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1 João Carlos Ignácio Negociação 3 Entre todas as modalidades de eventos, o Hotel do Museu elencou as convenções de empresas como seu target principal. Um escritório de vendas foi instalado em São Paulo, uma equipe de promotores de vendas foi constituída e uma carteira de clientes foi organizada. O hotel tem operado com uma ocupação razoavelmente boa entre as altas e baixas temporadas. A clientela de lazer, concentrada na alta temporada, responde por cerca de 60% dos resultados de vendas, ficando as convenções de empresas e os congressos de organizações variadas com 35% do volume. Os demais 5% compreendem clientes ocasionais, que estão de passagem pela cidade, viajando a negócios, e se hospedam no hotel por comodidade imediata, quase sempre sem reserva prévia. As 125 unidades habitacionais constituem-se em suítes, compreendendo uma sala, um quarto, metade deles com duas camas de solteiro e a outra metade com cama de casal, todos dotados de banheiro privativo com banheira e ducha. Como característica específica, o Hotel do Museu tem suas unidades habitacionais decoradas com o mesmo padrão, à exceção da Suíte Presidencial, sua dependência mais nobre, que possui banheira de hidromassagem, duas camas de casal, além de uma sala de jantar onde há uma bela mesa de refeições para oito pessoas e um american bar bem equipado. Durante a alta temporada, o bem equipado Centro de Convenções é utilizado como espaço de recreação e lazer para os hóspedes. No auditório sucedem-se apresentações musicais, peças teatrais e o já tradicional show dos hóspedes, no qual os próprios hóspedes se apresentam demonstrando talentos pessoais. As quatro salas de reuniões são transformadas no Clubinho Infantil, destinado às crianças menores, enquanto o salão nobre serve às festas dançantes, sempre animadas pelo conjunto musical formado pelos funcionários do hotel. Durante a baixa temporada, esses espaços têm como intuito receber reuniões de negócios, sessões plenárias e demais atividades típicas de congressos e convenções. A clientela de lazer do hotel é composta de famílias que, de forma cativa, frequentam suas instalações em quase todos os feriados e férias escolares. É comum grupos familiares formados por pais, irmãos filhos, filhas e netos reservarem alas inteiras do hotel e até mesmo solicitarem que sejam colocadas camas extras nos apartamentos para melhor acomodar três ou quatro crianças que desejam ficar juntas. Abertura Descrição do Case Localizado na bucólica cidade de Águas de São Roque, uma pequena estância turística do chamado Circuito das Águas, no estado de Minas Gerais, o Hotel do Museu é um confortável 4 estrelas destinado ao lazer de clientes vindos sobretudo das regiões metropolitanas do país, particularmente de São Paulo, Campinas e Belo Horizonte. Como todo hotel de lazer, sofre com a sazonalidade. Nas altas temporadas, que compreendem os períodos de recesso de final de ano, feriados prolongados e férias de julho, o hotel permanece lotado, com verdadeira guerra entre os clientes tradicionais por mais apartamentos nos quais possam alojar toda a família e amigos. Entretanto, nos períodos de baixa temporada, quando esses clientes tradicionais estão trabalhando ou estudando nos grandes centros urbanos do país, o hotel recebe poucos hóspedes, necessitando buscar clientes em um outro segmento de mercado, bem como eventos que propiciem uma ocupação que mantenha o empreendimento em equilíbrio financeiro. Negociação 4 Laureate- International Universities Com o tempo, essa frequência familiar gerou uma forte relação entre as diversas famílias. Parcerias em jogos de salão ou de quadra, conjuntos musicais, grupos teatrais e até mesmo namoros entre os jovens filhos dos hóspedes são bastante regulares. Em três ocasiões, esses namoros de férias resultaram em laços mais duradouros, com cerimônias de casamento realizadas no salão nobre do hotel. Porteiros, recepcionistas, garçons, camareiras, todos no hotel conheciam as várias famílias e sabiam muito bem como fazer para agradar cada um desses hóspedes mais do que habituais. Na alta temporada, o hotel se transformava em uma grande casa em que essas famílias se sentiam à vontade. No Hotel do Museu há diversão para todos, de qualquer idade ou sexo. Sempre existe uma boa opção de diversão, em uma atmosfera de festa permanente. Rogério Terra, o gerente de operações do hotel, costuma dizer que, nessas ocasiões, o hotel é um transatlântico ancorado em terra firme. Assim que o último hóspede de lazer deixa o hotel, ao final das temporadas, tudo se transforma. Juntamente com a faxina geral promovida pela equipe da governança, o clima festivo dá lugar a um ambiente bem mais austero, onde tudo é pensado para destacar a sobriedade e o requinte típicos de espaços de trabalho. Os executivos que começam a chegar, sempre aos grupos, em horários bem determinados, necessitam de eficiência e discrição para executar seus planejamentos estratégicos empresariais. Vez ou outra o hotel recebe grupos mais festivos. Foi assim com as top models de uma grande marca de moda, que realizou o lançamento de sua coleção de primavera-verão no seu parque aquático. Jovens e sadios, os modelos e a equipe aproveitavam seus horários livres para se divertir em festinhas improvisadas nada discretas. De qualquer forma, as convenções e congressos que o hotel recebe têm por característica uma programação extremamente detalhada e cronologicamente determinada. Nada pode sair do lugar, pois pode comprometer todo o evento, em um efeito cascata. Em um movimento de onda, todos os hóspedes sincronicamente estabelecem uma rotina diária exemplar: café da manhã, reunião, coffee-break e reunião pela manhã até o meio-dia. Almoço, reunião, coffee-break e reunião no período da tarde. Apenas as noites são mais livres, pois os hóspedes podem relaxar na sauna, nas piscinas aquecidas ou mesmo no piano bar do hotel. Nos horários de reuniões reina um sepulcral silêncio. Em sua carteira de clientes, o Hotel do Museu conta com muitas grandes empresas do país, 35 delas respondendo por 80% do volume de vendas dos eventos captados, com destaque para os cinco maiores conglomerados empresariais atuando no Brasil. Devido às constantes convenções realizadas no hotel, esses conglomerados, sozinhos, têm garantido 50% do faturamento no segmento de eventos. Não raro, suas reservas de unidades ocupacionais lotam todo o hotel por semanas seguidas. Um desses clientes corporativos de grande destaque para as vendas é a Alfa, um conglomerado de empresas nacionais centrado na mineração e na siderurgia, com sede em Belo Horizonte, que, com regularidade, realiza seus eventos corporativos nas dependências do hotel. Olímpio Silva, seu presidente, é um austero homem de negócios. Sempre direto e objetivo, ele odeia perder tempo em preliminares estéreis e desfocadas, mesmo quando estas compõem a prática social de um povo ou cultura. O Sr. Olímpio vê a equipe de colaboradores como seus verdadeiros amigos, tal a frequência com que se hospeda no hotel. Marcelo Miranda, o gerente de marketing e vendas do Hotel do Museu, capitaneia a equipe de promotores de vendas e os agentes de reservas diretamente na central de reservas, situada em uma elegante avenida na cidade de São Paulo. De lá ele negocia os pacotes, as atrações e os eventos que enchem de hóspedes os apartamentos do hotel ao longo do ano todo. A menos de três meses para o feriado de Corpus Christi, Marcelo já tinha fechado toda a programação do pacote de lazer, iniciando por uma recepção festiva na tarde da quarta-feira, em que um welcome drink será servido até o final da noite para todos os hóspedes. Em seguida, uma 5 sucessão de atrações, incluindo uma procissão pelos jardins do hotel, devidamente enfeitados para a ocasião, na quinta-feira, culminando em uma missasolene realizada no salão nobre do Centro de Convenções, celebrada pelo vigário da paróquia central da cidade. A negociação com o sacerdote não foi fácil, mas como este sempre recebera, para suas obras sociais, as sobras de alimentos e as roupas de cama e de banho descartadas pelo hotel, aceitou professar a cerimônia. Para os hóspedes, a procissão e a missa são essenciais em suas decisões de virem ao hotel. Católicos em sua grande maioria, muitos receavam vir ao hotel para se divertir, quando sua fé os obrigava a participar dos sacramentos religiosos. Como resultado da programação feita por Marcelo, as reservas para o período já atingiam a quase totalidade das unidades habitacionais. Um sucesso! A manhã ainda não se findara quando o telefone tocou. Era o Sr. Olímpio Silva, que exigia falar diretamente com o gerente, sem aceitar intermediários. Marcelo estranhou a exigência, já que o Sr. Olímpio costuma ser um cliente amável, sempre muito cortês e extremamente diplomático. Mas, assim que o atendeu, Marcelo entendeu a razão do desregro. A Alfa estava organizando um evento de vital importância, no qual receberia potenciais investidores que poderiam viabilizar o projeto de internacionalização da empresa. Nesse evento nada poderia dar errado, por isso tinha que ser realizado no Hotel do Museu, mas tão logo seu pessoal de staff contatou o setor de reservas, recebeu a informação de que o hotel estaria lotado. O Sr. Olímpio, ansioso, adiantou a Marcelo que não aceitaria um não como resposta. Hábil negociador, Marcelo solicitou ao Sr. Olímpio que expusesse a questão com maiores detalhes para que ele pudesse entender e, assim, auxiliar. O cliente repetiu toda a sua história, ressaltando a imperativa necessidade de que tudo desse certo, sem falhas. Foi dessa maneira que Marcelo pôde entender, do exaltado cliente, que este organizara esse importante evento para ocorrer durante o feriado de Corpus Christi, período para o qual o hotel não dispunha das 25 unidades habitacionais necessárias para acomodar todos os clientes da Alfa. Este era o problema: o cliente desejava um serviço que não estaria disponível. Marcelo sabia que, naquele momento, restavam ainda 20 unidades habitacionais disponíveis para venda durante o Corpus Christi. Caso fosse necessário, ele poderia renegociar algumas reservas com seus hóspedes habituais de lazer, oferecendo acomodações durante as férias de julho e a preços mais acessíveis, além de serviços diferenciados. Mas ele também se recordava da última vez em que permitiu a hospedagem ao mesmo tempo de clientes de convenções e de clientes de lazer na casa. Naquela fatídica ocasião, a tranquilidade necessária para os momentos de reunião dos executivos era constantemente quebrada por crianças que adentravam o Centro de Convenções em desabalada correria e, por traquinagem, batiam vigorosamente às portas das salas de reunião para sair desabaladamente em sonoras gargalhadas. Não foi incomum encontrar as mesas dos buffets de coffee-break reviradas antes que os convencionais pudessem deles desfrutar. Eras os espertos adolescentes, atraídos por comida fácil e pelo gosto do perigo, que faziam isso. De nada adiantava colocar toda a equipe de segurança do hotel para coibir tais atos. Para as crianças e os jovens, apenas aumentava a diversão. Os fatos mais graves, entretanto, ocorreram entre adultos. Certa noite, no bar do hotel, depois de beber alguns drinques, um grupo de convencionais resolveu fazer gracejos a três jovens garotas desconhecidas que comiam um lanche na mesa ao lado. Apesar dos corpos bem desenvolvidos, essas garotas tinham apenas entre 15 e 16 anos e eram filhas dos hóspedes de lazer, que, percebendo o ocorrido, foram tirar satisfação com os convencionais. A acalorada discussão que se seguiu só não se transformou em pancadaria generalizada pela hábil e oportuna intervenção da equipe de bar, que, com muitos “deixa-disso” e prometendo um ambiente mais agradável, conduziu o grupo de aminados convencionais ao bar da piscina, onde estava ocorrendo um show de música ao vivo exclusivo para a convenção. Negociação 6 Laureate- International Universities Depois de rememorar tais fatos, Marcelo desistiu dessa possibilidade. Pensou um pouco mais, respirou profundamente e respondeu ao Sr. Olímpio: – O Sr. tem toda razão, Sr. Olímpio. O Hotel do Museu não o deixará na mão. Mais do que vender diárias de apartamentos, nosso trabalho é satisfazer nossos clientes da melhor forma possível. Tendo ouvido um pequeno grunhido de concordância do cliente, Marcelo não perdeu tempo e continuou: – O senhor já verificou se esses investidores estarão disponíveis para o feriado? – Claro que não, quero ter tudo acertado quando convidá-los para o evento! – retrucou o Sr. Olímpio – Bem, se me permite a franqueza, não creio que realizar o evento em questão durante o Corpus Christi seja a melhor opção. Seus investidores certamente têm planos de passar com a família um feriado como esse, ainda mais sendo eles pessoas extremamente ocupadas, não é mesmo? – É possível que você tenha razão – respondeu o cliente. – Pois então. Eu gostaria de auxiliá-lo nos preparativos do evento. O senhor sabe que já atuo nessa área há mais de 20 anos, não é mesmo? – a muda concordância do cliente encorajou Marcelo a ir em frente em sua argumentação. – Longe de querer intrometer-me em seus planos, atrevo-me a dizer que seus convidados não gostarão muito de perder o feriado com esse evento, por mais perfeito que ele seja. Eles não estarão muito propensos à ideia de se separar de seus entes queridos. Isso pode deixá-los irritados e ansiosos por terminar logo o evento para poderem voltar para casa. E certamente o senhor não gostaria de ver sua proposta de negócio avaliada superficialmente ou recusada em razão dessa indisposição prévia dos investidores, certo? – continuou Marcelo. – Eu não havia pensado nisso, Marcelo – respondeu o Sr. Olímpio, em um tom de voz mais pausado e introspectivo. – Mas você não está falando isso só para resolver seu problema de ocupação durante o feriado, está? – Posso lhe assegurar que apenas estou tentando auxiliar e contribuir para o sucesso de seu evento – respondeu Marcelo. – E o que você me sugere? – perguntou o já ansioso cliente. – Se me permite, é possível realizarmos o evento logo ao início da semana seguinte. Acredito que seria uma ideia bastante simpática se o senhor estendesse o convite aos familiares dos seus investidores, que poderiam prolongar um pouco mais sua convivência com as famílias. Nessa ocasião, poderei reservar os melhores apartamentos e as melhores salas de reunião, além de disponibilizar toda a equipe de lazer, que poderia entreter os familiares dos investidores durante o período de reunião. Assim, eles receberão sua proposta em um clima bem mais agradável e favorável – concluiu Marcelo. – Eu bem que gostei dessa sugestão, mas a conta ficará bem mais salgada, Marcelo – disse o Sr. Olímpio. Marcelo sorriu internamente. A grande objeção do cliente fora vencida. Ele se mostrou sensível a ouvir e transferiu o ponto central da negociação para o preço, não mais para o período. – Sr. Olímpio, eu posso oferecer algumas acomodações para duas pessoas a preços de uma. Isso irá deixar seu orçamento quase do mesmo tamanho – respondeu ao cliente. – Não sei bem ainda, será que os clientes irão gostar? – perguntou o Sr. Olímpio, em um tom bastante reflexivo. 7 Percebendo que o cliente estava quase fechando negócio, Marcelo decidiu apressá-lo. – Tenho certeza de que não esquecerão os dias passados no hotel. E por que o senhor não vem com sua família ao hotel durante o feriado? Eu posso oferecer uma suíte como cortesia. Assim, enquanto a família descansa, podemos repassar todos os detalhes do evento da semana seguinte – finalizou. Marcelo pôde ouvir o mal disfarçadosorriso de satisfação do cliente do outro lado da linha telefônica. O Sr. Olímpio concordou de imediato com a proposta. Agradeceu fervorosamente a Marcelo e desligou. O gerente ainda pensou que, com as cortesias da suíte durante o feriado e dos acompanhantes durante o evento, ainda estaria ganhando, pois vendeu o evento a preço de tabela, quando era comum oferecer descontos de até 25% sobre os preços de tabela para eventos como esse. Impactos do problema A prática da negociação integra o cotidiano das pessoas e organizações. No ambiente empresarial, essa prática ganha destaque, pois se torna imprescindível ao sucesso do negócio, qualquer que seja ele. Negociações devem ser conduzidas em ambientes colaborativos, procurando otimizar os resultados para ambos os lados, garantindo a plena satisfação tanto do cliente quanto da organização em que se atua. O prévio conhecimento de todos os elementos que compõem o cenário em que a negociação se desenvolve, evitando informações e dados inesperados, é crucial para reduzir as objeções dos clientes, o que permite que os objetivos sejam alcançados por todos os envolvidos na negociação. 8 Laureate- International Universities ARROW, Kenneth. Et al. Barreiras para resolução de conflitos. São Paulo: Saraiva, 2011. Disponível em Minha Biblioteca.com.br. Acesso em 30.06.2016. https://integrada. minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502120853/cfi/0 DALLEDONNE, Jorge (Org.) Negociação. Rio de Janeiro: LTC, 2009. Disponível em Minha Biblioteca.com.br. Acesso em 30.06.2016. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/978-85-216-2274-1/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 FERREIRA, Gonzaga. Negociação. São Paulo: Atlas, 2013. Disponível em Minha Biblioteca.com.br. Acesso em 30.06.2016. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788522474981/cfi/0!/4/4@0:0.00 LEWICKI, Roy J. et al. Fátima e Silva de. 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