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Profa. Rosângela Frade Depto. Bioquímica/UFPE segunda-feira, 26 de maio de 14 Doenças cardiovasculares Bloqueio parcial das artérias coronárias na p a s s a g e m d e s a n g u e . N ã o c h e g a a comprometer o abastecimento de nutrientes e/ou O2. Angina Instável Infarto agudo do miocárdio (IAM) Processo de necrose do miocárdio causado pelo bloqueio de sangue nas artérias coronárias devido à uma trombose (coágulo). Doença Isquêmica do Coração Redução ou eliminação de sangue para abastecimento do miocárdio. Insuficiência Cardíaca Congestiva O coração é incapaz de bombear sangue numa frequência proporcional às necessidades metabólicas dos tecidos. segunda-feira, 26 de maio de 14 Um processo multifatorial e complexo Líder como causa de óbito Lesões ateroscleróticas: início vida intrauterina Evolução silenciosa ao longo dos anos Principal causa de IAM segunda-feira, 26 de maio de 14 Fatores de Risco Processo Patogenético Primário Não Modificáveis Idade, Raça, Gênero Masculino, Genética Modificáveis pelo Estilo de Vida Dieta rica em gordura saturada e colesterol; pobre em frutas, vegetais e grãos Colesterol sangüíneo alto e estresse oxidativo Obesidade Síndrome metabólica de resistência à insulina Tabagismo Estresse oxidativo Sedentarismo Perfusão pobre, perfil lipídico adverso Modificáveis por Drogas Dislipidemia Estresse oxidativo Hipertensão Estresse oxidativo, vasoconstrição Não Tradicional Lipoproteína (a) Trombogênese Homocisteína Estresse oxidativo Infecção Inflamação segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 Lipoproteínas: Compostos mistos de proteínas e lipídeos que atuam principalmente no transporte de lipídeos no sangue e facilitam a interação dos lipídeos com enzimas. Transpote de lipídeos exógenos Transporte de lipídeos endógenos Transporte reverso do colesterol segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 0 Steinberg D et al. N Engl J Med 1989;320:915-924. Endotélio Lúmen do vaso LDL LDL entra na parede arterial onde pode ser modificada LDL Intima LDL modificada (LDLox) LDL modificada é Pró-inflamatória Outras modificações oxidativas Oxidação de lípides e da ApoB Glicação segunda-feira, 26 de maio de 14 LDL LDL Navab M et al. J Clin Invest 1991;88:2039-2046. Endotélio Lúmen do vaso Intima Monócito LDL modificada (LDLox) MCP-1 segunda-feira, 26 de maio de 14 LDL LDL Steinberg D et al. N Engl J Med 1989;320:915-924. Endotélio Lúmen do vaso Intima Monócito LDLox Macrófago MCP-1 M-CSF segunda-feira, 26 de maio de 14 Endotélio Lúmen do vaso MCP-1 E-Selectina P-Selectina Charo IF. Curr Opin Lipidol 1992;3:335-343. Intima VCAM-1 ICAM-1 Adesão firme Captura Rolamento Transmigração Monócito segunda-feira, 26 de maio de 14 * As selectinas: E-selectina e P-selectina: medeiam o rolamento inicial de células inflamatórias ao longo das células endoteliais. * VCAM-1 (molécula-1 de adesão de célula vascular) e ICAM-1 (molécula-1 de adesão intercelular): medeiam a adesão e transmigração de monócitos no endotélio. segunda-feira, 26 de maio de 14 LDL LDL Nathan CF. J Clin Invest 1987;79:319-326. Endotélio Lúmen do vasoMonócito LDLox Macrófago MCP-1 Moléculas de adesão Citocinas Intima segunda-feira, 26 de maio de 14 LDL LDL Endotélio Lúmen do vasoMonócito Macrófago MCP-1 Steinberg D et al. N Engl J Med 1989;320:915-924. Células espumosas (Foam cells) Intima Moléculas de adesão M-CSF LDLox Receptores removedores (Scavengers) segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 PERFIL LIPÍDICO - Colesterol Total (CT) ◦ Presente na LDL, HDL e VLDL - Triglicérides (TG) ◦ Presentes principalmente na VLDL - HDL-colesterol (HDL-c) ◦ Transporta colesterol das células periféricas para o fígado, diminui a produção de moléculas de adesão, oxidação de LDL e facilita a saída de colesterol do endotélio. segunda-feira, 26 de maio de 14 - LDL-colesterol (LDL-c) ◦ 70% do colesterol sérico é transportado pela LDL que quando oxidada favorece a aterosclerose. ◦ LDL-c = CT - HDL-c – TG/5 ◦ TG/5 = VLDL-c (60% TG, 12% colesterol e 28% fosfolipídeos e apolipoproteínas) (Friedewald, 1972) segunda-feira, 26 de maio de 14 Variações nas dosagens dos lipídeos Analíticas – metodologias Pré-analíticas- fatores intrínsecos do indivíduo - Coeficiente de variação biológica (CVb) ANALITO INTERVALO DE VARIAÇÃO (CVb)Colesterol total 1,7 a 11,6 HDL-C 2,2 a 13,7 LDL-C 2,0 a 15,3 Triglicérides 5,3 a 74,0 segunda-feira, 26 de maio de 14 A mobilização dos triacilgliceróis armazenados necessita da presença dos hormônios: epinefrina e glucagon segunda-feira, 26 de maio de 14 Recomendações para minimizar as variáveis pré- analíticas do perfil lipídico CONDIÇÕES PARA DETERMINAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO Estado metabólico estável; Nenhuma atividade física vigorosa nas 24 horas que antecedem a coleta; Dieta habitual e peso devem ser mantidos por pelo menos duas semanas antes da realização do exame; A repetição das dosagens deve ser realizada no mesmo laboratório; Evitar a ingesta de álcool nas 72 horas que antecedem a coleta; A partir de três meses após o parto; Realizar jejum prévio de 12h a 14h; Após processos infecciosos, inflamatórios, após 24 horas do infarto do miocárdio, ou cirurgia em geral, o perfil lipídico do paciente poderá estar temporariamente comprometido (CT ↓ e TG ↑). Recomenda-se aguardar pelo menos oito semanas para a determinação da lipidemia. Situações em que o glicerol livre está em maior concentração, superestimando os níveis de TG séricos: exercício recente, estresse emocional, doença hepática, diabetes melito, medicação intravenosa contendo glicerol, nutrição parenteral, hemodiálise, exercício recente. segunda-feira, 26 de maio de 14 VALORES DE REFERÊNCIA DOS LÍPIDES PLASMÁTICOS ADOTADOS NO BRASIL SEGUNDO AS III DIRETRIZES BRASILEIRAS DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE Lípides Valores (mg/dL) Categoria CT < 200 200-239 >240 Ótimo Limítrofe Alto LDL-C <100 100-129 130-159 160-189 >190 Ótimo Desejável Limítrofe Alto Muito alto HDL-C <40 >60 Baixo Alto TG <150 150-200 200-499 >500 Ótimo Limítrofe Alto Muito alto segunda-feira, 26 de maio de 14 Diagnóstico laboratorial das deslipidemias 1. Hipercolesterolemia isolada: ◦ CT > 240 mg/dL com LDL-C > 160 mg/dL; 2. Hipertrigliceridemia: ◦ triglicérides > 200 mg/dL; 3. Dislipidemias mistas: ◦ CT > 240 mg/dL com LDL-C > 160 mg/dL e TG > 200 mg/dL. 4. HDL-colesterol baixo: ◦ HDL-C < 40 mg/dL, podendo ocorrer em associação com os tipos anteriores. segunda-feira, 26 de maio de 14 Dislipidemias Primárias: ◦ Origem genética; Dislipidemias Secundárias: ◦ Dislipidemias secundárias a outras doenças(ex.: Hipotireoidismo, Diabetes melito e Obesidade); ◦ Dislipidemias secundárias a medicamentos (ex.: anti- hipertensivos, corticosteróides e isotretinoína – acne); ◦ Dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados. segunda-feira, 26 de maio de 14 Apolipoproteínas Apo B ◦ Apo B100 é encontrada em LDL e VLDL ◦ Fator de risco cardiovascular ◦ Valores normais: 45 a 104 mg/dL Apo A-1 ◦ Encontrada na HDL ◦ Fatorde proteção cardiovascular ◦ Valores normais: 91 a 175mg/dL segunda-feira, 26 de maio de 14 Proteína C reativa ultra sensível Indica um estado inflamatório basal possivelmente relacionado a aterosclerose ou disfunção endotelial. Valor normal: até 0,3 mg/dL Risco cardiovascular PCRUS ALTO > 0,3 mg/dL MÉDIO 0,1 a 0,3 mg/dL BAIXO < 0,1 mg/dL Lipoproteína (a) • Lipoproteína modificada associada a doença arterial coronariana nas raças branca e amarela. – Valores normais: < 30mg/dL segunda-feira, 26 de maio de 14 Homocisteína • A homocisteína é um aminoácido intermédio que é formado quando da interconversão dos aminoácidos metionina e cisteína, e em vários pontos deste processo metabólico é requerida a presença de ácido fólico e de enzimas contendo as vitaminas B6 e B12 como cofatores. • Elevações associadas à disfunção endotelial, trombose e maior gravidade da aterosclerose. • Valor normal: 5 -15 nmol/L segunda-feira, 26 de maio de 14 segunda-feira, 26 de maio de 14 AST (aspartato amino transferase) ou TGO ◦ Pode apresentar níveis elevados também em lesões do fígado, músculo esquelético e em menor proporção rins e pâncreas. ◦ Níveis elevados 6 a 8 horas após o infarto agudo do miocárdio (87 a 97% dos pacientes), atingindo um pico de 12 a 24h e normalizando-se após 4 a 5 dias. ◦ Não específica. ◦ Valor normal: < 40U/L segunda-feira, 26 de maio de 14 • Lactato desidrogenase – Encontrada em vários tecidos: miocárdio, fígado, músculo esquelético, rins e etc. – Apresenta 5 isoformas: LD1, LD2, LD3, LD4 e LD5. – LD1 e LD2 predominam no miocárdio. – Níveis elevados de LD 24 a 48h após o infarto (82 a 100% dos pacientes), atingindo um pico em 48 a 72h e normalizando-se em torno de 10 dias. – Valor normal: < 480 U/L Relação LD1/LD2>0,7 segunda-feira, 26 de maio de 14 Creatino quinase (CK ou CPK) ◦ Encontrada no músculo cardíaco, esquelético e no cérebro. ◦ Favorece a reposição do ATP gasto na contração muscular. ◦ No IAM os níveis de CK se comportam como os níveis de AST, porém sem influência hepática. ◦ Apresenta 3 isoformas: CK-MM, CK-MB e CK-BB CK-MM : Predomina no músculo esquelético (mais de 95% da CK total) CK-MB : Predomina no músculo cardíaco (menos de 6% da CK total) CK-BB : Predomina no cérebro (raramente presente no soro) segunda-feira, 26 de maio de 14 – A CK representa a atividade de todas as isoenzimas. – A desvantagem está na sua elevação em lesões no músculo esquelético e cardíaco. – Valores normais: < 170 U/L – Pode estar aumentada também em miocardite, taquiarritimias e outros: segunda-feira, 26 de maio de 14 CK-MB ◦ Apresenta alta especificidade para lesões no miocárdio, porém pode apresentar valores elevados junto a CK-MM quando há lesão no músculo esquelético. ◦ A dosagem deve ser feita junto a CK total para cálculo da proporção da CK-MB com relação a CK total. ◦ Pacientes podem apresentam níveis elevados de CK-MB sem elevação da CK total (faixa normal ampla), principalmente em pacientes com menor índice de massa muscular. ◦ Índice relativo: 100% X CK-MB > 6% Sugestivo de lesão no miocárdio CK total < 6% Sugestivo de lesão no músculo esquelético – Eleva-se 4 a 8h após o infarto, atingindo pico 12 a 24h e normalizado-se em 48 a 72h. segunda-feira, 26 de maio de 14 Análise CK-MB sérico CK-MB Enzimático: CK-MB Massa: resultados mais confiáveis Enzima Substrato Complexo Enzima- Substrato AcMo CK-MB Complexo “antígeno- anticorpo” melhor sensibilidade analítica Detecta enzimas ativas e inativas Método Colorimétrico Método Imunométrico segunda-feira, 26 de maio de 14 M M Anti-M CK CK M B Anti-M Macro CK B B Anti-M Anti-M 45°C/20min. M B + Macro BB CK-MB = 70 UI CK-MB =40 UI Macro-BB CK-MB real : 70-40 = 30UI Interferências de macro CK (enzima ligada a anticorpos) segunda-feira, 26 de maio de 14 Mioglobina ◦ Hemoproteína transportadora de oxigênio no músculo cardíaco e esquelético (2% da proteína total do músculo) ◦ Eleva-se aproximadamente 1h após o infarto, atingindo pico entre seis e nove horas ◦ É excretada pelos rins e seu aumento após lesão muscular pode estar relacionado com insuficiência renal. segunda-feira, 26 de maio de 14 • TROPONINAS – Atuam na regulação da contração do músculo esquelético. – Principais troponinas: TNT (subunidade ligada a tropomiosina), TNC (Ligadora de cálcio) e TNI (Subunidade inibidora de actina). – Marcadores mais utilizados: cTNT e cTNI. segunda-feira, 26 de maio de 14 – Apresentam-se elevadas de 4 a 7h após o infarto, com pico de 12 a 18h e normalização em torno de 10 dias. – São mais específicas que a CK-MB para infarto. – Detectam pequenas lesões no músculo cardíaco antes mesmo que a CK-MB. – Dosagem por métodos imunológicos. – Valores normais: < 1ng/mL. PRINCIPAIS MARCADORES CARDÍACOS x TEMPO segunda-feira, 26 de maio de 14 • MIOGLOBINA – Hemoproteína transportadora de oxigênio no músculo cardíaco e esquelético (2% da proteína total do músculo). – Eleva-se aproximadamente 1h após infarto, atingindo pico entre seis e nove horas. – É excretada pelos rins e seu aumento após a lesão muscular pode estar relacionado com a deteriorização da função renal. Quadro comparativo da vida média dos marcadores de IAM InícioInício Pico Pico Normalização Normalização Mioglobina 1 a 3 horas 6 a 9 horas 24 horas Troponina T 2 a 4 horas 12 horas 7 a 10 dias Troponina I 4 a 6 horas 12 horas 7 a 10 dias CK-MB 3 a 5 horas 24 horas 2 a 4 dias CK-T 4 a 8 horas 12 a 24 horas 3 a 4 dias segunda-feira, 26 de maio de 14 ENSAIOS IMUNOMÉTRICOS Anticorpos heterofílicos no soro humano Reagir com as imunoglobulinas do ensaio ENSAIOS COLORIMÉTRICOS Bilirrubina Hemólise Lipemia Aumento do valor >3000mg/dL • INTERFERENTES segunda-feira, 26 de maio de 14 PERSPECTIVAS Troponina de alta sensibilidade segunda-feira, 26 de maio de 14 PERSPECTIVAS Proteína C Reativa de Alta Sensibilidade (PCR) Homocisteína Peptídeo Natriurético do tipo B (BNP) Troponina de alta sensibilidade segunda-feira, 26 de maio de 14 PERSPECTIVAS Proteína C Reativa de Alta Sensibilidade (PCR) Homocisteína Peptídeo Natriurético do tipo B (BNP) P-Selectina Anorexina V Troponina de alta sensibilidade segunda-feira, 26 de maio de 14 PERSPECTIVAS Proteína C Reativa de Alta Sensibilidade (PCR) Homocisteína Peptídeo Natriurético do tipo B (BNP) P-Selectina Anorexina V Glicogênio Fosforilase-BB (G6P-BB) Proteína Ligadora de Ácidos Graxos (FAB) Troponina de alta sensibilidade segunda-feira, 26 de maio de 14
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