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APOSTILA DE DIREITO ECONÔMICO COMPLETA

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APOSTILA DE DIREITO ECONÔMICO
Direito Econômico é o ramo do direito que se compõe das normas jurídicas que regulam a 
produção e a circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômico do país 
jurisdicionado, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, a luta e disputa lá
estabelecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos para explorarem o mercado.
São normas, portanto, que regulam os monopólios e oligopólios, fusões e incorporações, tentando 
impedir a concorrência desleal, a manipulação de preços e mercado pelas corporações, através da 
maior transparência e regulação do assunto.
Módulo A - CONCEITUAÇÃO
Economia é uma ciência que consiste na análise da produção, distribuição e consumo de bens e 
serviços. É também a ciência social que estuda a atividade econômica, através da aplicação da 
teoria econômica, tendo, na gestão, a sua aplicabilidade prática. 
O termo economia vem do grego οικονομία (de ο κος, translit.ἶ oikos, 'casa' + νόμος , translit. 
nomos, 'costume ou lei', ou também 'gerir, administrar': daí "regras da casa" ou "administração 
doméstica". 
QUESTÕES CENTRAIS
A economia se ocupa das questões relativas à satisfação das necessidades dos indivíduos e da 
sociedade. Estuda a forma pela qual os indivíduos e a sociedade fazem suas escolhas e tomam 
decisões, para que os recursos disponíveis, sempre escassos, possam contribuir da melhor maneira 
para satisfazer as necessidades individuais e coletivas da sociedade. 
Economia é uma ciência social que estuda como os indivíduos e a sociedade decidem utilizar 
recursos escassos* na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre os grupos da 
sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. 
De forma intuitiva, pode-se dizer que a economia se preocupa com a maneira como os indivíduos 
“economizam” seus recursos, isto é, como empregam sua renda de forma cuidadosa e sábia, de 
modo a obter o maior aproveitamento possível. 
O problema da escassez surge porque as necessidades humanas são virtualmente ilimitadas, e os 
recursos econômicos, limitados, incluindo também os bens. No mundo real, a maioria dos recursos 
é escassa relativamente a sua demanda, ou seja, não existe em quantidade suficiente para atender a 
todas as necessidades. Na verdade, o ser humano enfrenta duas realidades, as quais dominam sua 
vida: (a) de um lado, recursos limitados e (b) de outro, necessidades ou desejos ilimitados.
As escolhas feitas pela “sociedade”, cuja essência deve responder a três questões fundamentais: 
QUANTO e QUE bens e serviços devem ser produzidos? COMO eles devem ser produzidos? Para 
QUEM produzir?
MICROECONOMIA E MACROECONOMIA
A Ciência econômica é dividida em Microeconomia e Macroeconomia.
A microeconomia é a parte que trata do modo como as entidades individuais que compõem a 
economia consumidores privados, empresas comerciais, trabalhadores, grandes proprietários de --
terras, produtores de bens ou serviços particulares etc. atuam reciprocamente. --
Nela se analisa de forma exaustiva o problema de alocação de recursos escassos em relação a uma 
série possível de fins. Os desdobramentos lógicos desses problemas levam ao estudo do 
comportamento econômico individual de consumidores e firmas, bem como a distribuição 
da produção e rendimento entre eles, a relação entre oferta e demanda, o nível de preços, ou a 
elasticidade de cada produto, assim como variáveis "psicológicas" que podem afetar, como a 
qualidade do produto ou as diferentes necessidades de cada pessoa. 
Portanto, a microeconomia procura analisar o mercado e outros tipos de mecanismos que 
estabelecem preços relativos entre os produtos e serviços, alocando de modos alternativos 
os recursos dos quais dispõe determinados indivíduos organizados numa sociedade. 
A macroeconomia é a parte da economia que se encarrega de estudar o funcionamento econômico
em geral, bem como as políticas econômicas que são adotadas em larga escala, por exemplo, em um
país. Isto é, engloba a sociedade em seu conjunto funcionando ao mesmo tempo, não de forma 
independente. 
É, portanto, o ramo da economia que estuda, em escala global e por meios estatísticos e 
matemáticos, os fenômenos econômicos e sua distribuição em uma estrutura ou em um setor, 
verificando as relações entre elementos como a renda nacional, o nível dos preços, a taxa de juros, o
nível da poupança e dos investimentos, a balança de pagamentos e o nível de desemprego. 
SISTEMA ECONÔMICO
Um sistema econômico é o sistema de produção, distribuição e consumo de bens e serviços de uma 
economia. Alternativamente, é o conjunto de princípios e técnicas com os quais os problemas 
de economia são endereçados, tais como o problema da escassez com a alocação de recursos 
produtivos limitados. 
Sistema econômico, rigorosamente, implica um conjunto orgânico de instituições através do qual a 
sociedade irá enfrentar o problema da escassez. Em outras palavras, é o conjunto de instituições 
destinado a permitir a qualquer grupo humano administrar seus recursos escassos com um mínimo 
de proficiência, evitando o quanto possível a dispersão dos mesmos.
O fluxo circular de renda consiste em um modelo que serve para explicar de maneira simples o 
funcionamento básico da atividade econômica, pois mostram como o dinheiro flui, por meio dos 
mercados entre as empresas e os lares. 
A economia é representada pelo fluxo real e pelo fluxo monetário, o real trata de bens, serviços e 
também de fatores produtivos. As empresas transpassam os bens e os serviços às empresas por meio
da realização da venda dos produtos e as famílias ofertam o valor do trabalho que as empresas 
demandam.
Já o fluxo monetário trata exclusivamente de preços e rendas. O pagamento que é realizado por 
parte das famílias, dos serviços e de bens que são oferecidas as empresas e, ainda, as remunerações 
que são recebidos pelas famílias das empresas em razão do serviço que elas lhe prestam.
Sendo assim, o fluxo circular de renda não é uma representação exata de todas as entidades, nem de 
todos os fluxos de bens e dinheiro que interferem na economia. 
SETORES DE PRODUÇÃO
A economia de um país pode ser dividida em setores (primário, secundário e terciário) de acordo 
com os produtos produzidos, modos de produção e recursos utilizados. Estes setores podem mostrar
o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região. 
O setor primário está relacionado a produção através da exploração de recursos da natureza. 
Podemos citar como exemplos de atividades econômicas do setor primário: agricultura, mineração, 
pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça. 
É ele que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação. Este setor da economia é 
muito vulnerável, pois depende muito dos fenômenos da natureza como, por exemplo, do clima. 
A produção e exportação de matérias-primas não geram muita riqueza para os países com 
economias baseadas neste setor econômico, pois estes produtos não possuem valor agregado como 
ocorre, por exemplo, com os produtos industrializados.
• 7% do PIB no Brasil
O setor secundário é o setor da economia que transforma as matérias-primas (produzidas pelo 
setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas, automóveis, alimentos 
industrializados, eletrônicos, casas, etc.). Como há conhecimentos tecnológicos agregados aos 
produtos do setor secundário, o lucro obtido na comercialização é significativo. Países com bom 
grau de desenvolvimento possuem uma significativa base econômica concentrada no setor 
secundário. A exportação destes produtos também gera riquezas para as indústrias destes países.
• 26% do PIB no Brasil
O setor terciário é o setor econômico relacionado aos serviços. Os serviços são produtos não 
meterias em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades.Como atividades deste setor, podemos citar: comércio, educação, saúde, telecomunicações, seguros,
transporte, turismo, serviços de limpeza, alimentação, bancários e administrativos etc. 
Este setor é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento econômico. Com o processo de 
globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o setor que mais se desenvolveu no mundo.
• 67% do PIB no Brasil
PIB
É a sigla para Produto Interno Bruto, e representa a soma, em valores monetários, de todos os 
bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante um determinado período.
O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia, e tem o objetivo principal de 
mensurar a atividade econômica de uma região. Na contagem do PIB, considera-se apenas bens e 
serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo intermediários.
FATORES DE PRODUÇÃO
Em economia, fatores de produção, ou recursos são elementos indispensáveis ao processo produtivo
de bens materiais. Tradicionalmente, os economistas, e particularmente desde ,Jean Baptiste Say, 
os fatores de produção têm sido apontados em todo o processo produtivo como sendo: a terra (terras
cultiváveis, floresta, minas, recursos naturais), trabalho (o homem) e o capital (máquinas, 
equipamentos, instalações). 
O elemento terra inclui não apenas as áreas de cultivo ou construção, mas todos os recursos 
naturais que estão acima e abaixo dela. Esse conceito engloba, portanto, as florestas, as minas, a 
água, o ar e a energia. 
O fator trabalho inclui tanto as horas de trabalho empregadas na produção como também o 
conhecimento, a técnica e as capacidades daqueles que participam do processo. Esse elemento 
também costuma chamado de recursos humanos. 
O capital se refere ao conjunto de elementos materiais que apoiam a produção, como as máquinas 
industriais, os equipamentos de informática e de telecomunicações, os meios de transporte e as 
instalações, dentre outros. Em suma, o capital equivale aos bens de produção. 
Ao longo dos anos, economistas foram acrescentando à divisão clássica novos fatores que passaram
a considerar essenciais em um processo produtivo. Sua adoção, porém, não é consensual e depende 
do modelo de análise empregado.
Um dos fatores de produção acrescentados à divisão clássica é a capacidade empresarial, por 
vezes chamada de empreendedorismo. Esse fator se refere à organização da produção, ou seja, à 
ação de reunir e combinar os outros fatores de produção, assumindo os riscos do processo.
Outro fator acrescentado à divisão clássica é a capacidade tecnológica. Ela engloba três 
categorias: a invenção, a inovação e a operação. A invenção é a capacidade de pesquisa e 
desenvolvimento. A inovação é a capacidade de aplicar a tecnologia no processo produtivo. Já a 
operação se refere à capacidade para operar as atividades de produção.
INFLAÇÃO E DEFLAÇÃO
Inflação refere-se a um aumento contínuo e generalizado dos preços em uma economia. Alguns 
economistas (como os da Escola Austríaca) preferem defini-la como um aumento no suprimento de 
dinheiro (expansão monetária). No entanto, esse conceito não é amplamente utilizado. É comum 
que se divida a inflação em três categorias, com base na causa: de demanda, de custos e inercial.
A inflação de demanda diz respeito ao aumento de preços que se observa em casos onde o poder 
aquisitivo da população sobe em disparidade com a capacidade que a economia tem de prover os 
bens e serviços demandados. Em outras palavras, quando a demanda supera a oferta.
A inflação de custos ocorre quando os insumos necessários para a produção de bens e serviços 
ficam mais caros, e os custos de produção são repassados ao consumidor final. Um dos exemplos 
mais comuns é a alta no preço da energia elétrica, ou dos combustíveis.
A inflação inercial é aquela que resulta do impacto psicológico de tendências inflacionárias em 
períodos anteriores. Quando uma economia apresenta inflação de demanda, ou de custos, em níveis 
muito altos, ou por períodos muito prolongados, é comum que os agentes econômicos acostumem-
se com o processo inflacionário, e passem a praticar aumentos sistemáticos de preços, na tentativa 
de resguardarem-se. Ao fazerem isso, no entanto, estão provocando mais inflação. O 
reconhecimento da inflação inercial é mais recente do que o das inflações de demanda e custos.
A inflação pode causar sérios transtornos à economia de um país, mas não deve ser confundida com 
a hiperinflação, que consiste em um aumento contínuo e generalizado dos preços em uma proporção
muito maior. Ao passo que um pouco de inflação é um sintoma comum de economias saudáveis em 
crescimento, hiperinflação é um processo completamente descontrolado, associado a severas 
recessões econômicas e crises de estabilidade.
Ao longo da decadência do Império Romano, a cunhagem indiscriminada de moedas para cobrir as 
crescentes despesas militares foi causa de um grande processo inflacionário que agravou a situação 
da economia do império, já fragilizada. O imperador Diocleciano, em face do problema, promulgou,
em 301, o Édito Máximo, que determinava valores máximos pelos quais os bens transacionados na 
economia romana poderiam ser vendidos, alegando que o problema da inflação tinha origem na 
ganância dos mercadores. Tal providência assemelha-se ao congelamento de preços promovido 
pelo governo Sarney, em fevereiro de 1986, como parte do Plano Cruzado.
A deflação é uma realidade inversa à inflação. Na deflação há uma redução a redução contínua e 
generalizada dos preços. 
A deflação é também diferente da desinflação. A desinflação equivale ao abrandamento do ritmo do 
aumento de preços num processo inflacionário. Caso a inflação baixe de 5% ao mês para 2%, por 
exemplo, encontra-se uma situação de desinflação. 
A deflação pode ser criada pela redução da procura de certos produtos ou serviços, pela oferta 
maior, ou então pelo menor volume de moeda em circulação. 
Segundo a visão Keynesiana, numa situação de deflação as empresas e os consumidores adiam as 
suas compras, com o intuito de serem beneficiados pela baixa dos preços no futuro, o que leva a 
economia a estagnar. 
A visão Keynesiana não é endossada pela escola de Chicago e escola Austríaca de economia. Estas 
acreditam que deflação é na verdade um fenômeno monetário ocasionado por uma retração 
monetária (como o extravio de dinheiro) e/ou aumento da produtividade que permite fabricar mais 
produtos com os mesmos recursos (tendência natural no ciclo de vida da maior parte dos produtos). 
OFERTA E DEMANDA
A Lei da Oferta e da Procura busca estabilizar a procura e a oferta de um determinado bem ou 
serviço. 
Oferta é a quantidade do produto disponível em mercado, enquanto procura é o interesse existente 
em relação ao mesmo. A oferta depende do preço, da quantidade, da tecnologia utilizada na 
fabricação entre outras coisas relacionadas aos produtos e serviços. A procura é influenciada pela 
preferência do consumidor final, a compatibilidade entre preço e qualidade e a facilidade de compra
do produto. 
Nos períodos em que a oferta de um bem ou serviço excede a procura, seu preço tende a cair. Já em 
períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço. 
A lei da demanda diz que, em 
geral, o preço e a quantidade 
demandada num determinado 
mercado estão inversamente 
relacionados. Por outras palavras,
quanto mais alto for o preço de 
um produto, menos pessoas 
estarão dispostas ou poderão 
comprá-lo (ceteris paribus).
A oferta é tipicamente 
representada como uma 
relação diretamente 
proporcional entre preço e 
quantidade (ceteris paribus).
Por outras palavras, quanto maior
for o preço pelo qual uma 
mercadoria pode ser vendida, 
mais produtores estarão dispostos
a fornecê-la. O preço alto incentiva a produção. Em oposição, para um preço abaixo do equilíbrio,há uma falta de bens ofertados em comparação com a quantidade demandada pelo mercado. Isso faz
com que o preço suba.
O modelo de oferta e demanda prevê que, para curvas de oferta e demanda dadas, o preço e 
quantidade irão se estabilizar no preço em que a quantidade ofertada é igual à quantidade 
demandada. Esse ponto é a intersecção das duas curvas no gráfico acima, o equilíbrio do mercado.
VALOR, MOEDA E PREÇO
Pode-se associar aos bens econômicos dois tipos de valor: o de uso e o de troca. Não se trata de 
categorias polares, classificatórias, mas de duas dimensões do fenômeno do valor que se 
sobrepõem. O valor de uso tem caráter individual/familiar; o de troca decorre da divisão do 
trabalho, levando à reiteração das trocas, da qual surge um consenso social quanto à utilidade e grau
de escassez do bem. O valor de uso pode ser visto como um pressuposto do valor de troca. O valor 
de troca é o valor econômico de um bem.
A moeda é um instrumento de torça. Originariamente era uma mercadoria como outra qualquer 
utilizada no escambo, nos mercados, institucionalizando-se e padronizando-se gradativamente. Essa
evolução tem levado a moeda, também, a uma crescente desmaterialização.
A moeda, além de ser um instrumento de troca, é também um padrão de valor, dando origem ao 
surgimento do preço que nada mais vem a ser do que o valor econômico expresso em unidades 
monetárias.
A moeda exerce ainda a importante função de reserva de valor. O processo inflacionário representa 
uma disfunção da moeda neste particular.
Deve-se observar a distinção entre “Economia” e “Finanças”. Quando o objeto de uma operação ou 
a natureza de uma situação disser respeito diretamente a questões monetárias, ou seja, de dinheiro, 
estar-se-á no campo das finanças. Quando tal objeto ou natureza tiverem como escopo principal o 
acesso a bens econômicos estar-se-á no campo da Economia. As finanças são um aspecto ou parte 
da economia.
Muito embora o valor econômico não se confunda com o valor no sentido ético filosófico, os dois 
conceitos se tocam na medida em que aquele, para se manifestar, exige uma série de pressupostos 
institucionais e estes implicam a opção entre diferentes valores de natureza ético filosófica. Logo, 
os valores éticos, subjacentes às instituições, levam a um determinado tipo de valor econômico.
Módulo B – MERCADO INTERNACIONAL
COMÉRCIO INTERNACIONAL E BALANÇA DE PAGAMENTOS
As transações econômicas de determinado país com o exterior, agrupadas segundo suas 
categorias (reais e financeiras) e segundo seus fatos geradores (comércio de mercadorias, prestação 
de serviços, transferências e movimentos de capital, nas formas de financiamento e de 
investimentos diretos), resultam em saldos líquidos parciais, que produzem diferentes impactos 
sobre as condições internas de equilíbrio e de crescimento.
Essas transações são totalizadas em um levantamento de natureza contábil, que registra todos os 
recebimentos de agentes econômicos do país (unidades familiares, empresas e governo) por 
fornecimentos de produtos e fatores de produção a agentes econômicos de outros países.
Em contrapartida, registra os pagamentos por suprimentos originários do exterior. Tal levantamento 
de dados denomina-se balanço internacional de pagamentos.
A classificação das contas, a metodologia de levantamento e o registro das transações agrupadas no 
balanço internacional de pagamentos seguem padrões recomendados pelo Fundo Monetário 
Internacional.
A padronização atende a propósitos técnicos e de política externa, dado que as diferentes 
composições estruturais das contas e seus mecanismos de ajuste, em casos de desequilíbrios 
conjunturais ou crônicos, têm implicações internacionais, que podem ir além do interesse restrito de
determinado país.
Segundo a padronização, as transações econômicas internacionais consideradas para o levantamento
do balanço de pagamentos abrangem quatro categorias:
• Os fluxos comerciais de mercadorias e os de prestação de serviços com as correspondentes 
contrapartidas financeiras.
• Os movimentos puramente financeiros, resultantes de empréstimos internacionais de curto e 
de longo prazo e de fluxos de entrada e de saída de capitais para investimentos de risco.
• As transferências unilaterais, a título de ajuda externa (auxílio e de donativos), ou remessas 
pessoais realizadas independentemente de qualquer contraprestação.
As alterações nos estoques de ativos e de passivos internacionais do país, que se originaram 
das transações consideradas.
Todas as transações econômicas internacionais, reais ou financeiras, expressam-se tanto sob a forma
de variáveis – fluxos e seus saldos definem – como sob fluxos líquidos.
Por exemplo, a procura externa liquida resulta dos saldos finais dos fluxos de comércio com 
mercadorias e serviços não financeiros; e é uma variável – fluxo que expressa a porção 
internacional da procura agregada. Já os resultados do balanço de pagamentos como um todo, 
déficits ou superávits, transmitem-se para as seguintes variáveis: estoque, as reservas cambiais e o 
endividamento externo bruto.
O registro das transações econômicas internacionais e de seus resultados acumulados fundamenta-
se nos conceitos de agentes econômicos residentes e não residentes.
São residentes todos os agentes econômicos domiciliados ou estabelecidos no país; os não 
residentes são os fixados em outros países.
As empresas estrangeiras estabelecidas no país, embora seu patrimônio líquido seja de propriedade 
de agentes econômicos não residentes, são tratadas como residentes.
Desta forma, as transações inter e intra-empresas estabelecidas em países distintos são tratadas 
como transações internacionais, contabilizando-se os fluxos nos balanços de pagamentos dos países 
envolvidos.
As exceções a esta regra são as representações diplomáticas no exterior: suas transações com os 
residentes no país em que se encontram sediadas são consideradas como internacionais.
Estas exceções justificam-se pelo conceito de território econômico, o mesmo adotado para cálculo 
dos agregados econômicos nacionais: o território econômico de um país inclui os enclaves de suas 
representações no exterior e exclui os ocupados pelas representações estrangeiras no país.
Dados esses critérios, o balanço internacional de pagamentos é definido como o levantamento, por 
critérios contábeis, de todas as transações econômicas, reais e financeiras, que se realizaram durante
determinado período de tempo (normalmente um ano), entre os agentes econômicos residentes no 
país e os não residentes, domiciliados em outros países. O período de um ano é o adotado nestes 
balanços internacionais.
 
BALANÇO DE PAGAMENTOS
 
A estrutura do balanço internacional de pagamentos é definida a partir da natureza das transações, 
que se agrupam em duas grandes categorias de contas: as transações correntes e os 
movimentos de capital. As transações correntes englobam os fluxos reais de comércio e serviços 
e transferências interagentes. Os movimentos de capital, por sua vez, abarcam as entradas e saídas 
financeiras, na forma de empréstimos e financiamento e de movimentos autônomos de capital, para 
investimentos no setor real e aplicações no setor financeiro; bem como os pagamentos de 
exigibilidades, isto é, na forma de amortizações.
A balança comercial é o resultado líquido das transações com exportações e importações de 
mercadorias. É a única categoria do balanço internacional de pagamentos que implica 
movimentações visíveis entre fronteiras nacionais, na forma de produtos primários, semi-
processados ou de utilização final, destinados ao consumo e à formação de capital fixo.
Para a maioria dos países, é a conta internacional de maior expressão. Por seu peso no balanço 
como um todo, os resultados líquidos do fluxo de comércio acabam por definir as direções segundo 
as quais se movimentarão as demais contas. Assim, países fortementedeficitários em comércio 
exterior ou buscarão compensar os saldos negativos via superávits em serviços (um padrão de ajuste
que se verifica raramente), via abertura para investimento estrangeiro no país ou ainda via tomada 
de empréstimo e financiamentos no exterior. Esta última via, que é a forma de ajuste mais comum 
de cobertura de déficits comerciais, implica endividamento externo.
 
A balança de serviços compreende as receitas e as despesas cambiais com transações como, por 
exemplo, viagens internacionais, transportes, seguros, rendas de capitais e serviços governamentais.
No que tange às rendas de capitais, que geralmente têm maior peso dentro da balança de serviços, 
cabe destacar que abrangem os saldos líquidos das remessas de juros e de lucros.
 
Denominam-se Transferências Unilaterais os resultados líquidos de doações de fontes privadas,
de governos ou de instituições multilaterais, sem contrapartidas prévias ou futuras. As operações de 
ONGs, cujo número tem crescido em todos os países, são geralmente financiadas por transferências 
unilaterais, a maior parte originária de países de alta renda. Contabilizam-se ainda nesta conta as 
remessas internacionais entre unidades familiares: de um lado, destinadas à manutenção de 
residentes que se encontram no exterior; de outro lado, provêm de trabalhadores temporariamente 
emigrados, que tendem a remeter seus países de origem partes das rendas recebidas no exterior.
 
Os movimentos de capital são representados por entradas e saídas de ativos financeiros, de três 
categorias básicas: movimentos autônomos de risco, atraídos pelas oportunidades de investimento 
nos setores real e financeiro do país receptor; os financiamentos concedidos por bancos e 
fornecedores estrangeiros para transações correntes, preponderantemente exportações e 
importações; e os empréstimos de curto e de longo prazo tomados junto a organismos 
internacionais, agências governamentais e instituições financeiras privadas de outros países.
Em cada uma destas três categorias de fluxos financeiros, os valores registrados no balanço 
internacional de pagamentos são expressos pelos saldos líquidos das respectivas transações entre 
residentes e não residentes. Outra categoria de fluxo financeiro, também registrada na forma de 
fluxos líquidos, expressa as amortizações de dívidas externas.
INSTITUIÇÕES MULTILATERAIS
Os períodos das duas grandes guerras mundiais, assim como os conturbados anos da Grande 
Depressão, que culminaram com a crise político-financeira dos anos 1930, provocaram enormes 
perturbações na economia de praticamente todos os países e, por conseguinte, nas relações 
econômicas internacionais. Já ao final da Segunda Guerra Mundial evidenciava-se a necessidade de 
mudanças no sistema de pagamentos internacionais.
Então, na conferência de Bretton Woods, de 1944, surgiram propostas de remodelagem do sistema 
monetário internacional e, dentre elas, destacaram-se as de John Maynard Keynes. Dessa 
conferência nasceu um novo sistema monetário internacional, que foi extremamente importante 
para o reflorescimento do comércio mundial e sobre o qual se baseou o crescimento econômico do 
pós-guerra. Viabilizaram-se as transações entre países, estabelecendo-se regras e convenções que 
regulassem as relações monetárias e financeiras que não gerassem entraves ao desenvolvimento 
mundial. Nesse sentido, definiram-se o ativo (moeda) de reserva internacional, sua forma de 
controle, sua relação com as diferentes moedas nacionais (o regime cambial), os mecanismos de 
financiamento e ajustamento dos desequilíbrios dos balanços de pagamentos, o grau de 
movimentação dos capitais privados e um sistema de relações jurídicas e econômicas, disposições 
que, em conjunto, garantem até os dias atuais o funcionamento do sistema monetário internacional.
Para lidar com estas instabilidades, foram criadas três organizações internacionais, a saber, o 
Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial do 
Comércio (OMC).
O Fundo Monetário Internacional (FMI), que ainda hoje supervisiona o sistema monetário 
internacional, foi criado com os objetivos de:
• Garantir a estabilidade financeira, eliminando práticas discriminatórias e restritivas aos 
pagamentos multilaterais. O combate à inflação nos países membros é uma das 
preocupações relacionadas a esta meta;
• Socorrer os países a ele associados quando da ocorrência de desequilíbrios transitórios em 
seus balanços de pagamentos. Quando esses desequilíbrios ocorressem, o FMI poderia 
financiá-los com os chamados empréstimos compensatórios.
O Banco Mundial, também conhecido por BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e 
Desenvolvimento), foi criado com o intuito de auxiliar a reconstrução dos países devastados pela 2ª 
Guerra Mundial e, posteriormente, para promover o crescimento dos países em via de 
desenvolvimento.
Essa instituição financeira tem seu capital subscrito pelos países credores na proporção de sua 
importância econômica. A partir desse capital, ele empresta a taxas reduzidas de juros a países 
menos desenvolvidos, com o intuito de promover projetos economicamente viáveis e relevantes 
para o desenvolvimento desses países (especialmente tocantes à infraestrutura). Além disso, o BIRD
também funciona como avalista de empréstimos efetuados por capitais particulares para esses 
projetos.
Organização Mundial do Comércio (OMC): Alguns anos depois da Conferencia de Bretton 
Woods foi criado o GATT (General Agreement on Tariffs and Trade – Acordo Geral sobre Tarifas e 
Comércio), cujo objetivo básico foi a busca da redução das restrições ao comércio internacional e a 
liberalização do comércio multilateral. Com o GATT, procurou-se estruturar um conjunto de regras 
e instituições que regulassem o comércio internacional e encaminhassem a resolução de conflitos 
entre os países. Nesse sentido, esse organismo estabeleceu como princípios básicos: a redução das 
barreiras comerciais, a não-discriminação comercial entre os países, a compensação aos países 
prejudicados por aumentos nas tarifas alfandegárias e a arbitragem dos conflitos comerciais.
Desde sua criação, o GATT atuou especialmente por meio de sucessivas rodadas de negociações 
entre os países envolvidos no comercio internacional e conseguiu, no pós-guerra, reduzir as 
barreiras impostas a esse comércio.
Com o acordo de Marrakesh, em abril de 1994, o GATT transformou-se na Organização Mundial do
Comércio (OMC).
O Brasil tem se destacado na OMC como um dos países mais envolvidos em controvérsias, seja 
como reclamante, seja como reclamado.
BLOCOS ECONÔMICOS
São associações de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si e que tendem 
a adotar uma soberania comum, ou seja, os parceiros concordam em abrir mão de parte da soberania
nacional em proveito do todo associado.
Os desenhos desses novos mercados, antes de representar uma nova realidade comercial em escala 
mundial, tendem a transformar-se em um projeto político, resultante de uma decisão de Estados, 
que pode resultar ou não no aprofundamento da integração entre os países que formam um bloco 
econômico.
Os blocos econômicos podem classificar-se em zona de preferência tarifária, zona de livre 
comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária.
• Zona de preferência tarifária: Este primeiro processo de integração econômica consiste
apenas em garantir níveis tarifários preferenciais para o conjunto de países que pertencem a 
esse tipo de mercado. A antiga Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) 
foi um exemplo de Zona de Preferência Tarifária, pois procurou estabelecer preferências 
tarifárias entre os seus onze membros, que eram todos os Estados da América do Sul, com a 
exceção da Guiana e do Suriname, e mais o México. Em 1980, a Associação Latino-
Americana de Integração (ALADI) substituiu a ALALC.
 
• Zonade livre comércio: Quando constituem uma Zona de Livre Comércio (ZLC), os 
países parceiros reduzem ou eliminam as barreiras alfandegárias, tarifárias e não-tarifárias, 
que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. Esse é o segundo estágio no 
caminho da integração econômica. O NAFTA constitui-se em exemplo de Zona de Livre 
Comércio, um acordo firmado entre os Estados Unidos, o Canadá e México. Para o antigo 
GATT, um acordo comercial só pode ser considerado uma Zona de Livre Comércio quando 
abarcar pelo menos 80% dos bens comercializados entre seus países-membros.
 
• União aduaneira: O próximo passo consiste na regulamentação de uma União Aduaneira,
momento em que os Estados-Membros, além de abrir mercados internos, regulamentam o 
seu comércio de bens com nações externas, já funcionando como um bloco econômico em 
formação. A União Aduaneira caracteriza-se por adotar uma Tarifa Externa Comum (TEC), 
a qual permite estabelecer uma mesma tarifa aplicada a mercadorias provenientes de países 
que não integram o bloco. Nessa fase, dá-se início à formação de comissões parlamentares 
conjuntas, aproximando-se o Poder Executivo dos Estados nacionais de seus respectivos 
Legislativos. O Brasil, a Argentina, o Uruguai, a Venezuela e o Paraguai (países integrantes 
do MERCOSUL) constituem, na atual fase de desenvolvimento, uma União Aduaneira que 
luta para se transformar em um Mercado Comum.
 
• Mercado comum: O Mercado Comum apresenta-se como um processo bastante avançado
de integração econômica, garantindo-se a livre circulação de pessoas, bens, serviços e 
capitais, ao contrário da fase como União Aduaneira, quando o intercâmbio restringia-se à 
circulação de bens. No Mercado Comum circulam bens, serviços e os fatores de produção 
(capitais e mão-de-obra) e pressupõem-se a coordenação de políticas macroeconômica, 
devendo todos os países-membros seguir os mesmos parâmetros para fixar taxas de juros e 
de câmbio e para definir políticas fiscais. A Comunidade Econômica Europeia, a partir de 
1993, transformou-se em um bloco econômico do tipo Mercado Comum.
 
• União econômica e monetária: Constitui o estágio mais avançado do processo de 
formação de blocos econômicos, contando com uma moeda única e um fórum político. No 
estágio de União Econômica e Monetária tem de existir uma moeda única e uma política 
monetária inteiramente unificada e conduzida por um Banco Central comunitário. Para se 
chegar ao estágio de União Econômica e Monetária, há que se atravessar toda uma série de 
momentos que demandam tempo e discussões entre os países-membros. Assim, cada acordo 
significa um avanço em relação às situações anteriores de níveis de integração, sempre 
dependente da vontade política dos parceiros que fazem um determinado bloco econômico 
em processo de integração.
 
Logo, mesmo existindo essa divisão, no dia a dia da economia internacional e seus complicados 
mecanismos percebe-se que diversas dificuldades são postas a prática.
Por exemplo, o MERCOSUL não dispõe atualmente de instituições supranacionais, mas são 
transparentes os avanços em seu processo de fortalecimento e consolidação, em que pesem as crises
conjunturais no plano da integração econômica.
O NAFTA, tudo indica, parece não pretender adotar o princípio da livre circulação de trabalhadores,
embora tenha avançado bastante no que diz respeito ao volume das trocas comerciais.
Já a União Europeia, originada da Comunidade Econômica Europeia, por seus avanços em meio 
século de negociações, tornou-se o maior exemplo de um processo de formação de bloco 
econômico no mundo contemporâneo. A ideia da construção efetiva de uma organização aberta para
reunir países europeus partiu de uma proposta de Robert Schuman, Ministro francês das Relações 
Exteriores, em 1950, ao demonstrar os interesses comuns da França e da Alemanha Ocidental 
quanto aos recursos naturais do carvão e do aço no território europeu.
Percebe-se então que o estudo da economia internacional e todas as suas respectivas transações 
econômicas internacionais, reais ou financeiras são essenciais a compreensão desse cenário 
internacional e a respectiva inserção econômica das Nações.
Módulo C - ECONOMIA E DIREITO
FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO MERCADO
Nos módulos anteriores estudou-se a noção geral de ciência econômica. Tal estudo seria desprovido 
de utilidade prática para o estudante de direito se este não souber como tais conhecimentos se 
relacionam com a matéria que estuda. Sem dúvida alguma, os importantes conceitos econômicos 
dependem do quadro de normas jurídicas do Mercado que está se estudando. 
De fato, deve-se partir dos fundamentos jurídicos do sistema econômico baseado na autonomia ou 
liberdade dos indivíduos. Sistematizados a partir do século XVIII, tais características surgiram e se 
desenvolveram paralelamente ao liberalismo econômico. Embora o liberalismo político e 
liberalismo econômico não se confundam, existe uma forte relação entre ambos: toda vez que 
houver liberalismo político, haverá liberdade econômica. Porém, o inverso nem sempre é verdade: 
haverá regimes liberais economicamente desprovidos de qualquer liberdade política – vide o caso 
da ditadura chilena de Pinochet.
Os seguintes fatores caracterizam o sistema econômico de autonomia a partir do século XVIII:
• Aquisição de direitos fundamentais (vida, liberdade e propriedade), elevados à categoria 
superior de direitos constitucionais.
• Movimento de codificação do direito privado, a fim de lidar com os problemas decorrentes 
com a massificação da produção nascente com a industrialização. Com isso, garante-se o 
cumprimento dos contratos com maior clareza e facilidade.
• Evolução do Estado, de modo que este se voltasse exclusivamente para as atividades de 
provedor de segurança e justiça. Renega-se o papel do Estado na economia. Por outro lado, 
o poder Judiciário, apoiado na teoria da separação entre os poderes de Montesquieu e nos 
escritos de John Locke, adquire independência em relação ao Executivo e ao Legislativo.
• Surgimento lento do poder de polícia e, consequentemente, do direito público. Embora 
ideologicamente contrário à intervenção estatal, há o reconhecimento de que há necessidade 
de intervenção estatal sobre a propriedade privada. Por poder de polícia, o art. 78 do Código 
Tributário Nacional define: “Considera-se poder de polícia atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
• Surgimento da divisão entre o público e o privado. Em outras palavras, os bens do 
governante passam a se diferenciar dos bens do Estado, os quais estão vinculados ao 
interesse público. Logo, não pode mais o governante utilizar os bens do Estado a seu bel 
prazer, como se o Estado fosse sua propriedade privada.
 
É dentro deste contexto que o mercado vai se estruturar. Embora o mercado existisse antes do 
sistema econômico de autonomia florescer sob o liberalismo econômico, a ausência destas 
características o tornavam diferente do mercado de outras épocas.
O mercado pode ser definido como o local ou contexto em que compradores (que compõem o lado 
da procura) e vendedores (que compõem o lado da oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem
contatos e realizam transações.
No mundo real, as normas jurídicas e a teoria econômica possuem uma relação de reciprocidade. A 
análise econômica sempre parte dos pressupostos normativos vigentes e, ao mesmo tempo, o 
surgimento de novas questões econômicas em muito pode contribuir para mudar o arcabouçojurídico do presente.
O direito acaba acomodando os diversos interesses decorrentes da pressão social dos diversos 
grupos (aposentados, empresários, ecologistas, cristãos, trabalhadores, políticos, entre outros).
A noção de que o Estado deveria ocupar espaços substanciais na economia para promover o 
desenvolvimento está implícita na política econômica desde os anos 1930: o Estado toma a 
liderança no processo de industrialização e substituição de importações, criando-se uma grande 
quantidade de empresas públicas e sociedades de economia mista.
Antes do colapso do socialismo no fim dos anos 1990, havia a noção de constituição dirigente ou 
diretiva, inspirada nos países lusófonos pelas obras de Canotilho: a Constituição Econômica 
direcionaria o funcionamento do mercado num determinado sentido.
Veja-se o artigo 170 da Constituição Federal de 1988:
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados 
os seguintes princípios: i) Soberania nacional; ii) Propriedade privada; iii) Função social da 
propriedade; iv) Livre concorrência; v) Defesa do consumidor; vi) Defesa do meio ambiente; vii) 
Redução das desigualdades regionais e sociais; viii) Busca do pleno emprego; e ix) tratamento 
favorecido para as empresas de pequeno porte.
 
Esta visão gradativamente perdeu força, pois, nas últimas décadas, com a derrocada do socialismo, 
observou-se simultaneamente a redução da atividade econômica do Estado, ao mesmo tempo em 
que ocorreu o crescimento da importância de uma regulação para a economia, a fim de defender a 
concorrência e os interesses dos consumidores.
No Brasil, a Constituição de 1988 foi elaborada neste momento de transição e, como tal, o Capítulo 
da “Ordem Econômica” continha um intervencionismo excessivo - para alguns, haveria até mesmo 
uma transição para o socialismo. Na realidade, ela refletia a consolidação do crescente 
intervencionismo econômico do período militar.
A partir dos anos 1990, a liberalização econômica surge mais fortemente e Constituição de 1988 é 
objeto de ampla reforma com uma série de emendas constitucionais, modificando diretamente a 
parte relativa à Constituição Econômica. Abaixo estão listadas as principais mudanças:
 Emenda Constitucional n. 5/95: fim do monopólio dos Estados sobre o gás canalizado.
 Emenda Constitucional n. 6/95 (art. 171): fim das vantagens das empresas de capital 
nacional relativamente às estrangeiras. Fim da exclusividade nacional para energia 
hidráulica.
 Emenda Constitucional n. 7/95: fim das restrições à presença estrangeira na navegação 
brasileira.
 Emenda Constitucional n. 8/95: acesso de empresas privadas às telecomunicações.
 Emenda Constitucional n. 9/95: flexibilidade do monopólio estatal do petróleo.
 Sem mais restrições significativas ao capital estrangeiro em serviços públicos (exceto em 
radiodifusão).
 
De fato, após essas reformas, ganhou corpo a interpretação do artigo 173 da Constituição Federal, 
transcrito abaixo:
Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo 
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante 
interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Como se pode perceber, este artigo sobre o princípio da subsidiariedade já estava presente na 
redação original da Constituição de 1988, mas era obscurecido em virtude do forte caráter 
intervencionista de outros princípios. Agora, ele torna mais evidente que a intervenção estatal é 
subsidiária à iniciativa privada.
Porém, isso não significa que o Estado deve se abster por completo daquilo que se passa no domínio
econômico. De forma geral, reconhece-se no sistema econômico de autonomia que o Estado deve 
possuir certas funções na sociedade:
 Função alocativa: alocação de recursos pelo governo para oferecer bens públicos (ex. 
rodovias, segurança), bens semi-públicos ou meritórios (ex. educação e saúde), 
desenvolvimento (ex. construção de usinas).
 Função distributiva: redistribuição de rendas realizada através das transferências, dos 
impostos e dos subsídios governamentais. Ex.: destinação de parte dos recursos provenientes
de tributação ao serviço público de saúde, serviço mais utilizado por indivíduos de menor 
renda.
 Função estabilizadora: aplicação das diversas políticas econômicas para promover o 
emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em 
assegurar o atingimento de tais objetivos.
Permeando estas três funções, há a ideia de falhas de mercado. Quanto maiores as falhas de 
mercado, maiores seriam as medidas de intervenção do Estado.
Há cinco falhas principais de mercado:
• Assimetria informacional: Sem a melhor informação, os agentes econômicos não tomam as 
decisões corretas. Neste sentido, a legislação de defesa do consumidor cria deveres de 
informar o prazo de validade de produtos e padrões de qualidade. Da mesma forma, a 
legislação de mercado de capitais impõe certos deveres de divulgação a respeito de 
informações comercialmente sensíveis para os preços das ações.
• Concentração econômica: Como se sabe, a concorrência é o regime em que a geração de 
riquezas é máxima. Fora da concorrência, há medida em que os produtores adquirem poder 
econômico, sua capacidade de agir unilateralmente aumenta. Isso ocorre se o produtor 
aumenta unilateralmente os preços (ou diminui a quantidade), se diminui a qualidade ou a 
variedade de produtos e serviços, ou se reduz o ritmo de inovações para aumentar os lucros.
• Externalidades: A produção de um bem acarreta efeitos positivos ou negativos sobre outros 
indivíduos e não há reflexos sobre os preços de mercado. Se os efeitos são bons – por 
exemplo, uma fábrica trazendo progresso para uma região -, diz-se que há externalidades 
positivas. Se os efeitos são ruins – por exemplo, a mesma fábrica poluindo -, diz-se que há 
externalidades negativas.
• Falta de mobilidade de fatores de produção: Com essa falha de mercado, existe uma 
limitação à capacidade de autocorreção do mercado, o automatismo da mão invisível de 
Adam Smith. O cafeicultor não pode simplesmente deixar de produzir café de um momento 
para outro, o pé de café leva 2 anos para começar a produzir e sua mudança antes de 
esgotada a vida útil prejudicaria a rentabilidade da lavoura.
• Bens coletivos: Os bens coletivos são aqueles que não há exclusão ou consumo simultâneo –
em outras palavras, quando alguém o usa, outros podem utilizá-lo. Um bom exemplo é uma 
praça pública. Quando há bens coletivos, existe a tendência ao suprimento deficiente devido 
à falha de incentivo.
Porém, nem sempre a mera identificação da falha de mercado é usada para justificar a intervenção 
estatal. A resposta também é dada pelo processo político e isso varia de acordo com variadas visões 
que se possa ter:
 Anarquismo: nenhum estado (algo próximo entre a visão extremada do neoliberalismo 
moderno e o comunismo após o fim do estado)
 Estado Gendarme: Garantia de que o mercado funcione e evite o estado de natureza. 
Segurança Pública, Justiça e Segurança Nacional.
 Estado do Bem-Estar Social. Foco na prestação de serviços sociais à população. Geralmente 
é associado com elevados impostos.
 Estado Desenvolvimentista: comprometimento com desenvolvimento econômico.
 
Deve sempre o Estado intervir? Este é um grande dilema.
No Brasil, o século XX foi marcado pela crença de que o Estado resolveria todos os problemas, 
inclusive os econômicos. As falhas de mercado surgiam como a perfeita justificativa para a ação 
estatal. Não havia qualquer preocupação, acadêmica ou política, com as falhas de governo, uma vez
que se presumia que este sempre agia em defesa do interesse público. Ignorava-se o custo desta 
tentativa de correção das falhas.Como explicado, as falhas de mercado causam problemas na alocação ótima dos bens – em teoria, o
livre mercado deixaria toda sociedade mais próspera, mas isso não acontece sempre e 
irrestritamente na prática, porque, em graus variados, há falhas de mercado. Por isso, o governo 
intervém.
Porém, a ação do governo também apresenta falhas. Enquanto no conceito de falha de mercado há a
ideia de que o mercado não funciona como deveria, no de falhas de governo aquele que funciona 
mal é o Estado.
Diante deste dilema, o que fazer? Uma visão liberal extremada repeliria o Estado por completo. 
Contudo, o próprio Adam Smith julgava que o Estado deveria ter um papel na preservação dos 
mercados. Logo, uma postura pragmática sugere contrabalançar vantagens e desvantagens das 
falhas de governo em relação às falhas de mercado.
Isso não significa que a decisão será sempre racional. Os eleitores podem preferir que o governo 
atue mesmo quando não houver necessidade ou quando o custo da intervenção for alto demais.
As falhas de governos são apontadas como justificativa para a ausência de regulação ou pouca 
regulação ou pouca intervenção. De fato, por trás da noção de falhas de governo existe o conceito 
de custo de transação: todo custo para efetuar uma transação financeira.
Assim, para celebrar um contrato de compra e venda, os tributos, os custos de registro, os 
honorários advocatícios e o papel serão custos de transação. Na visão liberal, o custo de transação é 
resultante da burocracia e não gera riqueza, devendo ser eliminado. É claro que é impossível acabar 
com todos os custos de transação, mas os liberais apregoam a redução considerável.
Todas as regras do governo que exijam burocracia podem ser vistas como custo de transação.
Dentre as falhas regulatórias mais discutidas, está a captura regulatória. Em poucas palavras, é uma 
situação em que o ente regulador, responsável pela defesa do interesse público, é convencido a 
regular (ou não) um determinado aspecto da vida econômica na defesa dos interesses de um grupo 
privado.
Não se trata necessariamente de corrupção, mas pode haver uma troca de favores: o governo regula 
de tal forma a beneficiar um determinado grupo de interesse e, em troca, o grupo de interesse 
financia a campanha política de certo partido político.
Por vezes, o regulador sequer está mal intencionado, mas acaba endossando interesses privados. Os 
exemplos são vários. Há alguns anos, o CONATRAN (Conselho Nacional de Trânsito) determinou 
a obrigatoriedade do kit de primeiros socorros em todos os veículos sob pena de multa. Até a 
revogação da regra, que ficou vigente por algum tempo, os que dispunham dos kits os venderam e 
faturaram às custas de cidadãos cumpridores da lei.
Portanto, ao se estudar a teoria dos mercados dois enfoques são encontrados: de um lado, no lado 
econômico, analisa-se o comportamento dos produtores e dos consumidores, quanto a suas decisões
de produzir e consumir; de outro, no jurídico, o foco está nos agentes das relações de consumo, que 
a relação entre consumidor e fornecedor.
Esta relação inclusive é regulada no Brasil pelo Código Brasileiro de Defesa do Consumidor, que 
preceitua que os direitos do consumidor colocam-se perante os deveres do fornecedor de bens e 
serviços.
Desta forma, quando se estuda os estabelecimentos fornecedores de bens e serviços e o papel do 
empresário, deparamos novamente com as duas visões que emergem dessa análise, ou seja, a 
econômica e a jurídica.
Depois, sob a ótica da visão econômica é ressaltado o papel do administrador na organização dos 
fatores de produção - capital, trabalho, terra e tecnologia -, combinando-os de forma a minimizar 
seus custos ou maximizar seu lucro.
Por outro lado, a visão jurídica, apresenta varia concepções, que enfatizam que o estabelecimento 
comercial é um sujeito de direito distinto do comerciante, com seu patrimônio elevado à categoria 
de pessoa jurídica, com a capacidade de adquirir e exercer direitos e obrigações.
Desta forma, os bens do proprietário não se confundem com os da empresa, pois ambos possuem 
personalidades distintas e separadas.
Os princípios gerais da atividade econômica estão elencados nos artigos 170 a 181 da Constituição 
Federal. Nestes artigos vemos que a ordem econômica fundamenta-se em dois grandes pilares, a 
saber:
 
• Na Valorização do Trabalho Humano
• Na Livre Iniciativa,
 
Devendo observar os seguintes princípios:
• Soberania Nacional – por este princípio, a ideia que se tem é que o Estado brasileiro não está
submisso à ingerência de nenhum outro Estado estrangeiro, por mais poderoso que seja, 
tanto no campo bélico quanto no campo econômico;
• Propriedade Privada – todos têm direito ao seu patrimônio;
• Função Social da Propriedade – os princípios de propriedade privada e de função social da 
propriedade andam de mãos dadas, uma vez que pela perspectiva desta ordem econômica, o 
exercício desta propriedade não pode ser feito de forma egoisticamente, nem tão pouco ser 
utilizada de forma improdutiva de maneira que afronte a dignidade do ser humano, deixando
assim de cumprir o seu papel ou sua função social;
• Livre Concorrência – a livre concorrência, que é um princípio preconizado pelos países ditos
capitalistas, está contemplada em nossa Constituição. Este princípio assegura a todo 
individuo, independente de sua origem, cor ou padrão social a oportunidade de participar 
efetivamente da atividade econômica do país, de maneira que lhe possibilite ganhos em 
função de sua performance nos negócios por ele desenvolvidos, sendo que nada, a não ser o 
próprio mercado consumidor obstará a sua permanência neste mercado;
• Defesa do Consumidor – uma das mais recentes conquistas dos consumidores foi a sua 
defesa diante de qualquer abuso ou ilegalidade. Com isto, o menor dos consumidores pode 
fazer valer seus direitos, mesmo diante de grandes conglomerados econômicos. O avanço 
neste campo se deu com a criação do código de defesa do consumidor, que de forma direta 
regula as relações entre consumidores e os fornecedores de produtos ou serviços.
• Defesa do Meio Ambiente – a defesa do meio ambiente é um princípio estabelecido, e que 
faz muito sentido no mundo atual, em que se procura barrar aquelas ações de pessoas e 
empresas que desrespeitando o meio ambiente buscam fazer sues negócios, e sem nenhuma 
preocupação com os efeitos que poderão advir à humanidade. Desta forma, o Estado 
brasileiro através de suas agências reguladoras e até ministério voltado para o meio 
ambiente tem procurado patrocinar esta defesa, e regular a utilização dos recursos naturais;
• Redução de Desigualdades Regionais e Sociais – a redução das desigualdades regionais e 
sócias é uma responsabilidade de todos, sejam dos governantes, ou de empresas. O governo 
para fazer sua parte neste quesito, tem instituídos através de renúncias fiscais programas de 
incentivos às regiões mais carentes do País, com o intuito de fomentar a instalação de 
empresas nestas regiões, o que contribuirá com o seu desenvolvimento, e trará mais 
emprego, o que também é um dos princípios estabelecidos;
• Busca do Pleno Emprego;
• Tratamento favorecido para as empresas de Pequeno Porte – O incentivo à atividade 
privada, principalmente as micros e pequenas empresas, tem sido uma forma de inclusão 
econômica e social de pessoas, pois através destas empresas regiões são desenvolvidas. 
Recentemente foi criado um Estatuto da Micro e Pequena Empresa, com o intuito de atribuir
a estas um tratamento diferenciado por parte dos governos, possibilitando assim acesso a 
crédito, financiamentos, entre outros meios.
Desse ponto o direito começa a ganhar mais importância nas decisões econômicas ou que reflexos 
econômicos surjam no dia a dia das pessoas e nações.
ESTRUTURAS DE MERCADO
Estruturas de mercado descrevem os mercados e seus componentes, definindo a capacidade e apossibilidade de se operar tais em concorrência ou não. O estudo das formas de mercado avalia o 
tamanho e a capacidade que tem uma empresa para deter poder econômico, e, assim, definir o preço
de um produto.
O poder econômico pode ser definido como a possibilidade de influenciar, unilateralmente, as 
variáveis que norteiam o fluxo de mercadorias, moedas e valores – em outras palavras, o detentor de
poder econômico pode agir com graus variados de independência em relação aos seus concorrentes 
e consumidores. Atualmente, este poder representa-se nos mecanismos de livre mercado e 
concorrência, na flexibilidade do sistema produtivo e na negociação das relações de trabalho e 
consumo.
As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais:
• número de firmas produtoras no mercado;
• diferenciação do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); 
• existência de barreiras à entrada de novas empresas.
O mercado é o local onde se encontram os vendedores e compradores de determinados bens e 
serviços. Antigamente, a palavra mercado tinha uma conotação geográfica que hoje mais subsiste, 
uma vez que os avanços tecnológicos nas comunicações permitem que haja transações econômicas 
até sem contato físico entre o comprador e o vendedor, tais como nas vendas por telefone.
A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam o lucro total, que é o 
nível de produção em que a receita marginal se iguala ao custo marginal.
 
Os economistas classificam os mercados da seguinte forma:
Concorrência Perfeita (também conhecida como Concorrência Pura) trata-se de um mercado 
caracterizado pelos seguintes fatores:
• existência de um grande número de pequenos vendedores e compradores, de tal forma que 
cada vendedor e cada comprador, individualmente, por ser insignificante, não afetam os 
níveis de oferta de mercado e, representam muito pouco no total do mercado (mercado 
atomizado);
• o produto transacionado é homogêneo, ou seja, todas as empresas participantes do mercado 
fabricam produtos rigorosamente iguais que não se distinguem um dos outros por qualidade,
marca, rótulo e quaisquer outras características ( produto padronizado);
• há livre entrada e saída de empresas no mercado; qualquer empresa pode entrar ou sair do 
mercado a qualquer momento, sem quaisquer restrições das demais concorrentes, tais como 
práticas desleais de preços, associações de produtores visando impedir a entrada de 
empresas novas;
• perfeita transparência, ou seja, perfeito conhecimento, pelos compradores e vendedores, de 
tudo o que ocorre no mercado; assim, por exemplo, se uma empresa obtiver uma inovação 
tecnológica no processo produtivo, as outras saberão deste fato imediatamente;
• perfeita mobilidade dos recursos produtivos; isto significa que a mão de obra e outros 
insumos utilizados na produção podem ser facilmente deslocados da fabricação de uma 
mercadoria para outra; além disso, no mercado dos fatores de produção vigora também a 
concorrência perfeita, de tal forma que cada empresa poderá adquirir a quantidade desejada 
do fator por um preço que será fixado concorrencialmente.
 
Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência perfeita não é facilmente 
encontrado na prática, embora possa se afirmar que os mercados que mais se aproximam dela são os
mercados de produtos agrícolas.
O mercado de concorrência perfeita é estudado pelos economistas para servir como um paradigma 
(referencial de perfeição) para análise dos outros mercados. Ou seja, o mercado de concorrência 
perfeita é o mercado ideal, ao qual serão referenciados os mercados de concorrência imperfeita 
(existentes no mundo real e listados a seguir) para se verificar no que diferem do modelo idealizado.
Um Monopólio apresenta três características principais: 
• uma única empresa fornecedora de um produto ou serviço;
• não há produtos substitutos próximos; 
• existem barreiras à entrada de firmas concorrentes, que permitirá a persistência de lucros 
extraordinários também a longo prazo.
O monopólio pode ser:
• Monopólio Legal ocorre quando uma lei assegura ao vendedor a primazia no mercado. 
Exemplo: até 1995, no Brasil, a empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás) possuía, por lei,
o monopólio das atividades de extração e refino de petróleo.
• Monopólio Técnico ocorre quando a produção através de única empresa é a forma mais 
barata de fabricação do produto. Ou seja, quanto maior o tamanho da empresa (escala), 
menor o custo médio de fabricação do produto; quando há a proteção de patentes (direito 
único de produzir o bem); ou quando existe controle sobre o fornecimento de matérias 
primas chaves e tradição no mercado. 
O Oligopólio corresponde a uma estrutura de mercado de concorrência imperfeita, no qual o 
mercado é controlado por um número reduzido de empresas, ou em que, apesar de existir um grande
número de vendedores, uma pequena parcela destes domina a maior parte do mercado, de tal forma 
que cada uma tem que considerar apenas os comportamentos e as reações das outras quando toma 
decisões de mercado.
No oligopólio, os bens produzidos podem ser homogêneos ou apresentar alguma diferenciação 
sendo que, geralmente, a concorrência se efetua mais ao nível de factores como a qualidade, o 
serviço pós-venda, a fidelização ou a imagem, e não tanto ao nível do preço. Embora não haja 
barreiras explícitas, o poderio das grandes firmas que dominam o mercado é um fator 
desestimulante à entrada de novas empresas de novas empresas no oligopólio.
Em tais mercados existe ainda alguma concorrência, mas as quantidades produzidas são menores e 
os preços maiores do que nos mercados concorrenciais, ainda que relativamente ao monopólio as 
quantidades sejam superiores e os preços menores.
São exemplos de oligopólio a indústria automobilística e a indústria de bebidas, entre outras.
O Monopsônio é uma forma de mercado com apenas um comprador, chamado de monopsonista. 
É um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um 
vendedor e vários compradores. 
Imaginemos, por exemplo, uma região em que há um número expressivo de pequenos produtores de
leite e apenas uma grande usina onde este leite pode ser pasteurizado. A usina será a única opção de 
venda para os produtores, de modo que ela terá condições de impor preços para a compra do leite.
O Oligopsônio é uma forma de mercado com poucos compradores, chamados de oligopsonistas, e
inúmeros vendedores. É um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do oligopólio. Os 
oligopsonistas têm poder de mercado, devido ao fato de poderem influenciar os preços de 
determinado bem, variando apenas a quantidade comprada.
A indústria automobilística, por exemplo, constituída por um pequeno número de empresas, tem um
poder oligopsonista em relação à indústria de auto-peças, uma vez que é responsável por um grande
volume das compras da produção desta última.
As grandes empresas beneficiadoras de produtos agrícolas também formam um oligopsônio em 
relação aos agricultores, já que compram uma parcela expressiva da produção deste.
O Monopólio Bilateral é um mercado onde coexistem o monopólio da oferta e da demanda, e 
onde tanto o vendedor quanto o comprador podem influenciar diretamente os preços, ou seja, nesses
mercados, tanto o vendedor que está em um monopólio ou oligopólio ou o comprador que está em 
monopsônio ou oligopsônio podem determinar os preços. O monopólio bilateral é bastante comum, 
pois se situa principalmente em mercados que negociam bens não comuns, como é o caso 
da indústria de peças aeroespaciais.
Neste caso de monopólio, tanto o comprador quanto o vendedor estão em uma situação de 
negociação, porque o poder de monopólio (de elevação do preço) e do poder de monopsônio (de 
redução do preço) contrapõem-se mutuamente.
CRIMESDE MERCADO
Cartel é um acordo explícito ou implícito entre empresas concorrentes para, principalmente, 
fixação de preços ou cotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação ou, por meio 
da ação coordenada entre os participantes, eliminar a concorrência e aumentar os preços dos 
produtos, obtendo maiores lucros, em prejuízo do bem-estar do consumidor. 
Cartéis normalmente ocorrem em mercados oligopolísticos, nos quais existe um pequeno número de
firmas, e normalmente envolve produtos homogêneos. Na prática o cartel opera como 
um monopólio, isto é, como se fosse uma única empresa.
Os Cartéis são considerados a mais grave lesão à concorrência e prejudicam consumidores ao 
aumentar preços e restringir oferta, tornando os bens e serviços mais caros ou indisponíveis.
Ao artificialmente limitar a concorrência, os membros de um cartel também prejudicam a inovação, 
impedindo que novos produtos e processo produtivos surjam no mercado. Cartéis resultam em 
perdas de bem-estar do consumidor e, em longo prazo, perda de competitividade da economia com 
o um todo.
No Brasil, a formação de cartéis é considerada crime. De acordo com a Constituição brasileira de 
1988, no âmbito administrativo, uma empresa condenada por prática de cartel poderá pagar multa 
de 1 a 30 por cento de seu faturamento bruto no ano anterior ao início do processo administrativo 
que apurou a prática. Por sua vez, os administradores da empresa direta ou indiretamente 
envolvidos com o ilícito podem ser condenados a pagar uma multa de 10 a 20 por cento daquela 
aplicada à empresa. 
Dumping é uma prática comercial que consiste em vender um produto ou serviço por um preço 
irreal para eliminar a concorrência e conquistar a clientela. Proibida por lei, pode ser aplicada tanto 
no mercado interno quanto no externo.
No primeiro caso, o dumping concretiza-se quando um produto ou serviço é vendido abaixo do seu 
preço de custo, contrariando em tese um dos princípios fundamentais do capitalismo, que é a busca 
do lucro. A única forma de obter lucro é cobrar preço acima do custo de produção. No mercado 
externo, pratica-se o dumping ao se vender um produto por preço inferior ao cobrado para os 
consumidores do país de origem. Os EUA acusam o Japão de praticar dumping no setor 
automobilístico.
Truste é a expressão utilizada para designar as empresas ou grupos que, sob uma mesma 
orientação, mas sem perder a autonomia, se reúnem com o objetivo de dominar o mercado e 
suprimir a livre concorrência, de modo a formar um monopólio com o intuito de dominar 
determinada oferta de produtos e/ou serviços.
Os trustes surgiram em 1882 nos EUA, e o temor de que adquirissem poder muito grande e 
impusessem monopólios muito extensos fez com que logo fossem adotadas leis antitrustes, como a 
Lei Sherman, aprovada pelos norte-americanos em 1890.
SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA
O mercado, por possuir imperfeições e falhas nas relações consumidores versus produtores, acaba 
por ensejar a intervenção do Estado na economia. No Brasil, essa tarefa é assumida, em especial, 
pelo CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
O CADE é uma autarquia federal brasileira, vinculada ao Ministério da Justiça, que tem como 
objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico, exercendo papel 
tutelador da prevenção e repressão do mesmo. Possui a competência legal de zelar pela manutenção 
da livre concorrência e pela repressão a abusos no mercado nacional.
O Mapa Estratégico do CADE, divulgado no sítio eletrônico atualmente em vigor aprovado em 
2011 pelo colegiado do órgão foi elaborado com base na metodologia de planejamento Balanced 
Scorecard (BSC) e reflete o esforço desse órgão em alcançar o equilíbrio entre objetivos de curto e 
longo prazo, entre medidas financeiras e não-financeiras, entre indicadores de tendências e 
ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho.
A missão primordial do CADE, no âmbito nacional, é zelar pela manutenção de um ambiente 
competitivo saudável, prevenindo ou reprimindo atos contrários, ainda que potencialmente, à ordem
econômica, com observância do devido processo legal em seus aspectos material e formal.
Assim, os princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, associados aos da 
propriedade privada, permitem que as empresas realizem movimentos de concentração dos 
mercados – como há livre concorrência e livre iniciativa, os empresários e empresas são livres para 
se fundir e para adquirir uma a outra.
Porém, existem limites para essa liberdade: se a concentração gerar poder econômico excessivo, o 
Estado deve intervir. Do mesmo modo, não podem as empresas manipularem o processo de 
concorrência a seu favor, formando acordos ilícitos para aumentar os preços, por exemplo.
Neste contexto, dá-se a intervenção do Estado na economia, de modo a evitar que tais situações de 
excessivos poder econômico ou de abuso de poder econômico surjam – o órgão responsável chama-
se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A defesa da concorrência preocupa-se com o bom funcionamento do sistema competitivo dos 
mercados, visando garantir não somente preços mais baixos, mas também produtos de maior 
qualidade, diversificação e inovação. Assim, essa prática acabaria também por beneficiar o 
desenvolvimento econômico. Percebe-se que a defesa da concorrência não se presta a agentes 
individuais, mas à própria coletividade – não é objetivo da defesa da concorrência proteger 
empresários incompetentes, mas sim a concorrência no mercado.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica é o responsável pela tutela da concorrência no 
Brasil. Ele foi criado em 1962 e baseia-se, atualmente, na norma constitucional segundo a qual será 
reprimido “o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da 
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros”(artigo 173 § 4º, da CF).
O CADE, como já abordado, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede 
e foro no Distrito Federal, que exerce, em todo o Território nacional, as atribuições conferidas pela 
Lei nº 12.529/2011.
Como o CADE tem como dever zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade 
responsável, no âmbito do Poder Executivo, não só por investigar e decidir, em última instância, 
sobre a matéria concorrencial, como também por fomentar e disseminar a cultura da livre 
concorrência.
Esta entidade exerce três funções:
• Preventiva: Analisar e posteriormente decidir sobre as fusões, aquisições de controle, 
incorporações e outros atos de concentração econômica entre grandes empresas que possam 
colocar em risco a livre concorrência. Alguns dos casos mais famosos decididos se referem à
criação da AMBEV (fusão Antartica/Brahma), Nestlé/Garoto e Sadia/Perdigão (criação da 
BR Foods).
• Repressiva: Investigar, em todo o território nacional, e posteriormente julgar cartéis e outras 
condutas nocivas à livre concorrência.
• Educacional ou pedagógica ou advocacia da concorrência: Instruir o público em geral sobre 
as diversas condutas que possam prejudicar a livre concorrência; incentivar e estimular 
estudos e pesquisas acadêmicas sobre o tema, firmando parcerias com universidades, 
institutos de pesquisa, associações e órgãos do governo; realizar ou apoiar cursos, palestras, 
seminários e eventos relacionados ao assunto; editar publicações, como a Revista de Direito 
da Concorrência e cartilhas.
A RELAÇÃO ENTRE FORNECEDORES E CONSUMIDORES E O CÓDIGO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O Código de Defesa do Consumidor (Lei n 8.078/90) visa à proteção do consumidor, enquanto
agente econômico, por parte do Estado, reconhecendo-se seu papel fundamental para a preservação 
da ordem econômica.
A aplicação de suas normas é obrigatória para todas as relações de comércio ou consumo, o que 
significa que nenhuma das partespoderá negociar qualquer das disposições legais.
O Código de Defesa do Consumidor conceitua o consumidor e o fornecedor, os dois lados das 
relações comerciais, bem como o que deve ser entendido por produto e serviço.
No texto legal, o consumidor seria a pessoa física ou jurídica para o qual é destinado um produto ou
serviço.
Por sua vez, o fornecedor corresponde àqueles que desenvolvem as atividades de produção, 
montagem, criação, construção, transporte, comercialização de produtos ou serviços prestados, 
dentre outras.
O produto, sucintamente, é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial; de outro lado, o 
serviço seria qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante pagamento, com 
exceção daquelas que possuem caráter trabalhista.
PRODUTOS E RECURSOS NATURAIS: A LEGISLAÇÃO DE PROTEÇÃO 
AO MEIO AMBIENTE
Os problemas ambientais relacionam-se intimamente com o fenômeno da escassez, isto é, a 
falta dos recursos produtivos demandados pela atividade econômica. A preocupação em administrar 
esses recursos úteis não é recente – lembre-se que, de certa forma, Thomas Malthus já tinha 
levantado esta preocupação no século XVIII -, mas, desde a década de 1970, tem ganhado cada vez 
mais destaque no Brasil.
Isto porque se passou a ter ampla consciência acerca das externalidades negativas do processo 
produtivo, como a poluição de rios e mares, o esgotamento hídrico de áreas agrícolas, dentre outras.
Tais externalidades negativas foram agravadas devido ao amplo desenvolvimento econômico dos 
últimos tempos, acelerando um processo degradante da natureza que já vinha se estabelecendo 
desde o início da primeira Revolução Industrial, no século XVIII.
Nesse contexto, na década de 1990, assinou-se o Protocolo de Kyoto, o qual passou a valer em 2005
e expirou em 2012. Os países que o assinaram assumiriam o compromisso de reduzir as suas 
emissões de carbono na atmosfera, teoricamente responsáveis pelas alterações climáticas que vêm 
se mostrando desde o século XIX.
No âmbito do Direito Ambiental, desenvolveu-se tanto no Brasil como em outros países o princípio 
do poluidor-pagador, que estabelece “a imposição ao usuário, da contribuição pela utilização dos 
recursos ambientais com fins econômicos e da imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados” (Lei nº 6.938/81).
Sua finalidade seria proteger o meio ambiente e controlar a emissão de poluentes, estabelecendo um
equilíbrio entre a atividade industrial e a natureza. Este princípio também foi recepcionado pela 
Constituição Federal no artigo 225 § 3º, que assim prescreve: “As atividades e condutas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”.
A Lei nº 12.305/2010 instituiu a denominada “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, dispondo em
seu texto sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à 
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às 
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
A norma, além de incorporar o princípio do poluidor-pagador, reitera o compromisso social dos 
processos produtivos econômicos para com a conservação dos recursos naturais, visando controlar e
minimizar externalidades negativas para o meio ambiente. Isto ocorre atualmente em diversas 
demandas ambientais, tal como corre na tragédia ocorrida com o rompimento de uma barreira de 
resíduos em Mariana, Minas Gerais.
POLÍTICAS ECONÔMICAS
A presença do Estado no sistema econômico não se origina apenas da constatação das deficiências 
intrínsecas ou estruturais do mercado. A essa motivação alinha-se a de impor ao setor privado e ao 
setor público padrões de desempenho em acordo com preferências politicamente definidas. Os 
objetivos de uma política econômica podem ser ativos ou restritivos. São ativos quando se referem a
novos padrões a serem impostos para o desempenho do sistema, e restritivos quando mantêm 
limites a fim de não se romperem situações de equilíbrio. O Estado pode adotar as seguintes 
políticas econômicas:
Política fiscal: corresponde aos instrumentos do governo para arrecadar tributos (política 
tributária) e controlar despesas (política de gastos). Reflete, portanto, o conjunto de medidas pelas 
quais o Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a 
estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função 
estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego 
e estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. 
Por fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, 
compensando as falhas de mercado. 
Tributo, no campo das relações entre Estado e cidadão, é toda prestação pecuniária compulsória, 
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os tributos formam 
a receita da União, Estados e Municípios e abrangem impostos, taxas, contribuições e empréstimos 
compulsórios. Eles podem ser diretos ou indiretos. No primeiro caso, são os contribuintes que 
devem arcar com a contribuição, como ocorre no Imposto de Renda. Já os indiretos incidem sobre o
preço das mercadorias e serviços. 
Política monetária: é a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade de moeda em 
circulação, de crédito e das taxas de juros controlando a liquidez global do sistema econômico.
Ferramentas de política monetária são instrumentos utilizados pelo Banco Central com a 
responsabilidade de conduzir a política monetária. Os instrumentos da política monetária são visto 
como um conjunto de ações que autoridades econômicas usam para controlar a oferta da moeda e a 
taxa de juros.
O depósito compulsório é uma das formas de atuação de um Banco Central para garantir o poder
de compra da moeda, e, em menor escala, para execução da política monetária. É geralmente feito 
através de determinação legal, obrigando os bancos comerciais e outras instituições financeiras a 
depositarem, junto ao Banco Central, parte de suas captações em depósitos à vista ou outros títulos 
contábeis. Seu principal objetivo é evitar a multiplicação descontrolada da moeda escritural. O 
Depósito Compulsório é, portanto, a reserva obrigatória recolhida dos depósitos bancários, 
conforme percentual fixado pelo Banco Central do Brasil (BCB), com a finalidade de restringir ou 
de alimentar o processo de expansão dos meios de pagamento.
Políticas cambial é o conjunto de ações e orientações ao dispor do Estado destinadas a equilibrar 
o funcionamento da economia através de alterações das taxas de câmbio (preço das moedas 
estrangeiras medido em moeda nacional) e do controle das operações cambiais. 
A queda das taxas de câmbio torna a moeda nacional mais barata face às restantes. A desvalorização
da moeda tem um efeito benéfico sobre as exportações, que se tornam mais baratas e competitivas; 
consequentemente, tem um efeito nefasto sobre as importações, funcionando como instrumento 
corretor de desequilíbrios da balança de pagamentos. Neste raciocínio, está sempre implícita uma 
aceitável elasticidade das exportações e importações à taxa de câmbio, o que depende não só das 
condições do mercado externo mas fundamentalmente da estrutura econômica nacional. Se um 
Estado não produz um determinado bem essencial, a sua importação não diminui, mesmo quando há
um aumento das taxas de câmbio. 
O aumento das taxas de câmbio (valorização da moeda nacional) tem o efeito contrário. As 
exportações tornam-se mais caras e perdem competitividade no mercado internacional,

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