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UM OLHAR PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Barbosa, Angélica Silva Guimarães¹
RU 1749915
Santos, Kelen Conrado de Souza²
RESUMO
Este artigo tem como objetivo nos auxiliar a compreender a educação brasileira, em particular a trajetória da educação de jovens e adultos (EJA), uma modalidade de educação básica que possui faces políticas e sociais bem expressivas. Sua trajetória é marcada pela existência de programas governamentais e iniciativas da sociedade civil, de associações comunitárias, movimentos sociais, sindicatos e organizações não governamentais (ONGs). Teremos a oportunidade de analisar aspectos da história da educação brasileira, como a intensa prática social em direção à efetivação do direito à educação e, portanto da escolarização ampliada a toda sociedade. 
O estudo da EJA neste artigo é uma maneira de aprofundar os conhecimentos sobre vários aspectos: as características dessa modalidade educacional, o desafio histórico que a educação pública no Brasil enfrentou, a realidade social do país e as contradições que geram a busca pela EJA, e ainda a formação e prática dos professores dessa modalidade. 
Palavras chaves: Alfabetização de adultos, história da EJA, formação dos professores.
¹ BARBOSA, Angélica Silva Guimarães. Graduanda de Segunda Licenciatura em Pedagogia pela UNINTER pólo Ourinhos.
² Professor orientador.
INTRODUÇÃO
É nossa tarefa como educadores compreender a trajetória da EJA no Brasil, sua legislação educacional e as diretrizes curriculares para essa modalidade educacional no âmbito das políticas públicas. Ao mesmo tempo, é nosso dever saber da existência dos movimentos nacionais e internacionais que debateram as experiências educacionais e as políticas necessárias à EJA. O conhecimento dessas experiências ampliará nossas ferramentas para análise da realidade brasileira e dos programas e projetos que se destinam aos jovens e adultos, tanto analfabetos quanto os que possuem escolaridade incompleta.
Para introduzir a reflexão proposta aqui sobre o percurso da EJA no Brasil, vou partir de algumas perguntas: Quem são os alunos da EJA? O que buscam na educação?
Nos dias de hoje podemos afirmar que os alunos da EJA possuem uma grande bagagem cultural e que os conteúdos da EJA precisam ter estreita ligação com a realidade desses alunos. O sujeito da EJA não é aquele que fracassa, é preciso desmontar essa ideia do fracasso escolar atribuída ao aluno da EJA que se arrasta desde sempre. Existem fatores estruturais, os quais possuem raízes profundas na sociedade, que são em grande medida responsáveis pela existência de pessoas fora da escola, outras que desistem da escola e outras que ingressaram tardiamente ou que repetem varias vezes de ano. As condições sociais e a desigualdade social, somadas as frágeis políticas educacionais, integram o rol de fatores que contribuem para a existência de analfabetos, de pessoas com baixa escolaridade no país e, consequentemente, a necessidade da existência de projetos e programas de EJA.
A categoria dos jovens integra grande parte dos projetos e programas da EJA. Há um movimento na sociedade e no mundo escolar que faz com que o jovem não termine sua escolaridade em tempo ideal, no ensino regular e procure na EJA recuperar o tempo perdido. É importante que a pratica educativa na EJA e os conteúdos escolares ultrapassem os limites tradicionais e que estejam articulados com experiências e inquietações vividas cotidianamente pelos alunos.
Antigamente, os alunos da educação de adultos buscavam o estudo como forma de entrarem no mundo da produção industrial, como maneira de melhorar de emprego e de superar a vergonha de ser analfabeto. Hoje em dia não é muito diferente, já que esses mesmos alunos, a maioria jovem, continuam buscando alternativas de melhorar a condição de emprego, de receber melhores salários, ou até mesmo como forma de conseguir o primeiro emprego. Outros estão na EJA para acelerar a obtenção do diploma escolar, por motivos de desistência ou repetência no ensino regular e ainda há alunos que voltaram após algum tempo com intenção de ampliar a escolaridade.
Pode-se afirmar que hoje os alunos que frequentam a educação de jovens e adultos são variados, podem ser trabalhadores, aposentados, jovens e adolescentes empregados ou em busca do primeiro emprego e até mesmo pessoas com necessidades educativas especiais.
Por esse motivo o trabalho pedagógico tem que ter um olhar voltado para as necessidades desses alunos, e como escreve Arroyo (2007, p7) “A EJA tem que ser uma modalidade de educação para sujeitos concretos, em contextos concretos, com histórias concretas, com configurações concretas”...
Os desafios encontrados na educação de jovens e adultos não são encarados apenas pelos alunos, mas também pelos próprios educadores.
DESENVOLVIMENTO
Um pouco de história da EJA no Brasil
Fundamentação Teórica
Conhecer a história da EJA no Brasil nos ajuda a entender, hoje, por que algumas posturas são adotadas. E, também, por que o momento político do país constituiu a concepção de EJA mais forte.
Por muito tempo, o analfabeto era visto como alguém incapaz, preguiçoso, uma vergonha nacional etc., e a concepção de leitura e escrita eram vistas apenas como domínio do código. Por longos anos o objetivo da EJA era o de superar o atraso daqueles que não sabiam ler nem escrever, adotando assim uma pedagogia instrumental de educação, sem nunca levar em consideração as experiências e as vidas dos trabalhadores em questão. Mas, no decorrer do século XX, em momentos de maior democratização do país, surgiram propostas que via o analfabeto como vítima de uma sociedade injusta e a EJA como um direito dessas pessoas compreenderem melhor o mundo em que vivem.
A educação de jovens e adultos no Brasil passou por diversas fases – desde o período colonial aos ideais neoliberalistas, o que indica mudanças nas concepções, objetivos e outras ações. Em alguns momentos da história, parecia que a visão não evoluía, mostrando que os propósitos da educação sempre estiveram atrelados aos interesses da política.
A história da EJA se mistura com a história do Brasil, pois ela surgiu num momento conturbado econômico, social e político. Ela tem duas faces distintas: de um lado a preocupação governamental com a superação do analfabetismo e da baixa escolaridade da população brasileira. De outro lado, as experiências educativas dos movimentos sociais populares com a alfabetização de trabalhadores.
No caso do Brasil, o sistema escravocrata e a divisão entre a elite e os escravos ou homens libertos são fatores, entre outros, que justificaram a tardia preocupação com educação pública para os jovens e adultos. A EJA foi se constituindo como preocupação somente no século XX, diante das mudanças na economia e das manifestações dos movimentos populares. É importante lembrar que EJA inicialmente foi pensada como educação de adultos na esfera de educação popular.
Diante da preocupação internacional com a educação como direito de todos, que a EJA foi se constituindo num campo pedagógico, ou seja, foram os fatores externos (conferencias mundiais) e internos (grave situações de analfabetismo, escolaridade incompleta e constantes movimentos sociais) que colocaram a EJA no contexto da legislação recente e da articulação entre governos e sociedade civil na busca de superar a situação de baixa escolaridade no país.
A desigualdade social e exclusão são particularidades que marcam a educação brasileira ao longo da história, e respinga na educação de adultos, que já foi chamada de educação popular. Ela foi desenvolvida num contexto de movimentos populares e de trabalhadores. Paulo Freire é um dos educadores que engrossou o debate da educação popular no Brasil, principalmente nos anos 1960. A EJA tem trajetória secular na educação brasileira e tem como objetivo central a erradicação do analfabetismo. Vários programas e projetos do governo foram destinados à alfabetização e escolarização de jovens e adultos.
O adulto trabalhador semprefoi tratado de maneira bem marginal, quase sempre esquecido na legislação brasileira. Ou era excluído dos processos políticos, ou excluído do acesso a terra. O saber ler e escrever foram motivo de muita atenção na história de educação brasileira com a Lei Saraiva que adotou o voto do analfabeto nas eleições.
O adulto iletrado marcava uma sociedade bastante subdesenvolvida, era sempre chamado de ignorante e visto como um sujeito que precisava ser “ajustado socialmente” e a educação era um dos caminhos para superar o atraso que se encontrava a sociedade brasileira.
Esse adulto, nos primeiros programas governamentais, vivenciava uma educação nos moldes da educação desenvolvida com as crianças. Com o avanço de experiências e a concepção da educação popular, passou-se a haver certa desconfiança acerca dos conteúdos e métodos aplicados. 
Aos poucos novas metodologias passaram a integrar a denominada educação de jovens e adultos, de modo que os alunos começam a ser pensados como pessoas trabalhadoras que possuem experiências de vida, ou como jovens que estão inseridos em certos contextos culturais, ambos com saberes que podem e devem ser maximizados nos processos educativos.
As preocupações em torno da educação eram resumidas às questões referentes à obrigatoriedade do ensino, a gratuidade do ensino, o auxilio governamental, e o preparo dos educadores.
Pode-se dizer que no Brasil, a educação de adultos ganhou maior importância quando foi ampliado o debate em torno da educação popular. Como afirma Freire (2005,p15):
O conceito de educação de adultos vai se movendo na direção da educação popular na medida em que a realidade começa a fazer algumas exigências à sensibilidade e à competência dos educadores e educadoras. Uma destas exigências tem a ver com a compreensão critica dos educadores do que vem ocorrendo na cotidianidade do meio popular [...] os conteúdos a serem ensinados não podem ser totalmente estranhos aquela cotidianidade.
Vale destacar que a educação de adultos era considerada sim como parte da educação popular, uma vez que incluiu-se as escolas noturnas para adultos, porém a educação de adultos passou a ser tratada como escola de alfabetização e educação de base, pois sua duração era menor do que a ofertada à população em idade adequada.
As concepções instrumentais e emancipatória vêm se revezando na EJA, dependendo, principalmente, da ideologia política de cada época. Quanto mais democráticos os governos, maior o avanço da EJA, caso contrário, ocorre um retrocesso.
Os desdobramentos da educação de adultos e os desdobramentos das experiências de educação popular direcionam para a compreensão das campanhas e movimentos que marcaram o século XX. Foi somente na metade do século XX que a educação de adultos teve maior valorização política e social, tanto na esfera governamental, quanto na sociedade civil. Também foi bastante problematizada pelos movimentos sociais que reinvidicaram o supletivo como um direito social.
As campanhas que surgiram objetivaram a alfabetização da população, e no caso dos movimentos populares, objetivaram o desenvolvimento da consciência crítica e da emancipação humana.
O ideário de Paulo Freire e dos educadores que juntos desenvolviam a educação de adulto marcou e ainda marca muitas experiências na EJA. Era a chamada educação libertadora. O trabalho com a EJA ficou registrado na educação brasileira, especialmente nos trabalhos dos movimentos populares. A influência freiriana esteve presente como característica de emancipação e de consciência política, porem sofreu repressões e desmobilização diante das iniciativas governamentais e foram extintas.
Então surgiu o MOBRAL que tinha como característica a independência institucional e financeira face aos sistemas regulares de ensino e aos demais programas de educação de adultos; articulação de uma organização operacional descentralizada, apoiada em comissões municipais, centralização das orientações do processo educativo. Havia também a gerência pedagógica central, que cuidava da organização, da programação de execução e da avaliação dos trabalhos.
A experiência do Mobral ainda merece estudos. Em cada canto do Brasil é possível encontrar algum educador ou materiais pedagógicos que tiveram vínculo com o movimento.
Duas concepções de educação que marcaram profundamente a prática educativa da EJA, a MOBRAL e a Freiriana. Uma se caracterizava como instrumental, em que era valorizada a técnica de ensino, a memorização, a decodificação, enfim o montar e desmontar palavras, sem a preocupação com os processos educativos que permitissem o estabelecimento de relações entre o mundo da vida e o mundo escolar. A outra concepção, sustentada pela experiência e estudos de Paulo Freire e dos movimentos sociais populares, defendia a educação dialógica, pela qual os conteúdos do mundo deveriam ser identificados aos sujeitos da educação e então se tornariam parte dos conteúdos escolares. Com isso seria possível problematizar a realidade da população, bem como lhe oferecer a aquisição das condições de oralidade, leitura e escrita das primeiras palavras, frases e textos. Assim a educação teria também uma função social de ensinar a ler e escrever, e especialmente trabalhar com a leitura de mundo, numa perspectiva de conscientização política. Portanto, trata-se de duas praticas, uma centrada na técnica do ensino e outra focada na intenção de desenvolver processos de conscientização política e valorização do ser humano mediante o reconhecimento de sua pratica social.
 O estudo das concepções de educação que orientaram a EJA em cada momento de sua trajetória facilita hoje a compreensão das diferentes práticas educativas e de suas intencionalidades.
A EJA também está inserida nos textos das constituições e da legislação educacional brasileira, é importante lembrar que a legislação surgiu em função das necessidades da nação, do ponto de vista político, bem como das demandas sociais evidenciadas nas pautas reivindicatórias dos moimentos sociais populares. 
Na constituição, ainda no período imperial, estava determinado que todos os cidadãos teriam o acesso a instrução primária gratuita. Ocorre que nessa espoca, a cidadania se restringia aqueles considerados livres e libertos, uma vez que o modelo de produção era baseado no trabalho escravo, o qual perdurou ate 1988, quando aconteceu abolição da escravatura. 
Na realidade, as legislações específicas da educação deram pouca atenção à educação de adultos, com exceção da legislação de 1996 que criou um capitulo especifico sobre a EJA. As sugestões expostas nas Diretrizes Curriculares Nacionais se referiam quanto á idade, organização curricular, processo de avaliação, certificação, entre outros processos. As diretrizes não são normas, mas sim norteadores de um processo educacional nacional, que possuem certa flexibilidade conforme as especificidades regionais.
Verificamos que na história da educação brasileira é preciso destacar a importância dos textos constitucionais e o lugar que a educação possui nele. As legislações específicas da educação de alguma maneira interferem na EJA, seja nas DCN que norteiam o movimento, seja nos PNEs estabelecendo metas a serem cumpridas.

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