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Vitória da Conquista 2017 Prof. Msc.Maiana Ferraz FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Sinapses Sinapses Químicas Maior inibitório Maior excitatório DROGAS ANSIOLÍTICAS-HIPNÓTICAS • Um dos grupos mais prescritos em todo o mundo. • Principal uso: - Produzir sedação (com alívio da ansiedade); - Incentivar o sono. Atravessam a barreira placentária durante a gravidez e são detectáveis no leite materno. Farmacologia MECANISMO DE AÇÃO GABA Usos clínicos • Alívio da ansiedade; • Insônia; • Sedação e amnésia antes de procedimentos médicos e cirúrgicos (endoscopia e broncoscopia); • Tratamento de epilepsia e estados convulsivos; • Componente de anestesia balanceada; • Controle de estados de abstinência de etanol e outros sedativo- hipnóticos (diazepam, fenobarbital); • Relaxamento muscular em distúrbios neuromusculares específicos; • Como auxiliares diagnósticos ou para tratamento em psiquiatria (mania, controle de estados de hiperexcitabilidade induzidos por drogas, distúrbios depressivos maiores). Tolerância: diminuição da capacidade de resposta a determinada droga após exposição repetida. • Dependência fisiológica: Estado fisiológico alterado que exige administração contínua da droga para impedir o aparecimento de uma síndrome de abstinência (estado de maior ansiedade, inquietação, fraqueza, insônia e excitabilidade do SNC, que podem progredir para convulsões). • Dependência Psicológica : É a necessidade de determinado comportamento para viver normalmente e sentir-se confortável. Ex.: fumar cigarros. Reações adversas • Sonolência; • Diminuição da capacidade motora; • Comprometimento do discernimento; • Amnésia (compromete a capacidade de aprender novas informações); • Desinibição comportamental. Gestante: Só usar se o benefício potencial justificar o risco potencial. Interações • Bebidas alcoólicas; • Analgésicos opioides; • Anticonvulsivantes; • Anti-histamínicos; • Anti-hipertensivos; • Anti-depressivos tricíclicos Distúrbios convulsivos Convulsão -resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise convulsiva 2/3 dos indivíduos que apresentam uma crise convulsiva jamais a apresentam novamente 1/3 dos indivíduos continuarão a apresentar crises convulsivas recorrentes (Epilepsia) A atividade elétrica anormal durante uma crise convulsiva pode ser detectada pelo registro eletroencefalográfico (EEG) Causas de convulsões: epilepsia ou lesões cerebrais abstinência alcóolica overdose de drogas intoxicações febre muito alta crise convulsiva hipertensão na gravidez (eclâmpsia) Epilepsia Transtorno neurológico crônico que atinge 3% da população. Caracterizada por crises súbitas e espontâneas associadas à descarga anormal, excessiva e transitória de células nervosas. O sítio de descarga e sua extensão são fatores determinantes da sintomatologia clínica apresentada. Varia desde a perda da consciência por poucos segundos até crises generalizadas prolongadas. Fisiopatologia da epilepsia Atividade GABAérgica inibida • Falhas nas correntes de Na+, dependentes de Ca++ - prolongando a despolarização •Canais de sódio estão ativados •Canais de cálcio ativados • [Glutamato] nas áreas que circundam um foco epiléptico Fármacos que inibem os canais de sódio Fármacos que inibem os canais de cálcio Fármacos que aumentam a inibição mediada pelo GABA Classificação dos fármacos Fármacos antiepilépticos Carbamazepina Clonazepam Clorazepato Diazepam Etosuximida Gabapentina Lamotrigina Fenobarbital Fenitoína Ácido valpróico Fármacos que aumentam a inibição mediada pelos canais de sódio FENITOÍNA •Efeitos sobre a descarga – Inibe a propagação da descarga • Principais indicações – Todos exceto crises de ausência • Principais efeitos indesejáveis – Ataxia, vertigem, hipertrofia gengival, hirsutismo, anemia megaloblástica, malformação fetal, reações de hipersensibilidade CARBAMAZEPINA •Efeitos sobre a descarga – Inibe a propagação da descarga Acelera o metabolismo da fenitoína, de anticoncepcionais orais, de corticosteróides. Podem ocorrer más formações associadas ao uso da carbamazepina durante a gravidez. FÁRMACOS QUE INIBEM OS CANAIS DE CÁLCIO ETOSSUXIMIDA • Mecanismos celulares – Inibição dos canais de cálcio do tipo •Principais indicações – Nas crises de ausência. Pode exacerbar as convulsões tônico-clônicas • Principais efeitos indesejáveis – Náusea, anorexia, alterações do humor, cefaléia VALPROATO ou ácido valpróico • Mecanismos celulares – Incerto. Efeito fraco sobre a GABA transaminase e sobre os canais de sódio •Principais indicações – A maioria dos tipos, particularmente as crises de ausência • Principais efeitos indesejáveis – Em geral são menores do que com outros fármacos, náusea, queda de cabelos, aumento de peso, malformações fetais Falência hepática Fármacos que aumentam a inibição mediada pelo GABA BENZODIAZEPÍNICOS Clonazepam, clobazam, diazepam • Mecanismos celulares – Potencialização da ação do GABA. •Principais indicações – Todos os tipos. Diazepam usado por via I.V. Para controle do estado de mal epiléptico. • Principais efeitos indesejáveis FENOBARBITAL - Barbitúrico • Mecanismos celulares – Potencialização da ação do GABA. •Efeitos sobre a descarga – Inibe o início da descarga • Principais indicações – Todos os tipos exceto crises de ausência. • Principais efeitos indesejáveis – Sedação e depressão respiratória DEPRESSÃO A depressão é após a hipertensão, a condição médica crônica mais comum na população. Pelo menos 1 em cada 10 pacientes apresentam depressão maior, mas a maioria não é diagnosticada ou é inapropriadamente tratada. DEPRESSÃO MAIOR Caracteriza-se por humor deprimido e/ou perda de interesse em praticamente todas as atividades por pelo menos duas semanas, acompanhado de pelo menos três ou quatro dos seguintes sintomas: Insônia ou hipersonia Sentimentos de desvalorização ou excesso de culpa; Fadiga ou falta de energia; Redução da capacidade de pensar ou concentrar-se; Alteração significativa no apetite ou peso; Retardo ou agitação psicomotora; Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. ANTIDEPRESSIVOS o efeito antidepressivo se da às custas de um aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC: da serotonina (5-HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina (DA). O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica se dá pelo bloqueio da recaptação da NE e da 5HT no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO) que é a enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores. Antidepressivos Tricíclicos . Mecanismo de Ação - receptores pré-sináptico da NA e 5-HT (Bloqueio da recaptura de monoaminas) Mais prescrito Inibidores seletivos da recaptação de serotonina Mecanismos de Ação Inibidores seletivos da recaptação de serotonina . Efeitos Colaterais . Menor que os ADTs e IMAO . Gastrintestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia) . Psiquiátricos (agitação, ansiedade, insônia, ciclagem para mania, nervosismo) . Alterações do sono . Fadiga . Perda ou ganho de peso . Disfunções Sexuais . Reações dermatológicas Inibidores seletivos da recaptação de serotonina Uso . Depressão associada a ansiedade . Transtornos alimentares . Transtorno obsessivo – compulsivo . Síndrome do Pânico . Transtorno do estresse pós -traumático Analgésicos Opióides Grupo de substâncias naturais ou sintéticas derivadas do ópio – agentes semelhantes Ópio Suco extraído da papoula Papaver somniferum Século 3 a.C - diarréia Contém mais de 20 alcalóides Morfina e codeína Papaverina Mecanismo da Dor - Nocicepção Visão geral do circuito nociceptivo. A ativação da terminação nervosa periférica por um estímulo nocivo leva à geração de potenciais de ação que são conduzidos até o corno dorsal da medula espinal. A neurotransmissão no corno dorsal transmite o sinal a neurônios do SNC, que enviam o sinal ao cérebro. Analgésicos Opióides Classificação química Naturais Morfina, Codeína, Tebaína, Papaverina Semi-sintéticas Heroína, Hidromorfona, Hidrocodona, Oximorfona, Oxicodona Sintéticas Meperidina, Metadona, Fentanil, Propoxifeno, Etorfina Analgésicos Opióides Efeitos principais Analgesia Sedação Euforia Vício Analgésicos Opióides Mecanismo de ação Os agonistas opióides produzem analgesia através de sua ligação a receptores específicos: μ (mu), δ(delta) e k (kapa) Receptores acoplados à proteína G (RAPG) Distribuídos em vários locais de sistema nervoso e sistema periféricos Maior concentração no corno dorsal medula espinhal Inibem liberação transmissores nociceptivos Neurotransmissores no corno dorsal Fibras aferentes primarias Abertura canais K+ Hiperpolarização Potencial pós-sináptico inibitório (PPSI) Fechamento Canais Ca++ Analgésicos Opióides Farmacocinética Absorção: Bem absorvidos quando administrados por vias subcutânea, IM e oral Por via oral a absorção é lenta - grande efeito de 1ª passagem Codeína e oxicodona Via oral eficaz devido seu metabolismo de 1ª passagem ser menor Insuflação nasal – rápida absorção e evita metabolismo de 1ª passagem (↑ níveis sanguíneos) Analgésicos Opióides Farmacocinética Liga-se as proteínas em afinidades variáveis Distribui-se pelos tecidos + perfundidos Cérebro, pulmões, fígado, rins e baço [ ] no músculo e tecido adiposo (↑ lipofílicos) Metabolizada pelo fígado: Morfina-3-glicorunídeo: propriedades neuroexcitatórias 10 % metabolizada em Morfina-6-glicorunídeo Maior potência analgésica Causam excitação SNC - convulsões Eliminação renal Analgésicos Opióides Efeitos SNC Analgesia, euforia, sedação e depressão respiratória Euforia - Ação cortical (estímulo) Relacionada a ativação dos receptores μ Sensação flutuante agradável, com redução da ansiedade e do desconforto Se administrada IV – sensação de “orgasmo abdominal” Sedação - Centro da dor e Centro da vigília Sonolência e turvação da consciência Pouca amnésia Medicação pré-anestésica Sedativo, ansiolítico e analgésico Analgésicos Opióides Analgesia Dores agudas ou crônicas Reduz o componente afetivo da dor – sistema límbico Atua áreas cerebrais Córtex, amídala, hipotálamo, assim como no corno dorsal da medula espinhal Atua em áreas periféricas e locais Analgésicos Opióides Efeitos colaterais Depressão respiratória Overdose Inibe os mecanismos respiratórios do tronco encefálico - Mediada por receptores μ Diminuição da sensibilidade do centro respiratório a CO2 Rigidez de tronco Intensificação do tônus no grandes músculos do tronco Diversos opióides - complacência torácica – interfere na ventilação Analgésicos Opióides Supressão da tosse Depressão tronco cerebral Codeína em doses subanalgésicas - Indivíduos que possui tosse patológica Sistema cardiovascular Liberação histamina Morfina – IAM, Edema agudo de pulmão Hipotensão postural Analgésicos Opióides Miose Sinal patognomônico Estimulação do núcleo do nervo oculomotor mediada pelos receptores κ e μ Náusea e vômito Local de ação -área postrema (Ativação da zona de gatilho no bulbo) Trato biliar Contração do músculo liso biliar e constrição do esfíncter Cólicas biliares CIND: litíase Analgésicos Opióides Trato gastrointestinal Constipação Ação sobre o sistema nervoso entérico local e SNC Utilização de opióides para tratamento de diarreia Síndrome do intestino irritável Sistema renal Efeito antidiurético- ativação dos receptores μ Retenção urinária Função renal deprimida Redução do fluxo plasmático renal Analgésicos Opióides Prurido Ocasionado pelo SNC e liberação periférica de histamina Liberação pelos mastócitos – não relacionadas a receptores Rubor e calor pele, acompanhado de sudorese e prurido Útero Prolonga o trabalho de parto Mecanismo ainda não esclarecido Analgésicos Opióides Tolerância e dependência física Administração de doses repetidas de morfina de dos seus substratos Perda gradual da eficácia, ocorre a tolerância Necessidade de doses maiores Dependência física – síndrome abstinência Analgésicos Opióides Síndrome de abstinência Irritabilidade Calafrios Piloereção Hiperventilação Hipertermia Midríase Vômitos Diarreia Ansiedade Analgésicos Opióides Protótipo agonista dos opióides Em 1803 Sertürner isolou uma substância alcalina “morfina” Homenagem a Morfeu, o Deus dos sonhos na mitologia grega Alívio dor intensa com eficácia Relatos de seu uso em documentos egípcios Analgésico, hipnótico e antitussígeno Analgésicos opióides Dor intensa e constante Dor associada ao câncer e a outras doenças terminais Vias de administrações: Subcutânea, IM, IV, oral Hidrossoluvel- dificulta passagem BHE- entra lentamente Meia-vida de 3-4h Efeitos adversos: Sedação, depressão respiratória, constipação, náuseas e vômitos, euforia, prurido, tolerância e dependência Analgésicos opióides Utilizada para dor moderada Efeitos analgésico e antitussígeno Associado paracetamol – ↑analgesia sem ↑efeitos colaterais Via oral Absorção oral, distribuição geral e eliminação renal Ação analgésica menor que a morfina Antitussígeno por diminuição do reflexo da tosse Atua como pró-fármaco Metabolizada em morfina e outros opióides ativos Efeitos colaterais Constipação, tonteira e sedação – passível de dependência física Analgésicos opióides Farmocologia recreativa É usada com o objetivo de aumentar a autoestima e diminuir o desânimo Vias de administração Inalatória – inalada e fumada (5-10 min.) Injetável – (7 a 8 segundos) Sensação de intenso prazer, bem-estar e euforia Diminuição de sensações como dor, fome, tosse e desejo sexual Riscos de contraírem HIV, Hepatite B e Hepatite C Derivados semi-sintéticos Analgésicos opióides Alfentanil e Sufentanil 100x morfina Potente analgésicos de curta duração (Mto Lipossuluvel) Coadjuvantes da anestesia geral por via IV Meia vida de 1-5 horas Sufentanil> Fentanil> Alfentanil Uso supervisionado Efeitos adversos: Sedação, ↑ efeito de depressão respiratória, constipação, náuseas e vômitos, euforia, prurido, tolerância e dependência Derivados sintéticos Analgésicos opióides Tramadol®, Tramal® Utilizado na dor aguda (pós-operatória) e crônica Analgésicode ação central Agonista parcial (mto fraco) do receptor - revertida por naloxona Aumento na transmissão serotoninérgica Inibe a função transportada da noradrenalina Utilizado por VO e IV Bem absorvido e meia-vida de 4-6 horas Efeitos colaterais Náusea e tontura Pode causar convulsões Derivados sintéticos Analgésicos opióides Interações medicamentosas Sedativos- hipnóticos Aumento da depressão do sistema nervoso central Depressão respiratória Antipsicóticos Aumento da sedação Efeitos variáveis sobre a depressão respiratória Inibidores da MAO Contraindicação para todos os analgésicos Incidência de coma e ocorrência de hipertensão Analgésicos opióides Intoxicação por Opióide Overdose do fármaco ou combinação com outros fármacos e drogas Torpor, miose, depressão respiratória exacerbada Hipóxia e redução da pressão arterial Coma Tratamento - restauração da ventilação Administração de antagonista Naloxona Referências
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