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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU ERICA DIONE DOS SANTOS LIMA JEAN WILLIAM FRITZ PIAGET Biografia e principais preceitos teóricos Iguatu 2017 Introdução Segundo o escritor John W. Santrock “A psicologia da educação é o ramo da psicolo- gia dedicado à compreensão do ensino e da aprendizagem no ambiente educacional”. Inúmeros profissionais buscaram compreender como acontece a aprendizagem ao longo da vida, como se dá o amadurecimento da mente de uma criança para posteriormente se tornar uma mente adulta. É notório que muitos fatores influenciam para que essa maturação aconteça e pode até não acontecer. Um psicólogo que se destacou na área da psicologia educacional chamado Jean Piaget dedicou sua vida para estudar e compreender esse processo de crescimento mental, então, se torna importante conhecer suas teorias e sua história para entendermos com clareza a metodo- logia de maturidade de um indivíduo. Biografia Jean William Fritz Piaget nasceu no dia 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça. Interessou-se por História Natural ainda em sua infância, frequentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filosofia. Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade. Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Em 1919, mudou-se para a França, onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência, padronizados para crianças. Piaget notou que crianças francesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento lógico se desenvolve gradualmente. Jean Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cogni- tivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas que realizou com crianças. Embora tenha se formado em ciências naturais, tornou-se uma autoridade em psicologia, pelo re- conhecimento da importância de sua teoria para a compreensão do desenvolvimento cognitivo. Em 1921, Piaget voltou à Suíça e tornou-se diretor de estudos no Instituto J. J. Rousseau da Uni- versidade de Genebra. Lá ele iniciou o maior trabalho de sua vida, ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras, ações e processos de raciocínio delas. Em 1923, casou-se com Valentine Châtenay, com quem teve três filhas: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931). As teorias de Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética (1955) e desenvolveu diversos campos de estudos científicos: a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva e o que veio a ser cha- mado de epistemologia genética. Ao longo de sua brilhante carreira, ele escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos e morreu em Genebra, em 17 de setembro de 1980. Principais preceitos teóricos Ao deixar a Suíça, Piaget foi trabalhar no laboratório de Binet, dedicava-se a elaborar um teste para medir a inteligência das crianças que frequentavam as escolas francesas, o teste de inteligência Binet-Simon. Ao analisar as respostas das crianças no teste, Piaget começou a se in- teressar pelas respostas erradas, salientando que as crianças erravam porque as respostas eram analisadas a partir do ponto de vista do adulto. Jean Piaget descobriu que elas não raciocinam como os adultos, ele modificou a teoria pedagógica tradicional que, até então, afirmava que a mente de uma criança é vazia, esperando ser preenchida por conhecimento. Na visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. Esse foi o ponto de partida para que Piaget desenvolvesse sua teoria, que sugere que o indivíduo ao longo do seu desenvolvimento, realiza um processo contínuo de trocas entre o seu organismo vivo e o meio. Segundo Piaget, ao realizar trocas com o meio, o indivíduo está em constante adapta- ção com a finalidade de alcançar equilíbrio. Como essa é uma dinâmica contínua em sua vida, o desenvolvimento cognitivo ocorre através de constantes desequilíbrios e equilíbrios. Para alcançar um novo estado de equilíbrio, dois mecanismos são acionados, assimilação e acomodação. O pri- meiro corresponde a objetos conhecidos, assimilamos ou incorporamos os objetos ou informações do meio aos esquemas mentais já existentes. O segundo, acomodação, corresponde a objetos des- conhecidos, acomodamos ou aprendemos, quando ocorre mudança dos esquemas mentais a partir de objetos ou informações desconhecidas. Em seu trabalho, Piaget identifica os quatro estágios de evolução mental de uma cri- ança. Cada estágio é um período onde o pensamento e comportamento infantil é caracterizado por uma forma específica de conhecimento e raciocínio. Esses quatro estágios são: 1. Estágio sensório-motor (do nascimento aos 2 anos) - neste estágio a criança baseia-se em per- cepções sensoriais e esquemas motores para resolver seus problemas. A criança percebe o ambi- ente e age sobre ele. Nesse período, Piaget considera que a criança ainda não dispõe da capacidade de representar eventos, de evocar o passado e de referir-se ao futuro, vive o aqui e o agora. 2. Estágio pré-operacional (dos 2 aos 6 anos) - a recém adquirida função simbólica possibilita a criança usar símbolos mentais (imagens ou palavras), que representam objetos que não estão pre- sentes. Destaca-se nessa fase o aparecimento da linguagem oral, que para Piaget é uma das formas de expressão do pensamento. 3. Estágio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) - nesta fase a criança desenvolve um pensa- mento lógico, objetivo, flexível, móvel, reversível e menos egocêntrico. Isso representa um grande avanço no pensamento da criança, ela agora é capaz de construir um conhecimento mais compatí- vel com o mundo que a rodeia. O real e o fantástico não mais se misturam em sua percepção. O pensamento baseia-se mais no raciocínio do que na percepção. 4. Estágio das operações formais (após os doze anos) - a principal característica deste estágio é que o pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta. O adolescente se torna capaz de raciocinar logicamente, isso porque a habilidade recém adquirida lhe permite hipotetizar e de- duzir. A libertação do pensamento das amarras do mundo concreto permite ao adolescente traba- lhar não só com a realidade concreta, mas também com a realidade possível, estendendo seu pen- samento até o infinito. A partir de agora pode utilizar hipóteses, visto que estas não são, em prin- cípio, nem falsas nem verdadeiras, são apenas possibilidades. Os estágios de desenvolvimento cognitivo, apresentam características próprias e cada uma delas constitui um determinado tipo de equilíbrio. Ao longo do desenvolvimento mental, passa-se de uma etapa para a outra, buscando um novo e mais completo equilíbrio que depende, entretanto, das construções passadas. Não é possível passar por cima de uma etapa, a sequência das etapas é sempre invariável e irreversível, ou seja, nem se pula uma etapa, nem se retorna a uma anterior. Uma vez tendo sido construída uma determinada capacidade mental, não é mais possível perdê-la. Referências UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO. Psicologia do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: UCB, 2009. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/5369997/psicologia-do-de-senvolvimento. Acesso em: 13/09/2017 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/psicologia-da-educacao-conceitos- objetivos-funcoes-e-finalidades/37945. Acesso em: 13/09/2017 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/jean-piaget-biografia/53974. Acesso em: 13/09/2017 https://www.ebiografia.com/jean_piaget/. Acesso em: 13/09/2017
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