Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Gestão da Produção Industrial Segurança no Trabalho e Ergonomia Aula 03 Profa. Silvana Stumm CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 CONVERSA INICIAL Olá, caro aluno! Está preparado para nossa segunda aula de Segurança no Trabalho e Ergonomia? Vamos à videoaula disponível no material on-line para saber que assuntos serão discutidos neste encontro! CONTEXTUALIZANDO Todo e qualquer acidente pode ser evitado. Para um ambiente de trabalho ser seguro e saudável, precisamos tomar medidas de prevenção, como adotar Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs). Além disso, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é obrigatório quando o risco não foi cessado, ou seja, continua existindo. Para compreender melhor você precisa saber que, inicialmente, preocupamo-nos com a fonte de risco; em segundo, com a trajetória. Nessas duas situações procuramos utilizar os EPCs para cessar o risco, mas, se em nenhum desses casos conseguirmos eliminar o risco, adotamos o uso de EPI. Igualmente, se o risco for parcialmente eliminado, reforçamos a segurança do trabalhador com o EPI. Medidas de proteção são os meios utilizados para preservar a segurança do trabalhador. No entanto, existem variadas medidas de proteção coletiva, o que devemos saber é a medida mais adequada para cada tarefa, cada serviço especificamente – e os EPCs estão nesse contexto. O maior risco de acidente do trabalho está ligado às tarefas desenvolvidas na área de eletricidade e à altura. Os acidentes que ocorrem nessas atividades CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 são os maiores causadores de morte, conforme afirmam BELTRAMI e STUMM (2013). Para contribuir com a diminuição no número de acidentes causados por queda em altura, existe a Norma Regulamentadora específica para isso, a NR 35. Para serviços com eletricidade a norma é a NR 10 (BELTRAMI e STUMM, 2013). Se as medidas de proteção não forem bem planejadas, o trabalhador ficará exposto aos riscos de acidente. Por esta razão apresentaremos a você como as atividades em altura e com eletricidade devem ser executadas. Quanto aos EPIs, a obrigação em fornecê-los ao empregado é do empregador. A Norma Regulamentadora nº 6 (NR 6) trata do uso desses equipamentos. Daremos mais detalhes sobre ela durante a nossa aula. Problematização Em um canteiro de obras estão sendo executadas três edificações. A Torre I terá 23 pavimentos, considerando um subsolo para garagem, o térreo como entrada principal e os outros 21 pavimentos compostos, cada um, por quatro apartamentos. A Torre II terá 18 pavimentos, considerando o térreo com garagem e entrada principal e os 17 pavimentos restantes formados por cinco apartamentos. A Torre III, a mais alta de todas, terá 25 pavimentos sendo dois subsolos para garagem, o térreo para entrada principal e cada um dos outros vinte e três pavimentos terá três apartamentos. Dos três edifícios que estão sendo executados, a Torre II está sendo a mais complexa, pois nela aconteceu um acidente do trabalho com queda de dois empregados. Os dois estavam no décimo andar, executando tarefas nos vãos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 das janelas, sem cinto para trabalho em altura. Um deles perdeu o equilíbrio e, instintivamente ao tentar se segurar no colega, caiu e o puxou junto. Quais das ações a seguir poderiam ter evitado esse acidente? I. Bastava apenas trabalhar com mais atenção. II. Comprar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). III. Bastava adotar os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs). IV. Conscientizar o empregado quanto ao uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI). Podemos considerar corretas as ações: a. Apenas a alternativa I está correta. b. Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas. c. Apenas a alternativa IV está incorreta. d. Todas as alternativas estão corretas. Já sabe a resposta? Confira se a sua resposta condiz com os comentários da professora Silvana! Quando as medidas de proteção coletiva não são suficientes, adota-se o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Além disso, é importante o trabalhador saber o porquê do uso e como utilizá-lo. Sendo assim, consideremos correta a alternativa: “b. Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas”. PESQUISE CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPCs Entende-se como Equipamento de Proteção Coletiva aquele utilizado para proteger um grupo de trabalhadores, enquanto executam determinado serviço e estão expostos a riscos. O objetivo do EPC é oferecer condições de segurança concomitantemente, a todos os envolvidos em uma mesma atividade. Assista a um vídeo do SENAI sobre os EPCs e conheça alguns exemplos desses equipamentos: https://www.youtube.com/watch?v=TVoaev9vrbk Existem vários tipos de EPC, alguns mais conhecidos, outros nem tanto. Com certeza você já viu alguns em seu próprio trabalho e talvez não os tenha identificado como tal. Eis alguns exemplos: Barreiras de proteção contra luminosidade e radiação Cabine (pintura) Chuveiro e lava olhos Enclausuramento acústico de fontes de ruído Exaustores (gases, vapores e névoas) Extintores e sistemas de incêndio Guarda corpo; placas de sinalização Protetores de partes móveis de máquinas Sensores (máquinas) Sinalização em cor Telas e grades de proteção (polias, peças ou engrenagens móveis) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 O EPC, como qualquer outro equipamento, máquina ou ferramenta deve ser usado de forma consciente e responsável. Jamais devemos usá- lo para outro fim senão àquele ao qual se destina. O trabalhador deve estar treinado e conhecer sua finalidade, deve ser responsável pela manutenção e conservação e sempre que notar alteração no EPC deve comunicar a sua chefia! Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre o assunto deste tema? Assista à videoaula, disponível no material on-line! Medidas de Proteção Coletiva Como dito anteriormente, os acidentes que mais causam morte são com eletricidade e queda em altura. Com eletricidade são inúmeros, fatais em grande parte e, se não forem tomadas as devidas precauções, o risco de acidente do trabalho torna-se iminente. Para cada serviço existem medidas específicas a serem adotadas. O trabalho com eletricidade só começa depois de o trabalhador estar devidamente protegido, tanto com os EPCs quanto com os EPIs. Os procedimentos são específicos e, conforme a NR 10 (2004), garantem tanto a segurança quanto a saúde dos envolvidos. A NR 35 (2012), por sua vez, estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção no trabalho em altura. Envolve o planejamento, a organização e a execução, garantindo a segurança e a saúde dos trabalhadores que estão direta ou indiretamente ligados a esse tipo de atividade. Da mesma forma que o empregador é obrigado a fornecer o EPI, deve implantar as medidas de proteção. Cabe ao empregado cumprir as disposições CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 legais colaborando com o empregador, a fim de resguardar sua segurança, sua saúde e a daqueles que possam ser afetados por suas atitudes (BELTRAMI e STUMM, 2013). Quando nos referirmos a medidas de proteçãocoletiva, você deve pensar nas seguintes possibilidades em relação ao risco: Eliminar – Medida principal e prevalece sobre as outras. Neutralizar – Não sendo possível eliminar o risco, procura-se neutralizá-lo. Sinalizar – Aplicada quando as duas anteriores não forem possíveis. Para eliminar o risco podemos, por exemplo, utilizar um produto sem toxicidade ao invés de um tóxico, desde que não altere as características do resultado. Se não é possível eliminar determinado risco, vamos neutralizar demarcando uma área de trabalho, por exemplo. Nenhuma das duas medidas foi possível? O correto, então, é sinalizar o local com placas de aviso indicando o perigo pertinente àquela atividade. E, além disso, proteger o trabalhador, como veremos mais adiante. Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre o assunto deste tema? Assista à videoaula, disponível no material on-line! Trabalho em Altura Em setembro de 2012 entrou em vigor a NR 35 – Trabalho em Altura com o objetivo de estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Confira a redação dessa Norma Regulamentadora: http://portal.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR35.pdf Segundo a NR 35 – Trabalho em Altura refere-se à tarefa executada acima de 2 metros (considerada a partir do nível inferior) onde o risco de queda seja iminente. Essa altura foi estabelecida em virtude de outras normas estabelecerem igualmente 2 metros, incluindo as normas internacionais. Anteriormente não existia uma norma específica para esse tipo de trabalho. As tarefas executadas em altura estavam descritas em outras normas, de modo particular à redação de cada uma. A NR 18, por exemplo, voltada para a indústria da construção tem em seu contexto, itens próprios às tarefas realizadas em altura. O mesmo em outras Normas Regulamentadoras. Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre o assunto deste tema? Assista à videoaula, disponível no material on-line! Equipamentos de Proteção Coletiva – Trabalho em altura Os Equipamentos de Proteção Coletiva têm a função de proteger os trabalhadores em conjunto, promovendo melhores condições no ambiente em que se executa determinada tarefa. Além da NR 35, há o Recomendação Técnica de Procedimento nº 1 – RTP 01 – Medidas de Proteção contra Quedas de Altura, da Fundacentro, que é pertinente à indústria da construção civil. http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de- procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-01-medidas-de-protecao-contra- quedas-de-altura CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Os sistemas de proteção coletiva para evitar queda, segundo a RTP 01, dividem-se em: dispositivos protetores de plano vertical, usados em vãos para transporte vertical de equipamentos, materiais e ferramentas e dispositivos protetores de plano horizontal. Os equipamentos de plano vertical são os seguintes: Guarda-corpo-Rodapé (GcR) proteção sólida de material rígido e resistente, instalada onde o risco de queda de pessoas e materiais exista. Barreira com rede Proteção composta por dois elementos horizontais, de cabo de aço ou de tubo metálico bem fixados e com rede resistente em seu vão. Proteção para aberturas no piso São os cercados, barreiras com cancela ou similares, feitos de material resistente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Já os Equipamentos de Proteção Coletiva para plano horizontal são instalados nas aberturas existentes no piso e laje. A finalidade é a mesma em relação que os dispositivos protetores de plano vertical, mas os vãos a serem protegidos não são utilizados para transporte vertical de equipamentos, materiais e ferramentas. Esse sistema conta com uma proteção inteiriça, sólida e sem frestas, devendo ser fixada em perfis metálicos ou de madeira, na forma de fechamento provisório, mas fixo. Como, por exemplo, assoalho de madeira com encaixe. Para proteger a queda de pessoas terá uma determinada resistência, mas se for em local de passagens de veículo essa resistência deverá ser outra, em função do peso que por ali passar. Fonte: Fundacentro (2001). Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre o assunto deste tema? Assista à videoaula, disponível no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Trabalho com Eletricidade A Revista Proteção publicou em dezembro de 2015 uma reportagem sobre o setor elétrico no Brasil, concedida pelo Engenheiro Eletricista Cesar Vianna Moreira. Segundo o engenheiro, esse setor tem passado por grandes mudanças, especialmente após a publicação da NR 10 e outras normas regulamentadoras, essenciais para a execução de ações preventivas e controles de riscos. A preocupação maior, de acordo com Moreira (2015), gira em torno dos trabalhadores terceirizados. Mesmo tendo caído o número de acidentes com esses indivíduos, ainda está acima, dos que ocorrem com empregados da empresa responsável em realizar os serviços. Leia a entrevista para compreender melhor: http://www.protecao.com.br/noticias/geral/gerente_de_sst_da_coge_fala _sobre_mortes_no_setor_eletrico/AQyJAn A NR 10 estabelece os requisitos e condições mínimas para a implementação das medidas de controle e dos sistemas preventivos, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que atuam na área de eletricidade. Apesar da existência dessa norma, MOREIRA (2015), afirma a necessidade de melhorá-la, pois alguns aspectos devem ser revistos, como, por exemplo, a distância do indivíduo com relação à máquina energizada. A aplicação da norma envolve as fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação e manutenção. Com isso você certamente percebeu como a NR 10 é ampla e, antes de iniciar qualquer serviço de eletricidade é preciso conhecê-la na íntegra. Então, vamos lá? http://portal.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf Em apoio a NR 10 e por ser o choque elétrico um dos principais causadores de acidentes tanto graves quanto fatais, a Fundacentro desenvolveu a Recomendação Técnica de Procedimentos – RTP 05, especialmente para o trabalho na indústria da construção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de- procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-05-instalacoes-eletricas- temporarias-em-canteiros-de-obras Choque elétrico, conforme a RTP 05 (2007), é o efeito patofisiológico resultante da passagem da corrente elétrica ou corrente de choque pelo corpo humano, capaz de causar acidentes e até mesmo morte. As consequências de um choque elétrico no organismo dependem da intensidade da corrente, do tempo de exposição, do percurso através do corpo e das condições do trabalhador. Corrente elétrica 1 Fonte: Fundacentro (2007). Corrente elétrica 2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Fonte: Fundacentro (2007). Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre o assunto deste tema? Assista à videoaula, disponível no material on-line! Equipamentos de Proteção Coletiva – Trabalho com eletricidade Muitosdos trabalhos realizados em eletricidade também são executados em altura, isto é, acima de 2 metros. Só é permitido trabalhar com eletricidade se a pessoa for treinada, conforme o Anexo II da NR 10. O treinamento consiste em dois cursos definidos pela Norma, cada um de 40 horas. Básico: Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade Complementar: Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas Proximidades. Outro aspecto relevante, além do EPC, é ter conhecimento e treinamento para trabalho em altura, pois muitas das atividades em redes elétricas ocorrem acima dos 2 metros estabelecidos pela NR 35. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Durante o treinamento obrigatório, conforme determina a NR 10, há um item específico sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva. Os EPCs devem ser utilizados para alertar e sinalizar os riscos de acidentes, não só para quem está trabalhando, mas também para aqueles que passam próximos ao local. Conheça alguns dos EPCs voltados para o trabalho com eletricidade. Detector de tensão – Este EPC confirma a presença ou ausência de tensão em um circuito. Pode ser do tipo eletrônico ou do tipo chave de fenda: Barreiras, invólucros, grades articuladas, bandeirolas, fitas, placas de sinalização e cones – Esses equipamentos são utilizados para delimitar as áreas onde as tarefas são executadas, bem como para sinalizar informando os riscos e impedir o contato com as partes vivas das instalações elétricas. Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre o assunto deste tema? Assista à videoaula, disponível no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Equipamento de Proteção Individual O que você entende por Equipamento de Proteção Individual (EPI)? De acordo com a NR 6, EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Além do EPI há o Equipamento Conjugado de Proteção Individual, diferenciando-se do anterior por ser composto por vários dispositivos para proteger o trabalhador, de riscos associados durante a execução de suas atividades. A norma ainda afirma que o EPI, seja nacional ou importado, só poderá ser comercializado e usado se nele constar o número do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo MTE. Surgem várias dúvidas relativas à aquisição desses equipamentos. Em muitos locais, por falta de conhecimento do empregado, ele mesmo acaba comprando seu EPI, mas isso não é correto e pode gerar penalidade para o empregador, pois é dele a responsabilidade em fornecê-lo gratuitamente. O empregador também não pode cobrar financeiramente do empregado o EPI! Veja bem, estamos falando em empregado e não em um prestador de serviços! No caso de um profissional que trabalha de forma autônoma deve comprar seus próprios EPIs. Se você contrata um pedreiro para fazer um serviço na sua casa, por exemplo, esse profissional deve ter seus próprios EPIs. Atividades realizadas acima de 2 metros de altura também exigem o uso de EPI. Alguns já são conhecidos – como luvas e capacetes – mas há, ainda, o cinturão de segurança. Para complementar é obrigatório o uso de acessórios e sistemas de ancoragem, inspecionados periodicamente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Existem dois tipos de cinturão: com dispositivo trava-queda e com talabarte, cada um com função determinada. O primeiro protege contra quedas em operações de movimentação vertical ou horizontal. O segundo contra riscos de queda em altura, propriamente ditos. Uso do Equipamento de Proteção Individual O órgão ou a empresa é obrigada a fornecer aos empregados (lembre-se: gratuitamente) o EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias: Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidente do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; Para atender situações de emergência. Uma vez entregue ao empregado os equipamentos necessários para a execução de sua tarefa, caberá a ele usá-los. Os EPIs devem ser utilizados tão-somente para a finalidade a que se destinam. Cabe ao empregado, guardar e conservar seu EPI em bom estado, avisar seu empregador se o EPI se tornar inadequado ou danificar e cumprir as determinações do empregador sobre o correto uso do EPI. O empregador, além de adquirir o EPI correto e exigir que seja usado, deverá orientar e treinar o trabalhador a respeito de sua correta utilização, de sua guarda e conservação; substituí-lo imediatamente, quando danificado ou extraviado; responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; informar ao MTE qualquer caso de irregularidade e registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Agora, acesse o site indicado para ter acesso a NR 6 e, em especial, ao Anexo I que traz a Lista de Equipamentos de Proteção Individual: http://portal.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre o assunto deste tema? Assista à videoaula, disponível no material on-line! NA PRÁTICA Estudo de Caso 1 João é um excelente trabalhador de instalações elétricas e atualmente está empregado em uma indústria automobilística, tendo como função realizar a manutenção dos equipamentos do chão de fábrica. Fez o curso básico e o curso complementar exigido para a função e especificado na NR 10. Sempre esteve atento e preocupado com a sua segurança e de seus colegas, por isso bastante requisitado para atividades afins a sua área. Certo dia houve uma pane elétrica que provocou o desligamento de todos os equipamentos e João foi imediatamente chamado para descobrir o problema e encontrar a solução, afinal, a parada nas máquinas acarretava em prejuízos e atrasos. João e sua equipe começaram a verificar o que havia ocorrido, mas uma pessoa da equipe, o Antonio, resolveu mexer em uma das máquinas que lhe pareceu ser a causa do problema e não avisou João. A equipe logo descobriu o que gerou a queda da energia e restabeleceu a luz, sem que ninguém tivesse notado a ausência do colega. Imediatamente quando a energia voltou ao normal ouviram um grito, sentiram cheiro de queimado e viram Antonio ainda recebendo descarga elétrica pela mão. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 De que maneira conseguiram socorrer o Antonio sem que ninguém entrasse em choque também? Pense a respeito e depois confira se suas conclusões são semelhantes às da professora Silvana! Comentário: como Antonio ainda estava recebendo a descarga, ninguém poderia encostar nele, senão receberia o choque também! A medida correta é desligar a energia geral e chamar o socorro médico. Jamais devemos tentar tocar o indivíduo se ainda estiver recebendo o choque, seja com a mão ou com algum objeto. Desligar a chave geral é a maneira correta de evitar continuidade do choque e também de evitar novas vítimas. Estudo de Caso 2 A empresa XYZ é especialista em trabalhos em altura e seus empregados são todos treinados conforme a NR 35. Entre suas habilidades está a limpeza de fachadas de edifícios, pinturas, instalação e retiradas de placas de cimento em fachadas, limpeza de caixas d’água e outras atividades. Certa vez a empresafoi contratada para instalar placas na fachada frontal de uma edificação de três andares e realizar a pintura nas outras fachadas. Para o serviço de placas o contratante dos serviços, proprietário do prédio, instalou um andaime fachadeiro, mas sem se preocupar muito com a segurança. Os serviços iniciaram-se e a equipe de trabalho tomou todas as providências em relação aos EPIs e à sua própria saúde e segurança. Estavam todos de cinto de tipo paraquedista, com talabarte e dispositivo trava quedas. A fachada contava, ainda, com um cabo de aço fixo, para prender o talabarte. Apesar de toda a experiência dos trabalhadores, um deles resolveu soltar o talabarte para se movimentar mais rápido. Em um movimento brusco, esse trabalhador teve um mal súbito, se desequilibrou e caiu. Qual seria a forma correta para se movimentar no andaime? Pense a respeito e depois confira se suas conclusões são semelhantes às da professora Silvana. Lembre-se de que o trabalhador estava em altura superior a 2 metros! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Comentário: importante lembrar de que o trabalho em altura exige o uso de acessórios próprios além dos EPIs usuais (bota, luva e capacete). Um trabalhador treinado jamais poderia ter soltado o talabarte com a justificativa de movimentar-se mais rápido, especialmente por arriscar também a vida de seus colegas. Mesmo treinado, qualquer pessoa pode sofrer de mal súbito, ficar tonta e até mesmo chegar a perder a consciência! Quando se está corretamente preso, obedecendo as normas regulamentadoras, a queda é naturalmente evitada e o dispositivo trava queda aciona automaticamente, impedindo a ocorrência de um acidente de trabalho. Outro alerta é a verificação do andaime. Se o contratante dos serviços não o fez, apesar de ter a obrigação de garantir o trabalho seguro, a equipe que realizará os trabalhos poderá fazer. SÍNTESE Nossa, quantas questões foram discutidas nesta aula, não? Vamos recapitular os conteúdos estudados assistindo à videoaula disponível no material on-line! Até a próxima aula! Referências CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 BELTRAMI, M.; STUMM, S. B. Higiene no trabalho. Instituto Federal do Paraná – IFPR. Paraná, 2013. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, 1988. BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, 1991. BRASIL. Ministério da Previdência Social. Políticas de prevenção de acidentes do trabalho. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/a- previdencia/saude-e-seguranca-do-trabalhador/politicas-de-prevencao/>. Acesso em 06 set. 2015. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual. Disponível em: http://www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf. Acesso em 20 dez. 2015. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 10 – Segurança em instalações e serviços com eletricidade. Disponível em: http://www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf. Acesso em 20 dez. 2015. DAMASCENO, Luiz Augusto. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho. SESI–SEBRAE Saúde e Segurança no Trabalho: Micro e Pequenas Empresas. Brasília: SESI-DN, 2005. FUNDACENTRO. Recomendação técnica de procedimentos: RTP 01. Medidas de proteção contra quedas de altura. São Paulo: 2003. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de- procedimento. Acesso em 20 dez. 2015. FUNDACENTRO. Recomendação técnica de procedimentos: RTP 05. instalações elétricas temporárias em canteiros de obras. São Paulo: 2007. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica- de-procedimento. Acesso em 20 dez. 2015. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 MOREIRA, C. V. Setor elétrico em alerta. Revista CIPA, São Paulo, n 435, pag 22-24, dez 2015. OIT. Organização Internacional do Trabalho: Escritório no Brasil. Disponível em: <http://www.ilo.org/brasilia/lang--pt/index.htm>. Acesso em: 27/08/2015.
Compartilhar