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CONCURSOS DE TRIBUNAIS - QUESTÕES SELECIONADAS
Língua Portuguesa
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa ......................................................................................3
Informática ..............................................................................................44
Raciocínio Lógico e Matemática ...................................................................62
Direito Administrativo ...............................................................................75
Direito Constitucional .............................................................................. 109
Direito Penal .......................................................................................... 149
Direito Processual Penal .......................................................................... 159
Direito Civil ............................................................................................ 166
Direito Processual Civil ............................................................................ 182
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LÍNGUA PORTUGUESA
(FCC/TRT – 20ª REGIÃO-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016)
Atenção: Leia o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 5.
Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não soa 
tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e extremamente fá-
ceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas. Melhor ainda: são ideais 
para a sala de aula. Entre rimas, estrofes e melodias, muitos assuntos pertinentes 
podem ser tratados e debatidos.
Nos últimos quatro anos, desde que comecei a publicar os meus cordéis, rece-
bi centenas de mensagens com depoimentos de educadores que compram meus 
folhetos e utilizam minhas rimas para falar sobre questões raciais, de gênero, de 
diversidade sexual e história. Com a série Heroínas Negras na História do Brasil, 
séculos de esquecimento começam a ser rompidos e muita gente escuta falar, pela 
primeira vez, sobre as mulheres negras que foram líderes quilombolas e guerreiras 
na luta contra a escravidão.
Pelo cordel, nomes como Tereza de Benguela, Dandara dos Palmares, Zacimba 
Gaba e Mariana Crioula protagonizam discussões acaloradas sobre racismo e ma-
chismo; até mesmo uma aula de português pode ser a oportunidade perfeita para 
colocar essas questões em pauta.
Esse tipo de cordel com proposta social é chamado de Cordel Engajado e pode 
trazer política, defesa de causas e críticas sociais para a literatura de uma maneira 
profundamente envolvente. Afinal, a literatura de cordel é excelente para a trans-
formação da sociedade em uma realidade onde exista mais equidade e respeito 
pela diversidade.
Esse respeito, aliás, pode começar pela própria valorização do cordel, algo que 
só deve acontecer quando todos os empecilhos preconceituosos forem tirados do 
caminho. Ainda há muito a se caminhar, sobretudo com o alarme do tempo piscan-
do e gritando que um dia, infelizmente, o cordel pode virar artigo de museu.
(Adaptado de: ARRAES, Jarid. “A literatura de cordel...”, Blooks. Rio de Janeiro: Ginga Edições, 
2016, p. 12-13)
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1. De acordo com o texto,
a) o preconceito relacionado à literatura de cordel deve-se sobremaneira às histó-
rias com protagonistas ligados a temas como diversidade sexual, racial e questões 
de gênero.
b) o cordel, por ser barato e de fácil difusão, pode ser usado como um instrumento 
de educação para um mundo mais
igualitário, a começar pelo modo como ele próprio é visto pela sociedade.
c) o cordel presta-se aos mais variados fins ideológicos, por ser um suporte barato 
para ideias facilmente aceitáveis pelas minorias políticas, como mulheres e negros.
d) o cordel vem se tornando um objeto de museu, seja por ser um símbolo da cul-
tura oral da população do Nordeste, seja pelo caráter edificante de suas histórias.
e) por mais que o cordel possa ser usado em aulas de língua portuguesa, não é 
este seu uso primordial, uma vez que se caracteriza por uma linguagem nem sem-
pre recomendável.
2. Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não soa tão 
inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e extremamente fáceis 
de transportar e de compartilhar com outras pessoas. (1º parágrafo)
Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-
tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em 
um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:
a) uma vez que
b) conquanto
c) de maneira que
d) a tal ponto que
e) caso
3. Leia as afirmações abaixo a respeito da pontuação do 2º parágrafo.
I – A vírgula imediatamente após “anos” tem por função separar dois segmentos 
de função sintática semelhante no período.
II – A vírgula imediatamente após “cordéis” justifica-se pelo fato de que todo o 
trecho anterior a ela, de caráter adverbial, antecede a oração principal.
III – Imediatamente após o termo “rompidos” pode-se acrescentar uma vírgula, 
uma vez que separaria orações de sujeitos diferentes.
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Está correto o que se afirma em
a) II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) I, apenas.
e) III, apenas.
4. Mantendo-se o sentido, nos segmentos abaixo, o termo sublinhado que pode ser 
substituído por “a fim de” encontra-se em:
a) Melhor ainda: são ideais para a sala de aula. (1º parágrafo)
b) ... a literatura de cordel é excelente para a transformação da sociedade... 
(4º parágrafo)
c) ... e pode trazer política, defesa de causas e críticas sociais para a literatura de 
uma maneira profundamente envolvente. (4º parágrafo)
d) ... pode ser a oportunidade perfeita para colocar essas questões em pauta. 
(3º parágrafo)
e) ... e utilizam minhas rimas para falar sobre questões raciais... (2º parágrafo)
5. ... uma realidade onde exista mais equidade e respeito pela diversidade. 
(4º parágrafo).
A respeito do verbo sublinhado acima, afirma-se corretamente:
a) O modo imperativo enfatiza o desejo do autor por uma cidade mais igualitária.
b) Pode ser substituído pelo verbo “haver”, tanto no singular como no plural.
c) O modo subjuntivo reforça o caráter exortativo da recomendação.
d) Pode ser substituído pela forma “existam”, sem prejuízo para a correção.
e) O modo indicativo assinala a possibilidade de uma nova realidade.
Atenção: Leia o texto abaixo para responder às questões de números 6 a 9.
O conceito de infância, como o conhecemos, consolidou-se no Ocidente a partir 
do século XVIII. Até o século XVI, pelo menos, assim que conseguissem se virar 
sem as mães ou as amas, as crianças eram integradas ao mundo dos adultos. A 
infância, como idade da brincadeira e da formação escolar, ao mesmo tempo com 
direito à proteção dos pais e depois à do Estado, é algo relativamente novo.
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A infância não é um conceito determinado apenas pela biologia. Como tudo, é 
também um fenômeno histórico implicado nas transformações econômicas e so-
ciais do mundo, em permanente mudança e construção.
Hoje há algo novo nesse cenário. Vivemos a era dos adultos infantilizados. Não 
é por acaso que proliferaram os coaches. Coach, em inglês, significa treinador. Ori-
ginalmente, treinador de esportistas. Nesse conceito importado dos Estados Unidos, 
país que transformou a infância numa bilionária indústria de consumo, a ideia é a 
de que, embora estejamos na idade adulta, não sabemos lidar com a vida sozinhos. 
Precisamos de um treinador que nos ajude acomer, conseguir amigos e emprego, 
lidar com conflitos matrimoniais e profissionais, arrumar as finanças e até mesmo 
organizar os armários. Uma espécie de infância permanente do indivíduo.
Os adultos infantilizados desse início de milênio encarnam a geração do “eu me-
reço”. Alcançar sonhos, ideais ou mesmo objetivos parece ser compreendido como 
uma consequência natural do próprio existir, de preferência imediata. Quando essa 
crença fracassa, é hora de buscar o treinador de felicidade, o treinador de saúde. 
É estarrecedor verificar como as gerações que estão aí parecem não perceber que 
dá trabalho conquistar o que se deseja. E, mesmo que se esforcem muito, haverá 
sempre o que não foi possível alcançar.
(Adaptado de: BRUM, ELIANE. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/
Epoca)
6. Atente para as afirmações abaixo.
I – No texto, assinala-se a infantilização dos adultos de hoje que, de um lado, 
precisam de ajuda para resolver diversos tipos de conflito e, de outro, creem 
que atingirão suas metas sem maiores esforços.
II – As mudanças históricas ocorridas no conceito de infância fizeram com que 
esta passasse de uma fase de brincadeiras criativas e formação educacional 
a um período de consumo extremo, amplamente explorado pelo mercado.
III – A tendência atual de buscar “treinadores” que interferem em diversas áreas 
da vida, seja solucionando conflitos pessoais ou promovendo atitudes positi-
vas no trabalho, é reflexo do aumento da competitividade, que faz com que 
os indivíduos tenham que se esforçar ao máximo para atingir suas metas.
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Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) III.
7. Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sublinhado acima está tam-
bém sublinhado em:
a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as amas...
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
c) ... país que transformou a infância numa bilionária indústria de consumo...
d) E, mesmo que se esforcem muito...
e) Hoje há algo novo nesse cenário.
8. Identifica-se noção de concessão no segmento que se encontra em:
a) Quando essa crença fracassa... (último parágrafo)
b) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as amas... (1º parágrafo)
c) ... a partir do século XVIII. (1º parágrafo)
d) ... em permanente mudança e construção. (2º parágrafo)
e) ... embora estejamos na idade adulta... (3º parágrafo)
9. Afirma-se corretamente:
a) No segmento O conceito de infância, como o conhecemos, consolidou-se no Oci-
dente (1º parágrafo), o elemento sublinhado refere-se a “Ocidente”.
b) No segmento com direito à proteção dos pais e depois à do Estado (1º parágra-
fo), o sinal indicativo de crase que antecede o termo “do” é facultativo e pode ser 
suprimido.
c) O elemento sublinhado em é também um fenômeno histórico implicado nas 
transformações econômicas e sociais do mundo (2º parágrafo) pode ser correta-
mente substituído por: “compelido”.
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d) Mantendo-se a correção e o sentido, o segmento sublinhado em país que trans-
formou a infância numa bilionária indústria de consumo (3º parágrafo) pode ser 
substituído por: “cuja a infância foi transformada”.
e) Fazendo-se as devidas alterações entre minúsculas e maiúsculas, as frases Hoje 
há algo novo nesse cenário / Vivemos a era dos adultos infantilizados (3º parágra-
fo) podem ser articuladas em um único período com o uso do sinal de dois-pontos.
10. Está correta a redação que se encontra em:
a) Segundo pesquisadores, como nem todas as crianças vivem a infância propria-
mente dita, devido as suas condições econômicas, sociais e culturais, as particula-
ridades da infância não são reconhecidas por todas as crianças.
b) A visão que os adultos atualmente tem da criança foi historicamente construído 
ao longo das transformações sóciais e históricas.
c) No passado, nem sempre as questões relacionadas à criança fazia com que esta 
fosse vista, pela sociedade, como um ser que necessita de atenção diferenciada e 
proteção do Estado.
d) Surge, no início do século XVII, juntamente com o desenvolvimento de noções 
inovadoras sobre o comportamento infantil, um novo tipo de literatura pedagógica 
destinada aos pais e educadores.
e) O desenvolvimento de sentimentos específicos em relação a infância tornaram-
-se mais significativos durante o século XVII, quando começa a mudar certos cos-
tumes começam a mudar.
(CESPE|CEBRASPE/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA/2016)
Texto para as três próximas questões
1 A discussão sobre a participação dos analfabetos na vida política nacional 
remonta aos tempos do Brasil colônia e se mantém durante a formação da socie-
dade brasileira e os processos de reconhecimento de direitos e de visibilidade social 
das diferentes parcelas sociais anteriormente excluídas do processo democrático. 
5 Durante o período colonial, os analfabetos tinham direito ao voto, ainda que 
mitigado e suprimido, por meio do processo chamado voto “cochichado”. Nesse 
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caso, as intenções de voto de um analfabeto eram ouvidas por terceiros letra-
dos. Ainda que restringidos em algumas oportunidades, entre os séculos XVI e 
XIX, os analfabetos exerciam de alguma maneira o direito ao voto. Contudo, foi 
10 somente ao final do Império que esse direito foi totalmente retirado dos brasi-
leiros analfabetos por meio do Decreto n. 3.029/1881, a chamada Lei Saraiva, 
que instituiu um censo literário nos termos propostos por Rui Barbosa à época. 
 � Desde então, durante cento e quatro anos, os analfabetos tive-
ram limitações drásticas ao direito de participação política pelo exercício
15 do direito ao voto no país. Essa situação foi alterada apenas com a Emenda Cons-
titucional n. 25/1985, que concedeu, embora em caráter facultativo, o direito de 
voto ao analfabeto. Durante todo o referido período, por diversas vezes o tema 
voltou à pauta das definições políticas nacionais, sem, contudo, obter sucesso 
na efetivação de tal direito básico de cidadania. 
20 Por sua vez, a elegibilidade, que constitui o direito de ser votado, em nenhuma 
oportunidade foi reconhecida aos analfabetos na história breve de nosso país. 
Pelo contrário, pouco se discute e pouco se discutiu sobre tal direito, e, reite-
radamente, o tema vem sendo esquecido no processo de consumação de uma 
cidadania plena, com acesso a todos os direitos de participação política. 
Guilherme de Abreu e Silva. Elegibilidade dos analfabetos: por uma reconfiguração à luz da 
plenitude da cidadania. In: Revista Paraná Eleitoral, v. 3, n. 2, p. 39-66. Internet: (com adapta-
ções). 
11. Conforme as ideias do texto Elegibilidade dos analfabetos:..., 
a) do período colonial até a promulgação da Emenda Constitucional n. 25/1985, os 
analfabetos sofreram limitações drásticas no exercício do direito ao voto. 
b) o caráter facultativo do voto pelos analfabetos após a promulgação da Emenda 
Constitucional n. 25/1985 desfavoreceu, mais uma vez, o exercício do direito ao 
voto por essa parcela da população. 
c) a inelegibilidade dos analfabetos impede que estes gozem do direito ao exercício 
pleno da cidadania. 
d) Rui Barbosa, no final do século XIX, promulgou a Lei Saraiva e determinou que 
os analfabetos não teriam direito ao voto. 
e) a participação dos analfabetos na vida política nacional é uma reivindicação da 
população brasileira desde os tempos do Brasil colônia. 
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12. Assinale a opção correta com relação a aspectos linguísticos do texto Elegibi-
lidade dos analfabetos:.... 
a) No trecho “o direito de voto ao analfabeto” (l. 16 e 17), a substituição da prepo-
sição “de” por ao manteria a correção, mas acarretaria ambiguidade a esse trecho. 
b) O sentido original e a correção do texto seriam mantidos caso a expressão “Por 
sua vez” (l.20) fosse substituída por De forma análoga. 
c) O termo “reiteradamente” (l.22 e 23) modifica as formas verbais das orações 
“pouco se discute e pouco se discutiu sobre tal direito” (l.22). 
d) A expressão “sobre a” (l.1) poderia ser substituída, mantendo-se a correção e o 
sentido do texto, por a cerca da. 
e) Caso a conjunção “Contudo” (l.9) fosse substituída por Porquanto, a correção 
e o sentido original do texto seriam preservados. 
13. A correção e a coerência do texto Elegibilidade dos analfabetos:... seriam 
mantidas caso 
a) o ponto que sucede o nome “país” (l.21) fosse substituído por vírgula, com a 
devida alteração de maiúscula e minúscula. 
b) se inserisse uma vírgula logo após o vocábulo “nacional” (l.1). 
c) se inserisse uma vírgula logo após o vocábulo “colônia” (l.2). 
d) a vírgula que sucede o nome “voto” (l.5) fosse substituída por ponto, com a de-
vida alteração de maiúscula e minúscula. 
e) se eliminasse a vírgula empregada logo após o vocábulo “Saraiva” (l.11). 
Texto para as três próximas questões
1 Na entrada do terceiro milênio, o ingresso das brasileiras na política insti-
tucional ainda é tímido. Porém, esse é um quadro que já se mostrou menos 
animador. Da promulgação da primeira Constituição Republicana, em 1891 
— na qual as mulheres não foram incluídas como cidadãs —, às eleições de
5 Roseana Sarney como primeira governadora de um estado e de Benedita da 
Silva como primeira senadora e primeira governadora negra — ambas na década 
de 90 do século passado —, foi um longo percurso. 
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 � Apesar de as mulheres possuírem, atualmente, níveis de escolaridade su-
periores aos dos homens e de estarem cada vez mais presentes no mercado
10 de trabalho, em nenhum âmbito da vida social a participação de mulheres e 
homens é tão desigual quanto no exercício do poder. 
 � Seja em cargos eletivos, seja em postos de direção nos órgãos executivos 
ou no sistema judiciário, o poder ainda é predominantemente ocupado por ho-
mens. Somente em 2000 uma juíza — Ellen Gracie Northfleet — alcançou o topo
15 da hierarquia do Supremo Tribunal Federal (STF). No Brasil, apesar da expres-
siva atuação das mulheres em movimentos sociais — associações, sindicatos, 
entidades —, observa-se que essa capacidade de engajamento não corresponde 
à pequena presença feminina nas instâncias decisórias. 
 � Não obstante tenha sido um dos primeiros países da América Latina a conceder
20 o sufrágio universal, o Brasil está entre as nações que apresentam a mais baixa 
representação política feminina no Ocidente. Entretanto, esse é um cenário 
que se repete em diversas nações tidas como desenvolvidas e com maior tra-
dição democrática, como é o caso da França. Convém registrar, também, as 
interrupções na trajetória democrática do país por regimes ditatoriais, as quais
25 impediram o livre gozo de direitos políticos pelos cidadãos e impactaram direta-
mente a participação das mulheres nos poderes constituídos. 
A participação política das mulheres no Brasil: Uma breve história. In: A mulher e o Poder Legis-
lativo no estado do Rio de Janeiro: lugares, perfis e experiências municipais. Rio de Janeiro: Ed. 
CEDIM RJ. Internet: (com adaptações). 
14. De acordo com as ideias do texto A participação política das mulheres no 
Brasil:..., 
a) a maior disparidade no que diz respeito à participação masculina e à feminina 
na sociedade ocorre no exercício do poder. 
b) a parcela feminina da população ainda sofre muitos preconceitos no mercado 
de trabalho, a despeito de sua formação acadêmica ser superior em relação à do 
homem. 
c) a eleição de Roseana Sarney e de Benedita da Silva foram determinantes para 
que, anos depois, Ellen Gracie fosse aprovada pelo Senado Federal como ministra 
do STF. 
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d) a baixa representatividade feminina nos poderes constituídos, no Brasil e em 
países desenvolvidos, justifica-se mormente pelo regime ditatorial a que essas na-
ções foram submetidas na segunda metade do século XX. 
e) as mulheres passaram a ser consideradas cidadãs somente na década de 90 do 
século XX. 
15. Cada uma das opções a seguir apresenta um trecho do texto A participação 
política das mulheres no Brasil:... — indicado entre aspas —, seguido de uma 
proposta de reescrita desse mesmo trecho. Assinale a opção em que a reescrita, 
além de manter o sentido da informação originalmente apresentada, também pre-
serva a correção gramatical do texto. 
a) “Convém registrar, também, as interrupções na trajetória democrática do país 
por regimes ditatoriais” (l. 23 e 24): Convém registrarem as interrupções na traje-
tória democrática do país por regimes ditatoriais 
b) “Na entrada do terceiro milênio, o ingresso das brasileiras na política institucio-
nal ainda é tímido” (l. 1 e 2): Na entrada do terceiro milênio, as mulheres no Brasil 
ainda têm receio de ingressar na política institucional 
c) “Porém, esse é um quadro que já se mostrou menos animador” (l. 2 e 3): Esse 
quadro no entanto, já foi menos animador 
d) “Seja em cargos eletivos, seja em postos de direção nos órgãos executivos ou 
no sistema judiciário” (l. 12 e 13): Seja em cargos eletivos, em postos de direção, 
nos órgãos executivos ou no sistema judiciário 
e) “o Brasil está entre as nações que apresentam a mais baixa representação po-
lítica feminina no Ocidente” (l. 20 a 21): o Brasil é uma das nações cuja represen-
tação política feminina é uma das mais baixas no Ocidente 
16. A correção e o sentido original do texto seriam mantidos caso se substituísse 
a) o trecho “que se repete” (l.22) por que repete-se. 
b) a expressão “Não obstante” (l.19) por Embora. 
c) o artigo “a” (l.26) por na. 
d) a conjunção “Porém” (l.2) por Mas. 
e) o adjetivo “expressiva” (l.15 e 16) por ampliativa. 
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Texto para as duas próximas questões
1 A democracia não se resume em votar e ser votado; para o seu estabelecimento, 
as eleições são uma condição necessária, mas não suficiente. A democracia é mais 
do que a garantia de participação na escolha do governo: exige o alcance de um 
cenário em que a atuação do governo eleito proporcione um retorno, identificado
5 pelo oferecimento de uma sociedade em que as pessoas compartilhem não 
apenas as prerrogativas políticas, mas também os demais direitos fundamentais. 
O regime democrático é um sistema de expectativas, simultaneamente caracte-
rizado pelo aspecto eleitoral e pela busca de um amplo desenvolvimento social. 
 � Não se subestima, com isso, o processo eleitoral, pelo contrário; embora 
10 também se almeje a democracia econômica (com uma universal e verdadeira 
satisfação das necessidades básicas) e a democracia social (com a implemen-
tação de mecanismos democráticos de tomada de decisão em todos os espaços 
coletivos), o certo é que a democracia política é condição indispensável para a 
materialização das demais. Isso porque, nos Estados regidos pelo princípio da 
15 soberania popular, o domínio político não é um pressuposto gratuitamente 
aceito. Em vez disso, exige uma justificação, a que comumente se denomina 
legitimação. 
 � Em umregime democrático, mais do que se perguntar “quem é que manda”, 
é importante questionar “por que é que se obedece”. As leis e políticas públicas, 
20 para que tenham eficácia, devem ser aceitas e assimiladas pela população. Isso 
só é possível quando seus destinatários as tomam por legítimas. Só se acata o 
comando de quem tem poder para mandar. Essa legitimação é oferecida pelo 
método eleitoral: procedimento pelo qual os membros de uma comunidade esco-
lhem os representantes que, em seu nome, exercerão um governo consentido. 
Frederico Franco Alvim. O papel da ética no processo eleitoral. In: Revista Eletrônica EJE, jun.-
-jul./2015. Internet: (com adaptações). 
17. Com base nas ideias do texto O papel da ética no processo eleitoral, assi-
nale a opção correta. 
a) Em nações democráticas, os comandos nem sempre emanam de quem tem po-
der para mandar. 
b) É preciso que haja democracia política para que a democracia econômica e a 
social se concretizem. 
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c) Nos Estados regidos pelo princípio da soberania popular, o domínio político é um 
pressuposto raramente aceito. 
d) A existência de um regime democrático depende da aceitação e da assimilação, 
pela população, das leis e das políticas públicas. 
e) As eleições constituem a principal condição para o regime democrático. 
18. Acerca das estruturas linguísticas do texto O papel da ética no processo 
eleitoral, assinale a opção correta. 
a) As ideias originais e a correção do texto seriam mantidas caso a oração ‘por que é 
que se obedece’ (l. 19) fosse reescrita da seguinte forma: obedece-se por quê? 
b) A oração “para que tenham eficácia” (l. 20) indica a causa da aceitação e da 
assimilação das leis e das políticas públicas pela população. 
c) Caso se substituísse a expressão “pelo qual” (l.23) por onde, seriam mantidos 
o sentido e a correção do texto. 
d) A correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos caso o sinal 
de dois-pontos empregado logo após “governo” (l.3) fosse suprimido e se empre-
gasse, em seu lugar, uma vírgula, seguida da conjunção portanto. 
e) Caso o sinal de ponto e vírgula logo após “contrário” (l.9) fosse substituído por 
vírgula, a correção do texto seria mantida. 
19. Assinale a opção correta acerca de aspectos gerais da redação oficial. 
a) A uniformidade dos expedientes oficiais é garantida pelo fato de esse tipo de 
texto voltar-se unicamente à comunicação de assuntos relativos às atribuições dos 
órgãos públicos. 
b) A clareza de uma comunicação oficial, produto de uma revisão cuidadosa de 
todo o texto redigido, se sobrepõe aos demais aspectos envolvidos nas comunica-
ções oficiais. 
c) A formalidade das comunicações oficiais deriva do uso de estilo de linguagem 
baseado na norma-padrão da língua. 
d) A impessoalidade da redação oficial se manifesta na impossibilidade de empre-
go da primeira pessoa gramatical e pressupõe total ausência de tratamento perso-
nalista aos assuntos do texto. 
e) A concisão de um texto oficial relaciona-se à sua capacidade de transmitir o 
máximo de informações empregando o mínimo de palavras. 
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20. Em relação à conceituação, à finalidade e aos aspectos estruturais e linguísti-
cos das correspondências oficiais, assinale a opção correta. 
a) O memorando é um expediente oficial de circulação interna ou externa. 
b) Como não existe padrão definido para a estrutura das mensagens enviadas por 
meio de correio eletrônico, não há orientações acerca da linguagem a ser empre-
gada nessas comunicações. 
c) Informar o destinatário sobre determinado assunto, propor alguma medida e 
submeter projeto de ato normativo à consideração desse destinatário são alguns 
dos propósitos comunicativos da mensagem. 
d) A exposição de motivos varia estruturalmente conforme sua finalidade comuni-
cativa. 
e) A situação comunicativa mediada pelo ofício é restrita aos ministros de Estado, 
estejam eles no papel de remetente ou de destinatário. 
21. No que se refere aos aspectos formais e linguísticos das correspondências ofi-
ciais definidos no Manual de Redação da Presidência da República, assinale a 
opção correta. 
a) Nos textos de redação oficial, é proibido o emprego de linguagem técnica, de 
neologismos e de estrangeirismos. 
b) Expedientes que tenham o presidente da República como emissor, embora não 
apresentem a identificação do signatário, trazem a sua assinatura. 
c) A palavra Respeitosamente é adequada para figurar como fecho de uma comu-
nicação oficial se o emissor e o receptor dessa comunicação forem autoridades de 
mesmo nível hierárquico. 
d) No ofício, informações do remetente, tais como nome do órgão ou setor a que 
ele pertence, endereço postal, além de telefone e endereço de correio eletrônico, 
são facultativas, devendo, se presentes, constar do cabeçalho do documento. 
e) Na identificação do destinatário do memorando, constam o nome e o cargo da 
pessoa a quem é dirigida a comunicação, diferentemente do recomendado pelo 
padrão ofício. 
22. A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto 
de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. 
Manual de Redação da Presidência da República. 
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Assinale a opção em que o trecho de texto atende aos requisitos mencionados no 
fragmento acima. 
a) Solicitamos a Vossa Senhoria que seja concedido, excepcionalmente, uma pror-
rogação para os estágios dos alunos da área de administração que prestam servi-
ços neste setor. O pedido se justifica em virtude de termos poucos funcionários no 
momento e, por conta da época do ano, estarmos com uma carga de trabalho além 
do limite. Informamos, ainda, que tal tipo de solicitação já é prevista na cláusula 
três do convênio celebrado entre este órgão e a universidade de origem dos alunos. 
Sem mais para o momento. 
b) Informo todas as unidades que em virtude de implantação de novo sistema de 
armazenamento de dados e informações estaremos desativando, a partir de 8 ho-
ras da manhã, do dia 15 de dezembro, a rede intranet. Caso a implantação do novo 
sistema corra tudo bem, a previsão é a de que esse serviço volte a funcionar às 14 
horas do mesmo dia. Contamos com a colaboração de todos. Grato. 
c) Conforme ficou decidido na última reunião do conselho de 27 de outubro deste 
ano, informo que a Secretaria de Memória e Comunicação acabou o texto, cujo ori-
ginal submete à apreciação. Reiteramos que o texto, caso seja aprovado, vai inte-
grar o prefácio do livro comemorativo dos 80 anos de fundação desta Casa. Como a 
edição encontra-se em fase avançada, gostaríamos de pedir a todos que leiam-no 
atentamente com vistas a detectar falhas, inadequações e inconsistências. En-
contrando-as, por favor, avisem-nos urgentemente para que possamos resolver a 
tempo. 
d) Comunicamos a todos os colegas que, a partir de semana que vem, a Secretaria 
de Apoio Externo (SAE) não funcionará mais na sala 15 do segundo andar. Essa 
mudança trata-se de uma primeira consequência da política de realocação dos es-
paços físicos. A SAE funcionará na sala 27 do bloco térreo. Pedimos a gentileza de 
todos no sentido de se divulgar essa nova sala para que se evitem transtornos. 
e) Em atenção ao Memorando n. 33, de 15 de dezembro de 2015, encaminho, em 
anexo, cópias de três documentos, a saber: ficha funcional dos servidores lotados 
nesta seção, folha de ponto dos referidos servidores e ficha de avaliação desses 
servidores pelo público externo. Acreditamos que esses documentos já contêm to-
das as informações solicitadas por Vossa Senhoria. Caso sejam necessários mais 
documentos ou maisesclarecimentos, coloco-me à disposição para sanar eventuais 
dúvidas quanto a esse assunto. 
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(CESPE|CEBRASPE/TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA: APOIO ESPECIALIZADO – 
ESPECIALIDADE: PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS/2016)
Texto para as próximas duas questões
1 O dever dos partidos políticos de prestar contas à justiça eleitoral está 
previsto na Constituição Federal de 1988 (CF). A obrigatoriedade de presta-
ção de contas anualmente é imposta aos partidos políticos e encontra-se dis-
ciplinada na Lei n. 9.096/1995, também conhecida como Lei dos Partidos
5 Políticos, que trata das finanças e da contabilidade dos partidos políticos. 
 � Até a publicação da Lei n. 12.034/2009, as prestações de contas partidárias 
eram consideradas um procedimento administrativo de controle, que assumia 
caráter jurisdicional apenas na fase recursal. Após a alteração legislativa de 
2009, o processo de prestação de contas dos órgãos partidários passou a assumir 
10 natureza jurisdicional desde a sua fase inicial, nos termos da Lei n. 9.096/1995. 
 � Antes da edição da Res.-TSE n. 23.432/2014, a Res.-TSE n. 21.841/2004 dis-
ciplinava os processos de prestação de contas dos partidos políticos e a tomada 
de contas especial, sendo esta última um procedimento administrativo de con-
trole, de caráter excepcional, instaurado contra os partidos políticos que, tendo 
15 recebido recursos oriundos do Fundo Partidário, não apresentassem suas contas 
ou não comprovassem a aplicação regular dos recursos após trânsito em julgado 
da decisão que julgasse as contas irregulares ou as considerasse não prestadas. 
 � Haja vista as disposições contidas na Res. TSE n. 21.841/2004, no processo de 
prestação de contas partidárias, apreciava-se a regularidade da captação e dos 
20 gastos dos recursos sem a aferição de eventual responsabilidade do ordenador 
de despesas incumbido de controlar a gestão das finanças. Esse procedimento 
era relegado ao processo de tomada de contas especial, em atenção à previsão 
contida em artigo da Lei dos Partidos Políticos, o qual, entre outros aspectos, 
determina a caracterização da responsabilidade civil e criminal dos dirigentes 
25 do partido e dos comitês, inclusive do tesoureiro, por quaisquer irregularidades. 
Daiane Mello Piccoli. Aspectos polêmicos das novas regras sobre prestação de contas partidárias: 
aplicabilidade da Resolução n. 23.432/2014 do Tribunal Superior Eleitoral. Internet: (com adap-
tações). 
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23. De acordo com o texto Aspectos polêmicos das novas regras..., 
a) constitui preceito da Lei dos Partidos Políticos a caracterização da responsabili-
dade civil e criminal dos dirigentes do partido e dos comitês no caso de cometimen-
to de qualquer irregularidade. 
b) os partidos políticos passaram a prestar contas à justiça eleitoral a partir da 
publicação da Constituição Federal de 1988. 
c) o fato de o processo de prestação de contas dos órgãos partidários apresentar 
natureza jurisdicional desde a sua fase inicial tornou o procedimento menos susce-
tível a fraudes. 
d) a prestação de contas dos partidos políticos e a tomada de contas especial cons-
tituem procedimentos administrativos de controle de caráter jurisdicional. 
e) o recebimento de recursos do Fundo Partidário pelos partidos políticos é consi-
derado regular, desde que se comprove a sua aplicação adequada. 
24. A correção gramatical e o sentido original do texto Aspectos polêmicos das no-
vas regras... seriam mantidos caso fosse inserida vírgula imediatamente após 
a) “recebido” (l.15). 
b) “decisão” (l.17). 
c) “recursos” (l.20). 
d) “também” (l.4). 
e) “políticos” (l.14). 
Texto para as próximas duas questões
1 Com o apoio de 1,3 milhão de assinaturas, a Lei Complementar n. 135/2010 
surgiu como fruto de iniciativa popular e, posteriormente, acabou aprovada, a 
uma só voz, nas duas Casas do Poder Legislativo. 
 � Essa lei veio dezesseis anos após terem sido introduzidos outros elementos 
5 no parágrafo 9º do art. 14 da CF, visando preservar, acima de tudo, a coisa 
pública. Com a Emenda Constitucional de Revisão n. 4, de 1994, inseriu-se, no 
referido parágrafo 9º, a previsão de que lei complementar trataria das exigên-
cias voltadas a proteger — vocábulo empregado pelo legislador — a probidade 
administrativa e a moralidade para o exercício do mandato. Assim, incluiu-se 
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10 algo que apresenta conceito aberto: a vida pregressa, que tem como sinônimo 
“idoneidade” e que, na maioria das vezes, é definida no campo administrativo. 
Tudo se dá a partir do bom senso, da ordem natural das coisas, da razoabili-
dade, da proporcionalidade, considerando-se esse conceito aberto — o alusivo à 
vida pregressa, ou seja, ao que vem antes, e também o referente à idoneidade. 
15 O propósito moralizante da nova legislação — digno de elogio — não impediu 
que brotassem questionamentos jurídicos, os quais chegaram à Corte Constitu-
cional — o Supremo Tribunal Federal (STF). O primeiro caso envolveu a pretensão 
de aplicação imediata da Lei Complementar n. 135. Após precedente no qual se 
assentou o contrário, prevaleceu, no STF, o entendimento de que a norma tem 
20 impactos no processo eleitoral, daí porque não poderia valer para as eleições do ano 
de 2010, em razão do disposto no art. 16 da CF. A postergação da eficácia da nova lei 
atrasou debate ainda mais importante: a compatibilidade com os dispositivos da 
CF, em especial com os princípios da irretroatividade e da presunção de inocência. 
Marco Aurélio Mendes de Farias Mello. Ficha limpa e o Supremo Tribunal Federal – notas sobre o 
julgamento das ações declaratórias de constitucionalidade n. 29 e 30 e ação direta de inconstitu-
cionalidade n. 4.578. Internet: (com adaptações). 
25. Conforme as ideias do texto Ficha limpa e o Supremo Tribunal Federal..., 
é correto afirmar que 
a) a Lei Complementar n. 135/2010 demorou mais tempo do que deveria para ser 
editada. 
b) a Lei Complementar n. 135/2010 foi aprovada por unanimidade porque partiu 
de uma iniciativa popular. 
c) a compatibilidade da nova legislação com os dispositivos da CF já foi debatida 
no STF. 
d) a Lei Complementar n. 135/2010 não se aplicou ao processo eleitoral realizado 
no ano de 2010. 
e) a expressão “digno de elogio” (l. 20 e 21) foi empregada com sentido pejorativo, 
negativo. 
26. O sentido original e a correção gramatical do texto Ficha limpa e o Supremo 
Tribunal Federal... seriam preservados caso se substituísse 
a) “assentou” (l.19) por discutiu. 
b) “postergação” (l.21) por prorrogação. 
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c) “presunção” (l.23) por comprovação. 
d) “alusivo” (l.13) por referente. 
e) “moralizante” (l.15) por regulador. 
Texto para as próximas duas questões
1 Atualmente, existe uma evidente preocupação no meio jurídico em associar 
o direito à sua efetividade, isto é, em superar a visão oriunda do positivismo 
que via o direito como um sistema fechado ou como um fim em si mesmo, de 
forma a afastar do raciocínio jurídico qualquer interferência de outras ciências 
5 humanas, como a sociologia ou a filosofia. 
 � Para aqueles que entendem que o direito é, antes de tudo, o meio necessário 
para alcançar uma sociedade mais livre, justa e solidária (art. 3º, inciso I, da CF), 
é impossível raciocinar sobre a norma jurídica sem pensar na sua efetividade. 
Deixa-se de considerar que a efetividade da norma está fora do campo jurídico, 
10 e passa-se a considerá-la elemento principal da norma. Assim, sema efetivi-
dade, não se estará diante de norma jurídica, mas apenas de um texto legal. 
Nesse sentido, diversos doutrinadores pátrios passaram a realizar nítida distinção 
entre o enunciado normativo e a norma jurídica. O jurista Luiz Roberto Barroso 
bem esclarece a distinção ao afirmar que “Enunciado normativo é o texto ainda 
15 por interpretar. Já a norma é o produto da incidência do enunciado normativo 
sobre os fatos da causa, fruto da interação entre texto e realidade.” Portanto, o 
enunciado normativo resume-se ao texto legal, o qual, porém, somente se torna 
norma jurídica quando aplicado aos casos concretos, ou seja, ao tornar-se efetivo. 
Fábio Nesi Venzon. A efetividade do direito eleitoral e a soberania popular. Internet: (com adap-
tações). 
27. Com relação às ideias do texto A efetividade do direito eleitoral e a so-
berania popular e às palavras e expressões nele empregadas, assinale a opção 
correta. 
a) Por não ser próprio do campo jurídico, mas sim de outras áreas do conhecimen-
to, o termo “efetividade”, em suas quatro ocorrências (l.2, l.9 e l.10), foi emprega-
do em sentido figurado. 
b) Mesmo quem não entende de direito o concebe como o meio necessário para o 
desenvolvimento de uma sociedade mais livre, justa e solidária. 
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c) Conforme o texto, o direito constitui uma ciência independente das demais ci-
ências humanas. 
d) No texto, argumenta-se a favor da ideia de que norma jurídica pressupõe efe-
tividade. 
e) Os termos “enunciado normativo” (l.14) e “norma jurídica” (l. 18) foram empre-
gados como antônimos. 
28. O vocábulo “Portanto” (l.16) introduz no texto A efetividade do direito elei-
toral e a soberania popular uma ideia de 
a) finalidade. 
b) conclusão. 
c) causa. 
d) consequência. 
e) condição. 
Texto para as próximas duas questões 
1 Desde 1824, o Brasil elege representantes para a Câmara dos Deputados. 
Durante o Império, eles eram escolhidos por diferentes modelos de represen-
tação majoritária. Até 1880, o sistema de votação era feito em dois níveis: os 
votantes elegiam os eleitores (primeiro nível), que, por sua vez, escolhiam os 
5 representantes para a Câmara dos Deputados (segundo nível). 
 � Em 1881, as eleições passaram a ser realizadas de forma direta para a escolha 
desses cargos. De 1889 a 1930 (Primeira República), os sistemas eleitorais utiliza-
dos eram variações do modelo majoritário. O mais duradouro (1904-1930) dividia 
os estados em distritos eleitorais de cinco representantes; o eleitor podia votar 
10 em até quatro candidatos e ainda podia votar no mesmo candidato mais de uma 
vez. Nesse período, as eleições para presidente e para a Câmara dos Deputados 
eram marcadas por fraudes em larga escala e por reduzida participação eleitoral. 
 � Em 1932, foi criado o primeiro Código Eleitoral brasileiro, que constituiu o 
primeiro passo para a consolidação de uma democracia efetiva: as mulheres
15 passaram a ter o direito ao voto; foi criada a justiça eleitoral — que ficou 
com a responsabilidade de organizar o alistamento, as eleições, a apuração 
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dos votos e a proclamação dos eleitos; foram tomadas medidas para garan-
tir o sigilo do voto. Cabe ressaltar que, até a década de 30 do século pas-
sado, nenhum partido ou movimento político com alguma expressão defendeu
20 a introdução da representação proporcional no país. Tal tarefa deveu-se basi-
camente ao trabalho de alguns poucos intelectuais, e dois deles (Assis Brasil e 
João Cabral) participaram da redação do Código Eleitoral de 1932. 
Marina Almeida Morais. Reforma eleitoral no Brasil: uma análise do sistema de sufrágio brasileiro 
e a possibilidade do voto distrital. In: Revista Jurídica do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás. 
N.º IX - Goiânia: TRE/GO, 2014. Internet: (com adaptações). 
29. Considerando que cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta de 
reescrita de trecho do texto Reforma eleitoral no Brasil:... — indicado entre as-
pas —, assinale a opção em que a reescrita, além de veicular informação original-
mente apresentada, também preserva a correção gramatical. 
a) “De 1889 a 1930 (...) do modelo majoritário” (l. 7 a 8): Entre 1889 a 1930 
(Primeira República), os sistemas eleitorais utilizados variavam conforme o modelo 
vigente 
b) “Nesse período, (...) participação eleitoral” (l. 11 a 12): Nesse período, ocorria 
fraudes em larga escala e havia reduzida participação eleitoral nas eleições para 
presidente e para a Câmara dos Deputados 
c) “Em 1932, foi (...) uma democracia efetiva” (l. 13 a 14): Em 1932, criou-se o 
primeiro Código Eleitoral brasileiro, e este foi o primeiro passo para a consolidação 
de uma democracia efetiva 
d) “Cabe ressaltar que (...) proporcional no país” (l. 18 a 20): Cabe ressaltar que 
até a década de 1930, nenhum partido ou movimento político, com alguma expres-
são, defenderam a introdução da representação proporcional no país 
e) “Até 1880, o sistema (...) (segundo nível)” (l. 3 a 5): Antes de 1880, o siste-
ma de votação era feito em dois níveis: os eleitores eram eleitos pelos votantes 
(primeiro nível), que, por conseguinte, depois escolhia os representantes para a 
Câmara dos Deputados (segundo nível) 
30. A correção gramatical e o sentido original do texto Reforma eleitoral no Bra-
sil:... seriam mantidos caso se substituísse 
a) “o sigilo” (l.18) por a segurança. 
b) “introdução” (l.20) por existência. 
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c) “elege” (l.1) por escolhe. 
d) “reduzida” (l.12) por singela. 
e) “consolidação” (l.14) por advento. 
31. No que se refere às características fundamentais da redação oficial, assinale a 
opção correta. 
a) A clareza do texto oficial depende da prática do redator e de revisão especiali-
zada e atenta, não estando relacionada a aspectos do texto em si ou da linguagem 
nele empregada. 
b) A impessoalidade dos textos oficiais deriva do princípio da impessoalidade, um 
dos princípios fundamentais da administração pública. 
c) A formalidade caracteriza-se pela proposta de um padrão de apresentação dos 
textos oficiais, que é alcançado por meio da clareza datilográfica, do uso de papéis 
uniformes para o texto definitivo e da correta diagramação desse texto. 
d) O cuidado com a linguagem materializa-se na obediência às regras de um pa-
drão oficial de linguagem.
e) A concisão é uma característica dos textos oficiais que se concretiza por meio da 
economia de pensamento. 
32. Assinale a opção correta de acordo com as características formais e linguísticas 
dos documentos oficiais. 
a) O envelope que traga comunicação oficial endereçada a um senador da República 
deverá ser preenchido conforme o modelo abaixo. 
A Vossa Excelência o Senhor 
Senador (nome do Senador) 
Senado Federal 
70165-900 Brasília – DF 
b) O fecho adequado para figurar em uma comunicação oficial que parta de uma 
autoridade superior para uma autoridade inferior é Respeitosamente. 
c) Em uma comunicação que tenha como destinatário o governador de um estado 
da Federação, o tratamento a ser-lhe dispensado deverá ser Vossa Excelência e o 
vocativo a ser empregado será Senhor Governador. 
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d) Em todas as comunicações oficiais, deve-se adotar, na identificação do signatário, 
o modelo abaixo. 
Assinatura 
Nome da autoridade que expede a comunicação oficial 
Cargo da autoridade que expede a comunicação oficial
e) No exemplo Mem. 72/2015 – Setor de Compras, constam a identificação do tipo 
e número do expediente bem como informação referenteao órgão para o qual esse 
expediente se destina, qual seja, o Setor de Compras. 
33. Levando em consideração as características formais e linguísticas do padrão 
ofício, assinale a opção correta. 
a) O endereço do destinatário é um item imprescindível em documentos do padrão ofício. 
b) Os campos destinados às margens laterais esquerda e direita de documentos 
que se orientem pelo padrão ofício devem ter 1,5 cm de largura, no mínimo. 
c) A numeração dos parágrafos que compuserem o texto de um expediente que siga 
o padrão ofício é obrigatória em todos os casos e serve para organizar a informação.
d) O aviso, o memorando e o ofício, exemplos de comunicações oficiais que se 
constroem consoante o padrão ofício, distinguem-se pela finalidade comunicativa. 
e) Gráficos, ilustrações e notas de rodapé são itens estranhos ao padrão ofício. 
34. Considerando os interlocutores envolvidos em atos comunicativos mediados 
por textos oficiais, assinale a opção correta. 
a) O aviso é a comunicação oficial que parte de um ministro de Estado e que se 
destina a autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. 
b) O memorando medeia a comunicação entre unidades administrativas de um 
mesmo órgão pertencentes ao mesmo nível hierárquico ou a diferentes níveis hie-
rárquicos. 
c) O ofício tem como destinatário autoridade de mesma hierarquia que a autorida-
de remetente. 
d) A exposição de motivos denominada interministerial é aquela que se dirige a 
mais de um ministro. 
e) A mensagem é o expediente oficial de que se serve o presidente da República 
para comunicar-se com os ministros de Estado. 
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(CESPE|CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016)
Texto CB1A1AAA 1 
1 O tenente Antônio de Souza era um desses moços que se gabam de não 
crer em nada, que zombam das coisas mais sérias e que riem dos santos e dos 
milagres. Costumava dizer que isso de almas do outro mundo era uma grande 
mentira, que só os tolos temem a lobisomem e feiticeiras. Jurava ser capaz de 
5 dormir uma noite inteira dentro do cemitério. 
 � Eu não lhe podia ouvir tais leviandades em coisas medonhas e graves sem que 
o meu coração se apertasse, e um calafrio me corresse a espinha. Quando a gente 
se habitua a venerar os decretos da Providência, sob qualquer forma que se ma-
nifestem, quando a gente chega à idade avançada em que a lição da experiência 
10 demonstra a verdade do que os avós viram e contaram, custa ouvir com paciência 
os sarcasmos com que os moços tentam ridicularizar as mais respeitáveis tradições, 
levados por uma vaidade tola, pelo desejo de parecerem espíritos fortes, como 
dizia o Dl. Rebelo. Peço sempre a Deus que me livre de semelhante tentação. Acre-
dito no que vejo e no que me contam pessoas fidedignas, por mais extraordinário
15 que pareça. Sei que o poder do Criador é infinito e a arte do inimigo, vária. 
 � Mas o tenente Souza pensava de modo contrário! 
 � Apontava à lua com o dedo, deixava-se ficar deitado quando passava um 
enterro, não se benzia ouvindo o canto da mortalha, dormia sem camisa, 
ria-se do trovão! Alardeava o ardente desejo de encontrar um curupira, um
20 lobisomem ou uma feiticeira. Ficava impassível vendo cair uma estrela, e achava 
graça ao canto agoureiro do acauã, que tantas desgraças ocasiona. Enfim, ao 
encontrar um agouro, sorria e passava tranquilamente sem tirar da boca o seu 
cachimbo de verdadeira espuma do mal.
Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo: Ed. Difusão Cultural do Livro, 2008, p. 7-8
(com adaptações). 
Com relação às ideias do texto CB1A1AAA, julgue os itens seguintes. 
35. Para o narrador, as pessoas de idade avançada são pouco tolerantes para com 
os mais jovens e mais tolerantes em relação ao sobrenatural. 
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36. O tema central do texto é explorado pela perspectiva do conflito entre a crença 
nas tradições religiosas populares e o ceticismo em relação a elas. 
37. A pouca idade do tenente Souza é apontada pelo narrador como a causa prin-
cipal do seu comportamento zombeteiro, sarcástico e cheio de desdém pelas cren-
dices populares. 
Julgue os itens que se seguem, referentes aos aspectos linguísticos do texto CB1A-
1AAA. 
38. A supressão da vírgula empregada no trecho “a arte do inimigo, vária” (l.15) 
prejudicaria o sentido original do texto. 
39. O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso a 
oração “Peço sempre a Deus que me livre de semelhante tentação” (l. 13) fosse 
reescrita da seguinte forma: Rogo-lhe constantemente que Deus me livre de seme-
lhante tentação. 
40. Na linha 4, a palavra “só” foi empregada no sentido de sozinhos. 
41. Haveria prejuízo da correção gramatical do texto caso a partícula “se”, no tre-
cho “Quando a gente se habitua a venerar os decretos da Providência” (l. 7 e 8), 
fosse deslocada para imediatamente após a forma verbal “habitua”, escrevendo-se 
habitua-se. 
42. No último parágrafo do texto, o emprego das formas verbais no pretérito im-
perfeito do indicativo indica que as ações do tenente Souza eram habituais. Tais 
hábitos acabam por caracterizar o personagem. 
43. Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, no trecho “só os 
tolos temem a lobisomem e feiticeiras” (l.4), a preposição “a” poderia ser supri-
mida. 
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Texto CB1A1BBB
1 Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com o funcionalismo já 
alcançaram nível preocupante ou que estouraram o limite de gastos com pessoal 
fixado pela Lei Complementar n. 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legislação destinada a assegurar,
5 como alegam, maior rigor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de 
responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a estrutura legal 
que protege o dinheiro público do mau uso por gestores irresponsáveis. 
 � Examinando-se a situação financeira dos estados que preparam sua versão da 
lei de responsabilidade fiscal, fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 
10 2000, quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais, estão sujei-
tos a regras precisas para a gestão do dinheiro público, para a criação de despesas 
e, em particular, para os gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido algu-
mas dessas regras, estariam interessados em torná-las ainda mais rigorosas? 
 � Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo dinheiro público
15 que, por alguma razão, não a cumpriram. De que adiantaria, então, tornar a 
lei mais rigorosa, se nem nas condições atuais esses responsáveis estão sendo 
capazes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la pode ser o pretexto 
não para torná-la mais rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que 
a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do setor público de adaptar
20 suas despesas às receitas em queda por causa da crise. 
Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adaptações). 
A respeito das ideias do texto CB1A1BBB, julgue os itens a seguir. 
44. De acordo com o texto, as normas da LRF dispõem principalmente sobre gastos 
com pessoal, pois esse tipo de gasto causa mais problemas para os responsáveis 
pela gestão do dinheiro público. 
45. Segundo o texto, o objetivo de se propor uma nova lei de responsabilidade fiscal, 
mais rígida quanto à proteção do dinheiro público, é desconfigurar a LRF. 
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46. Para o autor do texto, o descumprimentodas normas da LRF em alguns esta-
dos decorreu do fato de a própria lei ser pouco clara em relação aos gastos públicos 
e também da incapacidade dos gestores do dinheiro público de adaptar as contas 
estaduais à realidade financeira do país. 
47. Para o autor do texto, é um contrassenso a proposta de tornar a LRF mais ri-
gorosa. 
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue os seguintes 
itens. 
48. A construção “Não foi a lei que não funcionou” (l.14) está associada a uma 
interpretação de contraste, significando que outro elemento — e não a lei — não 
funcionou. 
49. Na linha 18, o termo “mais rigorosa” funciona como um predicativo do termo 
“a lei”. 
50. A conjunção “se” (l.16) introduz uma oração interpretada como a condição 
para tornar a LRF mais rigorosa. 
51. O emprego do acento grave em “às receitas” (l.20) decorre da regência do 
verbo “adaptar” (l.19) e da presença do artigo definido feminino determinando o 
substantivo “receitas”. 
52. O pronome “que” (l.2) refere-se a “despesas” (l.1). 
53. Os sujeitos das orações “como alegam” (l.5) e “segundo argumentam” (l.6) 
são indeterminados. 
54. Na linha 9, a oração “aceitar a argumentação” funciona como complemento do 
adjetivo “difícil”. 
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Mem. 23/2013–TC 
Brasília, 15 de março de 2016. 
Assunto: Aquisição de novos computadores. 
Cumpre-me informar que, nos termos do plano de estratégia estabelecido na 
reunião do colegiado de fevereiro deste ano, solicitamos a Vossa Senhoria a toma-
da de orçamentos para a aquisição de novos equipamentos de informática para o 
Departamento de Recursos Humanos. 
As especificações dos computadores deverão ser obtidas junto ao departamen-
to de informática, e os orçamentos deverão ser apresentados na próxima reunião. 
Abraços, 
Senhor João da Silva
A partir do memorando hipotético apresentado, julgue os itens que se seguem com 
base nas normas do Manual de Redação da Presidência da República (MRPR). 
55. O alinhamento e o formato da data e do assunto da comunicação oficial apre-
sentada atendem às normas do MRPR. 
56. Infere-se que o emissor e o destinatário do memorando apresentado ocupam 
cargo de mesma hierarquia, uma vez que essa modalidade de comunicação oficial 
é utilizada para estabelecer a comunicação entre unidades administrativas hierar-
quicamente idênticas, de órgãos distintos. 
57. A identificação do signatário do documento apresentado foi feita de acordo com 
o disposto no MRPR, pois a menção ao cargo é desnecessária em comunicações 
como o memorando. 
58. O emprego de Abraços como fecho do documento apresentado contraria as 
determinações do MRPR quanto às características da redação oficial, especialmente 
no que se refere à formalidade e à impessoalidade. 
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59. Nos dois parágrafos que compõem o corpo do documento, empregou-se o pa-
drão culto da língua portuguesa. 
60. O texto ficaria mais conciso, atendendo-se às normas constantes no MRPR quan-
to às características da redação oficial, caso se substituísse o trecho Cumpre-me 
informar que por Informo que. 
(CESPE|CEBRASPE/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE – ÁREA: ADMINISTRAÇÃO/2016)
Texto CB1A1AAA 
O processo de investigação e combate à corrupção que o Brasil experimenta 
hoje tem sido acompanhado da circulação de toda sorte de discursos sobre o tema, 
elaborados por diversos agentes sociais que disputam a atenção e o convencimento 
dos participantes da esfera pública. A maior parte desses discursos não está preo-
cupada em refletir sobre as causas e as consequências da corrupção, mas sim em 
apresentar uma série de afirmações fortes sobre seu combate. 
O nosso debate público parece marcado por um excesso de certezas e muito 
poucas dúvidas sobre a corrupção, exatamente o oposto da situação imperante no 
campo dos estudos acadêmicos sobre esse assunto. Dizem especialistas em cor-
rupção que a pesquisa sobre o tema é muito recente e ainda não produziu resulta-
dos conclusivos. Não há receitas prontas para combater a corrupção nos diversos 
países; tampouco há uma definição clara sobre que tipo de ação se deve considerar 
corrupção. 
Para ficar apenas em um exemplo, o conceito de corrupção como abuso da 
função pública para obter fins privados tem sido questionado, com a proposta de 
que o termo “corrupção” passe a incluir práticas que não se refiram ao Estado e 
não envolvam funcionários públicos — por exemplo, práticas consideradas lícitas 
que buscam influenciar o mercado, como o lobby, e o financiamento de campanha. 
Alguns autores questionam se a legalização dessas práticas não produziu uma si-
tuação na qual interesses econômicos terminam simplesmente reconhecidos pelas 
leis, em uma verdadeira legalização de práticas antes consideradas corruptas por 
permitirem a influência privada sobre os agentes públicos.
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Além disso, o suposto sucesso de receitas de boa governança contra a corrup-
ção, hoje indicadas por organizações internacionais como o Banco Mundial, tem 
sido relativizado por análises qualitativas que apontam para a necessidade de se 
conhecer cada contexto social antes de se pensar nas medidas anticorrupção e es-
tratégias destinadas a implementá-las. 
José Rodrigo Rodriguez. Contra o fanatismo textualista: corrupção, jeitinho brasileiro e estado de 
direito. In: Novos Estudos CEBRAP, edição 104, mal./2016, p. 61-2 (com adaptações). 
61. No que se refere às ideias expressas no texto CB1A1AAA, assinale a opção 
correta. 
a) O campo dos estudos acadêmicos sobre a corrupção é caracterizado por ques-
tionamentos, dado o fato de a investigação sobre o tema ser muito recente e ainda 
não ter trazido resultados conclusivos à discussão, contrapondo-se ao debate pú-
blico sobre a corrupção. 
b) A pesquisa qualitativa sobre o tema da corrupção tem desprezado receitas pron-
tas de combate a esse mal, ressaltando que o caminho para vencê-lo não se deve 
basear na simples replicação de uma ideia que logrou resultados positivos, mas na 
observação atenta da realidade sociopolítica de cada lugar. 
c) A legalização de práticas como o lobby e o financiamento privado de campanhas 
eleitorais é a causa da corrupção velada, que se caracteriza por ser uma situação 
em que interesses econômicos privados exercem influência sobre os agentes pú-
blicos.
d) O questionamento do conceito amplo de corrupção levou à proposta de que 
existem duas modalidades de corrupção: a corrupção que é praticada por agentes 
do Estado e a que não se refere ao Estado, tampouco envolve agentes públicos. 
e) Discursos sobre a corrupção surgiram e se disseminaram a partir do atual pro-
cesso de combate à corrupção, sendo veiculados por agentes sociais que, por meio 
de afirmações contundentes sobre como combater esse mal, buscam, na realidade, 
a atenção da opinião pública e o seu convencimento. 
62. Em cada uma das opções a seguir é apresentada uma proposta de reescrita 
para o seguinte período do texto CB1A1AAA: “Não há receitas prontas para com-
bater a corrupção nos diversos países; tampouco há uma definição clara sobre que 
tipo de ação se deve considerar corrupção.” Assinale a opção em que a reescrita 
apresentada mantém a correção gramatical e o sentido original do período. 
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a) Não há receitas prontas para o combate à corrupção nos diversos países; tam-
pouco há uma definição precisa acerca do tipo de ação que se deve considerar 
corrupção. 
b) Não existe receitas prontas para enfrentar a corrupção nos diversospaíses, e 
também não há uma definição clara sobre que tipo de ação devemos considerar 
como corrupção. 
c) Nos diversos países, não têm-se receitas prontas para se combater a corrupção; 
tampouco tem-se uma definição clara acerca do tipo de ação que deve-se pensar 
como corrupção. 
d) Para combater a corrupção nos diversos países não há receitas prontas; tam-
pouco há uma fórmula clara sobre que tipo de ação devemos considerar como cor-
rupção. 
e) Não há receitas prontas para lutar com a corrupção nos diversos países, e não 
há também uma noção explícita sobre que tipo de ação a corrupção deve ser con-
siderada. 
63. Tendo como referência o gráfico precedente, que mostra os valores, em bilhões 
de reais, relativos à arrecadação de receitas e aos gastos com despesas do estado 
do Paraná nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. 
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a) No ano considerado, o segundo trimestre caracterizou-se por uma queda contí-
nua na arrecadação de receitas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. 
b) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um período de queda simultânea dos 
gastos com despesas e da arrecadação de receitas e dois períodos de aumento si-
multâneo de gastos e de arrecadação. 
c) No último bimestre do ano de 2015, foram registrados tanto o maior gasto com 
despesas quanto a maior arrecadação de receitas. 
d) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os únicos meses em que a arre-
cadação de receitas foi ultrapassada por gastos com despesas. 
e) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor gasto mensal com despesas 
foram verificados, respectivamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 
2015. 
(CESPE|CEBRASPE/TCE-SC/AUDITOR FISCAL E CONTROLE EXTERNO – 
ESPECIALIDADE: ADMINISTRAÇÃO/2016)
Texto CB2A2AAA
1 É inegável que o Estado representa um ônus para a sociedade, já que, para 
assegurar o seu funcionamento, consome riquezas da sociedade. Representa, 
porém, um mal necessário, pois até agora não se conseguiu arquitetar meca-
nismo distinto para catalisar a vida em comunidade. Então, se do Estado ainda 
5 não pode prescindir a civilização, cabe-lhe aprimorá-lo, buscando otimizar o seu 
funcionamento, de modo a torná-lo menos oneroso, mais eficiente e eficaz. 
 � O bom funcionamento do Estado, que inclui também o bom funcionamento 
de suas estruturas encarregadas do controle público (Ministério Público, Poder 
Legislativo e tribunais de contas, entre outros), vem sendo alçado à condição 
10 de direito fundamental dos indivíduos. Pressupõe, notadamente sob as luzes do 
princípio constitucional da eficiência, os deveres de cuidado e de cooperação. 
 � O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade 
do interesse público. Em decorrência desse postulado, todo agente público tem o 
dever de, no cumprimento fiel de suas atribuições, perseguir o interesse público 
15 manifesto na Constituição Federal e nas leis. Conduz, portanto, à ideia de vedação 
da omissão, já que deixar de cumprir tais atribuições evidenciaria conduta ilícita. 
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 � O dever de cuidado conduz, ainda, a uma ampla interação entre as estruturas 
públicas de controle, ou seja, é um dever de cooperação, não como faculdade, 
mas como obrigação que, em regra, dispensa formas especiais, como previsões
20 normativas específicas, convênios e acordos. 
 � Sob essa perspectiva, o controle público do Estado deve incorporar à sua cultura 
institucional o compromisso com o direito fundamental ao bom funcionamento do 
Estado. Nesse contexto, os deveres de cuidado e de cooperação se impõem a to-
das as estruturas do Estado destinadas a promover o controle da máquina estatal. 
25 A observância do dever de cuidado e do de cooperação — traduzida, portanto, 
na atuação comprometida e concertada das estruturas orientadas para a função 
de controle da gestão pública — deve promover, entre os agentes e órgãos de 
controle, comportamentos de responsabilidade e responsividade. Por responsa-
bilidade entenda-se o genuíno compromisso com a integralidade do ordenamento
30 jurídico, o que pressupõe, acima de tudo, o reconhecimento de um regime de 
vedação da omissão. Responsividade, por sua vez, traduz o comportamento 
orientado a oferecer respostas rápidas e proativas, impregnadas de verdadeiro 
compromisso com a ideia-chave de promover o bom funcionamento do Estado. 
Diogo Roberto Ringenberg. Direito fundamental ao bom funcionamento do controle público. In: 
Controle Público, n. 10, abr./2011, p. 55 (com adaptações).
A respeito das ideias veiculadas no texto CB2A2AAA, julgue os itens que se seguem. 
64. O sentido original do texto seria preservado caso o período “Então, se do Estado 
(...) eficiente e eficaz” (l. 4 a 6) fosse reescrito da seguinte forma: Na busca por oti-
mizar o seu funcionamento, o Estado ainda não pode prescindir da civilização; então, 
resta aperfeiçoá-lo, tornando-o menos caro e aumentando sua eficiência e eficácia. 
65. De acordo com o autor do texto, a ampla interação entre as estruturas públicas 
de controle é obtida quando se dispensa atenção especial a determinadas formas 
de cooperação entre órgãos, como previsões normativas específicas, convênios e 
acordos. 
66. O termo “responsividade” foi empregado nas linhas 28 e 31 com o sentido de 
qualidade de quem responde pelos próprios atos, ou pelos de outrem, em situação 
jurídica passível de punição. 
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67. A tese defendida pelo autor do texto resume-se à ideia expressa na seguin-
te assertiva: o Estado é um peso para toda a sociedade, mas, como não se pode 
prescindir dele, devem-se arquitetar mecanismos para que os impostos pagos pela 
sociedade sejam distribuídos em favor dos mais pobres. 
68. Infere-se do texto que os tribunais de contas agem sob a égide do dever de 
cuidado não apenas ao zelarem pelo interesse público expresso nos dispositivos 
legais, mas também ao se obrigarem a atuar em cooperação com as demais estru-
turas públicas de controle. 
69. Depreende-se do texto que o não cumprimento do dever de cuidado por omis-
são poderá resultar na aplicação de sanções ao servidor público. 
Com relação às estruturas linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue os itens a seguir. 
70. A coerência do texto seria preservada caso os vocábulos “comprometida” (l.26) 
e “concertada” (l.26) fossem substituídos, respectivamente, por responsável e 
reparada. 
71. No terceiro período do texto, as formas pronominais “lo”, em suas duas ocor-
rências — “aprimorá-lo” e “torná-lo” —, e “seu” referem-se a “Estado”. 
72. No trecho “de modo a torná-lo menos oneroso, mais eficiente e eficaz” (l.6), 
detalha-se e explicita-se o que se deve entender por “buscando otimizar o seu fun-
cionamento” (l. 5 e 6). 
73. Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o trecho “O dever de cuida-
do (...) e nas leis” (l. 11 a 15) poderia ser reescrito da seguinte forma: O dever de 
cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do interesse pú-
blico; em decorrência do qual todo agente público deve ter o dever, de cumprindo 
fielmente, as suas atribuições, perseguir o interesse público manifesto na Consti-
tuição Federal e nas leis. 
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Texto CB2A2BBB
1 O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu poten-
cial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma 
ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço 
público, para que seus agentes sempre atuem,de fato, em prol do interesse público. 
5 Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um 
órgão ou entidade pública que está “completa, inteira, perfeita, sã”, no sentido de uma 
atuação que seja imaculada ou sem desvios, conforme as normas e valores públicos. 
 � De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), a integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos
10 positivos que, em última análise, influenciam os resultados da administração, 
e não apenas seus processos. Além disso, a OCDE compreende um sistema de 
integridade como um conjunto de arranjos institucionais, de gerenciamento, 
de controle e de regulamentações que visem à promoção da integridade e da 
transparência e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos. 
15 Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas 
para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e 
outros desvios dentro de determinada organização. 
Internet: <www.cgu.gov.br> (com adaptações). 
Julgue os próximos itens, relativos a aspectos linguísticos e às ideias do texto 
CB2A2BBB. 
74. A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso o seguinte trecho fosse 
incluso como continuação do segundo parágrafo: Assim sendo, a integridade pú-
blica pode ser compreendida como uma virtude ou qualidade dos agentes que atu-
am, em uma determinada organização, de maneira proba, em favor do interesse 
público e em conformidade com os princípios, normas ou valores que norteiam a 
administração pública. 
75. Nesse texto, de natureza informativo-argumentativa, busca-se convencer o lei-
tor de que a integridade, como qualidade de órgãos e entidades públicas, contribui 
para que os agentes do serviço público atuem prevenindo a corrupção e em prol do 
interesse público. 
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Ainda com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A2BBB, julgue os itens sub-
sequentes. 
76. A coesão e a correção gramatical do trecho “e à redução do risco de atitudes 
que violem os princípios éticos” (l. 14) seriam mantidas caso a forma verbal “vio-
lem” fosse flexionada no singular, passando, então, a concordância a restringir-se ao 
termo “risco”. 
77. O trecho “e também” (l.16) poderia ser corretamente isolado por vírgulas, re-
curso que lhe conferiria ênfase. 
78. O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” (l.5) é indeterminado. 
[…]
9. Por fim, apesar de a Coordenadoria de Controle de Recursos Antecipados 
ter expedido o documento, os técnicos responsáveis farão a fiscalização in loco. 
10. Vossa Excelência será informada acerca do andamento do processo.
Atenciosamente, 
[assinatura] 
[identificação do signatário] 
Considerando o fragmento de texto apresentado, que contém os parágrafos finais 
e o fecho de um expediente em padrão ofício, julgue os seguintes itens, de acordo 
com o Manual de Redação da Presidência da República (MRPR). 
79. Dado o emprego do fecho Atenciosamente, infere-se que o destinatário da 
comunicação em análise ocupa cargo de nível hierárquico igual ou inferior ao do 
signatário. 
80. No último parágrafo da comunicação apresentada, o termo informada foi empre-
gado no feminino para concordar com o pronome de tratamento Vossa Excelência. 
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Ofício n. 0064/2016 – TCE/SC 
Florianópolis, 25 de janeiro de 2016. 
XXXXXX 
Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina 
Palácio Barriga Verde — l. Dl. Jorge Luz Fontes, 310 — Centro
88020-900 — Florianópolis — SC 
Assunto: Encaminhamento de documento — Ofício n. 242/2016-GP 
XXXXXXX, 
Em resposta ao Ofício n. 242/2016-GP, encaminho, anexa, cópia do Parecer n. 
01/2016 da DCE — TCE/SC acerca das inspeções realizadas em hospitais da rede 
pública estadual, no ano de 2015. 
Respeitosamente, 
[Assinatura] 
[identificação do signatário] 
Tendo como referência a comunicação hipotética apresentada, julgue os itens a 
seguir à luz das normas do MRPR. 
81. No documento apresentado, foram atendidas as normas do padrão ofício esta-
belecidas pelo MRPR relativas à posição da data e do local. 
82. Na identificação do signatário da referida comunicação, devem constar, abaixo 
do local da assinatura, o nome e o cargo da autoridade que expede a mensagem.
83. O expediente em análise não está adequado quanto à finalidade e à estrutura 
do padrão do ofício, visto que não contém parágrafos de desenvolvimento devida-
mente numerados nem comentários do signatário da comunicação a respeito do 
documento encaminhado. 
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(CESPE|CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA 
ADMINISTRATIVA – ESPECIALIDADE: CONTABILIDADE/2016)
Texto CB5A1AAA
1 Tratando-se do dever de prestar contas anuais, cabe, inicialmente, verificar como 
tal obrigação está preceituada no ordenamento jurídico. A Constituição Federal prevê 
que cabe ao presidente prestar contas anualmente ao Poder Legislativo. Por sime-
tria, tal obrigação estende-se ao governador do estado e aos prefeitos municipais. 
5 O dever anual de prestar contas é da pessoa física. Assim sendo, no nível muni-
cipal, esse dever é do prefeito, que, nesse caso, age em nome próprio, e não em 
nome do município. Tal obrigação se dá em virtude de força da lei. O povo, que 
outorgou mandato ao prefeito para gerir seus recursos, exige do prefeito — por 
meio de norma editada pelos seus representantes — a prestação de contas. Sendo 
10 tal prestação obrigação personalíssima, não se pode admitir que seja executada 
por meio de pessoa interposta. Isso quer dizer que o tribunal de contas deve 
recusar, por exemplo, a prestação de contas apresentada por uma prefeitura refe-
rente à obrigação de um ex-prefeito. Quer dizer também que o ex-prefeito con-
tinua sujeito a todas as sanções previstas para aqueles que não prestam contas. 
15 Por essa razão, é necessário que haja a separação das contas — que devem, 
inclusive, ser processadas em autos distintos — quando ocorrer de o cargo de 
prefeito ser ocupado por mais de uma pessoa durante o exercício financeiro. 
Nesse caso, cada um será responsável pelo período em que ocupou o cargo. 
Ailana Sá Sereno Furtado. O dever de prestar contas dos prefeitos. Internet: < https://jus.com.
br> (com adaptações). 
A respeito das ideias veiculadas no texto CB5A1AAA, julgue os próximos itens. 
84. As contas do prefeito e da prefeitura devem ser prestadas separadamente, 
uma vez que servem a funções distintas. 
85. O presidente da República, o governador do estado e o prefeito municipal de-
vem prestar contas no início de cada ano. 
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86. Ao ex-prefeito, que continua sujeito a todas as sanções previstas em lei, não é 
permitido apresentar contas após o prazo previsto para essa obrigação. 
87. Governadores e prefeitos devem prestar contas ao Congresso Nacional. 
Julgue os itens que se seguem, a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do 
texto CB5A1AAA. 
88. A correção gramatical do texto seria mantida caso, na linha 10, a partícula “se” 
fosse empregada imediatamente após a forma verbal “pode” — escrevendo-se da 
seguinte forma: pode-se. 
89. Sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do texto, o trecho 
“é necessário que haja a separação das contas” (l. 15) poderia ser reescrito da se-
guinte forma: é necessário que hajam contas separadas. 
90. O termo “ao Poder Legislativo” (l.3) exerce a função de complemento da forma 
verbal “prevê” (l.2).

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