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Bioquímica clínica Avaliação laboratorial da função hepática PROFº MS. ANA LÚCIA HANEMANN Bioquímica clínica - É o órgão central do metabolismo no organismo; - Recebe 1500 mL de sangue por minuto, aproximadamente 28% do débito cardíaco; - Os teste correlacionam a integridade estrutural e funcional do fígado e são denominados de teste de função hepática. Função hepática Bioquímica clínica Síntese: Proteínas do sangue (menos imunoglobulinas) Lipoproteínas Fatores de coagulação Função metabólica: Metabolismo dos carboidratos / proteínas / lipídeos Metabolismo da bilirrubina Desintoxicação: Conversão de substância tóxicas em menos tóxicas: Álcool, Amônio em uréia, Drogas, etc... Processos de excreção: restos metabólicos (formação de uréia), drogas, etc... Armazenamento: Glicogênio Vitaminas lipossolúveis A, D, K e E, ferro, cobre, etc.. Função hepática Hepatites Aguda por vírus Hepatites Crônicas e /ou Obstrutivas Doença Hepática Alcoólica Síndromes e deficiências Cirrose Hepatopatias Os teste bioquímicos das condições hepáticas baseiam-se na medida de substâncias liberadas devido o dano celular; Enzimas endógenas, Substâncias metabolizadas ou produzidas pelo fígado: bilirrubina, albumina e fatores de coagulação. Avaliação hepática Marcadores usados Testes laboratoriais usados na avaliação da função hepática Rotina bioquímica Bilirrubinas Aminotransferases (ALT e AST) Fosfatase alcalina Gama-glutamil transferase Proteínas totais Albumina Bioquímica especial Alfa-fetoproteína Amônia Ceruloplasmina Ferro sérico e ferritina Ácidos biliares séricos Exame de urina Urobilinogênio Bilirrubina Imunologia Marcadores de hepatites virais Anticorpos antimitocondriais Hematologia Tempo de protrombina Estudo dos fatores de coagulação Pesquisa de Hemoglobinopatias Hemograma (contagem de hemácias e Hb) Contagem de reticulócitos Bioquímica clínica Substâncias metabolizadas pelo fígado - Bilirrubina: Molécula que pode possuir duas formas Trans Cis (insolúvel) (hidrossolúvel) - Produzida do catabolismo do grupo HEME das hemoproteínas; Luz Degradação do heme (85 a 90 %), restante da mioglobina adulto normal : 450 mol de bilirrubina por dia Bilirrubina Indireta (BI) Fígado - BI Bilirrubina + Ácido glicurônico Intestino grosso Intestino delgado Bile Bilirrubina direta (BD) Urobilinogênio Fezes Rins Urina Hiperbilirrubinemias ICTERÍCIA Pré-hepática Pós-hepática Diagnóstico ↑ Bilirrubina não conjugada ↑ Bilirrubina conjugada ASSOCIAR A OUTROS MARCADORES Intra-hepática HIPERBILIRRUBINEMIAS Síndromes: Gilbert: mutação no gene 1A1 (TA)7TAA – redução em grau variável da enzima UDP-glucoroniltransferase Crigler Najjar: deficiência parcial ou total da enzima UDP-glucoroniltransferase – ocorrendo dano cerebral Devido a pigmentação amarela chamada de Kernicterus Valor de referência: Bilirrubina direta: até 0,4 mg/dL Bilirrubina Indireta: até 0,6 mg;dL Bilirrubina Total: até 1,0 mg/dL Dosagem – Bilirrubina total e direta - Reação de acoplamento com o Ácido Sulfanílico Diazotado forma um complexo de coloração vermelha (Azobilirrubina); - A Bilirrubina Total (Direta e Indireta) é dosada em presença de um acelerador (Benzoato de sódio e acetato de sódio); - Permite a solubilização da Bilirrubina Indireta (não conjugada), insolúvel em água; - A Bilirrubina Direta (conjugada) é dosada em meio aquoso. Usar soro ou plasma (Heparina, EDTA) BI mg/dL= BT - BD Bioquímica clínica Exame BILIRRUBINA Indicativo: destruição excessiva de eritrócitos ou redução da enzima UDPGT Bioquímica clínica Enzimas - São proteínas com propriedades catalisadoras; - Algumas doenças as enzimas são medidas: plasma sanguíneo, eritrócitos ou tecidos; Enzimas plasmáticas: ativas no plasma utilizadas no mecanismo de coagulação. Enzimas secretadas: Nas formas inativas e após a ativação atuam nos locais intracelulares. Ex:lipase e amilase pancreática Enzimas celulares: Baixo teores séricos em estados normais; Quando encontradas em níveis elevados – indicativo de lesões. Ex: pâncreas, fígado e coração. Teste de avaliação da função hepática Avaliação laboratorial Integridade do fígado Função secretora Capacidade de síntese Enzimas AST, ALT GGT, FA Bilirrubina FA Proteínas TP, ALB Avaliação laboratorial Aumento de enzimas no plasma Lesão celular – isquemias ou toxinas; Aumento da proliferação celular; Aumento da síntese enzimática; Obstrução dos ductos; Diminuição da síntese enzimática Bioquímica clínica Aminoácidos -Os aminoácidos podem ser adquiridos pela alimentação (proteínas da dieta ou derivados de proteínas endógenas (proteínas do músculo); - São constituídos por um grupo de amina, um hidrogênio, um grupo carboxila e uma cadeia lateral em volta de um carbono; São desaminados por transaminação (transferência do seu grupo amina para um cetoácido); O grupo aceptor predominante é o a- cetoglutarato – produzindo um a-cetoácido e glutamato; As enzimas que catalisam: aminotransferases que necessitam da coenzima piridoxal-fosfato (PLP derivada da vitamina B6). Bioquímica clínica Síntese e degradação de aminoácidos A síntese ou degradação de um aminoácido pode ser feita pela transferência de um nitrogênio fornecido pelo glutamato para uma estrutura de carbono proveniente do ciclo de Krebs ou da glicose; Glutamato + piruvato alanina + a-cetoglutarato Glutamato + oxaloacetato aspartato + a-cetoglutarato Alanina participa da sintese de glicose na gliconeogênese Aspartato participa da sintese de amônia na via da ureia Bioquímica clínica Transaminação - ALT - No músculo, a alanina é produzida a partir do piruvato derivado da via da glicólise - por transaminação enzima transaminase glutâmica pirúvica TGP ou alanina aminotransferase; - No fígado a alanina é convertida a piruvato por uma nova transaminação ALT Bioquímica clínica Transaminação - AST - Reação catalisada pela enzima aspartato aminotransaminase (AST) conhecida com transaminase glutâmica- oxalacética (TGP) Transaminação: O grupo amino do glutamato pode ser transferido para o oxalacetato produzindo o aspartato e a-cetoglutarato; Aspartato participa do ciclo da ureia transferindo o seu grupo amina. AST Bioquímica clínica Desaminação -O glutamato produzido por transaminação da alanina pode ser desaminado por oxidação; Resulta: a-cetoglutarato e liberação do grupo amina como amônia livre; Reações: predominantes no fígado; Fornece a-cetoglutarato e amônia: fonte de nitrogênio para a ureia através da enzima glutamato desidrogenase. Bioquímica clínica Transaminases - Aminotransferase -Enzimas mais frequentes associadas a lesão hepatocelular; - Catalisam a transferência reversível de um agrupamento de amina em um aminoácido a-cetoácido; Função essencial para a produção dos aminoácidos funcionais necessários para a síntese proteica do fígado; Aspartato aminotransferase (AST) Alanina aminotransferase (ALT) Bioquímicaclínica Aspartato aminotransferase- AST/TGO -Transaminase glutâmico Oxaloacética (TGO) - Encontrada em altas concentrações no citoplasma e nas mitocôndrias do fígado, muculo esquelético, coração, rins, pâncreas e eritrócitos; - Quando desses tecidos é danificado, a AST/TGO é liberada no sangue; - AST: Fase aguda devido a sua atividade ser maior; - Não específica do fígado; Valores de referência - Mulheres: 5 a 15 U/L - Homens: 5 a 17 U/L Bioquímica clínica Exame AST/TGO Bioquímica clínica Alanina aminotransferase – ALT/TGP - Transaminase glutâmico Pirúvica (TGP) - Encontrada em altas concentrações no citoplasma do fígado; - Seu aumento pode ocorrer pela lesão hepática mas pode estar aumentada junto com a AST em miopatias severas (doenças musculares); - ALT: fase crônica por ter o tempo de meia vida maior que a AST; Valores de referência - Mulheres: 5 a 19 U/L - Homens: 5 a 23 U/L Bioquímica clínica Exame ALT/TGP Bioquímica clínica Razão de RITS - ALT/AST – lesões agudas e crônicas AST/ALT: >1,0 – cirrose de qualquer etiologia >2 – 90% hepatites alcoólicas >4 – Doença de Wilson Cohen e Kaplan, Dig. Dis. Sci, 1979 Causas de AST x álcool: lesão mitocondrial Causas aumentadas AGUDA Drogas, Hepatite viral, cálculo biliar e isquemia Causas aumentadas CRÔNICA Drogas, Hepatite viral, esteatose, extra hepática e etanol, Bioquímica clínica Fosfatase alcalina - É uma enzima ancorada na superfície celular; Parece estar envolvida com o transporte de lipídios no intestino e nos processos de calcificação óssea Apresenta isoenzimas: Fígado / Placenta / Ossos / Rins / Intestino ALP determinada no soro – normalmente de origem hepática e óssea; Óssea: • Osteoporose Hepática: • Aumento acentuado = doença obstrutiva (colestática) de ductos Valores de referência - Mulheres: 35 a 104 U/L - Homens: 40 a 129 U/L Bioquímica clínica Gama-Glutamil Transferase - Participa na transferência de aminoácidos através das membranas celulares e, possivelmente, do metabolismo da glutationa. - Enzima microssomal - Presente em maior quantidade nos túbulos renais, no fígado, epitélio do trato biliar, pâncreas, linfócitos, cérebro e testículo Elevação: Altamente sensível para dano hepático: 90% dos pacientes com doença hepática Pouco específica: Altera em outras condições como álcool e alguns medicamentos (anti-depressivos) Associada a fosfatase alcalina Valores de referência - Mulheres: 6 a 28 U/L - Homens: 4 a 18 U/L Bioquímica clínica Exame Gama GT Bioquímica clínica Exames Avaliação hepática Dano hepatocelular Icterícia pré; intra ou pós hepática Avaliação de síntese hepática Obstrução de ductos biliares Alanina aminotransferase (ALT ou TGP) Aspartato aminotransferase (AST ou TGO) Bilirrubina Gama-glutamil transferase (GGT) Fosfatase alcalina (ALP) Albumina Ureia, Amônia Tempo de protrombina
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