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Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Biológicas Departamento de Bioquímica Aula Teórica: Hormônios II Disciplina: Bioquímica 04 - BQ004 Curso: Ciências Farmacêuticas Objetivos da Aula Visão geral de hormônios Sistema de cascata hormonal Síntese de hormônios polipeptídicos e hormônios derivados de aminoácidos Proteínas de sinalização hormonal Hormônios cíclicos Receptores de hormônios de membrana Cascata hormonal intracelular Hormônios esteróides Objetivos da Aula Visão geral de hormônios Sistema de cascata hormonal Síntese de hormônios polipeptídicos e hormônios derivados de aminoácidos Proteínas de sinalização hormonal Hormônios cíclicos Receptores de hormônios de membrana Cascata hormonal intracelular Hormônios esteróides Sistema de cascata hormonal Hormônios endócrinos: representam uma classe de hormônios que são sintetizados em um tecido, ou ‘‘glândula’’, e viajam pela circulação geral para atingir células alvos distantes que expressam receptores cognatos. Hormônios parácrinos: são secretados por uma célula e depois viajam um distância relativamente pequena para interagir com seus receptores cognatos em uma célula vizinha Hormônios autócrinos: são produzidos pela mesma célula que, subseqüentemente, funciona como alvo para aquele hormônio Celula emisora Sistema de cascata hormonal Organização do sistema endócrino e a hierarquia hormonal. Sistema de cascata amplifica sinais específicos Sistema de cascata hormonal Um estímulo pode se originar no meio externo ou dentro do organismo, e pode ser transmitido como potenciais de ação, sinais químicos, ou ambos. Em muitos casos, tais sinais são enviados ao sistema límbico e, subseqüentemente, ao hipotálamo, à pituitária e a glândula alvo que secreta o hormônio final. Isso pode ser uma verdadeira CASCATA, no sentido de que quantidades crescentes do hormônios são geradas em níveis sucessivos e no sentido de que as meias-vidas de hormônios transportados pelo sangue tendem a ficar progressivamente mais longas na descida da cascata Exemplo de sistema de cascata hormonal: hormônios da pituitária anterior Estresse ambiental: mudança de temperatura, barulho, trauma... Liberação em ng do hormônio liberador de corticotropina (CRH), que tem um t1/2 na corrente sanguínea de alguns minutos O CRH viaja para a pituitária anterior, onde se liga ao seu receptor e inicia eventos intracelulares que resultam em liberação de hormônio adrenocorticotrópico (ACTH). Liberado em ug e tem o t1/2 maior que o CRH O ACTH circula até se ligar a seus receptores cognatos expressos nas células do córtex adrenal. O que estimula a síntese e liberação do esteróide cortisol. O cortisol, retroalimenta negativamente as células da pituitária anterior e do hipotálamo Exemplo de sistema de cascata hormonal: hormônios da pituitária anterior Setas longas recobertas por círculos abertos ou fechados indicam vias de retroalimentação negativa: -Alças de retroalimentação ultra-curtas -Alças de retroalimentação curtas - Alças de retroalimentação longas Resumo dos Hormônios Liberadores Exemplo de sistema de cascata hormonal: hormônios da pituitária posterior O sistema da pituitária posterior se ramifica para a direita, a partir do hipotálamo. Ocitocina e vasopressina são sintetizados em corpos celulares separados de neurônios hipotalâmicos. Síntese de vasopressina ocorre principalmente no núcleo supra-óptico, e síntese de ocitocina ocorre principalmente no núcleo para ventricular. Relação anatômica entre hipotálamo e glândula pituitária Relação anatômica entre hipotálamo e glândula pituitária Objetivos da Aula Visão geral de hormônios Sistema de cascata hormonal Síntese de hormônios polipeptídicos e hormônios derivados de aminoácidos Proteínas de sinalização hormonal Hormônios cíclicos Receptores de hormônios de membrana Cascata hormonal intracelular Hormônios esteróides Principais hormônios polipeptídicos e suas ações Principais hormônios polipeptídicos e suas ações Principais hormônios polipeptídicos e suas ações Principais hormônios polipeptídicos e suas ações posterior Principais hormônios polipeptídicos e suas ações Principais hormônios polipeptídicos e suas ações Hormônios polipeptídicos: codificação gênica Em alguns casos, mais de um hormônio é codificado em um gene. Pró-opiomelanocortina gera 8 hormônios a partir de um único produto gênico: ACTH, β-lipotropina, γ-lipotropina, γ-MSH, CLIP, α-MSH, β- endorfina, β-MSH e encefalinas. Nem todos estes produtos são expressos simultaneamente em um único tipo celular, mas são produzidos em células separadas com base em seu conteúdo de proteases específicas necessárias, controles metabólicos específicos e a presença de reguladores. Hormônios polipeptídicos: codificação gênica Em alguns casos, mais de um hormônio é codificado em um gene. Pré-pró-vasopressina: codifica a vasopressina e a neurofisina II, são co-liberados em respostas ao estímulo de barorreceptores (sentem uma queda de pressão sangüínea) e osmorreceptores (sensores da elevação na concentração extracelular de íon sódio). Pré-pró-ocitocina: codifica a ocitocina e neurofisina I, são co-liberados em resposta à sucção em fêmeas lactantes Hormônios derivados de aminoácidos: Hormônios da tireóide e hormônios catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) - Secretados pelas células cromafins da medula supra- renal a partir de fenilalanina/tirosina Hormônios derivados de aminoácidos Adrenalina ou epinefrina Noradrenalina Hormônios catecolaminas Hormônios derivados de aminoácidos Hormônios catecolaminas Relação das células cromafins com inervação por neurônios pré- ganglionares e elementos estruturais envolvidos na síntese de epinefrina e descarga de catecolaminas em resposta a acetilcolina Hormônios derivados de aminoácidos Hormônios catecolaminas PNMT = feniletanolamina N- metiltransferase, enzima que converte norepinefrina em epinefrina Epinefrina interage com receptores α de hepatócitos para aumentar os níveis de glicose sangüínea e interage com receptores α de células de músculo liso vascular para causar vasoconstricção e aumentar a pressão sangüínea Cálcio entra nas células, causando a fusão de membranas glanulares e plasmáticas e exocitose dos conteúdos Hormônios da tiréoide Esquema da biossíntese e da secreção do hormônio da tireóide, tetraiodo-L-tironina (T4), ou tiroxina, e seu metabólito ativo, triiodo-L-tironina (T3) MIT, DIT, T3 e T4 são produzidas na molécula de tireoglobulina (glicoproteína grande que é armazenada no lúmem dos folículos da tireóide) 1. Oxidação de iodeto 2. Iodinação de resíduos de tirosina 3. Acoplamento de DIT com DIT 3. Acoplamento de DIT com MIT Hormônios derivados de aminoácidos Hormônios da tireóide Hormônios derivados de aminoácidos Mecanismos celulares para a liberação de T3 e T4 na corrente sanguínea 1- Endocitose da tireoglobulina (TG) 2- Proteólise da TG dentro da célula epitelial folicular 3- Liberação das DIT e MIT 4- DIT e MIT são deiodinadas e os íons iodeto liberados são reciclados e reutilizados para a síntese de hormônio da tireóide 5- DIT e MIT transforma-se emT3 e T4 1 2 3 4 5 Canal simporter iodo-sodio Hormônios da tireóide folículo Contém 134 tirosinas Hormônios da tireóide Hormônios derivados de aminoácidos Inativação e degradação de hormônios derivados de aminoácidos A maioria dos hormônios peptídicos são degradados a aminoácidos por proteases, onde há clivagem da amida C-terminal. Hormônios derivados de aminoácidos Inativação e degradação de hormônios derivados de aminoácidos Alguns hormônios contêm pontes dissulfeto cistina e estes podem ser degradados por cistina aminopeptidase e glutationa transidrogenase Ex: Ocitocina Hormônios derivados de aminoácidos Inativação e degradação de hormônios derivados de aminoácidos Alguns hormônios contêm pontes dissulfeto cistina e estes podem ser degradados por cistina aminopeptidase e glutationa tranidrogenase Ex: Ocitocina Objetivos da Aula Visão geral de hormônios Sistema de cascata hormonal Síntese de hormônios polipeptídicos e hormônios derivados de aminoácidos Proteínas de sinalização hormonal Hormônios cíclicos Receptores de hormônios de membrana Cascata hormonal intracelular Hormônios esteróides Visão geral da sinalização Hormônios polipeptídicos ligam-se a receptores de membrana expressos especificamente em células alvos . Após ligação com seus receptores cognatos de membrana, muitos hormônios peptídicos e protéicos transmitem seus sinais intracelulares por segundos mensageiros: - AMP cíclico (cAMP) - GMP cíclico (cGMP) - Inositol trifosfato (IP3) - Diacilglicerol (DG) - Fosfatidilinositol 3,4,5-trifosfato (PIP3) Ativa ou inativa uma proteína transdutora na membrana Sofrem internalização junto com seu receptor para o interior da célula Diferentes hormônios ligam-se a receptores que ativam uma subunidade de proteína G (proteína de ligação a GTP) estimulatória (Gs) ou inibitória (Gi), resultando na ativação ou inibição de uma enzima efetora e, assim, um aumento ou diminuição na concentração do segundo mensageiro intracelular correspondente. Os segundos mensageiros intracelulares ativam quinases específicas que iniciam uma cascata de reações de fosforilação/desfosforilação, resultando na ativação de algumas e inativação de outras enzimas Exemplo de um hormônio que faz transdução de um sinal via geração de um segundo mensageiro Efeito de TSH sobre a secreção de hormônio da tireóide 1- TSH liga-se a seus receptores de membrana acoplados a proteína G na glândula tireóide 2- Resulta em ativação de adenilato ciclase e geração de cAMP 3- cAMP liga-se as subunidades regulatórias da forma inativa de proteína quinase A, levando à sua dissociação das subunidades catalíticas, que ficam então totalmente ativadas. 4- A enzima inicia uma cascata de fosforilações proteícas, resultando na secreção do hormônio da tireóide 1 2 3 4 Objetivos da Aula Visão geral de hormônios Sistema de cascata hormonal Síntese de hormônios polipeptídicos e hormônios derivados de aminoácidos Proteínas de sinalização hormonal Hormônios cíclicos Receptores de hormônios de membrana Cascata hormonal intracelular Hormônios esteróides Sinais de hormônios cíclicos CORTISOL: variação diurna de secreção deste hormônio pela glândula adrenal é regulada pela transição sono/vigília MELATONINA: secreção noturna deste hormônio pela glândula pineal é determinada por luz do dia e escuro CICLO OVARIANO: opera numa base cíclica, ditada pelo sistema nervoso central Biossíntese de melatonina 1 1- Liberação de norepinefrina por um neurônio adrenérgico 2- Liberação de norepinefrina no escuro estimula a formação de cAMP por um receptor β da membrana celular do pinealócito 3- O cAMP aumenta a síntese de N-acetiltransferase e conversão de serotonina em N-acetilserotonina 4- Hidroxiindol-O- metiltransferase (HIOMT) então converte N- acetilserotonina em melatonina, que é secretada durante horas no escuro. A melatonina induz sonolência. O controle é exercido pela luz que entra nos olhos, que inibe a glândula pineal e, assim, a liberação de melatonina. 2 4 3 Biossíntese de melatonina 1 1- Liberação de norepinefrina por um neurônio adrenérgico 2- Liberação de norepinefrina no escuro estimula a formação de cAMP por um receptor β da membrana celular do pinealócito 3- O cAMP aumenta a síntese de N-acetiltransferase e conversão de serotonina em N-acetilserotonina 4- Hidroxiindol-O- metiltransferase (HIOMT) então converte N- acetilserotonina em melatonina, que é secretada durante horas no escuro. A melatonina induz sonolência. O controle é exercido pela luz que entra nos olhos, que inibe a glândula pineal e, assim, a liberação de melatonina. 2 4 3 Ciclo ovariano é controlado por secreção pulsátil e cíclica de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) 1- GnRH é secretado de células neuroendócrinas hipotalâmicas em pulsos discretos (cerca de 1h) em adulto homens e mulheres. Entretanto em mulheres, a quantidade total de GnRH secretada mudam ao longo do ciclo menstrual 2- GnRH estimula a secreção de FSH e LH pela pituitária anterior (gonadotropos) 3- O FSH amadurece o folículo e o óvulo e a síntese e secreção de 17β-estradiol e inibina (é um regulador por feedback negativo da produção de FSH pelo gonadotropos) 4- Quando o folículo atinge a maturidade, o surgimento de LH, FSH e prostaglandina F2α desencadeia a ovulação (Estrógeno: estimula a síntese de prostaglandina Progesterona: inibe a liberação de prostaglandinas) 5- O folículo residual torna-se o corpo lúteo funcional, sob o controle de LH 6- O LH liga-se a seus receptores cognatos no corpo lúteo e, por estímulo da proteína quinase A, aumenta a síntese de progesterona. 1 2 3 4 6 5 1- GnRH é secretado na pituitária anterior 2- GnRH estimula a secreção de FSH e LH pela pituitária anterior (gonadotropos) 3- O FSH amadurece o folículo e óvulo 4- Quando o folículo atinge a maturidade, o surgimento de LH, FSH, estrógeno e prostaglandina F2α desencadeia a ovulação 5- O folículo residual torna-se o corpo lúteo funcional, sob o controle de LH 6- O LH liga-se a seus receptores cognatos no corpo lúteo e, por estímulo da proteína quinase A, aumenta a síntese de progesterona 7- Se a fertilização não ocorrer, o corpo lúteo regride ou degenera, devido ao suprimento diminuído de LH, e os níveis de progesterona e estrógeno caem abruptamente. O estímulo hormonal para espessamento e vascularização da parede endometrial uterina é perdido. Menstruação ocorre como uma conseqüência de necrose celular Ciclo ovariano 1 e 2 3 4 5 e 6 7 Efeito da fertilização sobre o ciclo ovariano em termos de secreção de progesterona e gonadotropina coriônica humana (hCG) Se a fertilização ocorrer, o corpo lúteo permanece viável devido a produção de hCG A secreção de hCG atinge o máximo cerca de 80 dias após o último período menstrual, depois decai muito rapidamente Quando os níveis de hCG caem, o corpo lúteo começa a regredir e, por volta de 12 semanas de gravidez, a placenta assume a produção e secreção de progesterona e estrógenos Na gravidez o excesso de estrógeno, aumenta a concentração de prostaglandinas provocando a contração do endométrio e por consequência a expulsão do feto.Efeito da fertilização sobre o ciclo ovariano em termos de secreção de progesterona e gonadotropina coriônica humana (hCG) Se a fertilização ocorrer, o corpo lúteo permanece viável devido a produção de hCG A secreção de hCG atinge o máximo cerca de 80 dias após o último período menstrual, depois decai muito rapidamente Quando os níveis de hCG caem, o corpo lúteo começa a regredir e, por volta de 12 semanas de gravidez, a placenta assume a produção e secreção de progesterona e estrógenos Todos os testes de gravidez utilizados visam identificar a gonadotrofina coriônica humana (BHCG) produzida logo após a fecundação e implantação do óvulo ao útero. A determinação deste exame, na urina ou no sangue, é a forma mais utilizada para o diagnóstico precoce da gestação
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