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Contabilidade De Instituições Financeiras - Aula 5 - Derivativos, Mercado Futuro E De Opções

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MECANISMOS DE INSTITUIÇÕES 
FINANCEIRAS
AULA 5 
Prof. Alfredo Beckert Neto 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo à nossa quinta Rota de Aprendizagem. Na aula 
anterior, conhecemos mais sobre governança corporativa e a BM&FBovespa e 
seus segmentos. 
Nesta rota teremos vários assuntos que se relacionam com as rotas 
anteriores. Iniciaremos com os derivativos, para depois partir para o mercado de 
futuros e o mercado de opções. 
Por isso, depois de estudarmos esses mercados, analisaremos os 
produtos de renda fixa, e para finalizar, abordaremos os fundos de investimento 
e discutiremos sobre BDRs (Brazilian Depositary Receipts). 
Aproveite para parar e refletir durante os pontos que considerar 
interessantes nas aulas, pois assim é possível fazer associações e, 
consequentemente, gerar novas ideias. 
Bom estudo! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Em um cenário cada vez mais competitivo, conhecer o mercado de 
derivativos – que por sua vez faz parte do mercado de capitais – é essencial para 
o gestor financeiro. Diante disso, realizar a gestão adequada de um portfólio de 
investimentos que traga rentabilidade para uma empresa ou uma pessoa física 
é fundamental. 
E em que produtos e mercados deve-se investir? Ações, opções, fundos 
ou BDRs? Como realizar uma análise para verificar se vale mais a pena investir 
em um ou em outro? O que fazer quando a empresa precisa garantir o preço do 
câmbio para realizar uma operação futura, minimizando os riscos de flutuação 
cambial? Para responder a essas perguntas, precisaremos conhecer cada 
mercado e produto analisando como é seu funcionamento e sua possível 
rentabilidade e risco. Isso auxiliará na conquista dos objetivos pessoais ou 
empresariais, contribuindo com a perenidade e sustentabilidade das 
organizações. 
 
 
 
3 
Pesquise 
Não hesite em utilizar as mais diversas fontes de conhecimento e 
pesquisa – na internet as informações estão acessíveis em poucos cliques. 
 
Para decidir que produto do mercado de capitais atende melhor os seus 
objetivos, devemos entender os prós e contras de cada um, assim como suas 
condições de rentabilidade, prazos e liquidez. Atualmente existem muitos blogs 
e sites (recomendo a assinatura gratuita do newsletter daquele que mais lhe 
agrada) com informações de grande relevância para o conhecimento de 
produtos, inclusive para direcionar aqueles que mais fazem parte do perfil 
desejado. Mas lembre-se, quem poderá tomar as melhores decisões sobre como 
investir seu próprio capital ou captar recursos para seus próprios projetos é você 
mesmo. Por isso, você deve sempre buscar o conhecimento. 
Boa sorte! 
 
TEMA 1 – CONCEITO DE DERIVATIVOS 
Para iniciarmos nosso primeiro tema, conheceremos os derivativos 
financeiros. Conforme Kerr (2011), são “instrumentos financeiros derivados de 
outros, denominados ativos-objetos ou ativos subjacentes”. Segundo o autor, 
isso faz com que os preços dos derivativos dependam – ou derivem – de um ou 
mais ativos subjacentes. Podemos entender o derivativo como sendo um 
contrato entre partes, em que o valor é estabelecido por meio das variações do 
preço de uma variável (ativo-objeto). Essa variável, normalmente, pode ser a 
taxa de juros, índices de mercado, ações, commodities, câmbio, entre outros. 
Commodities é o termo em inglês para “mercadorias”. Entretanto, no 
mercado financeiro designa produtos de origem primária, que não apresentam 
características e qualidade diferentes entre os produtores ou sua origem. Por 
isso, normalmente seu preço é determinado pelo mercado: oferta e procura; 
possuem cotação e formas de negociação mundiais, por meio da bolsa de 
mercadorias. Podemos citar como exemplos de commodities a soja, o petróleo, 
o açúcar cristal e o boi gordo. 
Retornando aos derivativos, esse mercado permite que algumas 
estratégias de investimento com vistas a limitar prejuízos e fixar taxas possam 
ser implementadas. Conforme Pereira (2013), esse mercado permite a 
negociação a prazo de ativos que ainda não estão disponíveis fisicamente. 
 
 
4 
Dentro do mercado de derivativos temos o mercado a termo, mercado de 
futuros e o mercado de opções. Os mercados de futuros e opções serão tratados 
em nossos próximos tópicos. Por isso, definiremos agora o que é o mercado a 
termo, assim como o mercado a vista, que não faz negociação de derivativos, 
mas é importante entendermos. 
 
Mercado a vista 
De forma simples, o mercado a vista permite a negociação de compra e 
venda de ativos comercializados em bolsa, em que o prazo de liquidação física 
e financeira é estabelecido nos regulamentos e procedimentos da operação da 
Câmara de Liquidação. Por isso, neste mercado a operação é processada no 
segundo dia útil após a realização do pregão, e a liquidação financeira ocorre no 
terceiro. Por isso, podemos entender que é o mercado que possui imediata ou 
quase imediata liquidação, e os preços dos ativos são estabelecidos em pregão. 
Como exemplo, quando compramos ações por meio do home broker no pregão 
eletrônico, estamos acessando o mercado a vista. 
 
Mercado a termo 
É o mercado em que as operações possuem prazos, ou seja, de 30, 60 
ou 90 dias, e assim por diante, para que ocorra a sua efetiva liquidação, gerando 
assim um contrato entre a partes compradora e a vendedora; é, portanto, o 
mercado em que as partes se comprometem com a compra e venda de 
quantidade e qualidade determinadas de um ativo. Por exemplo: a contratação 
de compra e venda de um lote padronizado de ouro para ser entregue em 30 
dias; isso faz com que as partes do contrato fiquem vinculadas até a liquidação 
do contrato. A parte compradora do termo levará o contrato até o final do prazo 
contratado, e paga pelo ativo tratado no contrato e deseja recebê-lo. Já o 
vendedor deseja levar o contrato até o final e entregar o ativo objeto, assim como 
receber o pagamento. Comumente, o contrato a termo é caracterizado por ser 
bem detalhado e também por haver movimentação financeira apenas na 
liquidação. Contudo, podemos comentar sobre algumas desvantagens desse 
mercado, como o risco de crédito e a baixa liquidez. 
É interessante pensarmos em um exemplo simplificado para melhorar a 
compreensão: imagine um produtor de soja que colherá a safra daqui a alguns 
meses e tem medo de que, quando for vender seu produto, em cerca de 90 dias, 
5 
os preços estejam baixos. Com isso, para garantir um preço capaz de manter a 
margem de lucro desejada, ele busca um comprador que pense o contrário, que 
os preços subirão e que deseja garantir o preço da matéria-prima para seguir 
com seu orçamento. Sendo assim, ambos firmam um contrato que prevê o preço 
de 80 dólares a saca para uma quantidade de 10.000 sacas e data de liquidação 
em 90 dias. Caso a negociação seja realizada na Bolsa, deve seguir as normas 
desta. Passados 90 dias, no vencimento do contrato, a saca, à vista, está sendo 
comercializada por 70 dólares. Com isso, o produtor de soja entregará o café a 
80 dólares por saca, conforme o contrato, resultando em um lucro de 10 dólares 
por saca em relação ao preço atual da saca de soja. Por outro lado, o comprador 
terá que pagar 80 dólares por saca, sendo que o valor de mercado é de 70 
dólares, perdendo 10 dólares por saca. Independentemente do ganho ou perda, 
os dois conseguiram “travar” os valores das sacas para 90 dias. 
Apenas como informação, alguns autores consideram o mercado de 
derivativos um dos mercados integrantes do mercado financeiro, sendo ele 
separado do mercado de capitais. 
É importante perceber que o mercado a termo e de futuros possuem uma 
diferença. Conforme Kerr (2011), os contratosfuturos são padronizados, 
possibilitando a negociação dos contratos no mercado secundário. O autor ainda 
comenta que essa padronização dos contratos futuros dão a vantagem da 
negociação em bolsa, porém, a customização dos mercados a termo dispõe de 
maior flexibilidade nos contratos. 
Percebeu a importância que os derivativos possuem no mercado para as 
empresas? Note que com eles é possível que as organizações se protejam das 
flutuações cambiais ou das commodities. Caso as empresas não tivessem 
acesso aos derivativos, muitas poderiam quebrar ou entrar em situações 
complicadas pelo simples fato de ocorrer uma grande flutuação desfavorável nos 
valores cambiais ou da commodity negociada. Por isso, no próximo tópico, 
abordaremos sobre o mercado de futuros, que faz parte dos derivativos. 
Saiba mais 
• Para conhecer mais sobre commodities, sugerimos acessar 
<http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-
derivativos/commodities/>. 
 
 
6 
TEMA 2 – MERCADO DE FUTUROS 
São muitos os mercados e conceitos. Para iniciarmos os estudos sobre o 
mercado de futuros, lembre-se que ele é muito similar ao mercado a termo e é 
um dos mercados dos derivativos. 
O mercado de futuros é um dos principais mercados em operação com 
derivativos. É importante pensarmos que esse mercado visa principalmente a 
criar proteções para os produtores e organizações no que tange às variações 
dos preços de seus produtos e mesmo de seus investimentos. 
Esse mercado, portanto, comercializa contratos em que se determina a 
compra e venda de um ativo por um valor específico em uma data futura. O 
comprador ou vendedor se comprometerá a comprar ou vender determinada 
quantia de um ativo por um preço estabelecido em um dia futuro descrito no 
contrato. 
É importante salientar que os compromissos criados por meio dos 
contratos são ajustados a cada dia baseando-se no que o mercado espera do 
preço futuro daquele ativo. Com isso, se possui a referência para calcular as 
perdas e ganhos das operações. 
Pereira (2013, p. 110) menciona sobre algumas vantagens que o mercado 
de futuros pode oferecer: 
 Alavancagem: o investidor pode assumir posições com um valor maior 
ao que tem depositado em sua conta na corretora. 
 Operacionalização: existe uma forma simples para se ter acesso às 
negociações no mercado de futuros, pois por meio de uma corretora, os 
contratos poderão ser firmados associando ativos financeiros e 
commodities. 
 Fundamentação da análise: visto que o principal fator de negociação 
são as commodities, a análise deve se basear nos preços, que estão 
relacionados à oferta e à demanda. 
 
Assim, temos que o contrato futuro é caracterizado por sua padronização 
elevada, sua alta liquidez, pela negociação transparente na bolsa por meio do 
pregão e pela possibilidade de encerrar posições com qualquer participante em 
qualquer tempo devido ao ajuste realizado diariamente nos valores dos 
contratos. 
7 
Além disso, podemos comentar sobre algumas desvantagens da 
operação do mercado futuro: 
 Alta exigência de movimentação financeira, pois existem os ajustes
diários;
 Custo elevado em comparação aos custos dos contratos a termo;
 Necessidade de depósito de garantias.
Muitos perguntam a respeito de como se proteger das oscilações do dólar, 
de outras moedas e das commodities, principalmente pensando em realizar suas 
exportações sem se prejudicarem. A resposta é o contrato de hedge, que é um 
contrato futuro. 
Para exemplificarmos um contrato futuro e juntamente demonstrarmos 
essa proteção, vamos imaginar que uma empresa exportadora de etanol 
necessite suprir sua demanda e precise que seu fornecedor realize a produção 
do mês de dezembro de 20XX, que seria o equivalente a 100.000 galões para 
que consiga realizar seus compromissos de exportação. Pensando no dia 
12/06/20XX, no mercado futuro, o preço do galão de etanol estava cotado a R$ 
9,00 para dezembro de 20XX. Por isso, pensando em evitar o risco de uma 
elevação no preço do galão do etanol, percebendo que essa cotação possibilita 
um custo adequado com sua receita de exportação, a empresa adquire 300 
contratos com vencimento em dezembro de 20XX, que equivalem a 30.000 litros 
e garantindo assim uma proteção de parte de sua compra futura. Então, a 
empresa fixou 30.000 litros a um preço de R$ 9,00 por litro, resultando em um 
valor de R$ 270.000,00. Esse tipo de negociação é chamado de hedge de 
compra. 
Quando o contrato vencer, em dezembro de 20XX, as posições serão 
finalizadas utilizando-se da média dos últimos cinco dias úteis do preço no 
mercado à vista. 
Verificaremos então a situação do valor do litro em dezembro, pois ele 
pode ser maior, menor ou igual aos R$ 9,00. Com isso, a empresa realiza a 
liquidação de sua posição em bolsa vendendo os contratos para comprar o 
etanol. Podemos verificar os cenários na tabela a seguir: 
8 
Preço em dezembro 
de 20XX 
Preço em 
12/06/20XX 
Saldo a receber 
na bolsa 
Cenário A R$ 12,00 -R$ 9,00 R$ 3,00 
Cenário B R$ 9,00 -R$ 9,00 R$ 0,00 
Cenário C R$ 8,00 -R$ 9,00 -R$ 1,00
Com isso, podemos verificar que independentemente do preço de compra 
do litro do etanol em dezembro, o preço de compra para a empresa exportadora 
será de R$ 9,00. Apenas para demonstrar o cenário A da tabela anterior, a 
empresa receberá R$ 3,00 na Bolsa, pagando R$ 12,00 o litro no mercado 
disponível, resultando assim numa compra de R$ 9,00 por litro. No cenário 3, ela 
paga R$ 1,00 por litro na Bolsa, entretanto adquire no mercado disponível o litro 
por R$ 8,00, resultando em uma compra de R$ 9,00 por litro do etanol. 
Observe que se não houvesse o mercado de futuros, a companhia que 
obtivesse estoques de um ativo correria um grande risco com as alterações do 
preço desse ativo. Felizmente o mercado já possui um nível de maturidade 
elevado e por isso oferece diversos recursos para as companhias. Utilizar essas 
proteções disponibilizadas pelo mercado de futuros pode salvar uma 
organização, e você, como gestor financeiro, deve estar atento para diminuir o 
risco de suas operações. 
TEMA 3 – MERCADO DE OPÇÕES 
Muitas empresas e pessoas acreditam que se realizarem operações no 
mercado de opções, ganharão muito dinheiro. Em alguns casos, são 
influenciados pelo analista da corretora. Lembre-se: o analista da corretora e o 
gerente do banco são funcionários de outra empresa, e podem até ser 
considerados vendedores dessas empresas; por isso, suas recomendações 
normalmente são boas para as empresas em que trabalham e não para o cliente. 
Por isso, quanto mais conhecermos dos mercados, mais fácil será direcionar o 
que melhor atenderá às nossas necessidades pessoais ou da organização em 
que estamos. 
O mercado de opções é baseado em contratos que fornecem o direito de 
compra ou venda de um ativo mediante o pagamento de um prêmio, de forma 
 
 
9 
diferente dos termos e futuros em que se negociam os ativos. Por exemplo: o 
comprador adquire o direito (prêmio ou preço da opção) de comprar as ações de 
uma empresa por um preço definido no contrato (preço de exercício) em uma 
data futura. Quando essa data futura chegar, o comprador pode exercer o seu 
direito, comprando de fato as ações ou não. 
De forma simples, o mercado de opções permite a comercialização do 
direito de comprar ou de vender um ativo por um preço fixado em uma data 
futura. 
Para nos familiarizarmos com esse mercado, vamos conhecer alguns 
termos. O direito de comprar, ou seja, a opção de compra, é normalmente 
chamada pelo mercado de call. Por outro lado, o direito de vender, que é a opção 
de venda, é chamado de put. 
Usualmente, em umaopção temos o ativo-objeto, como ações da 
Petrobrás, o preço de exercício, uma data de vencimento da opção e o que se 
paga pela opção (direito), que é o prêmio. Cabe salientar que se negocia um 
direito e não uma obrigação, permitindo que esse direito seja exercido ou não. 
De acordo com Kerr (2011, p. 188), existem duas categorias de opções 
no que tange ao prazo de vencimento. O autor menciona sobre o tipo europeu 
que permite a realização do direito apenas na data de vencimento e o tipo 
americano, no qual o direito poderá ser exercido em qualquer momento entre a 
data de compra e a data de vencimento da opção. 
É também importante sabermos que o comprador de uma opção é 
chamado de titular, e o vendedor é denominado lançador. Este sim, possui a 
obrigação de comprar ou vender a ação quando o titular exercer seu direito. 
Ademais, vale ressaltar que no mercado de opções o comprador pode ter 
uma perda de no máximo o prêmio pago pela opção. Já o lançador da opção 
terá um alto risco, visto que a flutuação das ações é indeterminada. 
Kerr (2011, p. 188) menciona o seguinte acerca das opções de compra e 
venda: 
 Opção de compra: gera ao titular o direito de comprar o ativo-objeto pelo 
preço de exercício, na data de vencimento, lembrando que isso não é uma 
obrigação. O comprador paga o prêmio ao lançador já na data de compra 
da opção. 
10 
 Opção de venda: gera ao titular o direito de vender o ativo-objeto pelo
preço de exercício, na data de vencimento. Similar às opções de compra,
o titular paga um prêmio ao lançador já na data de compra da opção.
#ficaadica 
Para visualizar as opções disponíveis, basta acessar e selecionar a empresa: 
<http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/consultas/mercado-
a-vista/opcoes/>. 
Observe agora um exemplo de uma call: para a ações da Petrobrás, 
temos a opção de compra PETRB29 de ações ordinárias (ON) PETR3. Essas 
ações estão sendo comercializadas no mercado pelo valor R$ 16,35. O 
vencimento da opção ocorrerá no dia 20/02/20XX (tipo europeia). O preço de 
exercício é de R$ 18,00. Para obter essas opções, o titular pagou um prêmio de 
R$ 1,00 por ação, considerando que ele comprou uma opção para 1.000 ações, 
e que desembolsou no dia 17/01/20XX, R$ 1.000,00. Por isso, o titular terá o 
direito de comprar as ações da PETR3 por R$ 18,00 cada no dia 20/02/20XX. 
Caso no vencimento da opção o valor das ações estiver R$16,00 cada, não será 
vantajoso para o titular exercer seu direito de compra, pois ele pagaria R$ 18,00 
por ação, sendo que pode comprar no mercado a vista por R$ 16,00. Nesse 
cenário, quem lucra é o lançador, pois ele recebeu o prêmio e continuou com 
suas ações. Contudo, se o valor da PETR3 no dia 20/02/20XX estiver em R$ 
22,00, o titular exercerá seu direito e comprará as ações por R$ 18,00, obrigando 
o lançador a vender as ações. Nesse caso, o titular obterá um ganho, pois pagou
de prêmio R$ 1,00 por ação, em que podemos considerar então que pagou R$ 
19,00 por uma ação que vale R$ 22,00 no mercado a vista, obtendo um ganho 
de R$ 3,00 por ação. 
No caso de um put, a operação seria similar, entretanto seria exercido – 
ou não – o direito de venda de ações de uma empresa. 
Note que no investimento em opções é possível lucrar mesmo com a 
desvalorização dos preços das ações, dependendo da estratégia do investidor. 
11 
Para finalizarmos nosso tema, vamos conhecer, de forma resumida, o que 
é swap. 
O termo swap vem do inglês e significa “permuta”. No mercado de 
capitais, eles são contratos nos quais as partes firmam trocar fluxos de caixa 
futuros, considerando datas e regras predeterminadas. Existem, normalmente, 
duas categorias: swaps de moedas e swaps de taxa de juros. 
TEMA 4 – RENDA FIXA 
Agora que já vimos sobre a maioria dos derivativos, vamos analisar 
produtos de renda fixa muito acessados pelas organizações. 
Como o próprio nome se refere, renda fixa é associada a qualquer 
investimento que tem suas regras de remuneração definidas – como a forma de 
cálculo e pagamento da remuneração e os prazos. Vale ressaltar que a 
previsibilidade é a principal diferença entre investimentos de renda fixa e 
variável. 
Como o próprio nome se refere, a renda fixa é associada a qualquer 
investimento que tem suas regras de remuneração definidas, como a forma de 
cálculo e pagamento da remuneração, assim como os prazos. Esse tipo de 
investimento possui uma função importante na economia de um país, porque 
financia projetos na forma de um empréstimo. Nesse caso, o emitente do título 
capta recursos para financiar seus projetos e o adquirente dos títulos recebe uma 
remuneração estabelecida no início da aplicação. 
O mercado de renda fixa é baseado em títulos públicos e privados. Um 
exemplo de produto de renda fixa são as debêntures – as quais já estudamos 
anteriormente. Elas são títulos privados de renda fixa, pois estipulam a taxa de 
remuneração, o prazo e as formas de pagamento. 
Os bancos oferecem os mais variados produtos de renda fixa, tais como 
fundos e títulos privados. Entretanto aqui veremos os principais produtos listados 
na BM&FBovespa. 
 
 
12 
Títulos públicos federais 
São também chamados de Tesouro Direto; estes são títulos emitidos pelo 
governo federal com o intuito de captar recursos para financiar os projetos 
públicos do país. Além disso, esses títulos podem ser comercializados tanto no 
mercado primário, quando emitidos inicialmente, quanto no secundário. 
Muitas pessoas perguntam sobre o risco de calote do governo, entretanto, 
esse risco é muito baixo, pois se o governo não pagar seus credores terá 
dificuldades de acessar qualquer tipo de capital. 
O Tesouro Direto é uma parceria do Tesouro Nacional com a 
BM&FBovespa para a venda dos títulos públicos federais para pessoas físicas 
via internet. 
Atualmente, para se investir no Tesouro Direto é muito simples, bastando 
possuir uma corretora e realizar o cadastro no Tesouro, tudo on-line. Com no 
mínimo R$30,00 já é possível adquirir títulos públicos. 
Existem inúmeros tipos dos títulos do Tesouro, sendo os principais: 
 IPCA+: é um título que remunera o investidor com o índice IPCA somado 
a uma taxa fixa de rendimento, que normalmente gira em torno de 5 a 7% 
ao ano. 
 Tesouro Prefixado: remunera o investidor com uma taxa anual de juros 
prefixada, ou seja, já conhecida no momento da compra do título. 
 Tesouro SELIC: remunera o investidor de acordo com a variação da taxa 
SELIC diária registrada entre a data de liquidação da compra e a data de 
vencimento do título. 
 
Saiba mais 
Acesse o site do Tesouro Nacional para conhecer melhor a respeito de títulos 
públicos (Tesouro Direto): <http://www.tesouro.gov.br/web/stn/tesouro-
direto#menu>. 
 
Como títulos privados de renda fixa, a BM&FBovespa oferece os 
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), os Certificado de Recebíveis 
Imobiliários (CRI), as debêntures e as Letras Financeiras (LF). Com exceção das 
debêntures, pois já as estudamos, vamos conhecer cada um dos outros: 
 CRA: são títulos lastreados em recebíveis advindos de negócios do 
mercado do agronegócio, que englobam produtores, cooperativas e 
 
 
13 
terceiros, que também se referem a financiamentos ou empréstimos 
associados à produção, comercialização, industrialização dos produtos, 
insumos agropecuários e outros. É interessante conhecer que nessas 
negociações as companhias fornecem seus recebíveis para uma 
securitizadora, responsável por emitir e disponibilizar os certificados para 
comercialização no mercado de capitais. Com isso, a companhia 
consegue antecipar o recebimento de seus recebíveis, descontando uma 
taxa deremuneração do capital. 
 CRI: similar ao CRA, é um título lastreado em créditos imobiliários, como 
financiamentos residenciais e comerciais e contratos de aluguel de longo 
prazo. Possui o propósito de captar recursos destinados ao financiamento 
das transações do mercado imobiliário. Para o investidor, ele é gerador 
de um direito de crédito ao investidor. Ele possuirá o direito de receber 
uma remuneração, normalmente via juros, do emissor. Ao vencimento do 
título, o investidor receberá de volta o valor investido, o valor do principal. 
 Letras financeiras: possuem o objetivo de captar recursos de longo 
prazo, sendo o seu vencimento superior a dois anos. São títulos emitidos 
por instituições financeiras. Para os investidores, essas letras 
disponibilizam melhor rentabilidade do que outras aplicações financeiras 
com liquidez diária ou com prazo inferior de vencimento. 
 
Além desses títulos, a BM&FBovespa disponibiliza fundos como 
investimento em renda fixa. Esses fundos são os FIDCs (Fundos de 
Investimentos em Direitos Creditórios). Eles representam a junção de recursos, 
e ao menos 50% do seu patrimônio líquido é destinado para aplicações em 
direitos creditórios. Os FIDCs são considerados investimento em renda fixa. 
Ademais, os direitos creditórios são advindos dos créditos que uma companhia 
possui a receber, podendo ser em cheques, duplicatas e outros. Quando uma 
empresa realiza uma venda a prazo, via cartão de crédito, estes recebíveis 
podem ser vendidos para um FIDC na forma de direitos creditórios, fazendo com 
que a empresa antecipe o recebimento da venda, e em contrapartida cederá uma 
taxa de desconto para os investidores. 
Vale lembrar que é de responsabilidade do administrador (instituição 
financeira), criar o fundo e realizar o processo de captação de recursos por meio 
da venda de cotas. 
 
 
14 
Lembre-se de que qualquer ganho de capital realizados por meio de 
investimentos é tributado pela Receita Federal via Imposto de Renda (IR), 
entretanto alguns investimentos são isentos de IR, tais como a Poupança, LCI 
(Letras do Crédito Imobiliário) e LCA (Letras do Crédito do Agronegócio). Vale 
considerar esse aspecto quando realizar a análise de aplicações. 
 
TEMA 5 – FUNDOS E BDRS 
Neste tema, conversaremos a respeito dos outros fundos de investimento, 
assim como sobre BDRs. 
Da mesma forma que os bancos, a BM&FBovespa oferece uma listagem 
de fundos de investimento. Vale lembrar que um fundo de investimento é um 
condomínio que une recursos de um grupo de investidores (cotistas) e que 
possui como intuito obter ganhos financeiros por meio da aquisição de uma 
carteira estruturada por diversos ativos. Ademais, os gestores do fundo recebem 
uma taxa de administração como forma de remuneração. Os fundos são 
categorizados dependendo do tipo do ativo principal. Dentre os de renda 
variável, temos: 
 Fundo de Investimento em Ações (FIA): são fundos que possuem uma 
carteira baseada em ações. O principal fator de risco para ele é a variação 
dos preços das ações. Sua renda é oriunda dos rendimentos distribuídos 
pelas companhias, tais como dividendos e juros sobre o capital próprio. 
Por exemplo, para alguém que não quer ficar gerindo uma carteira de 
ações, é possível terceirizar essa atividade fazendo parte de um fundo e 
pagando a taxa de administração. É importante ressaltar que a 
BM&FBovespa exige o cumprimento de diversas normas para listar tais 
fundos. 
 Fundo de Investimento Imobiliário (FII): similar aos demais fundos, ele 
possui uma carteira que, em sua maioria, é baseada em ativos imobiliários 
– principalmente imóveis. Sua renda é constituída pelos aluguéis dos 
imóveis em carteira. É uma relevante opção para quem busca investir em 
imóveis. Imagine que você vá comprar um imóvel por acreditar que este 
gerará uma boa rentabilidade nos próximos anos. Entretanto, a primeira 
dificuldade é o valor do imóvel, que para uma pessoa comprar pode ser 
alto demais e inviabilizar o investimento. Além disso, se a receita for obtida 
via aluguel, existe todo o desgaste de procurar inquilino, da degradação 
 
 
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interna do imóvel, entre vários outros pontos. Por meio do fundo, você 
pode investir, por exemplo, apenas R$ 10.000,00 e virar cotista de vários 
imóveis, sem se preocupar com a operação. Cada fundo oferece um 
prospecto demonstrando seus imóveis e objetivos. Além disso, no caso 
dos FIIs, não existe a incidência de IR sobre a receita gerada com os 
aluguéis. Já caso o imóvel fosse alugado via pessoa física, o IR seria 
devido. 
 Fundo de Investimento em Participações (FIP): é um fundo que destina 
seus recursos à aplicação em companhias abertas, fechadas e até 
mesmo em sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento. Nesse 
caso, o fundo participará do processo decisório da organização investida. 
 Exchange Traded Fund (ETF): é conhecido também como ETF de renda 
variável ou de ações; é um fundo em que sua aplicação é alocada em 
uma carteira de ações que visa a retornos correspondentes ao 
desempenho de um índice de referência da BM&FBovespa. 
 
É interessante ressaltar que a compra e venda desses fundos é muito 
simples devido à organização da BM&FBovespa, que permite a compra e venda 
dos fundos serem realizadas de forma similar à compra e venda de ações. 
Agora que conhecemos os fundos, vamos conhecer os BDRs ou 
certificado de depósito de valores mobiliários. 
Quem nunca pensou em ser acionista das empresas mais influentes do 
mundo, como Google, Apple e Facebook? A princípio, para isso, seria necessário 
abrir uma conta em uma corretora dos Estados Unidos, o que seria um grande 
desafio. Pensando nisso, a BM&FBovespa criou os BDRs Patrocinados 
(Brazilian Depositary Receipts). Eles são valores mobiliários emitidos no Brasil e 
que são lastreados por ativos, normalmente ações, emitidos no exterior. A 
companhia estrangeira deve contratar uma instituição depositária no Brasil para 
realizar a emissão das BDRs, sendo essa instituição responsável por emiti-los. 
Essa instituição possui como responsabilidade a garantia de que os BDRs 
Patrocinados emitidos de fato estejam lastreados nos valores mobiliários 
emitidos no exterior. 
Em resumo, quando alguém compra BDRs, significa que indiretamente 
essas pessoas possui ações de uma companhia com sede em outro país, sem 
 
 
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a necessidade de abrir conta em uma corretora estrangeira, e evitar a burocracia 
existente para realizar a compra de ações em outros países e bolsas. 
Apenas a título de conhecimento, saiba que há vários níveis de BDRs 
Patrocinados e de segmentos de listagem das ações. Vale mencionar também 
que existem ainda os BDRs Não Patrocinados Nível I (BDR NP). Eles também 
são valores mobiliários emitidos no Brasil por instituições depositárias e são 
lastreados com valores mobiliários emitidos no exterior (ações de empresas 
estrangeiras). 
A grande diferença de um BDR NP é que a instituição depositária 
emissora do certificado não possui um acordo com a companhia estrangeira 
emissora dos valores mobiliários objeto do certificado de depósito. 
Por isso, caso uma empresa brasileira demonstre interesse em adquirir 
ações de empresas estrangeiras, isso pode ser realizado indiretamente via BDR. 
Você, gestor financeiro, agora conhece todas essas possibilidades de realização 
de investimentos. 
 
TROCANDO IDEIAS 
A você, futuro gestor, recomendamos que sua inserção no mercado de 
capitais seja realizada de forma gradativa. Não busque de imediato a negociação 
no mercado de derivativos, como as opções. Inicie compreendendo sobre o 
mercado acionário e realizando operações aos poucos, para entender sua 
dinâmica.Ao longo do tempo, adquira mais conhecimento e passe a investir em 
outros produtos, inclusive fundos. Claro que você deve verificar qual é o seu 
objetivo com os investimentos e buscar aquele que mais atenda suas 
necessidades e expectativas. Muitas pessoas buscam o Tesouro Direto. 
Atualmente o acesso a todos eles é simplificado, e muitas vezes se dá por meio 
de sistemas na internet e por apps. 
Para se ter ideia, hoje existem apps como o Guia Bolso, que facilita muito 
a gestão financeira pessoal; há o app do Tesouro Direto, que permite comprar e 
vender títulos públicos; há ainda os apps das corretoras que possibilitam a 
compra e venda de ações, tudo de modo fácil e rápido por meio de um 
smartphone. É um mundo novo e devemos aproveitar a otimização que esses 
sistemas geram em nosso cotidiano. 
Vale lembrar também que nós, como profissionais, devemos embasar 
nossas decisões com informações; com elas, tudo fica mais fácil. 
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SÍNTESE 
Nesta rota, apresentamos mais mercados relevantes. Abordamos os 
derivativos, comentando sobre mercado a termo, mercado de futuros e o 
mercado de opções. Esse último comercializa o direito de compra ou venda de 
um ativo. Todos possuem particularidades e podem trazer benefícios para a 
organização. Em seguida, abordamos os produtos de renda fixa, conhecendo 
seus diversos títulos, e vimos que a previsibilidade é uma de suas vantagens. 
Além disso, soubemos que existem fundos específicos de investimentos que são 
comercializados pela BM&FBovespa, e que é possível investir em ações 
estrangeiras por meio dos BRDs Patrocinados e Não Patrocinados. 
REFERÊNCIAS 
BMFBOVESPA. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br>. Acesso em: 
19 abr. 2017. 
KERR, R. B. Mercado financeiro e de capitais. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2011. 
PEREIRA, C. L. Mercado de capitais. Curitiba: InterSaberes, 2013. 
TESOURO DIRETO. Disponível em: <http://www.tesouro.gov.br/web/stn/
tesouro-direto#menu>. Acesso em: 27 abr. 2017.

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