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CÁRIE DENTAL

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CÁRIE DENTÁRIA
Conceitos e Teoria:
A cárie dentária é uma das doenças mais antigas e de maior prevalência nos seres humanos, com relatos de casos há mais de um milhão de anos.
Até o século XIX havia baixa incidência de caie dentária, porém com a Revolução Industrial e o advento de alimentos industrializados utilizando o açúcar refinado, houve um aumento significante na prevalência de cárie, motivo de grande preocupação na sociedade.
Em função desses acontecimentos, muitos estudos surgiram com o intuito de entender melhor como ocorria a doença. Em 1954, Gustafsson et al, conduziram um estudo em Vipeholm (entre 1946 e 1951) no qual constataram que quanto maior a freqüência de ingestão de carboidratos fermentáveis, principalmente aqueles com consistência pegajosa, maior a incidência de cárie, mostrando a relação do desenvolvimento de cárie com o consumo de uma dieta rica em carboidratos. 
Em 1968, Keyes relatou os fatores determinantes para o desenvolvimento da cárie dentária: HOSPEDEIRO, BACTÉRIAS e DIETA ( conhecido como a Tríade de Keyes ).
Como a doença progride com o tempo, Newbrum, em 1988 incluiu o fator tempo ao diagrama.
 Num diagrama mais atual, Fejerskov e Manji (1990) desenvolveram um diagrama que relaciona os 3 fatores determinantes ou primários de Keyes com outros fatores chamados moduladores ou secundários do desenvolvimento da doença. Dentre os fatores secundários destacam-se a SALIVA, a HIGIENE ORAL e o USO DE FLÚOR.
A cárie dentária pode ser definida como uma doença infecto-contagiosa, que causa inicialmente uma dissolução dos componentes inorgânicos dos dentes, e com sua evolução (não-controle) afeta dentina, levando a perda de dentes. É uma doença progressiva.
Fatores Primários ou determinantes: hospedeiro (ambiente bucal); dieta cariogênica e microorganismos específicos. Fatores Secundários : saliva, higiene oral e flúor.
Ambiente Bucal: Estrutura Dental
As estruturas dentais mineralizadas possuem diferenças em sua composição. O esmalte dentário é muito resistente ao desgaste, porém mais friável, enquanto a dentina é menos resistente ao desgaste, mas é menos friável. A sobreposição destes tecidos torna o dente uma estrutura capaz de suportar forças mastigatórias.
 O esmalte dentário é o tecido mais mineralizado do organismo, apresentando 95% mineral, 3% água e 2% de substâncias orgânicas. Seu principal componente mineral é a hidroxiapatita, porém existem outros minerais em sua composição, mais solúveis que a hidroxiapatita.
 A dentina é constituída de 75% de minerais, 20% de substâncias orgânicas (basicamente proteínas) e 5% de água.
Solubilidade Dentária : 
A solubilidade das estruturas dentárias é totalmente dependente do pH e concentrações de cálcio, fosfato e flúor, presentes no meio. 
Quanto menor o pH bucal, maior a solubilidade das estruturas.
O pH normal da saliva é 6,7. Quando ocorre a produção de ácidos pelas bactérias, o pH cai. O pH 5,5 é considerado crítico ao esmalte dentário. Nessas condições onde o pH é menor que o crítico (5,5) ocorre perda mineral, denominado desmineralização.
Atividade Cariosa:
Quando ocorre desmineralização numa proporção maior que a remineralização, o aspecto clínico da estrutura dental é modificado, surgindo uma área esbranquiçada, rugosa, porosa e opaca na superfície do dente, chamada de “lesão de mancha branca”. A lesão de mancha branca é o primeiro sinal clínico da cárie dentária.
Saliva:
A qualidade de saliva e principalmente a quantidade é um fator importante na etiologia da cárie. A saliva é constituída basicamente de água e componentes como cálcio, fosfato, flúor e íons bicarbonato e fosfato, que são os principais sistemas tampão da saliva.
As funções da saliva são:
- limpeza da cavidade oral: auxilia a remoção de restos alimentares e microorganismos não aderidos à superfície dentária. Pacientes com fluxo salivar diminuído apresentam maior rapidez no acúmulo de placa.
- capacidade tampão: neutraliza ácidos presentes na placa.
- remineralização: cálcio e fosfato atuam nesse processo.
- ação antibacteriana: agentes antibacterianos que dificultam a sobrevivência de microorganismos
Morfologia Dentária:
Dentes que apresentam sulcos profundos ou morfologias pronunciadas dificultam o acesso da saliva e a eficaz higiene, tornando-os mais propensos a desenvolver cárie dentária.
Higiene Oral / Flúor
São fatores secundários que auxiliam na prevenção da cárie dentária. O assunto flúor será discutido numa aula posterior.
Microorganismos específicos:
Mesmo sendo possível a contaminação da cavidade bucal de bebês edêntulos por streptococus do grupo mutans, estas bactérias não têm onde se fixar, pois não há dentes. Assim sendo, a infecção propriamente dita ocorre somente quando há dentes presentes na cavidade oral.
Teoricamente, existem 3 períodos de maior risco ao desenvolvimento de cárie dentária, chamados de “janela de infectividade”. O 1º período, chamado de 1ª janela de infectividade tem início com a erupção dos primeiros dentes na cavidade oral e se fecha com a completa erupção dos dentes decíduos. A 2ª janela de infectividade abre-se com a erupção dos primeiros molares permanentes e se fecha após erupção dos segundos molares permanentes. E a 3ª janela da infectividade , com a erupção dos terceiros molares, porém nessa fase o risco é menor.
Transmissão Vertical:
Estudos mostram que as mães contaminam seus filhos, pois estes possuem fatores imunológicos semelhantes as suas mães.
Dieta:
Uma freqüente dieta rica em carboidratos fornece substratos para a sobrevivência de microorganismos orais, que metabolizam esse substrato, causando uma diminuição do pH oral, levando a dissolução mineral do dente.
Em 1940, Stephan demonstrou que após a ingestão de açúcar o pH da placa alcança seu valor mínimo em 10 minutos, permanecendo abaixo do crítico (5,5) por cerca de 15 a 20 minutos, voltando ao normal (6,7) após 45 a 60 minutos.
Hoje em dia, esse pH crítico está variando um pouco, de acordo com os hábitos alimentares e de higiene oral do indivíduo.
Fatores relevantes da dieta:
-Tipo e consistência da dieta: carboidratos fermentáveis como sacarose, glicose e frutose, têm maior potencial cariogênico. Alimentos com consistência pegajosa ficam mais tempo sobre os dentes e são mais difíceis de sofrer remoção mecânica pela língua e saliva.
 - Frequência imprópria de ingestão
- Presença ou ausência de elementos protetores como: cálcio, fosfato e lipídeos, podem diminuir seu potencial cariogênico.
Processo DES-RE
Diante de todas as informações anteriores, concluímos que o esmalte está em constante troca química em seu meio ambiente.
Esse dinamismo onde pode ocorrer perda ou ganho de minerais, conforme o pH salivar, é chamado de processo DES-RE (desmineralização/remineralização).
Desmineralização quando ocorre perda de mineral devido a queda de pH salivar.
Remineralização quando o pH volta ao normal e há reposição de minerais.
Quando a DES é constantemente maior que a Re, a doença já está presente, mesmo que em nível sub-clínico. Com a evolução disso, pode surgir o primeiro sinal clínico da doença em forma de mancha branca.
E sem uma intervenção que modifique hábitos de higiene, dieta e também fluoretação, o processo continua até surgir uma cavidade dentária. 
Infelizmente, a população de um modo geral, só procura um profissional quando já se encontra nesse estágio avançado da doença. Numa fase onde será necessária uma intervenção restauradora, associado, claro a medidas educacionais e preventivas.
Concluindo, a doença cárie ocorre antes de seu primeiro sinal clínico e muitíssimo antes de surgir uma cavidade.
Portanto, devemos estar sempre atentos aos hábitos de nossos pacientes para podermos orientá-los e evitar que permaneçam doentes, promovendo a saúde e o bem estar.

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