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Dos Atos Ilícitos Responsabilidade Civil Texto Complementar I

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DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
NOÇÕES GERAIS - Dos Atos Ilícitos 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 1 a 12 
• 1. Correspondência legislativa (parcial). CC/1916 
159. 
• 2. Culpa. É ação (ato comissivo) ou omissão (ato 
omissivo) de que resulta o advento de consequências que 
prejudicam outrem, consequências essas imprevistas, 
mas previsíveis. Culpam autem esse, quod cum a 
diligente provideri poterit, non est provisum (D 31, 9,2). 
Culpa é “omissão de diligência” (Carvalho de 
Mendonça, Pareceres, v. I, Falências, p. 160). 
• 3. Dolo, culpa e ilicitude do ato. A volição 
deliberada, por ação ou omissão, destinada à violação de 
direito e à causação de dano a outrem, constitui o ato 
ilícito doloso. Distingue-se do ato ilícito culposo, que se 
dá em decorrência de imprudência, negligência ou 
imperícia do agente, que, nesses casos de culpa, tem 
intenção do ato, mas não do resultado. 
• 4. Ato ilícito. Responsabilidade subjetiva (CC 
186). O ato ilícito descrito no CC 186 enseja reparação 
dos danos que ensejou, pelo regime da responsabilidade 
subjetiva, sendo requisitos necessários para que haja o 
dever de indenizar: a) o ato; b) o dano; c) o nexo de 
causalidade entre o ato e o dano; d) o dolo ou a culpa do 
agente causador do dano. V. coments. CC 927 par.ún. 
• 5. Ato ilícito. Abuso de direito. Responsabilidade 
objetiva (CC 187). O ato ilícito descrito no CC 187 enseja 
reparação dos danos que causou, pelo regime 
da responsabilidade objetiva, desnecessária a 
demonstração da conduta do agente (dolo ou culpa), de 
sorte que são requisitos necessários para que haja o 
dever de indenizar: a) o ato; b) o dano; c) o nexo de 
causalidade entre o ato e o dano. 
• 6. Natureza da obrigação. O inadimplemento 
da obrigação de resultado enseja reparação dos danos 
por ele causados, pelo regime da 
responsabilidade objetiva, como já era da tradição do 
direito brasileiro, mesmo antes do advento do CDC e do 
CC. 
• 7. Causa da responsabilidade. Causa efficiens . 
Elemento de apuração da responsabilidade (relação 
potencial causa/causado). O uso jurídico mais 
corriqueiro do termo causa (ver, sobre o tema, coments. 
CC 104) se dá no sentido de causa efficiens, quando 
da apuração da responsabilidade de alguém por algo, 
quando da análise do dever de indenizar um dano sofrido 
por outrem, ocasião em que se analisa o nexo de 
causalidade como critério para identificar se, por quem e 
a favor de quem a indenização é devida e em que 
medida. Em Tácito há menção a esse vínculo 
de imputar algo a alguém por ter dado causa a uma 
situação nefasta (Tácito, Agrícola, XXXIV). É nessa seara 
que surge a pergunta sobre o que seria causa 
juridicamente relevante de algo (de interesse para a 
Ciência do Direito) para imputar a alguém a 
responsabilidade pela ocorrência de determinado fato. “El 
desarrollo de la relación causa-efecto puede ser 
interferido por otra causa que actúa en forma conjunta 
con la anterior, a veces desviando las consecuencias que 
normalmente ocurren por acción de la primera de acuerdo 
con el orden natural, mientras que en otras las neutraliza 
o agrava. El efecto producido en el caso, proviene de la 
conjunción de la causa puesta por el agente con otra 
circunstancia independiente” (Antonio Vazquez 
Vialard. La responsabilidad en el derecho del trabajo, 
Buenos Aires, Astrea, 1998, p. 339). 
• 8. Teorias sobre o nexo de causalidade. Para 
responder a essas indagações a doutrina propõe muitas 
teorias, sendo muito consideradas as seguintes: a) teoria 
da equivalência; b) teoria da causalidade adequada. 
Pela teoria da equivalência considera-se “causal toda a 
condição de que não se pode abstrair sem que o 
resultado deixe de se verificar” (Alarcão. Obrigações, p. 
236). De sorte que todas as condições que se ponham 
como determinantes de um efeito se equivalham. Se o 
questionamento se dá na seara da apuração da 
responsabilidade de alguém, por eventual dano sofrido 
por outrem, toda a condição, por mais longínqua que 
esteja na cadeia do processo de causalidade desse 
evento danoso, se considera causa. A teoria, entretanto, 
leva a consequências ilógicas que ferem a sensatez do 
equilíbrio jurídico, porque permite que se chegue a 
absurdos, como, por exemplo, o de atribuir 
responsabilidade para o industrial que, anos antes, 
fabricou uma telha que caiu de uma construção e atingiu 
uma pessoa. A doutrina busca conter esses exageros, 
limitando a extensão da ideia por meio do conceito de 
culpa. Por essa vertente da teoria da equivalência só 
seria responsável aquele que tivesse condições de prever 
o resultado danoso como “uma consequência possível de 
sua conduta” (Alarcão. Obrigações, p. 236). Mas a 
limitação não resolve o problema da apuração da 
responsabilidade, porque, nem sempre, a apuração da 
responsabilidade de alguém se liga à realização de uma 
conduta, já que pode existir responsabilidade que se 
apura de forma objetiva, como é o caso da 
responsabilidade pelo risco da atividade e, então, a 
resposta à pergunta (o que deu causa a?) já não é 
necessária ou útil. Também o critério não resolve porque 
– mesmo que se esteja diante da apuração da situação 
de responsabilidade de algum sujeito de direito a partir do 
critério de se indagar sobre sua culpa (o que aconteceu 
derivou de um fato que poderia ter sido previsto pelo 
sujeito como o resultado danoso e possível de sua 
conduta?) – a verificação da culpa do agente deve ser 
feita levando-se em conta, apenas, a culpa pelo próprio 
fato, mas não com relação “a todas as consequências 
efetivamente verificadas” em razão do ato ilícito 
(Alarcão. Obrigações, p. 237). Outros, como Manuel 
Andrade, tentam aproveitar a teoria da equivalência das 
condições, expurgando esses exageros, a partir da 
tentativa de delinear um traço capaz de 
distinguir condição de causa. Por essa vertente, somente 
se poderia dizer da potência de causa a algo que se 
pudesse qualificar como a condição mais próxima do 
dano (in iure non remota causa, sed proxima spectatur). 
Mas, mais adiante, na prática jurídica, a teoria não 
resolve porque a apuração da responsabilidade 
pressupõe uma valoração que ultrapassa a do conceito 
filosófico de causa/causado. A teoria da causalidade 
adequada é acolhida pelo sistema civilístico português 
(CC port. 563.º): “A obrigação de indenização só existe 
em relação aos danos que o lesado provavelmente não 
teria sofrido se não fosse a lesão”. Também é do sistema 
português a possibilidade de o juiz, ao apurar a causa da 
responsabilidade, corrigir exageros do valor indenizatório, 
como se vê do CC port. 494.º. A teoria da causalidade 
adequada, na apuração da responsabilidade, lida com a 
ideia cultural deprobabilidade, ou seja, não é qualquer 
condição do processo causal que é causa. Causa é a 
condição que se mostra apropriada para produzir o 
resultado a respeito de cuja lesividade se indaga. A 
questão seria saber dar resposta a essa pergunta: “É um 
facto deste tipo apto a produzir este gênero de dano?” 
(Alarcão. Obrigações, 239). Enneccerus formulou a 
pergunta na negativa: “A condição (sine qua non) não 
será causa jurídica do resultado, ou, como parece 
preferível, não será imputável à esfera ou âmbito de 
responsabilidade (Verantwortungsbereich) do agente 
quando, [segundo a sua natureza geral, era de todo 
indiferente para o surgir de um tal dano, e só se tornou 
uma condição dele em resultado de outras circunstâncias 
extraordinárias]?” (Alarcão. Obrigações, 239). 
• 9. Reparação de dano. A prática do ato ilícito coloca 
o que sofreu o dano em posição de recuperar, da forma 
mais completa possível, a satisfação de seu direito, 
recompondo o patrimônio perdido ou avariado do titular
prejudicado. Para esse fim, o devedor responde com seu 
patrimônio, sujeitando-se, nos limites da lei, à penhora de 
seus bens. A reparação do dano pode-se dar das mais 
diversas formas. A mais comum é a reparação do 
equivalente da perda sofrida em dinheiro. Pode-se falar 
em restituição da coisa perdida (restauração, 
reintegração, indenização) específica, ou 
por equivalente ou por compensação (reparação). “Esta 
última variante tem lugar quando os interesses 
insatisfeitos do titular eram de natureza moral (não 
econômica), e como tais infungíveis, mas em todo o caso 
mais ou menos contrabalançáveis pela satisfação de 
outros interesses, que pode ser conseguida (até mesmo a 
de interesses requintadamente espirituais) através de 
uma soma pecuniária” (Manuel de Andrade. Relação 
jurídica, v. I, n.4, p. 24). V. CC 927 et seq. “A ordem 
jurídica estabelece-se com o princípio de que não se tira 
a outrem o que é seu. Portanto, de que ninguém se 
locuplete com dano aos outros” (Pontes de 
Miranda, Tratado 4, § 2766). 
• 10. Dano moral. Indenizabilidade. Sistema 
anterior. O Código Bevilaqua era um diploma legal à 
frente de seu tempo, como demonstrou a reação que 
houve quanto à aprovação de muitos de seus dispositivos 
e, mais ainda, quanto à não implementação de alguns 
institutos da forma como cunhado pelo gênio de Clóvis. 
Exemplo dessa falta de compreensão da magnitude e da 
modernidade do CC revogado é o da indenizabilidade do 
dano moral. O revogado CC/1916 159 caput dizia que 
aquele que violar direito de outrem ou causar prejuízo 
tinha o dever de indenizar (“aquele que… violar direito, ou 
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o 
dano”). Clóvis, desde a primeira edição de 
seus Comentários, afirmava ser indenizável o dano moral, 
consequência da violação de direito, pois a norma não 
discriminava de que direito se estava tratando, se 
patrimonial ou moral. Ou, melhor dizendo, a norma não 
explicitava sobre que objeto de direito recaia o prejuízo: 
se sobre os que contêm valor econômico, ou se sobre os 
que compõem a humanidade do sujeito. Onde a lei não 
distingue, não cabe ao intérprete fazê-lo. Essa afirmação 
singela de Clóvis, a par de ser autêntica e a única que 
poderia decorrer do revogado CC/1916 159, ficou 
décadas sem ser compreendida, pois doutrina e 
jurisprudência dominantes eram no sentido da não 
indenizabilidade do dano moral. O STF, já na segunda 
metade do século XX, passou a admitir a indenizabilidade 
do dano moral, mas desde que ficasse expressamente 
excluída a cumulação com o dano patrimonial. Mesmo 
assim, o valor da indenização era sempre simbólico, ou 
seja, a indenização não era efetiva. Nos anos noventa, já 
no final do século passado, o STJ passou a, 
corretamente, admitir a cumulatividade da indenização 
dos danos morais e patrimoniais derivados do mesmo 
fato. Demorou, portanto, quase um século para que a 
simples afirmação de Clóvis, interpretando o Código que 
ele mesmo cunhara, cuja letra expressa admitia a 
indenização do dano moral, pudesse ser aceita pela 
comunidade jurídica brasileira. É a isso que nos 
referimos, quando falamos que Clóvis era um homem 
adiante de seu tempo e construiu um diploma legal muito 
avançado para 1916. 
• 11. Perda de uma chance. Caracteriza-se como 
ilícito extracontratual o ato que impede a utilização de 
uma chance para exercimento de um direito pelo 
prejudicado. Como ato ilícito, pode ensejar a 
recomposição dos danos, de acordo com o CC 927. 
# 12. Casuística: 
Cadastro de proteção ao crédito. Anotação 
irregular. STJ 385: “Da anotação irregular em cadastro 
de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano 
moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado 
o direito ao cancelamento”. 
Dano moral. Descumprimento de contrato. Jornada 
V DirCiv STJ 411: “O descumprimento de contrato pode 
gerar dano moral quando envolver valor fundamental 
protegido pela CF/88”. 
Dano moral e dano estético. STJ 387: “É lícita a 
cumulação das indenizações de dano estético e dano 
moral”. 
Dano moral. Publicação não autorizada da imagem. 
STJ 403: “Independe de prova do prejuízo a indenização 
pela publicação não autorizada de imagem de pessoa 
com fins econômicos ou comerciais”. 
Incidência de correção monetária. STJ 43: “Incide 
correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da 
data do efetivo prejuízo”. 
Instituições Financeiras. Responsabilidade 
objetiva. STJ 479: “As instituições financeiras respondem 
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno 
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no 
âmbito de operações bancárias”. 
Marcas, patentes e desenhos industriais. Jornada 
VI DirCiv STJ 551: “Nas violações aos direitos relativos a 
marcas, patentes e desenhos industriais, será 
assegurada a reparação civil ao seu titular, incluídos tanto 
os danos patrimoniais como os danos extrapatrimoniais”. 
Tabelamento da indenização. Jornada VI DirCiv STJ 
550: “A quantificação da reparação por danos 
extrapatrimoniais não deve estar sujeita a tabelamento ou 
a valores fixos”. 
ø Doutrina 
Tratados e obras gerais: AA.VV. (coord. Carlos 
Alberto Ghersi). Los nuevos daños: soluciones modernas 
de reparación, 1995; Adriano de Cupis. Il danno, 2 vs., 3.ª 
ed., 1979; Carlo Castronovo. La nuova responsabilità 
civile, 2.ª ed., 1997; G. Marton. Les fondements de la 
responsabilité civile, 1938; G.P.Chironi. La colpa nel diritto 
civile odierno, 3 vs., 2.ª ed., 1903; Giorgio Losco & Paolo 
Mariotti. La responsabilità civile (compendio normativo 
commentato), 2.ª ed., 1997; Giovanna Visintini. Trattato 
breve della responsabilità civile, 1997; 
Gonçalves.Resp.civ. 8; Henri Lalou. Traité pratique de la 
responsabilité civile, 6.ª ed., 1962; Henri & Léon 
Mazeaud. Traité théorique et pratique de la responsabilité 
civile délictuelle et contractuelle, 3 vs., 4.ª ed., 1947; 
Hironaka (coord.). Dir.resp., 2002; Jaime Santos Briz. La 
responsabilidad civil, 4.ª ed., 1986; Jorge Bustamante 
Alsina. Responsabilidad civil y otros estudios, 4 vs., 
1984/1997; Jorge Bustamante Alsina. Teoría general de 
la responsabilidad civil, 9.ª ed., 1997; Matilde Zavala de 
González. Ressarcimiento de daños, 3 vs., 6 ts., 1996; 
Mosset. Responsabilidad, 7 vs., 1998; Peter 
Gottwald. Schadenszurechnung und Schadensschätzung, 
1979; Philippe le Tourneau & Loïc Cadiet. Droit de la 
responsabilité, 1996; Pietro Trimarchi. Rischio e 
responsabilità oggettiva, 1961; René 
Chapus. Responsabilité publique et responsabilité privée, 
1957; René Savatier. Traité de la responsabilité civile en 
droit français, 2 vs., 2.ª ed., 1951; Stoco. Resp.Civ 5. 
Monografias: 
Cursos e Manuais: Diniz. Curso, v. VII16; 
Gomes. Obrigações 13; Monteiro. Curso, v. V32; 
Rodrigues. Dir. Civ., v. IV18; Serpa Lopes. Curso, v. V4. 
Obras gerais: AA.VV. (coord. Yussef Said 
Cahali). Responsabilidade civil, 1984; Alvino Lima. Culpa 
e risco, 2.ª ed., 1999; Arnoldo Wald.Questões de 
responsabilidade civil, 1990; Caio Mário da Silva 
Pereira. Responsabilidade civil, 9.ª ed., 1998; Felipe 
Peixoto Braga Neto. Teoria dos ilícitos civis, BH, Del Rey, 
2003; Gonçalves. Coment.; Gonçalves, Resp.civ. 8; Hans 
Albrecht Fischer. A reparação dos danos no direito civil, 
1938; José de Aguiar Dias. Da responsabilidade civil, 2 
vs., 10.ª ed., 1995; José de Aguiar 
Dias. Responsabilidade civil em debate, 1983; Mário 
Moacyr Porto. Temas de responsabilidade civil, 1989; 
Luiz Amorim & José de Oliveira. Responsabilidade Civil. 
Acidente do Trabalho, 2001; Sérgio Cavalieri 
Filho. Programa de responsabilidade civil, 2.ª ed., 1998; 
Stoco. Resp.Civ. 5; Yussef Said Cahali. Dano e 
indenização, 1980. 
Acidentes de veículos: Arnaldo Rizzardo. A 
reparação nos acidentes de trânsito, 9.ª ed., 2001; Hector 
Normando Conde & Roberto Cesar Suares. Tratado sobre 
responsabilidad
por accidentes de tránsito, 3 vs., 2.ª ed., 
1997/1999; Roberto Rovelli. La responsabilità civili e 
penali per gli incidenti della strada, 2 vs., 1974; Wilson 
Melo da Silva. Da responsabilidade civil automobilística, 
5.ª ed., 1988; Wladimir Valler.Responsabilidade civil e 
criminal nos acidentes automobilísticos, 2 vs., 1981. 
Acidentes do trabalho: Ricardo Luis Lorenzetti. La 
responsabilidad por daños y los accidentes de trabajo, 
1993; Sebatião Luiz Amorim & José de 
Oliveira. Responsabilidade civil. Acidente do trabalho, 
2001. 
Administradores de sociedades: Ana Isabel Pérez 
Cepeda. La responsabilidad de los administradores de 
sociedades: criterios de atribución, 1997; António 
Menezes Cordeiro. Da responsabilidade civil dos 
administradores das sociedades comerciais, 1997; 
Antonio Moya Jiménez. La responsabilidad de los 
administradores de empresas insolventes, 1996; Daniel 
Rodríguez Ruiz de Villa & Maria Isabel Huerta Viesca. La 
responsabilidad de los administradores en las sociedades 
de capital, 2.ª ed., 1995; Daniel Veaux. La responsabilité 
personnele des dirigeants dans les sociétés 
commerciales, 1947; Raul Ventura & Luís Brito 
Correia. Responsabilidade civil dos administradores de 
sociedades anónimas e dos gerentes de sociedades por 
quotas, 1970; Roberto Bove. Responsabilidade dos 
gestores das sociedades anônimas, 1958; Rogasiano M. 
Lo Celso. Responsabilidad civil de los gestores en las 
sociedades anónimas, 1944. 
Advogado: Antonio Chaves. Advogado: 
responsabilidade profissional, 1988; Felix A. Trigo 
Represas. Responsabilidad civil del abogado, 1996; L.P. 
Moitinho de Almeida. Responsabilidade civil dos 
advogados, 1985; Yves Avril. La responsabilité de 
l’avocat, 1981. 
AIDS: Dani Rudnicki. AIDS e direito (Papel do Estado e 
da sociedade na prevenção da doença), 1996; Hilda 
Sabino Fernandes.Responsabilidade civil por 
discriminação injusta e AIDS, Dissertação, PUC-SP, 
1995; Marco Fridolin Sommer Santos. A AIDS sob a 
perspectiva da responsabilidade civil, 1999; Sandra M. 
Wierzba. SIDA y responsabilidad civil, 1996; William B. 
Rubenstein, Ruth Eisenberg & Lawrence O. Gostin. The 
rights of people who are HIV positive, 4.ª ed., 1999. 
Animais: Ignacio Gallego 
Domínguez. Responsabilidad civil extracontractual por 
daños causados por animales, 1997. 
Assédio sexual: Elpidio González. Acoso sexual, 
1996; Julio J. Martínez Vivot. Acoso sexual en las 
relaciones laborales, 1995; Luiz Antonio Scavone 
Júnior. Assédio sexual: responsabilidade civil, SP, Juarez 
de Oliveira, 2001. 
Atos lícitos: Élcio Trujillo. Responsabilidade do Estado 
por ato lícito, 1996; Gustavo Carranza 
Latrubesse. Responsabilidad del Estado por su actividad 
lícita, 1998; José Joaquim Gomes Canotilho. O problema 
da responsabilidade do Estado por actos lícitos, 1974; 
Josivaldo Félix de Oliveira. A responsabilidade do Estado 
por ato lícito, 1998. 
Bancos: Márcia Regina Frigieri. Responsabilidade civil 
dos estabelecimentos bancários, 1997; Ozéias J. Santos 
e Marco Antonio Delatorre Barbosa. Contra banco, 3 vs., 
1999; Vilson Rodrigues Alves. Responsabilidade civil dos 
estabelecimentos bancários, 2.ª ed., 4 vs., 1999. 
Comerciante individual: Sylvio Marcondes 
Machado. Limitação da responsabilidade de comerciante 
individual, 1956. 
Comunicação: Ramón Daniel 
Pizarro. Responsabilidad civil de los medios masivos de 
comunicación: daños por noticias inexatas o agraviantes, 
2.ª ed., 1999. 
Contratos: Ana Prata. Cláusula de exclusão e 
limitação da responsabilidade contratual, 1985; Augusto 
Mario Morello. Indemnización del daño contractual, 2.ª 
ed., 1974; Francisco Jordano Fraga. La responsabilidad 
contractual, 1987; Jaime Augusto Cardoso de 
Gouveia. Da responsabilidade contratual, 1932; Maria M. 
Agoglia, Juan C. Boragina e Jorge A. 
Meza. Responsabilidad por incumplimiento 
contractual (Responsabilidad civil 13, dir. Alberto J. 
Bueres), 1993. 
Crime: Amaro Alves de Almeida Neto. Ação 
reparatória de dano ex delicto, 1991; Araken. Eficácia; 
Carlos Creus. Reparación del daño producido por el 
delito, 1995; Diogo José Paredes Leite de Campos. A 
indemnização do dano da morte, 1980; Roberto Abreu. A 
sentença criminal e a responsabilidade civil, 1987; 
Rogério Felipeto. Reparação do dano causado pelo 
crime, 2001; Ruy Sérgio Rebello Pinho. A reparação do 
dano causado pelo crime e o processo penal, 1987; 
Vicente de Paulo Vicente de Azevedo. Crime, dano, 
reparação, 1934; Vincenzo Zeno-Zencovich. La 
responsabilità civile da reato, 1989. 
Dano à honra: Aparecida Amarante. Responsabilidade 
civil por dano à honra, 5.ª ed., 2001; Sérgio José Porto. A 
responsabilidade civil por difamação no direito inglês, 
1995. 
Dano moral: AA.VV. (apres. Ada Pellegrini 
Grinover). Dano moral (Observações sobre a ação de 
responsabilidade civil por danos morais decorrentes de 
abuso de liberdade de imprensa), 1999; Américo Luís 
Martins da Silva. O dano moral e sua reparação civil, 
1999; Antonio Jeová dos Santos. Dano moral indenizável, 
2.ª ed., 1999; Carlos Alberto Bittar. Reparação civil por 
danos morais, 3.ª ed., 1997; Carlos Alberto 
Ghersi.Cuantificación económica del daño: valor de la 
vida humana, 2.ª ed., 1999; Cláudio Antônio Soares 
Levada. Liquidação de danos morais, 2.ª ed., 1997; 
Clayton Reis. Avaliação do dano moral, 1998; Clayton 
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Matielo. Dano moral, dano material, reparações, 4.ª ed., 
1998; Gislene A. Sanches. Dano moral e suas 
implicações no Direito do Trabalho, 1997; Humberto 
Theodoro Júnior. Dano moral, 1998; Luiz Antonio Rizzato 
Nunes & Mirella D’Angelo Caldeira. O dano moral e sua 
interpretação jurisprudencial, 1999; Ramon Daniel 
Pizarro. Daño moral (prevención, reparación, punición), 
1996; Teresa Ancona Lopes. O dano estético: 
responsabilidade civil, 2.ª ed., 1999; Wilson Melo da 
Silva. O dano moral e sua reparação, 3.ª ed., 1983; 
Yussef Said Cahali. Dano moral, 2.ª ed., 1999. 
Direito de família: Augusto C. Belluscio, Eduardo A. 
Zannoni & Aida Kemelmajer de Carlucci. Responsabilidad 
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Ferrer. Daños resarcibles en el divorcio, 1997; Mónica 
Navarro Michel. La responsabilidad civil de los padres por 
los hechos de sus hijos, 1998; Regina Beatriz Tavares da 
Silva Papa dos Santos. Reparação civil na separação e 
no divórcio, 1999. 
Docentes: Fernando Alfredo 
Sagarana. Responsabilidad civil de los docentes y de los 
institutos de enseñanza, 1994. 
E-mail: Amaro Moraes e Silva Neto. E-mails 
indesejados à luz do direito, SP, Quartier Latin, 2002. 
Fato de outrem: Alvino Lima. A responsabilidade civil 
pelo fato de outrem, 2.ª ed. (revista por Nelson Nery 
Junior), 2000; Ignacio Gallego 
Domínguez. Responsabilidad civil extracontratual por 
daños causados por animales, 1997; Mónica Navarro 
Michel. La responsabilidad civil de los padres por los 
hechos de sus hijos, 1998; Pedro Zelaya Etchegaray. La 
responsabilidad civil del empresario por los daños 
causados por su dependiente: naturaleza y requisitos, 
1995. 
Informática: Daniel Ricardo Altmark & Eduardo Molina 
Quiroga. Informática y derecho (Régimen jurídico de los 
bancos de datos), 1998; Maria Raquel Guimarães. As 
transferências electrónicas de fundos e os cartões de 
débito, 1999. 
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Médicos: AA.VV. (coord. Mauro Barni & Amedeo 
Santosuosso). Medicina e diritto, 1995; Alfredo Jorge 
Kraut. Los derechos de los pacientes, 1997; Calixto Díaz-
Regañón García-Alcalá. El régimen de la prueba en la 
responsabilidad civil médica (Hechos y Derecho), 1996; 
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médico, 1998; Irany Novah Moraes. Erro médico, 1991; 
Irany Novah Moraes. Erro médico e a lei, 1995; Jean 
Penneau. La responsabilité
medicale, 1977; Jean 
Penneau. La responsabilité du medecin, 2.ª ed., 1996; 
Jurandir Sebastião. Responsabilidade médica: civil, 
criminal e ética, 2001; Miguel Kfouri 
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responsabilidad penal y civil, 1997; Ricardo Luis 
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Profissionais liberais: AA.VV. (diretor: Carlos Alberto 
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responsabilidad civil del transportista en el contrato del 
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Artigos: 
Geral: Alexandre Miguel. A responsabilidade civil no 
Novo Código Civil: algumas considerações (RT 809/11); 
Álvaro Villaça Azevedo.Jurisprudência não pode criar 
responsabilidade objetiva, só a lei. Análise das Súmulas 
341, 489 e 492, do STF e 132 do STJ (RT 743/109); 
Antonio Junqueira de Azevedo. Princípios do novo direito 
contratual e desregulamentação do mercado. Direito de 
exclusividade nas relações contratuais de fornecimento. 
Função social do contrato e responsabilidade aquiliana do 
terceiro que contribui para inadimplemento contratual (RT 
750/113); Antonio Junqueira de 
Azevedo. Responsabilidade civil. Assalto em 
estacionamento de supermercado. Estacionamento 
gratuito como caso de “relação contratual de fato”. 
Admissão da prova de não-culpa. Estupro tentado fora do 
estacionamento, seguido de morte. Falta de relação de 
causalidade adequada (RT 735/121); Atilio Aníbal 
Alterini. La presunción legal de culpa como regla de favor 
victimae (RDC 56/79); Arthur E. S. 
Rios. Responsabilidade civil: os novos conceitos 
indenizáveis no projeto Reale (RDC 36/68); Atilio Aníbal 
Alterini.Responsabilidad objetiva derivada de la 
generación de confianza (RDC 73/5); Bruno 
Lewicki. Paronama da boa-fé 
objetiva (Tepedino,Problemas, p. 55); Carlos Cárdenas 
Quirós. Intereses legales e indemnización de daños 
(acerca del § 2.º del art. 1985 del CC); Carlos Thompson 
Flores. Responsabilidade civil contratual (RDC 42/147); 
Célia Barbosa Abreu Slawinski. Breves reflexões sobre a 
eficácia atual da boa-fé objetiva no ordenamento jurídico 
brasileiro (Tepedino. Problemas, p. 77); Clayton 
Maranhão. Observações sobre o ilícito, o dano e a tutela 
dos direitos fundamentais (RTDCiv 4/17); Clóvis do Couto 
e Silva. Dever de indenizar (Fradera. Dir.Priv.Bras., p. 
191); Clóvis do Couto e Silva. Responsabilidad alternativa 
y acumulativa (Fradera. Dir.Priv.Bras., p. 235); Fernando 
Noronha. O ato ilícito nos contratos e fora deles (RDC 
34/34); Fernando Noronha. Responsabilidade civil: uma 
tentativa de ressistematização (RDC 64/12); Francisco 
Amaral. Os atos ilícitos (Est. Reale2 , p. 147); Giselda 
Maria Fernandes Novaes Hironaka. Responsabilidade 
civil: circunstâncias naturalmente, legalmente e 
convencionalmente escusativas do dever de indenizar o 
dano (Diniz. Atualidades1 , p. 139); Gustavo Ordoqui 
Castilla. Obligación de compensar daños causados por 
conductas lícitas (RT 726/11); Gustavo Tepedino. Notas 
sobre o nexo de causalidade (RTDCiv 6/3); Henrique 
Felipe Ferreira. Fundamentos da responsabilidade civil. 
Dano injusto e ato ilícito (RDPriv 3/110); Ignacio 
Winziky. Objeción de conciencia (Est. Caio Mário, p. 77); 
Jacinto Américo Guimarães Baía. A evolução da 
responsabilidade civil e a reparação do dano 
nuclear (RDC 4/49); José de Aguiar 
Dias. Responsabilidade civil de direito especial e de 
direito comum (Est. Caio Mário, p. 273); José Carlos 
Moreira Alves. A responsabilidade extracontratual e seu 
fundamento: culpa e nexo de causalidade (Est. Oscar 
Corrêa, 187/207); José Reinaldo de Lima Lopes.O 
problema teórico das lacunas e a defesa do consumidor: 
o caso do art. 159 do CC/1916 (RIL 99/239); Jorge 
Mosset Iturraspe. El daño fundado en la dimensión del 
hombre en su concreta realidad (RT 723/23); Luiz Antônio 
Nunes. Dano coletivo: o dano e os interesses 
difusos (Diniz. Atualidades1 , p. 219); Luiz Roldão de 
Freitas Gomes. I fondamenti e le prospettive della 
responsabilità civile nel diritto brasiliano (RDC 72/98); 
Mario Moacyr Porto. Dano por ricochete (RT 661/7); Mario 
Moacyr Porto. Responsabilidade civil em relação a si 
mesmo (RDC 27/48); Mario Moacyr Porto. O art. 159 do 
CC/1916 (Ajuris 36/142; RF 294/405; RT 657/7); Mário 
Moacyr Porto. O ocaso da culpa como fundamento da 
responsabilidade civil (RT 617/20); Ney da Fontoura 
Boccanera. Culpa aquiliana (RDC 24/106); Ronaldo 
Nogueira Martins Pinto. Do protesto indevido e a sua 
reparabilidade em consonância com o dano (RT 743/101); 
Ronnie Duarte. Responsabilidade civil e o Novo Código: 
contributo para uma revisitação conceitual (RT 850/57); 
Rosa Maria Barreto Borriello de Andrade 
Nery. Apontamentos sobre o princípio da solidariedade no 
sistema de direito privado (RDPriv 17/65); Rui 
Stoco. Responsabilidade civil no Código Civil Francês e 
no Código Civil brasileiro (estudos em homenagem ao 
bicentenário do Código Civil francês) (RT 831/11); Sergio 
Cavalieri Filho. A responsabilidade civil prevista no 
Código de Trânsito Brasileiro à luz da Constituição 
Federal (RT 765/85); Sílvio Neves Baptista. Ensaio sobre 
a teoria do fato danoso (RDC 67/51); Vicente de Paulo 
Vicente de Azevedo. O fundamento da responsabilidade 
civil extracontratual (RDPriv 1/151). 
Acidente do trabalho: Dilvanir José da 
Costa. Responsabilidade civil por acidente do 
trabalho (RDC 11/155); José Roberto Dantas Oliva.Tutela 
da moral na esfera trabalhista: tendências e 
perspectivas (Leite. Dano Moral, p. 265); Humberto 
Theodoro Júnior. Responsabilidade civil. Danos morais e 
patrimoniais. Acidente no trabalho. Ato de preposto (RT 
731/91); Rodolfo Pamplona Filho. Dano moral e justiça do 
trabalho (Leite. Dano Moral, p. 367); Sérgio Novais 
Dias. A responsabilidade civil nas atividades 
perigosas (RDC 67/28); Walmir Oliveira da 
Costa.Reparação do dano moral: aspectos 
trabalhistas (Leite. Dano Moral, p. 435). 
Administradores de SA: Carlos Alberto 
Bittar. Responsabilidade dos administradores de 
sociedades anônimas (RDC 2/87); Daniela 
Zaitz.Responsabilidade dos administradores de 
sociedades anônimas e por quotas de responsabilidade 
limitada (RT 740/11); Márcia Regina Frigeri.A 
responsabilidade dos sócios e administradores e a 
desconsideração da pessoa jurídica (RT 739/53). 
Advogado: Paulo Luiz Netto Lôbo. Responsabilidade 
civil do advogado (RDPriv 10/211). 
AIDS: Álvaro Villaça Azevedo. Transmissão de AIDS 
por transfusão de sangue. Inexistência de nexo de 
causalidade. Ausência de responsabilidade civil (RT 
721/62); Carlos Maria Romeo 
Casabona. Responsabilidade médico-sanitária e 
AIDS (RBDD 2/7 e 3/7); Demócrito Ramos Reinaldo. A 
AIDS e o Poder Judiciário (RT 749/161); Gualtiero Martin-
Marchesini. Responsabilidad jurídica médico-asistencial 
por el SIDA (AIDS) (RDC 44/28); Licínio Barbosa. A AIDS 
perante o direito (RIL 118); Patrice 
Jourdain. Responsabilité civile et contamination par le 
virus du SIDA à la suite de transfusions (RTDC 1992); 
Rubens Camargo Mello. Responsabilidade civil: morte de 
menor e a obrigação de indenizar (RDC 66/30); Rubens 
Limongi França. Aspectos jurídicos da AIDS (RT 661/14); 
Samuel Auday Buzaglo. Aspectos jurídicos da AIDS (RT 
655/394); Yvonne Lambert-Faivre. L’indemnisation des 
victimes post transfusionelles du SIDA; hier, aujourd’hui et 
demain (RTDC 1993). 
Assédio moral: Píer Giuseppe Monateri, Marco Bona 
e Umberto Oliva. O mobbing como legal framework: a 
nova abordagem italiana ao assédio moral no 
trabalho (RTDCiv 7/127). 
Atos lícitos: Rui Stoco. Responsabilidade civil pela 
prática de atos lícitos (RT 731/86).
Atos ilícitos: Antonio Joaquim Fernandes 
Neto. Indenização por ato ilícito (RDPriv 10/237); Ary 
Brandão de Oliveira. A responsabilidade civil das pessoas 
jurídicas de direito privado por atos ilícitos (RDC 41/29), 
Carlos Eduardo de Abreu Boucault. As teorias da 
relatividade e causalidade aquiliana na configuração da 
responsabilidade civil na jurisprudência brasileira 
contemporânea (RDPriv 9/37); Fernando Noronha.O ato 
ilícito nos contratos e foras deles (RDC 34/34); Teresa 
Arruda Alvim Wambier. Do termo inicial para a contagem 
dos juros moratórios quando se tratar de ilícito 
contratual (RDPriv 4/159); Wagner Barreira. Indenização 
por morte (RDC 4/219). 
Bancos: Arnoldo Wald. Do regime legal da 
responsabilidade das instituições financeiras pelo extravio 
de títulos de crédito que lhes foram entregues para 
cobrança através de endosso-mandato (RT 718/63); 
Caitlin Sampaio Mulholland. Responsabilidade civil por 
fato do serviço bancário (RTDCiv 2/183); Fernando Netto 
Boiteux. Cheque falsificado. Responsabilidade do banco 
pelo pagamento indevido do cheque. Reparabilidade por 
prejuízos financeiros e morais suportados pelo 
correntista (RT 822/141). 
Consumidor: Christian Larroumet. La responsabilité 
du fait des produits défectuex (Diniz. Atualidades2 , p. 89); 
Cleusa Abreu Dallari. Selo de aprovação de 
qualidade (Diniz. Atualidades2 , p. 97); Glaucia Luna 
Meira. Dano moral. Consumidor que ingere refrigerante 
estragado (RDPriv3/251); Márcio Mello 
Casado. Responsabilidade objetiva no Código de Defesa 
do Consumidor. Justificativas, precedentes e análise do 
sistema nacional (RDPriv 3/157); Orlando 
Gomes. Responsabilidade civil do fabricante (RDC 
32/12); Rui Stoco. Responsabilidade dos hospitais, 
sanatórios, clínicas, casas de saúde e similares em face 
do CDC (RT 712/71). 
Construtor: Ann Helen Wainer. Responsabilidade civil 
do construtor. Natureza jurídica do prazo 
qüinqüenal (RDC 55/121); Ann Helen 
Wainer. Responsabilidade civil do construtor. Cláusula de 
exoneração da responsabilidade qüinqüenal (RDC 
55/130); Octanny Silveira da Mota.Responsabilidade civil 
do construtor aeronáutico (RDC 24/19). 
Contratos: Antônio Chaves. Responsabilidade pré-
contratual (RDC 23/16); Clóvis V. do Couto e Silva. A 
teoria da base do negócio jurídico no direito brasileiro (RT 
655/7). 
Crime: Arthur Cogan. Reparação do dano no peculato 
doloso (RT 743/533); Luciano Heisler Tassinari. A 
reparação do dano (moral) como condição para a 
concessão do sursis processual (RT 746/483); Ricardo 
Pereira Lira. Responsabilidade civil pelo furto de 
veículos (RDC 52/7); Rui Stoco. Legitimidade do MP na 
ação civil ex delicto (RT 745/431); Wellington Cabral 
Saraiva. Ação civil ex delicto: legitimidade do MP (RT 
741/484). 
Dano moral: Alexandre A. Corrêa. O dano estético: 
responsabilidade civil (RDC 76/138); André Gustavo 
Corrêa de Andrade. Dano moral e pedido genérico de 
indenização (RT 781/33); Antonio Chaves. Direitos da 
personalidade e dano moral (RT 712/7); Artur Oscar de 
Oliveira Deda. A controvérsia teórica sobre a 
reparabilidade dos danos morais (RDC 1/15); Carlos 
Alberto Bittar. Reparação civil por danos morais: 
tendências atuais (RDC 74/13); Carlos Fernández 
Dessarego. Hacia una nueva sistematización del daño a 
la persona (RDC 75/5); Clayton Reis. O verdadeiro 
sentido da indenização dos danos morais (Leite, Dano 
moral, p. 49); Clóvis do Couto e Silva. O conceito jurídico 
de dano no direito brasileiro e 
comparado (Fradera. Dir.Priv.Bras., p. 217); Cristiane 
Gouveia de Barros. Dano moral e ônus da prova na 
jurisprudência do I Colégio Recursal Cível do Estado de 
Pernambuco (Leite. Dano Moral, p. 95); Décio Antônio 
Erpen. O dano moral e a desagregação social (RT 
758/43); Eduardo Montenegro Seur e Torquato da Silva 
Castro Júnior. O dano moral entre direito público e 
privado (Leite. Dano moral, p. 183); Enio Santarelli 
Zuliani A era da jurisprudência (Leite. Dano moral, p. 
197); Galeno Lacerda. Indenização do dano moral (RT 
728/94); Geraldo Ferreira Lanfredi. O direito à reparação 
dos danos morais e os acidentes de trânsito (RT 721/18); 
Guilherme Calmon Nogueira da Gama.Critérios para a 
fixação da reparação do dano moral (Leite. Dano moral, 
p. 219); J. J. Calmon de Passos. O imoral nas 
indenizações por dano moral (Leite. Dano moral, p. 251); 
Jorge Pinheiro Castelo. A prova do dano moral 
trabalhista (RA 66/53); José Raffaelli Santini. A reparação 
autônoma do dano moral (RT 739/156); José Roberto 
Dantas Oliva. Tutela da moral na esfera trabalhista: 
tendências e perspectivas (Leite.Dano moral, p. 301); 
Júlio César Afonso Cuginotti. O dano moral contra 
magistrado e sua reparação: primeiras reflexões (RT 
719/342); Lucas Kouji Kinpara. Dano moral e a 
determinação do valor da indenização (RDPriv 4/248); 
Luciana Cordeiro de Souza. Dano moral por morte de 
recém-nascido em hospital (RDPriv 10/271); Luís Alberto 
Thompson Flores Lenz. Dano moral contra a pessoa 
jurídica (RT 734/56); Manuel Cândido Rodrigues. Da 
legitimidade das partes no processo por dano 
moral; Maria Francisca Carneiro. Dano moral e problema 
de verdade: questões para o direito, para a lógica e para 
a ciência (Leite. Dano moral, p. 321); Maria Helena 
Diniz. O problema da liquidação do dano moral e o dos 
critérios para a fixação 
do quantum indenizatório (Diniz. Atualidades 2, p. 237); 
Mário Moacyr Porto. Algumas notas sobre dano 
moral (RDC 37/9); Nemias Nunes Carvalho. O 
agravamento do dano moral em face do caso 
julgado (Leite. Dano moral, p. 333); Pedro Paulo Teixeira 
Manus. O dano moral e o direito do 
trabalho (Diniz. Atualidades 2, p. 237); Rodolfo Valença 
Hernandes. O dote como reparação autônoma do dano 
moral (RT 655/236); Rubens Limongi França. Reparação 
do dano moral (RT 631/29); Sérgio Martins Roston. Dano 
estético (RIASP 9/95); Volnei Ivo Carlin. Anotações sobre 
algumas modalidades de danos morais (Leite. Dano 
moral, p. 419). 
Estado: Fabiano André de Souza 
Mendonça. Responsabilidade do Estado por ato judicial 
inconstitucional (RT 738/11); Fernando Facury 
Scaff. Responsabilidade do Estado perante terceiros por 
aplicação irregular do direito público promovida por 
funcionário público (RDC 55/200); Helita Barreira 
Custódio. Responsabilidade civil do Estado: princípios 
gerais (RDC 78/55); Honildo Amaral de Mello 
Castro. Responsabilidade civil do Estado (RDPriv 
17/123); Ives Gandra da Silva Martins. Empresas estatais. 
Inadimplência contratual. Responsabilidade do Poder 
Público (RDC 65/143); Jacira Nunes 
Mourão. Responsabilidade civil do Estado por atos 
jurisdicionais (RDC 3/65); Luiz Antonio Soares 
Hentz.Responsabilidade do Estado por prisão 
indevida (RT 730/68); Nelson Nery 
Júnior. Responsabilidade civil da Administração Pública. 
Aspectos do direito brasileiro positivo vigente: CF 37 § 6.º 
e CC/1916 15 (RDPriv 1/29); Octavio Augusto Machado 
de Barros. Responsabilidade pública: um estudo histórico 
baseado na Constituição Federal de 
1946 (Diniz. Atualidades1 , p. 139 [caps. I e II]; 
Diniz. Atualidades2 , p. 309 [caps. III e IV]); Odoné 
Serrano Júnior. Responsabilidade civil do Estado pelo 
mau funcionamento dos serviços judiciários (RT 746/123); 
Sônia Sterman.Responsabilidade civil dos agentes 
públicos. Ação regressiva. Obrigatoriedade de sua 
proposição pelos representantes das pessoas jurídicas de 
direito público (RDC 43/20). 
Empresas: Marcos Alberto Sant’Anna Bitelli. Da 
função social para a responsabilidade da empresa (Viana-
Nery. Temas, p. 229). 
Empresas estatais: Geraldo Peltier 
Baduc. Responsabilidade civil das empresas estatais e de 
seus dirigentes (RDC 11/107); Marcelo 
Figueiredo. Responsabilidade por ato de improbidade. 
Indisponibilidade de bens de diretor presidente de 
companhia estatal. Desproporcionalidade da medida. 
Necessidade do devido
processo legal. Arbitrariedade da 
medida. Considerações acerca da Lei n. 
8.429/92 (Diniz. Atualidades2 , p. 213). 
Excludentes: Luiz Antônio Scavone Júnior. Causas e 
cláusulas de exclusão de responsabilidade civil (RDPriv 
8/53). 
Fato de outrem: Gelson Amaro de 
Souza. Responsabilidade dos pais pelos danos causados 
pelos filhos (RT 778/59); Vicente Ráo. A responsabilidade 
dos patrões, amos e comitentes no direito civil brasileiro 
(A propósito de um projeto de lei) (RT 758/729). 
Fato da coisa: Justino Magno 
Araújo. Responsabilidade pelo fato da coisa (RDC 26/79). 
Imprensa: Adauto Suannes. A indenização do dano 
moral praticado por intermédio dos meios de 
comunicação (RT 744/61); Rui Stoco. Lei de imprensa: 
sujeito passivo na ação de indenização (RT 752/42). 
Improbidade administrativa: Fábio Medina 
Osório. Observações sobre improbidade dos agentes 
públicos à luz da Lei 8.429/92 (RT 740/96). 
Instituições financeiras: Manoel Eugêncio Marques 
Munhoz. Considerações em torno da responsabilidade 
civil dos administradores de instituições 
financeiras (RTDCiv 3/79). 
Ilicitude: Juan J. Benítez Caorsi. Reflexiones en torno 
a la noción de ilicitud (RDPriv 21/287). 
Juiz: Jacira Nunes Mourão. Responsabilidade civil do 
Estado por atos jurisdicionais (RDC 3/65); Ruy Rosado de 
Aguiar Júnior.Responsabilidade política e social dos 
Juízes nas democracias modernas (RT 751/32). 
Médicos e estabelecimentos hospitalares: Carlos 
Emmanuel Joppert Ragazzo. Responsabilidade civil das 
entidades hospitalares (RTDCiv 10/79); Christine Santini 
Muriel. Aspectos jurídicos das transfusões de sangue (RT 
706/30); Dimas Borelli Thomaz Júnior.Responsabilidade 
civil do médico (RT 741/88); Fernando Facury Scaff. Da 
responsabilidade das instituições médicas (RDC 55/41); 
Gualtiero Martin Marchesini. Responsabilidad jurídica 
medico-asistencial por el SIDA (AIDS) (RDC 44/28); 
Gualtiero Martin Marchesini. Responsabilidad juridica en 
hemoterapía (RDC 50/7); Gustavo Tepedino. A 
responsabilidade médica na experiência brasileira 
contemporânea (RTDCiv 2/41); Hildegard Taggesel 
Giostri. Algumas reflexões sobre as obrigações de meio e 
de resultado na avaliação da responsabilidade 
médica (RTDCiv 5/101); José Alfredo Cruz 
Guimarães. Responsabilidade médico-hospitalar em face 
do direito do consumidor (RDPriv 10/128); José Renato 
Nalini. Responsabilidade ético-disciplinar do médico: 
suspensão e cassação do exercício profissional (RDPriv 
10/141); Márcia Regina Lusa Cadore 
Weber. Responsabilidade civil do médico (RDPriv 
18/144); Nestor José Forster. Cirurgia plástica estética: 
obrigação de resultado ou obrigação de meios? (RT 
738/83); Roberto Godoy. A responsabilidade civil no 
atendimento médico e hospitalar (RT 777/87); Rosana 
Jane Magrini. Médico. Conduta. Teoria da imprevisão. 
Caso fortuito. Força maior. Nexo causal: em matéria de 
responsabilidade, o exame da conduta do médico deve 
ser aferido com flexibilidade (RT 781/118); Ruy Rosado 
de Aguiar Júnior. Responsabilidade civil do médico (RT 
718/33); Vera Maria Jacob Fradera. A responsabilidade 
civil dos médicos (Ajuris 55/116). 
Meio ambiente: Aguiar Dias. Responsabilidade civil no 
plano ecológico (Est. Orlando Gomes, p. 43); Andreas 
Joachim Krell. Concretização do dano ambiental. 
Algumas objeções à teoria do “risco integral” (RIL 
139/23); Celso Antônio Pacheco Fiorillo. Fundamentos 
constitucionais da política nacional do meio ambiente: 
comentários ao art. 1.º da Lei n. 
6.938/81 (Diniz. Atualidades1 , p. 95); Darlan Rodrigues 
Bittencourt & Ricardo Kochinski Marcondes. Lineamentos 
da responsabilidade civil ambiental (RT 740/53); Eduardo 
Lima de Matos. Dano ambiental: uma nova perspectiva de 
responsabilidade civil (Leite. Dano moral, p. 165); Helita 
Barreira Custódio. Condutas lesivas à fauna silvestre 
(Projeto de Lei 3369/92) (RDC 64/87); Helita Barreira 
Custódio. Poluição ambiental e genocídio de grupos 
indígenas (RDC 59/80); Luciana de Andrade Saraiva. O 
risco biológico e a empresa agrária (RDPriv 9/142); Luiz 
Antonio Guimarães Marrey. Dano ambiental: 
queimadas (RT 713/88). 
Notários: Cláudio Antônio Soares 
Levada. Responsabilidade civil do notário público (RDPriv 
8/40); Rui Stoco. Responsabilidade civil dos notários e 
registradores (RT 714/44). 
Transportes: Álvaro Couri Antunes Sousa. 
Overbooking: responsabilidade civil do transportador 
aéreo à luz do Código de Defesa do Consumidor (RT 
775/65); Antônio Chaves. Responsabilidade do 
transportador por via aérea (RDC 25/7); Enéas de Oliveira 
Matos.Responsabilidade civil do transportador por ato de 
terceiro (RT 742/139); José Raimundo Gomes da 
Cruz. Transporte gratuito e responsabilidade civil (RDC 
40/29). 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 1 a 16 
• 1. Correspondência legislativa. Não há no 
CC/1916. V. CC port. 334.º. 
• 2. Fonte normativa. A regra ora comentada teve 
como fonte direta o CC port. 334.º, do qual é praticamente 
cópia ipsis litteris. A norma portuguesa, a seu turno, teve 
como inspiração o CC grego 281. 
• 3. Direito adquirido por contrato. Para o 
reconhecimento da ilicitude do ato do titular de direito que 
o exerce, ultrapassando os limites prescritos neste artigo, 
devem também ser observadas duas regras basilares: CC 
421: “A liberdade de contratar será exercida em razão e 
nos limites da função social do contrato”; e mais: CC 422: 
“Os contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, os 
princípios de probidade e boa-fé”. 
• 4. Contrariedade a preceito de ordem pública. CC 
2035 par.ún: “Nenhuma convenção prevalecerá se 
contrariar preceitos de ordem pública, tais como os 
estabelecidos por este Código para assegurar a função 
social da propriedade e dos contratos”. 
• 5. Limites. Cláusulas gerais. Não há direito absoluto 
no ordenamento brasileiro. A norma comentada impõe 
como limites ao exercício de um direito legítimo, fazê-lo 
sem exceder os fins sociais e econômicos desse mesmo 
direito, bem como com observância da boa-fé e dos bons 
costumes. Há três cláusulas gerais na norma ora 
analisada: exercimento do direito de acordo com seus fins 
sociais e econômicos; boa-fé; bons costumes. “Essa 
talvez seja, do ponto de vista do Direito Obrigacional, a 
cláusula mais rica do Projeto. Reúne, em um único 
dispositivo, os quatro princípios básicos que presidem o 
sistema: o abuso de direito, o fim social, a boa-fé e os 
bons costumes. Bastaria acrescentar a ordem pública 
para tê-los todos à vista” (Ruy Rosado de Aguiar 
Júnior. Projeto do Código Civil. As obrigações e os 
contratos, RT 775/23). Sobre cláusulas gerais, suas 
características e regime jurídico, v. coments. prelims. CC 
Parte Geral. 
• 6. Abuso do direito. Conceito. Distinção do ato 
ilícito subjetivo. Ocorre quando o ato é resultado do 
exercício não regular do direito (CC 188 I in fine, 
a contrario sensu). No ato abusivo há violação da 
finalidade do direito, de seu espírito, violação essa 
aferível objetivamente, independentemente de dolo ou 
culpa (Alvino Lima, Culpa e risco, 2.ª ed., n. 48, p. 252; 
Alvino Lima, RF 166/25; Jornada I DirCiv STJ 37). 
Distingue-se do ato ilícito do CC 186, porque neste se 
exige a culpa para que seja caracterizado. Ambos são 
ilícitos, mas com regimes jurídicos diferentes. Este 
entendimento não é acompanhado por Judith Martins-
Costa, que vê, no CC 187, “as balizas do exercício 
inadmissível de posição jurídica” (Judith Martins-Costa. A 
ilicitude derivada do exercício contraditório de um direito: 
o renascer de venire contra factum proprium, RF 
376/122). 
• 7. Abuso de direito. Ilícito objetivo. A norma 
comentada imputa ao ato abusivo a
natureza de ilícito. 
Tendo em vista suas próprias peculiaridades, não se 
assemelha ao ato ilícito do CC 186, assim considerado 
pela lei para fins de reparação do dano por ele causado. 
O ato abusivo pode, até, não causar dano e nem por isso 
deixa de ser abusivo. A ilicitude do ato cometido com 
abuso de direito é de naturezaobjetiva, aferível 
independentemente de dolo ou culpa. “A concepção 
adotada de abuso de direito é a objectiva. Não é 
necessária aconsciência de se excederem, com o seu 
exercício, os limites impostos pela boa-fé, pelos bons 
costumes ou pelo fim social ou econômico do direito; 
basta que excedam seus limites” (Pires de Lima-Antunes 
Varela. CC Anot., v. I4, coment. 1 CC port. 334.º, p. 298). 
No mesmo sentido,Jornada I DirCiv STJ 37, cujo texto 
integral se encontra na casuística abaixo, verbete 
“Responsabilidade objetiva”. Entendendo que o ato 
abusivo é ilícito, sem fazer a distinção aqui desenvolvida: 
Bevilaqua. CC, v. I11, coment. 6 CC/1916 160, p. 347; 
Everardo da Cunha Luna.Abuso de direito, 2.ª ed., 1988, 
n. 24, p. 119. No conceito de abuso de direito “cabem 
tanto os casos de abuso por excesso nos fins visados, 
como os por excesso nos meios empregados” [Fernando 
Noronha. O ato ilícito nos contratos e fora deles (RDC 
34/34)]. 
• 8. Abuso do direito. Natureza e características. É 
categoria autônoma, de concepção objetiva e finalística, e 
não apenas dentro do âmbito estreito do ato emulativo 
(ato ilícito). Diferentemente do ato ilícito, que exige a 
prova do dano para ser caracterizado, o abuso de direito 
é aferível objetivamente e pode não existir dano e existir 
ato abusivo (Guilherme Fernandes Neto. O abuso de 
direito no Código de Defesa do Consumidor, 1999, p. 
200). O abuso de direito é aferível de modo objetivo, 
prescindindo do dolo ou culpa e também do dano para 
caracterizar-se. 
• 9. Abuso manifesto. Para que se caracterize como 
ato ilícito objetivo, o abuso tem de ser manifesto, isto é, 
aquele que ocorre quando o direito é exercido em 
termos clamorosamente ofensivos à justiça. 
• 10. Abuso do direito. Natureza. Conceito legal 
indeterminado. Usar de seu direito de maneira regular é 
dever imposto pela norma comentada, a contrario sensu. 
Como já vimos nos comentários preliminares à Parte 
Geral deste CC, os institutos a seguir mencionados têm 
como efeitos: a) princípios gerais de direito – agem como 
regras de conduta e norteadoras da interpretação; b) 
cláusulas gerais – significam a manifestação dos 
princípios, a concretude dada pelo juiz aos princípios e 
aos conceitos indeterminados, criando as soluções 
adequadas; c) conceitos legais indeterminados – uma vez 
preenchidos, a solução já está predeterminada pela 
norma e, portanto, independe da função criadora do juiz. 
Nada obstante haja o dever legal de observância das 
cláusulas gerais de boa-fé, bons costumes e exercício do 
direito de acordo com seus fins econômicos e sociais (v., 
acima, coment. 5 CC 187), quando há desobediência a 
esses critérios e ocorre efetivamente o abuso de direito, 
essa circunstância se amolda à figura do conceito legal 
indeterminado, pois, uma vez reconhecido, o sistema 
legal já tem a solução predeterminada para o caso: 
a ilicitude objetiva do ato. Não é cláusula geral porque o 
juiz não pode criar solução que repute adequada para o 
caso concreto, porque a solução já está predeterminada 
pela lei: declarar o ato como ilícito objetivo e dar-lhe a 
consequência do ato ilícito (v.g., indenização). Não é 
mero princípio porque possui concretude (a lei dá a 
solução). 
• 11. Exemplos de abuso de direito (extraídos de 
Pires de Lima-Antunes Varela. CC Anot., v. I4, coment. 5 
CC port. 334.º, p. 299): a) proprietário que abre poço em 
seu terreno com o fim de prejudicar uma nascente 
existente em prédio vizinho; b) proprietário de estreita 
faixa de terreno, apenas cultivável manualmente, onde 
não é possível fazer qualquer construção e que 
provavelmente virá a ser incorporada na estrada com que 
confina, se opõe a que o dono de uma casa vizinha abra 
sobre ele janelas a menos de metro e meio de distância; 
c) assembleia geral de sociedade toma, por maioria, 
deliberação que visa, não o interesse comum dos 
associados, mas antes interesses extrassociais dos 
sócios majoritários; d) devedor que obsta, com sua 
conduta, ao exercício tempestivo do direito do credor e 
invoca depois a prescrição desse direito. 
• 12. Efeitos do ato abusivo. Verificado e declarado 
um ato como havendo sido cometido com abuso de 
direito, esse fato gera os efeitos de todo ato ilícito, contra 
o direito: a) obrigação de reparar os danos por ele 
causados, morais e patrimoniais; b) nulidade do ato ou 
negócio jurídico, nos termos do CC 166 VI (fraudar lei 
imperativa) (Pires de Lima-Antunes Varela. CC Anot., v. 
I4, coment. 6 CC port. 334.º, p. 299, referindo-se 
à nulidade e não anulabiliadade do ato abusivo, com 
expressa remissão ao CC port. 294.º, que é semelhante 
ao nosso CC 166 VI, inclusive no que tange à fraude à lei 
imperativa). 
• 13. Arguição do abuso do direito. Como é causa de 
nulidade, o ato abusivo pode ser apontado como matéria 
de defesa (prescinde de ação para ser reconhecido), pela 
parte, interessado ou MP, e deve ser declarado ex 
officio pelo juiz, porque matéria de ordem pública 
[nulidade em fraude à lei imperativa (CC 166 VI)]. Não 
preclui, sendo admissível sua alegação a qualquer tempo 
e grau ordinário de jurisdição. 
• 14. Processo civil. Direito de defesa. Sobre abuso 
do direito de defesa do réu no processo civil, autorizador 
da concessão, em favor do autor, da antecipação da 
tutela de mérito, v. CPC 273 II. 
• 15. Dever de informar e abuso de direito. “O dever 
de informar também atua na concretização da confiança 
no tráfego negocial, então tutelando situações de 
confiança e vedando o comportamento contraditório e 
desleal” […] “Atua também com critério de mesuração do 
abuso de poder, tal qual versado no art. 117 da Lei de 
S.ª., ainda fundado na velha doutrina do abuso como ato 
emulativo” (Judith Martins-Costa. A boa-fé e os deveres 
dos administradores [Valor, E2, 11.12.2004]). 
# 16. Casuística: 
Abordagem de cliente por suspeita de furto. Abuso 
de direito. O estabelecimento comercial responde 
objetivamente por eventual excesso cometido no 
exercício do dever de guarda e vigilância de seu 
patrimônio e dos seus clientes. Caso em que 
caracterizada a falha no serviço de segurança da parte 
requerida ao abordar transeunte que passava próximo da 
entrada da loja, constrangendo-o mediante contenção 
física, causando-lhe ofensa à sua honra (TJRS, 9.ª 
CâmCiv, Ap 70043169382-Porto Alegre, rel. Des. Leonel 
Pires Ohlweiler, j. 10.8.2011, v.u., BolAASP 2763/11). 
Abuso de direito. Age com abuso de direito e viola a 
boa-fé o banco que se cobra, invocando cláusula 
contratual constante do contrato de financiamento, 
lançando mão do numerário depositado pelo correntista 
em conta destinada ao pagamento dos salários de seus 
empregados, cujo numerário teria sido obtido junto ao 
BNDES. A cláusula que permite esse procedimento é 
mais abusiva do que a cláusula mandato, pois, enquanto 
esta autoriza apenas a constituição do título, aquela 
permite a cobrança pelos próprios meios do credor, nos 
valores e no momento por ele escolhidos (STJ, 4.ª T., 
REsp 250523-SP, rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, v.u., j. 
19.10.2000, DJU 18.12.2000, RSTJ 145/446). 
Abuso de direito. Jornada V DirCiv STJ 412: “As 
diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma 
situação jurídica subjetiva, tais como supressio, tu 
quoque, surrectio e venire contra factum proprium, são 
concreções da boa-fé objetiva”. 
Abuso de direito e responsabilidade civil. Jornada 
VI DirCiv STJ 539: “O abuso de direito é uma categoria 
jurídica autônoma em relação à responsabilidade civil.
Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia 
controle independentemente de dano”. 
Ação penal. “Responsabilidade civil. Questionamento 
sobre o dever de indenizar os dissabores de ação penal 
que teria sido provocada por abuso do direito. 
Comunicação de furto de novilha (CC/1916 160 I [CC 
188]). Na ausência de prova cabal da má-fé, imprudência 
ou leviandade de quem comunica a ocorrência de furto 
cuja autoria os vizinhos desafetos assumem durante uma 
altercação verbal, não há como reconhecer que faltou 
boa-fé objetiva na conduta para, com isso, indenizar os 
destinatários da sentença de improcedência do processo 
criminal, motivada por falta de provas (CPP 386 IV) 
[redação anterior à L 11690/08]. Não provimento, com 
determinação (CPC 15)” (TJSP, 3.ª Câm.Dir. Priv., Ap 
587561-Bragança Paulista, rel. Des. Ênio Santarelli 
Zuliani, v.u., j. 17.6.2003). 
Acidente de trânsito. Ato de terceiro. 
Indenização. “A empresa cujo preposto, buscando evitar 
atropelamento, procede a manobra evasiva que culmina 
no abalroamento de outro veículo, causando danos, 
responde civilmente pela sua reparação, ainda que não 
se configure, na espécie, a ilicitude do ato, praticado em 
estado de necessidade” (STJ, 4.ª T., REsp 124527-SP, 
rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, v.u., j. 4.5.2000). 
Adimplemento substancial. A extinção do contrato 
por inadimplemento do devedor somente se justifica 
quando a mora causa ao credor dano de tal envergadura 
que não lhe interessa mais o recebimento da prestação 
devida, pois a economia do contrato está afetada. Se o 
que falta é apenas a última prestação de um contrato de 
financiamento com alienação fiduciária, verifica-se que o 
contrato foi substancialmente cumprido e deve ser 
mantido, cabendo ao credor executar o débito. Usar do 
inadimplemento e de importância reduzida na economia 
do contrato para resolver o negócio significa ofensa ao 
princípio do adimplemento substancial, admitido no direito 
e consagrado pela Convenção de Viena de 1980, que 
regula o comércio internacional (O Brasil ainda não aderiu 
a esse tratado, cfe. Gustavo Vieira da Costa Cerqueira. O 
cumprimento defeituoso nos contratos de compra e venda 
internacional de mercadorias: uma análise comparativa 
entre o direito brasileiro e a Convenção de Viena de 
1980 [Est. Jayme, p. 499]). No Brasil, se impõe como uma 
exigência da boa-fé objetiva, pois é eticamente 
indefensável que a instituição bancária alegue a mora em 
relação ao pagamento da última parcela, esqueça o fato 
de que o valor do débito foi depositado em juízo e estava 
à sua disposição, para vir lançar mão da forte medida de 
reintegração liminar na posse do bem e pedir a extinção 
do contrato. O deferimento de sua pretensão permitiria a 
retenção dos valores já recebidos e, ainda, obter a posse 
do veículo, para ser revendido nas condições que todos 
conhecemos, solução evidentemente danosa ao 
financiado (STJ, 4.ª T., REsp 272739-MG, rel. Ruy 
Rosado de Aguiar Júnior, v.u., j. 1.º.3.2001, DJU 
2.4.2001). Esta é hipótese que a doutrina considera como 
limitadora de direitos subjetivos e enquadrada na teoria 
do abuso de direito (Levada. Abuso, p. 50). 
Assinatura forçada de cheque. Exercício regular de 
um direito. Não caracteriza exercício normal de um 
direito compelir uma pessoa a assinar cheque de valor 
fixado aleatoriamente (RT 587/137). 
Bons costumes. Jornada V DirCiv STJ 413: “Os 
bons costumes previstos no CC 187 possuem natureza 
subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de 
determinada época, e objetiva, para permitir a sindicância 
da violação dos negócios jurídicos em questões não 
abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva”. 
Cambial. Corretagem. Há abuso de direito quando se 
saca letra de câmbio, sem autorização legal ou por 
escrito, para compelir o devedor a um pagamento que ele 
mesmo tem por indevido, pelo só temor dos desastrosos 
efeitos do protesto, com a finalidade de receber comissão 
de corretagem (RJTJRS 28/373). 
Cambial. Falta de autorização. Constitui abuso de 
direito sacar letra de câmbio e levá-la a protesto sem 
estar autorizado por lei ou contrato (RJTJRS 43/374). 
Cambial. Honorários de advogado. Saque de letra de 
câmbio, sem previsão contida no contrato, para o 
recebimento de honorários de advogado caracteriza 
abuso de direito (RJTJRS 47/345). 
Cambial. Saque de letra de câmbio. Configuram 
abuso de direito o saque e a tentativa de protesto de letra 
de câmbio, sem que exista direito cambial a ser 
resguardado (RJTJRS 29/298). 
Dano moral. Cheque. STJ 388: “A simples devolução 
indevida de cheque caracteriza dano moral”. 
Dívida em discussão. Ausência de prejuízo 
irreparável ou de difícil reparação. Nome do cliente 
incluso no cadastro do SERASA. Abuso de direito 
configurado. “Se o contrato encontra-se em discussão, 
nenhuma razão de direito ou de fato permite dar-se à 
palavra do banco, credor, maior valor do que à palavra do 
cliente, devedor. Tanto o banco pode estar certo, 
eventualmente, como, também eventualmente, pode estar 
certo o cliente – e, em sendo assim, é absolutamente 
inadmissível certificar-se o cliente como inadimplente, não 
cumpridor do contrato, se este ainda se encontra em 
discussão. Se, e quando, houver o trânsito em julgado da 
indigitada ação em que se discute o contrato assinado 
pelas partes, aí sim poderá a agravante legitimar-se a 
incluir o nome do devedor como inadimplente, pois só aí 
terá o Judiciário decidido ter ocorrido efetivamente a 
inadimplência. E não é ‘normal’, em absoluto, acabar com 
crédito de alguém que ainda está discutindo os termos do 
que contratou, o que implicaria admitir inaceitável pressão 
social e psicológica para forçar o devedor à desistência 
da demanda proposta” (2.º TACivSP, 10.ª Câm., Ag 
549613-0/6, rel. Soares Levada, v.u.). 
Personalidade societária. O juiz pode julgar ineficaz a 
personificação societária, sempre que for usada com 
abuso de direito, para fraudar a lei ou prejudicar terceiros 
(RSTJ 140/396). No mesmo sentido: RSTJ 120/370. 
Prédio alugado. Abuso de direito. STF 409: “Ao 
retomante, que tenha mais de um prédio alugado, cabe 
optar entre eles, salvo abuso de direito”. 
Responsabilidade objetiva. Jornada I DirCiv STJ 
37: “A responsabilidade civil decorrente do abuso do 
direito independe de culpa e fundamenta-se somente no 
critério objetivo-finalístico”. 
ø Doutrina 
Monografias: Abbas Karimi. Les clauses abusives et 
la théorie de l’abus de droit, 2001; Abel M. Fleitas. El 
abuso del derecho em la reforma del Código Civil 
Argentino, 1944; Carlos Fernández Sessarego. Abuso del 
derecho, 1992; Levada. Abuso; Daniel Martins 
Boulos. Abuso do direito no novo Código Civil, SP: 
Método, 2006; Eduardo Jordão. Abuso de direito, Podium, 
Salvador, 2006; Everardo da Cunha Luna. Abuso de 
direito, 2.ª ed., 1988; Fernando Augusto Cunha de 
Sá. Abuso do direito, 1997; G. Noto Sardegna. L’abuso 
del diritto, 1907; Giulio Levi. L’abuso del diritto, 1993; 
Guilherme Fernandes Neto. O abuso do direito no Código 
de Defesa do Consumidor, 1999; Heloísa Carpena. Abuso 
do direito nos contratos de consumo, RJ-SP: Renovar, 
2001; Jorge Manuel Coutinho de Abreu. Do abuso de 
direito, 1999; Jose Calvo Sotelo. La doctrina del abuso del 
derecho, 1917; Jose Manuel Martin Bernal. El abuso del 
derecho, 1982; Juan M. Dobson. El abuso de la 
personalidad jurídica en derecho privado, 1985; Keila 
Pacheco Ferreira. Abuso do direito nas relações 
obrigacionais, Belo Horizonte: Del Rey, 2007; L. 
Campion. La théorie de l’abus des droits, 1925; Louis 
Josserand. De l’abus de droits, 1905; Louis 
Josserand. De l’esprit des droits et de leur relativité 
(Théorie dite de l’abus des droits), 1927; Louis 
Salanson. De l’abus de droit, 1903; Lúcio Flávio de 
Vasconcellos Naves. Abuso no exercício do direito, 1999;
Luis Alberto Warat. Abuso del derecho y lagunas de la 
ley, 1969; Marcus Elidius Michelli de Almeida. Abuso do 
direito e concorrência desleal, 2004; Mario 
Rotondi. L’abuso di diritto (aemulatio), 1979; Mario 
Rotondi (org.). L’abuso di diritto, 1979; Milton Flávio de 
Almeida Camargo Lautenschläger. Abuso do direito, SP: 
Atlas, 2007; Pedro Baptista Martins. O abuso do direito e 
o ato ilícito, 3.ª ed., 1997; Rescigno. Abuso; Rosalice 
Fidalgo Pinheiro. O abuso do direito e as relações 
contratuais, RJ-SP: Renovar, 2002; Trifu Selea. La notion 
de l’abus du droit dans le droit international, 1940; Virgilio 
Giorgianni. L’abuso del diritto nella teoria della norma 
giuridica, 1963. 
Artigos: Alvino Lima. Abuso de direito (RF 166/25-51); 
Araken de Assis. Liquidação dos danos (RT 759/11); 
Alexandre Miguel. A responsabilidade civil no Novo 
Código Civil: algumas considerações (RT 809/11); Camila 
Lemos Azi. A lesão como forma de abuso de direito (RT 
826/38); Cláudio Antônio Soares 
Levada. Responsabilidade civil por abuso de direito (RT 
661/37); Cláudio Antônio Soares Levada.Anotações sobre 
o abuso de direito (RT 667/44, atualizado em RDPriv 
11/68); Fábio Pallretti Calcini. Abuso do direito e o novo 
Código Civil (RT830/27); Fabrício Castagna Lunardi. A 
teoria do abuso de direito no direito civil constitucional: 
novos paradigmas para os contratos (RDPriv 34/105); 
Fernando Noronha. O ato ilícito nos contratos e fora 
deles (RDC 34/34); Judith Martins-Costa. A ilicitude 
derivada do exercício contraditório de um direito: o 
renascer de venire contra factum proprium (RF 376/109-
129); Judith Martins-Costa. O exercício jurídico 
disfuncional e os contratos interempresariais (RA 96/48); 
Noé de Azevedo. Ilícito civil e ilícito penal (RT 290/7); 
Ricardo Luis Lorenzetti. Nuevas fronteras del abuso de 
derecho (Situaciones jurídicas lesivas de libertades. 
Tutela del mercado y amparo) (RT 723/53); Rosa Maria 
de Andrade Nery. Apontamentos sobre o princípio da 
solidariedade no sistema de Direito Privado (RDPriv 
17/65); Ruy Rosado de Aguiar Júnior. Projeto do Código 
Civil. As obrigações e os contratos (RT 775/19-31); Sergio 
Cavalieri Filho. Responsabilidade civil no Novo Código 
Civil (RDC 48/69); Teresa Ancona Lopez. Exercício do 
direito e suas limitações: abuso do direito (Est. Rui 
Geraldo, p. 540). 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 1 e 2 
I – os praticados em legítima defesa3 a 5 ou no exercício regular de um 
direito reconhecido;6 
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, 
a fim de remover perigo iminente.7 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente 
quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não 
excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.8 e 9 
• 1. Correspondência legislativa (parcial). CC/1916 
160. 
• 2. Lesado e dono da coisa não culpados do 
perigo. No caso do CC 188 I e II, se o perigo ocorrer por 
culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação 
regressiva para haver a importância que tiver ressarcido 
ao lesado (CC 929 e 930). 
• I: 3. Legítima defesa. Conceito. É a repulsa, 
proporcional à ofensa, no intuito de evitar que direito 
próprio ou de outrem seja violado. O sistema autoriza a 
defesa da pessoa, de terceiro e também dos bens de 
ambos, para evitar que ataque injusto cause dano à 
pessoa e/ou bens. Se no juízo penal o réu foi absolvido 
porque se reconheceu o exercício de legítima defesa, não 
se poderá mais questionar sobre o fato no juízo cível, 
porque os fatos justificáveis não são considerados ilícitos 
civis. 
• 4. Legítima defesa. Natureza jurídica. É causa de 
exclusão da antijuridicidade do ato de defesa, tanto no 
direito civil como no penal. O CP 25 define legítima 
defesa: “Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. 
O CC 1210 § 1.º autoriza o desforço pessoal para a 
recuperação da posse, que é ato de legítima defesa: “§ 
1.º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se 
ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça 
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir 
além do indispensável à manutenção, ou restituição da 
posse”. Note-se que os elementos constitutivos da 
legítima defesa estão no CC 1210 § 1.º (injusta agressão: 
possuidor esbulhado; atual ou iminente: contanto que o 
faça logo; atos não podem ir além do indispensável: 
meios moderados). 
• 5. Excesso de legítima defesa. Se a repulsa a ato 
injusto for exercida de modo desproporcional, há excesso 
na legítima defesa e aquele que assim agiu responde 
pelo excesso. 
• 6. Exercício regular de direito. É a utilização do 
direito sem invadir a esfera do direito de outrem. É não 
prejudicar o direito de outrem, independentemente de 
causar dano. Só exerce regularmente seu direito aquele 
que não prejudica direito de outrem. 
• II: 7. Estado de necessidade. Age em estado de 
necessidade aquele que, para salvar a si ou a terceiro de 
perigo grave e iminente, pratica ato que ofende direito de 
outrem. Também exclui a antijuridicidade do ato ofensivo, 
liberando o causador do dano de indenizar. V. CP 24. 
• Par.ún.: 8. Excesso no estado de 
necessidade. Havendo a prática de ato em estado de 
necessidade, mas que exceda os limites do necessário à 
remoção do perigo, aquele que praticou o ato responde 
pelo excesso. 
# 9. Casuística: 
Estado de necessidade. Reconhecimento no juízo 
criminal. Efeito. Exclusão da ilicitude civil. Havendo a 
sentença penal reconhecido ter sido o ato praticado em 
estado de necessidade, não se pode, no cível, deixar de 
reconhecer esse fato (CPP 65) (STJ, 3.ª T., REsp 27063-
SC, rel. Min. Eduardo Ribeiro, m.v., j. 4.3.1997). 
Recurso de assistente de acusação no processo 
penal. Repercussão civil. “O direito de recorrer, que 
nasce no processo – embora condicionado ao exercício e 
instrumentalmente conexo ao direito de ação, que 
preexiste ao processo – a ele não se pode reduzir, sem 
abstração das diferenças substanciais que os distinguem. 
Em si mesma, a titularidade privativa da ação penal 
pública, deferida pela CF ao Ministério Público, veda que 
o poder de iniciativa do processo de ação penal pública 
se configure a outrem, mas nada antecipa sobre a 
outorga ou não de outros direitos e poderes processuais a 
terceiros no desenvolvimento da consequente relação 
processual. Ao contrário, a legitimidade questionada para 
a apelação supletiva, nos quadros do direito processual 
vigente, se harmoniza, na CF, não apenas com a garantia 
da ação privada subsidiária, na hipótese de inércia do 
Ministério Público (CF 5.º LIX), mas também, e 
principalmente, com a do contraditório e da ampla defesa 
e a do devido processo legal, dadas as repercussões que, 
uma vez proposta a ação penal pública, a sentença 
absolutória poderá acarretar, secundum eventum litis, 
para interesses próprios do ofendido ou de seus 
sucessores (CPP 65 e 66; CC/1916 160 [CC 188])” (STF, 
Pleno, HC 68413-DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 
22.5.1991, v.u., DJU 18.10.1991). 
ø Doutrina 
Monografias: Aparecida Amarante. Excludentes de 
ilicitude civil (legítima defesa, exercício regular de um 
direito reconhecido, estado de necessidade), 1999; Rosa 
Maria Barreto Borriello de Andrade Nery. Apontamentos 
sobre o princípio da solidariedade no sistema de direito 
privado (RDPriv 17/65); Teresa Quintela de Brito. O 
direito de necessidade e a legítima defesa no Código Civil 
e no Código Penal, 1994.

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