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"Águas Subterrâneas: Suporte para uma Revolução Agrícola no Nordeste" MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDES II Fórum NORDESTE 2030 : Visão Estratégica de Longo Prazo Por: Geol. Waldir Duarte Costa Filho - ABAS RELAÇÃO ENTRE ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS OCORRÊNCIA DE ÁGUA DOCE LÍQUIDA 97% 3% Água Doce Superficial Água Doce Subterrânea CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA • AQUÍFERO: é um meio rochoso que tem capacidade de armazenar e liberar água, isto é, que possui porosidade e permeabilidade. Exemplo: arenito • AQUICLUDE: é um meio rochoso que embora possa armazenar água, não a libera, isto é, possui porosidade mas é impermeável. Exemplo: argila • AQUITARDE: é um meio rochoso que armazena água porém a libera muito lentamente, isto é, possui porosidade e permeabilidade baixas. Exemplo: um arenito com matriz argilosa • AQUÍFUGO: é um meio que não armazena nem libera a água, isto é, não possui nem porosidade nem permeabilidade. Exemplo: um maciço de rocha cristalina sem fraturas CLASSIFICAÇÃO DOS AQUÍFEROS A) FISSURAL: a água se acumula em fraturas ou fissuras das rochas B) CÁRSTICO-FISSURAL: a água se acumula em cavernas de dissolução e condutos representados por fissuras que foram alargadas por dissolução C) INTERSTICIAL ou POROSO: a água se acumula nos poros da rocha A FR AT UR A S / F IS S U RA S S U PE R F ÍC IE D O T E R RE N O B FR AT UR A S / F IS S U RA S C O M D IS SO LU ÇÃ O S U PE R F ÍC IE D O T E R RE N O C S U PE R F ÍC IE D O T E R RE N O Figura 13.11 - Províncias Hidrogeológicas do Brasil (BRASIL. DNPM/CPRM, 1981). 0 500 1000 Km 1 1 1 9a 9b 2 2 2 ESCUDO SETENTRIONAL AMAZONAS ESCUDO CENTRAL PARNAÍBA 6a-NORDESTE 9a-ILHA DO BANANAL 10a-AMAPÁ 9b-ALTO XINGU 10b-BARREIRINHAS E SÃO LUÍS 9c-CHAPADA DOS PARECÍS 10c-CEARÁE PIAUÍ 9d-ALTO PARAGUAI 10d-POTIGUAR 10e-PERNAMBUCO, PARAÍBA E RG DO NORTE 10f-ALAGOAS E SERGIPE 10g-RECÔNCAVO, TUCANO E JATOBÁ 10h-RIO DE JANEIRO, ESPIRITO SANTO E BAHIA 10i-RIO GRANDE DO SUL 6b-SUDESTE SÃO FRANCISCO PROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS SUBPROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS ESCUDO ORIENTAL PARANÁ ESCUDO MERIDIONAL CENTRO-OESTE COSTEIRA 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 9 9 10 10 10c 10d 10e 10f 10g 10h 10i 6b 6a 9c 9d 9b 9a 10a 10b 0 o 12 o 18 o 24 o 30 o 6 o 72 o 66 o 60 o 54 o 48 o 42 o 36 o 30 o 0 o 6 o 12 o 18 o 24 o 30 o 72 o 66 o 60 o 54 o 48 o 42 o 36 o PROVÍNCIAS E SUBPROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS DO BRASIL OC EA N O A T LÂ N T I C O MAPA HIDROGEOLÓGICO DO NORDESTE DO BRASIL Domí nio Descrição P O R O S O Aqüíferos livres de extensão variável formado por sedimentos clásticos não consolidados idade do Terciário/Quaternário. Explorado por poços rasos Aquitardes e aquicludes formados por folhelhos, argilitos e siltitos do Mesozóico. Localmente podem constituir-se aqüíferos pobres. Aqüíferos livres ou confinados de extensão regional limitada, formado por sedimentos arenosos mesozóicos. Água de boa qualidade. Aqüíferos livres ou confinados de extensão regional, formado por sedimentos arenosos mesozóicos. Água em geral de boa qualidade. Possibilidade salinização na bacia do Parnaíba. C F Á I R S S S T. U. Aqüíferos associados às zonas fraturadas e de dissolução representados por metassedimjentos e calcários. Problemas localizados de dureza das águas devido a contribuição das rochas calcárias. F I S S U R A L Aqüíferos restritos às zonas fraturadas, representados por metassedimentos e ígneas, de idade arqueana a proterozóica, associadas à espesso manto de intemperismo. Água boa Aqüíferos restritos às zonas fraturadas, representados por metassedimentos e ígneas, de idade arqueana a proterozóica, associadas à delgado manto de intemperismo. Água salinizada. USO DA ÁGUA NO NORDESTE (ARIDAS,1995) DEMANDAS POR USO CONSUNTIVO 19% 3% 6% 59% 5% 8% Abastecimento urbano Abastecimento rural Pecuária Irrigação Indústria Agro-indústria TIPOS DE USO COM PERCENTUAL DE DEMANDA 63% 37% Uso Consuntivo (U.C.) = 15.700.000.000 m3/ano Uno Não Consuntivo (U.N.C.) = 9.300.000.000 m3/ano USO CONSUNTIVO Utiliza-se completamente a água, sem retorno à natureza. USO NÃO CONSUNTIVO Faz-se uso da água sem consumi-la. USO CONSUNTIVO ( m3 / ano ) Abastecimento urbano = 2.988x106 Abastecimento rural = 443x106 Pecuária = 930x106 Irrigação = 9.274x106 Indústria = 747x106 Agro-Indústria = 1.273x106 USO NÃO CONSUNTIVO Navegação, energia, recreação, etc. IRRIGAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL Segundo o Worldwatch Institute (1996), a área irrigada representaria 17% da área mundial cultivada e seria responsável por 40 % da produção mundial de alimentos. A IRRIGAÇÃO POR ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Procedimentos diversificados em função da área irrigada e do volume disponível de água no aquífero: I – Perímetros irrigados – grandes áreas em bacias sedimentares que requerem consideráveis volumes de água e tendem a gerar retorno econômico para a população da região II – Manutenção de uma agricultura familiar – áreas reduzidas em aluviões de rios secos que requerem pequenos volumes de água e têm a finalidade de suprir famílias de produtos agrícolas, e, em consequência, prover condições de fixação do homem no campo. USO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA NA AGRICULTURA 1) Irrigação de perímetros agrícolas: Bacia sedimentar do Parnaiba (Piaui- Maranhão) Bacia sedimentar do Urucuia (Bahia) Bacia sedimentar do Araripe (Ceará) Bacia sedimentar do Recôncavo/Tucano(Bahia) Bacia Sedimentar do Jatobá (Pernambuco) Bacia do Apodi (R.Grande do Norte e Ceará) Tabuleiros costeiros da Formação Barreiras (Costa nordestina de Ceará, R.G.do Norte, Paraiba, Pernambuco,Alagoas e Sergipe) Domínio cárstico-fissural do Bambui (Bahia e Minas Gerais) Pequenas Bacias sedimentares Interioranas (Pernambuco, Ceará e Paraíba) RESERVAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO NORDESTE Bacia sedimentar Área (km2) Vazão de Escoamento Natural (m3/ano) Reservasa Permanentes (m3) Reservas Reguladoras (m3/ano) Parnaíba 450.000 3x109 3x109 10x109 São Francisco 160.000 7x108 3x1011 3x109 Araripe 11.500 4x107 2x1012 10x106 Recôncavo/Tucano 50.000 15x107 12x1011 3x109 Jatobá 6.000 10x105 10x1010 10x106 Potiguar 22.000 75x109 75x108 Costeiras 25.000 30x106 50x109 TOTAIS 724.500 7,0x109 3,68x1012 23,56x109 FONTE: PROJETO ARIDAS,2000 Percentual de área irrigada em comparação com as áreas municipais na bacia hidrográfica do rio São Francisco (Fonte: ANA, 2003). MODELOS DE IRRIGAÇÃO NO VALE DO SÃO FRANCISCO irrigação por superfície, do tipo “sulcos retos”. Uso de sifão na aplicação de água na irrigação por sulcos MODELOS DE IRRIGAÇÃO NO VALE DO SÃO FRANCISCO Aspersão por pivô central Micro-aspersão MODELOS DE IRRIGAÇÃO NO VALE DO SÃO FRANCISCO Aspersão por canhão tracionado Por inundação no plantio de arroz Irrigação com poços do aquífero Cabeças na Bacia Sedimentar do Parnaiba. Na foto a esquerda veem-se dois poços localizados em Violeta no Vale do Gurguéia Irrigação de melão com pivô central naChapada do Apodi utilizando água subterrânea Irrigação com poços no sistema aquífero Tacaratu/Inajá na Bacia Sedimentar de Jatobá, município de Ibimirim-PE IRRIGAÇÃO NO VALE DO CARIRI-CE: UM CASO ESPECIAL Esquema da saída da água subterrânea na forma de fontes Captação de mais de uma fonte ESQUEMA DE DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS DA FONTE DA BATATEIRA (Documentado em cartório em 1855) 2) Irrigação de cultura familiar Barragem subterrânea: barramento do aluvião do rio/riacho para reter a água armazenada permitindo a utilização por sub- irrigação e/ou bombeamento nos terraços aluviais. Principais culturas irrigadas: hortaliças, feijão, milho e fruteiras Terraço Aluvião Embasamento rochoso Calha viva Paleo-vale ; Calha-viva ; Terraços aluviais ; Aqüífero aluvial Variação do nível da água contida nos aluviões dos rios após cessar o período de chuvas Poço Amazonas DEPÓSITO ALUVIAL Nível de enchente Nível no final do período chuvoso Nível de estiagem Escoamento na calha Embasamento cristalino CONSTRUÇÃO DE UMA BARRAGEM SUBTERRÂNEA 1ª ETAPA: Escavação da vala Mecanizada Manual 2ª ETAPA: Impermeabilização Com lona plástica Com argila compactada 3ª ETAPA: Construção do poço amazonas De tijolos com argamassa De anéis pré-moldados com drenos 4ª ETAPA: Enchimento da vala e construção de enrocamento Enchimento da vala Enrocamento de pedras CULTURAS IRRIGADAS A PARTIR DA BARRAGEM SUBTERRÂNEA Considerando uma barragem de médio porte (largura 50m, extensão 1.000m, espessura saturada 2m), com um armazenamento de 15.000 m3 ao preço médio de R$ 3.200,00, resulta no custo do m3 de apenas R$ 0,21 (vinte e um centavos). O preço de um metro cúbico de água vendida em carro-pipa, fica da ordem de R$ 3,00 (três reais). Considerando um consumo médio de água na base de 60 l/hab/dia na zona rural, esse volume (15.000m3) daria para abastecer 100 famílias durante um ano, ou ainda irrigar 3 ha durante 8 meses (considerando 4 meses chuvosos). PARÂMETROS ECONÔMICOS DE UMA BARRAGEM SUBTERRÂNEA GRATO PELA AUDIÊNCIA
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