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Disciplina Projeto e desenvolvimento de produto Aula 3 Professor Prof. Ricardo Lucena de Souza Conversa Inicial Olá, caro aluno! Está preparado para aprender sobre os ciclos de vida dos produtos? Dentro das empresas, os produtos e processos têm uma tendência cíclica. Sendo assim, uma das principais abordagens modernas de análise é o estudo do ciclo de vida dos produtos, sendo importante entender sua demanda, suas fases e como vendas e lucro se comportam ao longo do tempo. Vamos lá? Conhecendo nosso tema Os impactos devem ser estudados para entendermos como uma decisão baseada em análises menos aprofundadas poderá impactar diretamente no resultado da empresa e até mesmo na sociedade. Alguns produtos são lembrados por toda uma era. Outros, são esquecidos de maneira abrupta. A diferença entre ambos pode definir a estratégia da empresa e o tempo é um fator crucial na definição do caminho a ser tomado pela equipe de desenvolvimento. Objetivos da Aula Esta aula lhe trará o conhecimento básico para que você possa saber o que é o ciclo de vida de um produto e para que você saiba analisá-lo. Além disso, você entenderá que a análise do ciclo de vida possui relação direta com o desenvolvimento de um produto e saberá definir tempo de produto como tendência ou história. Contextualizando O ciclo de vida do produto O conceito de ciclo de vida do produto é muito importante para a abordagem da produção. O conceito original refere-se ao ciclo de vida da demanda / tecnologia, ou seja, os produtos existem para atender a uma determinada necessidade, e, para supri-la, surgem novas tecnologias, igualmente em ciclos crescentes. Por exemplo: no transporte de cartas do Correio Americano inicialmente foi utilizado o cavalo, depois o trem e, em seguida, o avião, do que podemos compreender que o produto a ser fornecido manteve-se o mesmo, mas a tecnologia de transportar se alterou em função do que se tinha disponível para fazê-lo. Segundo Kotler, “dentro de dado ciclo de vida demanda / tecnologia aparecerá uma sucessão de formas de produto que que satisfazem a necessidade específica”. Ou seja, os produtos vão mudando de forma de acordo com as necessidades que vão surgindo, e esse processo é denominado de ciclo de vida de formas de produto. Consequentemente, cada forma de produto carrega um conjunto de marcas com seus próprios ciclos de vida, o que significa dizer que, “se uma empresa se concentrar apenas no ciclo de vida de sua própria marca, perderá a visão do que está ocorrendo no ciclo de vida do produto”. Isso pode ser exemplificado da seguinte maneira: um fabricante de telefone analógico, preocupado com sua marca, não avalia a evolução que ocorreu para tecnologia digital, que provavelmente acabará com o mercado da tecnologia analógica. Devemos considerar quatro pontos ao tratarmos de ciclo de vida de produto: Os produtos têm vida limitada. As vendas do produto passam por estágios distintos, cada um oferecendo diferentes desafios, oportunidades e problemas para a empresa vendedora. Os lucros crescem e diminuem nos diferentes estágios do ciclo de vida do produto. Os produtos requerem estratégias diferentes de Marketing, finanças, produção, compras e de recursos humanos em cada estágio de seu ciclo de vida. Além do ciclo de vida original (que compreende introdução, crescimento, maturidade e declínio), outros parâmetros também devem ser observados: o primeiro deles é a garantia de que o produto acompanhe as expectativas dos investidores, e o segundo diz respeito às possibilidades de investimento aplicado desde o início da produção efetiva até a colocação do produto no mercado. A figura a seguir ilustra a trajetória do produto, de seu desenvolvimento até seu declínio. Além dessas cinco fases, que sustentam a análise e o histórico do ciclo de vida do produto, devemos atentar, também, para as condições mercadológicas ou de Marketing e a abordagem da produção. Importante: Na fase de desenvolvimento do produto, somente haverá gastos (lucro negativo) e as vendas serão nulas pois ainda não temos o produto no mercado. Temos que ter um aporte de recursos monetários para suprir essa necessidade inicial, muitas empresas acabam tirando esse dinheiro do próprio caixa, o que pode gerar problemas maiores. É importante provisionar este valor muito antes de dar o início do projeto! O que é análise do ciclo de vida? A análise do ciclo de vida é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-primas elementares que entram no sistema produtivo (berço) até a disposição do produto final (túmulo) como mostrado a seguir: Como exemplo, imagine um proprietário de uma rede de shopping centers que decida avaliar que contribuições sua empresa pode dar para a preservação do meio ambiente. Após visitar vários de seus shoppings, ele percebe que o consumo total de toalhas de papel em todos os banheiros gera um volume considerável de resíduos e decide, então, reduzir esse impacto ambiental. A solução lhe parece óbvia: retornar ao método convencional e substituir as toalhas de papel por toalhas de pano. Analisando, no entanto, um pouco mais o assunto, ele percebe que ao tomar tal decisão estará, na realidade, simplesmente realizando uma transferência de problema. Reduzirá, sem dúvida, o desperdício de papel nos banheiros, mas fará o gasto d’água crescer, com as repetidas lavagens das toalhas de pano. Aumentará o consumo de detergentes, água e energia, bem como a poluição das águas e outros tipos de poluição. Em outras palavras, ele estará transferindo o desperdício de um processo para outro. Ele começa a compreender que analisar o impacto ecológico de uma decisão desse tipo pode não ser uma tarefa simples: requer toda uma avaliação completa do ciclo de vida dos produtos envolvidos, que pode ir da análise das matérias-primas consumidas até os sistemas de produção e transporte e a própria utilização do produto estudado. Observa que, no primeiro caso, sua atenção voltou-se apenas para um aspecto parcial do problema, o uso das toalhas de papel, e que ao buscar outra alternativa foi obrigado a estender sua análise para fora dos limites de seu negócio (sistema). Como avaliar de forma mais consistente se sua decisão, apesar de envolver uma transferência de contaminação, é globalmente interessante sob o ponto de vista ecológico? A Análise do Ciclo de Vida é uma ferramenta técnica, de caráter gerencial, que, entre outras aplicações, propõe-se a contribuir para a solução desse tipo de questão. Assista, agora, a um vídeo que mostra de maneira simples como erroneamente tratamos um ciclo de vida de produtos e como podemos ter uma análise mais ampla, gerando escolhas mais conscientes. https://www.youtube.com/watch?v=HBWeH8FLzPg Além do caso comentado sobre a decisão da troca de toalhas de papel por toalhas de pano, vamos pensar em um outro exemplo? Sua empresa está indo bem e seu diretor lhe chama para dar uma grande tarefa: montar uma nova filial produtiva e um terreno da família dos donos da empresa está disponível próximo a uma área metropolitana. Quando você faz uma análise mais detalhada percebe que seus fornecedores estão próximos, que o fechamento de uma outra indústria próximo ao terreno lhe supriria de mão de obra especializada, que este terreno estaria mais próximo dos clientes, que poderia montar uma área para reciclagem e que também diminuiria o custo de transporte pela proximidade. A produção tem algumas máquinas ruidosase para a demanda prevista teríamos potencial para trabalharmos três turnos. Parece uma ótima ideia! Porém, com uma visão sistêmica você decide pesquisar um pouco mais e descobre que as ruas do entorno do terreno não têm asfalto suficientemente forte para aguentar o peso das carretas que iriam carregar e descarregar diariamente e também percebe que, pela proximidade, o nível de ruído seria maior que o permitido nessa região, sendo possível, durante o dia, trabalhar com somente 30% do maquinário e, após as 22h00, as máquinas deveriam respeitar a lei do silêncio. O caso que acabamos de propor é adaptado de um exemplo real com essas mesmas proporções, que está gerando um prejuízo enorme para a empresa que tomou a decisão de montar a segunda fábrica e agora não tem como produzir o que precisa e coleciona multas dos órgãos públicos. Portanto, o gestor de projetos tem que estar atento a cada detalhe do ciclo, sempre questionando sobre seus impactos e a viabilidade de introdução. Ciclo de vida no desenvolvimento do produto Um passo importante para o aprimoramento é a conscientização, dentro da empresa, de que cada indivíduo ou elo da cadeia produtiva pode colaborar em seu próprio estágio do ciclo de vida. Cada indivíduo (ou elo da cadeia) pode afetar elementos de outros estágios, contribuindo para a melhoria global. Algumas das decisões tomadas a cada instante podem estar relacionadas a atividades dentro da própria companhia; outras, como a escolha de fornecedores com impactos ambientais mínimos ou a conscientização dos consumidores, podem ser mais externas em sua natureza. Enquanto informações confiáveis e o gerenciamento do ciclo de vida são ferramentas importantes, até mesmo as mais simples ações podem resultar em genuínas melhorias na eficiência no uso dos recursos e na prevenção da poluição! Clique nos botões para ver opções de como se poderia desenvolver esse programa: Projeto de produtos: Um projetista deveria considerar em seu projeto todas as implicações ambientais dos diversos estágios do ciclo de vida. Uma análise do ciclo de vida poderia ser usada para dar apoio a decisões que digam respeito à composição de um componente específico do projeto. Energia: Um gerente de utilidades poderia usar uma análise de ciclo de vida para avaliar o perfil ambiental de suas operações não-geradoras de energia, incluindo o consumo de materiais e manutenção. Produção de materiais: Um engenheiro ambiental poderia usar um inventário de ciclo de vida para orientar suas ações futuras e obter uma avaliação de performance em relação, por exemplo, a indicadores internacionais. Compra de materiais: Um comprador de matérias-primas poderia utilizar os resultados de análises de ciclo de vida para decidir quais matérias-primas comprar que causem menos impacto ambiental no produto final. Manufatura: Um fabricante poderia fornecer aos consumidores perfis ambientais dos produtos finais baseados nos dados de suas próprias atividades, seus materiais e uso de energia, visando a influenciar os consumidores de seus produtos. Transporte: Um gerente de transportes poderia fornecer perfis ambientais de opções de transporte para seus clientes. O gerente poderia, também, auxiliar na recuperação de produtos usados ou embalagens para reuso ou reciclagem. Agora, vamos assistir a um vídeo que trata sobre a necessidade de melhorar a eficiência energética – função sobre a qual todos somos responsáveis: https://www.youtube.com/watch?v=XP3XCA1s30Q Exemplo de ciclo de vida e produto Há um tipo de estratégia de Marketing diferente para cada estágio do ciclo de vida de um produto. A estratégia promocional, usa a publicidade no estágio de introdução para divulgar o produto novo, seus usos e aplicações e estimular seu consumo. O merchandising no estágio de crescimento e maturidade. A promoção no estágio de maturidade e declínio, a estratégia de distribuição que busca a adaptação de canais de distribuição para valorizar o produto e popularizá-lo quando necessário; a disponibilidade de estoque; a velocidade de entrega para não se perder vendas. A estratégia de preço (Mix de Marketing) procura a adequação do preço aos estágios do ciclo de vida do produto. A estratégia de planejamento do produto Possuir uma estratégia implica saber em qual mercado e em qual momento colocar tal produto, sem esquecer de adaptá-lo continuamente às necessidades do mercado consumidor. Um exemplo disso seria o leite Moça® da Nestlé, que foi introduzido como alimento durante a guerra, mas com o desenvolvimento do leite em pó e do leite longa vida, a Nestlé teve que reciclá-lo como complementação alimentar: doces, sobremesas, etc. O desenvolvimento de novos produtos faz parte da estratégia de qualquer empresa bem-sucedida. A administração do produto é importante em uma economia de mercado voltada para produção. A adoção de uma ação mercadológica é igualmente necessária para não deixar um produto atingir rapidamente a maturidade e, a partir daí, entrar em declínio. Sem uma análise aprofundada e perspicaz de um produto, que é a avaliação do lucro, do crescimento e dos riscos atuais e futuros, uma empresa pode chegar até a falência. O ciclo de vida de um produto começa onde termina o processo de desenvolvimento de um novo produto. Os vários estágios do ciclo de vida de um produto exigem uma reprogramação constante das estratégias e recursos. A posição de vendas e a lucratividade de um produto mudam ao longo do tempo. O ciclo de vida de um produto é uma tentativa de se reconhecer os estágios distintos no seu histórico de vendas. Correspondentes a esses estágios existem oportunidades e problemas distintos com relação à estratégia de Marketing e o potencial de lucro. O vídeo a seguir mostra a necessidade da quebra de paradigmas para poder reinventar um produto no mercado, será que podemos reinventar a roda? https://www.youtube.com/watch?v=kL7RIGH8eeI Além do próprio exemplo do “leite moça” que teve de se reinventar, devemos olhar para vários produtos, inclusive aqueles com os quais trabalhamos cotidianamente, mesmo enquanto o produto está dando lucro e não apenas quando entramos na fase de declínio. Sempre se pergunte: “este é o melhor produto para o mercado ou posso fazer algo para melhorá-lo?” e lembre-se: “com muitos recursos é fácil ter ideias e colocá-las em prática, mas é muito mais desafiador conseguir reinventar de maneira criativa e eficiente diminuindo os gastos e aumentando os lucros.” Tendência e História Os mestres de tendências são pessoas muito ligadas, antenadas. Ser antenado significa prestar realmente atenção nas coisas, e não ser um gênio. Mas, qual é a diferença entre tendências e coqueluches? Por que devemos nos importar? Se as coqueluches são realmente tendências, de que maneira chamamos tendências que duram por um longo tempo? Coqueluches são tendências de curto prazo, causadas por um ímpeto popular. Existe uma velha história sobre um mineiro de ouro na Califórnia, que decidiu livrar a mina da competição, começando um boato sobre uma greve no Canadá. Durante uns poucos dias ele ficou sozinho explorando a mina de ouro, mas quanto mais pensava sobre o seu próprio boato, mais parecia que deveria ter um fundo de verdade. Assim, ele empacotou suas coisas e foi para o Canadá. Coqueluches frequentemente não têm outra lógica, além dessa. Algumas coqueluches funcionam numa espécie de plano, de esquema. Não se pode, necessariamente, prever o que serão, ou como serão, mas se pode ter uma certeza absoluta de que vão acontecer e são tão regulares quanto umrelógio. Coqueluches cíclicas são chamadas de modas. A cada natal, por exemplo, aparece um novo tom de vermelho. Aparentemente, o rock-and-roll de três compassos está de volta… As coqueluches são para as tendências o que os bilhetes de loteria são para um número 401. Basta um bilhete premiado e você fica rico. O truque, naturalmente, é encontrar o bilhete premiado e como não existe qualquer lógica básica que as justifique, é impossível prevê-las. É como andar às cegas, como procurar um gato preto numa sala escura, à noite, com os olhos vendados. Se quiser sair à caça de coqueluches para ganhar dinheiro, lembre-se dessa regra: chegue cedo e saia cedo. Porque elas chegam ao seu ápice muito rapidamente, nem sempre é possível correr rápido o bastante para alcançá-las, e porque também terminam na mesma velocidade, é fácil ficar encalacrado quando elas ficam. Pergunte àquelas pequenas empresas que ficaram com seus depósitos cheios de uniformes antigos! Quanto às tendências que duram por um longo período (parece até estranho chamar de “tendência” algo que vá durar por muito tempo, não é mesmo?) podemos chamar de “tendências de história”. Para ilustrar o que acabamos de discutir, assista à entrevista com Daniela Cachich, vice-presidente de Marketing da Heineken®, falando sobre quais os principais desafios para construir marcas fortes no Brasil. Marcas duradouras com quebras de preconceitos antes vistos como verdades absolutas. https://www.youtube.com/watch?v=taL4aeAxEJA O projetista sonha em montar projetos que se tornem históricos e que façam a diferença para o consumidor, mas, primeiramente, ele deve saber o que a empresa espera dele e de seu produto. Por vezes seu produto deve ser uma coqueluche (ciclo de vida curto), por vezes seu produto se transformará em um marco para a indústria (ciclo de vida longo). Pesquise Ciclo de Vida de Produto Vendas: a importância do ciclo de vida do produto Lançamento, crescimento, maturidade e declínio são as etapas que compõem o ciclo de vida de qualquer produto, podendo ser mais curtas ou extensas, dependendo de fatores como sazonalidade e mudanças na moda e tecnologia. Um iPad® e uma calça “flare” estão sujeitas, respectivamente, às variações na tecnologia e na moda, e tendem a ter um tempo de vida útil menor do que uma camisa branca lisa – item menos vulnerável às mudanças. Saiba mais: http://www.sebraesp.com.br/index.php/21-noticias/comercio/7121-conhecer-o-ciclo-de- vida-do-produto-e-fundamental-para-vender No lançamento, coloca-se o produto no mercado; na etapa de crescimento, o público começa a consumir e o lucro aumenta; na maturidade acontece a estabilidade nas vendas; durante o declínio, as vendas caem e é preciso fazer promoções, liquidações ou saldos para zerar o estoque e reinvestir o dinheiro. Esta é uma informação vital para que o empresário faça o planejamento e evite o “encalhe” de mercadorias. “A primeira coisa a fazer é analisar se o produto é de ciclo de vida curto ou longo; se está menos ou mais sujeito às variações da moda e da tecnologia. É preciso administrar as compras em função deste ciclo”, explica Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP. Uma dica é repor o estoque mais vezes em menores quantidades. É mais seguro comprar menos produtos várias vezes por semana do que comprar uma vez em grande escala. “Se o estoque ficou grande demais, houve um erro de planejamento, porque isso não deveria ter acontecido”, afirma Carrer. Existe a possibilidade de um produto passar diretamente do lançamento para o declínio, isso acontece quando ele não é bem recebido pelos clientes. O empresário deve estar atento para, ao perceber que as vendas não crescem, já apelar para as promoções e obter algum lucro, senão, pode ficar com o estoque encalhado e perder dinheiro! Para oferecer um produto que agrade, é preciso conhecer o perfil dos futuros clientes e identificar suas preferências e características comportamentais (se são mais conservadores ou ousados, por exemplo). “Fique atento às novidades por meio de revistas e blogs para saber o que está acontecendo na moda e acompanhar possíveis mudanças de gosto do público”, aconselha Carrer. Andrea Aparecida Pissaia, proprietária de uma loja de brinquedos educativos, avalia se deve aumentar o investimento em determinado produto por meio da aceitação dos clientes. “Percebemos isso no dia a dia. Se observamos que um brinquedo está agradando, nos programamos para comprar mais” A empresária explica que costuma aliar promoções à qualidade no atendimento para vender aqueles brinquedos que deixaram de ser procurados. “Tem produtos que vendem muito e param de repente, sem explicação. Nestes casos, abaixamos os valores do produto e o apresentamos aos clientes que vêm a loja para chamar a atenção deles e conseguir vendê-lo”, revela. Para entender melhor a razão de termos feito tais aconselhamentos, faça a leitura do artigo técnico com uma visão diferenciada e comparativa ampliando a visão das suas fases e considerando uma visão mercadológica. http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos06/430_Segetciclo.pdf Ciclo de vida no desenvolvimento de produtos Cidades, pessoas, governos: O empenho das empresas para reduzir o acúmulo de resíduos e dar novos usos a materiais descartados é apenas uma parte do esforço. Os governos e a sociedade civil também precisam se organizar e encontrar maneiras para colocar em prática os ideais dos 3Rs. “Não dá mais tempo de esperarmos por um grande projeto que revolucione São Paulo ou qualquer outra metrópole. Iniciativas locais e informais precisam ser fortalecidas para se tornarem modelos replicáveis em vários cantos. Esse é um caminho mais possível para resolver os complexos problemas dos centros urbanos”, afirma Natália Garcia, criadora do projeto Cidades para Pessoas, que pesquisa ideias de planejamento urbano que possam inspirar cidades brasileiras. Algumas “cidades-piloto” estão na frente do resto do mundo quando se trata de integrar a redução, a reciclagem e o reuso a seus projetos de urbanismo. São centros urbanos planejados com uma infraestrutura que minimiza o consumo energético e a interferência no ambiente em que estão inseridos. Um dos casos mais interessantes é o Distrito Empresarial Internacional (IBD) de Songdo, na Coreia do Sul. Songdo conta com postos de recarga para carros elétricos, edifícios que empregam uma grande porcentagem de material de construção reciclado e o uso de água do mar dessalinizada para irrigação. Também no Oriente, com um olhar voltado para o futuro do urbanismo, está a Eco-Cidade de Tianjin, projeto de colaboração entre a China e Cingapura para criar uma cidade que, em meados da década de 2020, abrigará 350 mil pessoas. A Eco-Cidade deverá obter um mínimo de 50% da água para consumo por meio do reuso. Um sistema de gerenciamento de resíduos maximizará o potencial de reciclagem; além disso, 90% do trânsito na área urbana deverá se dar por meios “verdes” (transporte público, ciclismo, caminhadas), reduzindo a poluição e o consumo de combustível. Outras cidades, já habitadas, vencem cotidianamente os desafios relacionados aos resíduos. Calgary, no Canadá, foi considerada em 2010 a cidade mais “verde” do mundo, em pesquisa global conduzida pelo instituto inglês de pesquisas Mercer, destacando-se por seus serviços de remoção de resíduos e tratamento de água. Já a cidade experimental de Arcosanti, nos Estados Unidos, apresenta a ideia da “arcologia” – mistura de arquitetura e ecologia. Os prédios são erguidos a partir dos materiais minerais encontrados na região, em integração com o panoramageológico. As construções são feitas para aproveitar ao máximo o sol como forma de iluminação; estufas onde são criadas plantas também são usadas para reter calor para aquecimento durante o inverno. Tudo para interferir o mínimo possível na paisagem natural. No Brasil, entre os exemplos de cidades mais sustentáveis nesses aspectos, destacam-se Curitiba, no estado do Paraná (premiada em 2010 pelo Globe Award Sustainable City por sua preocupação com a educação ambiental) e Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul (que possui alta eficiência em coleta e reciclagem e no tratamento de água). Ainda há, contudo, muito a ser feito. Anualmente, o país produz 61 milhões de toneladas de lixo e, de acordo com recente pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública, apenas 1,4% desse total é encaminhado para reciclagem. http://www.petrobras.com/pt/magazine/post/o-progresso-repensado.htm A recente instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada em 2010 pela Lei nº 12.305, deve mudar esse panorama. A lei determina que o governo federal deve elaborar um Plano Nacional de Resíduos Sólidos e prevê a extinção, até 2014, de todos os “lixões” (substituídos por aterros sanitários controlados) e a separação obrigatória entre resíduos orgânicos (encaminhados para a compostagem) e material reciclável. Define, ainda, que a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, desde sua produção na fábrica até o descarte pelo consumidor final passa a ser compartilhada, abrangendo fabricantes, importadores, comerciantes, consumidores e os serviços públicos de limpeza urbana. “O Plano vai instituir o conceito da logística reversa, determinando que os fabricantes devam criar um sistema para reciclar as embalagens de seus produtos”, explica a socióloga Elisabeth Grinberg, coordenadora-executiva do Instituto Pólis, que participou das audiências que resultaram na redação final do documento. Dar novas destinações ao que é descartado, enxergando oportunidades de extrair valor desses materiais: eis o desafio. O trabalho conjunto entre empresas, governos e cidadãos e o aumento da conscientização a respeito da necessidade de uma gestão eficiente dos resíduos está criando um panorama no qual o progresso não será, necessariamente, sinônimo de mais lixo, e sim, de um ciclo virtuoso de reaproveitamento de matérias-primas e geração de riqueza. O “lixo que não é lixo” (referência à propaganda criada em Curitiba) pode se tornar indispensável na redução de poluentes como também no resultado operacional da empresa. Como um produto sustentável pode contribuir para um melhor resultado operacional? A diminuição da utilização de recursos, sejam eles na produção do produto, na logística desde o recebimento até a distribuição, na utilização de matérias primas mais leves e com base em recicláveis, e na diminuição da carga tributária (por estarem dentro de um processo sustentável), todos estes fatores melhoram o resultado operacional da empresa. Como uma empresa pode reduzir seus custos diretos com base nos 3Rs? Primeiro R: reduzir seus consumíveis na fabricação (hídricos, energéticos etc.); Segundo R: reutilizar efetivamente a água em circuitos fechados, reutilização de maquinários que seriam jogados fora e adaptá-los à empresa etc.; Terceiro R: reciclar matéria prima de seus produtos, podendo voltar, inclusive, na composição dos mesmos, reciclagem de pallets e embalagens que não são descartadas no ambiente etc. Como uma comunidade pode desenvolver projetos? Por meio de ações comuns entre governo e comunidade, associações de bairro ou da própria cidade. Podem propor projetos sejam para melhorar ou mesmo fiscalizar como as empresas públicas e privadas estão tratando o Meio Ambiente. Tendências de Mercado Fast Fashion Os empresários que atuam com o fast fashion (moda rápida) devem redobrar a atenção à quantidade de itens no estoque, pois vendem peças para serem consumidas rapidamente como, por exemplo, saias, brincos ou pulseiras usadas por personagens de destaque em novelas. A vida útil desses itens é curta, pois estão sujeitos ao aparecimento de outros protagonistas com novos adereços e, com isso, as antigas peças perdem o valor e o estoque encalha. O fast fashion é a produção rápida e contínua de novidades, cuja principal característica é a rapidez em identificar e responder às necessidades dos consumidores. Para minimizar os riscos no excesso de itens, a fabricação acontece próxima ao momento da venda. Alguns aspectos são importantes para ter sucesso neste segmento de negócio: eficiência operacional e logística; produções compactas; modelos novos o tempo todo; substituição nos cabides de peças que não vendem por aquelas mais procuradas pelo público etc. Desde 2009, os empresários que participam do Arranjo Produtivo Local (APL) do setor calçadista dos municípios de Franca, Birigui e Jaú e do setor de confecções de Cerquilho e Tietê estão estudando novas possibilidades de negócios e ajustando seus processos produtivos dentro do fast fashion. O empresário que atua no mercado da moda e quer adequar a empresa a este novo estilo de gestão deve se programar para estar mais próximo de seus canais de distribuição e ter alta velocidade de resposta no setor produtivo. “É preciso conhecer profundamente a clientela para tentar antecipar ao máximo os seus desejos de compra, criando uma integração entre fábrica, componentes e varejistas, para haver uma troca de informações sobre vendas, tendências e demandas de produtos”, comenta Carlos Alberto Araújo, consultor do Sebrae-SP que atua no APL de Calçados Masculinos em Franca. Uma das empresas que participa deste grupo é a do casal Lucineide e Dogival Mendonça, em Franca. No mercado desde 1996, os empresários produzem em média cinco novos modelos de calçados masculinos por mês. “Não existem mais coleções primavera-verão ou outono-inverno. Fazemos uma pesquisa do que está sendo mais aceito pelos clientes num determinado período, o modelo que mais vendeu e desenvolvemos novas opções”, comenta Dogival. “Atuar no estilo fast fashion é trabalhoso porque exige uma gestão extremamente organizada e pesquisa de mercado constante. Temos que sempre estar à frente do desejo dos nossos clientes e correr no processo produtivo e entrega para não perdermos uma venda sequer, já que, do desenho do primeiro protótipo até a chegada do modelo nas lojas, leva-se em média 75 dias”, finaliza o empresário. “Quanto mais rápido responderem aos desejos dos consumidores e oferecerem uma novidade ao cliente, maiores as chances de venda e consolidação da marca”, afirma o consultor do Sebrae-SP Carlos Alberto Araújo. http://www.sebraesp.com.br/index.php/21-noticias/comercio/7121-conhecer-o-ciclo-de-vida-do-produto- e-fundamental-para-vender As validações dos produtos são cada vez mais necessárias, tanto no ambiente interno, quanto para certificações externas. Um exemplo de como os projetistas devem estar de olho neste consumo consciente são as etiquetas de eficiência energética aplicadas nos produtos; temos, atualmente, uma enorme gama de produtos certificados, mas um caminho muito maior a percorrer e, neste ponto, moram as oportunidades de conquistar um consumidor consciente. Quer saber quais são os produtos atualmente certificados? http://www.sebraesp.com.br/index.php/21-noticias/comercio/7121-conhecer-o-ciclo-de-vida-do-produto- e-fundamental-para-vender As tendências de mercado para o setor de modas mudam rapidamente; o estilo fast fashion é considerado uma coqueluche ou faz parte da história continua de projetos?Ele é considerado uma coqueluche pois tem uma velocidade muito rápida de mudança. Como uma empresa pode fazer história com seus projetos em um ambiente tão veloz? Montando cada projeto e deixando sua marca conhecida pela velocidade e atendimento aos desejos dos consumidores. Assim, essas características ficam no subconsciente fazendo, no futuro, o cliente optar por aquela marca a transformando em história. Trocando Ideias Quando falamos em ciclo de vida de produtos, um fator deve ser levado em consideração: o tempo. O gerenciamento da pressão e dos prazos deverá estar como item do topo da lista de preocupações do gestor de projetos. Quais ações um gestor de projetos pode fazer para conseguir retirar o máximo de efetividade de seu tempo? Pense e compartilhe em nosso fórum suas conclusões! Sozinhos podemos ter ideias pequenas, mas, juntos, montaremos um conhecimento amplo! Na Prática Vamos colocar em prática os conhecimentos adquiridos nesta aula? Resolva os exercícios a seguir! 1. No ciclo de vida, segundo Kotler, devemos proceder a comparação, em um mesmo intervalo de tempo, entre as curvas de lucro e de vendas. Na fase de desenvolvimento do produto observamos uma situação peculiar das curvas. Assinale a única alternativa correta em relação a esse momento de desenvolvimento do produto: a. ( ) Lucro positivo e vendas negativas geradas pelo início da fase de projeto. b. ( ) Lucro em crescimento e vendas positivas devido à introdução do produto no mercado. c. ( ) Lucro negativo e vendas em crescimento devido à entrada dos produtos no mercado. d. ( ) Vendas e lucro em declínio devido ao desenvolvimento estratégico ineficiente. e. ( ) Lucro negativo e curva de vendas sem iniciação pois o produto está em desenvolvimento e, nesse momento, somente o investimento está no projeto sem retorno financeiro para a organização. 2. Em vários exemplos percebemos que o ciclo de vida é muito abrangente, cabendo ao projetista buscar entender melhor e buscar alternativas de avaliação. Quanto ao desenvolvimento de um produto, marque a alternativa que não demostra uma característica a ser analisada: a. ( ) Matérias primas e processos de fabricação. b. ( ) Definição do nome genérico de projeto. c. ( ) Consumo do mercado e distribuição logística. d. ( ) Características de reuso ou reciclagem. e. ( ) Planejamento de embalagens. 3. Um fabricante pretende fornecer informações sobre as atividades que seu produto desempenha, sobre os materiais dos quais é constituído e sobre o uso de energia, visando atrair o consumidor para a compra de seus produtos. Partindo do desejo do fabricante, o projetista deveria estabelecer como necessidade de seu projeto: a. ( ) Design moderno. b. ( ) Cores mais fortes e chamativas. c. ( ) Definição de curvas simples. d. ( ) Adesivos sobre consumo e informações ambientais nas embalagens. e. ( ) Marca da empresa em forma de adesivo sobre o produto. 4. Cada produto tem seu ciclo de vida e cada um deles deve ser tratado de maneira única. Porém, a grande maioria segue as fases de desenvolvimento, introdução, crescimento, maturidade e declínio, sendo que a variação destas fases está ligada a diferentes fatores. Qual é (ou quais são) os principais fatores que implicam na mudança de fase? a. ( ) Tempo. b. ( ) Vendas. c. ( ) Lucro. d. ( ) Vendas e lucro. e. ( ) PIB do país. 5. Coqueluches ou tendências rápidas de mercado normalmente têm um tempo curto de duração, porém, podem ter uma lucratividade muito interessante para a área investidora no projeto nesse período. No projeto de produtos dessa categoria, marque a única alternativa falsa sobre uma característica que deve ser acompanhada: a. ( ) Projetos com alta velocidade de desenvolvimento. b. ( ) Facilidade de distribuição para o público alvo. c. ( ) Ideia com alto fator de divulgação em diversas mídias. d. ( ) Valor acessível ao público alvo. e. ( ) Totalmente focado no cliente e não no acionista. Síntese Compreender o ciclo de vida dos produtos pode parecer uma tarefa extremamente difícil, mas iniciando pela definição das fases e aplicações, buscando realizar um brainstorm dos impactos que as decisões de modificações poderão incidir no produto e no processo chegando até a sociedade e depois a aplicação de soluções criativas para contornar os obstáculos (e, por vezes, até o aconselhamento em não prosseguir com o projeto) serão o diferencial de uma empresa vitoriosa ou decadente. Os produtos deverão ser trabalhados em acordo com seu cliente e sua estratégia de entrada no mercado. Esta definição afetará diretamente toda a elaboração do projeto e seus recursos. Uma ação preventiva no projeto não é uma escolha, mas, sim, uma obrigatoriedade para um gestor profissional de projetos! Referências Bibliográficas SELEME, R.; PAULA, A. Projeto de produto: desenvolvimento e gestão de bens, serviços e marcas. 3ª ed. Curitiba: IBPEX, 2009. CHEHEBE, J. R. B. Análise do ciclo de vida de produtos: ferramenta gerencial da ISO 14000. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. FERREIRA JR., A. B. Desenvolvimento de produto e mercado. Curitiba: IBPEX, 2003.
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