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Inventário no Cartório (extrajudicial) Procurei com esse texto, organizar em tópicos as principais dúvidas das pessoas quando optam por realizar o inventário no cartório. Este texto foi elaborado com base na Lei n° 11441/2007 e nas Normas de Serviço da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo. Se você for de outro estado, fique atento, pois pode haver variações! A Lei n° 11.441, publicada no ano de 2.007, permite o inventário via cartório. O óbito é anterior a essa data. Pode ser feito mesmo assim? R: Sim, não há impedimento nenhum com relação à data do falecimento. Quando ocorreu o óbito, havia herdeiros menores/incapazes, mas hoje são todos maiores/capazes. O inventário pode ser via cartório? R: Sim, não há impedimento neste sentido. O falecido deixou testamento. O inventário pode ser via cartório? R: No estado de São Paulo, as Normas da Corregedoria permitem que nos autos do procedimento de abertura e cumprimento de testamento, sendo as partes maiores e estando de acordo, seja dada autorização para a lavratura da escritura de inventário. Também poderá ser feita a escritura no caso de testamentos caducos ou revogados, ou quando houver decisão judicial, transitada em julgado, invalidando o testamento. O falecido não deixou bens imóveis, somente móveis e contas bancárias. O inventário pode ser via cartório? R: Sim, pode ser feito via cartório. Cada herdeiro tem que levar seu advogado ou pode ser apenas um advogado para toda a família? R: Sim, a família pode se utilizar do serviço de apenas um advogado. Um dos herdeiros é emancipado, pode ser o inventário feito via extrajudicial? R: Sim, é possível e não há impedimento. O falecido deixou bens no exterior. É possível fazer o inventário desses bens via cartório? R: Não é possível. Os bens localizados no exterior somente poderão ser partilhados ou adjudicados pela via judicial. É possível fazer um “inventário negativo” via cartório? R: Sim, é possível. O inventário negativo serve para: comprovar a inexistência de bens a partilhar; para comprovar que o falecido deixou apenas dívidas ou até mesmo para que o cônjuge sobrevivente possa escolher livremente seu regime de bens, em caso de novo casamento, nos termos dos artigos 1.641, I e 1523 do Código Civil. Os herdeiros já ingressaram com o pedido de inventário na justiça, e está demorando. Tem como fazer no cartório? R: Sim. Basta que os herdeiros desistam da ação de inventário na via judicial e ingressem com o inventário via cartório. Um bem imóvel ficou esquecido/não era conhecido e não foi partilhado. Pode ser feito o inventário somente deste bem via cartório? R: Sim, a sobrepartilha pode ser feita via cartório. O falecido vivia em união estável. Ela pode ser reconhecida na escritura de inventário? R: Sim, é possível que os herdeiros reconheçam a existência da união estável. Em qual cartório deve ser feita a escritura de inventário? Do local onde o falecido residia? R: Não há restrições. A escritura de inventário pode ser lavrada por qualquer Tabelião de Notas do Brasil. Há limite de valor para que o inventário seja feito em cartório? R: Não há qualquer limitação neste sentido, de valor mínimo ou máximo. Os herdeiros estão brigando entre si com relação à divisão dos bens. O inventário poderá ser feito no cartório? R: Não pode. Somente o juiz pode resolver litígios. Para que o inventário seja feito em cartório, a partilha deve ser amigável, e todos os herdeiros devem estar de acordo. Quanto tempo demora? R: O procedimento todo costuma ser bem rápido. Após a apresentação dos documentos exigidos e pagamento do ITCMD (quando for o caso), marca-se a data para que a escritura seja assinada. Após, basta que o traslado (é uma cópia da escritura) seja emitido para que os herdeiros levem até os cartórios de registros competentes. Qual o prazo para o inventário? R: Existe o prazo de 60 (sessenta) dias para que o inventário seja realizado. No entanto, se ultrapassado esse prazo não há nenhum tipo de sanção. O único inconveniente é que haverá multa no pagamento do ITCMD (é o imposto de transmissão) caso o inventário não seja requerido até esta data. O inventário em cartório tem a mesma validade que o judicial? R: Sim, ambos têm a mesma validade. Ambos poderão ser utilizados no registro civil e imobiliário, para transferência de bens e direitos, observando ainda que a escritura pública não depende de homologação judicial. Somente os herdeiros podem promover o inventário via cartório? R: Os cessionários de direitos hereditários também podem. Quanto se gasta para fazer o inventário via cartório? R: Além dos honorários do advogado, deverá ser pago o ITCMD (quando for o caso) e as custas do cartório. Ambos variam de acordo com cada estado. O advogado e o cartório poderão esclarecer esses valores; Os herdeiros e o viúvo(a) podem ser representados por procuração? R: Sim, desde que seja por procuração pública, com poderes específicos. Sendo todos os herdeiros maiores e capazes e todos estando de acordo, é obrigatório que o inventário seja feito via cartório? R: Não. As partes podem optar pela via judicial ou extrajudicial. O falecido deixou apenas seu companheiro, sem outros herdeiros. É possível ser feito o inventário via cartório? R: Se a união estável não tiver sido reconhecida, nem houver herdeiros para fazê-lo, será necessária ação judicial. O imóvel a ser partilhado tem débitos tributários municipais ou federais. A escritura de inventário pode ser feita? R: Não pode. É impeditivo. Qualquer dúvida mais específica fico à disposição! Renata Raissa Gurian Lenço Setembro/2017
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