecanismos e ferramentas que lhe possibilitam um melhor gerenciamento de suas profissões. Devido a polivalência que hoje é exigida de seus colaboradores, faz-se necessário o uso de sistema de automação. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 15 Conforme Rotondaro et al. (2002, p. 284) “a idéia de polivalência aplicada ao conteúdo do trabalho dos operadores visa não restringir seu trabalho a tarefas específicas, simples, repetitivas e constantes no tempo, capacitando-os a executar uma variedade maior de processos”. Observa-se então, que quanto maior for o grau de utilização de automação, maior também será o número de processos diferentes com que cada operador poderá assumir conjuntamente. Segundo Inovação Tecnológica (2006), perfeita integração de novas tecnologias garante equipamentos de alta performance e confiabilidade com a melhor relação custo benefício fazendo com que os processos operem de forma mais segura e com maior comodidade Inovação Tecnológica 1 Não é novidade para os empresários, embora o seja para muitos políticos, que empresas competitivas não nascem espontaneamente apenas com liberalização de preços e abertura de mercados. Mas, aos poucos, temos conseguido fazer proliferar os processos industriais baseados em qualidade, muitas vezes já servindo de suporte a marcas e designs de padrão internacional. Nenhuma outra explicação cabe para essas vitórias, senão o uso eficiente da informação e do conhecimento. No ambiente industrial, esse saber se materializa na adoção de práticas gerenciais modernas ao nível administrativo e da automação ao nível do chão-de-fábrica. No tocante à automação, a Inspeção Automatizada é uma das mais efetivas ferramentas disponíveis, na medida em que permite que a empresa faça melhor o que ela já sabe fazer, tenha dados para ajustar seus processos e ganhe em qualidade. Sua adoção não implica em revoluções internas, mas em solução objetiva com resultados mensuráveis a curto prazo. 3.2.1 Benefícios com a Automação Já é conhecido que o uso da automação ajuda, economiza custos com mão- de-obra direta e também que reduz a variabilidade de uma operação. Sempre que deseja automatizar alguma operação é importante que se examine que tipo de trabalho pode ser economizado através de tal prática. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 16 1Inovação Tecnológica Disponível em:http://www.inovacaotecnologica.com.br/relatorios/mv_vantagens.html Acesso em: 02/06/2006 Slack et al. (1999, p. 195), define que antes de automatizar por conta apenas da redução de custos, os gerentes de produção devem considerar os seguintes pontos: A tecnologia pode desempenhar a tarefa melhor ou de forma mais segura que uma pessoa? Não somente mais rápido, mas também melhor em um sentido mais amplo. A tecnologia pode cometer erros, mudar de uma tarefa para a seguinte mais rápida e com mais confiabilidade, ou responder melhor quebras? Que atividades de apoio, como manutenção ou programação, a tecnologia precisa para funcionar efetivamente? Qual seria o efeito sobre os custos indiretos? Não somente pessoal extra e habilidades extras que podem ser necessárias, mas também o efeito sobre a crescente complexidade das atividades de apoio. A tecnologia pode lidar com novas possibilidades de produtos ou serviços tão efetivamente como as alternativas menos automatizadas? Esta é uma questão difícil de responder, pois ninguém sabe exatamente do que a produção vai precisar para produzir no futuro, analisando desta forma, a automação pode representar um risco tanto quanto uma oportunidade. Slack et al. (1999, p. 207), defende que: A divisão de uma tarefa total em pequenas partes faz surgir a possibilidade de automatizar algumas dessas tarefas simples. A substituição do trabalho humano por tecnologia é consideravelmente mais fácil para tarefas pequenas e simples do que para as grandes e complexas. 3.2.2 Jidôka (autonomação) Atualmente, a tecnologia propicia às indústrias meios de tornar autônomas suas produções. Segundo Rotondaro et al. (2002 p. 287): O desenvolvimento da tecnologia eletromecânica alavancou o desenvolvimento da automação nas indústrias. Já a difusão das Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 17 tecnologias de microeletrônica, software e sensores possibilitaram às indústrias automatizar os processos de forma cada vez mais flexível. A automação significa não apenas automatizar máquinas e equipamentos, mas também dotá-los de condições para poderem operar de forma mais autônoma. Assim, nos sistemas de produção Lean, procura-se incutir mais “inteligência” às máquinas e equipamentos, para que também operem just in time, parando automaticamente de produzir quando completam a quantidade de produção necessária ou quando detectam problemas de qualidade, e assim evitar, automaticamente, perdas por superprodução e por efeitos de qualidade. O aumento do grau de autonomação de cada processo reduz a necessidade de o operador dedicar seu tempo para seu controle, aumentando-se a flexibilidade para que cada operador cuide de um número maior de processos (polivalência). 3.2.3 Poka-yoke No idioma japonês, poka significa desatenção ou descuido e yoke vem do verbo yokeru, de evitar. Conforme Rotondaro et al. (2002 p. 287): A expressão poka-yoke está associada à idéia da prevenção de falhas por desatenção ou distração humana e ao ideal de então, ser aplicado nos processos de produção via concepção de peças defeituosas. As formas mais usuais de poka-yoke são: Desenho de produto que não possibilita montagem incorreta de peças; Acompanhamento de dispositivos a máquinas e equipamentos para impossibilitar operação incorreta; Utilização de ferramentas, como gabaritos, que permitem ao operador notar possível falha; Procedimento de trabalho padrão. Segundo IMAM - Inovação e Melhoramento na Administração Moderna (2006), Poka-Yoke é uma técnica simples, mas muito importante para que se elimine as falhas humanas, usando técnicas baratas que podem ser desenvolvidas na própria fábrica por operários. Sistemas Poka-Yoke permitem que você atinja o minimo de defeito e elimine a inspeção após a produção. Ao mesmo tempo que o Poka-Yoke melhora a qualidade, também previne as falhas que podem levar a quebras ou a outros tipos de problemas com os equipamentos da empresa. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 18 3.3 Processo Segundo Martins (2001, p. 321), processo é “percurso realizado de um material desde que entra na empresa até que dela sai com grau determinado de transformação”. Pode-se definir que processo é o caminho ou parte dele, para a produção de um bem ou serviço. Ballestero-Alvarez (2001, p. 343) defende que o processo deve ser administrado de forma precisa, através de ferramentas como fluxogramas, quadros, diagramas e mapas que servem para um melhor conhecimento do processo corrente na empresa. É através de todos os detalhes observados que se pode descobrir o desperdício. Conhecendo-se o processo fica mais fácil de administrar os fluxos na empresa, tanto de materiais, quanto de informações. Segundo Juran (1992, p. 222), processo é “uma série sistemática de ações dirigidas à realização de uma meta”. Juran (1992, p. 227), define que: Os processos relacionados à produção de bens em industrias são, geralmente, chamadas de processos de fabricação. Um processo eficiente deve ser capaz de responder às necessidades sob condições operacionais, mas para que isso aconteça é necessário que os responsáveis pelo processo estejam capacitados a conduzir o processo. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 19 Juran (1992, p. 228) cita que alguns usuários de processos possuem o treinamento e habilidades necessárias ao uso do processo, outras podem ser capazes de adquirir treinamento para suprir alguma deficiência. 3.3.1 Capacidade do Processo Slack et al. (1999, p. 254) define capacidade de uma operação como “o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo, que o processo pode realizar sob condição normais de trabalho”. Muitas empresas operam abaixo de sua capacidade máxima de produção, seja por falta de pedidos ou porque a operação possa responder rapidamente a cada novo pedido. De acordo com Juran (1992 p. 244), “todos os processos possuem uma capacidade de gerar algum bem ou serviço, capacidade esta, pode ser deduzida com base nos dados coletados e analisados”. A avaliação dos resultados obtidos na análise de dados torna-se uma importante ferramenta para a condução das operações. Segundo Juran (1992, p. 245) “a expressão capacidade do processo é amplamente usada para designar reprodutibilidade de um processo, isto é, a capacidade de repetir seus resultados durante múltiplos ciclos de operação”. Geralmente confunde-se capacidade do processo com desempenho do processo, mas, Juran define que há uma grande diferença entre os dois itens, segundo o autor desempenho de um processo é aquilo que ele realmente “faz” e capacidade de um processo é aquilo que ele poderia fazer, se fossem eliminada as causas do fraco desempenho. AndersonLoth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 20 3.3.2 Como Avaliar um Processo? Em todos os estágios de controle de um processo se faz necessário à obtenção e análise dos dados para que se possa avaliar o desempenho do produto ou processo. Com base na necessidade da avaliação do desempenho de um processo, Juram (1992, p. 285) define que faz-se necessário a realização de: Inspeção e testes: delegar responsabilidades para as avaliações e o estabelecimento dos procedimentos que fornecem tabelas de amostragem, critérios para a tomada de decisões. Controle de medição: definir os sensores e os meios para manter sua precisão, sensores estes, tecnológicos e humanos. Análise e interpretação de dados: conhecer, a partir dos dados coletados, o que está acontecendo com o processo. Grande parte da tecnologia para essa área de planejamento se origina daquilo que é geralmente camada de CEP (Controle Estatístico de Processo). Um uso importante do CEP é para interpretar os dados que avaliam o desempenho. 3.3.3 Controle de Processos Pode-se dizer que controle de um processo, indiscutivelmente vem do ato ou efeito de controlar, verificar a regularidade, a validade de algo, dominar de sua própria conduta. Controle do processo, portanto, consiste manter o processo sobre constante monitoramento, para que se possa assegurar um comportamento desejado. De acordo com Rotondaro et al. (2002 p. 295) o ciclo do controle do processo é a execução das seguintes etapas básicas: Observação ou medição: é a quantificação (mensuração) da saída do processo; Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 21 Avaliação ou comparação: a saída é confrontada com algum preestabelecido; Análise e decisão: é a existência (ou não) de diferenças entre padrão e a saída, e que ação adotar em conseqüência; Ação e correção: consiste na tomada de ação sobre as diferenças. 3.3.4 Ciclo PDCA para Controle de Processos Tubino define, (2000, p. 190) “que PDCA é um ciclo fechado, formado por quatro etapas básicas seqüenciais que são: Planejar (plan), executar (do), verificar (check) e agir corretivamente (action).” 3.3.4.1 Planejamento: etapa onde se estabelecem as metas, objetivos, assim como, os métodos que serão utilizados para que os objetivos sejam atingidos. 3.3.4.2 Execução: etapa onde se põe em prática o método de operação pelos colaboradores. Nesta fase ocorre a coleta de dados e o treinamento dos funcionários em relação aos procedimentos padrões de operação a serem utilizados. 3.3.4.3 Verificação: fase onde compara-se os resultados obtidos com os padrões de controle estabelecidos, etapa esta, é a base da função de acompanhamento e controle. Para que os problemas sejam mais facilmente identificados, faz-se necessário o acompanhamento dos processos. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 22 3.3.4.4 Agir Corretivamente: etapa que visa eliminar o problema, para que o mesmo não se repita. Esta fase ocorre em dois momentos: sobre o resultado do problema e sobre as causas que deram origem ao problema. De acordo com Tubino, (2000, p. 192) “o ciclo PDCA também pose ser utilizado para induzir melhoramentos, ou seja, melhorar as diretrizes de controle”. E para que um processo possa ser avaliado e controlado de forma eficiente, torna-se necessário à adoção de algumas medidas de desempenho. 3.3.5 Produtividade do processo Segundo GERANEGOCIO (2000), para que uma empresa seja lucrativa, precisa obter a melhor utilização de seus recursos, sejam eles pessoas, equipamentos ou materiais. Para otimizar esta utilização faz-se necessário conhecer os objetivos da empresa para obter ganhos de produtividade alinhados com as necessidades da empresa. O gestor, deve dispor de recursos para alcançar os objetivos da empresa. Porém, se ele não souber como conseguir a melhor utilização dos recursos, poderá contribuir para o agravamento de um problema em sua empresa e perder os objetivos de foco, GERANEGOCIO (2000)1. Portanto, para que se possa atuar corretamente sobre os seus recursos disponíveis, é preciso conhecer profundamente seu negócio, os processos e os recursos. Com isso você poderá identificar problemas, suas causas e tomar decisões para sua eliminação e evitar que ocorra novamente. Este conhecimento permite direcionar suas ações para o aumento da lucratividade de sua empresa. 3.4 Medidas e Melhorias de Desempenho Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 23 Cada empresa, independente do setor que atua e do tipo do sistema produtivo que emprega, terá sua lista de medida de desempenho. Tubino define, (2000, p. 192) que “o desempenho de um processo deve ser avaliado através de seus itens de controle que, por sua vez, devem estar relacionados com as dimensões que a qualidade assume sobre o efeito do processo”. Assim sendo, os itens de controle de desempenho está relacionada ao custo, qualidade, entrega e serviços do programa de produção. 1 GERANEGOCIO Disponível em: http://www.geranegocio.com.br/html/geral/p13.html acesso em : 02/06/2006 Segundo Tubino, (2000, p. 192) algumas considerações importantes quanto à definição de medidas de desempenho devem ser colocadas: Dados visuais e físicos são mais fáceis de interpretar do que dados financeiros, principalmente quanto ao desempenho do programa de produção; Medidas de desempenhos agregadas são mais fáceis de se obter e usar do que dados individualizados como, por exemplo, indicadores sobre famílias de produtos ao invés de itens isolados; É mais importante obter valores oportunos do que exatos, ou seja, dados exatos, podem demorar muito para serem obtidos enquanto ações corretivas podem ser tomadas com informações aproximadas. Para Juran (1992, p. 7), “Deficiência do produto é uma falha do mesmo que resulta em insatisfação com o produto”. As deficiências dos produtos podem ser por interrupções no fornecimento de energia, falta de qualidade da matéria prima, má aparência ou até mesmo por desconformidade de suas especificações. Os resultados das deficiências refletem diretamente nos custos, pois falhas dos produtos geram insatisfação por parte de cliente, que por sua vez, gera publicidade negativa, devoluções, reclamações e retrabalhos. Recentemente os gerentes de produção encontram-se envolvidos pela necessidade de conhecer e melhorar constantemente os processos produtivos sob Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOSRICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 24 sua gestão, mesmo que estes processos tenham sido exaustivamente projetados e suas atividades planejadas e controladas. Segundo Slack et al. (1999, p. 445): Medida de desempenho é o processo de quantificar ação, onde medida significa o processo de quantificação e o desempenho da produção é presumido como derivado de ações tomadas por sua administração. O desempenho é definido como grau em que a produção preenche os cinco objetivos de desempenho (custo, velocidade, qualidade, flexibilidade e confiabilidade) em qualquer momento, de modo a satisfazer seus consumidores. Todos os processos sofrem com algum tipo de variável. Processos que não desempenham resultados exatamente iguais aos projetados e precisamente o mesmo resultado a cada vez que é executada. Isso acontece por interferência das variáveis naturais do processo, podendo ser resultado de influência humana, ambiental ou material. No quadro abaixo, Slack et al. (1999, p. 446), faz uma relação de algumas medidas de desempenho e seus objetivos. Objetivo de Desempenho Algumas medidas típicas Qualidade Número de defeitos por unidade.Nível de reclamação por consumidor.Nível de refugo.Alegações de garantia.Tempo médio entre falhas.Escore de satisfação do consumidor. Velocidade Tempo de cotação do consumidor.Lead-time de pedido.Freqüência de entregas.Tempo de atravessamento real versus teórico.Tempo de ciclo. Confiabilidade Porcentagem de pedidos entregues com atraso.Atraso médio de pedidos.Proporção de produtos em Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 25 estoque.Desvio médio de promessa de chegada.Aderência à programação.Continua. Flexibilidade Continuação. Tempo necessário para desenvolver novos produtos/ serviços.Faixa de produtos ou serviços.Tempo de mudança de máquina.Tamanho médio de lote. Tempo para aumentar a taxa de atividade. Capacidade média/ capacidade máxima.Tempo para mudar programações. Custo Tempo mínimo de entrega/ tempo médio de entrega.Variação contra orçamento.Utilização de recursos.Produtividade da mão de obra.Valor agregado.Eficiência.Custo por hora de operação. 3.5 Qualidade Atualmente as organizações já têm consciência de que os bens e serviços com alta qualidade representam à empresa uma considerável vantagem competitiva. A qualidade é um dos fatores mais importantes que afetam o desempenho de uma empresa em relação aos seus concorrentes. Slack et al. (1999, p. 411) defende que a “boa qualidade reduz custos de retrabalhos, refugo e devoluções e, mais importante, boa qualidade gera consumidores satisfeitos”. 3.5.1 Definição de Conformidade Algumas organizações definem qualidade em termos como conformidade às especificações, embora em níveis gerenciais, o ideal é que se tenha em mente que o produto responda ás necessidades dos clientes, e a conformidade aos padrões é somente uma forma para se atingir esse objetivo. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 26 De acordo com Juram (1992, p. 13): A definição de conformidade tem seu lugar nos níveis mais baixos da organização, pois nesses níveis as pessoas geralmente não estão conscientes de quais são efetivamente as necessidades dos clientes. Essas mesmas pessoas requerem definições claras de suas responsabilidades com respeito à qualidade. Uma forma de definir essas responsabilidades é através da provisão de especificações e procedimentos, assim, as responsabilidades passam a seguir os procedimentos e atender às especificações. A conformidade esta relacionada a padrões e especificações estáticas, em um momento em que a qualidade é algo móvel. Muitos destes padrões incluem formas para diminuir ou “zerar” desperdícios, assim sendo, equiparar qualidade e conformidade contribui para a redução dos desperdícios. Segundo Ballestero-Alvarez (2001, p 226) “a padronização é o guia que estabelece as metas e procedimentos para executar cada um dos trabalhos, de tal maneira que cada um tenha condições de assumir a responsabilidade pelos resultados de seu processo”. Os padrões desempenham três funções básicas: Promovem a estabilidade do processo e a previsibilidade dos itens de controle e minimizam a variação do processo e do resultado esperado; Facilitam as atividades de treinamento das funções servindo como material didático imprescindível; Garantem o domínio tecnológico da empresa. 3.5.2 Definição da Análise de Pareto Juran (1992, p. 59), define que “em qualquer população que contribui para um efeito comum, um número relativamente pequeno de contribuintes responde pela maior parte do efeito”. Este fenômeno diz conhecido como respeito os princípios de Pareto, que atualmente está profundamente enraizado na literatura industrial. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 27 A análise do diagrama de Pareto também pode ser utilizada para identificar os principais causadores de falhas em processos industriais. Afirma Ballestero-Alvarez (2001, p. 238): Que todos os problemas podem ser divididos em duas categorias: vitais e triviais, afirma também que praticamente todos os problemas classificam- se como triviais, e que os realmente importantes, os vitais são em menor número, mas representam a maior parte dos resultados. Analisando o diagrama de Pareto pode-se saber quais são efetivamente os problemas vitais, e qual deles deve ser resolvido com maior urgência. 3.5.3 Unidades de Medidas para Deficiências Para uma melhor identificação de falhas em um processo, torna-se indispensável à adoção de unidades de medidas para deficiências. As unidades de medida de deficiências geralmente começam em formas simples, como a porcentagem de erros. Segundo Juran (1992 p. 119) para a maior parte das deficiências de produtos, a unidade de medida é expressa por uma forma genérica simples: Qualidade = Freqüência das deficiências Oportunidades para deficiências Onde a freqüência das deficiências significa o número de erros, defeitos, horas de repetição de trabalhos, custo em dinheiro da má qualidade é número de falhas no campo. E as oportunidades para deficiências dizem respeito às porcentagens de defeitos, de erros, percentual de repetição de trabalhos. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 28 3.5.4 Custo da Má Qualidade Os custos relacionados às deficiências são muito altos, isso pode ser observado quando converte-se todos os resultados das deficiências em dinheiro. São custos que desapareceriam se os produtos eprocessos fossem isentos de falhas. Para Juran (1992 p. 121) “as classificações populares desses custos têm sido nas categorias de custos de falhas, custos de avaliação e custos de prevenção”. Os custos de falhas claramente fazem parte dos custos da má qualidade. Os custos da avaliação e prevenção são uma mistura, que inclui investimentos para tornar os produtos vendáveis, bem como elemento dos custos da má qualidade. 3.5.5 Exposição à Falibilidade Humana A medida em que um processo produtivo progride através de suas diversas fazes, ele fica sujeito a vários tipos de influências humanas. Embora a grande maioria aconteça de forma acidental, existem alguns casos em que as influências humanas ocorrem intencionalmente. Juran (1992, p. 176) defende que “o desempenho humano está sujeito há muitos tipos de erros, alguns dos quais são inerentes ao próprio organismo humano”. Juran afirma que as metas da qualidade podem ser divididas em: Meta de desempenho do produto: Meta que refere-se a características do desempenho, que determinam respostas as necessidades dos consumidores. Características estas influenciam a possível venda de produtos. Meta de desempenho competitivo: Meta baseada no mercado, raramente faziam parte de um plano de negócio. As metas de desempenho Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 29 competitivo figuram recentemente com um item fundamental dos planos de negócio. Meta da qualidade: tem como objetivo, o aumento das possibilidades de venda de produtos como também, a redução dos custos da má qualidade. Sempre que se visa o melhoramento da qualidade, tem-se como resultado a listagem dos projetos de aperfeiçoamento da qualidade, assim como, as atribuições das responsabilidades. Meta do custo da má qualidade: meta destinada a redução de custos oriundos da má qualidade. São custos que não são conhecidos com precisão, porém, sabe-se que são muito altos. Aconselha-se entre os níveis inferiores. Meta de desempenho de processos importantes: é uma meta que apenas recentemente imbutiu-se ao plano de negócio. Esta meta destina-se ao desempenho de processos importantes como o lançamento de um produto novo.(Juran, 1992, p. 176) 3.5.6 QUATORZE PRINCÍPIOS DE DEMING Os denominados "14 princípios", estabelecidos por Deming (1990), constituem o fundamento dos ensinamentos ministrados aos altos executivos no Japão, na década de 50. Consubstanciam a essência de sua filosofia e aplicam-se indistintamente a organizações. Elas podem ser aplicadas nas pequenas e grandes empresas, tanto na indústria de transformação como na de serviços, como também, aplicam-se a qualquer unidade ou divisão de uma empresa. São os seguintes Deming (1990 p.167): 1 - Estabeleça constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço, objetivando tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar emprego; 2 - Adote a nova filosofia. Estamos numa nova era econômica. A administração ocidental deve acordar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e assumir a liderança no processo de transformação; 3 - Deixe de depender da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto desde seu primeiro estágio; Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 30 4 - Cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Ao invés disto, minimize o custo total. Desenvolva um único fornecedor para cada item, num relacionamento de longo prazo fundamentado na lealdade e na confiança; 5 - Melhore constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços, de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, conseqüentemente, reduzir de forma sistemática os custos; 6 - Institua treinamento no local de trabalho; 7 - Institua liderança. O objetivo da chefia deve ser o de ajudar as pessoas e as máquinas e dispositivos a executarem um trabalho melhor. A chefia administrativa está necessitando de uma revisão geral, tanto quanto a chefia dos trabalhadores de produção; 8 - Elimine o medo, de tal forma que todos trabalhem de modo eficaz para a empresa; 9 - Elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas engajadas em pesquisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe, de modo a preverem problemas de produção e de utilização do produto ou serviço; 10 - Elimine lemas, exortações e metas para a mão-de-obra que exijam nível zero de falhas e estabeleçam novos níveis produtividade. Tais exortações apenas geram inimizades, visto que o grosso das causas da baixa qualidade e da baixa produtividade encontram-se no sistema estando, portanto, fora do alcance dos trabalhadores; 11 a) Elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção. Substitua-os pela liderança. b) Elimine o processo de administração por objetivos. Elimine o processo de administração por cifras, por objetivos numéricos. Substitua-os pela administração por processos através do exemplo de líderes; 12a) Remova as barreiras que privam o operário horista de seu direito de orgulhar-se de seu desempenho. A responsabilidade dos chefes deve ser mudada de números absolutos para a qualidade. b) Remova a barreiras que privam as pessoas da administração e da engenharia de seu direito de orgulharem-se de seu desempenho. Isto significa, inter alia, a abolição da avaliação anual de desempenho ou de mérito, bem como da administração por objetivos; 13 - Institua um forte programa de educação e auto-aprimoramento; 14 - Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação. A transformação é da competência de todo mundo. 3.6 Planejamento e Controle da Produção Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 31 As decisões tomadas por qualquer gestor da produção assumem indiscutivelmente enorme importância dentro das organizações. Antigamente costumava-se afirma, a administração da produção é a área responsável pelo planejamento e pelo controle da produção, que identifica a vocação da empresa. Ballestero-Alvarez (2001, p. 363) define que hoje a aplicação do pessoal da administração da produção abrange os seguintes itens. - Estudo, análise e desenvolvimento de protótipos. - Definição, acompanhamento e controle de qualidade. - Estudo, análise e definição de equipamentos. - Planejamento do sistema produtivo. - Estudo, análise e definição de custos. - Análise, definição e acompanhamento dos processos. - Planejamento da produção. - Coordenação, comando e controle do trabalho. - Planejamento e definição de estoques. - Estabelecimento da política de estoques. - Definição do tipo de mão-de-obra necessária. 3.6.1 Objetivos do Planejamento e Controle da Capacidade Algumas decisões tomadas pelos gerentes de produção para planejar suas políticas de capacidade afetam diversos aspectos de desempenho. Slack (1999, p. 256) cita algumas delas: Os custos são afetados peloequilíbrio entre capacidade e demanda, níveis de capacidade próximos a níveis de demanda, tendem a reduzir o custo unitário do produto. As receitas também são afetadas pelo equilíbrio entre capacidade e demanda, níveis de capacidade igual ou superiores a demanda faz com que toda a demanda seja atendida e não haja a perda de receitas. O capital de giro será afetado se uma operação decidir produzir estoque de produtos acabados antecipando-se à demanda. Isto pode permitir a demanda, mas a empresa deve financiar o estoque até que ele seja vendido. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 32 A qualidade dos bens e serviços pode ser afetada por um planejamento de capacidade que inclui grandes flutuações nos níveis de capacidade, através da contratação de pessoas temporário, por exemplo. O pessoal novo e o a interrupção do trabalho rotineiro da operação aumentariam a probabilidade de ocorrência de erros. A velocidade de resposta à demanda do cliente pode ser melhorada, seja pelo aumento dos estoques, ou pela provisão deliberada de capacidade excedente para evitar filas. A confiabilidade do fornecimento também será afetada pela proximidade dos níveis de demanda e capacidade. Quanto mais próxima à demanda estiver da capacidade máxima, menos capaz esta será para lidar com interrupções inesperadas e menos confiáveis seriam seus fornecimentos de bens e serviços. A flexibilidade, principalmente a de volume, será melhorada por capacidade excedente. Se a demanda e a capacidade estiverem em equilíbrio, a operação não será capaz de responder a quaisquer aumentos inesperados da demanda. 3.7 Conformidade Subentende-se que os produtos dentro das conformidades com suas especificações devem ser enviados ao destino seguinte, seja um novo processo, ou ao consumidor. Algumas organizações definem qualidade em termos como conformidade às especificações, embora em níveis gerenciais, o ideal é que se tenha em mente que o produto responda ás necessidades dos clientes, e a conformidade aos padrões é somente uma forma para se atingir esse objetivo. De acordo com Juram (1992, p. 13): Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 33 A definição de conformidade tem seu lugar nos níveis mais baixos da organização, pois nesses níveis as pessoas geralmente não estão conscientes de quais são efetivamente as necessidades dos clientes. Essas mesmas pessoas requerem definições claras de suas responsabilidades com respeito à qualidade. Uma forma de definir essas responsabilidades é através da provisão de especificações e procedimentos, assim, as responsabilidades passam a seguir os procedimentos e atender às especificações. A conformidade esta relacionada a padrões e especificações estáticas, em um momento em que a qualidade é algo móvel. Muitos destes padrões incluem formas para diminuir ou “zerar” desperdícios, assim sendo, equiparar qualidade e conformidade contribui para a redução dos desperdícios. Segundo Ballestero-Alvarez (2001, p 226) “a padronização é o guia que estabelece as metas e procedimentos para executar cada um dos trabalhos, de tal maneira que cada um tenha condições de assumir a responsabilidade pelos resultados de seu processo”. Os padrões desempenham três funções básicas: Promovem a estabilidade do processo e a previsibilidade dos itens de controle e minimizam a variação do processo e do resultado esperado; Facilitam as atividades de treinamento das funções servindo como material didático imprescindível; Garantem o domínio tecnológico da empresa. O produto que está em conformidade, está pronto para o uso. A conformidade ou a falta de conformidade de um produto envolve muitas decisões, que devem ser delegadas aos níveis operacionais de uma empresa. Juran (1992, p. 293), define que para ser possível que as forças operacionais tomem tais decisões faz-se necessária à satisfação dos seguintes critérios: A qualidade é o número um: a qualidade precisa ter prioridade máxima e clara. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 34 Confiança mútua: a gerência precisa confiar nos trabalhadores o suficiente para que se disponham a fazer a delegação e estes precisam ter confiança suficiente nos gerentes para que se disponham a aceitar a responsabilidade. Autocontrole: As condições para o autocontrole devem estar em vigor, para que os trabalhadores tenham todos os meios necessários para fazer um bom trabalho. Treinamento: Os trabalhadores devem ser treinados para tomar decisões de conformidade do produto e também devem ser testados para garantir que tomem boas decisões. Em empresas onde estes critérios não foram satisfeitos, cabe a um departamento separado de inspeção e verificação para tomar as decisões sobre conformidade, ao invés dos próprios operadores do processo. No momento em que se produz um bem ou serviço, faz-se necessário que este seja feito conforme as especificações do projeto. Slack et al. (1999, p. 414), define que conformidade “indica que há necessidade de atender a uma especificação clara, garantir que em produto ou serviço está conforme as especificações é uma tarefa chave de produção”. 3.8 Eliminação de Desperdícios Os problemas de desperdícios devem passar para a questão de problemas prioritários de muitas empresas. Entende-se como desperdício, a perda que se submete à empresa devido ao usp de recursos escassos. O desperdício pode ser de energia, mão-de-obra, material, ou até de horas trabalhadas devido a um acidente de trabalho. Robles Jr (2003, p. 18) defende que: A eliminação de desperdícios está intimamente associada á questão da qualidade. Por meio da redução dos desperdícios, a empresa pode gerar recursos para alavancar seu sistema de melhoria da qualidade. Evidentemente, o retorno do investimento em qualidade dar-se-ia primeiramente pela redução dos desperdícios, depois, quando o sistema Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 35 entrar em regime, os benefícios da qualidade suplantariam por ampla margem os investimentos originais. Para Corrêa (2001, p. 371): Os problemas de qualidade geram os maiores desperdícios do processo. Produzir produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos, movimentação e armazenagem de materiais defeituosos, inspeção de produtos entre outros. 3.8.1 Tratamento Contábil dos Refugos Os processos de fabricação, por muitas vezes geram uma quantidade de itens que são rejeitados por não atenderem aos itens de conformidade e aos padrões de qualidade. O grande problema no tratamento dos refugos consiste em determinar o queé refugo e o que é perda ou sobra normal de produção, como também o controle constante dos índices que indicam a diminuição ou elevação da porcentagem de refugos. Segundo Robles Jr (2003, p. 31): Além da questão gerencial da separação dos refugos ou perdas normais e anormais, existe a necessidade contábil de considerar os primeiros com custos do produto, enquanto os segundos são considerados como custos do período em função de representarem uma ineficiência não planejada, gerando, por conseguinte prejuízo para a empresa. Os processos produtivos geram, de forma natural, outras primas, que geram má interpretação por muitos administradores. Na tabela abaixo Robles Jr (2003, p. 30) faz uma destinação entre cada uma delas: Refugo Produção que não satisfaz aos padrões dimensionais ou de qualidade e, portanto, é refugado e vendido por seu valor de disposição. O custo líquido do refugo é a diferença entre os custos acumulados até o ponto de rejeição menos o valor disposição. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 36 Unidades Defeituosas. Produção que não satisfaz aos padrões dimensionais ou de qualidade e é subseqüentemente retrabalhada e vendida através dos canais normais como mercadoria de primeira e segunda, dependendo das características do produto e das alternativas disponíveis. Desperdício Material que ou se perde, ou evapora, ou se encolhe, ou é resíduo que não tem valor de recuperação mensurável; exemplo: gases, poeira, fumaça, resíduos invendáveis. Às vezes, a disposição do desperdício ainda obriga a empresa a custos adicionais; por exemplo, o desperdício com materiais radioativos. Sobras Resíduos de materiais de certas operações fabris que têm valor mensurável, mas de importância relativamente pequena. Por exemplo, o metal que sobra numa operação de estampagem, aparas, limalha, serragem, resíduos de algodão e pequenos pedaços de material resultante de operações de corte. As sobras podem ser vendidas ou reaproveitadas. Reclamações Sob o item genérico “Reclamações”, procura-se acumular todos os custos e despesas relacionadas às reclamações dos clientes. Esses custos e despesas também podem estar associados à garantia assegurada aos produtos vendidos. Porém, pode-se ter reclamações de clientes após transcorridos os prazos de garantia, dependendo de a decisão empresarial comercial assumir os encargos dos reparos autorizados após o prazo da garantia. 3.9 Gestão de pessoas 3.9.1 Treinar Gil (2001, p. 23) define que existe uma tendência em algumas organizações em reconhecer o empregado como seu parceiro mais íntimo dentro do seu processo produtivo. Por este motivo, o colaborador precisa estar bem informado, consciente de seu papel e de seu potencial dentro da organização para que assim, possa satisfazer as reais necessidades da empresa. E para atribuir tais valores aos colaboradores, geralmente opta-se por lhes prestar treinamentos. Segundo Boog (2002, p. 132) o processo de treinamento: [...] aplica-se a toda a organização e é destinado a elevar ou adequar os padrões de desempenho das pessoas no trabalho. Ao desenvolver pessoas estamos fortalecendo a capacidade de resposta da organização. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 37 O aumento significativo da competição exige empresas mais bem preparadas, e treinar é a única solução. De acordo com Costa (2003, p. 109) “treinamento na empresa, consiste em ajudar o funcionário a organizar suas idéias e aptidões de modo a poder usá-las com vantagem em suas relações”. Já Gil (2001, p. 121) defende que: Desenvolver pessoas não significa apenas proporcionar-lhes conhecimento e habilidades para o adequado desempenho para suas tarefas. Significa dar-lhes a formação básica para que modifiquem antigos hábitos, desenvolvam novas atitudes e capacitam-se para aprimorar seus conhecimentos, com vista em tornarem-se melhores naquilo que fazem. Trata-se, pois, de um processo que transcende ao treinamento de pessoal e envolve componentes que o aproximam do processo educativo. Por isso é que em algumas empresas já se prefere falar em educação para o trabalho e os profissionais de treinamento são conhecidos como educadores. 3.9.2 Gerir pessoas mediante os avanços tecnológicos Atualmente as organizações estão inseridas em um ambiente cada vez mais competitivo, onde crescentemente nota-se que as empresas passam a fazer uso de tecnologia em seus processos produtivos. Mas geralmente, o que esta relacionado a tecnologia é a mudança e conseqüentemente, a resistência dos colaboradores a esta mudança. De acordo com Gil (2001, p. 39): A resistência à mudança é um fenômeno natural e perfeitamente previsível nas comunidades humanas. Assim, cada mudança tecnológica passa a requerer também a adoção de ações significativas em relação a seu pessoal com vista em minimizar os riscos de correntes dessa resistência. É evidente que não só as maquinas e equipamentos se tornam ultrapassados, mas também, os conhecimentos e habilidades humanas, fazendo Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 38 assim, surgir a necessidade da constante manutenção do intelecto humano através de treinamentos de capacitação. Segundo Marras (2000, p. 316), processo de mudança: [...] apresenta um alto grau de dificuldade no seu gerenciamento. Ao mesmo tempo em que a empresa deseja ou precisa operar certas mudanças para adaptar-se à nova realidade ou antecipar-se a certos acontecimentos, os indivíduos, embora possam inicialmente colocar-se favoráveis, tende a resistir à medida que as mudanças ocorrem. 3.9.3 Gerir pessoas para aumentar produtividade Para que uma organização seja competitiva, é indispensável que seus colaboradores apresentem altos índice de produtividade. De acordo com Gil (2001, p. 45) a produtividade é dependente da capacitação e da motivação: A capacitação ou competência para desempenhar um trabalho é atribuição do setor de gestão de pessoas, implementada por meio de ações de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento requer- se, portanto, das empresas o aprimoramento desses procedimentos. Basta lembrar apenas que, num pai como o Japão, cada empregado passa em média 20 horas anuais em atividades de treinamento. A motivação ou disposição para empenhar-se o melhor possível no desenvolvimento de suas atribuições tem naturalmente muito haver com o próprio empregado, mas também e fortemente influenciado pela empresa. Hoje, reconhece-se que os empregados preferem trabalhar em empresas que oferecem qualidade de vida, ou seja, capazes de proporcionar segurança e satisfação. Assim, cabe a empresa cuidar para que o ambiente oferecido aos seus empregados seja suficientemente motivador, se quiser manter empregados qualificados. Já Martins (2003, p. 375), argumenta que “avaliar a produtividade e compará-la com a de outras empresas, concorrentes ou não, tornou-se corriqueiraentre os gerentes preocupados com o futuro, não só da empresa como de si mesmos”. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 39 Em razão disso, entende-se que é cada vez mais importante a participação mútua de todos os colaboradores de uma empresa para que os índices de produtividade sejam melhorados. 3.9.4 Educação para a qualidade É muito importante conseguir adesão dos empregados e que eles estejam conscientes que precisam fazer o necessário para conseguir melhorar a qualidade de um produto ou processo. De acordo com Gil (2001, p. 271) o princípio fundamental é educar: [...] não apenas em treinamento ou adestramento. Isto porque o ponto de partida para o desenvolvimento da qualidade em uma empresa é a atitude dos indivíduos em relação à qualidade. Onde as mudanças de atitudes envolvem mais do que aprimoramento envolve inovação. Pois, através de um permanente processo de educação para qualidade a empresa passa a capacitar as pessoas e desenvolver nelas uma permanente cultura de qualidade. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 40 4 Procedimentos Metodológicos Este capítulo destina-se a apresentação da metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, assim como as técnicas e critérios. De acordo com Gil (1999, p. 26): Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse conhecimento. Pode-se definir científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para a se atingir o conhecimento. 4.1 Modalidade de Pesquisa Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 41 Este trabalho baseia-se em uma pesquisa-ação, pois como define Thiollent (1985, apud GIL 1999, p. 46): [...] é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos do modo cooperativo ou participativo. 4.2 Campo de Observação O presente estudo realiza-se integralmente nos setores da empresa Plaslar Indústria de Plásticos Ltda, localizada em Gaspar, onde que, envolveu-se a área de produção de filmes, sendo que o motivo pelo qual a pesquisa foi realizada em apenas uma empresa, está no fato de que este trabalho visa uma melhoria no setor de extrusão, no que se refere à diminuição do índice de falhas. De acordo com Malhotra (2001), é necessário que o pesquisador defina uma população-alvo, pois somente assim será possível obter as informações desejadas. Para a coleta dos dados e conclusão da pesquisa foram envolvidos praticamente os funcionários operadores de máquinas, já que, são pessoas que conhecem praticamente todo o processo e que puderam ajudar na elaboração do estudo proposto, tendo em vista que o mesmo contribuirá para o melhor aproveitamento de seus trabalhos. 4.3 Instrumento de Coleta de Dados Os dados necessários ao desenvolvimento do trabalho foram coletados junto à empresa estudada, através de dados secundários e levantamento de dados primários. Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 42 A utilização da observação pessoal também foi de grande importância para esta pesquisa, pois através dela observou-se as falhas ocorridas no processo, visto que, Malhotra (2001), define que a utilização deste instrumento pode ajudar a planejar uma reorganização na empresa, bem como melhorar os processos. Portanto, o estudo foi baseado em uma análise quantitativa dos dados coletados nas dependências da empresa Plaslar Indústria de Plásticos Ltda, no setor de extrusão, demonstrando através da descrição do fluxo falho, desde a entrada até a saída do produto no processo. 4.4 Critérios para Análise dos Dados Os dados foram analisados e apresentados na forma de texto e números explicativos e conclusivos a partir de uma leitura analítica, objetivando a apreensão do conteúdo. Também houve uma leitura interpretativa dos fatos, analisando o texto e os processos, estabelecendo uma relação entre ambos. Desta forma, se o resultado obtido através desta pesquisa for positivo, sugere-se a melhoria no método de medição, implantando um sistema automático para tal fim, a próxima etapa será o desenvolvimento do processo de implantação do sistema. 4.5 Descrição das Etapas de Investigação: a. Coleta dos dados na empresa; b. Análise dos dados coletados; c. Interpretação dos dados coletados com leitura analítica; d. Elaboração de novos métodos de produção e controle; e. Implantação do método; Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 43 f. Treinamento para utilização do método; g. Redação do relatório final; h. Apresentação do relatório. 5 Apresentação e Interpretação dos Dados Com base na coleta e interpretação dos dados relacionados a produção de filmes plásticos reciclados na Plaslar Indústria de Plásticos, obteve-se os resultados apresentados na seqüência deste trabalho. 5.1 Situação Atual A produção de sacolas camiseta gera um índice médio de sobras de produção de aproximadamente 12%. Índice este se refere ao plástico descartado após o corte realizado para confeccionar as alças. Trata-se de um processo normal Anderson Loth REDUÇÃO DO ÍNDICE DE FALHAS NO PROCESSO DE EXTRUSÃO DE FILMES PLÁSTICOS RECICLADOS RICA - Blumenau v.1, n.1 2007/1 ISSN 1980-7031 www.unibes.edu.br 44 que gera aparas aceitáveis já que este descarte faz-se necessário para dar forma ao produto, o que pode ser visualizado de forma mais clara na figura 1. Figura 1 – Detalhe da Sobra de Produção Fonte: O autor O índice de sobras normais de produção é independente do tamanho da sacola, pois a empresa estabelece que para dar forma ao produto seja necessário o descarte de 12% da mesma. As falhas que ocorrem no filme durante o processo
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