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IU em atletas

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An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb., Recife, v.52 (2), 2007 - 173
3 - ARTIGO DE REVISÃO
RESUMO
A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina, que causa problema social ou higiênico para o indivíduo,
sendo a incontinência urinária de esforço (IUE) definida como “perda involuntária de urina ao realizar esforço físico,
espirrar ou tossir”. Este estudo teve como objetivo descrever os tipos de IU mais comuns, a prevalência de IU durante
a prática esportiva, os mecanismos de lesão, os fatores predisponentes e os transtornos psicológicos causados pela IUE
nas atletas do sexo feminino. Os artigos foram selecionados através das bases de dados Medline, PubMed e Scielo. A
IUE em atletas, do sexo feminino, é uma desordem que apresenta grande implicação social, pois diminui sua qualidade
de vida, além de prejudicar o seu desempenho atlético. As atividades esportivas de alto impacto e exaustivas são as
principais causas da IUE em atletas, pois elas podem causar danos e/ou fadiga no assoalho pélvico, podem levar a
alterações hormonais, além de gerar uma pressão intra-abdominal excessiva, que não será transmitida de forma homogê-
nea a uretra e a bexiga. Para prevenir a IUE, em atletas, se faz necessário um trabalho de fortalecimento e conscientização
do assoalho pélvico durante os treinamentos, além do uso de calçados adequados.
Descritores: Assoalho pélvico, Esporte, Tríade da mulher atleta, Educação física e treinamento.
Correspondência: Caroline Wanderley Souto Ferreira Anselmo
Departamento de Fisioterapia, Av. Prof. Moraes Rego, 1235
Cidade Universitária, Recife - PE - CEP: 50670-901
e-mail: cwsfa@hotmail.com
ABSTRACT
The urinary incontinence (UI) is any involuntary leakage of urine that leads to social e hygienic problems to the subject.
The stress urinary incontinence (SUI) is defined as “leakage of urine during physic activities, coughing and sneezing”.
The aim of this study was to describe the UI most common among female athletes, the prevalence of UI during the sport
practice, the injured mechanisms, the female athlete’s predisposition factor and psychological disturbs caused by the
SUI. The papers were chosen using the Medline, PubMed and Scielo databases. The Stress Urinary Incontinence (SUI)
in female athletes is a disorder characterised as a social handicap because it can lead to life quality impairment and can
decrease the athletic performance. The high impact and extremely exhaustive sport activities are among the major causes
of SUI because they can damage and/or cause fatigue on the pelvic floor, change the hormone levels, and promote an
excessive intra-abdominal pressure, which will not be distributed in a homogeneous way to the bladder and urethra. To
prevent the SUI, among athletes, is important to increase the strength and consciousness of the pelvic floor during
physical activities and incentive the use of suitable shoes.
Keywords: Pelvic floor, Sports, Female Athlete Triad Syndrome, Physical education and training.
1
 Fisioterapeuta, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Patologia da
UFPE
2 Fisioterapeuta, Professor(a) Doutor(a) do Curso de Fisioterapia da UFPE.
Jaqueline Diniz Barros1, Antônio Carlos Tavares de Lucena2, Caroline Wanderley Souto Ferreira Anselmo2
Incontinência urinária de esforço em atletas do sexo feminino:
uma revisão da literatura
Stress urinary incontinence among female athletes: a literature review
174 - An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb., Recife, v.52 (2), 2007
3 - ARTIGO DE REVISÃO
INTRODUÇÃO
 Atualmente, a necessidade de uma condição de vida
melhor aspirada por boa parte da população, tornou-se
numa preocupação constante com a qualidade de vida e a
boa forma física. Sendo assim, o exercício físico e a prática
de esportes passaram a fazer parte do cotidiano de muitas
mulheres, seja como forma de lazer ou atividade profissio-
nal1.
 Foi observado ainda, que o exercício físico traz inú-
meros benefícios, como: a melhora do sistema
cardiovascular, a redução da adiposidade, a melhora da apa-
rência física, o aumento da resistência física, da massa mus-
cular, da força e da densidade óssea. Todas estas vanta-
gens implicam numa melhora da qualidade de vida1,2. No
entanto, o exercício físico tem sido apontado como fator de
risco para o surgimento da incontinência urinária2. Dentre
outros fatores de risco que podem levar a incontinência
têm-se a idade avançada, obesidade, gestação,
multiplicidade de partos vaginais, parto vaginal com lesão
de nervos periféricos, de fáscias e ligamentos, deficiência
estrogênica (menopausa), tabagismo, doenças do colágeno,
fragilidade do tecido conjuntivo e dos músculos do assoalho
pélvico, neuropatias, e histerectomia prévia2-5.
 A incontinência urinária (IU) é definida pela Socie-
dade Internacional de Continência (ICS) como sendo qual-
quer perda involuntária de urina, que causa problema social
ou higiênico para o indivíduo6. A prevalência de inconti-
nência urinária em mulheres de 15 a 64 anos varia de 10% a
56% e depende das características das populações em es-
tudo. Porém, mesmo com esta elevada prevalência, apenas
um quarto destas mulheres procuram ajuda médica7-9. A IU
é vista como um problema que afeta mulheres multíparas
mais velhas, embora existam evidências de que durante ati-
vidades físicas estressantes seja comum entre mulheres jo-
vens, fisicamente ativas, mesmo na ausência de fatores de
risco conhecidos3. Este problema não é condição perigosa
ou de risco e, embora não cause morbidade ou mortalidade,
ela pode levar a inatividade, principalmente pelo constran-
gimento higiênico e social, diminuindo o desempenho atlé-
tico, aumentando a ansiedade e o sofrimento relacionado à
possível perda urinária8,10,11.
Devido ao exposto, verifica-se que o aumento da inci-
dência de incontinência urinária associada com as ativida-
des físicas merece atenção especial, pois se trata de um
problema que causa transtornos sociais e psicológicos a
atleta de elite, levando a uma diminuição no seu desempe-
nho. Por acreditarmos ser de grande importância para pre-
venir e/ou tratar a IU em atletas de elite um conhecimento
mais detalhado e atualizado do tema, este trabalho tem como
objetivo fazer uma revisão da literatura disponível em
Medline, revistas nacionais e internacionais e catálogos de
obras de referência na área, dos fatores relacionados a este
problema como por exemplo: os tipos de IU mais comuns, a
prevalência de IU durante a prática esportiva, os mecanis-
mos de lesão, os fatores predisponentes e os transtornos
psicológicos causados pela IUE nas atletas.
Tipos de incontinência urinária
 As diferentes formas de incontinência apresentam
etiologia e fisiopatologia especificas, cuja compreensão é
fundamental para obter sucesso terapêutico. As principais
formas de incontinência urinária são: de esforço (IUE), de
urgência (IUU) e mista (IUM)12.
 A incontinência urinária mais comum é a de
esforço (IUE), caracterizada pela perda de
urina ao tossir, espirrar ou realizar esforço físico11,13. O
fator determinante da IUE é a alteração do gradiente de
pressão entre a bexiga e a uretra, sem que o músculo detrusor
tenha se contraído. Essa mudança ocorre por falha no me-
canismo esfincteriano extrínseco ou intrínseco da uretra.
Assim, a IUE pode ser decorrente de hipermobilidade do
colo vesical (alterações do mecanismo uretral extrínseco,
referente ao posicionamento anatômico do colo vesical e
da uretra proximal) e/ou insuficiência esfincteriana intrínse-
ca (incapacidade da maquinaria esfincteriana) 14-16.
 A IUU é a perda involuntária de urina associada a
repentino e forte desejo de micção (urgência) 17-19. A causa
é a hiperatividade da bexiga que pode ser de origem
neurogênica ou não-neurogênica. A bexiga hiperativa
neurogênica é uma condição que deriva de lesões supra-
pontinas ou medulares que levam aperda da inibição cortical.
Os fatores que podem motivar a bexiga hiperativa não-
neurogênica são obstrução urinária, hipersensibilidade
aferente (vários neurotransmissores produzidos e libera-
dos pelo urotélio e pelo plexo nervoso suburotelial, em res-
posta à distensão vesical, como por exemplo infecções
urinárias, podem facilitar o início da micção), alterações no
músculo detrusor, defeitos anatômicos (alteração na inte-
gridade anatômica do assoalho pélvico) e causas
idiopáticas20 .
An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb., Recife, v.52 (2), 2007 - 175
3 - ARTIGO DE REVISÃO
A IUM é caracterizada pela prevalência dos sintomas
tanto de IUE quanto IUU, em que a paciente desenvolve
mudanças anatômicas vesicais e bexiga hiperativa. Os prin-
cipais sintomas apresentados são: urgência para urinar; uri-
nar freqüentemente à noite; gotejamento urinário constan-
te; sensação de não esvaziamento da bexiga e jato urinário
fraco21,22.
Fatores de risco para o desenvolvimento de incontinência
urinária de esforço em atletas
Dano muscular do assoalho pélvico: O colo vesical e
uretra devem estar de tal modo posicionados, que durante
situações de esforço, a transmissão da pressão abdominal
deve incidir sobre o terço inicial da uretra, de tal modo que
conduza ao seu encerramento e oscilação com encerramen-
to do ângulo vesico-uretral posterior, criando-se um efeito
“valvular” ao nível do colo vesical, impedindo a perda de
urina14. Esta correta transmissão de pressões sobre o meca-
nismo anatômico da continência, depende das estruturas
ligamentares e de suporte que, quando estão fragilizadas,
originam um incorreto posicionamento com transmissão da
pressão abdominal apenas à bexiga, conduzindo a IUE.
Quando este mecanismo de sustentação torna-se deficien-
te por alguma razão, a sustentação normal é perdida e há
desenvolvimento de hipermobilidade anatômica da uretra e
do colo vesical. Para muitas mulheres, esta perda de supor-
te é suficientemente intensa para causar a perda da capaci-
dade de fechamento durante períodos de aumento da pres-
são intra-abdominal, ocorrendo então a incontinência de
esforço. Com isso, pode-se entender que a continência
urinária é mantida pelo funcionamento adequado e coorde-
nado do detrusor e das estruturas uretrais. Logo, para que
haja continência urinária há necessidade de que a pressão
intra-uretral seja superior à pressão intravesical no repouso
ou durante esforços8,23.
Davis e Goodman em 1996, estudando mulheres pára-
quedistas, notaram que parte delas tinham incontinência
urinária, provavelmente conseqüente ao impacto que tal
atividade impunha, algumas relataram que sentiram uma dor
“rasgando” na região do assoalho pélvico durante o im-
pacto24. Os esportes de alto impacto tais como saltar do
pára-quedas podem causar danos físicos diretos ao assoalho
pélvico levando a separação do fáscia pubocervical da pa-
rede lateral pélvica24. Isto resultaria na hipermobilidade colo
vesical e desencadearia a incontinência. Assim, o relaxa-
mento da bexiga ao reduzir a pressão intravesical é tido
como um fator de contenção da urina enquanto que a laxidão
das fibras elásticas que formam as paredes da uretra, pelo
contrário ao produzirem a diminuição da pressão intrauretral
é apontado como fator de incontinência3,25.
 Hay et al. (2001) observaram que a força de impac-
to no assoalho pélvico durante atividades como correr é 3 a
4 vezes o peso corporal, 5 a 12 vezes ao pular, 9 vezes o
peso corporal na queda após um salto em altura, 16 vezes
após um pulo mais alto, e 9 vezes no salto com vara26. Hay,
1993 relatarou também que saltar sobre os calcanhares gera
força de impacto de dezesseis vezes o peso corporal, quan-
do o impacto ocorre com a parte anterior dos pés, essa
força transmitida ao assoalho pélvico diminui para três vezes
o peso corpóreo, sendo absorvida e dissipada para ou-
tras regiões do pé. Assim, calçados com proteção
adequada poderão prevenir incontinência27.
Nygaard, em 1996, mediu a altura do arco plantar longi-
tudinal mediano e tentou correlacionar às medidas obtidas,
a força de impacto gerada e o quanto dessa força era absor-
vida para os músculos e ligamentos do assoalho pélvico,
concluiu que as atletas incontinentes tinham a altura desse
arco menor, quando comparado às medidas encontradas
nas atletas continentes sugerindo assim, que contato mai-
or da superfície plantar com o solo promoveria maior absor-
ção desse impacto para a pelve28.
Fadiga Muscular: A característica da contração mus-
cular é variável e depende do tipo de fibras que compõe
cada músculo. A musculatura do assoalho pélvico é consti-
tuída por dois tipos de fibras: as fibras Tipo I de contração
lenta, cujas células são ricas em mitocôndrias, resistentes à
fadiga, consomem mais oxigênio, respondendo melhor por
mecanismo oxidativo de contração, o que resulta em ativi-
dade contrátil lenta, portanto, importantes na manutenção
da continência ao repouso, responsáveis pela manutenção
do tônus muscular; e as fibras Tipo II de contração rápida
caracterizando-se por alta concentração de glicogênio e
fadiga rápida, predomina um retículo sarcoplasmático ex-
tenso, responsável pela liberação de íons cálcio que pro-
movem rápida resposta contrátil como ocorre no assoalho
pélvico com o aumento da pressão intra-abdominal29,30.
Estudos histoquímicos mostraram que no assoalho pélvico,
principalmente em sua porção periuretral, existem 70% de
fibras do tipo I e 30% do tipo II. Esse predomínio de fibras
de contração lenta mantém estável o tônus muscular desse
assoalho30,31.
Os músculos do assoalho pélvico seriam constantemen-
176 - An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb., Recife, v.52 (2), 2007
3 - ARTIGO DE REVISÃO
te solicitados durante atividades repetitivas de correr e sal-
tar resultando no comprometimento do suprimento sanguí-
neo para a fibra muscular, com depleção de nutrientes, em
especial o oxigênio, principal combustível para a contração
de fibras musculares do tipo I30. Experimentos também
mostraram que a transmissão do sinal neural através da
junção neuromuscular após atividade muscular prolonga-
da reduz ainda mais a eficiência da contração muscular32. A
figura 1, descreve a relação entre as atividades repetitivas e
a fadiga muscular do assoalho pélvico.
Uma idéia muito divulgada refere-se à relação entre con-
 
Ausência de um trabalho 
 específico e o ↑ Pressão 
intra-abdominal 
↓ Suprimento sanguíneo 
↓O2 
↓ Fibras do Tipo I 
↓ Eficiência da contração 
muscular 
 
↓ Nutrientes 
 
ATIVIDADES REPETITIVAS (correr ,saltar, pular) 
↓ Transmissão do sinal 
neural através da 
junção neuromuscular 
dição física geral e desenvolvimento dos músculos do
períneo. Sabe-se que na ausência de um trabalho específi-
co para os músculos do pavimento pélvico, a carga repeti-
da sobre a musculatura perineal associada a aumentos fre-
qüentes da pressão intra-abdominal tende a reduzir a eficá-
cia mecânica do assoalho pélvico e/ou a produzir altera-
ções na composição de alguns músculos, tal como a redu-
ção no número de fibras do tipo I observada no músculo
elevador do ânus. De acordo com estas evidências o exer-
cício intenso pode ser considerado para algumas mulheres
como um fator precipitante da IUE30,31.
Fig. 1. Esquema da relação entre as atividades repetitivas e a fadiga dos músculos do assoalho pélvico.
Estudos recentes demonstraram que, em sujeitos nor-
mais, os músculos abdominais e os do pavimento pélvico
funcionam em conjunto, sendo possível pensar que alguns
exercícios abdominais são susceptíveis de ativar a muscu-
latura perineal e vice-versa33,34. Os mesmos estudos revela-
ram que a elevação da pressão ao nível do pavimento
pélvico tende a acontecer antes do aumento da pressão
intra-abdominal33,34. Este fato parece sugerir que a ativa-
ção dos músculos do períneo nãoacontece em resposta ao
aumento da pressão intra-abdominal, sendo antes produzi-
da por mecanismos nervosos centrais que podem ser even-
tualmente regulados pela vontade. Estes resultados pare-
cem demonstrar a importância do treino da musculatura
perineal pelas atletas para tornar seu assoalho pélvico mais
forte e com isso prevenir a IUE fazendo que haja a interação
funcional destes músculos com os da parede antero-lateral
do abdômen34.
Aumento da Pressão Intra-Abdominal
A incontinência urinária de esforço relatada geralmente
durante a atividade física é desencadeada pela pertubação
do mecanismo normal da continência causada pelos au-
mentos excessivos na pressão intra-abdominal que ocor-
rem durante o exercício. Normalmente, quando a pressão
intra-abdominal se eleva durante esforço ou atividade físi-
ca, a continência é mantida porque este aumento da pres-
são resulta na compressão mecânica direta do esfíncter
uretral de encontro a fáscia endopelvica. É possível que
durante esportes de alto impacto tais como o corridas vigo-
rosas, ginásticas, ou atividade aeróbica intensa, a pressão
intra-abdominal se eleve o suficiente para permitir a pres-
são intravesical exceder a pressão intra-uretral. Esta ascen-
são excessiva pode oprimir mesmo um mecanismo normal-
mente da continência, favorecendo o surgimento da incon-
tinência urinária em atletas2,8.
Caso a pressão abdominal se transmitisse de forma ho-
mogênea e idêntica tanto para a uretra como para a bexiga,
a relação entre as duas pressões continuaria a manter-se
não sendo induzida qualquer força no sentido da expulsão
An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb., Recife, v.52 (2), 2007 - 177
3 - ARTIGO DE REVISÃO
da urina do interior da bexiga. Contudo, a pressão
intravesical tende a elevar-se sem o equivalente aumento
da pressão intra-uretral. A explicação para este fenômeno
está associada ao mecanismo de controle da micção, o qual
condiciona o relaxamento dos músculos do períneo e a con-
seqüente diminuição da pressão intra-uretral, no momento
em que a contração dos músculos abdominais assegura
o aumento da pressão intra-abdominal e da pressão
intravesical14,19.
 As disfunções dos músculos do períneo associadas
ao aumento brusco da pressão intra-abdominal são tidas
como as principais causas da IUE. Assim, o trabalho abdo-
minal na mulher deve respeitar os princípios de contenção
urinária fazendo apelo à contração voluntária da muscula-
tura do períneo antes de qualquer ativação abdominal. Na
mulher incontinente ou de elevada probabilidade de incon-
tinência, o treino da musculatura perineal deverá anteceder
o trabalho abdominal33,34.
Deficiência Hormonal
O ciclo menstrual normal depende de uma complexa rede
de comunicação hormonal entre os ovários, o hipotálamo,
e a glândula hipófise no cérebro. As células secretoras do
hipotálamo sintetizam o Hormônio Liberador de
Gonadotrofinas (GnRH), o GnRH é levado ao lobo anterior
da hipófise, e então estimula a liberação de dois hormônios
produzidos pela adenohipófise, que agem sobre o ovário: o
Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e o Hormônio
Luteinizante (LH). O FSH produzido pela adenohipófise age
sobre o ovário estimulando o desenvolvimento dos folículos
ovarianos e a produção de estrógeno pelas células
foliculares. O FSH também influencia na formação do corpo
lúteo e induz o crescimento do endométrio. Esta reação em
cadeia não é uma via de mão única. O estradiol, um dos
estrógenos ovarianos na corrente sangüínea, também age
sobre o hipotálamo, causando uma alteração no GnRH. A
seguir, esse hormônio modificado estimula adenohipófise a
produzir o LH, o pico do nível sanguíneo desse hormônio
estimula a ovulação. O LH também estimula as células
foliculares e o corpo lúteo a produzir progesterona, e induz
o crescimento do endométrio. Todos os hormônios libera-
dos durante o ciclo menstrual são segregados não de forma
contínua, mas sim em quantidades dramaticamente diferen-
tes durante as diferentes partes do ciclo de 28 dias35,36.
Atletas muitas vezes têm amenorréia de origem
hipotalâmica como resultado dos baixos níveis de
estrogênio1,8. A figura 2, mostra a relação entre a atividade
física exaustiva e a deficiência hormonal, levando a IUE.
Efeitos hormonais também ocorrem na fisiologia do trato
urinário inferior, pois este é rico em receptores de estrogênio,
que quando estimulados aumentam o fluxo sangüíneo do
plexo artério-venoso e o fluxo sangüíneo aumentado me-
lhora a coaptação da mucosa uretral e eleva sua pressão,
promovendo a continência. O detrusor apresenta recepto-
res sensitivos ao estrógeno. A função uretral relacionada à
contenção urinária está intimamente relacionada à produ-
ção hormonal ovariana (estrógeno), que é também funda-
mental para a menstruação19,31.
 
↓ GnRH 
Oligomenorréia, fase 
lútea curta e anovulação 
Liberação de opióides 
endógenos 
↓ Estrógeno 
↓ Coaptação da mucosa uretral 
ATIVIDADE FÍSICA EXAUSTIVA 
Amenorréia de origem 
 Hipotalâmica 
↓ FSH 
↓ LH 
Fig. 2. Esquema da relação entre a atividade física exaustiva e a deficiência hormonal, levando a incontinência urinária de esforço
178 - An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb., Recife, v.52 (2), 2007
3 - ARTIGO DE REVISÃO
Warren e Shantha, em 2000, descreveram além da
amenorréia primária ou secundária, oligomenorréia, fase lútea
curta e anovulação, observadas principalmente nas atletas
que desenvolvem treinamentos exaustivos1. O estresse
causado pela atividade física extrema, promove a liberação
de opióide endógeno, a â-endorfina, que altera a produção
do GnRH, diminuindo o FSH e o LH e aumentando a libera-
ção de prolactina, hormônio de crescimento (hGH ou
somatropina) e hormônio adenocorticotrófico
(ACTH)35,37,38.
Estudos de incontinências em atletas
 A prevalência da IU durante a prática esportiva, em
atletas de elite, varia de 0% (golfe) até 80% - trampolinistas,
ou seja, é maior em esportes que envolvem atividades de
alto impacto8,39. As atividades de alto risco para o assoalho
pélvico são o atletismo, ginástica, basquete, vôlei, espor-
tes de combate (judô/karatê), fisiculturismo, equitação. Ris-
cos moderados são corrida, tênis esqui/skate e de baixos
riscos são a natação, remo, ciclismo e golfe30. Eliasson et
al. (2002) mediram, por meio de “pad test”, a perda de urina
em atletas de trampolim que relatavam essa perda como um
problema durante os treinamentos. A média de perda foi de
± 28 gramas (9-56g) em 15 minutos de treino39.
Quando avaliada a incontinência urinária em relação à
modalidade, Nygaard (1990) observou que ocorria em 38%
nas que praticavam o atletismo, 36% para exercícios
aeróbicos, 21% para caminhadas, 16% no ciclismo e 12%
na natação40. Em um estudo mais recente, Nygaard et
al.,observaram que 28% das mulheres referiram ter tido al-
gum tipo de perda de urina na prática esportiva ou durante
as competições e as perdas maiores foram em atividades de
alto impacto41. O mesmo autor estudou ex-atletas olímpicas
nas modalidades de ginástica, atletismo e natação.
Parâmetros como atividade atual, antecedentes menstru-
ais, história obstétrica e incontinência urinária foram consi-
deradas. Assim, veio a concluir que a atividade de alto im-
pacto por longo período, quando comparadas às de baixo
impacto, não têm diferença estatisticamente significante,
exceto quando associadas a diferenças no índice de massa
corpórea42.
BØ e Borgen, em 2001, avaliaram a prevalência de in-
continência urinária de esforço e urge-incontinência em
atletas de elite, do sexo feminino, da Seleção Nacional da
Noruega. Foram avaliadas 660 atletas com idade entre 15 e
39 anos, e comparadas a um grupo controle (n=765). Encon-
traram 41% de IUE nas atletas e 39% nas do grupo controle
e, portanto, sem diferença estatística. A freqüência de IUU
também não foi estatisticamente significante3.
Um estudo mais recenterealizado por Eliasson et al.,
2002, foi observado que 80% das atletas de trampolim re-
portavam escapamento involuntário de urina durante o trei-
no e competição do esporte. Assim, demonstra uma
prevalência elevada de incontinência urinaria de esforço
nas mulheres que participam de exercício de alto impacto 39.
Thyssen et al.,2002, teve como alvo de estudo atletas
de elite em oito esportes diferentes, incluindo o balé. Do
total de 291 mulheres, 51,9% tinham experimentado a perda
de urina, 43% (125 mulheres) ao praticar o esporte e 42%
(123 mulheres) durante a vida diária. A proporção de esca-
pamento urinário nos esportes era diferente: ginástica 56%,
balé 43%, exercícios aeróbicos 40%, badminton 31%, volei-
bol 30%, atletismo 25%, handball 21% e basquete 17%.
Durante o esporte 44% tinham experimentado o escapa-
mento algumas vezes e 9,6% apresentaram freqüentemente43.
Kari BØ (2004) fez uma revisão sistemática da literatura
sobre incontinência urinária e atividade física ou esporte
com especial ênfase para a prevalência e o tratamento de
mulheres atletas de elite. Seu trabalho mostrou que a
prevalência da IU durante a prática esportiva varia de 0%
(golf) até 80% (trampolinistas) e que não existem estudos
controlados ou randomizados quanto ao efeito de qualquer
tratamento para a incontinência urinária em atletas de elite.
Entretanto, sabe-se que a fisioterapia pode ser efetiva no
tratamento da IU em mulheres da população em geral44.
Transtorno psicológico
A IU pode ter repercussões severas na qualidade de
vida. O medo do escapamento e do constrangimento asso-
ciado impede freqüentemente que as mulheres tenham vi-
das normais. As tarefas rotineiras tornam-se potenciais
estressantes e criam-se as ansiedades45,46. Ocorrências como
esta reduzem claramente a qualidade de vida. Apesar de os
sintomas incômodos, muitas mulheres que sofrem deste
mal ainda parecem relutantes em procurar a ajuda médica 47.
Este problema conduz as mulheres a adotar o comporta-
mento de privação para impedir os episódios da inconti-
nência. Em atletas de elite, a incontinência urinária de esfor-
ço afeta a concentração e o desempenho atlético, principal-
mente nos esportes com roupa mínima e apertada tal como
o da ginástica3.
An. Fac. Med. Univ. Fed. Pernamb., Recife, v.52 (2), 2007 - 179
3 - ARTIGO DE REVISÃO
Thyssen et al., 2002, em estudo demonstraram que mais
de 50% de atletas da elite e dançarinos profissionais de balé
experimentaram a perda de urina. Aproximadamente um ter-
ço das mulheres que tinham experimentado consideraram-
na ser um problema social ou higiênico, e 60% usaram pro-
tetores. Da população total, 4% teve o escapamento de
urina freqüentemente ao participar em seu esporte, visto
que somente 0,3% tiveram a perda freqüentemente durante
atividades da vida diária. Assim o exercício físico parece ser
um fator provocante significativo43.
Um estudo que avaliou o impacto de IUE em 605 mulhe-
res americanas da comunidade em geral, as proporções sig-
nificativas de mulheres disseram que o problema afetou
suas atividades físicas (54,4%), confiança (42,7%), ativida-
des diárias (38,6%) e atividades sociais (36,5%). Apesar de
todos estes sintomas incômodos, só um quarto das mulhe-
res com IU procuram ajuda médica. A razão principal para
esta demora em procurar ajuda é o constrangimento48.
 Mulheres militares do exército americano, com ida-
des médias de 32,2 anos, 30% relataram experiência com IU
durante os exercícios em campo de treinamento, sendo as
atividades físicas as indutoras da perda urinária que inter-
feria no desempenho profissional e causava problemas de
higiene e embaraço social49. Este mesmo estudo evidenciou
que 68% das mulheres militares, usavam medidas preventi-
vas, como manter a bexiga vazia ou usar forro, 19% usavam
a restrição hídrica como precaução contra a incontinência
antes das atividades físicas mais árduas e 13% relataram
correr risco de desidratação por restrição hídrica49.
 Estudo realizado com mulheres atletas revelou que
para 38% a perda de urina causa sentimento de embaraço,
para 22%, ansiedade e para 6%, medo41. Entre jovens atle-
tas e profissionais da dança, somente 3,3% discutiam seu
problema com o médico43.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A Incontinência Urinária de Esforço em atleta, do
sexo feminino, é uma desordem que apresenta grande impli-
cação social, pois diminui sua qualidade de vida, além de
prejudicar o seu desempenho atlético. As atividades espor-
tivas de alto impacto e exaustivas são as principais causas
da IUE em atletas, pois elas podem causar danos e/ou fadi-
ga no assoalho pélvico, podem levar a alterações hormonais,
além de gerar uma pressão intra-abdominal excessiva, que
não será transmitida de forma homogênea a uretra e a bexi-
ga. Devido ao exposto, pode-se inferir que para prevenir a
IUE, em atletas, se faz necessário um trabalho de fortaleci-
mento e conscientização do assoalho pélvico durante os
treinamentos, além do uso de calçados adequados.
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3 - ARTIGO DE REVISÃO

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