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DA RESPONSABILIDADE CIVIL NOÇÕES GERAIS - Dos Atos Ilícitos Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 1 a 12 • 1. Correspondência legislativa (parcial). CC/1916 159. • 2. Culpa. É ação (ato comissivo) ou omissão (ato omissivo) de que resulta o advento de consequências que prejudicam outrem, consequências essas imprevistas, mas previsíveis. Culpam autem esse, quod cum a diligente provideri poterit, non est provisum (D 31, 9,2). Culpa é “omissão de diligência” (Carvalho de Mendonça, Pareceres, v. I, Falências, p. 160). • 3. Dolo, culpa e ilicitude do ato. A volição deliberada, por ação ou omissão, destinada à violação de direito e à causação de dano a outrem, constitui o ato ilícito doloso. Distingue-se do ato ilícito culposo, que se dá em decorrência de imprudência, negligência ou imperícia do agente, que, nesses casos de culpa, tem intenção do ato, mas não do resultado. • 4. Ato ilícito. Responsabilidade subjetiva (CC 186). O ato ilícito descrito no CC 186 enseja reparação dos danos que ensejou, pelo regime da responsabilidade subjetiva, sendo requisitos necessários para que haja o dever de indenizar: a) o ato; b) o dano; c) o nexo de causalidade entre o ato e o dano; d) o dolo ou a culpa do agente causador do dano. V. coments. CC 927 par.ún. • 5. Ato ilícito. Abuso de direito. Responsabilidade objetiva (CC 187). O ato ilícito descrito no CC 187 enseja reparação dos danos que causou, pelo regime da responsabilidade objetiva, desnecessária a demonstração da conduta do agente (dolo ou culpa), de sorte que são requisitos necessários para que haja o dever de indenizar: a) o ato; b) o dano; c) o nexo de causalidade entre o ato e o dano. • 6. Natureza da obrigação. O inadimplemento da obrigação de resultado enseja reparação dos danos por ele causados, pelo regime da responsabilidade objetiva, como já era da tradição do direito brasileiro, mesmo antes do advento do CDC e do CC. • 7. Causa da responsabilidade. Causa efficiens . Elemento de apuração da responsabilidade (relação potencial causa/causado). O uso jurídico mais corriqueiro do termo causa (ver, sobre o tema, coments. CC 104) se dá no sentido de causa efficiens, quando da apuração da responsabilidade de alguém por algo, quando da análise do dever de indenizar um dano sofrido por outrem, ocasião em que se analisa o nexo de causalidade como critério para identificar se, por quem e a favor de quem a indenização é devida e em que medida. Em Tácito há menção a esse vínculo de imputar algo a alguém por ter dado causa a uma situação nefasta (Tácito, Agrícola, XXXIV). É nessa seara que surge a pergunta sobre o que seria causa juridicamente relevante de algo (de interesse para a Ciência do Direito) para imputar a alguém a responsabilidade pela ocorrência de determinado fato. “El desarrollo de la relación causa-efecto puede ser interferido por otra causa que actúa en forma conjunta con la anterior, a veces desviando las consecuencias que normalmente ocurren por acción de la primera de acuerdo con el orden natural, mientras que en otras las neutraliza o agrava. El efecto producido en el caso, proviene de la conjunción de la causa puesta por el agente con otra circunstancia independiente” (Antonio Vazquez Vialard. La responsabilidad en el derecho del trabajo, Buenos Aires, Astrea, 1998, p. 339). • 8. Teorias sobre o nexo de causalidade. Para responder a essas indagações a doutrina propõe muitas teorias, sendo muito consideradas as seguintes: a) teoria da equivalência; b) teoria da causalidade adequada. Pela teoria da equivalência considera-se “causal toda a condição de que não se pode abstrair sem que o resultado deixe de se verificar” (Alarcão. Obrigações, p. 236). De sorte que todas as condições que se ponham como determinantes de um efeito se equivalham. Se o questionamento se dá na seara da apuração da responsabilidade de alguém, por eventual dano sofrido por outrem, toda a condição, por mais longínqua que esteja na cadeia do processo de causalidade desse evento danoso, se considera causa. A teoria, entretanto, leva a consequências ilógicas que ferem a sensatez do equilíbrio jurídico, porque permite que se chegue a absurdos, como, por exemplo, o de atribuir responsabilidade para o industrial que, anos antes, fabricou uma telha que caiu de uma construção e atingiu uma pessoa. A doutrina busca conter esses exageros, limitando a extensão da ideia por meio do conceito de culpa. Por essa vertente da teoria da equivalência só seria responsável aquele que tivesse condições de prever o resultado danoso como “uma consequência possível de sua conduta” (Alarcão. Obrigações, p. 236). Mas a limitação não resolve o problema da apuração da responsabilidade, porque, nem sempre, a apuração da responsabilidade de alguém se liga à realização de uma conduta, já que pode existir responsabilidade que se apura de forma objetiva, como é o caso da responsabilidade pelo risco da atividade e, então, a resposta à pergunta (o que deu causa a?) já não é necessária ou útil. Também o critério não resolve porque – mesmo que se esteja diante da apuração da situação de responsabilidade de algum sujeito de direito a partir do critério de se indagar sobre sua culpa (o que aconteceu derivou de um fato que poderia ter sido previsto pelo sujeito como o resultado danoso e possível de sua conduta?) – a verificação da culpa do agente deve ser feita levando-se em conta, apenas, a culpa pelo próprio fato, mas não com relação “a todas as consequências efetivamente verificadas” em razão do ato ilícito (Alarcão. Obrigações, p. 237). Outros, como Manuel Andrade, tentam aproveitar a teoria da equivalência das condições, expurgando esses exageros, a partir da tentativa de delinear um traço capaz de distinguir condição de causa. Por essa vertente, somente se poderia dizer da potência de causa a algo que se pudesse qualificar como a condição mais próxima do dano (in iure non remota causa, sed proxima spectatur). Mas, mais adiante, na prática jurídica, a teoria não resolve porque a apuração da responsabilidade pressupõe uma valoração que ultrapassa a do conceito filosófico de causa/causado. A teoria da causalidade adequada é acolhida pelo sistema civilístico português (CC port. 563.º): “A obrigação de indenização só existe em relação aos danos que o lesado provavelmente não teria sofrido se não fosse a lesão”. Também é do sistema português a possibilidade de o juiz, ao apurar a causa da responsabilidade, corrigir exageros do valor indenizatório, como se vê do CC port. 494.º. A teoria da causalidade adequada, na apuração da responsabilidade, lida com a ideia cultural deprobabilidade, ou seja, não é qualquer condição do processo causal que é causa. Causa é a condição que se mostra apropriada para produzir o resultado a respeito de cuja lesividade se indaga. A questão seria saber dar resposta a essa pergunta: “É um facto deste tipo apto a produzir este gênero de dano?” (Alarcão. Obrigações, 239). Enneccerus formulou a pergunta na negativa: “A condição (sine qua non) não será causa jurídica do resultado, ou, como parece preferível, não será imputável à esfera ou âmbito de responsabilidade (Verantwortungsbereich) do agente quando, [segundo a sua natureza geral, era de todo indiferente para o surgir de um tal dano, e só se tornou uma condição dele em resultado de outras circunstâncias extraordinárias]?” (Alarcão. Obrigações, 239). • 9. Reparação de dano. A prática do ato ilícito coloca o que sofreu o dano em posição de recuperar, da forma mais completa possível, a satisfação de seu direito, recompondo o patrimônio perdido ou avariado do titular prejudicado. Para esse fim, o devedor responde com seu patrimônio, sujeitando-se, nos limites da lei, à penhora de seus bens. A reparação do dano pode-se dar das mais diversas formas. A mais comum é a reparação do equivalente da perda sofrida em dinheiro. Pode-se falar em restituição da coisa perdida (restauração, reintegração, indenização) específica, ou por equivalente ou por compensação (reparação). “Esta última variante tem lugar quando os interesses insatisfeitos do titular eram de natureza moral (não econômica), e como tais infungíveis, mas em todo o caso mais ou menos contrabalançáveis pela satisfação de outros interesses, que pode ser conseguida (até mesmo a de interesses requintadamente espirituais) através de uma soma pecuniária” (Manuel de Andrade. Relação jurídica, v. I, n.4, p. 24). V. CC 927 et seq. “A ordem jurídica estabelece-se com o princípio de que não se tira a outrem o que é seu. Portanto, de que ninguém se locuplete com dano aos outros” (Pontes de Miranda, Tratado 4, § 2766). • 10. Dano moral. Indenizabilidade. Sistema anterior. O Código Bevilaqua era um diploma legal à frente de seu tempo, como demonstrou a reação que houve quanto à aprovação de muitos de seus dispositivos e, mais ainda, quanto à não implementação de alguns institutos da forma como cunhado pelo gênio de Clóvis. Exemplo dessa falta de compreensão da magnitude e da modernidade do CC revogado é o da indenizabilidade do dano moral. O revogado CC/1916 159 caput dizia que aquele que violar direito de outrem ou causar prejuízo tinha o dever de indenizar (“aquele que… violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”). Clóvis, desde a primeira edição de seus Comentários, afirmava ser indenizável o dano moral, consequência da violação de direito, pois a norma não discriminava de que direito se estava tratando, se patrimonial ou moral. Ou, melhor dizendo, a norma não explicitava sobre que objeto de direito recaia o prejuízo: se sobre os que contêm valor econômico, ou se sobre os que compõem a humanidade do sujeito. Onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete fazê-lo. Essa afirmação singela de Clóvis, a par de ser autêntica e a única que poderia decorrer do revogado CC/1916 159, ficou décadas sem ser compreendida, pois doutrina e jurisprudência dominantes eram no sentido da não indenizabilidade do dano moral. O STF, já na segunda metade do século XX, passou a admitir a indenizabilidade do dano moral, mas desde que ficasse expressamente excluída a cumulação com o dano patrimonial. Mesmo assim, o valor da indenização era sempre simbólico, ou seja, a indenização não era efetiva. Nos anos noventa, já no final do século passado, o STJ passou a, corretamente, admitir a cumulatividade da indenização dos danos morais e patrimoniais derivados do mesmo fato. Demorou, portanto, quase um século para que a simples afirmação de Clóvis, interpretando o Código que ele mesmo cunhara, cuja letra expressa admitia a indenização do dano moral, pudesse ser aceita pela comunidade jurídica brasileira. É a isso que nos referimos, quando falamos que Clóvis era um homem adiante de seu tempo e construiu um diploma legal muito avançado para 1916. • 11. Perda de uma chance. Caracteriza-se como ilícito extracontratual o ato que impede a utilização de uma chance para exercimento de um direito pelo prejudicado. Como ato ilícito, pode ensejar a recomposição dos danos, de acordo com o CC 927. # 12. Casuística: Cadastro de proteção ao crédito. Anotação irregular. STJ 385: “Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento”. Dano moral. Descumprimento de contrato. Jornada V DirCiv STJ 411: “O descumprimento de contrato pode gerar dano moral quando envolver valor fundamental protegido pela CF/88”. Dano moral e dano estético. STJ 387: “É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”. Dano moral. Publicação não autorizada da imagem. STJ 403: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. Incidência de correção monetária. STJ 43: “Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”. Instituições Financeiras. Responsabilidade objetiva. STJ 479: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”. Marcas, patentes e desenhos industriais. Jornada VI DirCiv STJ 551: “Nas violações aos direitos relativos a marcas, patentes e desenhos industriais, será assegurada a reparação civil ao seu titular, incluídos tanto os danos patrimoniais como os danos extrapatrimoniais”. Tabelamento da indenização. Jornada VI DirCiv STJ 550: “A quantificação da reparação por danos extrapatrimoniais não deve estar sujeita a tabelamento ou a valores fixos”. ø Doutrina Tratados e obras gerais: AA.VV. (coord. Carlos Alberto Ghersi). Los nuevos daños: soluciones modernas de reparación, 1995; Adriano de Cupis. Il danno, 2 vs., 3.ª ed., 1979; Carlo Castronovo. La nuova responsabilità civile, 2.ª ed., 1997; G. Marton. Les fondements de la responsabilité civile, 1938; G.P.Chironi. La colpa nel diritto civile odierno, 3 vs., 2.ª ed., 1903; Giorgio Losco & Paolo Mariotti. La responsabilità civile (compendio normativo commentato), 2.ª ed., 1997; Giovanna Visintini. Trattato breve della responsabilità civile, 1997; Gonçalves.Resp.civ. 8; Henri Lalou. Traité pratique de la responsabilité civile, 6.ª ed., 1962; Henri & Léon Mazeaud. Traité théorique et pratique de la responsabilité civile délictuelle et contractuelle, 3 vs., 4.ª ed., 1947; Hironaka (coord.). Dir.resp., 2002; Jaime Santos Briz. 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Princípios do novo direito contratual e desregulamentação do mercado. Direito de exclusividade nas relações contratuais de fornecimento. Função social do contrato e responsabilidade aquiliana do terceiro que contribui para inadimplemento contratual (RT 750/113); Antonio Junqueira de Azevedo. Responsabilidade civil. Assalto em estacionamento de supermercado. Estacionamento gratuito como caso de “relação contratual de fato”. Admissão da prova de não-culpa. Estupro tentado fora do estacionamento, seguido de morte. Falta de relação de causalidade adequada (RT 735/121); Atilio Aníbal Alterini. La presunción legal de culpa como regla de favor victimae (RDC 56/79); Arthur E. S. Rios. Responsabilidade civil: os novos conceitos indenizáveis no projeto Reale (RDC 36/68); Atilio Aníbal Alterini.Responsabilidad objetiva derivada de la generación de confianza (RDC 73/5); Bruno Lewicki. Paronama da boa-fé objetiva (Tepedino,Problemas, p. 55); Carlos Cárdenas Quirós. 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A responsabilidade civil nas atividades perigosas (RDC 67/28); Walmir Oliveira da Costa.Reparação do dano moral: aspectos trabalhistas (Leite. Dano Moral, p. 435). Administradores de SA: Carlos Alberto Bittar. Responsabilidade dos administradores de sociedades anônimas (RDC 2/87); Daniela Zaitz.Responsabilidade dos administradores de sociedades anônimas e por quotas de responsabilidade limitada (RT 740/11); Márcia Regina Frigeri.A responsabilidade dos sócios e administradores e a desconsideração da pessoa jurídica (RT 739/53). Advogado: Paulo Luiz Netto Lôbo. Responsabilidade civil do advogado (RDPriv 10/211). AIDS: Álvaro Villaça Azevedo. Transmissão de AIDS por transfusão de sangue. Inexistência de nexo de causalidade. Ausência de responsabilidade civil (RT 721/62); Carlos Maria Romeo Casabona. Responsabilidade médico-sanitária e AIDS (RBDD 2/7 e 3/7); Demócrito Ramos Reinaldo. A AIDS e o Poder Judiciário (RT 749/161); Gualtiero Martin- Marchesini. Responsabilidad jurídica médico-asistencial por el SIDA (AIDS) (RDC 44/28); Licínio Barbosa. A AIDS perante o direito (RIL 118); Patrice Jourdain. Responsabilité civile et contamination par le virus du SIDA à la suite de transfusions (RTDC 1992); Rubens Camargo Mello. Responsabilidade civil: morte de menor e a obrigação de indenizar (RDC 66/30); Rubens Limongi França. Aspectos jurídicos da AIDS (RT 661/14); Samuel Auday Buzaglo. Aspectos jurídicos da AIDS (RT 655/394); Yvonne Lambert-Faivre. L’indemnisation des victimes post transfusionelles du SIDA; hier, aujourd’hui et demain (RTDC 1993). Assédio moral: Píer Giuseppe Monateri, Marco Bona e Umberto Oliva. O mobbing como legal framework: a nova abordagem italiana ao assédio moral no trabalho (RTDCiv 7/127). Atos lícitos: Rui Stoco. Responsabilidade civil pela prática de atos lícitos (RT 731/86). Atos ilícitos: Antonio Joaquim Fernandes Neto. Indenização por ato ilícito (RDPriv 10/237); Ary Brandão de Oliveira. A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado por atos ilícitos (RDC 41/29), Carlos Eduardo de Abreu Boucault. As teorias da relatividade e causalidade aquiliana na configuração da responsabilidade civil na jurisprudência brasileira contemporânea (RDPriv 9/37); Fernando Noronha.O ato ilícito nos contratos e foras deles (RDC 34/34); Teresa Arruda Alvim Wambier. Do termo inicial para a contagem dos juros moratórios quando se tratar de ilícito contratual (RDPriv 4/159); Wagner Barreira. Indenização por morte (RDC 4/219). Bancos: Arnoldo Wald. Do regime legal da responsabilidade das instituições financeiras pelo extravio de títulos de crédito que lhes foram entregues para cobrança através de endosso-mandato (RT 718/63); Caitlin Sampaio Mulholland. Responsabilidade civil por fato do serviço bancário (RTDCiv 2/183); Fernando Netto Boiteux. Cheque falsificado. Responsabilidade do banco pelo pagamento indevido do cheque. Reparabilidade por prejuízos financeiros e morais suportados pelo correntista (RT 822/141). Consumidor: Christian Larroumet. La responsabilité du fait des produits défectuex (Diniz. Atualidades2 , p. 89); Cleusa Abreu Dallari. Selo de aprovação de qualidade (Diniz. Atualidades2 , p. 97); Glaucia Luna Meira. Dano moral. Consumidor que ingere refrigerante estragado (RDPriv3/251); Márcio Mello Casado. Responsabilidade objetiva no Código de Defesa do Consumidor. Justificativas, precedentes e análise do sistema nacional (RDPriv 3/157); Orlando Gomes. Responsabilidade civil do fabricante (RDC 32/12); Rui Stoco. Responsabilidade dos hospitais, sanatórios, clínicas, casas de saúde e similares em face do CDC (RT 712/71). Construtor: Ann Helen Wainer. Responsabilidade civil do construtor. Natureza jurídica do prazo qüinqüenal (RDC 55/121); Ann Helen Wainer. Responsabilidade civil do construtor. Cláusula de exoneração da responsabilidade qüinqüenal (RDC 55/130); Octanny Silveira da Mota.Responsabilidade civil do construtor aeronáutico (RDC 24/19). Contratos: Antônio Chaves. Responsabilidade pré- contratual (RDC 23/16); Clóvis V. do Couto e Silva. A teoria da base do negócio jurídico no direito brasileiro (RT 655/7). Crime: Arthur Cogan. Reparação do dano no peculato doloso (RT 743/533); Luciano Heisler Tassinari. A reparação do dano (moral) como condição para a concessão do sursis processual (RT 746/483); Ricardo Pereira Lira. Responsabilidade civil pelo furto de veículos (RDC 52/7); Rui Stoco. Legitimidade do MP na ação civil ex delicto (RT 745/431); Wellington Cabral Saraiva. Ação civil ex delicto: legitimidade do MP (RT 741/484). Dano moral: Alexandre A. Corrêa. O dano estético: responsabilidade civil (RDC 76/138); André Gustavo Corrêa de Andrade. Dano moral e pedido genérico de indenização (RT 781/33); Antonio Chaves. Direitos da personalidade e dano moral (RT 712/7); Artur Oscar de Oliveira Deda. A controvérsia teórica sobre a reparabilidade dos danos morais (RDC 1/15); Carlos Alberto Bittar. Reparação civil por danos morais: tendências atuais (RDC 74/13); Carlos Fernández Dessarego. Hacia una nueva sistematización del daño a la persona (RDC 75/5); Clayton Reis. O verdadeiro sentido da indenização dos danos morais (Leite, Dano moral, p. 49); Clóvis do Couto e Silva. O conceito jurídico de dano no direito brasileiro e comparado (Fradera. Dir.Priv.Bras., p. 217); Cristiane Gouveia de Barros. Dano moral e ônus da prova na jurisprudência do I Colégio Recursal Cível do Estado de Pernambuco (Leite. Dano Moral, p. 95); Décio Antônio Erpen. O dano moral e a desagregação social (RT 758/43); Eduardo Montenegro Seur e Torquato da Silva Castro Júnior. O dano moral entre direito público e privado (Leite. Dano moral, p. 183); Enio Santarelli Zuliani A era da jurisprudência (Leite. Dano moral, p. 197); Galeno Lacerda. Indenização do dano moral (RT 728/94); Geraldo Ferreira Lanfredi. O direito à reparação dos danos morais e os acidentes de trânsito (RT 721/18); Guilherme Calmon Nogueira da Gama.Critérios para a fixação da reparação do dano moral (Leite. Dano moral, p. 219); J. J. Calmon de Passos. O imoral nas indenizações por dano moral (Leite. Dano moral, p. 251); Jorge Pinheiro Castelo. A prova do dano moral trabalhista (RA 66/53); José Raffaelli Santini. A reparação autônoma do dano moral (RT 739/156); José Roberto Dantas Oliva. Tutela da moral na esfera trabalhista: tendências e perspectivas (Leite.Dano moral, p. 301); Júlio César Afonso Cuginotti. O dano moral contra magistrado e sua reparação: primeiras reflexões (RT 719/342); Lucas Kouji Kinpara. Dano moral e a determinação do valor da indenização (RDPriv 4/248); Luciana Cordeiro de Souza. Dano moral por morte de recém-nascido em hospital (RDPriv 10/271); Luís Alberto Thompson Flores Lenz. Dano moral contra a pessoa jurídica (RT 734/56); Manuel Cândido Rodrigues. Da legitimidade das partes no processo por dano moral; Maria Francisca Carneiro. Dano moral e problema de verdade: questões para o direito, para a lógica e para a ciência (Leite. Dano moral, p. 321); Maria Helena Diniz. O problema da liquidação do dano moral e o dos critérios para a fixação do quantum indenizatório (Diniz. Atualidades 2, p. 237); Mário Moacyr Porto. Algumas notas sobre dano moral (RDC 37/9); Nemias Nunes Carvalho. O agravamento do dano moral em face do caso julgado (Leite. Dano moral, p. 333); Pedro Paulo Teixeira Manus. O dano moral e o direito do trabalho (Diniz. Atualidades 2, p. 237); Rodolfo Valença Hernandes. O dote como reparação autônoma do dano moral (RT 655/236); Rubens Limongi França. Reparação do dano moral (RT 631/29); Sérgio Martins Roston. Dano estético (RIASP 9/95); Volnei Ivo Carlin. Anotações sobre algumas modalidades de danos morais (Leite. Dano moral, p. 419). Estado: Fabiano André de Souza Mendonça. Responsabilidade do Estado por ato judicial inconstitucional (RT 738/11); Fernando Facury Scaff. Responsabilidade do Estado perante terceiros por aplicação irregular do direito público promovida por funcionário público (RDC 55/200); Helita Barreira Custódio. Responsabilidade civil do Estado: princípios gerais (RDC 78/55); Honildo Amaral de Mello Castro. Responsabilidade civil do Estado (RDPriv 17/123); Ives Gandra da Silva Martins. Empresas estatais. Inadimplência contratual. Responsabilidade do Poder Público (RDC 65/143); Jacira Nunes Mourão. Responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais (RDC 3/65); Luiz Antonio Soares Hentz.Responsabilidade do Estado por prisão indevida (RT 730/68); Nelson Nery Júnior. Responsabilidade civil da Administração Pública. Aspectos do direito brasileiro positivo vigente: CF 37 § 6.º e CC/1916 15 (RDPriv 1/29); Octavio Augusto Machado de Barros. Responsabilidade pública: um estudo histórico baseado na Constituição Federal de 1946 (Diniz. Atualidades1 , p. 139 [caps. I e II]; Diniz. Atualidades2 , p. 309 [caps. III e IV]); Odoné Serrano Júnior. Responsabilidade civil do Estado pelo mau funcionamento dos serviços judiciários (RT 746/123); Sônia Sterman.Responsabilidade civil dos agentes públicos. Ação regressiva. Obrigatoriedade de sua proposição pelos representantes das pessoas jurídicas de direito público (RDC 43/20). Empresas: Marcos Alberto Sant’Anna Bitelli. Da função social para a responsabilidade da empresa (Viana- Nery. Temas, p. 229). Empresas estatais: Geraldo Peltier Baduc. Responsabilidade civil das empresas estatais e de seus dirigentes (RDC 11/107); Marcelo Figueiredo. Responsabilidade por ato de improbidade. Indisponibilidade de bens de diretor presidente de companhia estatal. Desproporcionalidade da medida. Necessidade do devido processo legal. Arbitrariedade da medida. Considerações acerca da Lei n. 8.429/92 (Diniz. Atualidades2 , p. 213). Excludentes: Luiz Antônio Scavone Júnior. Causas e cláusulas de exclusão de responsabilidade civil (RDPriv 8/53). Fato de outrem: Gelson Amaro de Souza. Responsabilidade dos pais pelos danos causados pelos filhos (RT 778/59); Vicente Ráo. A responsabilidade dos patrões, amos e comitentes no direito civil brasileiro (A propósito de um projeto de lei) (RT 758/729). Fato da coisa: Justino Magno Araújo. Responsabilidade pelo fato da coisa (RDC 26/79). Imprensa: Adauto Suannes. A indenização do dano moral praticado por intermédio dos meios de comunicação (RT 744/61); Rui Stoco. Lei de imprensa: sujeito passivo na ação de indenização (RT 752/42). Improbidade administrativa: Fábio Medina Osório. Observações sobre improbidade dos agentes públicos à luz da Lei 8.429/92 (RT 740/96). Instituições financeiras: Manoel Eugêncio Marques Munhoz. Considerações em torno da responsabilidade civil dos administradores de instituições financeiras (RTDCiv 3/79). Ilicitude: Juan J. Benítez Caorsi. Reflexiones en torno a la noción de ilicitud (RDPriv 21/287). Juiz: Jacira Nunes Mourão. Responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais (RDC 3/65); Ruy Rosado de Aguiar Júnior.Responsabilidade política e social dos Juízes nas democracias modernas (RT 751/32). Médicos e estabelecimentos hospitalares: Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo. Responsabilidade civil das entidades hospitalares (RTDCiv 10/79); Christine Santini Muriel. Aspectos jurídicos das transfusões de sangue (RT 706/30); Dimas Borelli Thomaz Júnior.Responsabilidade civil do médico (RT 741/88); Fernando Facury Scaff. Da responsabilidade das instituições médicas (RDC 55/41); Gualtiero Martin Marchesini. Responsabilidad jurídica medico-asistencial por el SIDA (AIDS) (RDC 44/28); Gualtiero Martin Marchesini. Responsabilidad juridica en hemoterapía (RDC 50/7); Gustavo Tepedino. A responsabilidade médica na experiência brasileira contemporânea (RTDCiv 2/41); Hildegard Taggesel Giostri. Algumas reflexões sobre as obrigações de meio e de resultado na avaliação da responsabilidade médica (RTDCiv 5/101); José Alfredo Cruz Guimarães. Responsabilidade médico-hospitalar em face do direito do consumidor (RDPriv 10/128); José Renato Nalini. Responsabilidade ético-disciplinar do médico: suspensão e cassação do exercício profissional (RDPriv 10/141); Márcia Regina Lusa Cadore Weber. Responsabilidade civil do médico (RDPriv 18/144); Nestor José Forster. Cirurgia plástica estética: obrigação de resultado ou obrigação de meios? (RT 738/83); Roberto Godoy. A responsabilidade civil no atendimento médico e hospitalar (RT 777/87); Rosana Jane Magrini. Médico. Conduta. Teoria da imprevisão. Caso fortuito. Força maior. Nexo causal: em matéria de responsabilidade, o exame da conduta do médico deve ser aferido com flexibilidade (RT 781/118); Ruy Rosado de Aguiar Júnior. Responsabilidade civil do médico (RT 718/33); Vera Maria Jacob Fradera. A responsabilidade civil dos médicos (Ajuris 55/116). Meio ambiente: Aguiar Dias. Responsabilidade civil no plano ecológico (Est. Orlando Gomes, p. 43); Andreas Joachim Krell. Concretização do dano ambiental. Algumas objeções à teoria do “risco integral” (RIL 139/23); Celso Antônio Pacheco Fiorillo. Fundamentos constitucionais da política nacional do meio ambiente: comentários ao art. 1.º da Lei n. 6.938/81 (Diniz. Atualidades1 , p. 95); Darlan Rodrigues Bittencourt & Ricardo Kochinski Marcondes. Lineamentos da responsabilidade civil ambiental (RT 740/53); Eduardo Lima de Matos. Dano ambiental: uma nova perspectiva de responsabilidade civil (Leite. Dano moral, p. 165); Helita Barreira Custódio. Condutas lesivas à fauna silvestre (Projeto de Lei 3369/92) (RDC 64/87); Helita Barreira Custódio. Poluição ambiental e genocídio de grupos indígenas (RDC 59/80); Luciana de Andrade Saraiva. O risco biológico e a empresa agrária (RDPriv 9/142); Luiz Antonio Guimarães Marrey. Dano ambiental: queimadas (RT 713/88). Notários: Cláudio Antônio Soares Levada. Responsabilidade civil do notário público (RDPriv 8/40); Rui Stoco. Responsabilidade civil dos notários e registradores (RT 714/44). Transportes: Álvaro Couri Antunes Sousa. Overbooking: responsabilidade civil do transportador aéreo à luz do Código de Defesa do Consumidor (RT 775/65); Antônio Chaves. Responsabilidade do transportador por via aérea (RDC 25/7); Enéas de Oliveira Matos.Responsabilidade civil do transportador por ato de terceiro (RT 742/139); José Raimundo Gomes da Cruz. Transporte gratuito e responsabilidade civil (RDC 40/29). Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 1 a 16 • 1. Correspondência legislativa. Não há no CC/1916. V. CC port. 334.º. • 2. Fonte normativa. A regra ora comentada teve como fonte direta o CC port. 334.º, do qual é praticamente cópia ipsis litteris. A norma portuguesa, a seu turno, teve como inspiração o CC grego 281. • 3. Direito adquirido por contrato. Para o reconhecimento da ilicitude do ato do titular de direito que o exerce, ultrapassando os limites prescritos neste artigo, devem também ser observadas duas regras basilares: CC 421: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”; e mais: CC 422: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. • 4. Contrariedade a preceito de ordem pública. CC 2035 par.ún: “Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”. • 5. Limites. Cláusulas gerais. Não há direito absoluto no ordenamento brasileiro. A norma comentada impõe como limites ao exercício de um direito legítimo, fazê-lo sem exceder os fins sociais e econômicos desse mesmo direito, bem como com observância da boa-fé e dos bons costumes. Há três cláusulas gerais na norma ora analisada: exercimento do direito de acordo com seus fins sociais e econômicos; boa-fé; bons costumes. “Essa talvez seja, do ponto de vista do Direito Obrigacional, a cláusula mais rica do Projeto. Reúne, em um único dispositivo, os quatro princípios básicos que presidem o sistema: o abuso de direito, o fim social, a boa-fé e os bons costumes. Bastaria acrescentar a ordem pública para tê-los todos à vista” (Ruy Rosado de Aguiar Júnior. Projeto do Código Civil. As obrigações e os contratos, RT 775/23). Sobre cláusulas gerais, suas características e regime jurídico, v. coments. prelims. CC Parte Geral. • 6. Abuso do direito. Conceito. Distinção do ato ilícito subjetivo. Ocorre quando o ato é resultado do exercício não regular do direito (CC 188 I in fine, a contrario sensu). No ato abusivo há violação da finalidade do direito, de seu espírito, violação essa aferível objetivamente, independentemente de dolo ou culpa (Alvino Lima, Culpa e risco, 2.ª ed., n. 48, p. 252; Alvino Lima, RF 166/25; Jornada I DirCiv STJ 37). Distingue-se do ato ilícito do CC 186, porque neste se exige a culpa para que seja caracterizado. Ambos são ilícitos, mas com regimes jurídicos diferentes. Este entendimento não é acompanhado por Judith Martins- Costa, que vê, no CC 187, “as balizas do exercício inadmissível de posição jurídica” (Judith Martins-Costa. A ilicitude derivada do exercício contraditório de um direito: o renascer de venire contra factum proprium, RF 376/122). • 7. Abuso de direito. Ilícito objetivo. A norma comentada imputa ao ato abusivo a natureza de ilícito. Tendo em vista suas próprias peculiaridades, não se assemelha ao ato ilícito do CC 186, assim considerado pela lei para fins de reparação do dano por ele causado. O ato abusivo pode, até, não causar dano e nem por isso deixa de ser abusivo. A ilicitude do ato cometido com abuso de direito é de naturezaobjetiva, aferível independentemente de dolo ou culpa. “A concepção adotada de abuso de direito é a objectiva. Não é necessária aconsciência de se excederem, com o seu exercício, os limites impostos pela boa-fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou econômico do direito; basta que excedam seus limites” (Pires de Lima-Antunes Varela. CC Anot., v. I4, coment. 1 CC port. 334.º, p. 298). No mesmo sentido,Jornada I DirCiv STJ 37, cujo texto integral se encontra na casuística abaixo, verbete “Responsabilidade objetiva”. Entendendo que o ato abusivo é ilícito, sem fazer a distinção aqui desenvolvida: Bevilaqua. CC, v. I11, coment. 6 CC/1916 160, p. 347; Everardo da Cunha Luna.Abuso de direito, 2.ª ed., 1988, n. 24, p. 119. No conceito de abuso de direito “cabem tanto os casos de abuso por excesso nos fins visados, como os por excesso nos meios empregados” [Fernando Noronha. O ato ilícito nos contratos e fora deles (RDC 34/34)]. • 8. Abuso do direito. Natureza e características. É categoria autônoma, de concepção objetiva e finalística, e não apenas dentro do âmbito estreito do ato emulativo (ato ilícito). Diferentemente do ato ilícito, que exige a prova do dano para ser caracterizado, o abuso de direito é aferível objetivamente e pode não existir dano e existir ato abusivo (Guilherme Fernandes Neto. O abuso de direito no Código de Defesa do Consumidor, 1999, p. 200). O abuso de direito é aferível de modo objetivo, prescindindo do dolo ou culpa e também do dano para caracterizar-se. • 9. Abuso manifesto. Para que se caracterize como ato ilícito objetivo, o abuso tem de ser manifesto, isto é, aquele que ocorre quando o direito é exercido em termos clamorosamente ofensivos à justiça. • 10. Abuso do direito. Natureza. Conceito legal indeterminado. Usar de seu direito de maneira regular é dever imposto pela norma comentada, a contrario sensu. Como já vimos nos comentários preliminares à Parte Geral deste CC, os institutos a seguir mencionados têm como efeitos: a) princípios gerais de direito – agem como regras de conduta e norteadoras da interpretação; b) cláusulas gerais – significam a manifestação dos princípios, a concretude dada pelo juiz aos princípios e aos conceitos indeterminados, criando as soluções adequadas; c) conceitos legais indeterminados – uma vez preenchidos, a solução já está predeterminada pela norma e, portanto, independe da função criadora do juiz. Nada obstante haja o dever legal de observância das cláusulas gerais de boa-fé, bons costumes e exercício do direito de acordo com seus fins econômicos e sociais (v., acima, coment. 5 CC 187), quando há desobediência a esses critérios e ocorre efetivamente o abuso de direito, essa circunstância se amolda à figura do conceito legal indeterminado, pois, uma vez reconhecido, o sistema legal já tem a solução predeterminada para o caso: a ilicitude objetiva do ato. Não é cláusula geral porque o juiz não pode criar solução que repute adequada para o caso concreto, porque a solução já está predeterminada pela lei: declarar o ato como ilícito objetivo e dar-lhe a consequência do ato ilícito (v.g., indenização). Não é mero princípio porque possui concretude (a lei dá a solução). • 11. Exemplos de abuso de direito (extraídos de Pires de Lima-Antunes Varela. CC Anot., v. I4, coment. 5 CC port. 334.º, p. 299): a) proprietário que abre poço em seu terreno com o fim de prejudicar uma nascente existente em prédio vizinho; b) proprietário de estreita faixa de terreno, apenas cultivável manualmente, onde não é possível fazer qualquer construção e que provavelmente virá a ser incorporada na estrada com que confina, se opõe a que o dono de uma casa vizinha abra sobre ele janelas a menos de metro e meio de distância; c) assembleia geral de sociedade toma, por maioria, deliberação que visa, não o interesse comum dos associados, mas antes interesses extrassociais dos sócios majoritários; d) devedor que obsta, com sua conduta, ao exercício tempestivo do direito do credor e invoca depois a prescrição desse direito. • 12. Efeitos do ato abusivo. Verificado e declarado um ato como havendo sido cometido com abuso de direito, esse fato gera os efeitos de todo ato ilícito, contra o direito: a) obrigação de reparar os danos por ele causados, morais e patrimoniais; b) nulidade do ato ou negócio jurídico, nos termos do CC 166 VI (fraudar lei imperativa) (Pires de Lima-Antunes Varela. CC Anot., v. I4, coment. 6 CC port. 334.º, p. 299, referindo-se à nulidade e não anulabiliadade do ato abusivo, com expressa remissão ao CC port. 294.º, que é semelhante ao nosso CC 166 VI, inclusive no que tange à fraude à lei imperativa). • 13. Arguição do abuso do direito. Como é causa de nulidade, o ato abusivo pode ser apontado como matéria de defesa (prescinde de ação para ser reconhecido), pela parte, interessado ou MP, e deve ser declarado ex officio pelo juiz, porque matéria de ordem pública [nulidade em fraude à lei imperativa (CC 166 VI)]. Não preclui, sendo admissível sua alegação a qualquer tempo e grau ordinário de jurisdição. • 14. Processo civil. Direito de defesa. Sobre abuso do direito de defesa do réu no processo civil, autorizador da concessão, em favor do autor, da antecipação da tutela de mérito, v. CPC 273 II. • 15. Dever de informar e abuso de direito. “O dever de informar também atua na concretização da confiança no tráfego negocial, então tutelando situações de confiança e vedando o comportamento contraditório e desleal” […] “Atua também com critério de mesuração do abuso de poder, tal qual versado no art. 117 da Lei de S.ª., ainda fundado na velha doutrina do abuso como ato emulativo” (Judith Martins-Costa. A boa-fé e os deveres dos administradores [Valor, E2, 11.12.2004]). # 16. Casuística: Abordagem de cliente por suspeita de furto. Abuso de direito. O estabelecimento comercial responde objetivamente por eventual excesso cometido no exercício do dever de guarda e vigilância de seu patrimônio e dos seus clientes. Caso em que caracterizada a falha no serviço de segurança da parte requerida ao abordar transeunte que passava próximo da entrada da loja, constrangendo-o mediante contenção física, causando-lhe ofensa à sua honra (TJRS, 9.ª CâmCiv, Ap 70043169382-Porto Alegre, rel. Des. Leonel Pires Ohlweiler, j. 10.8.2011, v.u., BolAASP 2763/11). Abuso de direito. Age com abuso de direito e viola a boa-fé o banco que se cobra, invocando cláusula contratual constante do contrato de financiamento, lançando mão do numerário depositado pelo correntista em conta destinada ao pagamento dos salários de seus empregados, cujo numerário teria sido obtido junto ao BNDES. A cláusula que permite esse procedimento é mais abusiva do que a cláusula mandato, pois, enquanto esta autoriza apenas a constituição do título, aquela permite a cobrança pelos próprios meios do credor, nos valores e no momento por ele escolhidos (STJ, 4.ª T., REsp 250523-SP, rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, v.u., j. 19.10.2000, DJU 18.12.2000, RSTJ 145/446). Abuso de direito. Jornada V DirCiv STJ 412: “As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma situação jurídica subjetiva, tais como supressio, tu quoque, surrectio e venire contra factum proprium, são concreções da boa-fé objetiva”. Abuso de direito e responsabilidade civil. Jornada VI DirCiv STJ 539: “O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle independentemente de dano”. Ação penal. “Responsabilidade civil. Questionamento sobre o dever de indenizar os dissabores de ação penal que teria sido provocada por abuso do direito. Comunicação de furto de novilha (CC/1916 160 I [CC 188]). Na ausência de prova cabal da má-fé, imprudência ou leviandade de quem comunica a ocorrência de furto cuja autoria os vizinhos desafetos assumem durante uma altercação verbal, não há como reconhecer que faltou boa-fé objetiva na conduta para, com isso, indenizar os destinatários da sentença de improcedência do processo criminal, motivada por falta de provas (CPP 386 IV) [redação anterior à L 11690/08]. Não provimento, com determinação (CPC 15)” (TJSP, 3.ª Câm.Dir. Priv., Ap 587561-Bragança Paulista, rel. Des. Ênio Santarelli Zuliani, v.u., j. 17.6.2003). Acidente de trânsito. Ato de terceiro. Indenização. “A empresa cujo preposto, buscando evitar atropelamento, procede a manobra evasiva que culmina no abalroamento de outro veículo, causando danos, responde civilmente pela sua reparação, ainda que não se configure, na espécie, a ilicitude do ato, praticado em estado de necessidade” (STJ, 4.ª T., REsp 124527-SP, rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, v.u., j. 4.5.2000). Adimplemento substancial. A extinção do contrato por inadimplemento do devedor somente se justifica quando a mora causa ao credor dano de tal envergadura que não lhe interessa mais o recebimento da prestação devida, pois a economia do contrato está afetada. Se o que falta é apenas a última prestação de um contrato de financiamento com alienação fiduciária, verifica-se que o contrato foi substancialmente cumprido e deve ser mantido, cabendo ao credor executar o débito. Usar do inadimplemento e de importância reduzida na economia do contrato para resolver o negócio significa ofensa ao princípio do adimplemento substancial, admitido no direito e consagrado pela Convenção de Viena de 1980, que regula o comércio internacional (O Brasil ainda não aderiu a esse tratado, cfe. Gustavo Vieira da Costa Cerqueira. O cumprimento defeituoso nos contratos de compra e venda internacional de mercadorias: uma análise comparativa entre o direito brasileiro e a Convenção de Viena de 1980 [Est. Jayme, p. 499]). No Brasil, se impõe como uma exigência da boa-fé objetiva, pois é eticamente indefensável que a instituição bancária alegue a mora em relação ao pagamento da última parcela, esqueça o fato de que o valor do débito foi depositado em juízo e estava à sua disposição, para vir lançar mão da forte medida de reintegração liminar na posse do bem e pedir a extinção do contrato. O deferimento de sua pretensão permitiria a retenção dos valores já recebidos e, ainda, obter a posse do veículo, para ser revendido nas condições que todos conhecemos, solução evidentemente danosa ao financiado (STJ, 4.ª T., REsp 272739-MG, rel. Ruy Rosado de Aguiar Júnior, v.u., j. 1.º.3.2001, DJU 2.4.2001). Esta é hipótese que a doutrina considera como limitadora de direitos subjetivos e enquadrada na teoria do abuso de direito (Levada. Abuso, p. 50). Assinatura forçada de cheque. Exercício regular de um direito. Não caracteriza exercício normal de um direito compelir uma pessoa a assinar cheque de valor fixado aleatoriamente (RT 587/137). Bons costumes. Jornada V DirCiv STJ 413: “Os bons costumes previstos no CC 187 possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de determinada época, e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva”. Cambial. Corretagem. Há abuso de direito quando se saca letra de câmbio, sem autorização legal ou por escrito, para compelir o devedor a um pagamento que ele mesmo tem por indevido, pelo só temor dos desastrosos efeitos do protesto, com a finalidade de receber comissão de corretagem (RJTJRS 28/373). Cambial. Falta de autorização. Constitui abuso de direito sacar letra de câmbio e levá-la a protesto sem estar autorizado por lei ou contrato (RJTJRS 43/374). Cambial. Honorários de advogado. Saque de letra de câmbio, sem previsão contida no contrato, para o recebimento de honorários de advogado caracteriza abuso de direito (RJTJRS 47/345). Cambial. Saque de letra de câmbio. Configuram abuso de direito o saque e a tentativa de protesto de letra de câmbio, sem que exista direito cambial a ser resguardado (RJTJRS 29/298). Dano moral. Cheque. STJ 388: “A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral”. Dívida em discussão. Ausência de prejuízo irreparável ou de difícil reparação. Nome do cliente incluso no cadastro do SERASA. Abuso de direito configurado. “Se o contrato encontra-se em discussão, nenhuma razão de direito ou de fato permite dar-se à palavra do banco, credor, maior valor do que à palavra do cliente, devedor. Tanto o banco pode estar certo, eventualmente, como, também eventualmente, pode estar certo o cliente – e, em sendo assim, é absolutamente inadmissível certificar-se o cliente como inadimplente, não cumpridor do contrato, se este ainda se encontra em discussão. Se, e quando, houver o trânsito em julgado da indigitada ação em que se discute o contrato assinado pelas partes, aí sim poderá a agravante legitimar-se a incluir o nome do devedor como inadimplente, pois só aí terá o Judiciário decidido ter ocorrido efetivamente a inadimplência. E não é ‘normal’, em absoluto, acabar com crédito de alguém que ainda está discutindo os termos do que contratou, o que implicaria admitir inaceitável pressão social e psicológica para forçar o devedor à desistência da demanda proposta” (2.º TACivSP, 10.ª Câm., Ag 549613-0/6, rel. Soares Levada, v.u.). Personalidade societária. O juiz pode julgar ineficaz a personificação societária, sempre que for usada com abuso de direito, para fraudar a lei ou prejudicar terceiros (RSTJ 140/396). No mesmo sentido: RSTJ 120/370. Prédio alugado. Abuso de direito. STF 409: “Ao retomante, que tenha mais de um prédio alugado, cabe optar entre eles, salvo abuso de direito”. Responsabilidade objetiva. Jornada I DirCiv STJ 37: “A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico”. ø Doutrina Monografias: Abbas Karimi. Les clauses abusives et la théorie de l’abus de droit, 2001; Abel M. Fleitas. El abuso del derecho em la reforma del Código Civil Argentino, 1944; Carlos Fernández Sessarego. Abuso del derecho, 1992; Levada. Abuso; Daniel Martins Boulos. Abuso do direito no novo Código Civil, SP: Método, 2006; Eduardo Jordão. Abuso de direito, Podium, Salvador, 2006; Everardo da Cunha Luna. Abuso de direito, 2.ª ed., 1988; Fernando Augusto Cunha de Sá. Abuso do direito, 1997; G. Noto Sardegna. L’abuso del diritto, 1907; Giulio Levi. L’abuso del diritto, 1993; Guilherme Fernandes Neto. O abuso do direito no Código de Defesa do Consumidor, 1999; Heloísa Carpena. Abuso do direito nos contratos de consumo, RJ-SP: Renovar, 2001; Jorge Manuel Coutinho de Abreu. Do abuso de direito, 1999; Jose Calvo Sotelo. La doctrina del abuso del derecho, 1917; Jose Manuel Martin Bernal. El abuso del derecho, 1982; Juan M. Dobson. El abuso de la personalidad jurídica en derecho privado, 1985; Keila Pacheco Ferreira. Abuso do direito nas relações obrigacionais, Belo Horizonte: Del Rey, 2007; L. Campion. La théorie de l’abus des droits, 1925; Louis Josserand. De l’abus de droits, 1905; Louis Josserand. De l’esprit des droits et de leur relativité (Théorie dite de l’abus des droits), 1927; Louis Salanson. De l’abus de droit, 1903; Lúcio Flávio de Vasconcellos Naves. Abuso no exercício do direito, 1999; Luis Alberto Warat. Abuso del derecho y lagunas de la ley, 1969; Marcus Elidius Michelli de Almeida. Abuso do direito e concorrência desleal, 2004; Mario Rotondi. L’abuso di diritto (aemulatio), 1979; Mario Rotondi (org.). L’abuso di diritto, 1979; Milton Flávio de Almeida Camargo Lautenschläger. Abuso do direito, SP: Atlas, 2007; Pedro Baptista Martins. O abuso do direito e o ato ilícito, 3.ª ed., 1997; Rescigno. Abuso; Rosalice Fidalgo Pinheiro. O abuso do direito e as relações contratuais, RJ-SP: Renovar, 2002; Trifu Selea. La notion de l’abus du droit dans le droit international, 1940; Virgilio Giorgianni. L’abuso del diritto nella teoria della norma giuridica, 1963. Artigos: Alvino Lima. Abuso de direito (RF 166/25-51); Araken de Assis. Liquidação dos danos (RT 759/11); Alexandre Miguel. A responsabilidade civil no Novo Código Civil: algumas considerações (RT 809/11); Camila Lemos Azi. A lesão como forma de abuso de direito (RT 826/38); Cláudio Antônio Soares Levada. Responsabilidade civil por abuso de direito (RT 661/37); Cláudio Antônio Soares Levada.Anotações sobre o abuso de direito (RT 667/44, atualizado em RDPriv 11/68); Fábio Pallretti Calcini. Abuso do direito e o novo Código Civil (RT830/27); Fabrício Castagna Lunardi. A teoria do abuso de direito no direito civil constitucional: novos paradigmas para os contratos (RDPriv 34/105); Fernando Noronha. O ato ilícito nos contratos e fora deles (RDC 34/34); Judith Martins-Costa. A ilicitude derivada do exercício contraditório de um direito: o renascer de venire contra factum proprium (RF 376/109- 129); Judith Martins-Costa. O exercício jurídico disfuncional e os contratos interempresariais (RA 96/48); Noé de Azevedo. Ilícito civil e ilícito penal (RT 290/7); Ricardo Luis Lorenzetti. Nuevas fronteras del abuso de derecho (Situaciones jurídicas lesivas de libertades. Tutela del mercado y amparo) (RT 723/53); Rosa Maria de Andrade Nery. Apontamentos sobre o princípio da solidariedade no sistema de Direito Privado (RDPriv 17/65); Ruy Rosado de Aguiar Júnior. Projeto do Código Civil. As obrigações e os contratos (RT 775/19-31); Sergio Cavalieri Filho. Responsabilidade civil no Novo Código Civil (RDC 48/69); Teresa Ancona Lopez. Exercício do direito e suas limitações: abuso do direito (Est. Rui Geraldo, p. 540). Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 1 e 2 I – os praticados em legítima defesa3 a 5 ou no exercício regular de um direito reconhecido;6 II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.7 Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.8 e 9 • 1. Correspondência legislativa (parcial). CC/1916 160. • 2. Lesado e dono da coisa não culpados do perigo. No caso do CC 188 I e II, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado (CC 929 e 930). • I: 3. Legítima defesa. Conceito. É a repulsa, proporcional à ofensa, no intuito de evitar que direito próprio ou de outrem seja violado. O sistema autoriza a defesa da pessoa, de terceiro e também dos bens de ambos, para evitar que ataque injusto cause dano à pessoa e/ou bens. Se no juízo penal o réu foi absolvido porque se reconheceu o exercício de legítima defesa, não se poderá mais questionar sobre o fato no juízo cível, porque os fatos justificáveis não são considerados ilícitos civis. • 4. Legítima defesa. Natureza jurídica. É causa de exclusão da antijuridicidade do ato de defesa, tanto no direito civil como no penal. O CP 25 define legítima defesa: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. O CC 1210 § 1.º autoriza o desforço pessoal para a recuperação da posse, que é ato de legítima defesa: “§ 1.º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”. Note-se que os elementos constitutivos da legítima defesa estão no CC 1210 § 1.º (injusta agressão: possuidor esbulhado; atual ou iminente: contanto que o faça logo; atos não podem ir além do indispensável: meios moderados). • 5. Excesso de legítima defesa. Se a repulsa a ato injusto for exercida de modo desproporcional, há excesso na legítima defesa e aquele que assim agiu responde pelo excesso. • 6. Exercício regular de direito. É a utilização do direito sem invadir a esfera do direito de outrem. É não prejudicar o direito de outrem, independentemente de causar dano. Só exerce regularmente seu direito aquele que não prejudica direito de outrem. • II: 7. Estado de necessidade. Age em estado de necessidade aquele que, para salvar a si ou a terceiro de perigo grave e iminente, pratica ato que ofende direito de outrem. Também exclui a antijuridicidade do ato ofensivo, liberando o causador do dano de indenizar. V. CP 24. • Par.ún.: 8. Excesso no estado de necessidade. Havendo a prática de ato em estado de necessidade, mas que exceda os limites do necessário à remoção do perigo, aquele que praticou o ato responde pelo excesso. # 9. Casuística: Estado de necessidade. Reconhecimento no juízo criminal. Efeito. Exclusão da ilicitude civil. Havendo a sentença penal reconhecido ter sido o ato praticado em estado de necessidade, não se pode, no cível, deixar de reconhecer esse fato (CPP 65) (STJ, 3.ª T., REsp 27063- SC, rel. Min. Eduardo Ribeiro, m.v., j. 4.3.1997). Recurso de assistente de acusação no processo penal. Repercussão civil. “O direito de recorrer, que nasce no processo – embora condicionado ao exercício e instrumentalmente conexo ao direito de ação, que preexiste ao processo – a ele não se pode reduzir, sem abstração das diferenças substanciais que os distinguem. Em si mesma, a titularidade privativa da ação penal pública, deferida pela CF ao Ministério Público, veda que o poder de iniciativa do processo de ação penal pública se configure a outrem, mas nada antecipa sobre a outorga ou não de outros direitos e poderes processuais a terceiros no desenvolvimento da consequente relação processual. Ao contrário, a legitimidade questionada para a apelação supletiva, nos quadros do direito processual vigente, se harmoniza, na CF, não apenas com a garantia da ação privada subsidiária, na hipótese de inércia do Ministério Público (CF 5.º LIX), mas também, e principalmente, com a do contraditório e da ampla defesa e a do devido processo legal, dadas as repercussões que, uma vez proposta a ação penal pública, a sentença absolutória poderá acarretar, secundum eventum litis, para interesses próprios do ofendido ou de seus sucessores (CPP 65 e 66; CC/1916 160 [CC 188])” (STF, Pleno, HC 68413-DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 22.5.1991, v.u., DJU 18.10.1991). ø Doutrina Monografias: Aparecida Amarante. Excludentes de ilicitude civil (legítima defesa, exercício regular de um direito reconhecido, estado de necessidade), 1999; Rosa Maria Barreto Borriello de Andrade Nery. Apontamentos sobre o princípio da solidariedade no sistema de direito privado (RDPriv 17/65); Teresa Quintela de Brito. O direito de necessidade e a legítima defesa no Código Civil e no Código Penal, 1994.
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