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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Segurança no Trabalho e Ergonomia Aula 4 Professora Silvana Stumm CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Já estamos na quarta aula de Segurança no Trabalho e Ergonomia! Anote aí o que vamos estudar hoje: Higiene Industrial Riscos Ambientais Agentes Químicos e Físicos Mapas de Risco Atividades Insalubres e Perigosas Preparado? Então vamos começar... Vamos ver o que a professora Silvana tem a dizer sobre a aula de hoje... Confira no vídeo do material on-line! Introdução Os temas aqui abordados fazem parte da área de segurança e saúde do trabalhador, independentemente da atividade que se desempenha. Um ambiente em que se preservem as normas básicas de higiene, o respeito mútuo e a segurança laboral, só trazem benefícios tanto para o empregado quanto para o empregador. Naturalmente você já notou que as normas regulamentadoras estão interligadas e são essenciais para um local de trabalho saudável. Está nas mãos do profissional da área de segurança e saúde ocupacional promover continuamente o bem-estar físico e emocional de cada indivíduo durante sua jornada laboral diária. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Partindo dessas observações básicas, mas fundamentais, podemos abordar os riscos ambientais a que o trabalhador está exposto, caracterizando as atividades insalubres e as perigosas, bem como traçar o mapa de risco pertinente a cada local onde tais atividades são desenvolvidas. Importante você lembrar que para proteger o trabalhador de forma correta e legal, devemos fazer primeiramente o reconhecimento do ambiente, avaliar riscos e adotar as medidas cabíveis à situação. Analisando a figura logo a seguir, fica fácil de visualizar o que ocorre em um ambiente insalubre e em um ambiente salubre. Fonte: adaptado de Brevigliero et al. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Problematização A Higiene Ocupacional, também chamada de Higiene do Trabalho, tem um papel fundamental na área de Segurança do Trabalho. Com o seu estudo é possível avaliar os riscos ambientais e tomar medidas preventivas, a fim de evitar doenças ocupacionais. Atuando conforme as normas regulamentadoras determinam, assinale a alternativa que apresenta corretamente os benefícios para o trabalhador em função de um ambiente laboral saudável. a) Apenas bem-estar físico. b) Apenas bem-estar físico, emocional. c) Bem-estar físico, emocional e jornada diária reduzida. d) Bem-estar físico, emocional, segurança no trabalho e na saúde. e) Bem-estar físico, emocional, jornada diária reduzida e maior salário. Um ambiente onde a Higiene Ocupacional tem um papel expressivo, reflete diretamente no trabalhador de forma positiva, influenciando na sua saúde e bem-estar. Entretanto, isso não quer dizer que há aumento de salário ou jornada diária reduzida. Assim sendo, a alternativa que está correta é a letra “d “. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Tema 1: Higiene Industrial Você já percebeu que podemos chamar a Higiene Industrial de Higiene Ocupacional ou, ainda, de Higiene do Trabalho. Qualquer um dos nomes está correto e o significado é o mesmo. A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), define Higiene Industrial como a ciência e a arte do reconhecimento, da avaliação e do controle de fatores ou tensões ambientais, originados no local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade. A definição pode parecer um pouco complexa, mas sua compreensão é bastante simples. Sob o ponto de vista geral temos que o ambiente de trabalho ideal deve prover ao indivíduo segurança e saúde. Agora ficou mais fácil! Etapas da Higiene Seguindo a definição da ACGIH, a Higiene Ocupacional constitui-se de três partes: Reconhecimento Avaliação Controle Já... já... vamos detalhar cada uma delas! A importância em seguir ordenadamente as três etapas é a possibilidade de garantir um ambiente salutar durante a jornada diária de trabalho. Acompanhe o raciocínio, conforme Brevigliero et al. (2011) e Saliba (2011) nos subitens a seguir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Pronto! Agora vamos conferir os detalhes das três partes da Higiene Ocupacional! Reconhecimento Esta é a etapa em que fazemos o reconhecimento dos agentes ambientais que afetam a saúde dos trabalhadores, pois se um agente tóxico não for reconhecido, não será avaliado e nem tampouco controlado. O sucesso desta etapa depende do bom conhecimento de todo o processo produtivo, ou seja, dos produtos envolvidos no processo, dos métodos de trabalho, do fluxo do processo, do arranjo físico das instalações, do número de trabalhadores expostos, dentre outros fatores relevantes. Avaliação Nesta etapa, realizamos uma avaliação quantitativa e/ou qualitativa dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos de trabalho. É nesta fase que devemos detectar os contaminantes, fazer a coleta das amostras (quando cabível), realizar medições e análises das intensidades e das concentrações dos agentes, realizar cálculos e interpretações dos dados levantados no campo, comparando os resultados com os limites de exposição estabelecidos pelas normas vigentes. Controle Esta terceira etapa fundamenta-se nos resultados obtidos durante o Reconhecimento e durante a Avaliação. Com base nos dados devemos propor e adotar medidas que possibilitem eliminar ou minimizar os riscos. Agora é com a professora Silvana! Assista ao vídeo no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Tema 2: Fatores Ambientais Os fatores ambientais podem ser igualmente chamados de fatores de risco ou de agentes ambientais. Definidos como elementos ou substâncias existentes nos variados locais de trabalho e que acima dos limites de tolerância podem provocar danos à saúde. Dividem-se em agentes químicos, agentes físicos e agentes biológicos e você os compreenderá agora! Agentes químicos, conforme define a NR 9, são substâncias que podem penetrar no organismo pelas vias respiratórias em forma de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, devido à natureza da atividade e exposição, podem ter contato com a pele ou serem absorvidos pelo organismo. Agentes físicos, seguindo as definições da NR 9, são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, infrassom e ultrassom. E agentes biológicos, de acordo com a NR 9 são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Mas, para melhor compreensão, vamos defini-los como microrganismos que podem causar infecção, alergia ou toxicidade oferecendo riscos de saúde ao trabalhador. No próximo tema iremos abordar cada fator de formaindividual, mostrando as doenças decorrentes da exposição a cada agente. Vamos pedir uma ajuda para a professora Silvana? Veja no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Tema 3: Agentes Químicos e Físicos Os agentes químicos, segundo Brevigliero, Possebon e Spinelli (2012) causam desconforto, diminuem a qualidade de trabalho e afetam a saúde. Provocam alterações e sintomas graves caracterizando doença ocupacional, incapacitação de exercer suas tarefas e até mesmo morte. Esses agentes classificam-se em: gases e vapores; e aerodispersóides. De acordo com Brevigliero, Possebon e Spinelli (2012), gás é uma substância que em normais condições, tanto de pressão quanto de temperatura, encontra- se em estado gasoso. Já o vapor, é o estado gasoso de uma substância que em condições normais de pressão e temperatura, encontra-se no estado líquido. Aerodispersóides, conforme SESI (2007), são dispersões de sólidos ou líquidos no ar, formando partículas de tamanho reduzido geradas e projetadas no ambiente de trabalho. Podem se manter em suspensão por um período prolongado, possibilitando a inalação de quem está no ambiente de trabalho. Dividem-se em: 1. Poeiras: partículas sólidas produzidas pelo rompimento mecânico de sólidos. Exemplo: poeira de sílica, poeira de lixamento, carvão, farinha. A sílica é responsável por uma doença bastante grave e sem cura, conhecida por silicose. 2. Fumos: partículas sólidas geradas de poeira por condensação ou oxidação de vapores de substâncias sólidas em condições normais de temperatura. Exemplo: fumos de soldagem e de fusão de metais e podem causar intoxicações e problemas respiratórios. 3. Névoas: partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquidos. Exemplo: névoas de água, de pintura, de inseticidas que entre outras doenças podem causar graves intoxicações, asma, obstrução das vias aéreas, entre outros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 4. Neblinas: partículas líquidas formadas por condensação de vapores de substâncias líquidas em temperaturas normais. Exemplo: neblina ácida que também causam problemas respiratórios e podem obstruir as vias aéreas. 5. Fibras: partículas sólidas geradas a partir de ruptura mecânica de sólidos. Diferem da poeira por serem mais alongadas. Exemplo: lã, algodão, asbesto. Agentes Físicos Dando sequência aos fatores ambientais, vamos falar, então, sobre os tipos de agentes físicos e as consequências no organismo humano quando a exposição está acima dos limites estabelecidos na norma regulamentadora. Daremos uma atenção especial ao ruído, às vibrações e às temperaturas extremas, que são os agentes mais comuns que ouvimos falar. Para ficar mais claro, vamos dividir em tópicos. Ruído Primeiramente vamos falar sobre ruído. Como você o definiria? Como um som desagradável talvez?! Certamente podemos dizer isso, mas, se adotarmos uma definição mais ampla, dizemos que ruído é um fenômeno físico vibratório, com características indefinidas de variação de pressão em função da frequência (BREVIGLIERO, POSSEBON e SPINELI, 2012). Não precisa se assustar, temos um conceito mais simples: ruído é um conjunto de tons não coordenados que causam incômodo e desconforto (SESI, 2007). O ruído pode ser contínuo, intermitente ou de impacto. O de impacto é aquele com picos de energia acústica que duram menos de um segundo em intervalos acima de um segundo. Pistola de fixação de placas de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 gesso é um bom exemplo. E contínuo e intermitente são os ruídos que não são de impacto. Conforme define a própria NR 15. Dessa forma, sempre que falarmos em ruído, estaremos nos referindo a um som incômodo. Mas, para saber de fato se está sendo prejudicial é preciso realizar medições, fazer cálculos, consultar a NR 15 do MTE e a NHO 01, da Fundacentro. Os cálculos não iremos abordar, mas consulte a NR 15, Anexo 1, clicando aqui: http://portal.mte.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas- regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-15-atividades-e-operacoes- insalubres E depois consulte a NHO 01 aqui: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene- ocupacional/publicacao/detalhe/2012/9/nho-01-procedimento-tecnico- avaliacao-da-exposicao-ocupacional-ao-ruido Comparando a tabela da NR 15 com a tabela da NHO 01, veremos que a partir de determinado nível de ruído a exposição máxima permissível altera. Veja a tabela a seguir. Clique aqui: http://ccdd.uninter.com/dev/designer/adamo/ccdd_grad/gestProdIndust/segTrab Ergonomia/a4/includes/pdf/tabela.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Fazendo a análise corretamente podemos afirmar que a NHO 01 protege mais o trabalhador. Imagine um trabalhador executando determinada atividade que o expõe a um nível de 88 dB(A). Se você verificar na tabela comparativa, a NR 15 permite a exposição até 5 horas, enquanto a NHO 01 permite no máximo 4 horas de exposição. Como efeitos na saúde têm-se a surdez ocupacional, dores de cabeça, dificuldade de sono, zumbido no ouvido e outras doenças como desequilíbrios psíquicos, doenças degenerativas, doenças cardíacas, hipertensão e outras. A medição do ruído pode ser realizada por equipamentos conhecidos como medidores de pressão sonora, alguns os chamam de decibelímetro, e por dosímetro, que são colocados no trabalhador. Vibrações Conforme Brevigliero, Possebon e Spinelli (2012), um corpo vibra quando realiza um movimento oscilatório em relação a um corpo de referência. Vibrações, de acordo com Schultes e Simões (2010), são fenômenos físicos com parâmetros específicos que interessam à Higiene Ocupacional. (BREVIGLIERO, POSSEBON E SPINELLI, 2012). Existem dois tipos, de corpo inteiro e localizadas ou de extremidades. As vibrações de corpo inteiro, segundo SESI (2007), ocorrem com maior intensidade equipamentos móveis, variando o tempo de exposição. Normalmente, há um assento no posto de operação da máquina/veículo e a vibração do rolamento é transmitida ao operador. A retroescavadeira e o trator provocam esse tipo de vibração causando oscilações de energia mecânica percorrendo o corpo do trabalhador (BREVIGLIERO, POSSEBON e SPINELLI, 2012). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 As coordenadas basicêntricas, x, y, z, mostram as direções desse tipo de vibração no corpo. Entenda melhor com a figura a seguir. Fonte: Vibrações no local do trabalho (2007) As vibrações localizadas ou de extremidades são transmitidas somente às mãos e aos braços (SESI, 2007). Marteletes pneumáticos, rompedores, lixadeiras e motosserras, são alguns dos equipamentos que causam esse tipo de vibração. Veja na figura como são as direções para a vibração de extremidades: Fonte: Vibrações no local do trabalho (2007) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 De acordo com Soeiro (2011), os efeitos na saúde do trabalhador, variam em função do tipo de vibração e do tempo de exposição a que está submetido. Danos físicos permanentes, distúrbios no sistema nervoso,sérios problemas na coluna são algumas doenças resultantes da vibração de corpo inteiro. O Mal dos Transportes, por exemplo, é uma doença em consequência da exposição a vibração de corpo inteiro, decorrente de serviços realizados em plataformas, trens, caminhões e outros transportes (SOEIRO, 2011) Dores de cabeça, fadiga, tremores são efeitos mais comuns e, normalmente, passageiros. As vibrações localizadas têm como efeitos na saúde algumas síndromes importantes. Podemos citar a Síndrome de Vibração de Mãos e Braços, a Síndrome do Canal Cárpico e a Síndrome dos Dedos Brancos (BREVIGLIERO, POSSEBON E SPINELLI, 2012). Temperaturas extremas Quando falamos em temperaturas extremas, imediatamente lembra-nos de muito calor e muito frio. De acordo com Oliveira et al. (2011), as temperaturas extremas definem-se como condições térmicas austeras sob as quais podem ser executadas atividades profissionais. Indústrias de siderurgia e de fundição são exemplos de locais onde o trabalho é executado sob altas temperaturas. Como consequência na saúde do homem podem ocorrer fadiga, falhas de percepção, falhas de raciocínio e outros danos mais sérios. Em relação ao frio, temos bons exemplos, como frigoríficos, indústrias de alimentos, indústria de bebidas e outros. Tal qual o calor, as temperaturas frias também provocam problemas na saúde. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Conforme Saliba (2011), quando a temperatura do corpo chega a 35 °C, diminui a pressão arterial, a frequência dos batimentos cardíacos e a taxa de metabolismo. Ocorrem, então, os tremores que são uma tentativa de recuperar o calor do corpo por meio da atividade muscular. Além disso, outras lesões podem acontecer afirmam (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012), como enregelamento dos dedos, pés de imersão e ulcerações do frio (imagem ilustrando). O enregelamento, em diversos casos, provoca gangrena sendo necessária a amputação no membro atingido. Os pés de imersão decorrem devido ao tempo em que o trabalhador ficou com os pés úmidos ou, até mesmo, imersos na água fria. Consequentemente poderá haver paralisação dos pés e das pernas. Agentes Biológicos Os agentes biológicos mais comuns e que certamente você já ouviu falar são os vírus e as bactérias. Geralmente são encontrados em hospitais, casas de saúde, laboratórios, indústrias farmacêuticas e locais como estações de tratamento de esgoto e de reciclagem de lixo. Os vírus são de tamanho pequeno e simples, para garantir sua sobrevivência, devem estar dentro de células vivas. A gripe H1N1, por exemplo, é causada por um vírus de influenza tipo A. As bactérias, por sua vez, são mais resistentes, maiores e podem durar anos sob condições adversas de clima e de temperatura. Tétano, cólera e peste são exemplos de doenças causadas por bactérias. Há, ainda, outros tipos de agentes biológicos como protozoários, fungos e parasitas e que provocam doenças diversas. Pulgas e piolhos são bons exemplos de parasitas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Agora é com a professora Silvana! Assista ao vídeo no material on-line! Saiba mais Mais uma vez consulte a NR 15, mas agora o Anexo 9, sobre temperaturas frias. Clique http://www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR15- ANEXO9.pdf Para complementar, leia a NR 29 sobre o regime de trabalho em locais frigorificados: http://www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR29.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Tema 4: Mapa de Riscos Mapa de Risco nada mais é do que a representação gráfica dos riscos que estão presentes no ambiente de trabalho. Trata-se de um documento que mostra os riscos de cada local da empresa. E quem é responsável em executá-lo? Se você consultar a NR 5 aqui, verá que a responsabilidade é da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho. http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf Leia o que diz o item 5.16, referente às atribuições da CIPA. Cada vez que houver mudança de gestão da CIPA é necessário elaborar novo mapa de risco, mesmo que os riscos permaneçam os mesmos. E se a empresa passar por mudanças em seu processo produtivo, antes mesmo da nova gestão da CIPA? É obrigatório fazer outro mapa, identificando tanto as situações existentes quanto as novas. Para representar os riscos ambientais usamos círculos de tamanhos variados como mostra a figura. Também é usado cores diferenciadas, como apresenta o quadro 1. Viu os diâmetros dos círculos, eles são diferentes! Risco pequeno: 2,5 cm, risco médio: 5,0 cm e risco grande: 10,0 cm CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Agora veja as cores que utilizamos, conforme determina a legislação. Cada risco é representado por uma cor. Quando fazemos a análise do risco existente em nosso trabalho, são essas cores que o representarão, em maior ou menor proporção. Por exemplo, se houver riscos apenas físicos e químicos, os círculos serão verde e vermelho. A professora Silvana nos ensina mais sobre os mapas de risco! Acesse o vídeo no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Tema 5: Atividades insalubres e atividades perigosas O que são atividades insalubres? O que são atividades perigosas? Qual a diferença entre ambas? A partir de agora você irá entendê-las! Atividades insalubres Definidas pela NR 15, são as atividades ou operações que se desenvolvem acima dos Limites de Tolerância estabelecidos nos Anexos no 1, 2, 3, 5, 11 e 12 dessa norma. Então, você terá que acessar mais uma vez e verificar os anexos. Lembra do endereço? Está aqui: http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR15- ANEXO15.pdf Aí você terá prontamente os anexos para consulta. Vamos, então, relembrar o significado de Limite de Tolerância (LT)! Segundo a NR 15, LT é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relativa à natureza e ao tempo de exposição ao agente de risco, que não causará danos à saúde do trabalhador. Atividades executadas em temperaturas extremas, níveis altos de ruído, vibrações, radiações entre outros são consideradas insalubres. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Insalubridade GRAU MÁXIMO 40% GRAU MÉDIO 20% GRAU MÍNIMO 10% Fonte: Adaptado da NR 15. Vamos falar no ruído. Se você rever a tabela 1 no item 5.1 verá que o nível máximo para ruído contínuo ou intermitente é de 85 dB(A) para uma jornada diária de 8 horas. Se for ruído de impacto, ruído com picos de duração abaixo de um segundo em intervalos acima de um segundo, o nível máximo permitido é de 130 dB linear. Procede-se da mesma forma com os outros agentes, conforme estabelecido na norma. Quando se está trabalhando acima do LT de exposição, isto é, em condições insalubres o trabalhador tem direito ao adicional de insalubridade, que varia conforme o risco. Veja a relação do grau de risco e do percentual no quadro: A percepção do adicional incide sobre o salário mínimo regional, independentementedo salário que o trabalhador recebe. Mas, se a insalubridade for eliminada ou neutralizada, o pagamento do adicional deve encerrar. Isso só ocorre se forem adotadas medidas de prevenção que deixem o ambiente de trabalho dentro dos LT e com o uso de EPI. Lembrando que todas essas informações e muito mais, você encontra na NR 15! Não deixe de consultá-la! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Atividades perigosas A norma que regulamenta as operações perigosas é a NR 16. São 6 anexos a serem consultados, que abordam as seguintes atividades: Anexo 1 – atividades e operações perigosas com explosivos Anexo 2 - atividades e operações perigosas com inflamáveis Anexo 3 - atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial Anexo 4 - atividades e operações perigosas com energia elétrica Anexo 5 - atividades perigosas em motocicletas Anexo 6 - atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas Da mesma forma que a NR 15, trabalho com operações perigosas exige o pagamento de adicional. Mas para essa norma o valor é de 30% sobre o salário base, ou seja, desconsiderando as gratificações. Para as atividades da NR 16, sempre será pago o adicional de 30% sobre o salário base, isto é, sem considerar gratificações. Anote: um trabalhador jamais receberá os dois adicionais ao mesmo tempo!!! Se ele exerce uma atividade insalubre que lhe dá o direito de 20%, por exemplo, mas atividade é igualmente perigosa, ele receberá o maior. Nesse caso 30%. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 A professora Silvana nos ajuda a enfrentar todos os perigos... Lá no vídeo do material on-line! Saiba Mais Tenha mais informações acessando esse o arquivo: http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR16.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Na Prática Uma determinada empresa havia elaborado por meio da CIPA o Mapa de Risco pertinente as suas atividades, mas a empresa mudou seu processo produtivo. Com isso houve alteração no quadro de funcionários e muitos foram realocados e novos admitidos. Você foi contratado por essa empresa para auxiliar nesse novo negócio. Devido ao novo processo de produção foi necessário elaborar o novo Mapa de Risco e a CIPA foi fundamental nesse trabalho. Após a construção desse novo mapa, o diretor da empresa pediu-lhe para verificar se estava correto. Eeeeeee... O mapa ficou da seguinte forma: Fonte: http://consjob.com.br/servicos/mapas%20de%20riscos.html Como os riscos foram identificados (pequeno, médio e grande), responda: Quais são os riscos encontrados? Considere na figura risco mecânico como risco de acidente e risco elevado como risco grande. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Veja os comentários sobre a atividade: No depósito estão presentes os seguintes riscos: - Risco ergonômico pequeno (amarelo); - Risco físico médio (verde); e - Risco químico médio (vermelho). Na Produção encontram-se riscos: físico (verde), de acidentes (azul), químico (vermelho) e ergonômico (amarelo). Todos de grau médio. No Vestiário e Banheiro (bwc) da produção os riscos são físico (verde) e biológico (marrom), ambos pequenos. Na Cozinha há risco pequeno de acidentes (azul). Na Tecnologia de Informação (TI), no Recursos Humanos (RH), na Contabilidade, na Recepção e no Telemarketing, há apenas risco ergonômico pequeno (amarelo). Na Diretoria há risco ergonômico médio (amarelo). Na logística há risco físico médio (verde). Nos Banheiros Masculino e Feminino há risco biológico pequeno (marrom). No Centro de Qualidade (CQ) há risco físico pequeno (verde). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Síntese Nesta aula fizemos uma abordagem a Higiene Ocupacional abrangendo os riscos envolvidos nesse tema. Falamos também sobre os fatores de risco ou agentes ambientais, evidenciando a importância do Mapa de Risco e quem é o responsável pela sua elaboração. Concluímos tratando das atividades insalubres e das atividades perigosas, explicando a percepção dos adicionais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Referências BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Disponível em: http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf. Acesso em 28/12/2015. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Disponível em: http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR- 09atualizada2014III.pdf. Acesso em 28/12/2015. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR15 – Atividades e Operações Insalubres. Disponível em: http://www.mtps.gov.br/seguranca-e-saude-no- trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras/norma-regulamentadora-n- 15-atividades-e-operacoes-insalubres. Acesso em: 28/12/2015. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR16 – Atividades e Operações Perigosas. Disponível em: http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR16.pdf. Acesso em 28/12/2015. BREVIGLIERO, E; POSSEBON, J; SPINELLI, R. Higiene Ocupacional: Agentes biológicos, químicos e físicos. 6ª Edição. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011. FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional, NHO 01, Procedimento técnico. Avaliação da exposição ocupacional ao ruído. SP, 2001. 41 páginas. OLIVEIRA, C. A. D. de. et al. Manual prático de saúde e segurança do trabalho. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 SALIBA, T. M. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA. Avaliação e Controle de Riscos Ambientais. 3ª Edição. São Paulo: LTR, 2011. SCHULTES, S., SIMÕES, T. Organização e gestão industrial. Higiene e segurança no trabalho. Exposição às vibrações no trabalho. Maio, 2010. SESI. Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Técnicas de avaliação de agentes ambientais: Manual SESI. Brasília: SESI/DN, 2007. Disponível em: http://www.cpn-nr18.com.br/uploads/documentos- gerais/tcnicas_de_avaliao_de_agentes_ambientais_.pdf. Acesso em: 01/12/2015. SOEIRO, N.S. Vibrações e o corpo humano: Uma avaliação ocupacional. I Workshop de Vibração e Acústica da Região Norte, Tucuruí, Pará, 2011.
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