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O DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA

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O DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA
Discurso da Servidão Voluntária é um discurso de autoria de Étienne de La Boétie, publicado originalmente após sua morte em 1563. O texto foi elaborado depois da derrota do povo francês contra o exército e fiscais do rei, que estabeleceram um novo imposto sobre o sal. 
A obra se mostra como uma espécie de hino à liberdade, com questionamentos sobre as causas da dominação de muitos por poucos, da indignação da opressão e das formas como vence-las. Já no título aparece a contradição do termo servidão voluntária, pois como se pode servir de forma voluntária, isto é, sacrificando a própria liberdade de espontânea vontade? 
Na obra, o autor pergunta-se sobre a possibilidade de cidades inteiras submeterem-se a vontade de um só. De onde um só tira o poder para controlar todos? Isso só poderia acontecer mediante uma espécie de servidão voluntária. Ele afirma então que são os próprios homens que se fazem dominar, pois caso quisessem sua liberdade de volta, precisariam apenas de se rebelar para consegui-la. Inicialmente, a servidão é forçada; com o tempo, vem o acostumar-se a ela; então, os descendentes, tendo nascido neste estado de coisas, servem sem pesar e voluntariamente, como se fosse algo natural.
Étienne afirma que é possível resistir à opressão, e ainda por cima sem recorrer à violência - segundo ele a tirania se destrói sozinha quando os indivíduos se recusam a consentir com sua própria escravidão. Como a autoridade constrói seu poder principalmente com a obediência consentida dos oprimidos, uma estratégia de resistência sem violência é possível, organizando coletivamente a recusa de obedecer ou colaborar. 
O PENSAMENTO DE EPICURO NA CARTA SOBRE A FELICIDADE 
 A carta a Meneceu, de Epicuro, é mais conhecida como Carta sobre a felicidade tendo em vista atingir a tão almejada “saúde do Espirito”. Tem como meta atingir a felicidade do homem, a começar pela crença na existência dos deuses, considerados imortais e bem aventurados. Em outro tópico é apresentada a morte, como o mais aterrador dos males. Para Epicuro vencer o medo da morte é necessário, pois o importante é a qualidade de vida e não a duração. Já o desejo é acompanhado das grandes necessidades, do cuidado do corpo e da tranqüilidade do espirito. O prazer como bem principal é inato, não é algo que deva ser buscado a todo custo. 
E finalmente o homem sábio jamais deve acreditar cegamente no destino e na sorte como se estes fossem fatalidades inexoráveis e sem esperança, despontando aqui a sua crença na vontade e na liberdade do homem. Na Carta sobre a Felicidade, Epicuro traz em primeiro lugar a sua consideração as divindades como um ente imortal não podendo contribuir a ela nada que seja incompatível com sua imortalidade. Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles. Surge então a crença que os deuses trazem malefícios, quando o ímpio atribui aos deuses os falsos juízos. Daí a crença de que os deuses causam os maiores malefícios aos maus e maiores benefícios aos bons. Epicuro também nos traz a idéia de que a morte para nós não é nada. 
Aquele que não tem medo de morrer, está convencido que não há nada de terrível em deixar de viver, por isso Epicuro diz que a morte é chegada pois aflige a própria espera, e aquele que está preparado para receber não fica afligido pois não tem o medo da morte, visando ele a imortalidade do espirito.
O viver para Epicuro tem um sentido muito grande e bonito quanto a vida. Mesmo sabendo que o futuro não é nosso, o homem é livre. 
A filosofia, para Epicuro, deveria servir ao homem como instrumento de libertação e como via de acesso à verdadeira felicidade. Está consistiria na serenidade de espírito que advém da consciência de que é ao homem que compete conseguir o domínio de si mesmo. Com sua concepção da realidade, Epicuro pretende libertar o homem dos dois temores que o impediram de encontrar a felicidade: o medo dos deuses e o temor da morte. Quanto à morte, não há também porque teme-la. A morte, portanto, não existe enquanto o homem vive e este não existe mais quando ela sobrevém. 
Epicuro afirma que o prazer que o homem deve buscar não é o da pura satisfação física imediata e mutável. Para Epicuro o prazer que deve nortear a conduta humana é constituído pela ausência de perturbação e pela ausência de dor, ambas podem ser alcançadas na medida em que o homem, através do autodomínio, busque a auto-suficiência que o torne um ser que tem em si mesmo sua própria lei, capaz de ser feliz e sereno independentemente das circunstâncias. 
CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NESSE CONTEXTO.
Além de uma compreensão filosófica dos problemas sociais e considerando que estamos diante de uma sociedade cada vez mais global, a filosofia também precisa refletir sobre este novo modelo de sociedade. Num período onde a “Globalização” é considerada o maior “avanço” da humanidade desde as grandes conquistas do Império Romano, questiona-se também (e ainda) as relações sociais neste processo. Formam-se imensos blocos econômicos, procura-se estabelecer uma moeda única, tenta-se derrubar as delimitações que outrora se apresentaram como uma grande conquista: a formação do Estado. Enfim, apresenta-se uma nova leitura da sociedade contemporânea que tenta descobrir uma forma de progresso e reorganização do espaço geográfico. Neste processo dialético de avanço e retrocesso, formulam-se inúmeras teorias acerca da realidade. Economistas, Políticos e Geógrafos, efetuam suas observações e reflexões em relação aos problemas emergentes da sociedade, elaboram suas teorias e propõem.
A exploração do homem pelo seu semelhante, por exemplo, é clarividente. Nem Karl Marx poderia ser capaz de imaginar que o trabalho operário fosse capaz de gerar tantos lucros. A mais-valia é apenas um esboço ultrapassado do que ocorre em nossa sociedade.
 Em contrapartida, o advento de tantas seitas e igrejas, o “tribalismo religioso”, a construção de novos mitos e divindades, numa época em que a ciência parecia tornar obsoletas as investigações teológico-religiosas, retratam um movimento de reaproximação do homem à interminável busca do seu criador, e em busca de sua gênese.
 Enfim, há uma multiplicidade de fatos e atos, aparentemente desconexos, que se entrelaçam no interior da sociedade, interagindo uns com os outros, e constituindo o elemento mais complexo que pode-se imaginar: o homem contemporâneo. Este homem, nós sabemos, é, por excelência, um ser social, que diante do seu confronto cotidiano com a realidade vê nascer os seus problemas. Teoricamente caberia à Ética, à Epistemologia, à Filosofia Política, à Metafísica, dentre tantas ramificações da Filosofia, auxiliar o homem na busca de soluções para seus principais problemas, visto que eles versam sobre a moral, a “re-organização” da sociedade, a existência, dentre inúmeros outros.
 Entretanto, as ciências empíricas, sob a égide do positivismo se encarregam de desempenhar – muito mal, diga-se de passagem – a função da Filosofia. Avaliam a realidade, e esboçam sua compreensão fenomênica dos fatos, embora sem o rigor crítico necessário.
 Enquanto isso, a Filosofia continua disponível para poder dar a sua contribuição. E, talvez, uma de suas contribuições mais significativas, é a de tentar mostrar ao homem que ele não é meramente um produto do meio, um ser passivo que sofre as interferências das pessoas que o circundam e reage como tal. O homem também interfere no meio de forma ativa, criando e transformando a sociedade (qualquer que seja o seu modelo político-ideológico, Capitalismo ou Socialismo) e seus componentes. Convive com seus semelhantes numa espécie de “dialética existencial”, interagindo com outras pessoas e com o meio. Diante desta complexa “interação” – que não é estática, mas, dinâmica – os traços pessoais do indivíduo se confundem e ele, por muitas vezes, passa a agir em função do pensamento do outro. Então odiscurso filosófico aparece para desenvolver o pensamento crítico, buscando refletir sistematicamente sobre as inúmeras práticas sociais, porque não se pode pensar em nenhum indivíduo que não seja solicitado a refletir e agir dentro da realidade na qual se encontra.
KANT: DIREITO E HISTÓRIA. Uma interpretação do texto IDÉIA DE UMA HISTÓRIA UNIVERSAL DE UM PONTO DE VISTA COSMOPOLITA.
Kant obteve muitas influências externas do empirismo inglês de David Hume, como também, da física de Newton e a concepção moral de Rousseau; digamos que as concepções filosóficas e políticas retratam uma certa atração por estes pensadores.
Em Kant há a preocupação de encontrar, na história e na sociedade as leis naturais, que não são reveladas e explicadas por mediação teológica.
A sociedade segundo Kant, era como um Universo desordenado, onde os corpos que a integram (unidades políticas que compõem o conjunto geral das nações) viviam em total desarmonia.
Sendo que cada “unidade política” possui uma visão exclusivista da sua função no conjunto geral, muitas vezes hostil às demais, a guerra, e não a paz, costuma ser o veículo mais comum das suas comunicações.
E a “Filosofia Política” possui a finalidade de corrigir a desordem terrena das nações, adequando-as e harmonizando-as como ocorre com o funcionamento perfeito dos sistemas e leis desenvolvidos por sujeitos como Newton e Kepler.
Na obra estudada (Idéia de uma história universal sob o ponto de vista cosmopolita), Kant alega que os acontecimentos históricos, sejam nos aspectos positivos ou negativos, devem ser vistos do ponto de vista cosmopolita, no qual há benefício a todos.
Kant inicia indicando o aspecto “Metafísico” das ações humanas, como também, dos acontecimentos naturais como sendo originados pelas “leis naturais universais”.
Em seguida trata do aspecto histórico, onde ressalta a importância de observações, em “linhas gerais”, das diversas manifestações humanas, que possibilita uma visão do movimento regular do todo. Sendo que, aquilo que é confuso e irregular nos sujeitos individuais, se mostra como “continuamente progressivo” no conjunto da Espécie, embora lento.
E Kant adverte sobre a impossibilidade de mensurar a influência da “livre Vontade dos homens”, que não estão submetidos às regras; mesmo que estatísticas demonstrem que tudo acontece segundo “leis naturais constantes”.
Em seguida é observado que homens, enquanto indivíduos, e até povos inteiros, não se dão conta de que perseguem fins particulares, se opondo uns aos outros; fim que é desconhecido, e mesmo que o conhecessem de nada importaria.
Os homens em geral, não agem instintivamente como os animais, e nem como moderados cidadãos determinados a planejar sua história. Nesse ponto, Kant manifesta um desprazer em observar a conduta da humanidade no cenário mundial, alegando que mesmo aquilo que parece grande Sabedoria na humanidade, não passa de tolices, “caprichos pueris” e “maldades infantis”.
Na posição de filosofo a obrigação é, segundo Kant, descobrir no curso absurdo das coisas humanas, uma intenção da natureza, para criaturas que agem sem plano próprio. Daí, sua proposta de encontrar para espécie humana um fio condutor de uma história que se realiza segundo um plano determinado da natureza. Por fim, Kant conclui sua introdução citando Kepler e Newton justificados por expor suas leis com êxito.
FILOSOFIA: ORIGEM, NASCIMENTO, TRAÇOS ESSENCIAIS, PRINCIPAIS PERÍODOS, OS PRIMEIROS FILÓSOFOS. 
Filosofia é o estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência humana; do conhecimento; da verdade; dos valores morais e estéticos; da mente; da linguagem, bem como do universo em sua totalidade. O termo foi cunhado por Pitágoras (570 – 495 a.C). A filosofia ocidental surgiu na Grécia antiga no século VI a.C. A partir de então, uma sucessão de pensadores originais – como Tales, Xenófanes, Pitágoras, Heráclito e Protágoras – empenhou-se em responder, racionalmente, questões acerca da realidade última das coisas, das origens e características do verdadeiro conhecimento, da objetividade dos valores morais, da existência e natureza dos deuses (ou de Deus). Muitas das questões levantadas por esses antigos pensadores são, ainda, temas importantes da filosofia contemporânea.
Ao examinar tais questões, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentação racional; por outro lado, diferencia-se também das pesquisas científicas por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação racional, a análise conceitual, a dialética, a hermenêutica, a fenomenologia, as experiências de pensamento e outros métodos investigativos a priori. A Filosofia é o saber mais abrangente – na medida em que ocupa-se com os grandes temas da humanidade. A partir dela, são fundamentadas e desenvolvidas teorias, metodologias, pesquisas, projetos educacionais, bem como elabora-se, inclusive, a própria fundamentação racional das instituições do conhecimento humano, as instituições científicas, artísticas, religiosas e culturais. 
Durante as Idades Antiga e Medieval, a filosofia compreendia praticamente todas as áreas de investigação teórica. Em seu escopo figuravam desde disciplinas altamente abstratas – em que se estudavam o "ser enquanto ser" e os princípios gerais do raciocínio – até pesquisas sobre fenômenos mais específicos – como a queda dos corpos e a classificação dos seres vivos. Especialmente a partir do século XVII, vários ramos do conhecimento começam a se desvencilhar da filosofia e a se constituir em ciências independentes com técnicas e métodos próprios (priorizando, sobretudo, a observação e a experimentação). Apesar disso, a filosofia atual ainda pode ser vista como uma disciplina que trata de questões gerais e abstratas que sejam relevantes para a fundamentação das demais ciências particulares ou demais atividades culturais. A princípio, tais questões não poderiam ser convenientemente tratadas por métodos científicos.
 Os problemas filosóficos são agrupados em subáreas temáticas: entre elas as mais tradicionais são a metafísica, a epistemologia, a lógica, a ética, a estética e a filosofia política
CINCO MINUTOS – RADBRUCH
Em 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o jurista alemão Gustav Radbruch (1878-1949) distribuiu uma circular para seus alunos de Direito na Universidade de Heildelberg. O texto é emblemático, vale como alerta, deve ser recebido com o respeito devido a quem foi afastado da cátedra, ainda em 1933, por opor-se ao nazismo, ainda que, bem entendido, em seus escritos da década de 1920 possa se evidenciar uma adesão quase que ilimitada ao positivismo.
Cinco Minutos de Filosofia do Direito é fragmento que supõe retomada do jusnaturalismo, insumo conceitual que orientará algumas linhas jusfilosóficas da segunda metade do século XX, e que se desdobraram de alguma forma no neoconstitucionalismo, paradoxalmente também batizado de neopositivismo. Com o fim da guerra, Radbruch dirigiu a Faculdade de Direito em Heildelberg. Morreu sem a possibilidade de acompanhar o trabalho do Tribunal Federal Constitucional da Alemanha.
O humanismo de Radbruch é também marcado por sua passagem pela Cruz Vermelha, onde atuou como voluntário. Sua ação política foi marcada por militância entre grupos socialistas, bem como por sua atuação como deputado e como ministro de Justiça durante a República de Weimar.
Para Radbruch, “ordens são ordens, é a lei do soldado”. A afirmação, tomada isoladamente, justificaria a posição dos alemães julgados em Nuremberg, e de todos os que foram posteriormente processados, inclusive entre os próprios alemães e no que se refere às próprias consciências. Além do que, continua, “a lei é a lei, diz o jurista”. Explicando o tempo que a Alemanha acabava de viver, isto é, os anos do nacional-socialismo, afirmou que “ao passo que para o soldado a obrigação e o dever de obediência cessam quando ele souberque a ordem recebida visa a prática dum crime, o jurista, desde que há cerca de cem anos desapareceram os últimos jusnaturalistas, não conhece exceções deste gênero à validade das leis nem ao preceito de obediência que os cidadãos lhes devem. Concluiu esse primeiro minuto culpando o positivismo pelo pesadelo nazista, do ponto de vista jurídico.
O DIREITO E AS LIBERDADES ARTISTICAS
A liberdade artística é um espectro da liberdade de expressão que, como esta, gera discussões acerca de seus reais limites. Não apenas no Brasil, mas também no Direito Comparado, trata-se de tema complexo, para o qual as cortes constitucionais, quando demandadas, em diversos casos precisam estabelecer critérios para separar o conceito de arte da prática de ato que configure algum ilícito ou agressão a terceiros.
Justamente esse ponto — a muitas vezes tênue linha entre arte e ato ilícito — é um dos temas mais debatidos no momento.
É bem verdade que arte como fenômeno social envolve uma teia de relações, que reclamam “condições de segurança, de liberdade e de justiça para o seu desenvolvimento”. Entre nós, a liberdade artística está assegurada na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5º, IX, que prescreve ser “livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.
O texto constitucional brasileiro também estabelece que diversões e espetáculos públicos ficam sujeitos a regulamentações especiais. No caso, interferência do poder público para informar sobre sua natureza e faixa etária. além de locais ou horários em que sua apresentação seria inadequada. Não há, em princípio, o ato de censura, comum no regime pré-1988.
Ainda que “tentativas de definir materialmente arte, para além de se revelarem pouco frutíferas, parecem tornar o artista refém da qualidade que terceiros possam encontrar na sua obra, a delimitação constitucional do conceito de arte e de artista, para daí apreciar seus limites, não é questão muito debatida no Brasil. Sua análise acaba por ser genérica, limitando-se a incluí-la como integrante da liberdade de expressão.
No Direito Comparado, a doutrina alemã — da qual a autora se vale, por seu histórico acadêmico — reporta ser praticamente em vão as tentativas de se desenvolver definição de arte universalmente aceita.
Como visto, o conceito de liberdade artística é extremamente amplo e variável. A adequação da conduta ao tempo, ao local e ao contexto em que praticada é essencial para sua caracterização. Ainda assim, há de se proteger manifestações que hoje podem ser consideradas chocantes pela maioria, uma vez que a liberdade artística, como liberdade de expressão, é um dos instrumentos utilizados pelo ser humano como forma de manifestação para própria evolução de ideias. Afinal, o sentido e a razão do direito fundamental de liberdade de expressão é “assegurar o combate intelectual de opiniões”

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