Buscar

Valorização Profissional aulas 01 a 10

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 01
Conceituações Iniciais – Saúde e Segurança do Trabalhador
Conceituações iniciais:
Saúde:
É um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidades.
No sentido de garantir o referido conceito o Governo Federal através do Ministério da Saúde, desenvolve a Política Nacional de Saúde do Trabalhador visando à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mediante a execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde.
Segurança do trabalho:
É um conjunto de metodologias cuja finalidade é a prevenção de acidentes e de doenças do trabalho pela minimização ou até eliminação dos riscos associados aos processos produtivos. 
A segurança não deve ser tratada como uma atividade à parte, já que faz parte de toda atividade.
Atenção:
A Segurança do trabalho é estrutura desenvolvida pelos empregados, empresa e governo, objetivando garantir a integridade física e metal de todos.
Constituição:
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, Capítulo II, dispondo sobre os direitos sociais, estabelece:
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social - Item XII: Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”.
Relação entre surgimento da Segurança no Trabalho e o tipo de atividade exercida pelo homem:
A evolução das questões relacionadas à segurança do trabalho está intimamente ligada aos riscos enfrentados pelos trabalhadores que por sua vez são incorporados ao ambiente laboral via tecnologia empregada. Por exemplo, vamos analisar os riscos ao trabalhador em três distintas fases da história:
Homem Primitivo:
Riscos associados ao ato de caçar ou de pescar.
Pré–Revolução Industrial:
Riscos associados ao trabalho no campo e na manipulação de metais e das primeiras ferramentas utilizadas pelos artesões. 
Pós–Revolução Industrial:
Neste caso os riscos estão associados ao manuseio e controle de máquinas de alta tecnologia, de substâncias perigosas, bem como radioativas.
Cronologia da Segurança no Brasil e no mundo:
Na cronologia a seguir é possível traçar um paralelo entre a evolução tecnológica e seus correspondentes riscos, com as ações promovidas pela sociedade no sentido de estabelecer as salvaguardas para a conservação da saúde e da segurança dos trabalhadores:
No Mundo:
700 - Itália: 
Bernardino Ramazzini publica estudo intitulado “De morbis artificum diatriba” (A doença dos trabalhadores).
Estudo pioneiro das doenças associadas ao trabalho envolvendo mais de 50 profissões.
1802 - Reino Unido: 
“Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”.
Limita a jornada de trabalho em 12 horas por dia; exigência de lavagem de paredes das fábricas periodicamente; exigência da ventilação nos ambientes laborais.
1830 - Reino Unido: 
Instalado o primeiro serviço médico industrial somente para a Medicina Curativa.
1833 - Reino Unido:
“Factory Act”
É estabelecida a obrigatoriedade de prover máquinas com proteção e comunicar acidentes do trabalho.
1867 – França: 
Instalada a 1ª Associação para Prevenção de Acidentes por iniciativa de Engels Dolfus.
1877 - Estados Unidos:
Promulgada a Lei sobre a necessária proteção de correias de transmissão em máquinas.
1913 - Estados Unidos:
Instalado o “National Safety Council”.
No Brasil:
1919:
Promulgada a Lei 3.724 - 1ª Lei sobre os acidentes de trabalho que estabelece uma série de procedimentos prevencionistas ligados ao setor ferroviário.
1941:
Ano de fundação da ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes.
1943:
Aprovação do Decreto-lei nº 5.452 que trata da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sendo o Capítulo V dedicado à Segurança e Medicina do Trabalho.
1972:
A Portaria 3237, de julho/72, tornou obrigatória a existência de Serviços de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, de acordo com o tipo de atividade desenvolvida, do grau de risco e do número de empregados da empresa.
1977:
Alteração do Capítulo V, do Título II, da CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho, que vai proporcionar o estabelecimento de novas normas regulamentadoras de segurança do trabalho.
1978:
A Portaria 3.214 estabelece o necessário atendimento pelas empresas e empregados das “Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho - NR”
Noções Preliminares das Relações Jurídicas do Trabalho:
São as seguintes as principais atribuições dos órgãos do Poder Público nas questões relativas à relação capital-trabalho:
Ministério do Trabalho e Emprego: 
Responsável pelo estabelecimento de políticas e diretrizes nacionais para a geração de emprego e renda; pela aplicação de sanções previstas nas normas legais, bem como pela assessoria direta ao Presidente da República para a solução de questões de conflito de interesses.
Instituto Nacional do Seguro Social:
Responsável pela fiscalização da legislação previdenciária, notadamente no tocante ao recolhimento de contribuições previdenciárias; pelo pagamento de benefícios sociais decorrentes de acidentes de trabalho, bem como pela viabilização da aposentadoria especial.
Ministério Público do Trabalho:
Responsável pela defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais individuais indisponíveis, especificamente no tocante às relações trabalhistas, promovendo, quando necessário, o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do meio ambiente do trabalho.
Ministério Público Estadual: 
Por ser o detentor do monopólio da ação penal pública é o responsável pela viabilização do empregador vir a ser responsabilizado criminalmente pela ocorrência de acidente do trabalho.
Justiça do Trabalho: 
Responsável pela solução dos conflitos decorrentes da relação de trabalho, especialmente entre empregado e empregador. Cabe destacar que com o advento da Emenda Constitucional 45, de 08/12/2004, a Justiça do Trabalho teve a sua competência material ampliada para a totalidade dos litígios oriundos da relação de trabalho e não mais apenas à relação de emprego.
Atenção:
Em 1959, a OIT através da recomendação nº 112, indicou a necessidade de instalação nos locais de trabalho, ou em suas proximidades, dos serviços de saúde ocupacional, com as seguintes principais finalidades:
I - Auxiliar no estabelecimento e manutenção do bem-estar físico e mental dos trabalhadores; 
II - Contribuir para a proteção do trabalhador com relação aos riscos laborais à sua saúde.
AULA 02
O Homem - Um ser Biopsicossocial.
Introdução:
Vamos iniciar a nossa aula com a contextualização histórica e a caracterização dos modelos biomédico e biopsicossocial empregados na relação conceitual entre saúde e doença.
Contextualização histórica da relação conceitual saúde doença:
O conceito de saúde foi sendo modificado ao longo da história notadamente por conta dos avanços tecnológicos e científicos.
Segundo Capra (1982) inicialmente a saúde e a doença eram estabelecidas a partir em um olhar sobre o sujeito enfermo composto de corpo e alma, dentro de um contexto social e espiritual.
Modelo biomédico: 
As prioridades são os aspectos funcionais e orgânicos do corpo. Foi criado no início do século XVII a partir dos conceitos do filósofo René Descartes para quem corpo e mente são estruturas isoladas, sendo o corpo objeto de estudo da Medicina e a mente responsabilidade da Filosofia e da religião.
Estruturas Isoladas:
Ramos (2006), segundo o modelo cartesioano o que existe de fato é uma realidade isolada entre a matéria e a atividade da mente, mesmo estando elas ligadas pelo plano divino.
Atenção:
Cabe destacar que foi com a visão de que os aspectos emocionais e espirituais estão separados dos aspectos corpóreos, que se consolidou o pensamento dualista de homem.
Como forma evolutiva, o modelo biopsicossocial considera a relação saúde-doença a partir de três dimensões: Biológica; Psicológica; e, Social.
Neste padrão, tem-se do indivíduo enfermo uma visão integral.
Na opinião de Reis (apud GRILLO, 2005) asdimensões biológica, psicológica e social não estão separadas, mas sim integradas, sendo o ser humano uma totalidade biopsicossocial.
Aqui cabe ressaltar a conceituação de saúde segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS -, ou seja: saúde é o completo bem-estar físico, psíquico e social, ocorrendo conjuntamente, e não meramente a ausência de doença.  
Os agentes de riscos psicossociais:
Segundo a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho (2000) as diversas mudanças que vêm ocorrendo no mundo laborativo resultaram em riscos emergentes no campo da segurança e saúde ocupacional. 
Essas mudanças levaram ao surgimento dos riscos psicossociais emergentes além daqueles já conhecidos, ou seja, os riscos físicos, químicos e biológicos.
Ainda segundo a Agência os riscos psicossociais relacionados com o trabalho têm sido identificados como um dos grandes desafios contemporâneos para a saúde e a segurança e estão ligados a problemas nos locais de trabalho, tais como o estresse, a violência, o assédio e a intimidação no ambiente de trabalho, que efetivamente acarretam baixo desempenho, maior absentismo e grande número de acidentes.
Para a ILO (1986) risco psicossocial é o resultado da interação entre conteúdo do trabalho, organização do trabalho, gerenciamento e outras condições ambientais e organizacionais, com as competências e as necessidades dos empregados que podem influenciar a saúde deles.
Perigos psicossociais relacionados ao trabalho:
Teor do trabalho: 
Ausência de variações ou ciclos curtos de trabalho, trabalho fragmentado ou sem sentido, subutilização de habilidades, alto nível de incerteza, exposição contínua a pessoas devido ao trabalho realizado;
Carga e ritmo de trabalho: 
Sobrecarga ou pouca carga, ritmo das máquinas, altos níveis de pressão por tempo, continuamente sujeito a prazos;
Horário de trabalho: 
Turno de trabalho, turnos noturnos, horários não flexíveis, horários imprevisíveis, longas jornadas ou sem convívio social;
Controle: 
Baixa participação na tomada de decisões, falta de controle da carga de trabalho, ritmo de trabalho, trabalho em turnos;
Ambiente & equipamentos: 
Disponibilidade de equipamentos, compatibilidade ou manutenção inadequada; condições ambientais ruins, tais como: falta de espaço, iluminação fraca, ruído excessivo;
Cultura organizacional & função: 
Comunicação fraca, baixos níveis de apoio para a solução de problemas e desenvolvimento pessoal, falta de definição ou acordo sobre os objetivos organizacionais;
Relações interpessoais no trabalho: 
Isolamento físico ou social, precariedade das relações superiores ou colegas de trabalho, conflito interpessoal, falta de apoio social;
Papéis na organização: 
Ambiguidade de papéis, conflito de papéis e responsabilidade pelas pessoas;
Desenvolvimento da carreira: 
Estagnação da carreira e incerteza, baixa promoção ou promoção em excesso, remuneração precária, insegurança no trabalho, baixo nível social do trabalho;
Interface lar-trabalho: 
Demandas conflitantes do trabalho e vida pessoal, pouco apoio no lar, carreira dupla.
Os agentes de riscos psicossociais:
Neste ponto, cabe destacar que os riscos psicossociais tais como a violência e o assédio moral, podem conduzir ao estresse no trabalho.
Segundo dados (2010) da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho o estresse (um em cada três e custam 20 bilhões de euros) constitui o segundo problema (o 1º é dor nas costas) mais comum de saúde relacionado com o trabalho. 	
Para a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (2007), o estresse relacionado ao trabalho figura entre as causas mais comuns de doenças relatadas pelos trabalhadores e afetam mais de 40 milhões deles por toda a União Europeia.
Abordagens práticas para a melhoria das condições ambientais do trabalho:
Para a Organização Mundial de Saúde – OMS -, saúde mental é o estado de bem-estar no qual o indivíduo:
Realiza as suas capacidades;
Pode fazer face ao estresse normal da sua vida;
Pode trabalhar de forma produtiva e frutífera;
Pode contribuir para a comunidade em que se insere.
Você conhece algum fator que garante uma boa saúde mental no trabalho?
Para a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012) os fatores que, no trabalho, garantem uma boa saúde mental são os seguintes:
Apoio social;
Sentimento de inclusão e de realização de um trabalho com significado;
Encontrar sentido no trabalho realizado;
Ter condições para tomar decisões no trabalho;
Ter condições para organizar o trabalho de acordo com o seu próprio ritmo.
Atenção:
Ainda segundo a Agência (2012) da mesma forma que o trabalho pode ser benéfico para a saúde mental, proporcionando um sentimento de inclusão social, identidade e estruturando a ocupação do tempo, ficou constatado que muitos perigos psicossociais do trabalho aumentam o risco de ansiedade, depressão e esgotamento.
AULA 03
A Natureza do Trabalho do Profissional da Área de Segurança Pública.
As exigências e as relações de poder no trabalho e as consequentes repercussões na saúde e no ambiente familiar do profissional:
Segundo Dejours (1986):
A saúde de uma pessoa se forma e se transforma continuamente, em um processo dinâmico de interação circunstancial entre aspectos biológicos, psíquicos, sociais e culturais.
Já com relação ao significado de “atividade profissional” Dejours, Dessor e Desriaux (1993) entendem que muito mais que uma maneira de garantir a sobrevivência, a atividade profissional representa um modo de inserção social em que os aspectos físicos e psíquicos se encontram fortemente associados. Assim como o trabalho pode representar uma fonte de equilíbrio e satisfação o mesmo pode ser o causador de danos à saúde e sofrimento.
Na medida em que a natureza do trabalho do profissional de segurança propicia o contato habitual e permanente com a violência, a criminalidade e os demais desvios sociais, a integridade física e psicológica do profissional, quando das ações em defesa do cidadão e da ordem pública, é submetida de forma contundente a diversas condições de tensão e de risco, incluindo a perda da própria vida.
Adicionalmente às condições ambientais de risco o trabalho do profissional de segurança também é afetado de forma direta por pressões originadas na própria instituição notadamente em função da cultura e da organização do trabalho. 
Aqui cabe destacar a posição de Moraes et al. (2000) quando afirmam que em um ambiente organizacional os profissionais são submetidos de forma permanente a um conjunto de pressões que estimula o surgimento de algum nível de estresse.
Adicionalmente ao estresse podem ser ainda listados os seguintes problemas no meio ambiente laboral provocados pelos riscos psicossociais relacionados ao trabalho, que abrangem aspectos de concepção, gestão do trabalho, e os contextos sociais e organizacionais: violência, assédio e bullying (atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados com o objetivo de intimidar ou agredir indivíduo(s) incapaz(es) de se defender(em) no local de trabalho).
Cumpre ainda ressaltar a percepção do profissional de segurança de que o seu trabalho não é devidamente reconhecido pela sociedade na medida em que ora é considerado ineficiente ora é considerado discriminatório ou injusto.
Assédio, intimidação, assédio moral ou violência psicológica:
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (2010) assédio moral são atos cruéis e desumanos que caracterizam uma atitude violenta e sem ética nas relações de trabalho, praticada por um ou mais chefes contra seus subordinados. 
Ainda segundo o MTE trata-se da exposição do trabalhador a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes durante o exercício de sua função, ou seja, é a chamada violência moral.
Segundo o Dicionário eletrônico Houaiss, assédio significa: insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constante em relação a alguém.
Para a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho (2002) o assédio é umcomportamento reiterado e não razoável dirigido a um empregado ou a um grupo de empregados, que tem por objetivo martirizar, humilhar, fragilizar ou ameaçar o alvo do assédio.
Dados da Organização Internacional do Trabalho (1996) - indicavam que 11% dos trabalhadores de diferentes países por todo o mundo haviam sido expostos a situações consideradas de violência moral no local de trabalho.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o assédio moral no ambiente laboral é um comportamento irracional, repetido, em relação a um determinado empregado, ou grupo de empregados, criando um risco para a segurança e para a saúde.
Para Reis (2006) assédio moral pode ser definido como a tentativa para desestabilizar a vítima emocional e profissionalmente, e assim fazer com que ela perca gradativamente a sua autoconfiança e o seu interesse pelo trabalho. São várias as formas do assédio moral, sendo as mais usuais as listadas a seguir:
Comentários indesejáveis a respeito de atributos físicos, religião ou orientação sexual da vítima;
Intromissão em assuntos privados;
Ameaça de violência; 
Humilhação, inferiorização e ridicularização notadamente perante colegas ou superiores;
Divulgação de informações falsas;
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS - (2004) são os seguintes os principais sintomas associados ao assédio:
Psicopatológicos:
Síndromes de ansiedade, depressão, insegurança e falta de iniciativa.
Psicossomáticos:
Hipertensão arterial, úlceras estomacais, enxaqueca e perda de equilíbrio.
Comportamentais:
Reações agressivas, aumento do consumo de álcool ou drogas e disfunções sexuais.
Atenção:
Cabe destacar a posição do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE - (2010) entendendo que a violência moral ocasiona desordens emocionais atinge a dignidade e a identidade da pessoa humana, altera valores, causa danos psíquicos (mentais), interfere negativamente na saúde, na qualidade de vida e pode até levar à morte.
Assédio sexual:
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (2010) assédio sexual no ambiente de trabalho consiste em constranger colegas por meio de cantadas e insinuações constantes com o objetivo de obter vantagens ou favorecimento sexual.
Ainda segundo MTE (2010) essa atitude pode:
Ser clara ou sutil;
Ser falada ou apenas insinuada;
Ser escrita ou explicitada em gestos; 
Vir em forma de coação; 
Vir em forma de chantagem.  
De acordo com a professora Adriana C. Calvo - mestranda da PUC/SP, (apud Ministério do Trabalho e do Emprego – TEM -, 2010) há dois tipos de assédio sexual: chantagem e intimidação.
Neste ponto cabe destacar a posição de Bender et al. (2006) quando afirmam que o assédio sexual consiste na abordagem repetida de uma pessoa a outra, com a pretensão de obter favores sexuais, mediante imposição de vontade.
Chantagem: Tipo criminal previsto na lei 10.224/2001.
Intimidação: Intenção de restringir, sem motivo, a atuação de alguém ou criar uma circunstância ofensiva ou abusiva no trabalho.
assédio sexual: ofende a honra, a imagem, a dignidade e a intimidade da pessoa. São os seguintes os principais requisitos: 
Presença do assediado (vítima) e do assediador (agente); 
Conduta sexual;
Rejeição à conduta;
Reiteração da conduta;
Relação de emprego ou de hierarquia.
Para combater o assédio sexual Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego MTE - (2010) é necessário tomar as seguintes medidas: 
Romper o silêncio; 
Reunir provas, como bilhetes, presentes e outros; 
Relatar o acontecido ao setor de Recursos Humanos. 
Violência no trabalho:
Por definição entende-se por “violência” os insultos, as ameaças e as agressões físicas. A violência pode ter como origem uma fonte do ambiente interno ou do exterior de uma organização.
São identificados os seguintes principais fatores de riscos:
Trabalho em contato com o público;
Trabalho com valores.
Para a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde (2002) as consequências de incidentes violentos, que incluem lesões, estresse pós-traumático, ausências por doença e mau desempenho profissional, podem ser extremamente graves, tanto para os indivíduos como para as organizações.
Ainda para Agência as principais abordagens preventivas podem incluir a instalação de sistemas de iluminação e de vigilância por vídeo, alterações na organização do trabalho e formação em gestão de situações críticas e para o reconhecimento de sinais de alerta.
AULA 04
Noções de Medicina e Segurança do Trabalho.
Higiene do Trabalho:
É a ciência que trata da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do controle dos riscos originados nos locais de trabalho que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores e das comunidades vizinhas, bem como impactar o meio ambiente.
Riscos ocupacionais:
São aqueles capazes de causar danos à saúde ou à integridade física do trabalhador em função da sua natureza, concentração, intensidade, susceptibilidade e tempo de exposição.
Classificações dos riscos ocupacionais: 
Físicos; químicos; biológicos, ergonômicos, de acidentes e comportamentais. 
Riscos comportamentais:
O comportamento seguro de um trabalhador é a capacidade de identificar e controlar os riscos presentes no ambiente laboral contribuindo dessa forma, para a redução da ocorrência indesejada do incidente ou acidente de trabalho.  
Cabe destacar que tal capacidade é obtida a partir de capacitação periódica, reuniões de segurança entre outros mecanismos.
Os desvios, incidentes e acidentes do trabalho e suas tipologias:
Desvios:
Qualquer ação ou condição com potencial de provocar, direta ou indiretamente, danos ao meio ambiente, ao patrimônio ou as pessoas e que está em desacordo com um procedimento, ou requisito legal ou boa prática. 
Exemplo: Dirigir falando ao telefone.
Acidente: 
É um evento não planejado que produz morte, doença, lesão, dano ou outra perda material ou ambiental. 
Exemplo: A queda de uma ferramenta que se choca com o crânio do trabalhador!
Incidente: 
É um evento não planejado que tem o potencial de conduzir a situação a um acidente. 
Exemplo: A queda de uma ferramenta sem choque com o corpo do trabalhador, ou perda material. 
Neste ponto vale observar que um desvio pode conduzir a um incidente ou até a um acidente:
Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho: CLT e Normas Regulamentadoras:
Certamente a norma jurídica de maior relevância para a segurança e a saúde no trabalho é a Lei Nº 6514, de 22 de dezembro de 1977, que altera os art. 154 a 201 da Consolidação das Leis do Trabalho, os quais compõem o Capítulo V, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho.
De acordo com o caput do art. 200, desse diploma legal, o Ministério do Trabalho e do Emprego editou a Portaria 3214, de 08/06/1978, estabelecendo as 28 primeiras normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho urbano. Posteriormente, outras normas foram acrescidas formando hoje a coleção.
NR - 4 SESMT – Serviço especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:
De acordo com a Norma Regulamentadora NR 4, aprovada pela Portaria SSMT-MTb nº 33, de 27/10/1983, que toma por base a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade física do trabalhador no local de trabalho, todas as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuem empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, devem manter, obrigatoriamente, serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT.
O referido serviço especializado tem como finalidades principais a elaboração e a implementação de programas preventivos de acidentes e doenças ocupacionais, a partir de inspeções periódicas de segurança de forma a identificar as condições de riscos nocivas à saúde e à integridade física dos trabalhadores.
Conceitos ligados ao SESMT:
Cabe a área de Engenharia de Segurança reconhecer e analisar os riscos nos diversos postos de trabalho, bem como a supervisão de segurança, treinamento de pessoal, elaboraçãode programas e implementação de estratégias de segurança objetivando o controle dos agentes nocivos e a conscientização dos trabalhadores.
Cabe a área de Medicina do Trabalho reconhecer as doenças profissionais, estabelecer  hipóteses para as causas e propor medidas que eliminem ou minimizem os agentes nocivos no ambiente laboral.
NR-5: CIPA – Comissão interna de prevenção de acidentes:
Segundo a Norma Regulamentadora NR-5 a CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de forma a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com as ações de preservação da vida, bem como de promoção da saúde do trabalhador.
Neste ponto cabe destacar que com o objetivo de definir diretrizes gerais para a implementação das ações de vigilância aos ambientes e processos de trabalho e promoção à saúde do servidor, foi aprovada a Portaria Normativa n°03, em 07 de maio de 2010, estabelecendo orientações básicas sobre a Norma Operacional de Saúde do Servidor – NOSS – aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC).
Principais atribuições da NR-5 - CIPA:
Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, se houver;
Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.
NR-6 – Equipamentos de Proteção Individual:
Define equipamento de proteção individual – EPI - como sendo todo o dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
É também definido como sendo todo aquele composto por vários dispositivos que o fornecedor tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Responsabilidades dos empregados: 
Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Responsabilidades dos empregadores: 
Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade e que possua o certificado de aprovação – CA;
Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e conservação, além de exigir o seu uso;
Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica do EPI, devendo substituí-lo, de imediato, quando danificado ou extraviado;
Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade observada.
Classificações dos EPI, de acordo com a área do corpo sob proteção:
Proteção da cabeça;
Proteção dos olhos e face;
Proteção auditiva;
Proteção respiratória
Proteção do tronco;
Proteção dos membros superiores;
Proteção dos membros inferiores;
Proteção do corpo inteiro;
Proteção contra quedas com diferença de nível.
Exemplos de dispositivos específicos para os profissionais de segurança. Lanterna, bastão policial, algemas, etc.
NR-7 – PCMSO – Programa de controle médico e saúde ocupacional:
Tem por objetivo a promoção e a preservação da saúde dos colaboradores. Planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores observados em um estudo in loco (no próprio local), dos ambientes laborais.
O reconhecimento de riscos deve ser feito através de visitas aos diversos locais de trabalho para análise dos procedimentos produtivos, postos de trabalho, informações sobre ocorrências de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, atas de CIPA, mapas de risco, estudos acadêmicos etc.
Através deste reconhecimento, deve ser estabelecido um conjunto de exames clínicos e complementares específicos para a prevenção ou detecção precoce dos agravos à saúde dos trabalhadores daquele ambiente laboral, deixando claro, ainda, os critérios que deverão ser seguidos na interpretação dos resultados dos exames e as condutas que deverão ser tomadas no caso da constatação de alterações.
NR-9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA:
Determina a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do programa, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir, tomando em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes laborais que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de provocar danos à saúde do trabalhador.
NR-15:
Atividades e operações insalubres.
NR-16:
Atividades e operações perigosas
Atividades ou operações insalubres:
É algo que não é salubre, ou seja, não é saudável.  
De acordo com o artigo 189 da CLT são consideradas atividades ou operações insalubres, aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 
Exemplo: Trabalhar em um ambiente com um nível de ruído superior a 85 dB(A), em uma jornada de 8 horas por dia.
Limite de tolerância: 
É o nível de aceitabilidade específico, para prevenir perdas ou evitar os efeitos sobre o organismo. 
Exemplo: O limite de tolerância para o ruído em uma jornada de 8 horas por dia é de 85 dB(A).
Atividades e operações perigosas:
É algo que causa ameaça, ou seja, um perigo. Em termos ocupacionais entende-se como sendo um risco à integridade física do trabalhador.
O artigo 193 da CLT considerada como atividade ou operação perigosa, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquela que, por sua natureza ou método de trabalho, implique no contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.
Adicionalmente por força da Lei nº 7369/85 é considerada atividade periculosa o contato com energia elétrica, bem como por força da Portaria 518, de 04/04/03 o trabalho com radiações ionizantes e substâncias radioativas.
Nestes casos é assegurado ao trabalhador o recebimento de adicional de periculosidade.
ATENÇÃO:
Cabe ainda destacar o conceito de atividade penosa, ou seja, aquela “que causa pena”; “que incomoda”, “que é desgastante”, e que por falta de regulamentação não tem definido o valor do correspondente adicional.
Explosivos:
O termo “explosivos”, em Segurança do Trabalho, tem o seguinte significado: são as  substâncias capazes de transformar-se em gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas. 
Exemplo: Dinamite ou pólvora negra.
Líquidos:
Líquidos combustíveis: 
São substâncias que possuem o ponto de fulgor igual ou superior a 70º C e inferior a 93,3º C. 
Exemplo: Óleo diesel ou óleo lubrificante;
Líquidos inflamáveis: 
São substâncias que possuem o ponto de fulgor inferior a 70º C e pressão de vapor que não excede 2,8 kg/cm². 
Exemplo: Gasolina ou solvente.
Radiação:
É a radiação cuja energia é superior à energia de ligação dos elétrons de um átomo com o seu núcleo. 
Exemplo: Radiação alfa ou radiação gama.
AULA 05
 As Doenças do Trabalho e as Doenças Profissionais.
Segundo a o artigo 20 da Lei nº 8.213, de 24/07/1991:
Doença profissional:
É a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaboradapelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Podemos ainda conceituar moléstias ou doenças profissionais como sendo as alterações fisiopsicológicas provocadas inequivocamente, ou inerente a certas atividades profissionais, existindo uma relação indiscutível entre a causa e o efeito (nexo causal).
Silicose:
Ocorre com colaboradores envolvidos com construções e escavações;
Bissinose:
Ocorre com colaboradores que trabalham com algodão;
Bagaçose:
Ocorre com trabalhadores envolvidos com o trato da cana-de-açúcar;
Asbestose:
Ocorre com os trabalhadores envolvidos no tratamento do amianto;
Cataratas:
Ocorre entre os soldadores;
Intoxicações:
Ocorre com os que trabalham com solventes, praguicidas e certas substâncias químicas;
LER:
Lesões por esforço repetitivo – que são inflamações oriundas de trabalho que exige movimentos manuais repetitivos durante um longo período de tempo;
Perda auditiva:
Que é a mais frequente doença profissional, sendo provocada predominantemente pelos altos níveis de ruído;
Doença do trabalho: 
É aquela produzida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.
Como aquela afecção que nem sempre está rigorosamente relacionada com o trabalho e provocada por esse, por exemplo: 
Aparecimento de varizes e hérnias; 
Afecções na coluna;
Estresse.
O adoecimento do trabalhador e a sua relação com o trabalho:
Causa necessária:
Causas tipificadas pelas doenças profissionais intoxicações agudas de origem ocupacional. 
Exemplos: intoxicação por chumbo e silicose;
Fator contributivo, mas não necessário:
Doenças comuns com maior frequência ou mais precoces em certos grupos ocupacionais e para as quais o nexo causal é de natureza eminentemente epidemiológica. 
Exemplos: doença coronariana, doenças do aparelho locomotor e câncer;
Provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida ou preexistente:
Exemplos: bronquite crônica, dermatite de contato alérgica, asma e doenças mentais.
Requisitos de um Laudo Técnico:
Fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao trabalho, são classificados em cinco grupos:
Físicos:
São as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. 
Exemplos: Ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, vibração, etc.
Químicos:
São as substâncias, os compostos ou os produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador por via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que, pela natureza da atividade, possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo, através da pele ou por ingestão.
Biológicos:
São as bactérias, os vírus, os fungos, os parasitas, entre outros.
Ergonômicos:
São os relacionados: à execução das tarefas, à organização e também às relações no trabalho; ao esforço físico intenso; ao uso de mobiliário inadequado; a adoção de posturas indevidas; ao controle rígido de tempo e produtividade; a imposição de ritmos excessivos; ao trabalho em turno e noturno; a imposição de jornadas de trabalho excessivas; ao enfrentamento sistemático de situações causadoras de estresse, bem como, ao levantamento e transporte manual de peso.
Mecânicos ou de acidentes:
Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu bem-estar físico e psíquico.
Exemplos: máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc.
Segundo o Ministério da Previdência Social (2011) o custo com os eventos decorrentes dos riscos ambientais do trabalho é da ordem de R$ 56,8 bilhões, sendo que R$ 14,2 bilhões representa a despesa direta da Previdência Social com pagamento de benefícios acidentários e aposentadorias especiais. O restante (cerca de R$ 42,6 bilhões) é o somatório de despesas com reabilitação física (assistência e tratamentos médicos), reabilitação profissional e o custo indireto das consequências, entre outros.
Etapas que devem ser atendidas para controlar os fatores de riscos:
Identificação das condições de riscos;
Caracterização da exposição e quantificação do risco;
Definição das alternativas de eliminação ou controle de riscos;
Implementação e avaliação da eficácia das medidas adotadas.
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho:
Instituída pelo DECRETO 7.602/2011, de 07/11/2011, tem por objetivos a:
Promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador;
Prevenção de acidentes e de danos à saúde relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele.
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho toma por base os seguintes princípios:
Universalidade; 
Prevenção; 
Precedência das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as de assistência, reabilitação e reparação;
Diálogo social;
Integralidade.
Segundo o Decreto 7.602/2011, de 07/11/2011 as ações no âmbito da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho devem constar do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e desenvolver-se de acordo com as seguintes diretrizes:
Inclusão de todos trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da saúde;
Harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador;
Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco;
Estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador;
Promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de trabalho;
Reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho e o estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores; e,
Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no trabalho; 
Ainda segundo o referido Decreto a gestão participativa da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho cabe à Comissão Tríplice de Saúde e Segurança no Trabalho (CTSST).
Ela é constituída paritariamente (igualmente) por representantes do governo, trabalhadores e empregadores, conforme ato conjunto dos Ministros de Estado do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social.
Responsabilidades do CTSST:
Acompanhar a implementação e propor a revisão periódica da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, em processo de melhoria contínua; 
Estabelecer os mecanismos de validação e de controle social da Política Nacional de Segurança e saúde no Trabalho;
Elaborar, acompanhar e rever periodicamente o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho; 
Definir e implantar formas de divulgação da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, dando publicidade aos avanços e resultados obtidos; 
Articular a rede de informações sobre Segurança e Saúde no Trabalho.
AULA 06
Estresse
É a quebra do equilíbrio interno que afeta o indivíduo produzindo seu enfraquecimento, e frequentemente, fazendo-o adoecer (Selye, 1959).
Segundo o Dicionário online Priberam da Língua Portuguesa (2012) estresse é “o conjunto das perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por vários estímulos ou agentes agressores, tais como o frio, doença infecciosa, emoção, choque cirúrgico, condições de vida muito ativa e trepidante etc.”.
Atenção:
Segundo Tamayo (2004) o estresse ocupacional pode ser definido como sendo um processo em que o trabalhador percebe as demandas de trabalho como estressores, os quais, ao exceder a sua habilidade de enfrentamento, provocam no indivíduo uma série de reações negativas.  
Para a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012) as pessoas sofrem de estresse quando sentem que há um desequilíbrio entre as solicitações que lhes são feitas e os recursos de que dispõem para responder a essas solicitações. Cabe destacar que embora seja psicológico, o estresse afeta igualmente a saúde física do indivíduo.O estresse ocupacional toma por referência as três vertentes do estresse em geral, ou seja, são realizadas associações entre o contexto da vida normal e o contexto do ambiente laboral, a saber:
Estímulos estressores são associados aos estressores organizacionais que exigem respostas do trabalhador e que excedem a sua habilidade de enfrentamento;
Respostas aos eventos estressores são associadas às respostas comportamentais, fisiológicas e psicológicas dos trabalhadores quando expostos a fatores de risco relacionados ao trabalho;
Estímulos estressores-respostas são associados ao processo em que as demandas laborais têm impacto nos trabalhadores.
Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012) o estresse pontual não constitui um problema e muitas vezes auxilia as pessoas a darem o seu melhor. Por outro lado o estresse passa a se constituir em um risco para a segurança e a saúde dos trabalhadores quando se torna habitual.
Na medida da disponibilidade de recursos no local de trabalho e na própria organização tais riscos psicossociais e o estresse laboral podem ter consequências negativas sobre a saúde, maior risco de acidentes e desempenho pessoal prejudicado.
Para a Organização Mundial da Saúde (2008) a exposição a fatores de riscos psicossociais pode resultar em um estado de estresse no trabalho, no qual um indivíduo se sente tenso, preocupado, menos atento e menos eficiente no desempenho das tarefas.
Relação entre estresse e performance:
Estresse baixo = performance baixa.
Estresse médio = performance ótima.
Estresse alto = performance ruim.
Fatores de risco do estresse relacionado ao trabalho:
Para a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012) são os seguintes os mais comuns fatores de risco do estresse relacionado ao trabalho:
Falta de controle sobre o trabalho;
Solicitações inadequadas;
Falta de apoio por parte dos colegas e das chefias;
Presença de violência psicológica ou física no local de trabalho;
Existência de conflitos entre o papel do trabalhador no ambiente laboral e fora dele.
Fontes de estresse relacionado ao trabalho:
Cooper e Marshall (1976) afirmam que cinco são as fontes de estresse relacionado ao trabalho:
Fatores intrínsecos ao trabalho tais como: mudanças tecnológicas, condições ambientais insatisfatórias, sobrecarga de informação, pressão por prazos ou produção;
Indefinições organizacionais, por exemplo: objetivos, expectativas dos colegas em relação ao trabalho realizado e responsabilidades;
Baixa expectativa de desenvolvimento na carreira, por exemplo: falta de promoções, falta de segurança no emprego;
Problemas de inter-relacionamento no trabalho com o chefe, colegas ou subordinados;
Clima organizacional inadequado como, por exemplo, o baixo nível de envolvimento na tomada de decisões.
Atenção:
Dados da Agencia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012) indicam que o estresse ocupacional é um dos maiores desafios para a saúde e a segurança dos trabalhadores. Na Europa cerca de 1 em cada 4 trabalhadores é afetado pelo estresse, havendo estudos que o apontam como responsável por entre 50% a 60% dos dias de trabalho perdidos, o que representa um alto custo tanto em relação ao sofrimento do trabalhador como para os resultados econômicos.  
Nesta perspectiva, Albrecht (1990), é de opinião que o estresse é uma doença que se tornou recorrente e traz para a sociedade em geral um elevado custo em termos da saúde e do bem-estar emocional.
Principais sintomas do estresse – Nível organizacional:
Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012) são os seguintes os principais sintomas associados ao estresse laboral, ao nível da organização:
Absentismo;
Elevada rotatividade do pessoal;
Não cumprimento de horários;
Problemas disciplinares;
Assédio;
Baixa produtividade;
Alta frequência de acidentes no trabalho;
Elevação de custos.
Principais sintomas do estresse - em relação ao indivíduo:
A Agência (2012) destaca os seguintes principais sintomas associados ao estresse laboral:
Reações emocionais:
Irritabilidade, ansiedade, perturbações do sono, depressão, hipocondria, alienação, esgotamento e problemas ao nível das relações familiares.
Reações cognitivas:
Dificuldades de concentração, de memória, de aprendizagem e de decisão.
Reações comportamentais:
Abuso de drogas, álcool e tabaco e comportamento destrutivo.
Reações fisiológicas:
Perturbações lombares, deficit imunitário, úlceras pépticas, problemas cardíacos e hipertensão.
Uma das consequências mais marcantes do estresse laboral, ou seja, a denominada Síndrome de Burnout ou Síndrome de Esgotamento Profissional que pode ser caracterizada por um quadro de exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com o que acontece ou com quem acontece.
Medidas de controle:
Para a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012) o mais importante para prevenir o estresse relacionado com o trabalho é a organização e a gestão do trabalho.
Medidas eficazes de prevenção do estresse relacionado com o trabalho destacam-se: 
a) conceder aos trabalhadores tempo suficiente para a execução de suas tarefas; 
b) definir claramente as tarefas; 
c) recompensar os trabalhadores pelo bom desempenho; 
d) permitir que os trabalhadores apresentem sugestões e críticas; 
e) permitir aos trabalhadores o controle sobre o seu trabalho; 
f) minimizar os riscos físicos; 
g) permitir que os trabalhadores participem nas decisões que os afetam;
h) adequar a carga de trabalho às capacidades e recursos de cada trabalhador; 
i) conceber as tarefas de modo a torná-las interessantes; 
j) definir claramente papéis e responsabilidades; 
k) criar oportunidades de interação social; 
l) evitar ambiguidades em matéria de segurança de emprego e de perspectivas de carreira. 
Ainda segundo a Agência (2012) são os seguintes as principais medidas de controle individual para evitar o estresse laboral: 
Solicitar uma maior responsabilidade no planejamento do seu próprio trabalho;
 
Solicitar uma maior participação nas decisões sobre a sua área de trabalho;
Comunicar ao seu chefe imediato, ao representante dos trabalhadores ou outros colegas a ocorrência de assédio; 
Comunicar ao seu chefe imediato a ocorrência de indefinição de suas responsabilidades;
Solicitar a capacitação ou atualização quando necessária;
Comunicar ao seu chefe imediato ou representante dos trabalhadores se perceber que não possui a capacidade necessária para realizar com segurança a tarefa.
Outras Medidas eficazes de prevenção:
a) Análise de riscos adequada;
b) Planejamento completo e uma abordagem em etapas;
c) Combinação de medidas orientadas para a organização do trabalho e para os próprios trabalhadores;
d) Soluções específicas para cada local de trabalho;
e) Médicos experientes e intervenções definidas com base em fatos e dados concretos;
f) Diálogo, parceria e participação dos trabalhadores;
g) Prevenção sustentada, com o apoio da alta administração.
Adicionalmente são recomendas algumas medidas relacionadas à evolução do estilo de vida que muito embora não evitem o problema ajudam a impedir ou reduzir os danos, a saber:
Realização de mais exercícios;
Alimentação mais saudável;
Respeito às recomendações relativas ao consumo de álcool;
Reduzir ou eliminar o consumo de tabaco;
Convívio em família e amigos.
AULA 07
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).
Conceituação e histórico:
Qualidade de vida;
Bem estar físico;
Harmonia;
Equilíbrio nas relações familiares;
Equilíbrio nas relações laborais;
Equilíbrio nas relações dentro da comunidade.
Qualidade de vida segundo:
Goulart e Sampaio:
Para Goulart e Sampaio (1999) o termo Qualidade de Vida no Trabalho surgiu na Inglaterra na década de 1950 a partir de estudos realizados por Eric Trist envolvendo as variáveis: indivíduo, trabalho e organização, dando início ao que mais tarde viria a ser denominada abordagem sociotécnica da organização do trabalho,que considera como base a satisfação do trabalhador com o trabalho.  
Bergeron:
Na opinião de Bergeron (apud Fernandes, 1996) Qualidade de Vida no Trabalho consiste na aplicação efetiva de uma filosofia humanista com a introdução de métodos participativos, objetivando modificar um ou diversos aspectos do meio ambiente laboral, e com isso criar uma nova situação para os trabalhadores e produtividade da empresa.
França:
Para França (1997) qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto de ações de uma organização que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente laboral. 
Ainda segundo a autora a construção da qualidade de vida no trabalho é implementada a partir do enfoque holístico (entendimento integral dos fenômenos) trabalhador e empresa, ou seja, o enfoque biopsicossocial, que representa o fator diferencial para a realização de diagnóstico, campanhas e implantação de projetos para a preservação e desenvolvimentos de trabalhadores.
Influência na construção do conceito de QVT:
Adicionalmente, a autora esclarece que muito embora a origem do conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) esteja relacionada à Medicina Psicossomática, que toma por base uma visão integrada e holística do ser humano, outras ciências têm dado contribuições significativas ao desenvolvimento da QVT, a saber: Sociologia, Ergonomia, Engenharia, Ecologia, Economia, Administração e Psicologia.
Walton:
Walton (apud Rodrigues, 1999) entende que qualidade de vida é empregada com frequência para descrever determinados valores ambientais e humanos de certa forma negligenciados pela sociedade industrial em contra partida ao avanço tecnológico e crescimento econômico. 
Neste ponto, cabe destacar a posição de Moreno (1991) para quem os pesquisadores da ciência do comportamento vêm buscando, através da área de estudo “Qualidade de Vida no Trabalho”, uma nova forma de reorganização do trabalho objetivando proporcionar ao colaborador, principalmente, uma participação mais efetiva na tomada de decisão, uma maior autonomia, novas oportunidades de aprendizado e, assim, contribuir para uma maior produtividade e também para o desenvolvimento pessoal do indivíduo.  
Modelos:
São vários os modelos desenvolvidos nas últimas décadas que nos oferecem uma série de indicadores demonstrando os principais fatores que influenciam a qualidade de vida dos trabalhadores. Estaremos, a partir deste ponto, discutindo três dos principais modelos.
Modelagem de Nadler & Lawler, segundo Chiavenato (1999), está estruturada a partir de quatro aspectos:
Participação dos trabalhadores nos processos decisórios; 
Enriquecimento das tarefas e formação de grupos autônomos de trabalho; 
Sistema de recompensas que influenciem positivamente o clima organizacional;
Melhorias nos ambientes de trabalho a partir de ações envolvendo, por exemplo, as condições físicas, as psicológicas e o horário de trabalho.
Modelagem de Hackman & Oldhan toma por base as dimensões do cargo que segundo Chiavenato (1999) tem os seguintes principais aspectos:
Autonomia – o trabalhador deve ter autonomia para planejar e executar as tarefas, bem como, independência para desempenhá-las;
Identidade da tarefa - deve ser destacada a importância do indivíduo sobre as respectivas tarefas;
Variedades de habilidades - sempre que possível o cargo deve exigir diferentes habilidades e níveis de conhecimento;
Significado para a tarefa - deve ser percebido pelo trabalhador de que forma o seu trabalho produz consequências e impactos sobre o trabalho dos demais;
Feedback – o trabalhador deve sempre que possível ter retorno dos superiores ou clientes com relação ao seu desempenho;
Inter-relacionamento – deve ser estimulado o contato do ocupante do cargo com outras pessoas ou clientes.
Modelagem de Walton para quem são oito os fatores que influenciam a qualidade de vida dos trabalhadores. Na opinião de Walton (apud Rodrigues, 1999) são as seguintes as categorias conceituais de qualidade de vida no trabalho (QVT), incluindo os critérios e os principais indicadores:
Compensação justa e adequada: equidade interna e externa, justiça na compensação e partilha de ganhos de produtividade;
Condições de trabalho: ambiente laboral seguro e saudável e jornada adequada;
Uso e desenvolvimento de capacidades: autonomia e autocontrole;
Oportunidade de crescimento e segurança: segurança no emprego e perspectivas de crescimento pessoal e salarial;
Integração social na organização: relacionamento, igualdade e senso comunitário; 
Constitucionalismo: privacidade, liberdade de expressão e tratamento imparcial;
Trabalho e o espaço total da vida: estabilidade de horários e tempo para a família;
Relevância social do trabalho na vida: responsabilidade social da organização e imagem da empresa.
Neste ponto do nosso estudo, cabe destacar a posição de Sucesso (1998) para quem a Qualidade de Vida no Trabalho envolve, dentre outros, os seguintes aspectos:
Justiça com relação às recompensas;
Equilíbrio entre trabalho e lazer;
Orgulho no que se faz;
Renda suficiente para a satisfação das expectativas pessoais e sociais;
Oportunidades na carreira;
Horários e condições laborais adequadas;
Autoestima desenvolvida;
Respeito aos direitos.  
Qualidade de Vida no Ambiente Profissional:
Para a Organização Pan Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) a Qualidade de Vida no Ambiente Profissional deve envolver a avaliação do nível de saúde dos funcionários, o estilo de vida desenvolvido e o clima organizacional.
Atenção:
Cabe destacar que o desenvolvimento de programas que proporcionem aos trabalhadores benefícios tanto para sua vida profissional como pessoal devem ser incentivados, já que apresentam considerável melhora na motivação, na criatividade e na produtividade das equipes de trabalho.
Ainda segundo a Organização Pan Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) tais programas visam à promoção da saúde, bem-estar social e qualidade de vida alinhados às políticas da Organização com os seguintes objetivos:
Estabelecer condições de trabalho que eliminem ou minimizem os fatores de risco no ambiente laboral;
Desenvolver ações educativas de prevenção às doenças;
Desenvolver ações de proteção à saúde;
Desenvolver ações que tratem a melhoria da qualidade de vida;
Reduzir o absenteísmo no trabalho;
Elevar a capacidade de trabalho.
Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho na Administração Pública:
Dentre outras iniciativas em vigor na administração pública no Brasil, no tocante à Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), podemos destacar a desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) segundo o qual a Administração Pública deve buscar permanentemente uma melhor qualidade de vida laboral através da promoção de ações para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus servidores.
	Para o Ministério do Meio Ambiente (MMA) as instituições públicas devem desenvolver e implantar programas específicos que envolvam o nível de satisfação da pessoa com o ambiente de trabalho, desenvolvendo as condições ambientais, promoção da saúde e segurança, integração social, bem como o desenvolvimento das capacidades humanas.
Ainda segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) são as seguintes as ações que podem ser implementadas: 
Uso e desenvolvimento de capacidades: 
Aproveitamento das habilidades; 
Autonomia na atividade desenvolvida; 
Percepção do significado do trabalho. 
Integração social e interna: 
Ausência de preconceitos; 
Criação de áreas comuns para integração dos servidores; 
Relacionamentos interpessoais; 
Senso comunitário. 
Respeito à legislação: 
Liberdade de expressão; 
Privacidade pessoal; 
Tratamento imparcial. 
Condições de segurança e saúde no trabalho: 
Acesso para portadores de deficiência física; 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA; 
Controle da jornada de trabalho; 
Ergonomia: equipamentos e mobiliário; 
Ginástica laboral e outrasatividades;
Grupos de apoio antitabagismo, alcoolismo, drogas e neuroses diversas;
Orientação nutricional; 
Salubridade dos ambientes; 
Saúde Ocupacional.
AULA 08
Noções de Ergonomia.
Conceituação e histórico:
O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (regras).
Segundo Wisner (1987), ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos aos seres humanos que são indispensáveis para a concepção adequada de ferramentas, máquinas e dispositivos diversos que garantam utilizações eficazes, confortáveis e seguras.
Para Vidal (1994) é a disciplina que trata da reestruturação do trabalho, de tal forma a conciliar a atividade produtiva à vida.
Já para Laville (1977) é o conjunto de conhecimentos relativos ao desempenho do homem em atividade, necessários quando da concepção das tarefas, dos equipamentos, dos instrumentos e dos sistemas de produção.
Segundo Miranda (1980) a organização Internacional do trabalho - OIT - define ergonomia como sendo a "aplicação das ciências biológicas e da engenharia para obter o melhor ajustamento do ser humano ao seu trabalho, bem como assegurar eficiência e bem-estar”.
EXEMPLO:
Aplicação da ergonomia em frente ao computador.
Em 1949, na universidade de Oxford, Inglaterra, foi estabelecida a primeira associação nacional de ergonomia a Ergonomics Research Society que inspirou todas as demais por todo o globo e orientou a fundação, em 1959, da Associação Internacional de Ergonomia – IEA -, com sede em Estocolmo. 
Para a Ergonomics Research Society ergonomia é o estudo do relacionamento entre o trabalhador e o ambiente laboral, a partir da aplicação dos conhecimentos existentes em várias áreas, notadamente, nas áreas de anatomia, fisiologia e Psicologia.
Nesta mesma perspectiva a Associação Internacional de Ergonomia – IEA - entende que ergonomia é o estudo científico da relação entre o ser humano e seus meios, métodos e espaços de trabalho, objetivando desenvolver um corpo de conhecimentos para uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida.
Cabe destacar que também em 1959, a OIT através da recomendação nº 112, indicou a necessidade de instalação nos locais de trabalho, ou em suas proximidades, dos serviços de saúde ocupacional, com as seguintes principais finalidades:
Contribuir para a proteção do trabalhador com relação aos riscos laborais à sua saúde;
Auxiliar no ajustamento físico e mental do trabalhador às suas atividades na empresa, notadamente através da adaptação do trabalho ao ser humano; (ergonomia)
Auxiliar no estabelecimento e manutenção do bem-estar físico e mental dos trabalhadores.
Em nosso país o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, através da Portaria nº 3.751, em 23/11/90, implementou a Norma Regulamentadora - NR17 - que aborda especificamente os principais aspectos da ergonomia a serem observados nos ambientes laborais.
Principais itens abordados na Norma Regulamentadora - NR17: 
17.1. – Trata do objetivo da Norma Regulamentadora, ou seja: estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente; 
17.1.2. – Trata da obrigação legal do empregador de avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, realizando a denominada análise ergonômica do trabalho - AET; 
17.2. – Envolve recomendações com relação ao levantamento, transporte e descarga individual de materiais; 
17.3. - Envolve recomendações com relação ao mobiliário dos postos de trabalho; 
17.4. - Envolve recomendações com relação aos equipamentos dos postos de trabalho; 
17.5. - Envolve recomendações com relação às condições ambientais de trabalho; 
17.6. - Envolve recomendações com relação à organização do trabalho.
Esta Norma Regulamentadora também estabelece uma série de parâmetros que auxiliam a adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores, a fim de oferecer o conforto, a segurança e o desempenho necessários ao alcance da máxima eficiência.
No ano de 1983 foi criada a Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO.
Finalmente de acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO a Associação Internacional de Ergonomia – IEA -, em 2000, adotou a seguinte definição oficial:
“A Ergonomia ou Fatores Humanos é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema”.
Abrangência, abordagens e tipologias em ergonomia:
Para a ABERGO - são os seguintes os domínios de especialização da ergonomia:
Ergonomia física:
Trata de aspectos relacionados à anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, envolvendo estudos da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo esqueléticos relacionados ao trabalho etc.
Ergonomia cognitiva: 
Associada aos processos mentais, por exemplo: percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Envolve estudos sobre a carga mental de trabalho, tomada de decisão, interação homem computador, estresse etc.
Ergonomia organizacional:
Trata da otimização dos sistemas sócio técnicos, envolvendo estudos em comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações, trabalho em grupo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, gestão da qualidade, etc.
Em relação às abordagens a ergonomia pode ser classificada quanto a:
Abrangência:
Ergonomia de posto de trabalho (abordagem micro ergonômica);
Ergonomia de sistemas de produção (abordagem macro ergonômica);
Contribuição:
Ergonomia de concepção - aplicação de normas e especificações ergonômicas no projeto de ferramentas e dos postos de trabalho;
Ergonomia de correção - são modificações de situações de trabalho;
 
Ergonomia de arranjo físico - processos de melhoria de fluxos de produção;
Ergonomia de conscientização - capacitação em análise ergonômica do trabalho.
Interdisciplinaridade:
Administração - ações em projetos e mudanças organizacionais, bem como, na gestão de Recursos Humanos;
Engenharia - ações em projetos e produção ergonomicamente corretos;
Design - aplicação de normas e especificações ergonômicas no projeto de produtos;
Medicina e Enfermagem do Trabalho - ações na prevenção de acidentes e doenças do trabalho;
Psicologia - ações em treinamento e motivação de pessoal.
Já com relação às tipologias a ergonomia pode ser assim categorizada:
Ergonomia de projeto – aplicação das especificações nos projetos de postos de trabalho;
Ergonomia industrial – são melhorias aplicadas às situações de trabalho;
Ergonomia do produto – trata da concepção de um objeto com a aplicação das normas e especificações ergonômicas;
Ergonomia da produção – trata da análise ergonômica do trabalho nas diversas situações de postos de produção;
Ergonomia de campo - é a pesquisa em ergonomia, realizada em situação real, utilizando-se como metodologia a análise ergonômica do trabalho - AET;
Ergonomia de campo – processo de pesquisa em ergonomia em situação real;
Ergonomia de laboratório - processo de pesquisa em ergonomia em situação controlada de laboratório.
Análise Ergonômica do Trabalho – AET:
A Análise Ergonômica do Trabalho – AET - é uma das metodologias mais utilizadas e pretende estudar o trabalho na dimensão explícita (da tarefa) e também na dimensão implícita (das atividades).
Cabe destacar que a análise do trabalho objetiva reduzir a distância entre as prescrições formuladas do trabalho e a atividade real desenvolvida pelo trabalhador, e com isso identificar as principais fontes de disfunções no sistema de produção.
São as seguintes as principais fases envolvidas com a Análise Ergonômica doTrabalho – AET:
Análise da Demanda;
Para Wisner (1987) na análise da demanda deve-se analisar a representatividade do autor da demanda, a origem da demanda, os problemas aparentes e fundamentais, as perspectivas de ação e os meios disponíveis.
Análise da Tarefa;
Primeira etapa da Análise da Tarefa:
Observação direta pelo especialista;
Observação clínica;
Registro das diversas variáveis fisiológicas do operador;
Medidas do ambiente físico;
Coleta de dados relacionados ao posto em estudo.
Segunda etapa da Análise da Tarefa:
São reconhecidas e classificadas as principais exigências do posto de trabalho, as sugestões de modificações, bem como apresentadas e discutidas com a direção da organização a viabilidade de implementação de medidas corretivas.
Análise das Atividades;
Na Análise da Atividade o que importa realmente é a determinação do que é realizado pelo trabalhador e quais os recursos disponíveis, ou seja, o trabalho real, e não o trabalho que é prescrito.
Para Santos (1993) é indispensável que se levantem as atividades mentais e as atividades físicas exigidas para execução do trabalho, já que ambas existem simultaneamente e, estão ligadas por relações funcionais.
Resultado / Recomendações.
Sete Erros no Escritório:
Os problemas mais comuns de ergonomia no local de trabalho e aumentar a produtividade, já que a qualidade de vida depende muito da satisfação que as pessoas têm em sua vida e no ambiente profissional.
Mesa muito alta / cadeira muito baixa - Os punhos devem estar em extensão para a digitação, para evitar dores e problemas como tendinites.
Não encostar a coluna na cadeira - Encostar a coluna no encosto da cadeira, com apoio em 90 graus, previne dores nas costas e problemas posturais que prejudicam a qualidade de vida.
Ar-condicionado acima da mesa – O posicionamento e a temperatura do ar-condicionado devem ser confortáveis para evitar problemas respiratórios. A limpeza dos filtros também merece atenção.
Reflexo da luz da janela na tela do computador - O ambiente deve estar bem iluminado e a luz natural é preferível à artificial, mas é preciso tomar cuidado com reflexos na tela do computador, para não cansar a visão.
Comida em cima da mesa – Evite fazer refeições na mesa de trabalho, até porque a pausa é importante para o bem-estar. Toda atividade repetitiva deve ter intervalo a cada uma hora.
Pouco espaço embaixo da mesa – É preciso manter espaço livre para as pernas embaixo da mesa de trabalho, para poder aproximar a cadeira do móvel e manter a postura adequada.
Pescoço inclinado para falar ao telefone – Evite digitar enquanto fala ao telefone, para não ficar com o pescoço inclinado. Segure o telefone com uma das mãos e tome nota dos recados à caneta. Outra opção é o uso de headsets (fones de cabeça).
AULA 09
 Ergonomia Aplicada.
Abordagem ergonômica:
Para Wisner (1987) a abordagem ergonômica das condições de trabalho não considera apenas o homem de um lado e o dispositivo de trabalho do outro, mas sim a consequente inter-relação em que o homem e a máquina estão conectados em diversos níveis.
Guérin et al. (1991) entendem que uma vez que para atender as tarefas requeridas, os trabalhadores elaboram estratégias originais, então as consequências sobre a saúde dos mesmos não devem ser abordadas exclusivamente em termos dos fatores de risco. 
Deve-se atentar ainda para o papel ativo dos trabalhadores na construção de modos operatórios que não sejam desfavoráveis à sua saúde.
No tocante à saúde dos trabalhadores, cabe ressaltar a posição de Abrahão (1993) para quem devido ao seu caráter interdisciplinar, a ergonomia exige conhecimentos sobre o funcionamento do homem no tocante aos aspectos psíquicos e às funções fisiológicas. 
Para o autor o resultado da interação desses dois fatores delimita as capacidades e as compatibilidades do homem com relação a um posto de trabalho.
No uso prático desse conjunto de conhecimentos Wisner (1987) destaca quatro aspectos:
Utilização de dados científicos sobre o homem; 
Origem multidisciplinar desses dados; 
Utilização de dispositivos técnicos, pela população normal de trabalhadores, por suas capacidades e limites; 
Aplicação sobre o dispositivo técnico, bem como, sobre a organização do trabalho e a formação.
Características da ergonomia em função do nível de exigência:
Tecnológicas - técnicas de produção; 
Econômicas - qualidade e custo de produção; 
Sociais - melhoria das condições de trabalho; 
Organizacionais - gestão participativa.
Novos conceitos:
De acordo com as classificações da ergonomia segundo os domínios da especialização, realizadas pela Associação Internacional de Ergonomia, ou seja, física, cognitiva e organizacional, destacam-se os seguintes novos conceitos:
Biomecânica ocupacional:
Estuda as interações entre o homem e o trabalho sob o ponto de vista dos movimentos músculo esqueletais envolvidos e suas consequências. 
Realiza a análise da aplicação de forças.
Aspectos:
Trabalho estático - é aquele que exige contração contínua de alguns músculos para manter uma posição específica;
Exemplo: O trabalho executado pelos boxeadores.
Trabalho dinâmico - é aquele que propicia contrações e relaxamentos alternados dos músculos.
Exemplo: A ação de martelar.
Posturas corporais – em repouso ou trabalhando o corpo assume três posições principais:
De pé - é altamente fatigante, já que exige muito trabalho estático da musculatura envolvida na manutenção da posição;
Sentada – alta exigência da musculatura do dorso e do ventre na manutenção da posição;
Deitada – nesta posição o sangue flui livremente para todas as partes do corpo, contribuindo para reduzir a fadiga (neste caso o consumo energético atinge o valor mínimo).
Antropometria:
Estuda as medidas físicas do corpo humano, que são muito importantes na determinação de diversos aspectos relacionados ao ambiente de trabalho no sentido de se manter uma boa postura.
Aspectos:
Antropometria dinâmica:
Trata dos limites dos movimentos de cada parte do corpo, sem solicitação de esforço físico além do necessário e com a necessária segurança.
Antropometria estática:
Está associada com as dimensões físicas do corpo parado. É largamente utilizada em projetos de dispositivos sem partes móveis ou com pouca mobilidade: 
Exemplo: mobiliário e equipamentos.
Posto de Trabalho:
Constituído pelo conjunto de dispositivos que compõem o ambiente físico imediato e com o qual o trabalhador interage diretamente, incluindo:
Mobiliário;
Máquinas e equipamentos;
Ferramentas;
Materiais, acessórios e produtos.
O posto de trabalho deve adaptar-se às características anatômicas e fisiológicas dos colaboradores, notadamente no que se refere aos sistemas musculoesqueléticos e ópticos, ou seja, a adequação da zona visual de atenção com a instalação dos componentes necessários de forma mais eficiente em termos de tamanho, distância e contraste. 
Aspectos:
Monitor de vídeo - deve estar perpendicular à janela; deve estar no máximo no alinhamento horizontal com os olhos; não devem existir reflexos; deve permitir a movimentação da tela para frente e para trás; os braços do trabalhador devem se posicionar na vertical, os antebraços devem se posicionar na horizontal com os punhos apoiados;
Mesa – deve ter borda anterior arredondada; possuir gavetas leves; possuir espaço para as pernas do trabalhador e para as pernas do interlocutor, e ser confeccionada de material não reflexivo;
Cadeira - deve ser estofada com tecido que permita a transpiração; a altura deve ser regulável; a borda anterior do assento deve ser arredondada, e ter apoio para o dorso que acompanhe as curvaturas da coluna;
Mobiliário em geral - deve ser disposto objetivando:
Alcances que proporcionem as melhores situações para o trabalho;
A não existência de quinas vivas que tragam desconforto para o trabalhador;
Uma relação espacial entre os dispositivos equilibrada.
Intervenções ergonômicas:
São várias as áreas da atividade produtiva em que a ergonomiapode ser aplicada, destacando-se: agricultura, mineração; serviços, e atividades domésticas e de lazer.
Projetos:
Na Indústria - condições ambientais e organizacionais de trabalho e interfaces dos sistemas homem – tarefa;
Setor de serviços - sistemas de informação; sistemas complexos e controle sistemas de apoio à decisão;
Agricultura e mineração - melhoria do projeto de máquinas agrícolas e de mineração; melhoria das tarefas de colheita, transporte e armazenagem; estudos sobre os efeitos dos agrotóxicos;
Atividades domésticas e de lazer - concepção de objetos e eletrodomésticos de uso habitual;
Arquitetura – iluminação; temperatura; cores; acústica, e humanização do ambiente.
Benefícios da ergonomia:
Redução de faltas dos trabalhadores em função de acidentes e doenças ocupacionais;
Ganho de produtividade e de qualidade; 
Redução dos desperdícios; 
Economia de recursos em geral;
Aumento da motivação e satisfação do trabalhador;
Melhoria das condições de conforto ambiental.
Insatisfação dos trabalhadores:
Ambiente Físico:
Envolve o posto de trabalho e as condições ambientais.
Ambiente Psicossocial:
Envolve o sentimento de segurança e estima; oportunidades de progresso; imagem da empresa, e benefícios.
Remuneração:
Deve-se ter em conta que em determinadas empresas os trabalhadores são mais ligados à questão salarial do que em outras.
Jornada:
Os trabalhadores que têm jornadas superiores a 8 ou 9 horas, costumam reduzir seu ritmo, com o objetivo de acumular reservas de energia para suportar as horas adicionais.
Organização:
Envolve o controle maior ou menor sobre a atividade; a possibilidade do exercício das habilidades, qualquer tipo de discriminação, e a promoção do relacionamento amigável entre os colaboradores.
Atenção:
Cabe destacar que a tomada de decisão por uma intervenção ergonômica não acarreta a incorporação de nova despesa, e sim, um investimento na otimização dos recursos de produção da organização, bem como, uma oportunidade de colaboração entre a administração e trabalhadores com benefícios para ambos.
AULA 10
Hábitos de Vida como Prevenção de Saúde Geral.
A concepção de promoção da saúde:
Segundo o Ministério da Saúde (2006) evidências científicas apontam que a saúde pode estar mais associada ao modo de viver dos indivíduos do que à ideia, anteriormente hegemônica, da sua determinação genética e biológica.
Causas das doenças modernas:
O sedentarismo e a alimentação não saudável;
O consumo de álcool, tabaco e outras drogas;
O ritmo da vida cotidiana;
A competitividade;
O isolamento do homem nas cidades.
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2002) a partir da Primeira Conferência Mundial sobre Promoção da Saúde, ocorrida em Ottawa, no Canadá, em 1986, a concepção de promoção da saúde, como uma perspectiva capaz de orientar as diferentes práticas no campo da saúde, vem sendo sistematizada e disseminada por todo o globo.
Neste ponto, cabe destacar o seguinte trecho da denominada “Carta de Ottawa” produzida na referida Conferência:
“Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado completo de bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e os grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida e não como objetivo de viver."
Dimensões da promoção de modos de vida saudáveis: 
Estimular e incentivar práticas saudáveis, tais como o aleitamento materno, a alimentação saudável e a atividade física regular;
Inibir hábitos e práticas prejudiciais à saúde, tais como o consumo de tabaco e de álcool.
A alimentação saudável:
Segundo Sonati e Afonso (2007), em 1991, a Agência Regulamentadora de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos da América - FDA - desenvolveu a primeira pirâmide alimentar para ensinar alimentação saudável a indivíduos e populações em geral e, posteriormente, com base nesses conceitos foram lançados vários outros por diferentes instituições, cada um com um propósito específico, como representado nas figuras seguintes:
Pirâmide FDA:
Pirâmide de Harvard:
Nova pirâmide alimentar:
Para o Ministério da Saúde (2006) em função dos princípios de uma alimentação saudável, todos os grupos de alimentos devem compor a dieta diária. A alimentação saudável deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais, que são insubstituíveis e indispensáveis para o bom funcionamento do nosso organismo.
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2006) a diversidade dietética que sustenta o conceito de alimentação saudável toma por base que nenhum alimento específico ou grupo de alimentos isoladamente, é suficiente para fornecer todos os nutrientes necessários à manutenção da saúde.
Atributos básicos para uma vida saudável:
Acessibilidade física e financeira - a alimentação saudável não é cara já que se baseia em alimentos in natura e produzidos regionalmente;
Sabor – a alimentação saudável é e precisa ser saborosa (a ideia de que alimentação saudável não tem sabor é um tabu);
Variedade – o consumo de vários tipos de alimentos garante a disponibilidade de nutrientes para atender às demandas fisiológicas;
Cor – a alimentação saudável contempla uma ampla variedade de grupos de alimentos com múltiplas colorações tornando a refeição atrativa;
Harmonia - deve haver um equilíbrio em quantidade e qualidade dos alimentos consumidos para o alcance da nutrição adequada em função da fase do curso da vida e outros fatores, por exemplo: idade, sexo e grau de atividade física;
Segurança sanitária – os alimentos não devem apresentar contaminantes biológicos, físicos e químicos ou outros perigos para a saúde do indivíduo.
Atividade física:
Balanço energético:
Balanço energético = equilíbrio entre ingestão e gasto energéticos
Atividade física X exercício físico:
Atividade Física:
Qualquer movimento realizado pelo sistema esquelético associado a um gasto de energia.
Requer adoção de hábitos mais ativos no cotidiano, optando-se pela realização de tarefas no âmbito doméstico e no local de trabalho e por atividades de lazer e sociais mais ativas. 
Exercício físico:
É uma categoria da atividade física definida como um conjunto de movimentos físicos repetitivos planejados e estruturados para melhorar o desempenho físico.
Requer na maioria das vezes locais específicos para sua realização, bem como, a supervisão e orientação de um profissional capacitado.
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2008), tanto a atividade física quanto o exercício físico são importantes na manutenção do balanço energético. 
Para a Organização Mundial da Saúde os indivíduos devem manter um nível adequado de atividade física ao longo de toda a vida para contribuir na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e para a reversão de limitações funcionais.
Segundo o Ministério da Saúde (2008) estudos epidemiológicos demonstram que ambos os estilos de vida ativo e o condicionamento aeróbico moderado estão associados, independentemente, à redução da incidência de doenças crônicas não transmissíveis, da mortalidade geral e por doenças cardiovasculares.
Ginástica laboral:
É a atividade física orientada, praticada durante o horário do expediente, com o objetivo de promover adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas que, dentre outros benefícios:
Previne lesões e doenças por traumas cumulativos, tais como: 
LER - Lesões por Esforços Repetitivos;
DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho;
Reduz o estresse;
Diminui as tensões acumuladas no trabalho;
Eleva o nível de integração social;
Proporciona a reeducação postural;
Melhora o desempenho profissional.
A ginástica laboral consiste basicamente de alongamento, relaxamento muscular e flexibilização das articulações.

Outros materiais