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APOSTILA DE FILOSOFIA DO DIREITO Filosofia do direito é o campo de investigação filosófica que tem por objeto o Direito. Com o intuito de obter decisões mais justas, a Filosofia do Direito, por meio de reflexões e questionamentos, busca a verdade real e processual visando aplicá-las no mundo jurídico. Ela pode ser definida como o conjunto de respostas à pergunta “o que é o direito?”, ou ainda como o entendimento da natureza e do contexto do empreendimento jurídico. Não só diz respeito a perguntas sobre a natureza do fenômeno jurídico, mas ainda sobre quais elementos estão em jogo quando ele é discutido. Tem sido abordada tanto de um prisma filosófico, por filósofos de formação, quanto de um prisma jurídico, por juristas de formação. O direito é universal, ou seja, em qualquer lugar do mundo onde existir o homem haverá a necessidade do direito regulando a convivência e a vida social das pessoas e justamente por essa universalidade do direito que se pode dizer que é suscetível de indagações filosóficas. Na Filosofia do Direito o questionamento e a reflexão são características da Filosofia que estão incorporados ao Direito, contribuindo para um melhor entendimento das perspectivas da prática jurídica. Entende-se que os filósofos do direito examinam a dimensão da idealidade ou legitimidade, isto é, a dimensão de valor do direito. Eles estudam a adequação do direito vigente a ideais democráticos e anseios sociais, formulando propostas para sua reforma. Além disso, buscam esclarecer “o que é o direito” e “o que é a justiça”. Módulo A – CONCEITUAÇÃO Filosofia é o estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência humana; do conhecimento; da verdade; dos valores morais e estéticos; da mente; da linguagem, bem como do universo em sua totalidade. O termo foi cunhado por Pitágoras (570 – 495 a.C). Ao examinar tais questões, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentação racional; por outro lado, diferencia-se também das pesquisas científicas por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação racional, a análise conceitual, a dialética, a hermenêutica, a fenomenologia, as experiências de pensamento e outros métodos investigativos a priori. MÉTODO E TÉCNICA Todo método, seja na filosofia ou em qualquer outro campo, tem por finalidade formular ou tentar afirmações, previsões e explicações, e, no caso específico da filosofia, descobrir meios de chegar a uma reflexão mais precisa e eficaz sobre o eu, o outro e o mundo da natureza. Sócrates inaugura o método quando institui a maiêutica, ou seja, a arte de “dar à luz”, “parir” o conhecimento, método que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades. Platão aperfeiçoa a maiêutica de Sócrates e a transforma no que ele chama dialética. A dialética platônica conserva a ideia de que o método filosófico é uma contraposição, não de opiniões distintas, mas de uma opinião e a crítica da mesma. Conserva pois, a ideia de que é preciso partir de uma hipótese primeira e depois ir melhorando, à força das críticas que se lhe fizerem. Aristóteles atenta para este movimento da razão intuitiva que passa, por meio da contraposição de opiniões, de uma afirmação à seguinte e desta à seguinte. Esforça-se para encontrar a lei em virtude da qual, de uma afirmação passamos à seguinte. As leis do silogismo, suas formas, suas figuras, são, pois, o desenvolvimento que Aristóteles faz da dialética. Silogismo é um raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma terceira (conclusão). Esta concepção da lógica como método da filosofia é herdada de Aristóteles pelos filósofos da Idade Média, os quais a aplicam com um rigor extraordinário. O método que seguem os filósofos da Idade Média não é somente, como em Aristóteles, a dedução, a intuição racional, mas também a contraposição de opiniões divergentes. Por isso, a disputa. No sistema escolástico de educação da Idade Média, disputas ofereciam um método formal de debate designado para descobrir verdades na teologia e nas ciências. A disputa consiste na apresentação de uma tese, que pode ser defendida ou refutada por argumentos. DIVISÃO DA FILOSOFIA Por razões de conveniência e especialização, as disciplinas filosóficas foram classificadas em várias subáreas temáticas ou campos de estudo e investigação. Em cada área, a pesquisa filosófica dedica-se à elucidação de problemas próprios, embora sejam muito comuns as interconexões. As áreas tradicionais da filosofia são as seguintes: A prática filosófica pode, ainda, de forma analítica, se subdividir em três partes: Lógica - Ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá-los corretamente à indagação e demonstração da verdade. Subdivide-se em: • Lógica formal (ou menor): estuda as leis e métodos do ato de pensar de um modo teórico, universal. • Lógica material (ou maior): estuda os métodos e procedimentos exigidos em cada disciplina particular, por exemplo, física, história, matemática.. Filosofia especulativa - Visa ao conhecimento puro do ser das coisas: sua constituição, causas, etc. Subdivide-se em: •Filosofia da natureza: Seu objeto de estudo é o mundo sensível, constatável pelos sentidos. Sofre duas novas subdivisões: • Cosmologia - Quando estuda o ser orgânico medido, matemático, numerado, quantificado... • Psicologia - Quando estuda o ser inorgânico em movimento, em mutação, ou seja, o mundo vivo como tal (vida vegetativa, sensitiva, racional). •Metafísica: Seu objeto de estudo são as realidades que estão além do mundo físico, do conferível pelos sentidos. Refere-se ao ser constitucional das coisas. Também sofre duas subdivisões: • Ontologia - Refere-se ao ser das coisas enquanto tal. O ser nos seus princípios supremos, nas suas razões basilares; não como se mostra nos fenômenos, mas em si, independente e superior às suas manifestações sensórias. • Teologia Natural (Usa-se também o termo teodicéia que vem de Leibnitz, cujo sentido é justificação de Deus) - Seu estudo é a causa última dos seres. Filosoficamente chega-se à conclusão da existência de uma causa incausada que causa tudo a que chamamos de Deus. • Crítica (Criteriologia) ou Epistemologia: Debate essencialmente a capacidade da mente humana de conhecer. Refletindo bem constata-se que a crítica é uma espécie de introdução à metafísica. Filosofia prática - Tem por fim a busca do bem para o homem. Conhece não meramente para conhecer, mas para dirigir a ação. Os conhecimentos teóricos são para aplicar na vida concreta. • Estética (ou filosofia da arte): É o estudo do fazer humano, da obra a produzir. A arte em geral, as artes do “belo” em particular. • Ética (ou filosofia moral): É o estudo do agir humano, dos comportamentos, das atitudes, das normas, dos direitos, das obrigações, dos juízos morais, das opiniões. SÍNTESE HISTÓRICA DA FILOSOFIA A filosofia difere da ciência, porque necessita da história. Nenhum filósofo começa do zero, mas acrescenta ao que o filósofo precedente já descobriu. Pode-se dizer que a história da filosofia é a soma das contribuições que cada filósofo deu ao quebra-cabeça que é a experiência humana. Vem um filósofo e dá uma solução, e todos aclamam como a melhor; tempo mais tarde, vem outro e dá outra solução para o mesmo problema, e assim sucede no tempo. A Filosofia antiga é o período compreendido entre o surgimento da filosofia e a queda do Império Romano. A filosofia antiga nasceu de uma necessidade em explicar o mundo com explicações reais, e não míticas. Pré-Socráticos é o nome pelo qual são conhecidos os filósofos da Grécia Antiga que, como sugere o nome, antecederam a Sócrates. Essência:descobrir, com base na razão e não na mitologia, o princípio único (o arché, grego) existente em todos os seres físicos. Representantes: Tales de Mileto (623-546 a.C.), Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.), Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.), Pitágoras de Samos (570-490 a.C.), Heráclito de Éfeso (?), Parmênides de Eléia (510-470 a.C.), Zenão de Eléia (488-430 a.C.), Empédocles de Agrigento (490- 430 a.C.) e Demócrito de Abdera (460-370 a.C.) Anotações: Para Tales de Mileto, considerado o pai da filosofia, a substância primordial era a água; para Anaximandro de Mileto, o apeíron, termo grego que significa o indeterminado, o infinito; para Anaxímenes de Mileto, que tentou uma possível conciliação entre Tales e Anaximandro, o ar; para Pitágoras de Samos, o número, e assim por diante. No Período Clássico ou Greco Romano a filosofia vinculou-se a um momento histórico privilegiado - o da Grécia clássica. Nesse período, que compreende os séculos 5 a.C. e 4 a.C., a civilização grega conheceu seu apogeu, com o esplendor da cidade. Essência: interesse no homem e nas suas relações em sociedade, com predominância das questões metafísicas e morais. Representantes: Protágoras de Abdera (480-410 a.C.), Górgias de Leontini (487-380 a.C.), Sócrates de Atenas (469-399 a.C.) Platão de Atenas (427-347 a.C.), Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.), Zenão de Cítio (336-263 a.C.) e Epicuro (342-271 a.C.). Anotações: Passada a fase cosmogônica, os filósofos deste período começaram a se interessar pelo próprio ser humano e suas relações na sociedade. Essa nova fase denominou-se sofista. Etimologicamente, o termo sofista significa sábio. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão. Os sofistas eram professores ambulantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de Filosofia. A função deles não era o estabelecimento de uma verdade única, mas o poder da argumentação. Por isso, ensinavam aos seus alunos os conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados, utilizando o jogo de raciocínios e arte de convencer os seus oponentes, driblando as teses dos adversários. • Protágoras de Abdera é considerado o mais importantes dos sofistas, ensinava que o homem é "a medida de todas as coisas". • Sócrates de Atenas é considerado o marco divisório da história da Filosofia grega. Ele era também considerado um sofista, pois o seu estilo de vida muito se assemelhava ao dos sofistas profissionais. Saía de casa cedo e ia às praças públicas discutir com os jovens sobre toda a gama de conhecimentos. A diferença entre ele e os sofistas é que não o fazia pelo recebimento de dinheiro, mas pelo prazer de levar as pessoas a pensarem pela própria cabeça. Para atingir tal finalidade, criou o seu próprio método que, depois, foi denominado de maiêutica e ironia. Na ironia, confundia o saber que as pessoas tinham sobre um determinado assunto; na maiêutica, levava-os a uma nova visão do problema, aprofundando- o sempre, sem, contudo, chegar a uma conclusão definitiva. • Platão de Atenas, discípulo de Sócrates, concebeu a teoria das idéias, em que procura explicar como se desenvolve o conhecimento. Segundo ele, o conhecimento se desenvolve pela passagem do mundo das sombras para o mundo verdadeiro, ou seja, o mundo das essências. Para atingir tal conhecimento, Platão propõe o método da dialética, que consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer, no sentido de aprimorar o conhecimento. • Aristóteles de Estagira, Discípulo de Platão, é considerado o pai da lógica, ferramenta básica do raciocínio. Segundo ele, a finalidade primordial das ciências seria desvendar a constituição essencial dos seres, procurando defini-la em termos reais. Conforme Aristóteles, o movimento e a transitoriedade ou mudança das coisas se resume na passagem da potência ao ato. Exemplo: uma semente é potencialmente uma árvore, pois a plantando, podemos com o tempo vê-la crescer e frutificar. A Filosofia Medieval foi desenvolvida na Europa durante o período da Idade Média (séculos V- XV). Na Idade Média, ocorreu um intenso sincretismo entre o conhecimento clássico e as crenças religiosas. De fato, uma das principais preocupações dos filósofos medievais foi a de fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas do cristianismo e do islamismo, tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma etc. Essência: conciliar fé com razão. Representantes: São Justino (165 d.C.), Tertuliano (nasc. 155 d.C.), Santo Agostinho (354-430), Santo Anselmo (1033-1109), Pedro Abelardo (1079-1142), Santo Tomás de Aquino (1221-1274), John Duns Scot (1270-1308) e Guilherme Ockham (1229-1350). Anotações: Na Idade Média não existia uma Filosofia, mas correntes de opiniões, doutrinas e teorias, denominadas de Escolástica. Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho são seus principais representantes. Buscava-se conciliar fé com razão. O método utilizado é o da disputa: baseando-se no silogismo aristotélico, partiam de uma intuição primária e, através da controvérsia, caminhavam até às últimas consequências do tema proposto. A finalidade era o desenvolvimento do raciocínio lógico. Santo Agostinho (354-430), influenciado por Platão, é o pensador que mais se destaca nesse período. Deixou formulado indicando o caminho para a sua solução - o problema das relações entre a Razão e Fé, que será o problema fundamental da escolástica medieval. Ao mesmo tempo demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Entretanto, defronta-se com um primeiro obstáculo no caminho da verdade: a dúvida cética, largamente explorada pelos acadêmicos. Como a superação dessa dúvida é condição fundamental para o estabelecimento de bases sólidas para o conhecimento racional, Santo Agostinho, antecipando o cogito cartesiano, apelará para as evidências primeiras do sujeito que existe, vive, pensa e duvida. Em relação ao platonismo, o posicionamento de Santo Agostinho não é meramente passivo, pois o reinterpreta para conciliá-lo com os dogmas do cristianismo, convencido de que a verdade entrevista por Platão é a mesma que se manifesta plenamente na revelação cristã. Assim, apresenta uma nova versão da teoria das ideias, modificando-a em sentido cristão, para explicar a criação do mundo. Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da Bíblia. Santo Tomás de Aquino (1221-1274), influenciado por Aristóteles, é o pensador que mais se destaca na Escolástica. Santo Tomás representa o apogeu da escolástica medieval na medida em que conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação. Há distinção, mas não oposição entre as verdades da razão e as da revelação, pois a razão humana é uma expressão imperfeita da razão divina, estando-lhe subordinada. Por isso o conteúdo das verdades reveladas pode estar acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser contrário a ela. Filosofia moderna é toda a filosofia que se desenvolveu a partir do século XV, começando pelo Renascimento e se estendendo até meados do século XIX. Baseada na experimentação, a filosofia moderna vem questionar valores relacionados com os seres humanos bem como suarelação com a natureza. Essência: desenvolvimento da mentalidade racionalista, cujos princípios opunham-se à autoridade secular da Igreja. Representantes: Giordano Bruno (1548-1600), Galileu Galilei (1564-1642), Francis Bacon (1561- 1626), René Descartes (1596-1650), John Locke (1632-1704), Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1778), Diderot (1713-1784), d’Alembert (1717-1783), Rousseau (1712-1778) e Adam Smith (1723-1790), George Berkeley (1685-1753), David Hume (1711-1776), Immanuel Kant (1724- 1804). Anotações: A idade moderna é caracterizada pelo desenvolvimento do método científico. Até então, o conhecimento era dogmático. A partir do século XVI, transforma-se em conhecimento teórico- experimental, ou seja, toda a teoria deve passar pela experiência, no sentido de se aceitar ou rejeitar a hipótese levantada. Tomemos como exemplo o metal. Conhecimento dogmático: o calor dilata o metal; conhecimento teórico-experimental: colocando-se o metal no fogo, ele se dilatará; contudo, somente a experiência (observando o aumento de calor) é que poderemos dizer até que grau de temperatura ele se dilata ou se derrete. Cartesianismo: René Descartes (1596-1650) surge num período em que, devido à invenção da imprensa, o volume de informações torna o mundo incerto e confuso. O termo cartesianismo vem dele e significa não só o método pelo qual buscava os conhecimentos, como também os seus seguidores. As soluções propostas pelos pensadores da Escolástica, por Francis Bacon e por Montaigne não resolviam o problema íntimo do indivíduo. Descartes rompe esse quadro, faz tábua rasa e propõe o seu método. As regras do seu método são publicadas no livro intitulado Discurso do Método, em 1637, considerado pelos críticos como uma autobiografia espiritual do autor. Suas quatro célebres regras são: 1) Só admitir como verdadeiro o que parece evidente, evitar a precipitação assim como a prevenção; 2) Dividir o problema em tantas partes quantas as possíveis (é o que se chama regra de análise); 3) Recompor a totalidade subindo como que por degraus (regra da síntese); 4) Rever o todo para se Ter a certeza de que não se esqueceu de nada e que, portanto, não há erro. Essas regras auxiliam-nos a adquirir a certeza da verdade. Parte da dúvida metódica e dos princípios incondicionais da matemática. Suas teses influenciaram a maioria dos pensadores filosóficos posteriores. Iluminismo: é também conhecido como a Filosofia das luzes – movimento filosófico do séc. XIX que se caracterizava pela confiança no progresso e na razão, pelo desafio à tradição e à autoridade e pelo incentivo à liberdade de pensamento. Alguns pensadores iluministas: • Montesquieu (1689-1755) defendeu em sua obra, O Espírito das Leis, a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário, como forma de evitar abusos dos governantes e de proteger as liberdades individuais. • Voltaire (1694-1778) destacou-se pelas críticas que fazia ao clero católico, à intolerância religiosa e à prepotência dos poderosos. É famoso pela seguinte frase: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê- las". • Diderot (1713-1784) e d’Alembert (1717-1783) foram os principais organizadores de uma enciclopédia de 33 volumes. Esta enciclopédia exerceu grande influência sobre o pensamento político burguês, pois defendia, em linhas gerais, o racionalismo, a independência do Estado em relação à Igreja e a confiança no progresso humano através das realizações científicas e tecnológicas. • Rousseau (1712-1778) em sua obra, O Contrato Social, defende a tese de que o soberano deveria conduzir o Estado segundo a vontade geral de seu povo, sempre tendo em vista o atendimento ao bem comum. • Adam Smith (1723-1790) é o principal representante do liberalismo econômico. Em seu Ensaio sobre a Riqueza das Nações criticou a política mercantilista, baseada na intervenção do Estado na vida econômica. Segundo ele, tudo deveria ser feito sem a intervenção do governo, guiado apenas pela "mão invisível", em que cada qual buscando o seu interesse próprio propiciaria a sobrevivência de todos. Immanuel Kant: O horizonte histórico vivenciado por Kant é marcado pela independência americana e a Revolução Francesa. Sua filosofia está na confluência do racionalismo, do empirismo inglês (Hume) e da ciência físico-matemática de Newton. À Hegel, acrescentam-se o idealismo e criticismo kantiano. A base da filosofia de Kant (1724-1804) está na teoria do conhecimento. Deseja saber, mas sem erro. Para tanto, elabora-a na relação entre os juízos sintéticos "a priori" e os juízos sintéticos "a posteriori". Aos primeiros, chama-os puros, que caberia à matemática desvendá-los; aos segundos, de fenômenos, influenciados pela percepção sensorial. Nesse sentido, o idealismo e o criticismo kantiano nada mais são do que seus próprios esforços para aproximar o fenômeno à "coisa em si". A Filosofia Contemporânea é aquela desenvolvida a partir do final do século XVIII, que tem como marco a Revolução Francesa, em 1789. Note que a chamada "filosofia pós-moderna", ainda que para alguns pensadores seja autônoma, ela foi incorporada a filosofia contemporânea, reunindo os pensadores das últimas décadas. Essencial: agrupamento da influência do materialismo, da filosofia de vida, da fenomenologia, do empirismo lógico e da filosofia da existência. Representantes: Augusto Comte (1798-1857), Karl Marx (1818-1883), Soren Aabye Kierkegaard (1813-1855), William James (1842-1910), Edmund Husserl (1859-1938), Alfred Whitehead (1861- 1947), Bertrand Russel (1872-1970), Martin Heidegger (1889-1976) e Jean-Paul Sartre (1905- 1980). Anotações: O Positivismo de Comte: A Sociologia é a ciência da sociedade. Vem de societas (sociedade) e logos (estudo, ciência). É a ciência que estuda as estruturas sociais e as leis de seu desenvolvimento. Implica na análise do "fato social". O fato social são todas as formas de associações e as maneiras de agir, sentir e pensar, padronizadas e socialmente sancionadas. Auguste Comte (1798-1857) criou, em 1839, o vocábulo "Sociologia". Seu objetivo era emprestar ao conhecimento da sociedade um caráter "positivo", desviando-o das concepções teológicas e metafísicas. Utiliza os métodos das ciências naturais e constrói comparativamente os fundamentos da Sociologia. Estabelece, assim, as leis invariáveis para a sociedade, da mesma forma que a física ou química. Mostra o que é a sociedade (ciência) e não o que deve ser (filosofia). O Materialismo Dialético e Histórico: • Materialismo - Em filosofia, é a concepção de mundo onde a matéria é o motor do universo e a ideia sua consequência. • Materialismo histórico - doutrina do marxismo, que afirma que o modo de produção da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da vida social, política e espiritual. O materialismo histórico pode ser resumido da seguinte forma: numa sociedade escravagista, os escravos rebelando-se contra os senhores, convertê-la-ia em sociedade feudalista; no Feudalismo, os vassalos insurgindo-se contra os senhores feudais, torná-la-ia uma sociedade capitalista; no Capitalismo, os proletariados lutando contra os empresários, tranformá-la-ia em sociedade comunista. O Comunismo seria uma sociedade igualitária onde não haveria a exploração do homem pelo homem. O comunismo, para Marx, seria a sociedade perfeita, a síntese final do processo de evolução dialética dos povos. Mesmo imbuído de boas intenções cometeu vários equívocos: não previu a divisão da propriedade corrigindo acumulação das riquezas, as novas tecnologias que aumentam a produtividade da mão de obra e a força sindical que melhora os salários. Em termos práticos, o comunismo foi implantado na Rússia e China, países pré-capitalistas: fato histórico que nega a suplantação do capitalismo. Existencialismo:Aplica-se esse nome às idéias filosóficas de Heidegger, Kierkegaard, Sartre e outros. Caracteriza-se pela negação do abstracionismo racional de Hegel. Para Kierkegaard, por exemplo, um sistema lógico de idéias não alcança a existência, o individual. Faz abstração deste, tem por objetivo as essências, os possíveis, e não o existente, o indivíduo, que não se explica, não se deduz, nem se demonstra. A base do existencialismo está na discussão do possível. Para Sartre: "A existência precede a essência". É a tese da impossibilidade do possível. Ele retoma a fórmula de Lequier: "Fazer e, ao faze, fazer-se". É a expressão metafísica da crença na liberdade absoluta segundo a qual o ser vivo e pensante faz a si mesmo tanto quanto lho permitem certas determinações já tomadas. Além do exposto, Abbagnano acrescenta o grupo da necessidade do possível e o grupo da possibilidade do possível. Fenomenologia: É definida como "um estado puramente descritivo dos fatos vividos de pensamento e de conhecimento". Hegel, na sua obra Fenomenologia do Espírito (1807), expõe que o progresso da consciência se realiza de forma dialética até atingir o saber absoluto; Kant, por outro lado, separa os juízos "a priori" (essências) e os juízos "a posteriori". Somente em Husserl, a fenomenologia toma o sentido corrente e específico: "o fenômeno constitui, pois, a manifestação do que é, aparência real e não aparência ilusória". A fenomenologia, portanto, para Husserl e seus seguidores, significa uma redução do "eu transcendental". Nela, supõe-se que os dados da consciência relativos aos fenômenos, não podem estar separados da essência. O grande desafio do ser humano é captar a essência que está embutida na existência. Neste mister, cabe-nos renunciar aos dogmas a aos preconceitos, tala qual fizeram Descartes, Hume e outros. O MITO E A FILOSOFIA A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Um mito é, portanto, uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (os astros, a Terra, os homens etc). A Filosofia, percebendo as contradições e as limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e diferente. O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso; voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente. A Filosofia, ao contrário, preocupa-se em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos. O Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII do “A República” é, talvez, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em qualquer tempo, para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos homens, escrita há quase 2500 anos, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões pelos tempos afora. Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior. A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta/palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas. Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam. Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda luminosidade possível é a que reina na caverna. Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria. Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade. Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los. Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade. O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das ideias verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética. O que é a visão do mundo real iluminado? A Filosofia. Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates à morte pela assembleia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro. O Mito da Caverna apresenta a dialética como movimento ascendente de libertação do nosso olhar que nos libera da cegueira para vermos a luz das ideias. Mas descreve também o retorno do prisioneiro para ensinar aos que permaneceram na caverna como sair dela. Aquele que contemplou as ideias no mundo inteligível desce aos que ainda não as contemplaram para ensinar-lhes o caminho. O relato da subida e da descida expõe como dupla violência necessária: a ascensão é difícil, dolorosa, quase insuportável; o retorno à caverna, uma imposição terrível à almalibertada, agora forçada a abandonar a luz e a felicidade. ATITUDE FILOSÓFICA A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido. A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica. A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico. A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto. Admiração e espanto significam tomarmos distância do nosso mundo costumeiro, por meio de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se não tivéssemos tido família, amigos, professores, livros e outros meios de comunicação que nos tivessem dito o que o mundo é; como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e precisássemos perguntar o que é, por que é e como é o mundo, e precisássemos perguntar também o que somos, por que somos e como somos. TEORIA DO CONHECIMENTO A teoria do conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. As vezes o termo é usado como sinônimo de epistemologia, o que não é exato, pois é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso chamada de filosofia da ciência. Epistemologia é o ramo da filosofia que trata da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, especialmente nas relações que se estabelecem entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Nesse sentido (latu sensu), pode ser também chamada teoria do conhecimento ou gnosiologia. Em sentido mais restrito, refere-se às condições sob as quais se pode produzir o conhecimento científico e dos modos para alcançá-lo, avaliando a consistência lógica de teorias. Nesse caso, identifica-se com a filosofia da ciência. A Gnosiologia, por sua vez, é o ramo da filosofia que se ocupa do estudo do conhecimento quanto a sua validade. É a reflexão em torno da origem, natureza e limites do ato cognitivo. Ocupa-se da validade do conhecimento em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto. Não se confundindo assim com a epistemologia, que se refere, portanto, apenas ao conhecimento científico. Cognoscente e Cognoscível são duas partes imprescindíveis e inseparáveis no processo de conhecimento. O cognoscente é o ser pensante, a pessoa que tem a capacidade cognitiva para aprender, saber e conhecer algo ou alguma coisa. Por outro lado, o cognoscível consiste no conhecimento em si, ou seja, a coisa que é passível de ser conhecida pelo sujeito cognoscente. A teoria do conhecimento, se interessa pela investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético? Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante – como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Jonh Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna – é que ela tem ocupado um plano central na filosofia. Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras ciências não conseguem responder e se divide em diversas partes: • Origem do Conhecimento (Empirismo e Racionalismo); • Essência do Conhecimento (Realismo e Idealismo); • Possibilidade do Conhecimento (Ceticismo e Dogmatismo); TIPOS DE CONHECIMENTO A realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento. A partir das relações que o ser humano estabelece com o meio, surgem diferentes tipos de conhecimento que o ajudam a compreender (ou tentar entender) os vários fenômenos que o rodeiam e são observados. Tem-se, então, os diferentes tipos: • Conhecimento Vulgar; • Conhecimento Científico; • Conhecimento Filosófico; • Conhecimento Teológico. O Conhecimento Vulgar ou Popular é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos, as informações são assimiladas por tradição, experiências causais, ingênuas, é caracterizado pela aceitação passiva, sendo mais sujeito ao erro nas deduções e prognósticos. Surge a partir da interação e observação do ser humano com ambiente que o rodeia, não havendo uma preocupação em refletir criticamente sobre o objeto de observação, limitando-se apenas a dedução de uma ação. O homem, ciente de suas ações e do seu contexto, apropria-se de experiências próprias e alheias acumuladas no decorrer do tempo, obtendo conclusões sobre a razão de ser das coisas. É, portanto superficial, sensitivo, subjetivo, Assis temático e acrítico. O Conhecimento Científico vai além da visão empírica, preocupa-se não só com os efeitos, mas principalmente com as causas e leis que o motivaram, esta nova percepção do conhecimento se deu de forma lenta e gradual, evoluindo de um conceito que era entendido como um sistema de proposições rigorosamente demonstradas e imutáveis, para um processo contínuo de construção, onde não existe o pronto e o definitivo, “é uma busca constante de explicações e soluções e a reavaliação de seus resultados”. No seu conceito teórico, é tratado como um saber ordenado e lógico que possibilita a formação de ideias, num processo complexo de pesquisa, análise e síntese, de maneira que as afirmações que não podem ser comprovadas são descartadas do âmbito da ciência. Este conhecimento é privilégio de especialistas das diversas áreas das ciências. O Conhecimento Filosófico é o conhecimento que se baseia no filosofar, na interrogação como instrumento para decifrar elementos imperceptíveis aos sentidos, é uma busca partindo do material para o universal, exige um método racional, diferente do método experimental (científico), levando em conta os diferentes objetos de estudo. Mesmo sendo de natureza racional, o conhecimento filosófico dispensa a comprovação científica, uma vez que o objeto de análise deste não consiste em coisas materiais. Emergente da experiência, suas hipóteses assim como seus postulados, não poderão ser submetidos ao decisivo teste da observação. O objeto de análise da filosofia são ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pelo conhecimento científico. O Conhecimento Religioso é adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, é fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados que apresentam respostas aos mistérios que permeiam a mente humana, “pode ser dados da vida futura, da natureza e da existência do absoluto”. “A incumbência do Teólogo é provar a existência de Deus e que os textos Bíblicos foram escritosmediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como verdades absolutas e incontestáveis.” Hoje diferentemente do passado histórico, a ciência não se permite ser subjugada a influências de doutrinas da fé: e quem está procurando rever seus dogmas e reformulá-los para não se opor a mentalidade científica do homem contemporâneo é a Teologia”. (João Ruiz). Trujillo (1974) sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento: CETICISMO E DOGMATISMO (Possibilidade do conhecimento) O Ceticismo é a doutrina do constante questionamento, segundo a qual o espírito humano não pode atingir nenhuma certeza a respeito da verdade, o que resulta em um procedimento intelectual de dúvida permanente e na abdicação, por inata incapacidade, de uma compreensão metafísica, religiosa ou absoluta do real. Pode ser interpretado, também, como qualquer atitude de questionamento para o conhecimento, fatos, opiniões ou crenças estabelecidas como fatos. Um indivíduo cético caracteriza-se por ter predisposição constante para a dúvida, para a incredulidade. É uma corrente filosófica fundada pelo filósofo grego Pirro (318-272 a.C.), caracterizada essencialmente, pelo negativismo, que tem por base a afirmação de que o homem não tem capacidade de atingir a certeza absoluta, sobretudo em relação aos fenômenos metafísicos, religiosos e dogmáticos. Com o passar do tempo, o Ceticismo se dividiu em duas linhas, o filosófico e o científico. O Ceticismo Filosófico é exatamente esse que começa com a escola de Pirro e que se expandiu pela chamada “Nova Academia” que ampliou as perspectivas teóricas, refutando verdades absolutas e mentiras. Este tipo de ceticismo pressupõe uma atitude que dúvida da noção de verdade absoluta ou conhecimento absoluto. Se opôs a correntes como o Estoicismo e Dogmatismo e, assim, se dedicou a examinar criticamente o conhecimento e a percepção sobre a verdade. O ceticismo científico indica uma atitude baseada no método científico, que pretende questionar a verdade de uma hipótese ou tese científica, tentando apresentar argumentos que a comprovem ou neguem. A corrente científica é a contemporânea, as pessoas que se identificam como céticas são aquelas que apresentam uma posição crítica geralmente baseando-se no pensamento crítico e nos métodos científicos para constatar a validade das coisas. Assim, ganha muita importância a evidência empírica, o que não quer dizer que os céticos necessariamente façam seu uso. O cético pode usar o pensamento crítico e o método científico (ceticismo científico) como tentativa de comprovar a veracidade de alguma tese. No entanto, o recurso ao método científico não é uma necessidade imperiosa para o cético, podendo muitas vezes preferir a evidência empírica para atestar a validade das suas ideias. Segundo o filósofo Immanuel Kant, o ceticismo é o oposto do dogmatismo. Enquanto o dogmatismo indica uma crença numa verdade absoluta e indiscutível, o ceticismo é próprio de uma atitude de dúvida em relação a essas verdades ou à capacidade de solucionar definitivamente questões filosóficas. Dogmatismo é uma corrente filosófica que se fundamenta na possibilidade de haverem verdades absolutas e na capacidade do homem de atingi-las. Pode ser entendido também como a tendência de um indivíduo de afirmar ou crer em algo como verdadeiro e indiscutível, indubitavelmente e sem qualquer tipo de revisão ou crítica, o que ocorre desde a antiguidade, por isso muitos filósofos, como Platão e Aristóteles, se recusavam a crer em alguns fatos estabelecidos e tidos como dogmas. Deve-se ao filósofo alemão Immanuel Kant (1724 - 1804) e à obra Crítica da Razão Pura o significado filosoficamente pejorativo do termo, que o classifica, de um modo geral, como uma espécie de fundamentalismo do senso comum, uma crença equivocada na capacidade do espírito humano para a elaboração de sistemas de pensamento que dispensam o movimento reflexivo da crítica. Na religião, o dogmatismo acontece com a revelação de Deus, através de diversos dogmas. A Igreja Católica tornou os dogmas como definitivos e imutáveis, de forma que ninguém questiona a veracidade da existência de Deus, através de dogmas como, a santíssima trindade, o sacrifício de Jesus, a ressurreição de Jesus etc. O dogmatismo pode ser entendido em três sentidos: • Como parte do realismo, isto é, uma atitude ingênua que admite a possibilidade de conhecer as coisas em toda a sua verdade e também a efetividade deste conhecimento na utilização diária e direta com as coisas. Isso porque as pessoas acreditam que conhecem a verdade sem saber como as coisas verdadeiramente acontecem; • Como confiança absoluta numa certa fonte de conhecimento (ou suposto conhecimento), sendo que essa fonte na maior parte das vezes é a razão; • Como uma submissão total a determinados valores ou à autoridade que os aplica ou impõe. Este sentido comporta os dois primeiros abordados, porque é um comportamento adotado graças ao problema da possibilidade do conhecimento. O dogmatismo filosófico é a contestação do ceticismo, pode ser compreendido como a possibilidade de conhecer a verdade através da atitude filosófica, a confiança nesse conhecimento e a submissão a essa verdade sem questioná-la. Em termos filosóficos, a palavra dogmatismo inicialmente significava oposição, visto que era uma oposição filosófica, algo referente aos princípios. Por esse motivo, a palavra "dogmático" significava "relativo a uma doutrina" ou "fundado em princípios". Isso quer dizer que as coisas podem ser credíveis sem que sejam contestadas, justamente porque estão fundamentadas em princípios. O dogmatismo ingênuo é referente a alguém que acredita completamente nas possibilidades do nosso conhecimento, onde vemos o mundo tal como ele é; por outro lado, o dogmatismo crítico acredita na nossa capacidade de conhecer a verdade através de um esforço em conjunto dos sentidos e da inteligência, através de uma abordagem metódica, racional e científica. O dogmatismo jurídico é o ato de observar, examinar e agir perante o Direito de acordo com diretrizes cujos pressupostos são provados de forma cognitiva ou são levantados por experiências reais que surgem através de casos específicos que ocorreram previamente. Há ainda a possibilidade de a orientação ser fundamentada em valores e princípios gerais do Direito. EMPIRISMO, RACIONALISMO E CRITICISMO (Origem do conhecimento) Designamos com o termo Empirismo ou empiricismo todas aquelas correntes de pensamento que sustentam ser a origem única ou fundamental do conhecimento dada pela experiência, que alguns simplificam como sendo, em última análise, a experiência sensorial. Consiste, portanto, em uma teoria epistemológica que indica que todo o conhecimento é um fruto da experiência, e por isso, uma consequência dos sentidos. A experiência estabelece o valor, a origem e os limites do conhecimento. Empiristas sustentam que o conhecimento é primariamente obtido pela experiência sensorial, alguns, mais radicais, vão além, afirmando que o conhecimento só é obtido pela experiência sensorial e por nenhuma outra forma. Na filosofia da ciência enfatiza a evidência, especialmente porque esta teria sido descoberta em experiências. É uma parte fundamental do método científico que todas as hipóteses e teorias devem ser testadas contra observações do mundo natural, em vez de descansar apenas em um raciocínio a priori, a intuição ou revelação. Quaisquer que sejam as tendências do empirismo, o que o distingue e caracteriza é a tese de que todo e qualquer conhecimento sintético haure sua origem na experiência e só é válido quando verificado por fatos metodicamente observados, ou se reduz a verdades já fundadas no processo de pesquisa dos dados do real, embora sua validade lógica possa transcender o plano dos fatos observados. Daí a clara determinaçãode Bertrand Russell: "empirismo pode ser definido como a asserção de que todo conhecimento sintético é baseado na experiência". Usado pela primeira vez pela Escola Empírica, uma escola de praticantes da medicina na antiga Grécia, o termo empirismo deriva da palavra grega empeiría ( μπειρία)ἐ , que designa conhecimento ou habilidade obtida por meio da prática. Na antiguidade clássica o conhecimento teórico e prático, como saber universal e necessário ideal de "conhecer" é independente da experiência, e é a sabedoria. O conceito e a busca de evidências como fonte primária de conhecimento existiu durante toda a história da filosofia e ciência, desde a Grécia antiga, mas foi com o surgimento do chamado Empirismo Britânico, no século XVII, que consolidou-se como uma posição filosófica específica, sendo o filósofo John Locke considerado o fundador do empirismo como tal. Em seu livro Ensaio Sobre o Entendimento Humano, Locke descreve a mente humana como uma tabula rasa, onde, por meio da experiência, vão sendo gravadas as ideias. Os principais filósofos do Empirismo Britânico foram John Locke, George Berkeley, David Hume e John Stuart Mill. Atualmente, há o denominado empirismo lógico ou neopositivismo, desenvolvido por membros do Círculo de Viena com base no pensamento empírico tradicional e no desenvolvimento da lógica moderna. De maneira geral, poderíamos distinguir no empirismo três tendências basilares, a saber: • Empirismo integral, que reduz todos os conhecimentos, inclusive os matemáticos, à fonte empírica, àquilo que é produto de contacto direto e imediato cora a experiência (posição de Hume, de Stuart Mill e de alguns positivistas contemporâneos). • Empirismo moderado ou genético-psicológico, que explica a origem temporal dos conhecimentos a partir da experiência, mas não reduz a ela a validez do conhecimento mesmo, o qual pode ser não-empiricamente válido, como as matemáticas, cuja validade não se assenta unicamente na experiência, mas também no pensamento racional. Existe a admissão da validade lógica e racional a priori e, portanto, não empírica, mas tal conceito só seria eficaz para conhecer se for induzido à experiências; • Empirismo científico, que só admite como válido o conhecimento oriundo da experiência ou verificado experimentalmente, atribuindo aos juízos analíticos significações de ordem formal enquadradas no domínio dos enunciados lógicos, em essencial conexão com a linguagem peculiar a cada tipo de ciência. Outros pensadores opõem-se à redução da verdade a uma pura ordem de fatos, asseverando o papel preponderante da razão no processo cognoscitivo. O Racionalismo é uma corrente filosófica que, ao atribuir particular confiança à razão humana como o caminho para se alcançar a verdade, acredita que é dela – a razão – que se obtém os conhecimentos. A doutrina do racionalismo alega que tudo o que existe tem uma causa inteligível, ainda que essa causa não possa ser provada empiricamente. Ou seja, somente o pensamento por meio da razão é capaz de atingir a verdade absoluta. Não significa, no entanto, o esquecimento de que os fatos contribuem para a formação do conhecimento. O racionalista reconhece que o fato, aquilo que é dado de maneira direta a intuitiva, é elemento indispensável como fonte do conhecer, mas sustenta também que os fatos não são fonte de todos os conhecimentos e que, por si sós, não nos oferecem condições de "certeza". Discordando da tese empirista de Locke – a tábula rasa –, Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) criticou esta posição, dizendo que nem todas as verdades são verdades de fato: ao lado das verités de fait, existem as verités de raison, inerentes ao próprio pensamento humano. Outro ponto de relevo no pensamento dos racionalistas modernos, desde René Descartes (1596- 1650), prende-se ao inatismo, ideias inatas, que não dependem da experiência e estão dentro de nós desde que nascemos. Todos seriamos possuidores, quanto seres pensantes, de uma série de princípios racionais inatos em nós. A partir da Idade Moderna, o Racionalismo obteve grande crescimento como corrente filosófica e não se pode desvincular essas ideias das aplicações matemáticas. Tradicionalmente, o Racionalismo era definido pelo raciocínio como operação mental, discursiva e lógica para extrair conclusões. Uma das possíveis formas que assume o racionalismo é o Intelectualismo. Denominamos propriamente "intelectualismo" àquela corrente, originada de Aristóteles, que reconhece a existência de "verdades de razão" e, além disso, atribui à inteligência função positiva no ato de conhecer: — a razão não contém, porém, em si mesma, verdades universais como ideias inatas, mas as atinge à vista dos fatos particulares que o intelecto coordena: o intelecto extrai os conceitos ínsitos no real, operando sobre as imagens que o real oferece. O intelecto é considerado agens ou positivo no ato em que ordena os elementos sensoriais, e deles extrai os conceitos, selecionando-os e elevando-os ao plano da pura validade racional, através de um processo de generalização e de abstração. O Criticismo é a teoria ou doutrina que desenvolve uma investigação acerca das possibilidades do conhecimento, tendo em conta as suas fontes e as suas limitações. Este sistema da filosofia foi proposto por Immanuel Kant (1724-1804). Implica, lato sensu, sempre um estudo metódico prévio do ato de conhecer e dos modos de conhecimento, ou, por outras palavras, uma disposição metódica do espírito no sentido de situar, preliminarmente, o problema do conhecimento em função da correlação "sujeito-objeto", indagando de todas as suas condições e pressupostos. As teorias do conhecimento da Idade Média não colocavam em dúvida a possibilidade de conhecer a realidade tal como ela é. Kant supera essa dicotomia concluindo que o conhecimento só é possível pela conjunção das suas fontes: a sensibilidade e o entendimento. Declara, em primeiro lugar, que o conhecimento não pode prescindir da experiência, a qual fornece o material cognoscível, e nesse ponto coincide com o empirismo (não há conhecimento da realidade sem intuição sensível); por outro lado, sustenta que o conhecimento de base empírica não pode prescindir de elementos racionais, tanto assim que só adquire validade universal quando os dados sensoriais são ordenados pela razão; — "os conceitos, diz Kant, sem as intuições (sensíveis), são vazios; as intuições sem os conceitos são cegas". REALISMO E IDEALISMO (Essência do conhecimento) Na área da Gnosiologia que investiga a essência do conhecimento, há duas correntes antagônicas: Realismo e Idealismo. Muitos filósofos distinguem razão objetiva e razão subjetiva. Falar numa razão objetiva significa afirmar que a realidade externa ao nosso pensamento é racional em si e por si mesma e que podemos conhecê-la justamente por ser racional. Significa dizer, por exemplo, que o espaço e o tempo existem em si e por si mesmos, que as relações matemáticas e de causa-efeito existem nas próprias coisas, que o acaso existe na própria realidade, etc. Chama-se realismo a posição filosófica que afirma a existência objetiva ou em si da realidade externa como uma realidade racional em si e por si mesma e, portanto, que afirma a existência da razão objetiva. Há filósofos, porém, que estabelecem uma diferença entre a realidade e o conhecimento racional que dela temos. Dizem eles que, embora a realidade externa exista em si e por si mesma, só podemos conhecê-la tal como nossas ideias a formulam e a organizam e não tal como ela seria em si mesma. Não podemos saber nem dizer se a realidade exterior é racional em si, pois só podemos saber e dizer que ela é racional para nós, isto é, por meio de nossas ideias. Essa posição filosófica é conhecida com o nome de idealismo e afirma apenas a existência da razão subjetiva. A razão subjetiva possui princípios emodalidades de conhecimento que são universais e necessários, isto é, válidos para todos os seres humanos em todos os tempos e lugares. O que chamamos realidade, portanto, é apenas o que podemos conhecer por meio das idéias de nossa razão. KANT E A FILOSOFIA CRÍTICA Immanuel Kant (1724 a 1804), nascido em Konigsberg, Prússia, foi um dos filósofos que mais contribuíram para o enriquecimento da Filosofia. Amplamente considerado como o principal filósofo da era moderna, Kant transformou o mundo da filosofia com sua produção na esfera da metafísica, epistemologia, ética e estética, operando uma síntese entre o racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Wilhelm Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução). Nascido de uma modesta família de artesãos, Kant, ao contrário dos outros pensadores que estudaram objetos, fatos, seres etc. estudou qual é, de fato, a capacidade humana para analisar, estudar, compreender e emitir juízos (ou Julgamentos) morais e conceitos (ou Noções) objetivos sobre os fatos, os seres e as coisas. Dedicou seus esforços para explicar como é o funcionamento do mecanismo de apreensão e de compreensão da realidade que permite ao homem saber-se inserido em um universo. Nessa notória pesquisa e exposição sobre o processo intelectual, Kant teceu considerações sobre o alcance e a abrangência da capacidade humana para entender as coisas que rodeiam os homens. O raciocínio kantiano é o seguinte: se uma parte da ciência existe e outra parte não pode resultar apenas da experiência, é porque ela é o produto de uma síntese operada pelo sujeito do conhecimento a partir de suas sensações. Esse conhecimento não resulta de uma síntese a posteriori que consistiria em associar os termos constatados na experiência, mas de uma síntese a priori, isto é, anterior à própria experiência. O pensamento de Kant pode ser dividido em duas etapas: • Pré Crítica – nessa fase seu Pensamento insere-se na tradicional Metafísica de LEIBNIZ (1646/1716, Alemanha) e WOLFF (1679/1754, Alemanha) que dominavam o cenário intelectual da época. • Crítica – a qual, segundo Kant, iniciou-se por influência de suas leituras dos filósofos adeptos do Empirismo, sobretudo pela leitura de Hume (1711/1776, Escócia). Tornou-se célebre, aliás, a sua afirmativa de que “Hume despertou-me do sono dogmático”. As objeções céticas que Hume fazia ao Racionalismo Dogmático e à “Metafísica Especulativa (isto é, as abstrações, as divagações, os pensamentos sobre o quê está além da física, da matéria e que, para ele, não teriam utilidade ou validade concreta nenhuma) levaram Kant a duvidar se a “Metafísica Tradicional” seria, de fato, verdadeira, válida. Todavia, ainda defendia (embora sem a mesma convicção de antes) as possibilidades das Ciências (ou dos Saberes) e da Moral, baseada na crença metafísica de que os Valores Morais foram ditados pela Divindade cultuada pelas Religiões, principalmente a Católica que ainda dominava a Europa apesar da Reforma de Lutero. Umas das obras mais importantes da filosofia em todos os tempos, A Crítica da Razão Pura, do filósofo alemão Immanuel Kant, busca, antes de tudo, responder à pergunta sobre o que o ser humano pode conhecer ou, até onde a nossa mente pode chegar nos questionamentos sobre os porquês do mundo. A influência de Kant em sua época foi enorme, principalmente após a publicação da “Critica da Razão Pura”, em 1781, que aglomerou um grupo de seguidores entusiasmados pela recém inaugurada “Filosofia Critica”. É verdade que também surgiram vários opositores, em sua maioria “Pensadores Tradicionalistas” que acusavam a nova filosofia de pretender extinguir a Metafísica. O Kantismo, como se viu, é o “Método Analítico Transcendental” e a “Filosofia Critica”, onde o foco central não está no objeto estudado, mas sim nas características, possibilidades e validades daquele estudo. Ao invés do objeto, analisa-se como tal objeto é estudado e compreendido. No começo do livro Kant esclarece a diferença, fundamental para seu sistema, entre os "juízos sintéticos" e "juízos analíticos: • Juízos Analíticos – o conhecimento se forma a partir de proposições, afirmações, negações, teses, antíteses, conceitos e/ou julgamentos (ou Juízos). Uma afirmação do tipo “A é A”, que obedece apenas ao princípio (ou regra) lógico da não-contradição é um juízo, ou um conceito, ou uma noção a priori, pois não depende de nenhuma experiência. Esses juízos apenas analisam o que já estava dito ou colocado. São universais (válidos para todos) e nada acrescentam ao conhecimento. • Juízos Sintéticos – ao contrário dos Analíticos, ampliam o conhecimento, pois realizam sínteses; isto é, a unificação dos vários elementos agregados ao objeto. O juízo do tipo “A flor é Vermelha”, em que se acrescentou ao sujeito (a flor) um predicado ou adjetivo (vermelha), é um exemplo dessa ampliação. O Juízo Sintético depende da experiência empírica sensível (viu-se a cor vermelha) e é, portanto, a posteriori. Porém, esse conhecimento que ganhou um acréscimo será válido apenas para uma coisa, por isso não é universal. E tampouco necessário. Afinal, não se disse: todas as flores são vermelhas. E ser “vermelha” não é indispensável ou necessário, posto que a flor poderia ser de várias outras cores sem prejuízo ao Sujeito (a flor) da frase. • Juízos Sintéticos a priori – são os conceitos universais (para todos) e necessários (ou indispensáveis). E são dessa forma porque reúnem as características dos Juízos Analíticos e Sintéticos. A matemática fornece um bom exemplo desses juízos ou conceitos: Sabe-se que 7+5=12. É um conhecimento universal e necessário. É, pois, válido para todos e não poderia ser de outra forma. Mas essa proposição é analítica? O resultado “12” está embutido na expressão 7+5? Por mais que tal expressão seja decomposta analiticamente, será sempre uma união de 7+5 e nunca o resultado “12”. Tem-se, então, que “12” é um acréscimo ao conhecimento, mas não foi preciso nenhuma experiência empírica para se saber isso; logo, é a priori e analítico por ser universal, necessário e dispensar a experiência; contudo, também é sintético porque acrescentou algo ao conhecimento. É, pois, um perfeito Juízo Sintético a priori. Módulo B – FILOSOFIA E DIREITO JUSNATURALISMO E JUSPOSITIVISMO Direito Natural (da expressão latina ius naturale) ou jusnaturalismo é uma corrente que defende ser o direito independente da vontade humana, já existente antes mesmo do homem e acima das leis do homem. Para os jusnaturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser humano, devendo seguir sempre aquilo que condiz aos valores da humanidade (direito à vida, à liberdade, à dignidade, etc) e ao ideial de justiça. Desta forma, as leis que compõem o jusnaturalismo são tidas como imutáveis, universais, atemporais e invioláveis, pois estão presentes na natureza do ser humano. Em suma, o Direito Natural está baseado no bom senso, sendo este pautado nos princípios da moral, ética, equidade entre todos os indivíduos e liberdade. O Jusnaturalismo se afigura como uma corrente jurisfilosófica de fundamentação do direito justo que remonta às representações primitivas da ordem legal de origem divina, passando pelos sofistas, estóicos, padres da igreja, escolásticos, racionalistas dos séculos XVII e XVIII, até a filosofia do direito natural do século XX. Caracteriza-se o jusnaturalismo pela defesa conjunta de duas teses: uma de filosofia ética, que afirma a existência da justiça e de princípios morais universalmente válidos e acessíveis à razão humana; e uma relativa à definição do conceito de Direito, segundo a qual uma norma em desacordo com esta ética não pode ser classificada como “jurídica”. No entanto, ocorre divergência doutrináriaquanto à fundamentação destes princípios e até mesmo sobre quais seriam eles, como indica a evolução do jusnaturalismo transcendental ao transcendente. O pensamento jusnaturalista principiou-se entre os gregos como expressão da natureza humana, universal e portanto igual para todos. Em Roma, dizia Cícero que a lei natural era aquela que não precisava ser promulgada pelo legislador para ter validade; muito pelo contrário, conferia legitimidade ética aos preceitos da lei positiva. Por volta do século 13, com a filosofia de Tomás de Aquino, nasce o jusnaturalismo teológico, ou transcendental, afirmando ser o Direito natural parte da ordem eterna do universo originado em Deus. Leis positivas conferem efetividade, mediante a coação, aos mandados divinos. Este é um desenvolvimento coerente à época, de um Direito religioso, mas que não se sustentaria ante à racionalidade do movimento iluminista. Surge então, com o iluminismo, o jusnaturalismo moderno—também intitulado racionalista ou transcendente —de autores como Kant, que não derivam a lei natural dos mandados de Deus mas sim da natureza da razão humana. A influência do modelo foi extraordinária. Torna-se um dos trunfos ideológicos da burguesia e combustível para as revoluções liberais, pregando um Estado a serviço do indivíduo, em que as partes precedem o todo. A partir dele, há todo um enfoque na observação da estrita legalidade, até então negligenciada, e um afastamento da fundamentação ética/religiosa, voltando-se para a racionalidade jurídica e distinguindo, no âmbito penal, o crime, o pecado e o chamado “ato desprezível”. Foca-se na carga moral e no dano social causado pelo indivíduo. É neste auge alcançado pelo jusnaturalismo que, paradoxalmente, começa sua superação histórica, e ao fim do século 19 este modelo já era amplamente considerado demasiado metafísico, subjetivo e anticientífico, abrindo caminho para o positivismo. Ao contrário do que defende a Corrente Jusnaturalista, a Corrente Juspositivista (ou juspositivismo) acredita que só pode existir o direito, e consequentemente a justiça, através de normas positivadas, ou seja, normas emanadas pelo Estado com poder coercivo. Podemos dizer, desta forma, que são todas as normas escritas, criadas pelos homens por intermédio do Estado. O positivismo nasce de uma crença exacerbada no poder do conhecimento científico, oposto à especulação filosófica do Jusnaturalismo. Uma corrente de pensamento filosófico, sociológico e político que surgiu em meados do século XIX na França, cujo principal caractere era de que o conhecimento científico devia ser reconhecido como o único conhecimento verdadeiro. Busca-se, portanto, uma objetividade, também na ciência jurídica, com juízos de fato, não de valor, que visam conhecer a realidade sem tomar uma posição diante desta. O positivismo jurídico, logo, é uma corrente da filosofia do direito que procura reduzir o Direito apenas àquilo que está posto, colocado, positivado pelo Estado, através do legislador e utilizar um método científico (empírico) para estudá-lo. Ao definir o direito, o positivismo identifica, portanto, o conceito de direito com o direito efetivamente posto pelas autoridades que possuem o poder político de impor as normas jurídicas. TEORIA PURA DO DIREITO A Teoria Pura do Direito, é uma obra de Hans Kelsen, filósofo e jurista austríaco, que se insere nos cânones da escola juspositivista, e, a fim de conferir cientificidade ao ramo do direito, busca isolar as normas jurídicas dentro de um sistema onde uma ganha validade na relação que estabelece com as demais normas do sistema, de acordo com critério de hierarquia e subordinação. Assim, afasta do direito qualquer compreensão sociológica, metafísica ou política, abstraindo de tais elementos e torna sua teoria pura porque concentrada na fonte primordial por meio da qual o sistema se formaliza: a norma jurídica. A teoria pura do direito é o ápice do desenvolvimento do positivismo jurídico. Para essa doutrina, o conhecimento é restrito aos fatos e às leis que os regem, isto é, nada de apelar para a metafísica, a razão ou à religião. Nesse sentido, Kelsen, como positivista crítico, defendeu a tese de que a teoria geral do direito, até aquele momento, não podia ser considerada uma teoria “científica”, já que, ao formular os conceitos fundamentais de diferentes ramos do direito, ainda se prendia à considerações ético-políticas. Este é o intuito da teoria pura do direito: elaborar uma teoria do direito livre de qualquer especulação extra-jurídica (seja filosófica, ética ou política). Para tanto, o seu sistema tem as seguintes bases: • Primeiramente, para Kelsen o direito é restrito ao direito positivo, admitindo a possibilidade de justificar o direito apenas com noções jurídicas, tornando-o assim, autônomo das demais ciências. • Ademais, a teoria kelseniana considera o direito um conjunto de normas combinado com a ameaça de sanções, na qual a norma jurídica é o ato de vontade do legislador, escapando de toda justificação racional. Kelsen é ciente de que o direito de um Estado é todo hierarquizado, na qual a Constituição é a norma superior. Em consequência, todas as outras normas lhe devem obediência. Kelsen desenvolve um sistema escalonado de normas (pirâmide) em que a noção de validade concebe-se na correta inserção da norma no ordenamento jurídico, tornando-se assim vigente e eficaz. Toda norma deve obediência à Constituição Federal – norma maior dentro do sistema positivo de determinado Estado – e, a partir dela, depreendem-se as normas infraconstitucionais, distribuídas em um sistema piramidal. Kelsen busca desenvolver uma teoria científica do direito, definindo a ciência jurídica como campo de estudo cujo objeto são as normas jurídicas positivas, desvencilhando o direito de todos os elementos que lhe são estranhos, pertencentes a outras ciências como a psicologia, a sociologia, a ética e a teoria política. É importante ressaltar que Kelsen não nega a ligação existente entre o direito, a política, a sociologia e outros ramos das ciências sociais, nem tenta eliminar essas relações, simplesmente afirma que a ciência jurídica é ciência autônoma, que não se confunde com política do direito e não deve, portanto, se contaminar por ideologias políticas. A base da Teoria Pura do Direito é a distinção fundamental elaborada por Kelsen entre o que ele denomina "ser" e "dever ser". O âmbito do ser seria o mundo natural. Este domínio obedeceria ao princípio da causalidade, segundo o qual uma causa conduz a um efeito. Já o âmbito do dever ser diria respeito às normas, enquanto atos de vontade que se dirigem intencionalmente a uma conduta considerada obrigatória. Este domínio obedeceria ao princípio da imputação (quando A é, B deve ser). Kelsen admite que o escalão imediatamente seguinte ao da constituição constitui-se pelas normas gerais criadas pela legislação ou pelo costume. Dessa forma, a constituição também pode instituir como fato produtor de direito um determinado fato consuetudinário. Para o autor, o fato consuetudinário caracteriza-se pela circunstância de os indivíduos pertencentes à comunidade jurídica conduzirem-se por forma sempre idêntica sob certas e determinadas circunstâncias, da conduta ser repetida por um período longo, resultando no surgimento do costume, uma vontade coletiva de que valem os indivíduos para se conduzirem. No entanto, pela própria crítica que faz ao direito natural, nas ciências humanas não podem ser erigidas normas que tenham como fundamento certa regularidade da conduta do homem, já que esta regularidade não existe e mesmo que a resposta fosse positiva, não é possível mensurá-la e avaliá-la de maneira objetiva. A Teoria Pura do Direito revolucionou o estudo do direito, e seu autor foi considerado um dos maiores juristas do século XX. Não obstante, sua teoria é alvo de severascríticas que apontam, em geral, para seu formalismo excessivo e consideram equivocada a tentativa de desvincular o estudo do direito da sociologia e da moral. TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO A Teoria Tridimensional do Direito é uma concepção de Direito muito aclamada no meio acadêmico, conhecida e elaborada pelo jusfilósofo brasileiro Miguel Reale em 1968. Em termos gerais, ela prega a interpretação do direito sob três ópticas simultâneas e complementares - a normativa, a fática e a axiológica -, unificando três concepções unilaterais do direito até então independentes: • O sociologismo jurídico, associado aos fatos e à eficácia do Direito; • O moralismo jurídico, associado aos valores e aos fundamentos do Direito; e • O normativismo abstrato, associado às normas e à mera vigência do Direito. e se tornando, se não a principal, uma das mais importantes teorias gerais do direito no Brasil e na América Latina. Filiado à corrente culturalista, que dava grande ênfase ao Direito como fator cultural, Reale na verdade, não foi o primeiro teórico a formular uma teoria tridimensional do Direito, mas certamente foi quem a sistematizou de forma mais madura, sendo que autores como Emil Lask, Gustav Radbruch, Roscoe Pound Wilhelm Sauer e Werner Goldschmidt já tinham, em suas obras, abordado, ainda que de forma superficial, a tridimensionalidade jurídica. Embora essas três correntes não fossem totalmente isoladas, tendo até havido esforços em interpretá-las antes de Reale, a visão dominante era de que o direito podia ser analisado com somente um desses três elementos, nascendo daí uma "disputa" entre as escolas pela interpretação mais eficiente. Para os normativistas, as leis deveriam ser compreendidas pelo seu valor intrínseco, o que se entende por normativismo. Já a escola do sociologismo, acreditando que as leis são um produto de seu tempo e espaço, muda o foco para os fatos do direito, interpretando a legislação segundo sua necessidade e resultados. Por fim, os moralistas se concentram na ancestral dúvida de se uma lei é ou não justa, para eles, o valor (axioma) do código legal é mais importante, devendo a lei estar em harmonia com o que aqueles a ela subordinados julgam ser justo ou correto. O problema crucial, segundo Reale, é a questão de que o Direito sempre foi visto ou analisado sob enfoque unilateral, ou seja, priorizando-se apenas um dos aspectos supracitados. Para ele, todas as interpretações são corretas, sendo o erro de cada escola excluir ou diminuir a importância das demais. O fenômeno jurídico aconteceria simultaneamente nos âmbitos da norma, do fato e do valor, sendo incorreto interpretá-lo com a exclusão de qualquer outro. Segundo a teoria tridimensional, o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos básicos e primordiais: • O aspecto fático (fato) ou seja, o seu nicho social e histórico; • O aspecto axiológico (valor) ou seja, os valores buscados pela sociedade, como a Justiça; e • O aspecto normativo (norma) ou seja, o aspecto de ordenamento do Direito. A conjugação proposta por Reale pressupõe uma constante comunicação entre o primeiro e o segundo aspectos, que origina e também se relaciona com terceiro. Esta comunicação é denominada pelo próprio autor como a "dialética de implicação-polaridade", ou, "dialética de complementariedade". Esta consiste na percepção de que fatos e valores estão constantemente relacionados na sociedade de maneira irredutível (polaridade) e de mútua dependência (implicação). Onde quer que haja um fenômeno jurídico, há, sempre e necessariamente, um fato subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica etc.) um valor, que confere determinada significação a esse fato, inclinando ou determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou preservar certa finalidade ou objetivo; e, finalmente, uma regra ou norma, que representa a relação ou medida que integra um daqueles elementos ao outro, o fato ao valor, tais elementos ou fatores (fato, valor e norma) não existem separados um dos outros mas coexistem numa unidade concreta, e, não só exigem reciprocidade, mas atuam como elos de um processo de tal modo que a vida do direito resulta na interação dinâmica e dialética dos três elementos que a integram. ÉTICA E MORAL No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral ao conjunto de regras que orientam o comportamento do indivíduo dentro de uma sociedade, podendo ser adquirida através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano. Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” é proveniente do grego “ethos”, que significa, literalmente, “morada”, “habitat”, “refúgio”, ou seja, o lugar onde as pessoas habitam. No entanto, para os filósofos, este termo se refere a “modo de ser”, “caráter”, “índole”, “natureza”. Já palavra “moral” é originária do termo latino “morales”, que significa “relativo aos costumes”, isto é, aquilo que se consolidou como sendo verdadeiro do ponto de vista da ação. Moral é o conjunto de regras que orientam o comportamento do homem dentro de uma sociedade, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. Varia, deste modo, de acordo com a cultura, educação, tradição ou local. Tais regras norteiam os julgamentos de cada indivíduo sobre o que é certo ou errado, moral ou imoral, e as suas ações. Os princípios morais de uma pessoa são os valores em que ela acredita. Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano na tentativa de explicar as regras morais de forma racional e fundamentada. Neste sentido, trata-se de uma reflexão sobre a moral. O filósofo Aristóteles acreditava que a ética é caracterizada pela finalidade e pelo objetivo a ser atingido, que seria viver bem, ter uma boa vida, juntamente e para os outros. Desta maneira, pode-se afirmar que a ética é a parte da filosofia que estuda a moral, pois reflete e questiona sobre as regras morais. A ética pode caracterizar-se, também, por um padrão externo fornecido por instituições, grupos ou cultura a qual um indivíduo pertence. Advogados, policiais e médicos, por exemplo, devem seguir um código ético estabelecido por sua profissão, independentemente de seus próprios sentimentos ou preferências. Se considerarmos o sentido prático, a finalidade da ética e da moral é bastante semelhante, pois ambas são responsáveis por constituir as bases que guiarão a conduta do homem, determinando o seu caráter, seu comportamento em determinada sociedade, altruísmo e virtudes. Resumidamente, os princípios morais refletem valores e crenças individuais, enquanto os valores éticos são aplicados a toda a sociedade ou grupo. Cognoscente e Cognoscível são duas partes imprescindíveis e inseparáveis no processo de conhecimento. O cognoscente é o ser pensante, a pessoa que tem a capacidade cognitiva para aprender, saber e conhecer algo ou alguma coisa. Por outro lado, o cognoscível consiste no conhecimento em si, ou seja, a coisa que é passível de ser conhecida pelo sujeito cognoscente.
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