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1 
 
QUESTÕES COMENTADAS – IBFC 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO 
LÍNGUA PORTUGUESA 
Prof. Iedo Ferraz 
 
FONOLOGIA E ACENTUAÇÃO 
 
 
Questão 01 
Ano: 2016 
Órgão: COMLURB 
Prova: Engenheiro de Segurança do Trabalho 
 
Com relação às novas regras de acentuação ortográfica, analise a 
afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) 
( ) a palavra “prevêntivas” passa a ter acento circunflexo 
( ) a palavra “indesejável” mantém o acento agudo 
( ) a palavra “caráter” mantém o acento agudo 
( ) a palavra “negócios” perde o acento agudo 
 
a) F-V-V-F 
b) V-F-V-F 
c) F-F-F-V 
d) V-V-V-F 
 
Gabarito: A 
Comentários: 
 
1. Para responder a essa questão, é necessário conhecermos a classificação 
das palavras quanto ao acento tônico e as regras de acentuação previstas 
no Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. 
2. O acento tônico recai na sílaba de maior intensidade quando pronunciamos 
uma palavra. Isso, em regra, pode ocorrer nas três últimas sílabas: 
a. quando a última sílaba é a tônica, a palavra será oxítona; 
b. quando a penúltima sílaba é a tônica, a palavra será paroxítona; 
c. quando a antepenúltima sílaba é a tônica, a palavra será 
proparoxítona. 
3. Tendo isso em vista, analisemos cada uma das afirmativas: 
a. ( ) a palavra “prevêntivas” passa a ter acento circunflexo 
i. Aqui, a palavra “preventivas” é apresentada como 
“prevêntivas”. Ocorre que esta última forma não existe em 
2 
 
nossa língua, pois o acento tônico da palavra recai sobre o 
‘ti’ (preventivas), tratando-se de uma paroxítona. Esse 
exemplo permite-nos ver a importância da tonicidade da 
palavra como um elemento de sua própria identidade, uma 
vez que a alteração da sílaba tônica pode corromper 
completamente a unidade de sentido. 
ii. Contudo, é importante ressaltar que, caso “prevêntivas” 
existisse, ela seria obrigatoriamente acentuada por se tratar 
de uma palavra proparoxítona. Lembram-se da regra de que 
todas as proparoxítonas são acentuadas? Pois bem. 
iii. A primeira afirmativa, portanto, está falsa. 
b. ( ) a palavra “indesejável” mantém o acento agudo e ( ) a palavra 
“caráter” mantém o acento agudo 
i. As afirmativas acima apresentam as palavras “indesejável” e 
“caráter” devidamente grafadas com o acento agudo. De 
acordo com a Gramática, palavras paroxítonas terminadas 
em ‘l’ e em ‘r’ devem ser acentuadas. Essa regra não foi 
alterada pelo Novo Acordo Ortográfico, então continua 
válida. 
ii. Ambas as afirmativas, portanto, estão verdadeiras. 
c. ( ) a palavra “negócios” perde o acento agudo 
i. A palavra “negócios” é uma paroxítona terminada em 
ditongo oral. Essa é mais uma regra de acentuação das 
paroxítonas, razão por que “negócios” mantém o acento 
agudo. A afirmativa está falsa. 
4. A título de revisão, o ditongo oral consiste no encontro de duas vogais 
orais em uma mesma sílaba. Para melhor compreendê-lo, lembre-se de 
que o ditongo (que, em si, é o encontro de duas vogais numa mesma 
sílaba) pode ser oral ou nasal – como em “sabão”. A oralidade se relaciona 
com o ar saindo apenas pela boca; a nasalidade, com o ar saindo pela 
boca e pelo nariz. 
 
 
 
Questão 02 
Ano: 2013 
Órgão: SEPLAG-MG 
Prova: Pedagogia 
Assinale abaixo a alternativa cujas palavras são acentuadas pela mesma regra de 
“abóbora”, “bobó” e “míssil”, respectivamente. 
a) música/cipó/terrível 
b) cérebro/mó/difícil. 
c) necrotério/ebó/pênsil. 
d) titânico/pó/fácil. 
 
Gabarito: A 
3 
 
Comentários: 
 
1. A questão exige que se identifique, pela ordem, as palavras que se 
acentuam em decorrência da mesma regra. Identifiquemos, portanto, 
qual a regra de cada uma das palavras listadas no enunciado: 
a. “abóbora” é acentuada por ser proparoxítona, e, como já 
relembramos, todas as palavras proparoxítonas devem ser 
acentuadas em nossa língua; 
b. “bobó” é uma palavra oxítona terminada em ‘o’. Vamos lembrar 
que a regra diz que todas as palavras oxítonas terminadas em 
a(s), e(s), o(s) ou em(ens) devem ser acentuadas. 
c. Por último, a palavra “míssil” é acentuada por se tratar de uma 
paroxítona terminada em ‘l’, conforme regra exposta na questão 
anterior. 
2. Analisando as alternativas em face de “abóbora”, é possível eliminar a 
letra ‘c’, uma vez que “necrotério” é palavra paroxítona. 
3. Em face de “bobó”, é possível eliminar as alternativas ‘b’ e ‘d’, pois 
“mó” e “pó” não são palavras paroxítonas (que pressupõem a 
existência de mais uma sílaba), mas sim monossílabos tônicos. 
4. Quanto a “míssil”, destaque-se que todas as alternativas apresentaram 
palavras que se acentuam pela mesma regra: “terrível”, “difícil”, 
“pênsil” e “fácil”. 
5. A alternativa correta, então, é a letra ‘a’. 
 
 
 
Questão 03 
Ano: 2013 
Banca: IBFC 
Órgão: MPE-SP 
Prova: Analista de Promotoria I 
 
Assinale a alternativa em que a palavra deve ser, obrigatoriamente, 
acentuada.a) Pratica. 
b) Negocio. 
c) Traido. 
d) Critica. 
e) Capitulo. 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. Buscar a palavra que deve ser obrigatoriamente acentuada implica 
verificar sobre qual palavra não é possível recair o acento diferencial. 
Este existe para marcar a distinção entre palavras de mesma grafia (como 
veremos a seguir), ou mesmo para marcar, nos verbos, a diferença de 
4 
 
flexão – a exemplo de tem (3ª pessoa do singular do presente do 
indicativo) e têm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo). 
2. Das palavras apresentadas, “traido” é a única que precisa ser acentuada 
para existir. Da forma como está grafada, a palavra seria pronunciada com 
a tônica no ditongo: “trai-do” (palavra paroxítona de duas sílabas). A 
forma válida, porém, é “tra-í-do” (palavra de três sílaba com hiato), que 
consiste no particípio passado do verbo ‘trair’. 
3. Quanto às demais alternativas, temos a possibilidade das duas formas 
cogitadas: 
a. “pratica” (verbo) e “prática” (substantivo); 
b. “negocio” (verbo) e “negócio” (substantivo); 
c. “critica” (verbo) e “crítica” (substantivo); e 
d. “capitulo” (1ª p. do pres. Do indicativo do verbo capitular) e 
“capítulo” (substantivo). 
 
 
 
Questão 04 
Ano: 2016 
Banca: IBFC 
Órgão: MGS 
Prova: Auxiliar de Cozinha 
 
A Angústia 
 
 Quem não sabe como vencer o estado de angústia, dê uma olhada para o 
desespero alheio. 
 Aos ouvidos das lebres chega, de repente, um violento estrépito1. Elas então 
pensam ter chegado a hora de pôr termo à vida porque não sabiam como livrar-
se de tanto temor. 
 Assim, (apavoradas), chegam à beira de uma lagoa com o intento de 
lançaram-se na água e afogarem-se. 
 À chegada daquele batalhão de lebres, as rãs fogem aterrorizadas. Então uma 
das lebres fala: “Há gente com medo de nós. Vamos prosseguir vivendo como 
todos os outros fazem.” 
 Refeitas do susto, as lebres retomaram a sua vida de rotina saltitante. 
1 barulho 
(Fedro, Fábulas. São Paulo: Editora Escala, 2008 ) 
 
A palavra “angústia” (1°§) recebe acento agudo em função da seguinte 
regra de acentuação: 
 
a) paroxítona terminada em ditongo crescente 
b) acentuam-se todas as proparoxítonas 
c) paroxítona terminada em vogal 
d) oxítona termina em “ia” 
 
Gabarito: A 
5 
 
Comentários: 
 
1. Mais uma vez, estamos diante de uma questão que cobra do candidato 
conhecimentos sobre as regras de acentuação na língua portuguesa. 
2. As letras ‘c’ e ‘d’ enunciam regras que não existem e, portanto, devem ser 
descartadas de pronto. A ver. 
a. Quanto a “paroxítona terminada em vogal”, é importante destacar 
que nenhuma palavra é acentuada simplesmente porque termina 
em vogal, apesar de a terminação nas vogais a, e e o ser 
fundamento para a acentuação das palavras oxítonas e dos 
monossílabos tônicos. 
b. Quanto a “oxítona terminada em ‘ia’”, o examinador buscou induziro candidato ao erro quando trouxe um exemplo da regra das 
paroxítonas (acentuam-se as palavras terminadas em ditongo oral, 
a exemplo de pátria). Observemos, porém, que a palavra 
“angústia” nem mesmo oxítona é. 
3. Na letra ‘b’, o examinador traz uma regra existente e válida – “acentuam-
se todas as proparoxítonas” –, mas que não se aplica a “angústia”, uma 
vez que esta é uma palavra paroxítona. 
4. A regra que justificativa a acentuação de “angústia” é a de que se 
acentuam as paroxítonas terminadas em ditongo oral. É importante 
ressaltar que aí estão abrangidos tanto os ditongos crescentes quanto os 
decrescentes, apesar de a banca ter optado por referir expressamente o 
caso específico de “angústia”. 
a. Para quem não lembra, ditongo crescente é aquele composto de 
uma semivogal seguida de uma vogal. Em nossa língua, de uma 
maneira geral, as vogais i e u desempenham o papel de semivogal, 
pois, quando em ditongo, têm uma articulação menos intensa do 
que a vogal que lhe acompanha – a, e ou o. 
b. A ideia de crescente, como a palavra estabelece, parte do menor 
para o maior, do menos para o mais. Quando o ditongo é crescente, 
portanto, partimos da semivogal para a vogal. O ditongo ia é 
crescente e, na palavra paroxítona angústia, implica o uso do 
acento gráfico sobre a sílaba tônica da palavra. 
 
 
 
Questão 05 
Ano: 2016 
Banca: IBFC 
Órgão: MGS 
Prova: Auxiliar de Cozinha 
 
Sobre a palavra destacada em “Aos ouvidos das lebres chega”, faz o 
seguinte comentário correto: 
 
a) possui três sílabas 
b) apresenta flexão de grau 
6 
 
c) notam-se dois encontros vocálicos 
d) ocorre um encontro consonantal 
 
Gabarito: D 
Comentários: 
 
1. Questão simples, mas que pode facilmente cair na sua prova, pois o IBFC 
já cobrou esse mesmo formato em outras ocasiões. Logo, não deixemos 
de analisá-la. 
2. A palavra lebres: 
a. É composta de duas sílabas (le-bres); 
b. Não apresenta flexão de grau. 
i. A título de revisão, os graus do substantivo são o 
AUMENTATIVO, em que sua significação é exagerada ou 
intensificada – no caso em análise, tal forma seria lebrão; e 
o DIMINUTIVO, em que sua significação é atenuada ou 
considerada afetivamente – o de lebre seria lebrezinha. 
c. Não apresenta dois encontros vocálicos, mas sim duas vogais “e” 
em sílabas diferentes; 
d. Nela, ocorre o encontro consonantal br na sílaba -bre. 
3. Logo, a alternativa correta é a letra ‘d’. 
 
 
 
7 
 
 
ORTOGRAFIA 
 
 
 
Questão 01 
Ano: 2016 
Órgão: TCM-RJ 
Prova: Técnico de Controle Externo 
 
Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) 
quanto ao emprego do acento circunflexo estabelecido pelo Novo 
Acordo Ortográfico. 
 
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo conjugado no passado) para 
diferenciá-la de 'pode' (o verbo conjugado no presente). 
 
( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá a mesma grafia de 
'por' (preposição), diferenciando-se pelo contexto de uso. 
 
( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do 
indicativo dos verbos crer, dar, ler, ter, vir e seus derivados. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para 
baixo. 
a) V F F 
b) F V F 
c) F F V 
d) F V V 
 
Gabarito: A 
Comentários: 
 
1. A questão em comento aborda regras específicas sobre o acento 
circunflexo previstas no Novo Acordo Ortográfico. Caro aluno, não existe 
outra alternativa senão memorizar e, com o estudo, introjetar tais regras. 
Vamos à análise de cada uma das afirmativas. 
2. A primeira delas enuncia que o acento circunflexo diferencial permanece 
para as formas verbais “pôde” e “pode”, o que é correto e torna a 
afirmativa verdadeira. 
3. A permanência do acento diferencial também se estende às formas “pôr” 
(verbo) e “por” (preposição), o que torna a segunda afirmativa falsa. 
4. Na terceira e última alternativa, a banca diz que não mais se usa o acento 
circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos 
8 
 
crer, dar, ler, ter e vir. A afirmativa está falsa, mas não quanto a todos 
os verbos listados. Vejamos: 
a. Quanto aos três primeiros, antes do Novo Acordo Ortográfico, 
tínhamos os seguintes pares: ele crê/eles crêem; que ele dê/que 
eles dêem; ele lê/eles lêem. Atualmente, com a queda do acento 
no plural, temos: creem, deem e leem. Gravem isso! 
b. Além disso, a afirmativa comete um deslize ao afirmar que a regra 
se refere à terceira pessoal do plural do presente do indicativo, uma 
vez que isso se aplica apenas aos verbos crer e ler. Quanto ao verbo 
dar, o par dê/deem está conjugado na terceira pessoa do plural do 
PRESENTE DO SUBJUNTIVO. 
c. Por fim, a queda do acento circunflexo para a 3ª pessoa do plural 
do presente do indicativo dos verbos ter e vir NÃO ocorreu. Sendo 
assim, é necessário marcar na escrita a diferença entre “ele tem” e 
“eles têm”, bem como entre “ele vem” e “eles vêm”. 
5. A sequência correta é V, F e F. 
 
 
 
Questão 02 
Ano: 2016 
Órgão: TCM-RJ 
Prova: Técnico de Controle Externo 
 
Assinale a locução que não deve ser grafada com hífen de acordo com 
o Novo Acordo Ortográfico. 
 
a) cor-de-rosa 
b) pingue-pongue 
c) mato-grossense 
d) manda-chuva 
 
Gabarito: D 
Comentários: 
 
1. Essa questão aborda o emprego do hífen nas palavras compostas, 
tópico de ortografia que merece bastante atenção do candidato, uma vez 
que convivem várias regras e exceções. Vamos recapitular algumas 
informações importantes sobre o hífen e, em seguida, analisar cada uma 
das alternativas. 
2. Os gramáticos Celso Cunha e Lindley Cintra trazem, na página 80 da 5ª 
edição da Nova Gramática do Português Contemporâneo, o seguinte 
princípio: “O emprego do HÍFEN é uma convenção. Estabeleceu-se que ’só 
se ligam por HÍFEN os elementos das palavras compostas em que se 
mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras 
compostas que guardam a sua independência fonética, conservando cada 
9 
 
um a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita 
unidade de sentido’.”. 
a. Por exemplo, a palavra arco-íris. Tanto a palavra “arco” quanto a 
palavra “íris” preservam sua unidade fonética quando estão juntas 
na palavra “arco-íris”, razão por que se utiliza o hífen na sua escrita. 
3. Entendendo esse princípio pelo seu contrário, a grafia das palavras 
compostas em que se perdeu a noção de composição deve ser aglutinada, 
ou seja, sem o hífen. É exatamente essa regra que nos encaminhará para 
a resposta correta da questão: mandachuva. Esta palavra é composta 
pela forma verbal manda e pelo substantivo chuva. A composição (ou seja, 
a junção) de manda com chuva gerou uma terceira palavra, mandachuva, 
que consiste em uma nova unidade fonética em relação às palavras 
isoladamente consideradas. 
4. Tendo em vista essa regra geral, analisemos as demais palavras 
apresentadas nas alternativas. 
a. Quanto à alternativa ‘a’, a regra é que NÃO se usa hífen em 
locuções de qualquer tipo. Por isso, escrevemos “fim de semana”, 
“cor de café”, “sala de jantar”. Ocorre que COR-DE-ROSA É UMA 
EXCEÇÃO a essa regra e deve, sim, ter o hífen empregado em sua 
grafia. Outras exceções à regra apresentada são: água-de-colônia, 
arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, à queima-roupa. 
b. Na alternativa ‘b’, pingue-pongue, o hífen está corretamente 
utilizado, pois seu emprego é obrigatório em palavras compostas 
por elementos semelhantes ou idênticos. Outros exemplos que 
ilustram essa regra são: esconde-esconde, pega-pega, tic-tac, 
mata-mata etc. 
c. Em mato-grossense, na alternativa ‘c’, o emprego do hífen está 
correto. A regra em questão é a de que serão hifenizados os 
adjetivos gentílicos (no caso, mato-grossense) derivados de 
topônimos compostos (nocaso, Mato Grosso). 
 
 
 
Questão 03 
Ano: 2012 
Órgão: INEP 
Prova: Pesquisador-Tecnologista em Informações e Avaliações Educacionais 
 
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as 
lacunas. 
É ___________ descobrir ______ houve a falha na produção. 
 
a) imprescindível – por que 
b) imprescindível - porque 
10 
 
c) imprecindível – porque 
d) imprecindível – por que 
e) imprescindível – por quê 
 
Gabarito: A 
Comentários: 
 
1. A questão exige que o candidato conheça a grafia correta da palavra 
“imprescindível”, bem como o emprego dos porquês. 
2. Quanto a imprescindível, assim como a uma série de outras palavras, 
não há forma de conhecer a resposta correta senão pelo contato prévio. 
Esse tipo de questão reforça a necessidade de o aluno ter o hábito da 
leitura, uma vez que por meio dela temos a oportunidade de visualizar e 
“fotografar” na memória a escrita correta das palavras. 
3. Quanto aos diferentes usos do porquê (junto ou separado, com ou sem 
acento), façamos uma rápida revisão: 
 POR QUE 
O “por que” tem dois usos: 
a. O primeiro ocorre em sentenças interrogativas, diretas ou 
indiretas. Ou seja, quando o utilizamos para fazer uma 
pergunta, tal como em “Por que esse concurso do TJPE está 
demorando tanto?” ou em “É preciso descobrir por que essa 
demora está ocorrendo”. Ele equivale a “por qual razão”, 
“por qual motivo”. 
b. A segunda forma de usá-lo acontece em sentenças 
declarativas, em que o por que equivale a pelo qual, pela 
qual, pelos quais, pelas quais, como em “Caro aluno, esteja 
certo de que a agonia por que você está passando agora 
será recompensada”. 
 
 PORQUE 
Trata-se de uma das conjunções explicativas possíveis, 
assim como pois, uma vez que, porquanto, entre outras. É 
utilizado nas respostas às perguntas feitas com o “Por que” 
estudado no tópico 1.1. 
Respondendo à pergunta sobre a demora do concurso, eu 
diria “Porque o Universo está providenciando mais tempo para 
você estudar, caro aluno!”. 
 
 POR QUÊ 
A forma separada e com acento ocorre quando o “que” 
está diante de ponto final, interrogação, exclamação ou 
reticências. Por conta dessa posição no final da frase, o “que” 
passa a ser tônico e recebe o acento circunflexo: “Você não sabe 
por quê? Senta aí, que eu vou te contar.” 
 
 PORQUÊ 
11 
 
Nesse último caso, trata-se de um substantivo. Quando 
está junto e com acento, ele designa um objeto abstrato que 
tem como sinônimo razão, causa. 
Vejamos em dois exemplos: “Eu quero entender o porquê 
dessa demora toda”; “Existem muitos porquês possíveis para a 
atitude dela”. 
Uma dica sempre válida para identificá-lo é verificar a 
possibilidade de ele ser antecedido por um artigo 
(determinante), uma vez que é um substantivo. 
4. A frase do enunciado da questão se enquadra no tópico 1.1. Sendo assim, 
temos “É imprescindível descobrir por que houve a falha na produção”. 
 
 
 
Questão 04 
Ano: 2013 
Órgão: MPE-SP 
Prova: Analista de Promotoria II 
 
Leia abaixo o excerto de um conto do famoso escritor argentino Julio 
Cortázar. 
Continuidade dos parques 
 
Primeiro entrava a mulher, receosa; agora chegava o amante, a cara ferida pela 
chicotada de um galho. Admiravelmente ela estancava o sangue com seus beijos, 
mas ele recusava as carícias, não havia vindo para repetir as cerimônias de uma 
paixão secreta, protegida por um mundo de folhas secas e caminhos furtivos. O 
punhal ficava momo contra seu peito, e debaixo pulsava a liberdade escondida. 
Um diálogo ardente corria pelas páginas como um riacho de serpentes, e sentia-
se que tudo estava decidido desde sempre. Até essas carícias que envolviam o 
corpo do amante, como querendo retê-lo e dissuadi-lo, desenhavam 
abominavelmente a figura de outro corpo que era necessário destruir. Nada havia 
sido esquecido: desculpas, azares, possíveis erros. A partir dessa hora cada 
instante tinha seu emprego minuciosamente atribuído. O impiedoso duplo 
reexame se interrompia apenas para que uma mão acariciasse uma face. 
Começava a anoitecer. 
 
 
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as 
lacunas. 
 
I. O ___________ministro fez um belo discurso. 
12 
 
 
II. Durante a ______, os deputados entraram em discussão. 
 
III. O dono da loja foi acusado de ___________racial. 
 
a) iminente - seção - descriminação 
b) iminente - sessão - discriminação 
c) eminente - sessão - discriminação 
d) eminente - seção - discriminação 
e) eminente - sessão - descriminação 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. O objeto dessa questão é a paronímia. Palavras parônimas são aquelas 
que se parecem, são quase homônimas, mas que se distinguem 
discretamente na grafia e na pronúncia. 
2. As alternativas acima listam três pares de palavras parônimas, e é preciso 
conhecê-las bem para não errar na hora da prova. Vejamos as diferenças 
de significado de cada um deles: 
a. Iminente é a qualidade daquilo que está a ponto de acontecer, que 
está prestes a se concretizar. Já eminente é um adjetivo que denota 
importância, excelência, altura, elevação. Fica claro, pelo contexto 
da frase I, que a lacuna deve ser preenchida com eminente. 
b. Seção é a porção retirada de um todo, um segmento, uma 
subdivisão. Sessão, por sua vez, consiste no intervalo de tempo no 
qual se sucede alguma atividade. Pelo contexto, a frase II deve ser 
completada com sessão. 
c. Descriminação é o ato de retirar o caráter criminoso de uma 
conduta – trata-se de um sinônimo de descriminalização. Já 
discriminação é o ato pelo qual se distingue algo ou se segrega 
alguém. Tendo em vista a frase 3, a lacuna deverá ser preenchida 
com discriminação. 
3. Na ordem, temos: EMINENTE, SESSÃO e DISCRIMINAÇÃO. 
 
 
 
Questão 05 
Ano: 2016 
Órgão: COMLURB 
Prova: Técnico de Segurança do Trabalho 
 
O novo acordo ortográfico nos apresentou algumas alterações de 
acentuação de palavras em Língua Portuguesa. Leia as alternativas 
13 
 
abaixo e assinale a que apresenta somente palavras acentuadas 
corretamente. 
 
a) Seqüência, idéia, caráter, bóia, saúde. 
b) Sequência, idéia, carater, bóia, saúde 
c) Sequência, ideia, caráter, boia, saúde. 
d) Seqüência, ideia, caráter, bóia, saude. 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. A questão cobra que o aluno domine as regras estabelecidas pelo Novo 
Acordo Ortográfico quanto à acentuação e à grafia das palavras listadas 
nas alternativas. Vejamos uma por uma. 
2. SEQUÊNCIA. O Acordo Ortográfico aboliu o trema (¨) de todas as palavras 
da língua portuguesa, restando apenas em nomes próprios estrangeiros e 
suas derivações. Por isso, não mais se considera correta a forma 
seqüência. Eliminamos, então, as letras ‘a’ e ‘d’. 
3. IDEIA. As palavras paroxítonas cuja sílaba tônica recaia nos ditongos 
abertos EI e OI não são mais acentuadas. Sendo assim, idéia passou a 
ideia; heróico passou a heroico. Porém, atenção! As palavras oxítonas 
que têm os mesmos ditongos na sílaba tônica permanecem sendo 
acentuadas. Por exemplo, menestréis e caubói. 
a. Do visto, eliminamos também a letra ‘b’ e já encontramos a 
resposta. 
4. CARÁTER. Aqui temos uma palavra paroxítona terminada em ‘r’, logo é 
obrigatório o uso do respectivo acento. 
5. BOIA. Assim como em ideia, temos uma paroxítona em ditongo aberto – 
neste caso, ‘oi’ (boi-a). A reforma ortográfica aboliu o uso do acento agudo 
neste caso, como já vimos. 
6. SAÚDE. Aqui o acento é obrigatório. Acentua-se o i e o u tônicos quando 
formarem um hiato, ou seja, quando estiverem isolados em uma sílaba, 
seguidos ou não s. 
 
 
14 
 
 
 
PONTUAÇÃO 
 
 
 
Questão 01 
Ano: 2015 
Órgão: MGS 
Prova: Pedagogo 
 
 Bem-vindo. E parabéns. Estou encantado com seu sucesso. Chegar aqui nãofoi fácil, eu sei. Na verdade, suspeito que foi um pouco mais difícil do que você 
imagina. 
 Para início de conversa, para você estar aqui agora, trilhões de átomos 
agitados tiveram de se reunir de uma maneira, intricada e intrigantemente 
providencial a fim de criá-lo. É uma organização tão especializada e particular 
que nunca antes foi tentada e só existirá desta vez. Nos próximos anos 
(esperamos), essas partículas minúsculas se dedicarão totalmente aos bilhões de 
esforços jeitosos e cooperativos necessários para mantê-lo intacto e deixá-lo 
experimentar o estado agradabilíssimo, mas ao qual não damos o devido valor, 
conhecido como existência. 
 Por que os átomos se dão esse trabalho é um enigma. Ser você não é uma 
experiência gratificante no nível atômico. Apesar de toda a atenção dedicada, 
seus átomos na verdade nem ligam para você - eles nem sequer sabem que você 
existe. Não sabem nem que eles existem. São partículas insensíveis, afinal, e nem 
estão vivas. (A ideia de que se você se desintegrasse, arrancando com uma pinça 
um átomo de cada vez, produziria um montículo de poeira atômica fina, sem 
nenhum sinal de vida, mas que constituiria você, é meio sinistra.) No entanto, 
durante sua existência, eles responderão a um só impulso dominante: fazer com 
que você seja você. 
(BRYSON, Bill. Breve história de quase tudo. Trad. de Ivo Korytowski. São 
Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 11) 
 
No trecho “Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na verdade 
nem ligam para você" (3°§), a pontuação não está de acordo com o que 
prescreve a norma padrão da Língua. Nesse sentido, assinale a 
reescritura que corrija o problema de pontuação. 
 
a) “Apesar de toda a atenção dedicada seus átomos, na verdade, nem ligam 
para você". 
b) “Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na verdade nem ligam, 
para você". 
c) "Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na verdade, nem ligam, 
para você". 
15 
 
d) “Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos, na verdade, nem ligam 
para você". 
 
Gabarito: D 
Comentários: 
 
1. A questão afirma que há um erro no trecho destacado e pede a versão 
corretamente pontuada. O candidato deve analisar a pontuação quanto ao 
emprego da vírgula. 
2. Analisemos o período “Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos 
na verdade nem ligam para você". 
a. O único sinal de pontuação presente na frase é a vírgula após 
“dedicada”, que marca corretamente a separação da oração 
subordinada adverbial concessiva “Apesar de toda a atenção 
dedicada, (...)” da oração principal “seus átomos (...) nem ligam 
para você”. 
b. O erro apontado, por consequência, está na ausência de alguma 
pontuação obrigatória. Estão ausentes as vírgulas necessárias para 
isolar a expressão de correção “na verdade”. 
c. Sendo assim, a frase corretamente pontuada seria “APESAR DE 
TODA A ATENÇÃO DEDICADA, SEUS ÁTOMOS, NA VERDADE, NEM 
LIGAM PARA VOCÊ". 
3. Analisemos os erros das três primeiras alternativas. 
a. Letra ‘a’ – “Apesar de toda a atenção dedicada seus átomos, na 
verdade, nem ligam para você". As vírgulas para isolar “na verdade” 
foram corretamente inseridas, porém se retirou a vírgula necessária 
para isolar a oração subordinada adverbial “Apesar de toda a 
atenção dedicada, (...)”. 
b. Letra ‘b’ – “Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na 
verdade nem ligam, para você". Manteve-se a primeira vírgula 
corretamente, contudo não se isolou a expressão corretiva “na 
verdade” e se separou, indevidamente, o verbo “ligam” de seu 
complemento “para você”. Lembre-se de que não se separa o verbo 
de seu complemento (seja ele objeto direto ou indireto). 
c. Letra ‘c’ – "Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na 
verdade, nem ligam, para você". Manteve-se a primeira vírgula 
corretamente, porém se isolou por vírgulas o termo “nem ligam” 
em vez da expressão “na verdade”, separando-se indevidamente o 
verbo do seu objeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Questão 02 
Ano: 2016 
Órgão: TCM-RJ 
Prova: Técnico de Controle Externo 
 
Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada. 
 
a) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu. 
b) Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um barulho estranho. 
c) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja. 
d) Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia. 
 
Gabarito: D 
Comentários: 
 
1. Analisaremos, a seguir, a pontuação de cada umas das frases 
apresentadas nas alternativas. 
2. Nas letras ‘a’ e ‘b’ devemos avaliar o uso da vírgula. 
a. Na frase “O bolo que estava sobre a mesa, sumiu”, verifica-se um 
erro básico e não incomum: separar o sujeito do seu verbo, no 
caso, o bolo de sumiu. A oração adjetiva intercalada entre estes 
dois termos, que estava sobre a mesa, permite vislumbrar duas 
hipóteses de pontuação correta para a sentença, a depender da 
intenção do emissor em considerá-la explicativa ou restritiva, 
respectivamente: 
i. “O bolo, que estava sobre a mesa, sumiu”; ou 
ii. “O bolo que estava sobre a mesa sumiu”. 
b. Já em “Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um barulho 
estranho”, as vírgulas de fato delimitam uma intercalação. Mas seu 
uso está incorreto, pois elas isolam apressadamente se retirou, 
quando poderiam destacar apenas o apressadamente. Este exerce 
a função de adjunto adverbial deslocado, por isso pode ser isolado 
sem problemas; já o “se retirou” consiste em parte do predicado da 
oração e não pode ser separado do sujeito “Ele”. 
c. As alternativas ‘a’ e ‘b’, portanto, estão incorretamente pontuadas. 
3. Na letra ‘c’, “Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja”, é necessário avaliar 
o uso das vírgulas e do ponto e vírgula. 
a. Quanto às vírgulas, não há erro a ser apontado, uma vez que elas 
separam termos que exercem a mesma função na frase – no caso, 
a de objeto direito. São as chamadas vírgulas enumerativas. 
b. Entretanto, o ponto e vírgula está empregado incorretamente no 
lugar dos dois-pontos, que é o sinal adequado para indicar a 
enumeração que ocorre na frase. Logo, a redação correta seria 
“Confessou-lhe tudo: ciúme, ódio, inveja”. 
4. Já sabendo que a letra ‘d’ é a resposta, vejamos por quê. Em “Paulo 
pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia”, é preciso novamente 
analisar o uso da vírgula e do ponto e vírgula: 
17 
 
a. A vírgula empregada entre Márcia e Odontologia está correta e 
indica o zeugma da locução verbal expressa na oração anterior – 
“pretende cursar”. Ou seja, se a frase pretende dizer o que tanto 
Paulo quanto Márcia pretendem cursar, não é necessário repetir o 
verbo nas duas orações. Basta dar uma pequena pausa na segunda 
(leia o aluno a frase em voz alta), de modo a sinalizar que se está 
falando da mesma ação verbal. 
b. O ponto e vírgula pode ser utilizado para separar partes de um 
período, das quais uma pelo menos esteja subdividida por vírgula. 
É exatamente o caso em questão, pois a ocorrência do zeugma 
implica o uso da vírgula (ou seja, de uma pausa na segunda 
oração), o que impõe a necessidade de uma pausa ainda maior 
entre as duas orações do período. Em outras palavras, uma 
pequena pausa na subdivisão implica uma pausa maior na divisão. 
 
 
 
Questão 03 
Ano: 2016 
Órgão: COMLURB 
Prova: Engenheiro de segurança do trabalho 
 
Leia o Texto abaixo e responda à pergunta: 
 
Investir na Segurança: Despesa ou Receita 
 
 Em se falando de Segurança no Trabalho, nos deparamos com a palavra 
ACIDENTE. Numa definição abrangente e genérica, podemos afirmar que 
ACIDENTE é um evento indesejável e inesperado que produz desconforto, 
ferimentos, danos, perdas humanas e ou materiais. Um acidente pode mudar 
totalmente a rotina e a vida de uma pessoa, modificar sua razão de viver ou 
colocar em risco seus negócios e propriedades. 
 Ao contrário do que muitas pessoas imaginam,o acidente não é obra do acaso 
e nem da falta de sorte. Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega 
estudos e pesquisas visando eliminar os fatores perigosos que conduzem ao 
acidente ou reduzir seus efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples 
residência até complexos conglomerados industriais. 
 Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter 
individual ou coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, 
ao passo que nos países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes 
ou ignoradas. Em alguns destes países a legislação apresenta certos absurdos 
como compensação monetária pela exposição ao risco (periculosidade, 
insalubridade), fazendo com que empregados e empregadores concentrem suas 
atenções no “custo” da exposição e não na eliminação da mesma. 
(...) 
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/investir_seg.html - acesso em 25/04/2016 
 
18 
 
Leia a afirmativa abaixo, retirada do texto, e assinale a resposta 
correta: 
 
“Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de 
caráter individual ou coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria 
de seus cidadãos, ao passo que nos países em desenvolvimento ainda 
são largamente inexistentes ou ignoradas.” 
 
a) O trecho apresenta erro de colocação de plural em “cidadão”. 
b) O trecho apresenta erro de pontuação em “(...) cidadãos, ao passo (...)”. 
c) A palavra “países” não deve ser acentuada neste caso. 
d) O trecho apresenta erro de pontuação em “(...) individual ou coletivo, são 
aplicadas (...)”. 
 
Gabarito: D 
Comentários: 
 
1. A letra ‘a’ está incorreta, uma vez que o plural de “cidadão” é “cidadãos”, 
conforme consta da afirmativa apresentada. 
2. A letra ‘b’ acusa um erro de pontuação em “(...) cidadãos, ao passo (...)” 
que não existe de fato. A vírgula está adequadamente empregada para 
separar uma oração subordinada adverbial anteposta à oração principal. 
3. A letra ‘c’ está incorreta ao afirmar que a palavra “países” não deve ser 
acentuada, porque temos um i tônico que forma um hiato com a vogal 
anterior. Uma vez que a palavra seja paroxítona, o acento em tal contexto 
apenas não aconteceria em dois casos: 
a. se a vogal do hiato estivesse diante do dígrafo nh, como em rainha; 
b. se diante da vogal em hiato houvesse um ditongo decrescente, 
como em feiura. 
i. Ressalte-se que a regra explicada na letra b é decorrente do 
Novo Acordo Ortográfico. 
4. A letra ‘d’, gabarito da questão, acerta ao afirmar que o trecho apresenta 
erro de pontuação em “(...) individual ou coletivo, são aplicadas (...)”, pois 
a vírgula aí empregada fere a regra de não se poder separar o sujeito do 
seu verbo. Portanto, ela não deveria existir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Questão 04 
Ano: 2016 
Órgão: COMLURB 
Prova: Engenheiro de segurança do trabalho 
 
Abaixo se apresenta um trecho da obra Ensaio sobre a cegueira, de José 
Saramago, com várias opções de pontuação. Assinale a alternativa em 
que todas as vírgulas estão colocadas corretamente. 
 
a) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem, 
mantinham em tensão os carros, avançando, recuando, como cavalos nervosos 
que sentissem vir no ar a chibata. 
b) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem, 
mantinham em tensão os carros, avançando recuando como cavalos nervosos 
que sentissem vir no ar a chibata. 
c) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal, da embraiagem, 
mantinham em tensão os carros, avançando, recuando, como cavalos nervosos, 
que sentissem vir no ar a chibata. 
d) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem mantinham 
em tensão, os carros avançando recuando, como cavalos nervosos que sentissem 
vir no ar a chibata. 
 
 
Gabarito: A 
Comentários: 
 
1. Na questão acima, o enunciado solicita que o candidato avalie o emprego 
das vírgulas. Vamos partir da análise do texto corretamente pontuado para 
identificar os erros das demais alternativas. 
2. A versão correta é: “Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal 
da embraiagem, mantinham em tensão os carros, avançando, recuando, 
como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.”. 
a. A primeira e a segunda vírgulas isolam o termo “impacientes”, que 
exerce a função de aposto em relação ao sujeito “automobilistas”. 
b. A segunda e a terceira vírgulas isolam o termo “com o pé no pedal 
da embraiagem”, que exerce a função de adjunto adverbial 
deslocado para o meio da oração. 
c. As três últimas vírgulas isolam as orações subordinadas adverbiais 
reduzidas de gerúndio “avançando” e “recuando”. 
3. Analisemos as demais alternativas: 
a. Letra ‘b’, “Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da 
embraiagem, mantinham em tensão os carros, avançando 
recuando como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a 
chibata.” 
i. Faltam as vírgulas após “avançando” e “recuando”, de modo 
a separar as orações reduzidas de gerúndio, que deve ser 
20 
 
separadas por constituírem uma enumeração de termos que 
exercem a mesma função sintática. 
b. Letra ‘c’, “Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal, da 
embraiagem, mantinham em tensão os carros, avançando, 
recuando, como cavalos nervosos, que sentissem vir no ar a 
chibata.” 
i. Está incorreta a vírgula que separa os termos “pedal” de “da 
embraiagem”. Este exerce a função de adjunto adnominal 
daquele, por isso não devem ser separados por vírgula. 
ii. Também está incorreta a vírgula que separa “como cavalos 
nervosos” de “que sentissem vir no ar a chibata”. Como este 
último trecho consiste numa oração adjetiva, a presença da 
vírgula indicaria se tratar de uma oração adjetiva 
EXPLICATIVA. No entanto, no contexto, só é possível que a 
oração referida seja do tipo RESTRITIVA. A comparação que 
o autor estabelece com os “cavalos nervosos” não pretende 
explicar o nervosismo dos cavalos, mas sim delimitar que a 
comparação se dá a cavalos nervosos por tal motivo. Ou 
seja, “que sentissem vir no ar a chibata” restringe o grupo 
de “cavalos nervosos” que é utilizado para fazer a 
comparação pretendida pelo autor. O uso da vírgula 
explicaria o nervosismo dos cavalos, quando a intenção é 
apenas de qualificar o nervosismo mencionado. 
c. Letra ‘d’, “Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da 
embraiagem mantinham em tensão, os carros avançando 
recuando, como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a 
chibata.”. 
i. Faltou a vírgula após “embraiagem”, para delimitar o fim do 
adjunto adverbial deslocado “com o pé no pedal da 
embraiagem”. 
ii. Não cabe a vírgula entre “tensão” e “os carros”. O trecho 
“mantinham em tensão os carros” poderia ser pontuado de 
duas formas: 
1. “mantinham, em tensão, os carros”, isolando-se o 
adjunto adverbial “em tensão” e nunca separando o 
verbo do seu complemento. Porém, isso é 
desnecessário, por se tratar de um adjunto curto. 
2. “mantinham em tensão os carros”, sem nenhuma 
vírgula, conforme Saramago escreveu. 
3. Por fim, faltaram as vírgulas antes e depois de 
“avançando”, para isolar as orações reduzidas de 
gerúndio “avançando” e “recuando”. 
4. A título de curiosidade, “embraiagem” é a variação, no português de 
Portugal, da nossa palavra “embreagem”. 
 
 
 
 
21 
 
Questão 05 
Ano: 2016 
Órgão: COMLURB 
Prova: Técnico de Segurança do Trabalho 
 
Que é Segurança do Trabalho? 
 
 Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas 
que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças 
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do 
trabalhador. 
 A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à 
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos emMáquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, 
Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de 
Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, 
Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e 
Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, 
Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. 
 O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma 
equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do 
Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também 
os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e 
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar compatível 
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da 
saúde do trabalhador. 
 A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a 
Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas 
Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e também 
as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, 
ratificadas pelo Brasil. 
 http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016 
 
Em textos em Língua Portuguesa sabe-se que a alteração de pontuação 
pode prejudicar a organização do texto e, muitas vezes, mudar o 
sentido da frase. Leia a sentença abaixo e indique a alternativa em que 
a alteração da pontuação mantém o texto correto: 
 
“O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de 
uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do 
Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e 
Enfermeiro do Trabalho.” 
 
22 
 
a) O quadro de Segurança do Trabalho, de uma empresa compõe-se de uma 
equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do 
Trabalho. 
b) O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa, compõe-se de uma 
equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do 
Trabalho. 
c) O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma 
equipe multidisciplinar composta por: Técnico de Segurança do Trabalho, 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do 
Trabalho. 
d) O quadro de, Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se, de uma 
equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do 
Trabalho. 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. Ocasionalmente o IBFC cobra questões pedindo a reescrita de um texto 
com a pontuação correta. Com questões desse perfil, no intuito de resolvê-
las de forma mais prática, é importante se lançar sobre as pequenas 
divergências entre as alternativas, identificar as sugestões erradas e 
eliminar as alternativas que as contenham. 
2. Analisando o trecho original, verificamos que, além do previsível ponto 
final, somente há vírgulas, utilizadas para enumerar os membros de uma 
equipe multidisciplinar de uma empresa de Segurança do Trabalho. 
3. Analisando, por sua vez, as alternativas, todas apresentam vírgulas e 
apenas uma apresenta dois-pontos. 
a. Quanto aos dois-pontos, na letra ‘c’, a leitura do texto mostra que 
foram utilizados para introduzir a enumeração dos membros da 
equipe multidisciplinar referida no item 2. Logo, seu uso está 
correto e o gabarito da questão será descoberto somente por meio 
da análise das vírgulas. 
4. Vamos analisar cada uma das alternativas: 
a. Letra ‘a’ – O quadro de Segurança do Trabalho, de uma empresa 
compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico 
de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Tanto “Segurança 
do Trabalho” quanto “de uma empresa” são locuções adjetivas que 
servem para especificar o significado do substantivo “quadro”. Não 
cabe essa vírgula entre “O quadro de Segurança do Trabalho” e “de 
uma empresa”, por separar o nome do seu adjunto adnominal sem 
nenhum propósito de destaque ou intercalação. 
b. Letra ‘b’ – O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa, 
compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico 
de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
23 
 
Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. A pontuação 
proposta também está equivocada, uma vez indevido o emprego 
da primeira vírgula – as demais estão corretas. Não se pode separar 
o sujeito de seu predicado. 
c. Letra ‘d’ – O quadro de, Segurança do Trabalho de uma empresa 
compõe-se, de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico 
de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Também incorreta, 
a pontuação proposta separa a forma verbal “compõe-se” do seu 
complemento “de uma equipe multidisciplinar”. Isso, conforme já 
visto em outras questões, não é gramaticalmente aceito. 
d. Letra ‘c’ – O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa 
compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por: Técnico 
de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Eis a alternativa 
correta. 
 
 
 
Questão 06 
Ano: 2016 
Órgão: Câmara Municipal de Araraquara - SP 
Prova: Assistente 
 
Leia a citação abaixo e assinale a alternativa em que a alteração de 
pontuação não deixa a frase incorreta. 
 
Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo 
comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e 
consequentemente de mais difícil compreensão. 
 
a) Com as novas tecnologias a velocidade da informação e o processo 
comunicacional, tornam-se cada vez mais complexos e, consequentemente de 
mais difícil compreensão. 
b) Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo 
comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e, consequentemente, de 
mais difícil compreensão. 
c) Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo 
comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e, consequentemente de 
mais difícil compreensão. 
d) Com as novas tecnologias, a velocidade da informação, e o processo 
comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e consequentemente, de 
mais difícil compreensão. 
 
Gabarito: B 
Comentários: 
24 
 
1. Questão no mesmo formato da anterior. Ressalto que ela induz o 
candidato ao erro, pois o enunciado pede a pontuação que “não deixa a 
frase incorreta”. Ou seja, ele pede a alternativa cuja pontuação esteja 
CORRETA. 
2. A versão original do texto destacado, “Com as novas tecnologias, a 
velocidade da informação e o processo comunicacional tornam-se cada 
vez mais complexos e consequentemente de mais difícil compreensão”, 
temos apenas a vírgula isolando o adjunto adverbial deslocado para o 
início da oração. 
3. Vamos analisar a pontuação proposta em cada uma das alternativas: 
a. Letra ‘a’ – “Com as novas tecnologias a velocidade da informação e 
o processo comunicacional, tornam-se cada vez mais complexos e, 
consequentemente de mais difícil compreensão”. O primeiro erro a 
ser apontado é a ausência de vírgula para isolar o adjunto adverbial 
“Com as novas tecnologias, (...)” no começo da oração. Além disso, 
a primeira vírgula grafada em vermelho está incorreta, porque 
separa o sujeito do seu predicado. A segunda vírgula grafada em 
vermelho, por sua vez, somente se justificaria se houvesse outra 
após“consequentemente”, de modo a isolar este adjunto do 
restante da oração. 
b. Letra ‘c’ – “Com as novas tecnologias, a velocidade da informação 
e o processo comunicacional tornam-se cada vez mais complexos 
e, consequentemente de mais difícil compreensão”. A vírgula 
grafada em vermelho, assim como na letra ‘a’, somente se 
justificaria se houvesse outra após “consequentemente”, de modo 
a isolar este adjunto do restante da oração. 
c. Letra ‘d’ – “Com as novas tecnologias, a velocidade da informação, 
e o processo comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e 
consequentemente, de mais difícil compreensão”. A primeira 
vírgula grafada em vermelho está, equivocadamente, separando os 
dois núcleos do sujeito composto “a velocidade da informação e o 
processo comunicacional”. A segunda, por sua vez, somente se 
justificaria se houvesse outra antes de “consequentemente”, de 
modo a isolar este adjunto do restante da oração. 
d. Letra ‘b’ – ”Com as novas tecnologias, a velocidade da informação 
e o processo comunicacional tornam-se cada vez mais complexos 
e, consequentemente, de mais difícil compreensão”. Alternativa 
correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Questão 07 
Ano: 2017 
Órgão: EBSERH 
Prova: Assistente Administrativo 
 
 
Vivendo e... 
 
 Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola 
de gude conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do 
polegar, e quanto mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. 
Outra coisa: acabo de procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da 
palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. 
Gude era gude. 
 Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para 
dentro, e assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive 
variava de tom conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é 
esse. [...] 
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001) 
 
O emprego das reticências no título, sugere: 
a) a incapacidade do autor em completar a ideia. 
b) a caracterização de uma enumeração infinita. 
c) um convite para que o leitor reflita sobre o tema. 
d) a sinalização de um questionamento do leitor. 
e) a representação de uma ideia polêmica. 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. A questão exige do candidato conhecimento a respeito do emprego e da 
semântica das reticências. A questão envolve tanto interpretação de texto 
quanto pontuação. 
2. O ponto de reticência (ou simplesmente reticências) é empregado para 
indicar a suspensão ou a supressão de um pensamento, seja pela 
hesitação em exprimi-lo, seja pela desnecessidade de sua expressão. 
3. O título escolhido pelo autor, “Vivendo e...”, suprime do texto o seu 
complemento esperado: “... aprendendo”. Trata-se de um dito popular 
amplamente compartilhado pelos falantes da língua portuguesa. 
4. Após a leitura do texto, em que o autor discorre sobre como 
desaprendeu a manusear uma bolinha de gude, bem como a emitir um 
silvo bonito posicionando as mãos e os polegares de uma determinada 
forma. 
5. Sendo assim, é possível inferir que a intenção do autor, ao usar as 
reticências no título, é de convidar o leitor a refletir sobre o tema, a partir 
da contradição (desaprender) do sentido inicialmente esperado 
(aprender). 
26 
 
6. Ressalte-se que as reticências também podem caracterizar uma 
enumeração infinita (ou, para ser mais acertado, indeterminada), 
conforme consta da letra ‘c’, porém não é este o caso. 
 
 
 
Questão 08 
Ano: 2016 
Órgão: EBSERH 
Prova: Advogado 
 
Minhas 
maturidade 
Circunspecção, siso, prudência. 
(Mario Prata) 
 É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 
50 e a pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer 
 Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com 
tanta rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo 
muito imaturo para escovar os dentes com tanta pressa. 
 E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição 
menos incômoda, acertando as pontas. 
 [...] 
 Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de 
assistir à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção. 
 É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. 
 Homem maduro não bebe, vai à praia. 
 Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o 
corpo é ligeiramente imaturo. 
 Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão, 
finalmente, acabando. Restam uns cinco. 
 Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos. 
 O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? 
 Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi 
assim. 
 [...] 
 Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar 
as luzes da casa. 
 O homem maduro faz palavras cruzadas! 
 Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. 
 A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega 
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso. 
 O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas 
imaturas. 
 Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos 
imaturos. 
 Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os 
dentes depressa, mais depressa, mais depressa ainda. 
27 
 
 O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. 
 Meu Deus, o que será de nós, os maduros? 
 
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte: 
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos 
imaturos.” (17º§) 
 
O emprego da vírgula justifica-se por: 
 
a) isolar uma oração subordinada adverbial. 
b) marcar a presença de um aposto explicativo. 
c) separar orações coordenadas assindéticas. 
d) indicar a presença de um vocativo. 
e) acompanhar um termo deslocado da ordem direta. 
 
Gabarito: E 
Comentários: 
 
1. O IBFC gosta bastante de explorar o emprego da vírgula, portanto é 
aconselhável reforçar a atenção sobre o assunto. 
2. O termo isolado por vírgulas no fragmento apresentado é “Depois de um 
tempo, (...)”. Identificar a função que ele exerce é o primeiro passo para 
checar se ele se enquadra em alguma das regras gramaticais existentes. 
No caso, trata-se de um adjunto adverbial temporal deslocado para o 
início da oração. 
3. No interior da oração, a vírgula é usada para separar alguns elementos 
que exercem funções sintáticas diferentes. O adjunto adverbial deslocado 
é uma das hipóteses de uso da vírgula, por isso o gabarito é letra ‘e’. 
4. O deslocamento do adjunto adverbial nos remete à ideia da ordem direta 
da oração, que na língua portuguesa é: sujeito + verbo + complemento. 
Contudo, essa ordem pode ser alterada, desde que se marque na escrita 
a inversão realizada. É daí que surge a regra de demarcar com a vírgula o 
adjunto que vem para o início da frase. 
5. Analisemos os erros das demais alternativas: 
a. A letra ‘a’ diz que “Depois de um tempo, (...)” é uma oração 
subordinada adverbial. Entretanto, para ser oração é necessária a 
presença de um verbo, o que não ocorre. Pela mesma razão, a letra 
‘c’ também está incorreta. 
b. A letra ‘b’, por sua vez, diz que a vírgula é utilizada para marcar a 
presença de um aposto explicativo. A função do termo isolado pela 
vírgula é de contextualização temporal da ação do verbo, e não de 
explicação. 
c. A letra ‘d’ enuncia que a vírgula é utilizada para isolar um vocativo, 
que é o termo que indica apelo, chamamento. Como já vimos, não 
é o caso. 
 
28 
 
 
 
Questão 09 
Ano: 2014 
Órgão: PC-RJProva: Papiloscopista Policial 
 
 Notícia de Jornal 
 (Fernando Sabino) 
 
 Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem 
de cor branca, 30 anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem 
socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada 
durante 72 horas, para finalmente morrer de fome. 
 Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma 
ambulância do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas 
regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome. 
 Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) 
afirmou que o caso (morrer de fome) era da alçada da Delegacia de 
Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem morreu 
de fome. 
 O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto 
Anatômico sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de 
fome. 
 Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. 
Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um 
anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa 
- não é um homem. E os outros homens cumprem seu destino de passantes, 
que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do 
homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até 
mesmo piedade, ou sem olhar nenhum. Passam, e o homem continua 
morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e 
sem perdão. 
 Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, 
por que haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o 
homem morrer de fome. 
 E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente 
vestido. Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, 
que jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As 
autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. 
Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada 
mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome. 
 E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena 
rua, no centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da 
Guanabara, um homem morreu de fome. 
 
(Disponível em http://www.fotolog.com.br/spokesman_/70276847/: Acesso em 
10/09/14) 
29 
 
Assinale a alternativa que melhor explica a função do travessão no fragmento 
transcrito a seguir: 
Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um 
bicho, uma coisa - não é um homem.” (5º §) 
 
a) Separar a opinião do jornal da opinião do narrador, contrastando-as; 
b) Destacar a opinião do jornal, confirmando o vínculo com as notícias; 
c) Evidenciar uma postura crítica dividindo-a em duas partes: as críticas feitas 
sobre o homem e a negação de sua humanidade em função delas. 
d) Mostrar a opinião do narrador, que se influenciou pelo julgamento desumano 
dos passantes. 
e) Ratificar a opinião pública, na qual se incluem sociedade e autoridades, e 
com a qual o autor comunga. 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. A questão em comento exige conhecimento sobre a pontuação por meio 
do travessão. 
2. O travessão consiste em uma notação de pontuação distintiva empregada 
para: 
a. Indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor; 
b. Isolar, num contexto, frases ou palavras por meio do travessão 
duplo (assemelhando-se à função do parêntese); 
c. Destacar enfaticamente a parte final de um enunciado por meio do 
travessão único. 
3. No texto, ocorre o uso descrito em 2c, uma vez que “não é um homem” 
se destaca de todo o enunciado anterior de críticas ao homem que veio a 
morrer de fome, ao mesmo tempo que com ele se relaciona. 
4. Tendo em vista o contexto e a construção de sentido pretendida pelo 
autor, o destaque permitido pelo travessão a “não é um homem” evidencia 
a crítica expressa pelo autor em relação a todos os julgamentos que lhe 
afastaram da sua própria condição humana. 
5. Por tudo isso, o gabarito é letra ‘c’. 
 
 
 
Questão 10 
Ano: 2016 
Órgão: EBSERH 
Prova: Técnico em Segurança do Trabalho 
 
Setenta anos, por que não? 
 Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos 
com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira 
ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira 
30 
 
que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica 
de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não 
se amargura? 
 [...] 
 Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão 
lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha 
branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje 
aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade 
vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante 
(pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de 
novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os 
filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela 
primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com 
alguma nova amiga. 
 [...] 
 Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros 
e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das 
pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, 
acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias 
palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como 
dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias 
exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. 
A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa 
acreditar em alguma coisa. 
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16) 
 
As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter 
ou recuperar a “beleza” ” (3º§) permitem a leitura de uma crítica à ideia 
de que: 
 
a) cada idade tem sua beleza própria 
b) a beleza só está associada à juventude 
c) a beleza interior deve valer mais do que a exterior 
d) o conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo 
e) trabalhando a mente, o corpo fica belo 
 
Gabarito: B 
Comentários: 
 
1. A questão trata do emprego de aspas, mais uma notação de pontuação. 
2. Conforme ensinam Celso Cunha e Lindley Cintra (páginas 676 e 677 da 5ª 
edição da Nova Gramática do Português Contemporâneo), as aspas podem 
ser utilizadas para: 
a. No início e no fim de uma citação para distingui-la do resto do 
contexto; 
31 
 
b. Para fazer sobressair termos ou expressões geralmente não 
peculiares à linguagem de quem fala; 
c. Para acentuar o valor significativo de uma palavra ou expressão; 
d. Para realçar ironicamente uma palavra ou expressão. 
3. A autora utilizou as aspas sobre a palavra “beleza”, o que, dentro da 
construção do texto, evidencia o uso descrito em 2d. Lembremos que o 
realce irônico tem por função apontar o contrário do que diz. Sendo assim, 
todo o movimento de desconstrução da beleza atrelada à juventude que 
a autora perfaz em sua coluna ganha reforço gráfico com a referência à 
palavra beleza entre aspas. 
 
 
32 
 
 
 
CRASE 
 
 
Questão 01 
Ano: 2017 
Órgão: EBSERH 
Prova: Advogado 
 
 Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o 
que achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...] 
 Chutar tampinhas que encontrono caminho. É só ver a tampinha. Posso 
diferenciar ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se 
estiver de cortiça para baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou 
uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É 
plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas erradas. 
Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça. 
 Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio 
burguês, metido a sensato. Noivo... 
 - Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...] 
 Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de 
coisas que sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras 
mães de família que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos 
sorrisos de confiança. Acham, sem dúvida, que estou melhorando. 
 - Bom rapaz. Bom rapaz. 
 Como se isso estivesse me interessando... 
 Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. 
De quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” 
e leio sempre). [...] 
 Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um 
enorme anel de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. 
Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] 
Quase respondi... 
 - Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com 
alguma bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é 
chutar tampinhas da rua. Não conheço chutador mais fino. 
 
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: 
Ática, 1996) 
Vocabulário: 
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção 
científica. 
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-
guerra na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos 
qualquer sentimento e vontade de revolução. 
 
33 
 
O emprego do acento grave em “Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos 
de confiança.“ (5º§) justifica-se pela mesma razão do que ocorre no 
seguinte exemplo: 
 
a) Entregou o documento às meninas. 
b) Manteve-se sempre fiel às suas convicções. 
c) Saiu, às pressas, mas não reclamou. 
d) Às experiências, dedicou sua vida. 
e) Deu um retorno às fãs. 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. O acento grave (`) é o sinal indicativo, na escrita, do fenômeno chamado 
CRASE. A crase é a contração da preposição a com o artigo definido 
feminino a ou com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e 
aquilo. 
2. A questão traz a expressão “às vezes” e pede que o candidato assinale a 
ocorrência de crase que se justifique pela mesma razão. 
3. Bom, a rigor, todas as ocorrências listadas se dão pelo mesmo motivo, 
que é a fusão da preposição a com o artigo a, conforme explicado. O 
candidato precisa, de fato, identificar a função do “às vezes” e buscar nas 
alternativas uma ocorrência de idêntico teor. 
4. Nesse sentido, “às vezes” consiste em locução adverbial feminina (de 
tempo), que deve ser obrigatoriamente marcada pelo acento grave. Nas 
alternativas, a outra locução adverbial feminina presente é “às pressas” 
(de modo), por isso o gabarito é letra C. 
 
 
 
Questão 02 
Ano: 2016 
Órgão: Prefeitura de Jandira - SP 
Prova: Enfermeiro 
 
 
Encontro 
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais 
claros, e entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho 
diferente, e o batom mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase 
estimável. Mas naquele instante, diante da amiga amada que não via há muito 
tempo, não eram essas pequenas coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e 
melancólico. Havia certa mudança imponderável, e difícil de localizar – a voz ou 
o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo mais desembaraçado e mais sereno? 
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma 
inabilidade: aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, 
havia uma sutil mudança. 
34 
 
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera 
alguma indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para 
emagrecer e era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava 
com certa moleza, distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza 
imprevista ele fora descobrindo devagar, com uma longa delícia. 
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos 
sem importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela 
primeira vez, se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua 
alma, fundida a tantas outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no 
tempo. Não tinha dúvida de que a acharia muito bonita, pois ela continuava bela, 
talvez mais bem vestida; não tinha dúvida mesmo de que, como da primeira vez 
que a vira, receberia sua beleza como um choque, uma bênção e um leve pânico, 
tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um sentido novo a qualquer 
ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres realmente belas 
produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do antigo 
– como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos 
graça e abandono de animal jovem. 
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a 
seu lado um instante (como tinham andado lado a lado!), mas não quis sentar, 
recusou o convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediu-
se. E quando estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como 
antigamente, seu olhar claro e amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa 
dentro de si, uma certeza de que nem tudo se perde na confusão da vida e que 
uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos que muito souberam amar. 
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008) 
 
Em “E quando estendeu a mão àquela que tanto amara” (5º§), há uma 
ocorrência de crase sobre a qual faz-se o seguinte comentário 
corretamente: 
 
a) Trata-se de um caso facultativo em função do pronome demonstrativo. 
b) Não deveria ocorrer em função da falta da preposição “a” explícita. 
c) O acento grave deveria ser deslocado para o “a” que precede o termo “mão”. 
d) Ocorre devido à regência do verbo estender e sua relação com o termo regido. 
 
Gabarito: D 
Comentários: 
 
1. A letra ‘a’ diz que a crase é facultativa diante do pronome demonstrativo 
aquela. Isso, porém, é falso, sendo facultativa a crase apenas diante dos 
pronomes demonstrativos esta e essa. A fusão da preposição a com a letra 
inicial a dos pronomes aquele, aquela e aquilo implica a obrigatoriedade 
do uso do acento grave. 
2. A letra ‘b’ enuncia que a preposição a não está explícita, o que também 
não é correto. O verbo estender é transitivo direito e indireto, sendo o 
seu objeto indireto regido pela preposição a: estender algo A ALGUÉM – 
35 
 
“estendeu a mão ÀQUELA que tanto amara”. Desse modo, a crase ocorre 
normalmente. 
3. A letra ‘c’ diz que o acento grave deveria ser deslocado para o a que 
antecede “mão”. Contudo, vimos no tópico anterior que a mão consiste 
no objeto direito da forma verbal “estendeu”, sendo este ‘a’ apenas um 
artigo. Se a crase é a fusão de dois elementos, um único elemento não 
pode justificar o fenômeno. A alternativa em comento também está 
errada. 
4. A letra ‘d’ é a correta, conforme análise feita no tópico 2. 
 
 
 
Questão 03 
Ano: 2016 
Órgão: COMLURB 
Prova: Técnico de Segurança do Trabalho 
 
 Que é Segurança do Trabalho? 
 Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas 
que são adotadas visando minimizar os acidentesde trabalho, doenças 
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do 
trabalhador. 
 A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à 
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em 
Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, 
Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de 
Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, 
Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e 
Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, 
Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. 
 O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma 
equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do 
Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também 
os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e 
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar compatível 
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da 
saúde do trabalhador. 
 A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a 
Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas 
Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e também 
as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, 
ratificadas pelo Brasil. 
http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016 
 
36 
 
Leia o texto abaixo e identifique qual das alternativas apresenta 
correta aplicação de crase, seguindo a mesma lógica do texto. 
 
“A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução 
à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de 
Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações...” 
 
a) O curso de português discute assuntos associados à gramática, à literatura 
e à produção de textos. 
b) O professor fez correções à respeito dos erros de ortografia presentes no 
texto. 
c) O referido texto apresenta informações de grande importância à alunos de 
Engenharia. 
d) A literatura sobre Segurança do Trabalho presente na faculdade apresenta 
informações importantes à seus alunos. 
 
Gabarito: A 
Comentários: 
 
1. A correta aplicação da crase se dá na letra ‘a’, pois a forma nominal 
“associados” rege complementos introduzidos pela preposição a – 
associado A alguma coisa. Junto a isso, todos os complementos listados 
no texto são determinados pelo artigo feminino definido a – a gramática, 
a literatura e a produção de textos. Logo: 
a. ASSOCIADOS (A) + (A) GRAMÁTICA = ASSOCIADOS À 
GRAMÁTICA; 
b. ASSOCIADOS (A) + (A) LITERATURA = ASSOCIADOS À 
LITERATURA; 
c. ASSOCIADOS (A) + (A) PRODUÇÃO DE TEXTO = ASSOCIADOS À 
PRODUÇÃO DE TEXTO; 
2. Vejamos os erros das demais alternativas: 
a. A letra ‘b’ traz a locução “à respeito dos”. Contudo, esse a não é 
craseado, pois não há a presença do artigo feminino a. Nem 
poderia, uma vez que o substantivo em questão, “respeito”, é 
masculino e não poderia ser determinado por um artigo feminino. 
b. Na letra ‘c’, o termo “à alunos de Engenharia” é objeto indireto do 
verbo “apresenta”. Logo, existe aí a preposição a. Porém, o 
complemento apresentado é o substantivo masculino “alunos”, que 
não permite a presença do artigo feminino e, consequentemente, 
inviabiliza a ocorrência da crase. 
c. A letra ‘d’ está errada pelo mesmo motivo da ‘c’. 
 
 
 
 
 
37 
 
Questão 04 
Ano: 2016 
Órgão: Câmara Municipal de Araraquara - SP 
Prova: Assistente 
 
Leia as opções abaixo e assinale a alternativa em que a crase está 
correta. 
a) Este ano os alunos vão à São Paulo para fazer pesquisas. 
b) O aluno da escola está encerrando o trabalho que será entregue à sua 
professora. 
c) Este ano os alunos vão à Bahia para fazer pesquisas. 
d) O aluno está se dedicando à pesquisar novos meios de comunicação. 
 
Gabarito: C 
Comentários: 
 
1. A crase com o verbo “ir” demanda uma análise específica e um macete 
bastante conhecido para se averiguar sua existência. 
a. Em primeiro plano, o verbo “ir” rege um complemento com a 
preposição a, pois quem vai, vai a algum lugar. Não é mesmo? 
Ocorre que, para haver crase, é necessário que esse complemento 
seja determinado pelo artigo feminino a, o que nem sempre é 
identificável à primeira vista. 
b. Nas letras ‘a’ e ‘c’, respectivamente, temos “vão à São Paulo” e “vão 
à Bahia”. Como identificar se tais ocorrências são craseadas? O 
macete é simples: troque o verbo ir pelo verbo voltar e verifique 
em qual ocorrência o artigo aparece: 
i. Ir a São Paulo; voltar de São Paulo; 
ii. Ir à Bahia; voltar da (de + a) Bahia. 
c. Vimos acima que o artigo aparece apenas quando o complemento 
é Bahia. Portanto, a letra ‘a’ está errada e a letra ‘c’ está correta. 
2. A letra ‘b’ traz um caso de crase facultativa, o que poderia anular a 
questão. No entanto, não foi esse o posicionamento da banca, que 
considerou como gabarito a alternativa “mais correta”. Analisemos: 
a. O trecho “entregue à sua professora” está correto, apenas não se 
trata de ocorrência obrigatória da crase. A facultatividade se explica 
por ser possível 
i. enxergar o determinante na desinência do pronome 
possessivo – “entregue a sua professora”; 
ii. assim como optar pelo registro do determinante de forma 
independente do pronome – “entregue à sua professora”. 
3. Por último, a letra ‘d’ não está correta, pois não se admite a ocorrência da 
crase diante de verbos no infinitivo. O infinitivo é uma das formas nominais 
do verbo e não admite a determinação no feminino, razão por que a crase 
se torna impossível de acontecer. 
 
 
38 
 
 
 
Questão 05 
Ano: 2016 
Órgão: EBSERH 
Prova: Técnico de enfermagem 
 
Rito de Passagem 
 Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz 
a barba”. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro 
cansado da profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa 
emoção essa, um misto de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O 
seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um homem. O tempo 
passou. 
 Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. 
Rei também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa 
garantia de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer 
a barba é um rito de passagem. 
 Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma 
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. 
Muitos, aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do 
barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e 
constata que uns poucos e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de 
barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação. 
 Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou 
pra trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já 
não é mais o rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os 
pelos que a água carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias 
que não mais voltarão. 
 É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a 
própria barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce 
mesmo depois que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente 
o rosto da criança que, do fundo do espelho, nos olha sem entender. 
 (SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto

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