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AD2-2017 2

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina: PORTUGUÊS 1
Coordenador: ROSANE SANTOS MAURO MONNERAT
AD2 2017/2
Leia com atenção o texto “Fogo cruzado”, de Fernanda Torres - extraído da revista VEJA de 23 de agosto de 2017, página 58 – para responder às perguntas
 
Fogo cruzado
                A tarde caía, quando deixei a serra, depois de um dia de sol frio no mato.
                Desde criança, quando eu costumava passar os fins de semana num sítio em Teresópolis, lamento a volta para casa. O ar fresco da montanha, aos poucos, cede lugar à atmosfera abafada da Baixada; as árvores desaparecem depois de Xerém; o trânsito cada vez mais pesado, afunila-se nas vias expressas; a fumaça das fábricas e dos caminhões encobre o céu claro; os motéis temáticos e os galpões de atacado enfeiam a paisagem; o fedor dos rios podres e o horror da civilização anunciam o retorno para a rotina da escola e do ganha-pão.
                Como se não bastasse, a violência do Rio veio salgar, ainda mais, a descida para o inferno. Desta vez, não foi diferente. Na altura de Caxias, me preparei para encarar a Linha Vermelha, já havia anoitecido, e a paranoia era grande. Foi quando meu cônjuge sugeriu consultar o Onde Tem Tiroteio.
                _ O quê? – perguntei.
                _ O OTT ou o Fogo Cruzado – ele disse -, tanto faz.
                Trata-se de dois aplicativos de celular que, à maneira do Waze e do Google Maps, trazem um mapa detalhado da cidade, assinalando, com precisão, as trocas de tiros. Os assaltos e as desgraças possíveis no trajeto.
                Baixei os ditos e, em segundos, pularam na tela dezenas de bombas, projéteis e marcas vermelhas, indicando o grau de perigo que enfrentaríamos no caminho. E não só. Ao clicar nos ícones, uma descrição pormenorizada das ocorrências informava a data e o horário dos incidentes, o número de mortos e feridos e o autor da notificação.
                Não havia perigo nas vias de acesso naquela noite, mas a quantidade de sinalizações nas comunidades vizinhas à RJ-071, à BR-101 e à BR-040 não deixava dúvida de que vivíamos numa cidade em guerra.
                Enquanto escrevo este artigo, na aparente segurança do lar, reabro o Fogo Cruzado e contabilizo 122 notificações no município do Rio. A experiência de checar o aplicativo é uma mistura desconcertante de Vale do Silício com guerrilha urbana, primitiva. Um GPS da barbárie social, que delineia limites cada vez mais tênues de civilidade, traça linhas imaginárias que lhe permitem fingir controle. Se andam estuprando mulheres, sequestrando criancinhas para servir de escudo, esfaqueando ciclistas nessa ou naquela rua, basta tomar uma paralela e ignorar a realidade.
                Na Síria, também é assim. Eu acreditava que Aleppo havia se transformado numa terra arrasada, até assistir a um documentário que mostrava que a guerra pesada, com mísseis capazes de destruir quarteirões inteiros, acontece na periferia do centro, esquecida pelo governo de Bashar al-Assad, que se tornou local de insurgência de grupos radicais. Do outro lado da cidade, as famílias continuam indo ao cinema, as crianças à escola, numa normalidade semelhante à do meu retorno para casa, guiada pelo Onde Tem Tiro e pelo Fogo Cruzado.
                A Síria é aqui.
 
 Observe o fragmento seguinte para responder às questões 1 e 2:
 
A tarde caía, quando deixei a serra, depois de um dia de sol frio no mato.
                Desde criança, quando eu costumava passar os fins de semana num sítio em Teresópolis, lamento a volta para casa. O ar fresco da montanha, aos poucos, cede lugar à atmosfera abafada da Baixada; as árvores desaparecem depois de Xerém; o trânsito cada vez mais pesado, afunila-se nas vias expressas; a fumaça das fábricas e dos caminhões encobre o céu claro; os motéis temáticos e os galpões de atacado enfeiam a paisagem; o fedor dos rios podres e o horror da civilização anunciam o retorno para a rotina da escola e do ganha-pão.
 
1) No fragmento em tela, que tipo textual se evidencia? Explique.
2) Justifique o emprego do presente do indicativo no trecho sublinhado.
3) No enunciado “Na Síria, também é assim.”, observa-se um conteúdo implícito. Identifique-o - apontando sua marca formal - e explique.
Veja o vídeo seguinte – uma publicidade de carro da marca GM - para responder às perguntas 4 e 5:
 
 https://youtu.be/FT08BPvOL24
Levando-se em consideração o motorista do carro Chevrolet Onix 2018, faça o que se pede:
 
4) Demonstre a diferença entre sentido de língua e sentido de discurso.
5) Que figura de linguagem se evidencia na fala da moça: “Oi, gatinho!”

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