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Disciplina Projeto e desenvolvimento de produto Aula 1 Professor Prof. Ricardo Lucena de Souza Conversa inicial Olá, caro aluno! Está preparado para iniciar seus estudos sobre projeto e desenvolvimento de produto? Assista à videoaula a seguir. Nela, o professor Ricardo irá falar um pouquinho sobre os assuntos que estudaremos nesta aula. http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/J UN/MT50031-A01-P01.mp4 Contextualização Atualmente, desenvolver produtos com equilíbrio em todos os ambientes socioculturais é um desafio para projetistas, que devem possuir bases sólidas nos conceitos de desenvolvimento e buscar a criatividade e o pensamento social como tríade de desenvolvimento, aprendendo em cada projeto e melhorando continuamente. O ato de modelar ou criar uma necessidade passa pelo corolário inicial de gerar valor ao usuário, e esse princípio deve gerar projetos mais significativos para a sociedade como um todo. Uma cultura de projeto baseada em fatos e dados passa, primeiramente, pela qualidade da informação coletada, que deve ser fidedigna para gerar resultados esperados, desenvolver produtos os retirando de ideias e os transformando em algo palpável. Ou seja, devemos ter uma base sólida com foco em método, criatividade e sustentabilidade social. Objetivos da Aula Gerar, no aluno, o conhecimento básico para que ele possa lembrar, entender, aplicar, analisar, sintetizar e classificar os seguintes temas: Busca por um projeto Modelos de transformação Investindo nos estágios iniciais do projeto As lições aprendidas A simplicidade visual Requisitos de qualidade de dados Pesquise Busca por um Projeto Modelos de Transformação Investindo nos estágios iniciais do projeto As “Lições Aprendidas” A simplicidade visual Requisitos de Qualidade de Dados Busca por um Projeto As organizações (e as pessoas que nelas trabalham) tentam, em geral, atender às necessidades dos consumidores por meio da oferta de um bem ou serviço. E, em razão disso, os processos criativos e as técnicas foram sendo aperfeiçoados ao longo do tempo. Assim, ao optar pelo lançamento de um determinado produto para comercialização, a empresa deve, primeiramente, identificar a demanda do mercado e fazer um planejamento com base em seus objetivos, concebendo o produto de forma criativa e inovadora, considerando o cliente (púbico-alvo) e avaliando todos os riscos do processo. O número de pessoas implicadas no desenvolvimento de um produto torna sua criação muito complexa, uma vez que devem ser consideradas as necessidades específicas de todos os engajados nesse processo, como os engenheiros, os designers, os investidores ou proprietários, os vendedores e os consumidores. Isso significa dizer que, desde a concepção do produto até seu destino final, que é o mercado, ou mais especificamente, o consumidor, muitas são as instancias constituintes do processo de produção. Para tanto, a organização precisa dispor de uma estrutura adequada para obter sucesso em seu empreendimento. O diagrama a seguir mostra a estrutura necessária a organização para o desenvolvimento de produtos e marcas, considerando-se elementos internos (gestão, concepção, planejamento, desenvolvimento e manutenção) e externos (mercado/cliente). Gerência: maneira pela qual o administrador, através do planejamento, utiliza os recursos para criar produtos e atingir os objetivos da organização com a colocação e a manutenção do produto no mercado. Concepção: maneira de formular uma ideia original, um projeto ou um plano para posterior realização. Mercado: lugar destinado à comercialização de produtos e mercadorias. Planejamento: trabalho de preparação para qualquer empreendimento. Compreende a elaboração de planos e programas, com base nas técnicas necessárias em vista de objetivos definidos. Desenvolvimento: compreende o ato, efeito, modo ou arte de fabricar, dar estrutura. Envolve as técnicas e as metodologias de desenvolvimento de produto. Manutenção: diz respeito às medidas necessárias para a conservação ou a permanência do produto no mercado. Marca: representa a identidade da organização e é o elemento ao qual os consumidores se fidelizam. Nesse modelo, a organização deve iniciar suas atividades com a gestão, para definir o produto que será introduzido no mercado. Esse processo compreende as seguintes fases: as técnicas de planejamento e concepção do produto, que devem ser inovadoras; os procedimentos para produção e melhoria do produto, de acordo com a capacidade do sistema produtivo da organização e, por fim, as estratégias de manutenção do produto no mercado, considerando seu ciclo de vida. Além desses elementos, é necessário considerarmos que, frequentemente, as empresas lançam novos bens ou serviços no mercado ancorados por uma marca forte, o que pode mascarar a qualidade e a inovação do produto, comprometendo a marca âncora. Isso significa dizer que um determinado produto pode não ter as características de qualidade e inovação esperadas, mas está respaldado pela marca que lhe dá sustentação. Nesse sentido, a empresa deve utilizar todos os recursos à disposição para obter sucesso, desde que isso não a afete como um todo e não comprometa a marca principal. Na realidade, o processo envolve riscos, que a empresa deve conhecer, medir e suportar. Por essa razão, a escolha acertada das técnicas e os processos em sua totalidade podem trazer o diferencial competitivo para o produto ser bem-sucedido no mercado, permitindo que a empresa coloque em circulação um produto mais funcional a um preço menor que o do concorrente. Observação: A noção de produto diz respeito a uma macrocategoria que envolve bens e serviços cujos elementos caracterizadores se diferenciam entre si. Portanto, tal noção é mais geral e abarca algumas especificidades. Assim, observamos que, além dos bens físicos, o setor de oferta de serviços também se desenvolveu significativamente nas últimas décadas, pois as organizações aprenderam que, devido as características de seus serviços, poderiam fortalecer suas bases e melhorar o relacionamento com o cliente, fidelizado por meio do fornecimento de serviços adequados e, por vezes, inovadores, de modo a fazer com que ele mesmo reconheça e fortaleça a marca. Da mesma forma, as técnicas e as metodologias para o desenvolvimento de serviços também evoluíram nos últimos anos. Entretanto, diferentemente dos produtos, os serviços não permitem correções em sua produção, ou seja, um fornecimento inadequado faz com que o cliente deixe de dispor do serviço, além de não o recomendar para outros possíveis usuários ou, ainda, depreciar a marca. Normalmente, a marca deve ser criada a partir de um produto que teve sucesso no mercado, e torná-la forte permite às organizações utilizarem-na de forma estratégica para desenvolver e oferecer novos produtos ou serviços. Importante: É importante considerarmos que a empresa deve antecipar se às necessidades dos clientes para que, a partir disso, desencadeie o processo de desenvolvimento de produtos que venham a satisfazê-los, ou seja, antes mesmo que o cliente necessite de um determinado produto, a empresa já se antecipa, oferecendo-lhe aquilo de que precisa. Para conhecer melhor: Veja um pequeno vídeo sobre as noções básicas de projeto, que devem ser seguidas mesmo com dificuldades: https://www.youtube.com/watch?v=vuyW2MQP7ZY Agora, aproveite para recapitular as informações que você acabou de descobrir assistindo à videoaula aseguir! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/J UN/MT50031-A01-P02.mp4 Modelos de Transformação O processo produtivo se realiza, primeiramente, a partir da definição do projeto do produto, pois é preciso que, no âmbito organizacional, estejam equacionados os procedimentos de criação, a definição de metodologias a serem adotadas na fabricação dos produtos e as necessidades do público-alvo. Na maioria dos casos, o sistema de feedback é aquele que realimenta a organização com informações sobre demandas do mercado, o sistema produtivo e o estabelecimento de novas técnicas e materiais, permitindo, assim, o aperfeiçoamento do bem ou do serviço destinado ao cliente ou consumidor. Podemos visualizar, a seguir, o processo de planejamento, da criação até o mercado. O esquema que você acabou de ver mostra o processo produtivo (ou de transformação) em suas fases específicas, que, por sua vez, fornecem dados (feedback) para o ajuste de todo o processo, permitindo à organização que se reestruture de modo a atender satisfatoriamente às necessidades de seus clientes ou consumidores potenciais. Podemos verificar, portanto, que nesse modelo de transformação a empresa deve, primeiramente, criar o projeto do produto visualizando todas as suas fases de modo a proceder a escolha dos insumos. Os insumos, juntamente com os processos e as técnicas produtivas de transformação, possibilitarão que a organização forneça bens ou serviços que, ao serem colocados no mercado, também darão o feedback que sustentará possíveis reformulações no processo produtivo. Nesse sentido, os recursos chamados de “transformados” (materiais, informações e consumidores) correspondem àqueles que sofrem a alteração proveniente do processo produtivo. Esses recursos podem ser transformados em função de algumas características peculiares como: A transformação de suas propriedades físicas em função do fato de serem transportados ou estocados; Da possibilidade de mudança de posse ou de propriedade; Da possibilidade de mudança fisiológica ou psicológica (no caso dos consumidores); dentre outras. Para esclarecermos melhor essas características, alguns exemplos são elucidativos. No caso de materiais, na maioria das operações de manufatura, eles podem sofrer transformações em suas propriedades físicas, mudar de localização ou serem estocados ou armazenados. No que se refere às informações, estas também podem sofrer transformações em sua forma, de acordo com: 1. A propriedade física usada para expressá-las (por exemplo, o preço que consta em uma nota fiscal é transformado em custo pelo contador da organização). 2. A posse (como no caso de informações restritas ou sigilosas, produzidas por pesquisas de mercado). 3. A acomodação. 4. A estocagem (como a organização de informações em bibliotecas). 5. A localização (como o fazem empresas de telecomunicações). Quanto aos consumidores, as transformações físicas podem ser exemplificadas pela mudança do corte do cabelo ou uma cirurgia plástica, enquanto que as fisiológicas dizem respeito à condição orgânica do sujeito, como os serviços prestados em hospitais e clínicas em geral (mas que não alteram sua constituição física). Os hotéis, por sua vez, processam a transformação de acomodação para os consumidores; as linhas aéreas promovem a transformação no que diz respeito à localização, transportando-os, e as opções de entretenimento agem sobre a transformação psicológica dos consumidores. Para entender melhor esse assunto, faça a leitura do artigo “A comunicação na Gestão de Projetos”. Boa leitura! http://www.prodam.sp.gov.br/revista/pdfs/ed_03_art03.pdf O modelo de transformação demostra diferentes tipos de feedback normalmente unilaterais. Porém, o feedback acontece tanto do cliente para a área de concepção da empresa como também da área de concepção para o cliente. Porque entre cliente e área de concepção deve haver uma linha bilateral? Assista à videoaula a seguir para saber a resposta! http://ava.grupouninter.com.br/videos/vid eo2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br /2015/JUN/MT50031-A01-P03.mp4 E caso tenha surgido alguma dúvida ou você deseje rever algum ponto do conteúdo, não deixe de fazer a leitura do livro de apoio desta disciplina! Investindo nos estágios iniciais do projeto Os estágios iniciais são os mais importantes no processo de desenvolvimento de novos produtos. Quando o projeto conceitual estiver pronto, deve-se definir o mercado potencial, seus princípios operacionais e os principais aspectos técnicos. Um grande número de decisões terá sido tomado e um considerável volume de recursos financeiros, alocado. Contudo, os gastos com o desenvolvimento ainda são relativamente pequenos – a pesquisa ocorreu somente no papel e os trabalhos de projetos consistem de desenhos e modelos baratos. A introdução de mudanças em etapas posteriores, como na fase de engenharia de produção, pode implicar em refazer matrizes de elevadíssimos custos. Assim como mostra o gráfico a seguir, a taxa de retorno nos estágios iniciais do desenvolvimento é bem mais favorável que nos estágios posteriores. A chave do sucesso no desenvolvimento do produto consiste, então, em investir mais tempo e talento durante os estágios iniciais, quando custam pouco. Qualquer modificação em estágios mais avançados requer custos muito maiores – é muito mais barato mudar no papel do que em modelos e protótipos. Perceba, a seguir, como os custos de desenvolvimento são pequenos nos estágios iniciais, e como começam a crescer durante a configuração e detalhamento e sobem verticalmente no início da fabricação. Os custos orçamentados, contudo, seguem um padrão diferente. Os custos orçamentados significam decisões para gastos futuros. A decisão mais importante nesse sentido ocorre nas etapas iniciais de desenvolvimento. A decisão, por exemplo, de produzir um carro luxuoso, em vez de um carro popular, exige um enorme compromisso financeiro. A decisão, durante a etapa de conceituação do novo produto, de produzir um carro com motor elétrico em vez dos tradicionais motores a explosão, envolve um grande orçamento. Quando se chega ao projeto detalhado, grande parte do custo deve estar orçamentado, embora ainda não se tenham efetivado os gastos. Como resultado desse padrão, a possibilidade de redução de custos é maior nos estágios iniciais de desenvolvimento, quando os custos orçamentados ainda não foram efetivamente gastos. Importante: Os produtos que começam com uma boa especificação, discutida e acordada entre todas as pessoas que tomam decisões na empresa, e cujos estágios iniciais de desenvolvimento sejam bem acompanhados, tem três vezes mais chances de sucesso do que aqueles com especificações vagas ou acompanhamentos iniciais mal feitos. Assim, é muito importante começar certo no processo de desenvolvimento. Assista ao vídeo a seguir para compreender como o custo do projeto e seus elementos podem influenciar nos projetos, transformando algumas características em uma oportunidade de negócio para o responsável pelo gerenciamento de custos. https://www.youtube.com/watch?v=oQFLaTWJOzA Será que você conseguiu compreender totalmente a importância de se investir nos estágios iniciais do processo? Assista à videoaula para garantir! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/J UN/MT50031-A01-P04.mp4 As “Lições Aprendidas” Paraorganizações que estão constantemente envolvidas com novos projetos – e com os problemas inerentes a cada um deles, desde as fases iniciais até seu encerramento –, nada mais recomendável que procurar extrair o máximo das lições aprendidas! Essas lições servem para a organização de erros, acertos e práticas recomendadas ou que se devem evitar. Também dizem respeito a fatores determinantes de sucesso ou de fracasso frutos da experiência, constantemente atualizadas e destinadas a uso futuro. É preciso ter espirito analítico, aliado a boa dose de franqueza e humildade para colocar em prática as lições aprendidas. Cada organização deve estabelecer a metodologia mais adequada para identificar erros, acertos e fatores determinantes de sucesso ou de fracasso. Basicamente, pode-se resumir uma metodologia em dois processos: 1. Um deles consiste em realizar uma avaliação crítica no término de cada projeto ou no fim de cada fase dos projetos mais longos para levantar os erros e acertos e suas respectivas causas, aprendendo, assim, as lições oferecidas pela experiência. Geralmente, essas avaliações contam com elementos estranhos ao projeto (como experiências anteriores) e suficiente isenção para detectar fatos que poderiam passar despercebidos pelo pessoal do projeto. 2. O outro reside na elaboração de um questionário a ser preenchido pelos gerentes e membros de sua equipe e periodicamente recolhidos para análise, avaliação e adoção. O questionário deve orientar para fatos e resultados relevantes observados, ocorridos, ameaçados, prevenidos etc. e seus resultados (positivos ou negativos). A escolha de palavras-chave permite agrupá-los para facilitar a recuperação e o exame posteriores. Estas lições aprendidas são ensinamentos que devem ser cuidadosamente catalogados, avaliados, armazenados e difundidos a todos os participantes dos projetos. Deve-se explorar os fatores de sucesso, mas jamais repetir os erros que foram feitos. O erro ou acerto é o ponto de chegada. Devemos tomar o caminho certo para repetir os acertos e evitar as trilhas que conduzem a erros. Muitas organizações estão instituindo uma pequena comissão ou comitê, geralmente com três ou quatro membros, para consolidar, atualizar e organizar as lições aprendidas. Uma excelente prática consiste na apresentação de cada novo projeto para essa comissão, em que o gerente justifica que as lições aprendidas foram observadas em seu projeto. Lembra-se do que dissemos no início deste tema? Bom, dissemos que há necessidade de espirito analítico, franqueza e humildade: só assim as lições aprendidas se tornam excelentes meios de alcançar a melhoria continua em gerenciamento de projetos. Já que mencionamos o início deste tema, que tal assistir à videoaula para relembrar o conteúdo desde o início? http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/J UN/MT50031-A01-P05.mp4 Uma ação importante é levantar os Fatores Críticos de Sucesso. Para qualquer organização, independentemente de seu campo de atuação ou tamanho, existem fatores críticos de sucesso (FCS), um pequeno número de elementos essenciais que são decisivos para o sucesso ou fracasso da organização. Os FCS variam grandemente de empresa para empresa e, em cada uma delas, mudam com o tempo. O que pode ser um vital fator de sucesso para uma determinada organização, para outra é um fator desprezível ou até mesmo inexistente. Assim, será necessário que cada organização identifique seus FCS, que devem ser: Muito importantes para atingir os objetivos; Perfeitamente identificados; Mensuráveis; Em pequeno número (5 a 10, no máximo); Hierarquizados ou priorizados; Amplamente difundidos na organização. Esses são alguns exemplos de FCS que podem existir nas organizações: Liderança nos projetos (ou nas equipes, em geral); Competência em trabalhar em equipes multidisciplinares, potencializadas, autodirigidas, com gerenciamento simultâneo; Rapidez na entrega de novo produto ao mercado; Relacionamento com cliente (interpretação das necessidades, Rapidez de atendimento etc.); Rapidez em levantar e resolver problemas (internos, extemos, financeiros etc.); Captação de mudanças/tendências (do ambiente, internas etc.); Planejamento (de cronogramas, orçamento, recursos, vendas etc.); Capacidade de avaliação (do produto final, processo, pessoal etc.); Novas tecnologias (desenvolvimento, absorção, transferência a outros etc.) Iniciativa e agressividade (novos produtos, mercado, integrações etc.); Relacionamento (com acionistas, financiadores, fornecedores, distribuidores etc.); Ferramenta, processo ou metodologia gerencial. Algumas considerações adicionais podem orientar a determinação dos FCS. Um FCS deve estar ligado a uma entidade singular e não a um vasto campo. Assim, não será de utilidade definir como um fator crítico as comunicações. Será necessário apontar em que parte das comunicações reside um FCS e isto pode estar na adequação do sistema de informações (atualizado, próprio para a empresa etc.), pode residir no fluxo de informações, nas ligações em cada equipe, na condução de reuniões, no relacionamento com clientes, fornecedores ou distribuidores, nas ligações aos gerentes ou à alta administração, na elaboração de relatórios etc. Os FCS podem ser oportunidades ou ameaças, podem ser aspectos que são positivos, que devem ser explorados ou aqueles negativos e que devem ser corrigidos e/ou evitados. Já comentamos que eles devem ser mensuráveis e que esse atributo é necessário para que sejam avaliados em épocas apropriadas ou ao término de cada fase daqueles de longa duração. Uma prática recomendada é tomar o ano fiscal (ou outro período mais adequado em cada caso) e organizar uma matriz em que as colunas contêm os padrões de medida e as linhas, os FCS. Em cada célula da matriz assinala-se com uma marca de verificação para cada FCS que afeta apreciavelmente o padrão de medida correspondente. Padrões de medidas podem ser, por exemplo: Número de projetos completados; Entregas, observados prazos, custos, desempenho; Número de mudanças autorizadas no produto; Cancelamento de fases; Mudanças de gerentes; Mudanças nas equipes; Número de projetos ativos; Número de projetos temporariamente suspensos; Número de mudanças nos processos. A avaliação das lições aprendidas é uma oportunidade e um dos meios para atualizar os FCS. Os FCS devem estar sempre sob consideração, especialmente para determinar se continuam válidos, se mudaram de prioridade ou hierarquia ou se surgiram novos FCS. Com a prática e a crescente experiência, os processos de levantamento e avaliação dos FCS são aprimorados e seu acervo passa a constituir-se em um precioso capital da organização. Se considerados corretamente pelas organizações, estes fatores tornam-se importantes condições para ganhos nas vantagens competitivas e para o desempenho da organização. Assista, agora, a um vídeo sobre lições apreendidas, o registro e as dificuldades e como se beneficiar das experiências em prol de um projeto mais longínquo. https://www.youtube.com/watch?v=GpHVpR46msg Vale, também, acompanhar o caso de um gerente de projetos! http://www.tiespecialistas.com.br/2011/11/licoes-aprendidas-de-um-projeto-mal-sucedido- ganhador-do-premio-viscode-de-maua-pmice/ A simplicidade visual A simplicidade visual dos produtos é o principal resultado da influência da teoria sobreos estilos de produtos. Para seguir a mais poderosa das leis da simplicidade os produtos devem ser simétricos e ter uma linha simples, assemelhando-se a figuras geométricas. Isso conduz a um design minimalista. Muitos designers contemporâneos perseguem esse ideal de uma simplicidade elegante. Isso seria apenas uma moda passageira ou a simplicidade seria um estilo mais duradouro? Não resta dúvida de que as primeiras gerações de designers produziram desenhos de maior complexidade visual. Perceba como a máquina do escrever evoluiu desde o início do século: o modelo de 1910 tinha uma elevada complexidade visual, que foi progressivamente reduzida, o modelo de 1917 já mostra linhas mais harmoniosas, e a versão de 1970, mostra linhas limpas, de formas geométricas. Essa tendência à simplicidade visual pode ser encontrada em muitos outros tipos de produtos, desde louças até carros. Isso nos leva a duas questões: 1. Por que os produtos antigos eram visualmente mais complexos? 2. Para onde vai evoluir o estilo dos produtos no futuro? As pessoas tinham os mesmos olhos e percebiam o mundo de acordo com as mesmas regras de desenvolvimento de produto há cem anos atrás. É pouco provável que essas formas complexas tenham sido produzidas por causa das limitações tecnológicas: eram os consumidores que preferiam formas visuais mais simples. Por causa dessas limitações, a forma foi obrigada a seguir a função, de maneira muito mais forte que atualmente. Com o avanço da tecnologia, os componentes funcionais foram miniaturizados e frequentemente empacotados em pequenas caixas pré-fabricadas. Modernamente, houve mais liberdade para se trabalhar com as formas. Outro tipo de argumento é o de que os consumidores tinham diferentes valores culturais e, portanto, diferentes preferências de estilo. No tempo em que a tecnologia era novidade e tinha poder excitante, muitos produtos procuravam transmitir uma imagem de complexidade tecnológica. Assim, o estilo rebuscado estaria associado a produtos sofisticados e de maior qualidade. Se fizermos uma interpretação mais radical da teoria do Gestault, poderíamos estar vivendo num mundo de produtos circulares ou esféricos: a mais simples e pura forma visual, que todos os produtos deveriam assumir. Sabemos intuitivamente que isso jamais acontecerá. Surgiria uma rebelião contra a monotonia visual, muito mais forte que a influência das regras do Gestault. O psicólogo canadense Daniel Berlyne realizou uma pesquisa profunda sobre os objetos que as pessoas consideravam como atraentes e construiu uma curva de preferência para a complexidade visual. Produtos considerados muito simples ou muito complexos apresentavam baixo grau de preferência, em relação àqueles que se colocavam nos níveis intermediários. Pode-se supor, então, que há um nível ótimo de complexidade, associado à atratividade máxima. Acima e abaixo desse nível, a preferência tende a cair. As conclusões de Berlyne podem ser resumidas em quatro pontos: 1. Complexidade percebida A principal causa da atração visual não é a complexidade intrínseca de um objeto, mas a complexidade percebida pelo observador. Assim, um produto bastante complexo pode ser percebido como mais simples e familiar, contribuindo para aumentar a sua familiaridade. A simplicidade tende a aumentar a segurança das pessoas, da mesma forma que a complexidade ou o desconhecido provocam insegurança. A complexidade também é um conceito relativo. Para um químico, a estrutura do anel de benzeno é um brilhante exemplo de simplicidade elegante. Para outros, pode parecer complexo e pouco atraente. As pessoas mais instruídas também tendem a aceitar maior nível de complexidade, o mesmo acontecendo com os jovens em relação às pessoas mais idosas. 2. Influência do tempo A interação entre complexidade e familiaridade pode explicar a mudança na preferência das pessoas ao longo do tempo. No início, uma forma complexa pode ser considerada sem atrativos. Mas, com o tempo, ela pode tomar-se familiar e, então, se tornará mais atrativa. Isso foi confirmado tanto em sons como em formas visuais. Uma música complexa, ouvida apela primeira vez, pode ser considerada pouco atrativa, mas com repetidas audições a sua atratividade tende a aumentar. Ao contrário, uma melodia muito simples pode ter uma aceitação imediata, mas essa atração se desvanece rapidamente, por ser considerada demasiadamente simples e, portanto, monótona. Essa mudança na familiaridade com sons ou objetos pode ser usada para explicar a oscilação da moda – ela pode retornar após um período em que foi considerada sem atrativo. As minissaias, lançadas na década de 1960, foram substituídas por outras modas e 10 anos após, retornou na década de 1980, sendo adotada por uma nova geração como novidade. 3. Mistura de simplicidade com complexidade Antes de um objeto ser considerado atrativo, ele é visto como interessante. Se despertar interesse, será capaz de captar e manter a atenção do observador durante um tempo suficiente para que se tome familiar e, portanto, atrativo. Parece que a receita mais adequada é uma combinação de aspectos simples com aqueles complexos, no mesmo produto. Os aspectos simples e familiares transmitem segurança ao observador, que encontra neles um ponto de referência. Contudo, os aspectos complexos despertam curiosidade e um certo desafio, que deve ser vencido por meio de exploração e interpretação. 4. Significado simbólico Os objetos também expressam significados simbólicos. A compreensão do conteúdo simbólico dos objetos alarga bastante o nosso entendimento sobre o estilo de produtos. Um objeto pode ter uma forma nunca vista e, mesmo assim, não causar tanta estranheza. Ele pode parecer familiar porque simboliza algo que é familiar. Isso está ligado à nossa percepção. Ao perceber um objeto, o nosso cérebro o classifica imediatamente como atraente ou sem atrativo. Ele faz isso instintivamente, buscando na memória emoções e sentimentos ligados a outros objetos semelhantes. Conheça um pouco mais sobre como similaridades de design utilizadas em diferentes produtos com diferentes dimensões podem agradar e influenciar o cliente em sua escolha! http://blogs.anhembi.br/congressodesign/anais/artigos/66279.pdf Princípio da Criatividade A criatividade é uma das mais misteriosas habilidades humanas, ela tem merecido atenção de vários tipos de pessoas, desde o simples artesão até grandes artistas e cientistas. Alguns psicólogos e filósofos dedicaram suas vidas estudando-a. Nas últimas décadas surgiram vários métodos para estimular a criatividade, prometendo desbloquear as mais obstruídas pessoas e organizações. Mas será que funcionam? A criatividade pode ser estimulada ou seria uma qualidade inata? Os psicólogos acreditam que a criatividade pode ser estimulada sim! Assim, todos podemos ser criativos, desde que nos esforcemos para isso! A importância da criatividade A criatividade é o coração do design. Em todos os estágios do projeto, o projeto mais excitante e desafiador é aquele que exige inovações: a criação de algo radicalmente novo, nada parecido com tudo que se encontra no mercado. Infelizmente, a maior parte da vida dos designers é dedicada a projetos menos inovadores, incluindo o redesenho de produtos existentes, o alargamento de uma linha de produtos existentes ou o aperfeiçoamento de um produto para alcançar um concorrente. Mas isso não diminui a importância da criatividade. Atualmente, com a concorrência acirrada, há pouca margem para a redução dos preços. A competição baseada somente nos preços torna-se cada vez mais difícil. Resta, então, outraarma: o uso do design para promover diferenciações de produtos. Isso significa criar diferenças entre o seu produto e aqueles dos concorrentes. Não é necessário introduzir diferenças radicais, mesmo porque a maioria das empresas não estará disposta a correr riscos bancando essas diferenças radicais. Atenção: É necessário, contudo, introduzir diferenças que os consumidores consigam perceber. E isso requer a prática da criatividade em todos os estágios de desenvolvimento de produtos, desde a identificação de uma oportunidade até a engenharia de produção. Os mecanismos da criatividade ainda não são totalmente conhecidos, mas já existe um conjunto de conhecimentos que favorecem o seu desenvolvimento. Esses mecanismos servem para estimular a criatividade, embora a sua simples adoção não garanta o sucesso, mas, certamente, você poderá aumentar as chances de sucesso usando esses métodos. A criatividade pode ser estimulada seguindo-se determinadas etapas. A inspiração é o primeiro sinal, que surge na mente, para uma descoberta criativa, muitos inventores e quase todos os grandes artistas, cientistas e técnicos, são altamente focalizados em um determinado tipo de problema. Eles passam muito tempo pensando num problema e têm persistência para alcançar a solução. Assista, agora, a um vídeo que trata sobre a utilização da criatividade como ferramenta para solucionar um problema em um produto. https://www.youtube.com/watch?v=SfVg5tg2DIg E, claro, não deixe de revisar o conteúdo deste tema assistindo à videoaula do professor Ricardo! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/J UN/MT50031-A01-P06.mp4 Requisitos de Qualidade de Dados Os requisitos de qualidade dos dados devem ser definidos de modo a possibilitar que o objetivo e o escopo do estudo sejam alcançados. Esses requisitos devem envolver: Cobertura relacionada ao tempo – A idade desejada para os dados (exemplo: cinco anos) e o período mínimo de tempo (exemplo: anual) sobre o qual os dados devem ser coletados. Cobertura geográfica – Área geográfica da qual os dados das unidades de processo devem ser coletados para satisfazer o objetivo do estudo (exemplo: local, regional, nacional, continental, global). Cobertura tecnológica – Mistura tecnológica (exemplo: média ponderada dos índices reais do processo em análise, a melhor tecnologia disponível ou a pior unidade em operação). Precisão – Medida da variabilidade dos dados para cada categoria de dados. Integridade – Percentagem de dados primários relatados em relação aos dados potenciais existentes para cada categoria de dados em uma unidade de processo. Representatividade – Avaliação qualitativa do grau em que o conjunto de dados reflete a população real de interesse (isto é, período geográfico e de tempo e cobertura tecnológica). Consistência – Avaliação qualitativa de quão uniforme a metodologia do estudo é aplicada aos vários componentes da análise. Reprodutibilidade – Avaliação qualitativa da extensão em que as informações sobre os dados e sobre a metodologia permitem que um consultor independente reproduza os resultados relatados no estudo. Devem ser considerados, também, outros critérios que definam a natureza dos dados, tais como: dados coletados dos locais, dados de fontes publicadas. Deve-se, também, analisar se os dados devem ser medidos, calculados ou estimados. Quando os estudos de coleta de informações forem utilizados para afirmativas comparativas a precisão, integridade ou representatividade de dados, a consistência e reprodutibilidade dos métodos utilizados ao longo do estudo devem ser avaliadas. Eis um artigo que mostra a importância e a relevância de uma pesquisa e uma base muito bem formada. Trata-se de uma leitura complementar que terá como base dados consistentes para a tomada de decisão. Vamos à leitura? https://www.youtube.com/watch?v=SfVg5tg2DIg Você já assimilou completamente os aspectos relevantes dos requisitos de qualidades de dados? Veja a videoaula a seguir para confirmar e aprender mais! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/J UN/MT50031-A01-P07.mp4 Na Prática Vamos ver se você fixou o conteúdo desta aula? Resolva os exercícios a seguir! Assinale a alternativa onde somente citamos “bens”. a. Carro, consultoria, imóvel, máquina de produção. b. Bicicleta, cadeira, serviços jurídicos, computador. c. Contabilidade, desenvolvimento de programas computacionais, consultoria, serviços jurídicos. d. Imóvel, máquina de produção, computador, cadeira. e. Bicicleta, cadeira, computador, consultoria. Em relação às características de custo-benefício, apresentadas por Baxter, em qual das fases do projeto poderemos ter a melhor relação custo-benefício, ou seja, em qual fase o benefício será maximizado e os custos diminuídos? a. Projeto detalhado b. Montagem c. Vendas d. Planejamento do produto e. Configuração do projeto Uma das maiores ferramentas no desenvolvimento de projeto é a utilização correta das lições aprendidas. Para isso, o responsável pelo projeto deve estar atento a uma série de fatores críticos do sucesso. Dentre os fatores descritos a seguir, assinale a única alternativa falsa: a. Hierarquizados ou priorizados. b. Amplamente difundidos na organizarão. c. Em grande número (acima de 20). d. Devem ser mensuráveis. e. Perfeitamente identificados. O princípio da criatividade é bastante conhecido. Porém, muitas instituições têm ideias criativas que, por vezes, acabam não sendo as mais efetivas. Considerando as cinco etapas da criatividade, marque a alternativa que indica a etapa em que devemos analisar essa efetividade: a. Inspiração inicial b. Preparação c. Incubação d. Iluminação e. Verificação Um dos maiores erros que cometemos ao fazermos um projeto é a definição de uma estratégia errônea baseada na utilização de dados sem a devida qualidade. Portanto, dados devem estar sempre de acordo com as características de precisão, integridade, representatividade etc. Em relação à afirmativa de que “a qualidade começa no projeto”, marque a fase em que devemos ter maior atenção com a qualidade dos dados: a. Lançamento do produto b. Definição do escopo c. Definição dos protótipos de produto d. Pós-vendas e. Congelamento do projeto Síntese Nossa primeira aula chegou ao fim. Para certificar-se de que você assimilou todos os pontos importantes que discutimos nessa primeira aula, acompanhe o professor Ricardo na videoaula a seguir! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/J UN/MT50031-A01-P08.mp4 Até a próxima aula! Referências Bibliográficas SELEME, R.; PAULA, A. de. Projeto de produto: desenvolvimento e gestão de bens, serviços e marcas. 3ª ed. Curitiba: IBPEX, 2009. BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 2ª ed. São Paulo: E. Blücher, 2003. VALERIANO, D. L. Gerenciamento Estratégico e Administração por Projetos. Porto Alegre. PEARSON. 2000 CHEHEBE, J. R. B. Análise do ciclo de vida de produtos: ferramentas gerenciais da ISO 14000. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998.
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