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PROBLEMA SR. ARTHUR 1) Diabetes tipo 1 ou Diabetes melito insulina-dependente (DMID) começa cedo na vida, os sintomas rapidamente tornam-se graves, ela responde á injeção de insulina porque os defeitos são causados pela destruição autoimune das células pancreáticas e de uma incapacidade de produzir insulina em quantidade suficiente. Requer insulinoterapia e controle cuidadoso, por toda a vida, do controle entre a ingestão dietética e a dose de insulina. Diabetes tipo 2 ou Diabetes melito não insulina-dependente (DMNID) se desenvolve lentamente ao longo da vida, geralmente em pessoas idosas e obesas, seus sintomas são frequentemente confundidos, os defeitos estão nos receptores do hormônio insulina, ou seja, são resistentes a insulina. 2) Uma hemoglobina glicada (HbG) é uma proteína que recebeu a transferência enzimática de uma glicose, reação seguida por uma serie de rearranjos, oxidações e desidratações da porção de carboidrato, produzindo uma mistura heterogênea de AGE (produtos avançados de glicação avançada), o acúmulo de AGE pode causar problemas aos rins, retina e ao sistema cardiovascular. A HbG pode ser medida clinicamente através de uma separação eletroforética da HbG e hemoglobina não modificada, os valores normais de HbG são de 5% da hemoglobina total, pessoas com diabetes não tratado podem chegar a 13%, e obtém-se sucesso no tratamento quando um diabético alcança o valor de 7%. 3) Os exames do Sr. Arthur mostram altas taxas de glicose e HbG, além da presença elevada de corpos cetônicos e um pH baixo, o que revela que ele esta tendo uma provável cetoacidose diabética. 4) Por causa da falta de glicose, o metabolismo do Sr. Arthur esta usando como combustível os ácidos graxos, acarretando na oxidação excessiva, porém incompleta dos ácidos graxos no fígado. O acumulo de acetil CoA leva a produção de corpos cetônicos, principalmente -hidroxibutirato, um corpo cetonico que é produzido em uma velocidade muito superior da qual é usada pelos tecidos extra-hepáticos, no diabético essa velocidade supera a capacidade do sistema tampão bicarbonato, causando uma acidose ou até cetoacidose. 5) Após a ligação da insulina o receptor sofre autofosforilação em múltiplos resíduos de tirosina. Isto resulta na ativação da quinase do receptor e conseqüente fosforilação em tirosina de um a família de substratos do receptor de insulina (IRS). De forma similar a outros fatores de crescimento, a insulina usa fosforilação e interações proteína-proteína como ferramentas essenciais para transmitir o sinal. Estas interações proteína-proteína são fundamentais para transmitir o sinal do receptor em direção ao efeito celular final, tais como translocação de vesículas contendo transportadores de glicose (GLUT4) do pool intracelular para a membrana plasmática, ativação da síntese de glicogênio e de proteínas, e transcrição de genes específicos. Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000400013 6) A insulina aumenta o transporte e a utilização da glicose pela maioria das outras células do organismo, do mesmo modo como afeta a utilização da glicose pelas células musculares, o transporte da glicose para as células adiposas fornece, principalmente, substrato para a porção glicerol da molécula de gordura. Desse modo indireto, a insulina promove a deposição da gordura nessas células. Fonte: Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica - 13ª Ed. 2017 7) A fadiga muscular e tontura estão relacionadas ao transporte insuficiente de glicose provocado pela falta da ação da insulina. Por conta disso, o corpo esta “utilizando a si mesmo” como fonte de energia, o que acarretou a perda de peso do Sr. Arthur. Uma vez que os rins deixam de reter a glicose, seu excedente é eliminado pela urina, o que ocasiona poliúria, a qual consequentemente, pela exacerbada excreção de liquido gera a polidipsia. Como seu corpo não esta fazendo proveito da energia proveniente da glicose, ele acarretara no aumento de seu apetite. 8) O paciente apresenta um elevado nível de estresse –evidente pelo fato de estar desempregado e recém divorciado. E estudos científicos apontam que o diabetes mellitus atualmente é considerado uma das principais doenças crônicas que afetam o homem contemporâneo e sua importância vem crescendo em decorrência de vários fatores. Dentre estes destacamos mudanças de estilo de vida tradicional para moderno e inatividade física. Nesta direção a ansiedade mental e fisiológica pode diminuir a tolerância à glicose, como também precipitar o diabetes em pessoas cuja tolerância já está em declínio. Desse modo, o estresse no ambiente de trabalho pode contribuir para o aparecimento desta doença, exigindo das instituições revisão das diretrizes que norteiam o trabalho. Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n3/11499 9) - O Sr. Arthur aparenta portar a diabetes melito tipo 1,pois: - Os sintomas apareceram cedo (30 anos de idade) - Os sintomas tornaram-se rapidamente graves. - A diabetes melito tipo 2, geralmente acomete pessoas obesas, o que não vem ao caso do Sr. Arthur, que apresenta IMC de 21,6, caracterizado como normal. 10) O Sr. Arthur devera receber hidratação, seguida de insulinoterapia, controle de calemia e manejo de acidemia para sua cetoacidose. Após recuperar-se por completo ele devera fazer acompanhamento médico periodicamente, medir seus níveis de glicose e controlar refeições com dieta adequada, além disso terá que fazer uso e sempre ter disponível insulina, além de glucagon. Fonte: Goldman Cecil Medicina (24ª Edição)
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