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A INFLUÊNCIA DO SONO NOS PROCESSOS DE MEMÓRIA E APRENDIZAGEM

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A INFLUÊNCIA DO SONO NOS PROCESSOS DE MEMÓRIA E APRENDIZAGEM
Carla Maiara Araujo
Introdução
Os seres humanos gastam em média um terço de suas vidas dormindo. O sono é uma situação complexa que ocorre periodicamente nos humanos (SARAIVA et al., 2006).
O sono é um estado reversível de retração e falta de resposta ao meio ambiente. É algo complexo e composto por uma fusão de processos fisiológicos e comportamentais. Além disso, é caracterizado (mas não necessariamente) pelo encosto da postura, baixas atividades comportamentais, olhos fechados e outros fatores comumente associam-se ao sono (CARSKADON e DEMENT, 2011).
Gomes (2005), afirma que quando se procura por definições breves do sono, pode constatar-se, com algum confrangimento, que geralmente, ora não se encontra uma tal definição, ora surgem definições que parecem remeter inadvertidamente para uma concepção passiva de sono, ou que são incompletas, não conseguindo traduzir de modo inequívoco o que é o sono.
No sono não ocorre o desligamento completo do cérebro algumas funções permanecem ativas, ainda que em mínima atividade. O sono se caracteriza por variações complexas nos níveis de atividade cerebral, que podem chegar a ser mais pronunciadas em determinadas fases do sono do que durante a vigília. Trata-se de característica distintiva, subjacente à concepção de sono como um estado ativo (RAMOS PLATÓN; BUELA CASAL, 1990 apud GOMES, 2005)
O sono possui duas fases distintas, o sono REM (rapid eye movements), com um estágio de batimento rápido dos olhos e o NREM (non rapid eye movements), com quatro estágios de ondas lentas. Cada estágio está associado a mudanças características das atividades respiratórias, do sistema nervoso central, musculares e cardiovasculares (BERNE; LEVI, 1998).
Para a caracterização do sono noturno, é habitual tomar como referência o jovem adulto saudável uma vez que o padrão de sono-vigília sofre alterações ao longo da vida, estado de saúde e consumo de substâncias. A passagem da vigília para o sono é gradual em termos de atividade eléctrica cerebral.
O sono em um adulto normal funciona da seguinte maneira: o primeiro ciclo, inicia com o estágio 1 de sono NREM, e em poucos minutos (1 a 7 minutos) avança para o estágio 2. No estágio 1 o sono é leve, e pode ser interrompido com poucos estímulos. No estágio 2, sinalizado pela presença de fusos de sono, costuma durar de 10 até 25 minutos. Para acordar um indivíduo nesse estágio, os estímulos precisam ser mais fortes que os aplicados para acordar no estágio 1. Com progresso natural do estágio 2, em 20 minutos em média, atinge o estágio 3, este é de curta duração neste primeiro ciclo, serve de transição para a próxima fase. O estágio 4, é caracterizado pela presença de ondas lentas, costuma durar de 20 a 40 minutos, e em seguida, ocorre um retorno a estágios menos profundos. Isto é, uma passagem rápida pelo estágio 3, seguidos de 5 a 10 minutos no estágio 2, quando, após possíveis movimentos corporais, inicia-se o primeiro episódio REM, durando de 1 a 5 minutos (TAFNER, 2000). 
SONO, MEMÓRIA E APRENDIZAGEM
O sono diretamente relacionado com os processamentos da memória e com a evolução do aprendizado. É no último estágio do sono onde ocorre a consolidação da memória e do aprendizado, uma vez que, o processo de esquecimento é tão necessário quanto a memória, já que caso não ocorra, o cérebro pode entrar em colapso .
A memória, como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas (LE GOFF, 1994). A transição do acordado para o sono tende a produzir um comprometimento da memória (CARSKADON e DEMENT, 2011).
Diversos estudos foram realizados com o intuito de verificar a influência do sono no processo de codificação da memória. Os indivíduos privados de sono, exibiam significativamente uma pior performance da codificação da memória, resultando em uma menor capacidade de desempenho (HARRISON & HORNE, 2000 apud MARCHIOLI, 2011). A privação do sono antes de eventos de aprendizagem ocasiona uma deficiência significativa na codificação da memória.
Quando há a conversão de memórias de curto prazo em memórias longas, chama-se esse processo de consolidação, porém há vários modelos de processamento da memória e variam de acordo com o sono.
Tão importante quanto a memória é a fixação da aprendizagem, que estão intimamente interligadas. A aprendizagem é uma atividade cognitiva, ocorre a partir da consolidação da memória e o sono tem importância fundamental nesse processo (VALLE; VALLE; REIMÃO, 2009).
O conhecimento sobre as necessidades de sono do nosso cérebro ajudar-nos-á a aprender, trabalhar e viver em harmonia com o nosso sistema neurofisiológico, por forma a aproveitarmos uma vida inteira de aprendizagem eficaz. Sendo assim, durmam sobre o assunto.
REFERÊNCIAS
Carskadon, M.A., & Dement, W.C. (2011). Monitoring and staging human sleep. In M.H. Kryger, T. Roth, & W.C. Dement (Eds.), Principles and practice of sleep medicine, 5th edition, (pp 16-26). St. Louis: Elsevier Saunders
GOMES, A. C. A. Sono, sucesso académico e bem-estar em estudantes universitários. Departamento de Ciências da Educação. (Dissertação). 559 p. Universidade de Aveiro, 2005.
Le Goff, Jacques, 1924. História e memória / Jacques Le Goff; tradução Bernardo Leitão ... [et al.] -- Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990. (Coleção Repertórios). Tradução de: Storia e memoria. 1. Historiografia. I. Título. ISBN 85-268-0180-5 20.
MARQUIOLI, V. S. F. A influência do sono na memória e emoção. Programa de Pós-Graduação em Neurociências do Instituto de Ciências Biológicas. (Dissertação). 38p. Belo Horizonte, 2011.
LOPES, W. S. et al. Sono um fenômeno fisiológico. IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. 2006.
VALLE, L. E. L. R.; VALLE, E. L.R ; REIMÃO, R. Sono e aprendizagem. Rev. Psicopedagogia 2009; 26(80): 286-90.

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