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Contabilidade De Instituições Financeiras - Aula 2 - Sistema Financeiro Nacional

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MECANISMOS DE 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
AULA 2 
Prof. Alfredo Beckert Neto 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Estamos entrando em nossa segunda rota de conhecimento. Fique 
bem à vontade, se estique e relaxe para que o aprendizado seja ainda melhor! 
Na rota anterior, vimos nossas bases conceituais, desde a atividade 
econômica até o mercado financeiro. Agora, seguiremos em frente. 
Esta rota será fundamental para compreendermos as próximas e, por 
isso, pedimos uma atenção especial a ela. Abordaremos diversos assuntos, 
todos relacionados com o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Iniciaremos com 
o estudo de sua estrutura. Depois, conheceremos os órgãos normativos desse
sistema. Além disso, analisaremos tanto as entidades supervisoras, quanto os 
operadores inseridos no SFN. Para finalizar, conversaremos sobre a Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM), que é uma entidade supervisora desse sistema. 
Aproveite para parar e refletir durante os pontos que considerar 
interessantes nas aulas, pois podemos criar associações e, consequentemente, 
gerar novas ideias – e isso é ótimo! 
Desejamos a você um excelente estudo! 
CONTEXTUALIZANDO 
Imagine se você pudesse controlar todo o sistema financeiro de um país. 
Seria necessário criar diversos órgãos tanto para normatizar e regular quanto 
para supervisionar, fiscalizar e operar tal sistema, inclusive para cada segmento 
de mercado. É com essa estrutura que o governo consegue realizar todas essas 
atividades e é por meio dela que o governo consegue influenciar a economia 
para atender seus interesses e objetivos. Portanto, conhecer como funciona o 
sistema e as instituições que fazem parte dele significa entender quem dita as 
regras do “jogo” econômico e financeiro. 
PESQUISE 
Conhecimento nunca é demais: vamos pesquisar sobre como o sistema 
financeiro brasileiro está estruturado. Será que a previdência complementar e os 
seguros se encaixam dentro desse sistema? Em caso positivo, todos eles devem 
3 
seguir as regras impostas pelos órgãos normativos. Por isso, é importante 
conhecermos todos os elementos do sistema financeiro nacional. 
TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
Agora que já conhecemos um pouco mais a economia e o mercado 
financeiro, o que seria o Sistema Financeiro Nacional (SFN)? Segundo Kerr 
(2011), o SFN “é composto pelo conjunto de instituições e instrumentos 
financeiros que atuam no mercado com intuito de intermediar as transações 
entre os agentes econômicos superavitários e agentes econômicos deficitários.” 
Portanto, o SFN é formado de instituições responsáveis pela captação de 
recursos financeiros, distribuição e circulação de valores, assim como pela 
regulação desse processo. Simples assim. 
Para o bom funcionamento do mercado financeiro é necessária uma 
estrutura segura e confiável. Podemos considerar então que a função principal 
do SFN é estruturar o mercado financeiro. 
Conforme vocês imaginam, para atender o sistema, existem inúmeras 
instituições, e conheceremos cada uma delas nesta aula. 
De acordo com Pereira (2013, p. 59), o SFN é um dos segmentos mais 
regulamentados do mundo, pois é função do governo aumentar o volume de 
informação disponível aos participantes, garantindo assim que o sistema 
funcione de maneira adequada, melhorando o controle tanto sobre a oferta 
quanto sobre a demanda da moeda. 
O SFN possui uma estrutura organizada em órgão normativos, entidades 
supervisoras e operadores, conforme estrutura a seguir: 
 
 
4 
Quadro 1: Sistema Financeiro Nacional (SFN) 
 
Fonte: Baseado no site do Banco Central do Brasil. 
 
O Quadro 1 demonstra a estrutura do SFN hierarquicamente organizada 
da esquerda para a direita. Há três níveis de estruturas: órgãos normativos, 
entidades supervisoras e os operadores. Analisando também de forma vertical, 
temos três grandes blocos, um que se refere às atividades de intermediação 
financeira normatizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), outro 
referente aos seguros privados e, por fim, o bloco que trata da previdência 
complementar. 
É importante saber que quando mencionamos sobre poupança, não nos 
referimos à caderneta de poupança, em que colocamos o dinheiro no banco 
rendendo X% ao mês. Poupança significa a disponibilidade de recursos que 
provêm da parcela não consumida da renda. Qualquer pessoa física ou jurídica 
que tenha uma poupança ou uma disponibilidade financeira pode efetuar um 
investimento, e pode fazer isso por meio dos operadores do mercado financeiro. 
 
 
5 
Em outras palavras: imagine que você é um poupador e que gostaria que 
seu dinheiro gerasse uma renda. Você pode recorrer a uma instituição financeira, 
pois ela aplicaria seu dinheiro com o compromisso de remunerá-lo de acordo 
com uma taxa ou índice. Claro que quem acabará arcando com essa 
remuneração será aquele que precisará do dinheiro emprestado pelo banco. 
Esse banco faz parte da categoria dos operadores do SFN, e ele é 
supervisionado pelo Banco Central, que por sua vez segue as normas do CMN. 
Ademais, podemos classificar o SFN em dois segmentos: normativo e 
operador. O segmento normativo é formado pelos órgãos normativos e entidades 
supervisoras, pois atuam normatizando e fiscalizando o sistema financeiro. Por 
sua vez, o operador é formado pelos operadores que realizam a intermediação 
financeira no SFN. 
 
TEMA 2 – ÓRGÃOS NORMATIVOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
Agora que já conhecemos a estrutura do SFN, trataremos dos órgãos 
normativos do SFN. 
Primeiro, vamos definir o que é um órgão normativo. Normalmente, órgão 
normativo, como o próprio nome faz referência, é aquele que regula (cria 
normas) e controla o sistema ou subsistema. 
Há três órgãos normativos no SFN: Conselho Monetário Nacional (CMN), 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de 
Previdência Complementar (CNPC). Vamos detalhar cada um dos conselhos. 
 
Conselho Monetário Nacional (CMN) 
Foi instituído pela Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Ele é 
considerado o maior poder deliberativo do SFN e possui a função de criar 
diretrizes e normas para que o este funcione de forma adequada. A abrangência 
das funções do CMN engloba a política monetária, fiscal, de crédito, entre outras, 
com o objetivo de gerar o progresso econômico e social do país. Além disso, ele 
deve criar a regulamentação das operações de crédito das instituições 
financeiras e da moeda, assim como do mercado de capitais. Fazem parte 
também de suas atribuições estabelecer as políticas de poupança e 
investimento, supervisionar suas reservas de câmbio e ouro, assim como o 
Bacen e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo Kerr (2011, p. 15), 
dentro de suas competências ainda encontramos a de regular as condições de 
 
 
6 
criação, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras. O ministro da 
fazenda é o presidente do CMN, que ainda é composto pelo ministro do 
planejamento, desenvolvimento e gestão e também pelo presidente do Bacen. 
 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 
Foi criado pelo Decreto-Lei n° 73, de 21 de novembro de 1966. Este órgão 
tem como objetivo fixar as diretrizes e normas da política do segmento 
relacionado aos seguros privados, contratos de capitalização e previdência 
complementar aberta. Vamos entender cada um desses pontos. O mercado de 
seguros privados se refere aos serviços de proteção contra riscos. Os contratos 
de capitalização dizem respeito aos negócios em que o contratante deposita 
dinheiro para no futuro receber o que aplicou mais os juros e, ainda, concorrer a 
prêmios. Por fim, a previdência complementar aberta é uma forma de plano deaposentadoria, pensão ou poupança, sendo que ela funciona de forma diferente 
do regime geral de previdência. O presidente do CNSP é o ministro da fazenda. 
Além dele, fazem parte do conselho os representantes do Ministério da Justiça, 
do Ministério da Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão 
de Valores Mobiliários, assim como pelo superintendente da Superintendência 
de Seguros Privados. 
 
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) 
Instituição criada pelo Decreto n° 7.123, de 3 de março de 2010. Sua 
atribuição é de regulação do regime de previdência complementar gerido pelas 
entidades fechadas de previdência complementar. Esse conselho é destinado a 
regular a previdência fechada, que é direcionada apenas para funcionários de 
organizações. Ela está inserida no segmento dos fundos de pensão, que atua 
com planos de aposentadoria, pensão ou poupança para servidores públicos, 
colaboradores de empresas e integrantes de associações ou entidades de 
classe. O presidente do CNPC é o ministro da previdência social. Além dele, o 
conselho é formado por representantes da Secretaria de Políticas de Previdência 
Complementar, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, da 
Casa Civil da Presidência da República, do Ministério do Planejamento, 
Desenvolvimento e Gestão, do Ministério da Fazenda, das entidades fechadas 
de previdência complementar, dentre outros. 
 
7 
#ficaadica 
Para saber mais sobre os conselhos: 
 CMN: <https://www.bcb.gov.br/?CMN>
 CNSP: <http://www.fazenda.gov.br/institucional/conselho-nacional-de-
seguros-privados>
 CNPC:<http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/orgaos-
colegiados/conselho-nacional-de-previdencia-complementar-cnpc/>.
TEMA 3 – ENTIDADES SUPERVISORAS 
Agora que aprendemos sobre os órgãos normativos, vamos avançar para 
as entidades supervisoras. 
O objetivo das entidades supervisoras é trabalhar para que os integrantes 
do sistema financeiro e os cidadãos cumpram as regras que foram estabelecidas 
pelos órgãos normativos. 
Visualizando a estrutura do SFN, verificamos a existência de quarto 
entidades supervisoras: Banco Central do Brasil, Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep) e 
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Diante 
dessas entidades, percebemos que para supervisionar os mercados de moeda, 
crédito, capitais e câmbio existem duas entidades distintas. Por isso, vamos 
saber mais sobre todas elas. 
Banco Central do Brasil (Bacen) 
Criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Pode ser 
considerado o principal executor das orientações do CMN. Além disso, possui 
como responsabilidade garantir o poder de compra da moeda. Como objetivos, 
podemos citar: 
 Administrar a liquidez da economia;
 Gerenciar as reservas internacionais em nível adequado;
 Fomentar a formação de poupança;
 Buscar a estabilidade e realizar a melhoria contínua do sistema financeiro.
 
 
8 
 
Conforme a Lei 4.595, as atribuições do Bacen são: 
 Emitir papel-moeda e moeda metálica; 
 Executar os serviços do meio circulante; 
 Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições 
financeiras e bancárias; 
 Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições 
financeiras; 
 Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros 
papéis; 
 Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; 
 Exercer o controle de crédito; 
 Exercer a fiscalização das instituições financeiras; 
 Autorizar o funcionamento das instituições financeiras; 
 Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção 
nas instituições financeiras; 
 Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de 
capitais; 
 Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. 
 
Diante de todas esses objetivos e atribuições, percebemos o quão 
importante é o Banco Central para a economia. 
 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
A CVM foi criada pela Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e possui 
como objetivos a fiscalização e normatização, além de disciplinar e desenvolver 
o mercado de valores mobiliários do país. A CVM é uma autarquia em regime 
especial, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, vinculada ao 
Ministério da Fazenda e com autoridade administrativa independente. 
Conforme a Lei citada anteriormente, a CVM tem como objetivo: 
 Fomentar a formação de poupança e sua aplicação em valores 
mobiliários; 
 Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado 
de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital 
social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais; 
 
 
9 
 Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e 
de balcão; 
 Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado 
contra: 
 Emissões irregulares de valores mobiliários; 
 Atos ilegais de administradores e acionistas das companhias abertas 
ou de administradores de carteira de valores mobiliários; 
 O uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores 
mobiliários. 
 Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar 
condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários 
negociados no mercado; 
 Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários 
negociados e as companhias que os tenham emitido; 
 Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado 
de valores mobiliários; 
 Assegurar a observância, no mercado, das condições de utilização de 
crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. 
 
Além disso, a CVM, elabora informativos, estudos e pesquisas nos quais 
analisa elementos necessários para o estabelecimento de políticas e medidas 
visando a promoção do desenvolvimento do mercado. Ademais, ela poderá 
examinar registros contábeis, livros e documentos de pessoas físicas e jurídicas 
sujeitas à sua fiscalização, e até intimá-las a prestar declarações sob pena de 
multa, assim como requisitar informações de órgãos públicos, apurando 
infrações e aplicando penalidades. A CVM é, portanto, uma entidade com muito 
poder. Por isso, quando atuamos no mercado de capitais, devemos seguir as 
regras determinadas, senão teremos problemas. 
Como os seguros privados e a previdência complementar não são o foco 
do nosso estudo, as atribuições das superintendências relacionadas não serão 
descritas. 
 
Superintendência de Seguros Privados 
Esta superintendência foi criada pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de 
novembro de 1966. É o órgão que tem por responsabilidade o controle e 
 
 
10 
fiscalização dos mercados de seguro, capitalização e previdência privada aberta. 
Além disso, também é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. 
 
Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
Foi instituída pela Lei nº 12.154/2009, com o objetivo de fiscalizar e 
supervisionar todas as entidades fechadas de previdência complementar, assim 
como de efetuar políticas para o regime de previdência complementar. É uma 
autarquia especial vinculada ao Ministério da Previdência Social. 
Você deve estar espantando com a quantidade de entidades, e realmente 
são muitas. Porém, são essas entidades que determinam todo o funcionamento 
do mercado financeiro e de capitais e inclusive as punições aos infratores. Por 
exemplo, para uma empresa listada na Bolsa de Valores que comete 
irregularidades, não cumprindo as regras da CVM e do CMN, a CVM pode 
determinar punições, como multas. Por isso, sempreesteja atento às normas e 
regulamentações que regem o segmento de mercado no qual trabalha. 
 
#ficaadica 
A CVM disponibiliza diversas informações das companhias de capital aberto, 
entre outras: <http://sistemas.cvm.gov.br/?CiaDoc>. 
 
TEMA 4 – OPERADORES 
Agora que já estudamos as entidades supervisoras, avançaremos para os 
operadores do SFN. 
Os operadores são compostos pelas instituições que atendem 
diretamente o público, tendo o papel de intermediário financeiro. São fiscalizados 
pelas entidades supervisoras e normatizados pelos órgãos normativos. 
Nosso enfoque será nas entidades que compõem o segmento de moeda, 
de crédito, de capitais e de câmbio; todavia, é interessante conhecermos os 
operadores relacionados aos mercados de seguros privados e de previdência 
complementar. 
Como operadores regulados pelo CNSP e sob a supervisão da Susep, 
temos três categorias de instituições: seguradoras e resseguradores, entidades 
abertas de previdência e sociedades de capitalização. 
Como operadores do segmento de previdência complementar, podemos 
citar as entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). 
 
 
11 
Vamos detalhar os operadores que atuam nos mercados de moeda, de 
capitais, de câmbio e de crédito. Nesse caso, temos duas categorias de 
operadores: aqueles que são supervisionados pela CVM e os que são 
supervisionados pelo Bacen. 
Considerando o mercado de capitais supervisionado pela CVM, existem 
dois tipos de operadores: a bolsa de valores e a bolsa de mercadorias e futuros. 
 
Bolsa de valores 
Conforme a Resolução do CMN nº 2.690, de 2000, a bolsa é composta 
por sociedades anônimas ou associações civis, com o intuito de manter um local 
ou sistema adequado ao encontro de seus membros e à comercialização de 
títulos e valores mobiliários entre eles, sendo em mercado livre e aberto, 
organizado e fiscalizado pela CVM. Além disso, a bolsa de valores possui 
autonomia financeira, patrimonial e administrativa. No Brasil, a BM&FBovespa 
atua mediante a supervisão da CVM. Ela também fornece diversas informações 
interessantes em seu site, inclusive apresenta a cotação e gráficos das ações 
das empresas listadas: (<http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm>). 
 
Bolsa de mercadorias e futuros 
Constituída por associações privadas civis que possuem como objetivo 
realizar o registro, a compensação e a liquidação física e financeira das 
operações de derivativos realizadas em um sistema eletrônico ou pregão. 
Também possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, sendo 
supervisionadas pela CVM. 
Trataremos mais detalhadamente sobre a bolsa de valores e assuntos 
relacionados a ela nas próximas aulas. 
 
Corretoras 
São instituições financeiras credenciadas pelo Bacen, pela CVM e pela 
Bolsa. Possuem um papel importante para o usuário do SFN. São empresas 
credenciadas para negociar valores mobiliários em pregão. Elas também podem 
ser caracterizadas como intermediárias especializadas na execução de ordens 
e operações por conta própria e determinadas por seus clientes. Ademais, as 
corretoras prestam serviços como: 
 Assessorar a abertura de capital e emissão de debêntures das empresas; 
 
 
12 
 Intermediar operações de câmbio e renda fixa; 
 Assessorar na seleção de investimentos. 
 
Ademais, as corretoras contribuem para um fundo de garantia mantido 
pelas bolsas de valores, que visa a garantir a seus usuários uma eventual 
reposição de títulos e valores negociados em pregão, assim como atender a 
outros casos que constam na legislação. Normalmente, as corretoras cobram 
taxas e percentuais mais atraentes que os bancos. 
Agora, com relação aos operadores bancos supervisionados pelo Bacen, 
existem diversas categorias, sendo banco múltiplo, comercial, de câmbio, de 
desenvolvimento e de investimento. Trataremos aqui de alguns bancos e outros 
operadores: 
 
Bancos múltiplos 
Foram estabelecidos pela Resolução do CMN nº 2.099, de 1994. São 
instituições financeiras públicas ou privadas e devem ser constituídos com, pelo 
menos, duas carteiras, sendo uma delas de banco de investimento ou comercial. 
 
Bancos comerciais 
Foram estabelecidos pela Resolução do CMN nº 2.099, de 1994. Eles são 
instituições financeiras públicas ou privadas com a finalidade principal de 
disponibilizar recursos para o financiamento de curto e médio prazo dos setores 
de comércio, serviço, indústria e também à população. Ademais, como atividade 
exercida, eles realizam a captação de depósitos à vista ou a prazo. 
 
Cooperativas de crédito 
Instituições financeiras compostas por uma associação de indivíduos que 
desejam prestar serviços financeiros de forma a atender exclusivamente seus 
associados. Em uma cooperativa, os cooperados são ao mesmo tempo donos e 
usuários (clientes) da cooperativa, contribuindo com a sua gestão. Esse é um 
ponto interessante da cooperativa: quando você abre uma conta em um banco, 
você não ganha ações daquele banco, ou seja, você não é dono do banco. Já 
nas cooperativas, quando você abre uma conta, você também se torna 
associado e dono. 
 
 
 
13 
Bancos de investimento 
Instituídos pela Resolução do CMN nº 2.624, de 1999, são instituições 
financeiras privadas especializadas em operações de participação societária de 
caráter temporário, de gerenciamento de recursos de terceiros, assim como de 
financiamento de capital fixo e de giro. 
 
Bancos de desenvolvimento 
Instituídos pela Resolução do CMN nº 394, de 1976, são instituições 
financeiras controladas pelos governos estaduais. Possuem como objetivo 
disponibilizar adequadamente recursos necessário para o financiamento, de 
médio e longo prazo, de projetos que tenham como intuito a promoção do 
desenvolvimento econômico e social do estado. 
 
Bancos de câmbio 
Determinados pela Resolução do CMN nº 3.426, de 2006, eles são 
instituições financeiras autorizadas a negociar tanto operações de câmbio e 
operações de crédito vinculada às de câmbio, quanto financiamentos, operações 
de importação e exportação e adiantamentos sobre contratos de câmbio. Ou 
seja, eles são autorizados a realizar operações que envolvam moedas 
estrangeiras. 
 
Caixa Econômica Federal 
Criada em 1861, está regulada pelo Decreto-lei nº 759, de 12 de agosto 
de 1969. É uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Assim 
como um banco múltiplo ou comercial, ela realiza operações de depósitos à vista 
e com cadernetas de poupança, priorizando a concessão de empréstimos e 
financiamentos para as áreas de saúde, assistência social, educação, trabalho, 
entre outras. 
 
É importante ressaltar que existem inúmeros operadores supervisionados 
pelo Bacen, mas que não são instituições bancárias. Como exemplo, podemos 
citar: agências de fomento; associação de poupança e empréstimo; companhia 
hipotecária; sociedade de crédito, financiamento e investimento; sociedade de 
crédito imobiliário; sociedade de arrendamento mercantil e sociedade de crédito 
ao microempreendedor. 
14 
As administradoras de consórcios e corretoras são instituições que 
também estão sob supervisão do Bacen. 
Notem que conforme a definição, todos nós temos acesso aos serviços 
financeiros por meio dos operadores. Então, se por acaso você tiver problemas 
com a bolsa de valores, saiba que ela é supervisionada e disciplinada pela CVM 
e, por isso, é possível protocolar reclamações no próprio site da CVM. 
Com isso, concluímos esta apresentação das organizações que compõem 
o SFN e seu funcionamento. É bastante informação, correto? Mas lembre-se que
quando necessitar de informações sobre o SFN, opróprio Bacen disponibiliza 
em seu site. 
TEMA 5 – SISTEMAS E CÂMARAS DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA 
Após conhecermos um pouco mais sobre o SFN, abordaremos um 
assunto menos conhecido, mas essencial para o mercado de capitais: os 
sistemas e câmaras de liquidação e custódia. 
Primeiramente, acreditamos ser importante compreendermos sobre 
liquidação e custódia. 
A liquidação pode ser considerada como o pagamento e/ou a extinção de 
uma dívida (obrigação). Já a custódia possui o significado de guarda e proteção. 
Logo, percebemos que a função dos sistemas e câmaras que abordaremos é a 
de pagamento e guarda de algum ativo. 
Portanto, segundo Pereira (2013, p. 69), o sistema de liquidação e 
custódia objetiva a organização da transferência e liquidação dos títulos públicos 
e privados negociados no mercado financeiro. 
Para entender o papel dessas organizações, imagine que você adquiriu 
ações de uma empresa listada na bolsa de valores. Você recebe essas ações e 
guarda em seu cofre? Não. E se você comprar ouro no banco, você recebe o 
metal e o guarda em um cofre? Também não. Hoje, você paga pelo serviço de 
custódia, ou seja, pela guarda e proteção das suas ações e do ouro. Além disso, 
quem garante que o registro da ação está em seu nome? O sistema de 
liquidação e custódia. Atualmente, você acessando o sistema verificará quantas 
ações possui e de quais empresas. Se quiser vender as ações, a operação 
 
 
15 
também será realizada via sistema. Felizmente estamos bem avançados quanto 
a isso: os sistemas facilitaram e tornaram os processos muito mais rápidos e 
eficientes. A seguir veremos quais são os principais sistemas do mercado 
financeiro. 
 
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) 
O SELIC é o depositário central dos títulos que formam a dívida pública 
federal interna, e que são emitidos pelo Tesouro Nacional, realizando o 
processamento, emissão, resgate, pagamento e a custódia destes títulos. Por 
isso, quando você compra títulos públicos federais, o SELIC entra em cena para 
realizar o processamento e as outras atividades derivadas da compra. 
Podemos citar que os títulos mais importantes custodiados pelo SELIC 
são: Tesouro IPCA+ (NTNB), Tesouro Prefixado (LTN) e o Tesouro Selic (LFT). 
 
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) 
A Cetip é a integradora do mercado financeiro, sendo uma empresa de 
capital aberto que disponibiliza serviços de registro, central depositária, 
negociação e liquidação de ativos e títulos, principalmente títulos e valores 
mobiliários de renda fixa. Vale lembrar que ela realiza o processamento daquelas 
transferências bancárias que fazemos no dia a dia – o TED e o DOC – e ainda 
registra os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e títulos de renda fixa, além 
de muitos outros serviços. Quando você aplica recursos em um CDB ou LCI, por 
exemplo, é interessante saber que, para garantir que a corretora ou banco 
registrou em seu nome os títulos que você adquiriu, quem poderá fornecer essa 
informação é a Cetip. Inclusive existe um site que permite uma consulta quanto 
aos registros vinculados ao CPF ou CNPJ: 
<https://www.cetipmeusinvestimentos.com.br/marketing>. 
Diferente do SELIC, os títulos, privados de renda fixa custodiados na Cetip 
são: as debêntures (títulos emitidos por empresas), CDBs (títulos emitidos por 
bancos), LCI e LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, emitidos por 
bancos), Letras Hipotecárias e outros. Notem que existem inúmeros produtos no 
mercado financeiro e que muitas vezes não temos conhecimento. Claro que o 
gestor financeiro deve conhecer boa parte deles para que possa realizar 
investimentos (lado esquerdo do balanço patrimonial, ativo, bens e direitos) e 
 
 
16 
captar recursos (lado direito do balanço patrimonial, passivo, obrigações) de 
forma a aumentar o resultado e garantir a perenidade da organização. 
 
Câmara de Ações ou Antiga Companhia Brasileira de Liquidação e 
Custódia (CBLC) 
É a responsável pela liquidação das operações no mercado de ações, 
assim como a compensação, liquidação, custódia e controle de risco para 
mercados à vista, a termo e de opções, sobre os quais conversaremos nas 
próximas aulas. Por isso, trabalha em função da BM&FBovespa. Ela realiza a 
custódia das ações das empresas S/A de capital aberto, debêntures, certificados 
de privatização, cotas dos fundos imobiliários e outros. Por isso, quando você 
compra ações de uma empresa, quem realizará a custódia dessas ações será a 
Câmara de Ações, e será nela que você deverá consultar se a corretora ou banco 
realizou a compra das ações solicitadas. 
Pensando em compensação, liquidação e resgate de títulos e ações, é 
importante conhecermos uma forma utilizada pelo mercado que determina o 
período da liquidação: o termo D+0, D+1, D+2 e assim por diante. Essa sigla 
representa em quanto tempo o dinheiro estará disponível. Por exemplo, em D+0, 
significa que a partir da minha solicitação de resgate, o recurso estará disponível 
no mesmo dia. Já o D+2, significa que o dinheiro será disponibilizado apenas 
dois dias após minha solicitação. 
Conhecemos nesta aula muitas entidades e nomenclaturas: sim, o 
sistema financeiro é complexo e organizado. Mas não se preocupe, esses 
conceitos são bases para as próximas aulas e nelas estudaremos sobre 
informações e processos que estão ou podem estar mais próximos do nosso 
cotidiano. 
Mesmo assim, observe que o mercado financeiro oferece muitos produtos 
para as duas “pontas”: tanto para quem precisa de capital, quanto para os 
poupadores. Pensando no âmbito corporativo, isso contribui com o 
desenvolvimento das empresas, pois uma empresa que precisa investir, mas 
não possui recursos, pode buscar capital no mercado financeiro. Por outro lado, 
uma empresa que possui caixa e não tem planos de investir esse capital em sua 
própria operação, pode investir neste mesmo mercado financeiro. Como 
sabemos, o dinheiro possui valor no tempo, e mantê-lo parado na conta corrente 
17 
ou no caixa significa deixar de ganhar receitas financeiras. Ele deve ser aplicado 
– ao menos no mercado financeiro.
Diante do que aprendemos, podemos imaginar o tamanho desse mercado 
colossal e do montante movimentado diariamente. Por isso, é necessário que o 
SFN seja muito organizado e estruturado, e forneça segurança e eficiência para 
contribuir com o desenvolvimento econômico do país. 
#ficaadica 
Hoje o Tesouro Nacional possui um app para que qualquer pessoa cadastrada 
possa comprar e vender títulos públicos federais. Para saber mais, acesse 
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto#menu>. 
TROCANDO IDEIAS 
Caro aluno, não hesite em buscar o conhecimento. Aproveite os 
buscadores de conteúdo e a internet, que nos permite o acesso aos mais 
diversos conhecimentos de forma rápida e eficiente. Além disso, a própria 
internet fornece sistemas gratuitos para acompanhamento dinâmico de 
informações e que realizam análises automáticas. Se ficou com alguma dúvida 
ou querendo saber mais de um determinado assunto, vá buscar esse 
conhecimento. 
Quando necessitar conhecer as normas e funcionamento de alguma 
instituição do SFN, busque a legislação vigente. O próprio site do Banco Central 
do Brasil possui inúmeras informações. Portanto, quando algum banco ou 
instituição oferecer algum produto do mercado financeiro que você não conheça, 
busque a informação, ainda mais que de tempos em tempos surgem novos 
produtos e serviços. 
É importante que você, gestor financeiro, saiba melhor do que ninguém 
em quais produtos investir o seu dinheiro ou o dinheiro da empresa sob sua 
gestão, pois você conhece a fundo osobjetivos pessoais e empresariais. Muitos 
gestores acabam pagando e terceirizando essa atividade tão importante. Por 
essa razão, vá em busca do conhecimento para que você não dependa de 
terceiros para investir, ou mesmo para realizar a captação de recursos. 
 
 
18 
 
SÍNTESE 
Como vimos nesta Rota, o Sistema Financeiro Nacional é uma estrutura 
complexa formada por diversas instituições e que possui como objetivo organizar 
e controlar todo o mercado financeiro. Dentre as instituições que formam o SFN, 
temos os órgãos normativos, que criam as normas e diretrizes para o sistema 
funcionar. Abaixo deles, estão as entidades supervisoras, que têm como 
finalidade realizar a supervisão e o controle dos operadores, e verificar se estão 
seguindo as normas determinadas pelos órgãos normativos. Por fim, na 
estrutura do SFN, temos os operadores, que são as instituições que realizam o 
atendimento do público em geral, para que tenham acesso ao mercado 
financeiro. Como operadores, temos as instituições mais populares, que são os 
bancos, a bolsa de valores, as seguradoras, entre outros. Como último assunto 
de nossa aula e que está diretamente ligado ao mercado financeiro, vimos a 
atuação dos Sistemas e Câmaras de Liquidação e Custódia, que, de modo 
sucinto, realizam o registro, compensação, liquidação e custódia de títulos e 
outros ativos. 
 
REFERÊNCIAS 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br>. 
Acesso em: 24 mar. 2017. 
KERR, R. B. Mercado financeiro e de capitais. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2011. 
PEREIRA, C. L. Mercado de capitais. Curitiba: Intersaberes, 2013.

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