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Resposta - Texto 1: 1. Em linhas gerais, o arcabouço analítico cepalino é uma forma de compreender o desenvolvimento desigual da economia mundial; como dito no texto, o progresso técnico, que é a fonte de desenvolvimento econômico das diversas nações, se propagou, de forma gradual e lenta, dos países originários (exemplo: Grã-Bretanha no período industrial) aos periféricos (América Latina, África e Ásia). Logo, criou-se uma divisão internacional do trabalho: os ‘’desenvolvidos’’, grandes exportadores de manufaturas e bens de capital, e os periféricos, exportadores de commodities. 3. problem tica cepalino movida pela problem tica da industriali a ão nacional a partir de uma situa ão perif rica ssim, a questão da industriali a ão est relacionada entre o desenvolvimento econ mico da a ão e uma determinada divisão internacional do trabalho oão anuel parte do que entende ser o sil ncio do paradigma cepalino que tomar a industriali a ão latino-americana como uma industriali a ão capitalista ou ainda, como uma industriali a ão capitalista retardat ria 5. Em linhas básicas, temos que os contornos da economia colonial estão presentes em dois setores, são eles: um exportador e um de produção de alimentos. O primeiro setor produz produtos coloniais (tabaco, açúcar, metais preciosos, etc) em larga escala e destinados a suprir a demanda mundial. Esse setor pode estar organizado à base de trabalho servil, escravo ou mesmo por produtores independentes, porém, parte desse tempo de trabalho da força de trabalho pode ser empregada na produção de subsistência. A produção mercantil se organiza pelos proprietários por meios de produção e o trabalhador direto está sujeito à compulsão, ou seja, essa produção se assenta no trabalho compulsório, servil ou escravo. A economia colonial se define como altamente especializada e complementar à economia metropolitana. Essa relação se traduz num determinado modelo de comércio: exportam-se produtos coloniais e se importam produtos manufaturados e, no caso, de economias fundadas na escravidão, escravos. E esse padrão de comércio se efetiva através do monopólio de comércio exercido pela burguesia comercial metropolitana, do exclusivo metropolitano, como era chamado. 7. O principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização. A opção pela mão de obra escrava africana estava intimamente associada à lucratividade do tráfico negreiro transatlântico. O tráfico de escravos negros demandava uma estrutura intercontinental também associada ao comércio internacional de insumos agrícolas. O uso da mão de obra escrava indígena não contemplava essa dinâmica lucrativa. 9. A partir da Revolução Industrial, o mundo todo entra em um processo de mudança no modo de produção e, portanto, das relações de trabalho. A exploração nesse novo modo de produção, o capitalismo, se dá através do trabalho assalariado, diferente do modo colonial pautado na escravidão. A generalização das relações mercantis impulsionada pelo capitalismo industrial impõe o trabalho assalariado, o que é necessariamente uma contribuição ao fim do regime escravocrata colonial. 10. A maior oferta do brasil de café barateou os preços e aumentou a demanda, não só pela metrópole, mas por outros países, em que foi cada vez mais demandada. Assim se tornou uma economia de latifúndio escravista, já que além da produção ser em grandes pedaços de terra, para se ter lucro era necessário produzir em massa, sendo assim uma alta barreira entrada, e também escravos pois era a mão de obra mais barata. a economia mercantil escravista cafeeira assumira traços definitivos: grande empresa produzindo em larga escala, apoiada no trabalho escravo, articulada a um sistema comercial-financeiro, controlados, uma e outro, nacionalmente A quebra do exclusivo comercial permitiu a apropriação do excedente, maiores lucros e mais investimentos, além de que, quando combinado com a revolução industrial, formação do Estado Nacional e a crise colonial, explica a constituição da economia mercantil-escravista cafeeira nacional e a produção mercantil. O desenvolvimento da economia mercantil-escravista dependia de três fatores: terras férteis disponíveis, existência de trabalho escravo a preços lucrativos e do comportamento das economias importadoras. Com o fim do tráfico negreiro era insustentável manter uma produção por métodos escravistas. A demanda por escravos seria cada vez maior, assim, mesmo que existisse uma atividade em que produ isse escravos, os pre os seriam exorbitantes e exploração não diminuiria, já estavam com altos preços, se diminuíssem a exploração a produção cairia. Chegaria um ponto em que não haveria mais escravos para ser explorados, já que havia baixíssima taxa de natalidade e altíssima taxas de mortalidade. A disponibilidade de terras não é sobre uma limitação geográfica, mas em uma economia mercantil-escravista, a cada momento em que o solo se esgotaria, devido às técnicas predatórias de cultivo, seria necessário migrar causando assim interiorização e cada vez maiores custos de transporte, em uma economia em que o escravo é limitado em relação à tecnologia e o transporte ainda não era muito evoluído. Em relação a conjuntura internacional, a economia cafeeira depende das condições autônomas da demanda externa. O café brasileiro compete com outros países, assim precisando ser baixos preços, além de que é um produto de sobremesa. Quem financiava a economia mercantil-escravista cafeeira era ação de comissários e logo depois pelos bancos cafeeiros que surgiam De 1810 a 1850 marca o momento de constituição e consolidação, bem como de generalização do consumo de café. Descoberta de novas terras no Vale do Paraíba perto do porto, ainda havia oferta de mão de obra escrava a preços rentáveis e devido á fatores naturais, a diminuição na oferta e aumento da demanda de países exportadores fez com que elevasse os preços. No final, falta escravo e crise colonial. 11. O modelo de produção escravista não é condizente com a lógica progressista capitalista, pois mesmo que se atribua uma mesma qualidade técnica de trabalho aos trabalhadores escravos e aos assalariados, os segundos são mais vantajosos na medida em que o valor de seu trabalho é pago à medida que ele é consumido, enquanto que no modelo escravista o valor é pago antecipadamente, não recebendo assim as vantagens de uma maior rotação do capital variável (como o valor se deprecia ao longo da vida do escravo, o dono perde dinheiro caso ele o substitua). Outro ponto relevante é que o trabalho assalariado permite uma maior especialização do trabalhador que, eventualmente, se reflete em uma melhor produtividade. Dessta forma, não seria possível a consolidação da grande indústria escravista. O trabalho assalariado não se consolida imediatamente devido à ausência de pessoas no mercado de trabalho dispostos a transformarem seu trabalho em mercadoria. Isto se dá porque os escravos livres não sentiam necessidade para tal, estes conseguiam se apropriar de pequenas terras que por motivo ou outro estavam desocupadas e produzir sua subsistência. Por mais que vivam em condições de pobreza, um salário pouco acima de sua subsistência não era o suficiente para mudar seu estilo de vida, herdado de sua condição prévia de escravidão. Tentou-se solucionar esta deficiência através da imigração de colonos, porém esta tentativa torna-se problemática quando se percebe que os interessesdos colonos são contrários aos dos grandes produtores: os primeiros não queriam se proletarizar e os segundos não queriam criar novos concorrentes. A solução se deu através da união do capital produtivo brasileiro e o capital financeiro inglês que se deu pela construção de estradas de ferro. A melhoria dos meios de transporte fortalecia o sistema mercantil escravista, proporcionando um maior acúmulo de capital dos cafeicultores. Porém, contraditoriamente este fator consolida a necessidade do trabalho assalariado, uma vez que as limitações do modelo escravista eram um obstáculo para a acumulação de capital cada vez mais intensa. Vendo que o modelo escravista estava prestes a se extinguir, os cafeicultores decidem também apoiar o movimento de abolição e assim o trabalho assalariado se estabelece dominantemente na nova lógica de produção brasileira. 13. O autor cita que há um modo de articulação contraditória entre as duas formas de capital, em que, se bem o capital cafeeiro dá nascimento e estimula a grande indústria, ao mesmo tempo impõe limites estreitos à acumulação industrial. O capital industrial depende, duplamente, do capital cafeeiro para sua expansão. Em primeiro lugar, para repor e ampliar a capacidade produtiva está preso à capacidade para importar gerada pela economia cafeeira, que faz as vezes, assim, de um verdadeiro departamento de bens de produção. Em segundo lugar, o capital industrial é incapaz de gerar seus próprios mercados e seu crescimento está atrelado, do ponto de vista da realização, aos mercados externos criados pelo complexo exportador cafeeiro, ainda que seja através do gasto público ou da urbanização. Decisiva, no entanto, é a dependência pelo lado da acumulação, que exprime a ausência de forças produtivas capitalistas e a subordinação do capital industrial ao capital cafeeiro, que é dominantemente mercantil. Resposta - Texto 2: 1. A exportação do café nesse período propiciou um aumento do tamanho do mercado nacional e da demanda por bens de consumo, que vieram a ser produzidos internamente, a acumulação de capital devido a esse setor trouxe um desenvolvimento de vários outros ramos, tais como o bancário, investimentos em infraestrutura, com foco na construção de estradas de ferro, o que trouxe a possibilidade de a produção de café adentrar para o interior do país. Essa acumulação também tornou possível o surgimento de algumas indústrias, que vieram a ter uma expansão no período do encilhamento , durante a 1ª guerra mundial houve a necessidade de diversificar a produção, já que havia uma escassez de matérias primas e insumos básicos, por fim, essa diversificação veio a começar em 1920, e em 1930 com a Grande Depressão e a crise do café, a expansão da indústria já não estava tão relacionada com o setor exportador, a não ser a dependência de importar máquinas e equipamentos. 3. Existem 4 principais interpretações acerca das origens do desenvolvimento industrial brasileiro: a primeira dos choques adversos , a indústria cresce quando existem choques negativos no setor exportador; a segunda é a ótica da industrialização liderada pela expansão das exportações, que diz basicamente que a indústria cresce quando o setor exportador está crescendo; a terceira interpretação é do capitalismo tardio, esta interpretação vê o surgimento do capital industrial na década de 1880, devido a rápida acumulação no setor exportador; a última é referente a industrialização intencionalmente promovida por políticas do governo, a qual atribui importância a políticas para a promoção da industrialização brasileira. 4. A primeira interpretação se refere a teoria dos choques adversos , a qual afirma que períodos em que tiveram crises no setor exportador, tais como a crise do café e a Grande Depressão, dessa forma, os investimentos se direcionaram para a indústria, fazendo com que ocorresse uma substituição de importações e consequentemente um desenvolvimento industrial. Quanto a essa teoria, existe uma distinção feita por Furtado e Tavares quanto ao tipo de desenvolvimento industrial ocorrido antes e depois da crise do café e da Grande Depressão, o ocorrido antes é visto como um crescimento industrial induzido pelo crescimento da renda interna advinda do setor de exportação, já o que ocorreu depois é considerado como industrialização substitutiva de importações. A segunda diz respeito a ótica da industrialização liderada pela expansão das exportações, essa interpretação basicamente diz que a acumulação do setor exportador é tão grande que isso acaba por transbordar para o desenvolvimento da indústria, analogamente se o setor exportador não estiver em bons tempos isso irá ser refletido na indústria, que irá se arrefecer. Entre os autores que optam por esta interpretação, Nicol apresenta uma visão de que antes de 1930 essa interpretação é v lida terceira a do capitalismo tardio , esta interpreta ão v o surgimento do capital industrial na década de 1880, devido a rápida acumulação no setor exportador, que propiciou a construção de um sistema de transporte, transição da mão de obra escrava para a assalariada, esta última compõe a criação de um mercado interno para os produtos industrializados. Nos períodos de crise do setor exportador a indústria é fortemente afetada, porém a medida que a proteção no mercado interno aumenta a indústria se recupera, enfim ainda é afirmado uma relação de contradição entre o capital cafeeiro e industrial, já que o papel de dominância do setor cafeeiro, apoiado em grande medida pela doutrina cepalina, impôs limites ao desenvolvimento industrial. A última é referente a industrialização intencionalmente promovida por políticas do governo, a qual atribui importância a políticas para a promoção da industrialização, entre essas há a proteção tarifaria, concessão de incentivos e proteção da indústria via variações cambiais, que com a sobrevalorização aumentavam a capacidade de importação de máquinas e com a depreciação favoreciam o aumento do investimento, mas aumentavam o custo da maquinaria importada. 9. O autor faz uma análise de todas as teorias que tentam explicar o processo de industrialização brasileiro, e a partir disso procura apontar as tendências de investimentos nos períodos anteriores a consolidação das industriais, de modo a apontar como se deu efetivamente a formação do capital industrial no país. 12. O autor coloca os fatores que desempenharam o desenvolvimento da indústria em dois períodos. O primeiro é referente ao antes da 1ª Guerra Mundial, no qual existia uma dependência entre a indústria e o setor exportador, principalmente através aos linkages de consumo, produção e fiscais, quanto aos últimos houve uma ajuda governamental apenas para algumas indústrias, tais como a do açúcar. Em relação aos investimentos, os agentes do processo de acumulação industriais foram imigrantes- importadores, empresários do comércio interno e cafeicultores. O segundo período diz respeito a partir da 1ª Guerra Mundial, até 1929 a dependência entre a indústria e o setor exportador foi se tornando decrescente e em 1930 essa dependência já era bem reduzida, o governo passou a estimular a atividade industrial e impôs restrições às importações através do controle cambial, quanto aos investimentos, o capital estrangeiro teve um importante papel, e é notável o reinvestimento de lucros das empresas, que também financiou outras atividades e a expansão das mesmas.
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