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CADERNO DE EMPRESARIAL I

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DIREITO EMPRESARIAL I 
TEORIA GERAL DA EMPRESA .................................................................................................................. 7 
1. FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL........................................................................................................... 7 
1.1. Primárias ............................................................................................................................................ 7 
1.2. Secundárias ........................................................................................................................................ 8 
2. CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................................................... 8 
2.1. Cosmopolitismo ................................................................................................................................. 8 
2.2. Fragmentário ..................................................................................................................................... 9 
2.3. Informalismo ou simplicidade ........................................................................................................... 9 
2.4. Elasticidade ........................................................................................................................................ 9 
2.5. Onerosidade ...................................................................................................................................... 9 
3. PRINCÍPIOS ................................................................................................................................................. 9 
3.1. Livre Iniciativa .................................................................................................................................. 10 
3.2. Função social da empresa ............................................................................................................... 10 
3.3. Liberdade de competição ................................................................................................................ 10 
3.4. Liberdade de associação .................................................................................................................. 10 
3.5. Maximização dos ativos do falido.................................................................................................... 11 
3.6. Preservação da Empresa ................................................................................................................. 11 
3.7. Autonomia da Vontade ................................................................................................................... 11 
3.8. Cambiários ....................................................................................................................................... 12 
4. TEORIA DOS ATOS DE COMERCIO (francesa) .......................................................................................... 12 
4.1. HISTÓRICO ....................................................................................................................................... 12 
4.2. DEFINIÇÃO DO “COMERCIANTE”: ATOS DE COMÉRCIO .................................................................. 13 
4.3. REVOGAÇÃO DO CÓDIGO COMERCIAL DE 1850 ............................................................................. 14 
5. TEORIA DA EMPRESA (italiana) ................................................................................................................ 14 
6. EMPRESA E EMPRESÁRIO ........................................................................................................................ 16 
6.1. EMPRESÁRIO .................................................................................................................................... 16 
6.1.1. Conceito de empresário: da caracterização e da inscrição ..................................................... 16 
6.1.2. O que NÃO se considera empresário? ..................................................................................... 19 
6.2. EMPRESA ......................................................................................................................................... 20 
6.2.1. Conceito de empresa. .............................................................................................................. 20 
6.2.2. Microempresa e Empresa de Pequeno Porte .......................................................................... 20 
7. A ATIVIDADE EMPRESARIAL .................................................................................................................... 21 
7.1. REQUISITOS PARA SER EMPRESÁRIO INDIVIDUAL .......................................................................... 21 
 
2 
 
7.1.1. Requisito I: pleno gozo da capacidade civil ............................................................................. 21 
7.1.2. Requisito II: ausência de impedimentos legais........................................................................ 23 
7.2. EMPRESÁRIO CASADO ..................................................................................................................... 27 
8. OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO ............................................................................................................... 27 
8.1. REGISTRO ......................................................................................................................................... 27 
8.1.1. Previsão legal e órgão encarregado ........................................................................................ 28 
8.1.2. Atos de registro ....................................................................................................................... 29 
8.1.3. Exceção ao Registro (art. 971 do CC) ....................................................................................... 29 
8.1.4. Natureza jurídica do Registro .................................................................................................. 30 
8.1.5. Inatividade da empresa ........................................................................................................... 31 
8.1.6. Empresário irregular ................................................................................................................ 31 
8.1.7. Registro da Cooperativa .......................................................................................................... 31 
8.2. ESCRITURAÇÃO DOS LIVROS COMERCIAIS OBRIGATÓRIOS ............................................................ 32 
8.2.1. Livros obrigatórios x Livros facultativos .................................................................................. 32 
8.2.2. Eficácia probatória dos livros e princípio da sigilosidade ........................................................ 33 
8.2.3. Consequências da não escrituração do Livro Diário ................................................................ 34 
8.2.4. Dispensados da escrituração ................................................................................................... 35 
8.2.5. Realização de demonstrativos contábeis periódicos .............................................................. 36 
8.3. MANTER EM BOA GUARDA E CONSERVAÇÃO A ESCRITURAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO ................... 36 
8.4. ESQUEMA GRÁFICO ......................................................................................................................... 36 
9. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL .......................................................................................................... 37 
9.1. PREVISÃO LEGAL .............................................................................................................................. 37 
9.2. CONCEITO........................................................................................................................................ 38 
9.3. COMPRA E VENDA DO ESTABELECIMENTO ..................................................................................... 39 
9.3.1. “Trespasse” .............................................................................................................................. 39 
9.3.2. Produção de efeitos perante terceiros .................................................................................... 39 
9.3.3. Penhora do estabelecimento .................................................................................................. 40 
9.3.4. Dívidas anteriores (art. 1.146) ................................................................................................. 41 
9.3.5. Trespasse X cessão de cotas .................................................................................................... 42 
9.3.6. Cláusula de não restabelecimento  não concorrência ........................................................ 42 
9.3.7. Sub-rogação nos contratos ...................................................................................................... 43 
9.3.8. Aviamento / Goodwill of trade/ Achalandage ......................................................................... 44 
10. BENS DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL .......................................................................................... 44 
10.1. INCORPÓREOS ............................................................................................................................. 44 
10.1.1. Ponto Comercial ...................................................................................................................... 44 
10.1.2. Propriedade industrial ............................................................................................................. 46 
 
3 
 
10.2. ESQUEMA GRÁFICO AÇÃO RENOVATÓRIA – RENOVAÇÃO COMPULSÓRIA ................................ 47 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL ................................................................................................................... 47 
1. ALOCAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL NO DIREITO ......................................................................... 47 
2. OBJETO DE PROTEÇÃO DA LEI DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ............................................................... 48 
3. UTILIZAÇÃO EXCLUSIVA DO BEM............................................................................................................. 48 
3.1. TEMPO ............................................................................................................................................. 48 
3.2. TERMO INICIAL ................................................................................................................................ 49 
3.3. PRORROGAÇÃO DO PRAZO ............................................................................................................. 49 
3.4. INVENÇÃO ........................................................................................................................................ 49 
3.5. MODELO DE UTILIDADE ................................................................................................................... 50 
3.6. REQUISITOS DA PATENTEABILIDADE ............................................................................................... 51 
3.6.1. Novidade .................................................................................................................................. 51 
3.6.2. Atividade inventiva .................................................................................................................. 52 
3.6.3. Aplicação industrial ................................................................................................................. 52 
3.6.4. Não impedimento .................................................................................................................... 52 
3.7. LICENÇA VOLUNTÁRIA ..................................................................................................................... 53 
3.8. LICENÇA COMPULSÓRIA .................................................................................................................. 53 
3.8.1. Abuso de direito ou de poder econômico e não exploração ou não satisfação das 
necessidades do mercado ....................................................................................................................... 53 
3.8.2. Emergência nacional ou interesse público .............................................................................. 56 
3.8.3. Interesse da defesa nacional ................................................................................................... 56 
3.8.4. Caducidade da patente ............................................................................................................ 57 
3.9. NULIDADE DA PATENTE ................................................................................................................... 57 
3.9.1. Disposição legal ....................................................................................................................... 57 
3.9.2. Processo administrativo de nulidade de patente .................................................................... 57 
3.10. EXTINÇÃO DA PATENTE ............................................................................................................... 58 
4. REGISTRO ................................................................................................................................................. 59 
4.1. DESENHO INDUSTRIAL (“DESIGN”) .................................................................................................. 59 
4.1.1. Novidade .................................................................................................................................. 60 
4.1.2. Originalidade ........................................................................................................................... 60 
4.1.3. Impedimentos .......................................................................................................................... 60 
4.1.4. Nulidade do registro do desenho de utilidade art. 112 .......................................................... 61 
4.1.5. Extinção do REGISTRO do desenho de utilidade ..................................................................... 61 
4.2. MARCA ............................................................................................................................................. 62 
4.2.1. Espécies de Marca (art. 123) ................................................................................................... 62 
4.2.2. Requisitos para registro de marca ........................................................................................... 62 
 
4 
 
4.2.3. Nulidade do registro marca ..................................................................................................... 66 
4.2.4. Extinção do REGISTRO da marca ............................................................................................. 67 
5. ASPECTOS PROCESSUAIS DA LPI .............................................................................................................. 68 
7. FORMAS DE EXTINÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL .......................................................................... 70 
8. NOME EMPRESARIAL ............................................................................................................................... 70 
8.1. CONCEITO ........................................................................................................................................ 70 
8.2. ESPÉCIES ..........................................................................................................................................71 
8.3. FIRMA .............................................................................................................................................. 71 
8.3.1. Composição da firma individual .............................................................................................. 71 
8.3.2. Composição da firma social (razão social) ............................................................................... 71 
8.4. DENOMINAÇÃO ............................................................................................................................... 72 
8.4.1. Composição da denominação ................................................................................................. 72 
8.5. ESQUEMAS....................................................................................................................................... 73 
9. PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL ...................................................................................................... 74 
9.1. CARACTERÍSTICAS ............................................................................................................................ 74 
9.2. NOME EMPRESARIAL ≠ MARCA ....................................................................................................... 74 
9.3. NOME EMPRESARIAL ≠ TÍTULO DE ESTABELECIMENTO .................................................................. 74 
10. PRINCÍPIOS DO NOME EMPRESARIAL ................................................................................................. 75 
10.1. PRINCÍPIO DA VERACIDADE (AUTENTICIDADE) ........................................................................... 75 
10.2. PRINCÍPIO DA NOVIDADE ............................................................................................................ 75 
DIREITO SOCIETÁRIO¬ ............................................................................................................................. 76 
1. QUADRO SOCIETÁRIO EMPRESARIAL ...................................................................................................... 76 
1.1. Sociedade não personificada ........................................................................................................... 76 
1.2. Sociedade personificada .................................................................................................................. 76 
2. SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS ....................................................................................................... 77 
2.1. SOCIEDADE EM COMUM ................................................................................................................. 77 
2.1.1. Responsabilidade dos sócios ................................................................................................... 77 
2.2. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ..................................................................................... 78 
2.2.1. Sócio Ostensivo ........................................................................................................................ 79 
2.2.2. Sócio Participante .................................................................................................................... 79 
3. SOCIEDADES PERSONIFICADAS................................................................................................................ 79 
3.1. VISÃO GERAL ................................................................................................................................... 80 
3.2. REGISTRO DA SOCIEDADE ................................................................................................................ 80 
3.3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES PERSONIFICADAS ...................................................................... 81 
3.3.1. Quanto ao objeto .................................................................................................................... 81 
3.3.2. Quanto à forma (tipo societário) ............................................................................................. 81 
 
5 
 
3.3.3. Quando ao grau de dependência às qualidades dos sócios .................................................... 83 
3.3.4. Quanto à constituição e dissolução ......................................................................................... 85 
3.3.5. Quanto à responsabilidade do sócio pelas obrigações sociais ................................................ 85 
3.3.6. Quanto à nacionalidade........................................................................................................... 86 
4. SOCIEDADE EM NOME COLETIVO ........................................................................................................... 86 
4.1. PREVISÃO LEGAL .............................................................................................................................. 86 
4.2. SÓCIOS ............................................................................................................................................. 87 
4.3. RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS .................................................................................................... 87 
4.4. NOME EMPRESARIAL ....................................................................................................................... 88 
4.5. ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE .................................................................................................... 88 
4.6. LIQUIDAÇÃO DA QUOTA .................................................................................................................. 88 
5. SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES .................................................................................................... 88 
5.1. PREVISÃO LEGAL .............................................................................................................................. 89 
5.2. SÓCIOS ............................................................................................................................................. 90 
5.2.1. Sócio comanditado .................................................................................................................. 90 
5.2.2. Sócio comanditário .................................................................................................................. 90 
6. SOCIEDADE LIMITADA ............................................................................................................................. 91 
6.1. CARACTERÍSTICAS ............................................................................................................................ 91 
6.2. CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA ...................................................................................... 91 
6.2.1. Requisitos gerais de validade do contrato social (TRÊS) ......................................................... 92 
6.2.2. Requisitos específicos de validade dos contratos sociais (DOIS) ............................................ 92 
6.2.3. Pressupostos de existência da sociedade (Fábio Ulhôa Coelho) ............................................. 94 
6.2.4. Cláusulas Essenciais do contrato da Sociedade limitada (art. 997 do CC) .............................. 95 
6.3. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO NA SOCIEDADE LIMITADA (ART. 1.052 DO CC) ............................. 96 
6.4. COTAS SOCIAIS ............................................................................................................................... 100 
6.4.1. Natureza jurídica: .................................................................................................................. 100 
6.4.2. Transferência de cotas (cessão de cotas) .............................................................................. 100 
6.5. DEVERES DOS SÓCIOS ....................................................................................................................101 
6.6. DIREITOS DOS SÓCIOS ................................................................................................................... 101 
6.7. DELIBERAÇÕES SOCIAIS ................................................................................................................. 102 
6.7.1. Assembleia X Reunião ............................................................................................................ 103 
6.7.2. Regras de votação nas deliberações...................................................................................... 103 
6.7.3. Dispensa de assembleia ou reunião ...................................................................................... 103 
6.8. DIREITO DE RETIRADA (DIREITO DE RECESSO) .............................................................................. 103 
6.9. DIREITO DE FISCALIZAÇÃO ............................................................................................................. 104 
6.10. DIREITO DE PREFERÊNCIA (ART. 1.081 DO CC) .......................................................................... 104 
 
6 
 
6.11. ADMINISTRADOR DA SOCIEDADE LIMITADA ............................................................................. 105 
6.11.1. Responsabilidade do Administrador ..................................................................................... 106 
6.11.2. Teoria “ultra vires” (Além das forças) ................................................................................... 107 
6.11.3. Teoria da Aparência. .............................................................................................................. 108 
6.12. DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA .................................................................................... 108 
6.12.1. Casos de dissolução parcial: .................................................................................................. 109 
6.12.2. Casos de dissolução total....................................................................................................... 110 
7. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - EIRELI ....................................................... 112 
7.1. NOÇÕES GERAIS ............................................................................................................................. 112 
7.2. VANTAGEM DA EIRELI ................................................................................................................... 112 
7.3. A FIGURA DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL ACABOU COM A LEI 12.441/2011? ............................... 113 
7.4. EMPRESA COMO TITULAR DE DIREITOS ........................................................................................ 113 
7.5. NATUREZA JURÍDICA ...................................................................................................................... 113 
7.6. NOME EMPRESARIAL ..................................................................................................................... 114 
7.7. REQUISITOS PARA A CONSTITUIÇÃO DA EIRELI ............................................................................. 114 
7.8. QUAIS AS ATIVIDADES PODEM SER EXERCIDAS PELA EIRELI ......................................................... 114 
7.9. ONDE É REGISTRADA A EIRELI? ..................................................................................................... 115 
7.10. ADMINISTRAÇÃO DA EIRELI ....................................................................................................... 115 
7.11. CAPITAL SOCIAL DA EIRELI ......................................................................................................... 115 
7.12. ALTERAÇÃO DE SOCIEDADE PARA EIRELI PELO FIM DA PLURALIDADE DE SÓCIOS ................... 116 
7.13. REGRAS SUBSIDIÁRIAS ............................................................................................................... 117 
8. SOCIEDADE ANÔNIMA (LEI 6.404/76) ................................................................................................... 117 
8.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ....................................................................................................... 117 
8.2. ESPÉCIES DE SOCIEDADE ANÔNIMA (ART. 4º DA LSA) .................................................................. 118 
8.3. CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE ANÔNIMA ................................................................................... 119 
8.3.1. Requisitos preliminares (art. 80 da LSA) ................................................................................ 119 
8.3.2. Constituição propriamente dita (arts. 82 a 93 da LSA) .......................................................... 120 
8.3.3. Regras gerais acerca do procedimento de subscrição .......................................................... 121 
8.3.4. Formalidades complementares ............................................................................................. 122 
8.4. ÓRGÃOS DA S/A ............................................................................................................................. 122 
8.4.1. Assembleia Geral ................................................................................................................... 122 
8.4.2. Conselho de Administração ................................................................................................... 123 
8.4.3. Diretoria ................................................................................................................................. 125 
8.4.4. Conselho fiscal ....................................................................................................................... 125 
8.5. VALORES MOBILIÁRIOS ................................................................................................................. 128 
8.5.1. AÇÃO ...................................................................................................................................... 128 
 
7 
 
8.5.2. DEBÊNTURES .......................................................................................................................... 137 
8.5.3. COMMERCIAL PAPER ............................................................................................................. 138 
8.6. BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO ................................................................................................................ 138 
8.6.1. Partes beneficiárias ............................................................................................................... 138 
9. REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA .............................................................................................................. 139 
9.1. TRANFORMAÇÃO ........................................................................................................................... 139 
9.2. FUSÃO ............................................................................................................................................ 140 
9.3. INCORPORAÇÃO ............................................................................................................................ 140 
9.4. CISÃO ............................................................................................................................................. 140 
10. SOCIEDADES COLIGADAS (ARTS. 1.097 e seguintes do CC) ............................................................... 140 
11. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍCA ........................................................................................... 141 
11.1. Origem ....................................................................................................................................... 141 
11.2. Terminologia ..............................................................................................................................141 
11.3. Classificação ............................................................................................................................... 142 
11.4. Procedimentos ........................................................................................................................... 145 
11.5. Desconsideração da personalidade jurídica e o NCPC .............................................................. 146 
11.6. Questões .................................................................................................................................... 147 
 
 
 
TEORIA GERAL DA EMPRESA 
 
*Alexandre Gialuca e Juan Vasquez 
1. FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL 
Classificação de Ricardo Negrão 
1.1. Primárias 
a) Constituição Federal 
O Direito Empresarial deve ser interpretado à luz da CF, sempre. Há vários princípios na 
parte da Ordem Econômica. 
b) Código Civil 
c) Código Comercial 
 
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Para o Direito Marítimo. 
d) Leis Extravagantes 
Ex.: Lei de Falência, Lei das Duplicadas, etc. 
1.2. Secundárias 
a) Analogia 
b) Costumes 
Devem ser uniformes, constantes, utilizados de acordo com a boa-fé. Além disso, devem 
observam a lei e podem estar assentados na Junta Comercial. 
Ex.: Cheque pós-datado. 
A Lei 8934/94 estabelece que o costume pode ser assentado na Junta Comercial, podendo 
ser provado através de certidão emitida pela Junta. 
c) Princípios Gerais do Direito 
Segundo Aroldo Malheiros, é necessário seguir uma ordem de preferência, prevista no art. 
4º da LINDC. 
Obs.: Tartuce afirma que, na atual ordem jurídica, não se aplica, pois, os princípios seriam 
a última hipótese. 
d) Doutrina 
Para o professor não é fonte secundária. 
e) Jurisprudência 
Professor entende que apenas em relação às súmulas vinculantes. 
CESPE - DPE/ES - Questão: Cabe à junta comercial, de oficio ou por provocação da sua 
procuradoria ou de entidade de classe, reunir ou assentar em livro próprio os usos e práticas 
decorrentes (costumes) em sua jurisdição? Correto! 
Art. 8º Às Juntas Comerciais incumbe: 
VI - O assentamento dos usos e práticas mercantis. 
2. CARACTERÍSTICAS 
2.1. Cosmopolitismo 
As regras de Direito Empresarial devem ser uniformes, independente da barreira 
geográfica que separa os países (internacionalidade e globalização). 
 
9 
 
Ex.: Lei Uniforme de Genebra. 
2.2. Fragmentário 
O Direito Empresarial divide-se em Direito de Empresa, Direito Cambiário, Direito 
Empresarial e Direito Societário, para cada um desses ramos há leis esparsas que o 
regulamentam. 
2.3. Informalismo ou simplicidade 
Segue a dinâmica das relações empresarias, que afastam o caráter formal, presente no 
Direito Civil. 
2.4. Elasticidade 
O Direito Empresarial sofre constantes mudanças, muitas vezes não conseguem ser 
acompanhadas pela lei. 
2.5. Onerosidade 
A atividade empresarial visa o lucro. 
CESPE - DPE/ES: O cosmopolitismo, uma das características do direito empresarial, deu origem 
a usos e costumes comuns a todos os comerciantes, independentemente de sua nacionalidade 
(caráter internacional, transcende barreiras geográficas), a exemplo da criação, pela Convenção 
de Genebra, de uma lei uniforme para a letra de câmbio e a nota promissória. Correto! 
3. PRINCÍPIOS 
O Direito Empresarial é norteado por vários princípios, a seguir um fluxograma e após a 
análise. 
 
10 
 
 
3.1. Livre Iniciativa 
Norteia o Direito Empresarial. 
É um dos fundamentos da República, igualmente, está prevista na ordem econômica. No 
entanto, não é absoluta, há cláusulas de não concorrência. 
Segundo Eros Grau, gera uma obrigação de fazer para empresa e uma obrigação de não 
fazer (não causar danos a terceiros). 
3.2. Função social da empresa 
Previsto na Lei de S/A. 
Art. 116, Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o 
fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, 
e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da 
empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua, 
cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender. 
 
Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto 
lhe conferem para lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as 
exigências do bem público e da função social da empresa. 
3.3. Liberdade de competição 
Está relacionado ao princípio da livre iniciativa, concretiza o primeiro princípio. 
3.4. Liberdade de associação 
Princípios
Livre 
Iniciativa
Autonomia 
da Vontade
Cambiários
Preservaçã
o da 
Empresa
Maximizaçã
o dos ativos 
do Falido
Liberdade 
de 
Associação
Função 
Social da 
Empresa
Liberdade 
de 
Competição
 
11 
 
Compreende a liberdade de associar-se e de não se associar, bem como o direito de 
retirada para os sócios que assim queiram. 
3.5. Maximização dos ativos do falido 
Previsto no art. 75 e 117 da Lei de Falências. Além disso, ampara o art. 141, II. 
 Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas 
atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos 
e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa. 
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da 
celeridade e da economia processual. 
 
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser 
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o 
aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e 
preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê. 
§ 1o O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 
90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para 
que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato. 
§ 2o A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao 
contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo 
ordinário, constituirá crédito quirografário. 
 
 Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da 
empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que 
trata este artigo: 
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 
desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo; 
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá 
sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de 
natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes 
de acidentes de trabalho. 
§ 1o O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o 
arrematante for: 
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo 
ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou 
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a 
sucessão. 
§ 2o Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos 
mediante novos contratos de trabalho e o arrematante não responde por 
obrigações decorrentes do contrato anterior. 
 
Utilizar o ativo para reduzir o passivo. 
3.6. Preservação da Empresa 
Tendo em vista que gera empregos, etc. 
3.7. Autonomia da Vontade 
 
12 
 
Relacionado aos contratos empresariais, ver enunciados da I Jornada. 
3.8. Cambiários 
Serão analisados no estudo do Direito Cambiário. 
4. TEORIA DOS ATOS DE COMERCIO (francesa) 
4.1. HISTÓRICO 
A codificação napoleônica divide claramente o direito privado: de um lado o direito civil; de 
outro o direito comercial. O CC/FRA atendia fundamentalmente os interesses da burguesiafundiária (direito de propriedade), o CCom/FRA encarnava o espírito da burguesia comercial e 
industrial, valorizando a riqueza mobiliária. 
 
Função essencial: atribuir a quem praticasse os denominados “atos de comércio” a 
qualidade de comerciante, o que era pressuposto para a aplicação das normas do CCom. 
 
Doutrina afirma que a codificação napoleônica operou uma objetivação no direito 
comercial. É relacionada à formação dos Estados Nacionais da Idade Moderna que impõem sua 
soberania ao particularismo que imperava na ordem jurídica anterior e se inspiram no princípio de 
igualdade, sendo, por conseguinte, avessos a qualquer tipo de distinção de disciplinas jurídicas 
que se baseiem em critérios subjetivos. 
 
 
 
Influência no Código Comercial do Brasil de 1850 
1) Parte I - Do Comércio em geral. 
2) Parte II - Do Comércio marítimo. (Ainda vigora) 
Fases do Direito 
Empresarial 
Corporações de Ofício
Idade Média
Sistema fechado
e protetivo
Teoria dos Atos de 
Comércio
Sistema frances
Revolução Francesa
Código Comercial 1807
Teoria da Empresa
Sistema italiano
Revolução Industrial
Código Civil de 1812
 
13 
 
3) Parte III - “Das quebras”  decreto lei 7.666/45  11.101/05 Lei de Falências 
Comerciante (pessoa física) 
Sociedade Comercial (pessoa jurídica) 
 
4.2. DEFINIÇÃO DO “COMERCIANTE”: ATOS DE COMÉRCIO 
Para estabelecer quem se submetia à disciplina do CCom era feita uma análise objetiva: 
se praticava “ato de comércio” ou não. Só poderia chamar alguém de comerciante ou de 
sociedade comercial estando presentes os elementos: 
 
1) Habitualidade; 
2) Finalidade lucrativa; 
3) “Atos de comércio” – quem tratava não era o Código e sim um regulamento – 
737/1850. 
 
Esses atos de comércio eram elencados taxativamente no Regulamento 737/1850, em seu 
art. 19 (primeiro ato normativo de caráter processual do Brasil). Vejamos quais eram esses atos: 
 
1) Compra e venda de bens móveis e semoventes para revenda ou locação; 
2) Câmbio (troca de moeda estrangeira); 
3) Bancos (comerciante nato: surge junto com o comércio; bancos podem falir, como 
qualquer comerciante, além de sofrer liquidação extrajudicial ou intervenção 
extrajudicial pelo Banco Central; nestes dois últimos casos, não poderá falir, exceto se 
requerido pelo liquidante ou interventor). 
4) Transportes de mercadorias (atividade vinculada ao comércio); 
5) Fabricação, consignação e depósito de mercadorias (industrial em geral); 
6) Espetáculos públicos (teatro, cinema, etc.); 
7) Contratos marítimos em geral; 
8) Fretamento de navios; 
9) Títulos de créditos em geral (os títulos de créditos rurais eram reputados civis); 
 
Eram atividades excluídas da Mercancia: 
 
1) Especulação imobiliária; 
2) Agricultura e pecuária (produtor rural); 
3) Prestação de serviços; 
4) Profissões intelectuais; 
 
O inconveniente desse sistema era a taxatividade das atividades consideradas de comércio, 
de forma que aqueles que não constavam da lista ficavam sem direito ao tratamento dispensado 
aos comerciantes, especialmente no que se refere à concordata. 
 
Crítica: este regulamento pecava por não abranger todas as atividades comerciais, por 
exemplo, a imobiliária, visto que ele preconizava compra e venda de bens móveis. Compra e 
venda de serviços também não era prevista, não sendo considerada sociedade comercial. O 
 
14 
 
problema disso, era que não sendo sociedade comercial, não teria direito a concordata no caso de 
problemas financeiros. 
 
Rubens Requião: não tem como definir satisfatoriamente o que são atos de comércio. 
 
Santa Cruz: e os atos mistos (unilateralmente comerciais)? Aplicam as normas do 
CCom para solução de controvérsia, era a chamada vis atractiva do Direito Comercial. 
Preocupava o fato de o cidadão ser submetido a normas distintas em razão da qualidade da 
pessoa com quem contrata. 
4.3. REVOGAÇÃO DO CÓDIGO COMERCIAL DE 1850 
O CC revogou parcialmente ou totalmente o Código Comercial? Parcialmente, 
revogou a parte I, a parte III já havia sido revogada pelo decreto lei 7.666/45, que por sua vez 
também já foi revogado pela lei 11.101/05 (nova lei de falências). Restando apenas a parte II, que 
trata do COMÉRCIO MARÍTIMO. 
 
“Arribada forçada”: o navio normalmente não pode parar em lugares não previstos, caso 
ocorra, em casos excepcionais justificados, é chamado de arribada forçada. 
 
Art. 741 do C. Comercial – temor fundado de inimigo ou pirata. 
 
Art. 740 - Quando um navio entra por necessidade em algum porto ou lugar 
distinto dos determinados na viagem a que se propusera, diz-se que fez 
arribada forçada (artigo nº. 510). 
 
Art. 741 - São causas justas para arribada forçada: 
1 - Falta de víveres ou aguada; 
2 - Qualquer acidente acontecido à equipagem, cargo ou navio, que 
impossibilite este de continuar a navegar; 
3 - Temor fundado de inimigo ou pirata. 
5. TEORIA DA EMPRESA (italiana) 
Agora temos: 
 
Empresário individual (pessoa física). 
Sociedade empresária (pessoa jurídica). 
 
Aqui fazemos uma análise subjetiva, ou seja, uma análise da estrutura. 
 
Com a entrada em vigor do CC/2002 foi revogada expressamente a Parte I (somente ela) do 
Código Comercial, abandonando a Teoria Francesa dos Atos de Comércio e passando a adotar a 
chamada TEORIA DA EMPRESA. Essa teoria surgiu na Itália fascista de Mussolini, em meados 
de 1942, tendo como objetivo o alargamento do âmbito de incidência do Direito Comercial. O 
corporativismo fascista se contraponha a ideia de um código de comércio autônomo e de um 
regime jurídico especial das relações travadas pelos agentes econômicos. Caráter ideológico + 
natureza político-econômica advindas da experiência fascista. 
 
15 
 
 
 Fala-se agora em empresário, sendo este o que exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços. 
 
Santa Cruz: o direito comercial não se limita a regular apenas as relações jurídicas em 
que ocorra a prática de um determinado ato definido em lei como ato de comércio. A Teoria da 
Empresa faz com que o direito comercial não se ocupe apenas com alguns atos, mas com uma 
forma específica de exercer uma atividade econômica: a forma empresarial. 
 
O empresário individual tem CNPJ apenas para ter o mesmo tratamento tributário que a 
sociedade empresária, a fim de não violar a igualdade, a pessoa física não conseguiria concorrer 
com a sociedade empresária. 
Em 2011, foi inserida a EIRELI (empresa individual de responsabilidade limitada) no nosso 
sistema. Trata-se de uma “sociedade” de um só indivíduo, isso serve para que o empresário 
blinde o seu patrimônio particular, o separe do patrimônio empresarial no exercício da atividade 
empresária, pois apenas como empresário individual, todo seu patrimônio (estando ligado ou não 
à atividade empresarial) responde pelas dívidas da atividade empresária, ele responderia 
ilimitadamente. Isso será estudado adiante. 
 
Há desconsideração da pessoa jurídica para EMPRESÁRIO INDIVIDUAL? Não há que 
se falar em desconsideração da PJ, visto que não há pessoa jurídica, não se desconsidera o que 
não existe. EXCETO se tratar-se de EIRELI. 
CESPE DPE/ES: No Código Comercial do Império do Brasil, adotou-se, por influência dos códigos 
francês, espanhol e português, a teoria dos atos de comércio, no que se refere à sua abrangência 
e aplicação. Errado. O Código Comercial foi influenciado pelos códigos francês, espanhol e 
português.No entanto, não trouxe a definição de atos de comércio, nem sua abrangência, 
que foi definida no Regulamento 737. 
TJ/MG: Com a vigência do CC/02, à luz do art. 966, é correto afirmar que o Direito brasileiro 
concluiu a transição para a: 
(a) Teoria da empresa, de matriz francesa 
(b) Teoria da empresa, de matriz italiana 
(c) Teoria dos atos de comercio, de matriz francesa 
(d) Teoria dos atos de comércio, de matriz italiana 
 
Brasil CC/02: Busca de uma unificação, ainda que apenas formal do direito privado. 
 
 
A EVOLUÇÃO DO DIREITO COMERCIAL NO MUNDO 
1ª FASE  Idade Média: renascimento mercantil e ressurgimento das cidades. 
 Monopólio da jurisdição mercantil a cargo das Corporações de Ofício 
 Aplicação dos usos e costumes mercantis pelos tribunais consulares 
 “Codificação Privada” do direito comercial; normas “pseudo sistematizadas”. 
 Caráter subjetivista: mercantilidade da relação jurídica definida pelos seus sujeitos. 
 “Direito dos Comerciantes”. 
2º FASE  Idade Moderna: formação dos Estados Nacionais monárquicos 
 
16 
 
 Monopólio da Jurisdição mercantil a cargo dos Estados 
 Codificação Napoleônica 
 Bipartição do direito privado 
 “Teoria dos atos de comércio” como critério delimitador do âmbito de incidência do regime 
jurídico comercial 
 Objetivação do direito comercial: mercantilidade da relação jurídica definida pelo seu objeto. 
3ª FASE:  CC Italiano 1942 
 Unificação formal do direito privado 
 “Teoria da Empresa” como critério delimitador do âmbito de incidência do regime jurídico 
empresarial 
 A empresa vista como atividade econômica organizada. 
 
A EVOLUÇÃO DO DIREITO COMERCIAL NO BRASIL 
As 
ordenações 
do reino 
 Aplicação das leis de Portugal 
 Inspiração do direito estatutário italiano 
CCom/1850  Inspiração do Code de Commerce napoleônico 
 Adoção da Teoria dos Atos de Comércio. 
 Regulamento nº737: rol dos atos de comércio. 
CC/02  Transição da Teoria dos Atos de Comércio para a Teoria de Empresa 
 Tentativa de unificação formal do direito privado 
 Definição do empresário como aquele que exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada. 
6. EMPRESA E EMPRESÁRIO 
São características fundamentais do direito empresarial que o diferenciam sobremaneira 
do direito civil: 
 
1) Cosmopolitismo (integração entre os povos); 
2) Onerosidade (caráter econômico); 
3) Informalismo (devido ao dinamismo); 
4) Fragmentarismo (série de sub-ramos, exemplo: direito falimentar, societário...) 
6.1. EMPRESÁRIO 
6.1.1. Conceito de empresário: da caracterização e da inscrição 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
(habitualidade, continuidade) atividade econômica (finalidade lucrativa) 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
 
Dentro do conceito legal de empresário, destacam-se alguns subconceitos: 
a) “Profissionalismo” 
Está ligado aos conceitos de habitualidade (para ser profissional a atividade não pode ser 
esporádica), pessoalidade (empresário deve contratar empregados) e monopólio das informações 
(o profissional deve ter amplo conhecimento do produto que está comercializando). 
 
 
17 
 
Por exemplo, não é porque eu vendi meu carro para o meu vizinho que serei considerado 
um empresário do ramo de venda de automóveis. 
b) “Atividade” 
A empresa é a atividade e o empresário é o sujeito de direito que a explora. É ele, por 
exemplo, que compra ou importa mercadorias e não a sua empresa. Ela é tão somente atividade 
de produção ou circulação de bens ou serviços. 
c) “Econômica” 
Finalidade lucrativa. É a característica que falta às associações. 
 
CESPE TJ/PB 2015: Conforme entendimento dominante do STJ, a finalidade lucrativa não é 
requisito para que determinada atividade seja considerada empresária. ERRADA! A finalidade 
lucrativa é elemento intrínseco à atividade empresarial. 
d) “Organizada” 
Fábio Ulhôa Coelho: organização é a reunião dos 4 fatores de produção. Sendo eles: 
1) Mão de obra; 
2) Matéria prima; 
3) Capital; 
4) Tecnologia. 
Dica: “mamacate” 
 
Na ausência de um deles, não se fala mais em organização. Exemplo: mão de obra. 
Se não tem mão de obra contratada (CLT, regime autônomo...) não se tem organização, e 
não tendo organização não pode ser considerado empresário. Este contexto se aplica tanto para o 
empresário individual como para a sociedade empresária. 
 
Exemplo1: pessoa que vende trufas, faz, embrulha etc. Não tem mão de obra contratada, sendo 
assim não pode ser considerada empresária. 
 
Exemplo2: dois irmãos, bar, cada um fica um dia. Não há sociedade empresária, pois não há mão 
de obra contratada. 
 
Hoje, em face da automação (em virtude do avanço tecnológico), entende-se não ser 
imprescindível a mão de obra. 
 
O entendimento atual é o seguinte: a organização ocorre quando a atividade-fim não 
depender exclusivamente da pessoa física empreendedora ou do sócio da sociedade (pode 
depender de pessoas ou bens). 
 
Santa Cruz: Essa ideia fechada de que a organização dos fatores de produção é 
absolutamente imprescindível para a caracterização do empresário vem perdendo força no atual 
 
18 
 
contexto da economia capitalista. Exemplo: microempresários (trabalho próprio), empresários 
virtuais. 
 
Exemplos de sociedade empresária: 
 
Exemplo1: Banco – habitualidade, finalidade lucrativa, organização (mão de obra, matéria 
prima, etc.), produz serviços bancários. É sociedade empresária. 
 
Exemplo2: Loja de roupas no shopping, habitualidade, finalidade lucrativa, organização 
(vendedor, matéria prima = roupas), circulação de bens – sociedade empresária. 
 
Exemplo3: agência de turismo, habitualidade, finalidade lucrativa, organização, circulação 
– sociedade empresária. 
 
OBS: não será considerada “empresa”, para efeitos jurídicos, a atividade cujos benefícios sejam 
exclusivamente para uso próprio ou, ainda, com sentido mutualístico, tal como ocorre com as 
cooperativas. 
e) “Produção ou circulação de bens ou serviços” 
No Código Comercial somente se falava em produção e circulação de bens. Bens têm 
“corpo”, são materiais; já os serviços são imateriais, não têm “corpo”. 
 
- Produção de bens: É a fabricação das mercadorias industrialmente (montadoras de 
veículos, confecção de roupas etc.) 
 
- Produção de serviços: É a própria prestação de serviços (bancos, hospitais, escolas etc.). 
 
- Circulação de bens: O comércio é a atividade que circula bens, faz uma intermediação 
quando busca o bem no produtor para repassar ao consumidor. Exemplo: Loja de venda de 
roupas. 
 
- Circulação de serviços: Nada mais é do que intermediar a prestação de serviços, como as 
agências de turismo que não prestam serviços de transporte, mas montam um pacote de viagem 
para o turista. 
 
CESPE: A sociedade civil de ontem é a sociedade simples de hoje, e a sociedade mercantil é a 
sociedade empresária. ERRADO. A sociedade civil pode hoje ser empresária. Exemplo: 
imobiliária. 
 
OBS: O conceito de empresário aplica-se tanto para o empresário individual quanto para a 
sociedade empresária, haja vista o conceito legal de sociedade empresária contido no art. 982 do 
CC, in verbis: 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário 
sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
 
A pessoa física, sócia de sociedade empresária, não é, tecnicamente, empresária, pois 
quem exerce a atividade empresária, é a sociedade. 
 
19 
 
 
 Empresário é o titular da empresa? CORRETO. Empresanão é o sujeito de direito e sim a 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. 
 
 Resumindo: 
 
 
6.1.2. O que NÃO se considera empresário? 
Em primeiro lugar: quem não possui organização empresarial. 
 
Art. 966 CC: Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa. 
a) “Profissão intelectual” 
Científica: São os chamados profissionais autônomos: médico (não é empresário, sua 
atividade é intelectual e científica), contador (ciências contábeis), advogado. 
Exemplo: sociedade entre médicos (não é empresária também), sociedade entre 
advogados (não é empresária também). 
 
Literária: escritor/jornalista. 
 
Artística: desenhista, artista plástico, cantor, ator, dançarino. 
b) “Ainda que tenha o concurso de auxiliares ou colaboradores” 
Exemplo da clínica: mesmo que contrate enfermeira e secretária não se será sociedade 
empresária. Ou seja, será uma sociedade simples. 
c) “Salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa” 
 
Caso a profissão intelectual se torne apenas um dos vários elementos que formam uma 
empresa, haverá uma sociedade empresária. Em outras palavras: a atividade intelectual leva o 
seu titular a ser considerado empresário se ela estiver integrada em um objeto mais complexo, 
próprio da atividade empresarial. 
 
III JDC En.195 - Art. 966: A expressão “elemento de empresa” demanda 
interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção 
da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um 
dos fatores da organização empresarial. 
Produção e 
circulação 
de bens ou 
serviços 
Reunião 
dos fatores 
de 
produção
Empresário
 
20 
 
 
Exemplo1: a clínica, para atender melhor os pacientes, terá uma cafeteria e lanchonete. A clínica 
tem uma UTI (serviço de hospedagem). Agora tem uma sala de cirurgia tão moderna que todos os 
médicos da região alugam para realizar procedimentos. Os médicos são meros elementos dentro 
de um grande complexo empresarial, deixou de ser uma atividade científica, literária ou artística 
pura para ser um elemento de empresa. Podemos afirmar por isso, que hospital é uma sociedade 
empresária. 
 
Exemplo2: Veterinário com clínica. Se eu começo a vender ração de cachorro, brinquedo para 
cachorro etc.? A clínica passa a ser uma sociedade, pois a minha atividade intelectual (veterinário) 
passa a ser só mais um dos elementos da empresa. 
 
Santa Cruz: quando o prestador de serviços profissionais se ‘impessoaliza’, e os serviços 
até então pessoalmente prestados, passam a ser oferecidos pela organização empresarial, 
perante a qual se torna um mero organizador, será considerado empresário. 
 
Dois médicos resolvem abrir uma clínica de ortopedia chamada “Só ossos”, contrataram 
uma secretária, faxineira e empregada. É sociedade empresária? NÃO. “Ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores” art. 966 § único CC, salvo se, o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
 
CESPE TJ/PI: questão 17, letra E – é considerada empresária a pessoa que, exercendo profissão 
intelectual de natureza artística, contrate empregados para auxiliá-la no trabalho. Errada! Ainda 
que tenha colaboradores e auxiliares, não será considerado empresário. 
 
Melhor substituindo-se a redação equivocada por ‘‘salvo se o exercício da profissão 
constituir parte do objeto da empresa’’. 
 
Além do profissional intelectual, NÃO É EMPRESÁRIO: o profissional rural não registrado 
e os empresários de cooperativas, que veremos adiante. 
6.2. EMPRESA 
6.2.1. Conceito de empresa. 
Não confundir a atividade com o praticante da atividade. 
 
É a ATIVIDADE econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de 
serviços. 
 
Sociedade empresária – pessoa jurídica: não é porque sou sócio de uma empresa que 
serei empresário; empresário é quem pratica, organiza a atividade empresarial sozinho, na 
sociedade empresária, quem pratica a atividade é a pessoa jurídica. 
 
Exemplo: a empresa de uma farmácia é a comercialização de remédios. 
6.2.2. Microempresa e Empresa de Pequeno Porte 
 
21 
 
Art. 3º da LC 123/06 
 
Art. 3o Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se 
microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, 
a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o 
empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas 
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, 
desde que: 
I - No caso da MICROEMPRESA, aufira, em cada ano-calendário, RECEITA 
BRUTA IGUAL OU INFERIOR A R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil 
reais); e 
II - No caso da EMPRESA DE PEQUENO PORTE, aufira, em cada ano-
calendário, RECEITA BRUTA SUPERIOR A R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais) E IGUAL OU INFERIOR A R$ 3.600.000,00 (três milhões 
e seiscentos mil reais). 
 
Podem ser ME ou EPP: empresário individual, sociedade empresária, sociedade simples. 
Essa qualificação diz respeito a fins tributários. 
7. A ATIVIDADE EMPRESARIAL 
7.1. REQUISITOS PARA SER EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
Art. 972 CC. 
 
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em 
pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. 
 
Conforme o art. 972 do CC, dois são os requisitos: 1) pleno gozo da capacidade civil; 2) 
ausência de impedimento legal. 
7.1.1. Requisito I: pleno gozo da capacidade civil 
Não pode ser empresário o menor de 18 anos não emancipado, ébrios habituais, viciados 
em tóxicos, deficientes mentais, excepcionais, pródigos e, nos termos da legislação própria, os 
índios. 
 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da 
vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) 
 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os 
exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vigência) 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 (Vigência) 
 
22 
 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação 
especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 
Ressalte-se que o menor emancipado tem plena capacidade civil, logo é apto para o 
exercício de empresa. 
 
Art. 974. Poderá o INCAPAZ, por meio de representante ou devidamente 
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por 
seus pais ou pelo autor de herança. 
 
 Menor NÃO emancipado: Iniciar a atividade ele não pode. No entanto, ele pode continuar 
uma empresa (atividade), antes exercida por seus pais ou por autor de herança da qual é 
sucessor. É uma regra de preservação da empresa. 
 
Incapacidade civil superveniente: Aquele a quem sobreveio incapacidade também é 
permitida a continuidade do exercício empresarial. 
 
Essas regras excepcionais estão previstas no art. 974 do CC, que apresenta dois requisitos 
para a continuidade da empresa: 
 
- Assistência ou representação (a depender do grau de incapacidade); 
- Autorização judicial (realizada pelo chamadoalvará). 
 
Art. 974. Poderá o incapaz, por MEIO DE REPRESENTANTE ou 
DEVIDAMENTE ASSISTIDO, continuar a empresa antes exercida por ele 
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
§1º Nos casos deste artigo, PRECEDERÁ AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, 
após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da 
conveniência em continuá-la podendo a autorização ser revogada pelo juiz, 
ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, 
sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. 
 
ABRINDO UM PARÊNTESE: 
Bens individuais X Bens empresariais 
Empresário individual possui uma distribuidora de bebida. Na distribuidora existem bens 
(bens empresariais). As dívidas da distribuidora (dívidas empresariais) somente atingem os bens 
empresariais ou também recaem sobre os bens pessoais? 
Atingem também os bens pessoais, pois no Brasil se adotou o PRINCÍPIO DA UNIDADE 
PATRIMONIAL: o patrimônio da pessoa (seja pessoa física, seja pessoa jurídica) é ÚNICO. 
O inverso também é verdadeiro: as dívidas pessoais também atingem os bens 
empresariais. 
Frise-se: Isso quando a empresa é realizada por empresário individual (e não EIRELI). 
Diferente ocorre quando se trata de sociedade empresária ou EIRELI. Nesse caso, os 
bens empresariais estão em nome de uma Pessoa Jurídica, ao passo que os bens pessoais estão 
em nome de uma Pessoa Física. Como são duas pessoas distintas, não há que se falar em 
unicidade patrimonial. Fala-se em: PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PATRIMONIAL. 
Aqui vai existir um patrimônio da pessoa física e um patrimônio da pessoa jurídica. As 
dívidas de um não recaem sobre as do outro, EM REGRA. Adiante veremos situações 
excepcionais onde as dívidas de uma pessoa atingem o patrimônio de outra, como nos casos de 
 
23 
 
desconsideração da personalidade jurídica (os bens pessoais respondem pela dívida social) ou de 
desconsideração inversa (quando os bens sociais respondem pela dívida pessoal). 
FECHANDO O PARÊNTESE. 
 
TJ/PI: O menor com dezesseis anos de idade que não seja emancipado somente poderá dar 
início a empresa mediante autorização do juiz. ERRADO! Com 16 anos de idade, mesmo que não 
esteja emancipado, pode dar início a atividade empresarial, sendo desnecessária a autorização do 
juiz. A constituição da empresa dará ao menor a sua emancipação. 
Se o menor continua a atividade empresarial, teoricamente, seus bens passariam a 
responder pelas dívidas empresariais. Entretanto, o art. 974, §2º traz uma proteção ao patrimônio 
do incapaz, in verbis: 
 
Art. 974, § 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o 
incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que 
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que 
conceder a autorização. 
 
Ou seja, os bens que o incapaz já possuía não respondem pelas dívidas empresariais, 
desde que tais bens fiquem consignados no alvará de autorização. Este artigo traz um 
patrimônio de afetação. 
 
FCC TJ/GO 2015: Thiago, titular de uma empresa individual do ramo de padaria, veio ser 
interditado judicialmente e declarado absolutamente incapaz para os atos da vida civil por conta 
de uma doença mental que lhe sobreveio. A Thiago, nesse caso, é permitido continuar a empresa 
por meio de representante, mediante prévia autorização judicial, que poderá ser revogada, 
também judicialmente, sem prejuízo dos direitos de terceiros. 
7.1.2. Requisito II: ausência de impedimentos legais 
São impedidos de ser empresário: 
 
1) Membros do Ministério Público; 
2) Magistrados; 
3) Membros da Defensoria Pública; 
4) Empresários falidos; 
5) Leiloeiros; 
6) Despachantes aduaneiros; 
7) Cônsules, nos seus distritos; 
8) Médicos, para o exercício simultâneo de farmácia, e farmacêuticos no exercício simultâneo 
da medicina; 
9) Pessoas condenadas à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos 
públicos; 
10) Servidores públicos civis da ativa; 
11) Servidores militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares; 
12) Os deputados e senadores não poderão ser proprietários, controladores ou diretores de 
empresa, que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público; 
13) Estrangeiros (sem visto permanente), em certos casos; 
14) Estrangeiro (com visto permanente), em certos casos. 
 
 
24 
 
Vejamos: 
 
1) Membros do Ministério Público para exercer o comércio individual ou participar de sociedade 
comercial (art.128, § 5º, II, “c”, da CF), salvo se acionista ou cotista, obstada a função de 
administrador (art. 44, III, da Lei 8.625/1993 - LOMP); 
 
CF, Art. 128. O Ministério Público abrange: 
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é 
facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a 
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, 
observadas, relativamente a seus membros: 
II - As seguintes vedações: 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
 
LOMP, Art. 44. Aos membros do Ministério Público se aplicam as seguintes 
vedações: 
III - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como 
cotista ou acionista; 
 
2) Magistrados (art. 36, I, Lei Complementar n. 35/1977 – Lei Orgânica da Magistratura) nos 
mesmos moldes da limitação imposta aos membros do Ministério Público; 
 
LOM, Art. 36 - É vedado ao magistrado: 
I - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, inclusive de 
economia mista, exceto como acionista ou quotista; 
 
3) Membros da Defensoria Pública (art. 46, IV, da LC 80/94 - DPU; art. 91, IV da LC 80/94 – 
DPDFT; art. 130, IV – DPE) mesmos moldes do MP e Magistratura. 
 
Art. 46. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos 
membros da Defensoria Pública da União é vedado: 
IV - Exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como 
cotista ou acionista; 
 
Art. 91. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos 
membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios é 
vedado: 
IV - Exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como 
cotista ou acionista; 
 
Art. 130. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, 
aos membros da Defensoria Pública dos Estados é vedado: 
IV - Exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como 
cotista ou acionista; 
 
4) Empresários falidos, enquanto não forem reabilitados (Lei de Falências, art. 102); 
 
LF, Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade 
empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue 
suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei. 
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao 
juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro. 
 
 
25 
 
5) Leiloeiros (art. 36 do Decreto n° 21.891/32 – proíbe os leiloeiros de exercerem a empresa 
direta ou indiretamente, bem como constituir sociedade empresária, sob pena de 
destituição); 
 
Decreto n° 21.891/32 - Art. 36. É proibido ao leiloeiro: 
a) sob pena de destituição: 
1º, exercer o comércio direta ou indiretamente no seu ou alheio nome; 
2º, constituir sociedade de qualquer espécie ou denominação; 
3º, encarregar-se de cobranças ou pagamentos comerciais; 
 
6) Despachantes aduaneiros (art.10, inciso I, do Decreto nº 646/92 – não podem manter 
empresa de exportação ou importação de mercadorias nem podem comercializar 
mercadorias estrangeiras no país); 
 
Decreto 646/92, Art. 10. É vedado ao despachante aduaneiro e ao ajudante 
de despachanteaduaneiro: 
I - Efetuar, em nome próprio ou no de terceiro, exportação ou importação de 
quaisquer mercadorias ou exercer comércio interno de mercadorias 
estrangeiras; 
Parágrafo único. Excluem-se da proibição do inciso I os bens que se 
destinem ao uso próprio do despachante ou do ajudante de despachante 
aduaneiro. 
 
7) Cônsules, nos seus distritos, salvo os não remunerados (Decreto nº 4868/82, art. 11 e 
Decreto nº 3.529/89, art. 82); 
 
8) Médicos, para o exercício simultâneo da farmácia, drogaria ou laboratórios farmacêuticos, e 
os farmacêuticos, para o exercício simultâneo da medicina (Decreto nº 19.606/31 c/c 
Decreto nº 20.877/31 e Lei nº 5.991/73); 
 
9) Pessoas condenadas à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos 
públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato ou 
contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de 
defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, 
enquanto perdurarem os efeitos da condenação; 
 
10) Servidores públicos civis da ativa (Lei nº 1.711/52) e servidores federais (Lei nº 8.112/90, 
art.117, X, inclusive Ministros de Estado e ocupantes de cargos públicos comissionados em 
geral). Aqui é importante observar que o funcionário público pode participar como sócio 
cotista, comanditário ou acionista, sendo obstada a função de administrador; 
 
11) Servidores militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares (Código Penal 
Militar, arts. 180 e 204 e Decreto-Lei nº 1.029/69; arts 29 e 35 da lei nº 6.880/80), neste 
caso, também poderão integrar sociedade empresário, na qualidade de cotista ou acionista, 
sendo obstada a função de administrador; 
 
12) Os deputados e senadores não poderão ser proprietários, controladores ou diretores de 
empresa, que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, 
nem exercer nela função remunerada ou cargo de confiança, sob pena de perda do 
mandato – (arts. 54 e 55 da Constituição Federal). 
 
26 
 
 
 Conforme bem observa Ricardo Negrão, a lei não inclui alguns outros agentes 
políticos, como o Presidente da República, ministros de Estado, secretários de Estado e 
prefeitos municipais, no âmbito do Poder Executivo, mas menciona as mesmas restrições dos 
senadores e deputados federais aos deputados estaduais e vereadores (art.29, IX, da 
Constituição Federal). 
 Ademais, o prestigiado autor também afirma que por se tratar de norma de caráter 
restritivo, não há como estender a relação para englobar esses outros agentes políticos, 
quando a lei, podendo fazê-lo, não o fez. 
 A esses membros do Executivo a lei não restringiu o exercício da atividade empresarial, e, 
assim, não cabe ao intérprete incluí-los na proibição, sob pena de estabelecer privação de direito 
não prevista em lei. Observa-se, contudo, que seus atos de administração deverão pautar-se 
pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e demais regras previstas 
no art. 37 da Constituição Federal. Ao contratar, portanto, aplicam-se-lhes as mesmas restrições 
do art. 54, II, da Constituição Federal. 
 
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: 
II - Desde a posse: 
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de 
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela 
exercer função remunerada; 
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas 
entidades referidas no inciso I, "a"; 
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que 
se refere o inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo 
 
13) Estrangeiros (sem visto permanente – art. 98 e 99 da Lei nº 6.815/80 – Estatuto do 
Estrangeiro) estão impedidos de serem empresários individuais, porém não estarão 
impedidos de participar de sociedade empresária no país; 
 
14) Estrangeiro (com visto permanente), para o exercício das seguintes atividades: pesquisa ou 
lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica; 
atividade jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, com recursos oriundos 
do exterior; atividade ligada, direta ou indiretamente, à assistência à saúde no País, salvo 
nos casos previstos em lei; serem proprietários ou armadores de embarcação nacional, 
inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre, exceto embarcação de pesca; serem 
proprietários ou exploradores de aeronave brasileira ressalvada o disposto na legislação 
específica. 
 
15) Devedores do INSS (art. 95, §2º, da Lei nº 8.212/91). 
 
Entenda-se bem: empresário não é quem, pessoalmente, produz os bens ou presta os 
serviços. Empresário é quem organiza a atividade de produção ou circulação de bens ou serviços. 
ORGANIZAÇÃO é a palavra-chave do conceito. Para realizá-la, ele dispõe de determinado capital, 
vale-se da contratação de empregados ou de prestadores de serviço, utiliza insumos e emprega 
tecnologia. 
Numa grande indústria automobilística, por exemplo, empresários não são os metalúrgicos 
responsáveis por operar as imensas prensas ou soldas, e assim produzir os carros. Empresário é 
a pessoa física ou jurídica que os contratou, que adquiriu as máquinas e os insumos, que 
 
27 
 
escolheu a tecnologia utilizada e que é, portanto, quem organiza a atividade humana da produção 
dos veículos. 
 
OBS: a proibição para o exercício de empresa não se estende, a princípio para ser sócio de 
sociedades empresárias, afinal quem exerce neste caso é a PJ. Entretanto, a possibilidade de 
participarem de sociedades empresárias não é absoluta, somente pode ocorrer se forem sócios 
de responsabilidade limitada e não exercerem funções de gerência e administração. 
7.2. EMPRESÁRIO CASADO 
Pode o empresário individual casado vender um bem empresarial sem a outorga conjugal? 
 
Regra Geral do CC: 
 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648 (suprimento da outorga via 
judicial), nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no 
regime da separação absoluta: 
I - Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
 
Regra especial do empresário: 
 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga 
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que 
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. 
 
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no 
Registro Público de empresas Mercantis, os pactos e declarações 
antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de 
bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. 
 
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do 
empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, 
antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas 
Mercantis. 
 
Assim, se estes atos não forem devidamente registrados na Junta Comercial, o empresário 
não poderá opô-los contra terceiros. 
 
En. 58 da II JDC - O empresário individual casado é o destinatário da norma 
do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou 
gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que 
exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao 
patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a 
consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro 
público de empresas mercantis. 
 
8. OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO 
8.1. REGISTRO 
 
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8.1.1. Previsão legal e órgão encarregado 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário

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