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Ética no uso dos testes psicológicos

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A ÉTICA NO USO DOS TESTES NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
A AP, tarefa prevista em lei como privativo do psicólogo, pode ser definida como um processo técnico e científico de coleta de dados e interpretações, com pessoas ou grupos de pessoas, por meio de informações obtidas em questionários, métodos, instrumentos psicológicos, entrevistas entre outros. 
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Enquanto a AP se refere a um processo amplo que envolve a integração de informações provenientes de diversas fontes, a testagem psicológica deve ser considerada como uma das etapas da avaliação, por meio da utilização de testes psicológicos de diferentes tipos. 
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Testes psicológicos são instrumentos de uso exclusivo do psicólogo utilizados para observar um comportamento e descrevê-lo com ajuda de escalas numéricas.
Logo, todo o processo de AP dever ser baseado em instrumentos adequados para a população a quem se destina. 
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Art 16. será considerada falta ética, conforme disposto na alínea “c” do Art. 1 e na alínea “h” do Art. 2 do Código de Ética Profissional Psicólogo, a utilização de testes psicológicos que não constam na relação de testes aprovados pelo CFP, salvo os casos de pesquisa. 
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No processo de administração de testes ou escalas, o psicólogo deverá: 
Prestar informações aos indivíduos envolvidos quanto à natureza e ao objetivo da avaliação e dos instrumentos a serem empregados, obtendo, por escrito o seu consentimento livre e esclarecido para participar no processo de avaliação psicológica. No caso de menores ou pessoas em situação de vulnerabilidade, este consentimento deverá ser obtido por meio de seus responsáveis.
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Verificar se o ambiente no qual será realizada a avaliação possui as condições físicas adequadas em termos de espaço, ventilação, mobiliário, qualidade de silêncio, a fim de assegurar o melhor desempenho dos indivíduos envolvidos. 
Organizar o material que irá utilizar antes de iniciar uma aplicação, verificando as especificidades de cada tipo de teste envolvido, como mesas especiais, gravadores, etc. 
Motivar os indivíduos para realizar a tarefa, tendo, entretanto, o cuidado para não interferir no desempenho do teste. 
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Desenvolver um relacionamento de confiança (rapport), visto como essencial no processo de aplicação de instrumentos psicológicos em forma individual. 
Atentar para os comportamentos dos indivíduos na situação de avaliação, observando a forma de resposta e o envolvimento na situação de avaliação, considerando que estas são variáveis influenciáveis no desempenho nos instrumentos utilizados.
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Seguir rigorosamente as instruções, os exemplos, o tempo e outras orientações que se encontrem no manual ou no próprio caderno do teste ou escala, evitando quaisquer improvisações que possam comprometer a validade dos instrumentos utilizados. 
Evitar ausentar-se da sala onde está realizando a avaliação, ou realizar quais quer outros comportamentos que o possam desviar do processo de avaliação tais como: conversar com outras pessoas, atender ao telefone, etc. 
Responsabilizar-se pela qualidade da aplicação dos testes e escalas psicológicas, sendo esta condição essencial para a obtenção de um resultado fidedigno.
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 É vedado ao psicólogo: 
Reproduzir material de teste em forma de fotocópias ou em outras formas que não sejam as originais do teste. 
Realizar avaliações psicológicas em situações nas quais não ocorra uma relação interpessoal, por exemplo, correios, telefone ou internet. De acordo com as orientações do CFP, os inventários administrados via internet somente poderão ser utilizados com finalidades de pesquisa, respeitando-se as normas específicas para esta situação, como a ser apresentado posteriormente. 
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 É vedado ao psicólogo: 
Efetivar gravações de sessões de avaliação psicológica sem o consentimento do(s) indivíduo(s) envolvido(s). 
Realizar atividades de avaliação psicológica que interfiram no trabalho de outro colega. 
Utilizar material informatizado como substituição total da presença do psicólogo no processo de avaliação
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Dez deficiências mais graves no uso dos testes
1) fotocopiar material sujeito a direitos autorais, 
2) utilizar testes inadequados na sua prática, 
3) estar desatualizado na sua área de formação,
 4) desconsiderar os erros da medida nas suas interpretações, 
5) utilizar folhas de resposta inadequadas,
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Dez deficiências mais graves no uso dos testes
6) ignorar a necessidade de explicações sobre pontuação nos testes aos solicitantes da avaliação, 
7) permitir aplicação dos testes por pessoal não qualificado, 
8) desprezar condições que afetam a validade dos testes em cada cultura, 
9) ignorar a necessidade de arquivar o material psicológico coletado, 
10) interpretar além dos limites dos testes utilizados.
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Violações éticas na avaliação psicológica: orientações necessárias 
Uma pesquisa sobre as principais infrações éticas cometidas pelos psicólogos inscritos no Conselho Regional 08 (Paraná) http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/sistema_conselhos/crps/ no período de 1994 a 2003 e constatou que (46,15%) das infrações denunciadas ao Conselho refere-se ao exercício da avaliação psicológica. Os motivos das denúncias dizem respeito, sobretudo, ao uso dos testes aplicados, à elaboração da análise das informações obtidas e à motivação que levou o psicólogo a conduzir uma avaliação psicológica.
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Principais artigos violados do CEPP em processo de AP
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: 
[...] c) prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas e conhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional [...].
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Principais artigos violados do CEPP em processo de AP
“Art. 2º Ao psicólogo é vedado: [...] 
Alínea “g” Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica [...]”. 
Alínea “h” [...] Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas; [...]”.
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Principais artigos violados do CEPP em processo de AP
Art. 18. O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão.
Art. 20. O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: 
Alínea “e” Não fará previsão taxativa de resultados; [...]. 
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Principais artigos violados do CEPP em processo de AP
 Art. 9º É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. 
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A devolutiva no processo de AP
De acordo com a resolução 01/2002 a devolutiva é direito de todo o candidato sujeito a processo de AP
Artigo 6º
Parágrafo 1º – o sigilo sobre os resultados obtidos na avaliação psicológica deverá ser mantido pelo psicólogo, na forma prevista pelo código de ética da categoria profissional
Parágrafo 2º - Será facultado ao candidato, e somente a este, conhecer o resultado da avaliação por meio de entrevista devolutiva.
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A devolutiva no processo de AP
É importante destacar o tipo de linguagem a ser empregada na devolutiva. No caso de trabalhar a devolutiva entre colegas psicólogos, o comunicado pode ser feito em termos técnicos, constando referências aos recursos utilizados e destacando forças e fraquezas do sujeito. Já em relação a outros profissionais, o psicólogo deve compartilhar somente as informações relevantes, resguardando o caráter confidencial e preservando o sigilo. 
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A devolutiva no processo
de AP
Na entrevista de devolução, seja em qualquer situação, deve ser sempre realizada de forma a promover o crescimento do indivíduo, e não o contrário:
“você não passou no teste” ou “você não passou na avaliação psicológica”
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A devolutiva no processo de AP
Quanto à guarda dos documentos, recorda-se o texto da Resolução nº 07/2003: 
 VI − GUARDA DOS DOCUMENTOS E CONDIÇÕES DE GUARDA 
 Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica, bem como todo o material que os fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto do psicólogo quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica. Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo. Em caso de extinção de serviço psicológico, o destino dos documentos deverá seguir as orientações definidas no Código de Ética do Psicólogo. 
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A devolutiva no processo de AP
Quanto a elaboração dos documentos dos resultados da AP estes devem seguir os parâmetros da resolução CFP 007/2003, que institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos por psicólogos, decorrentes de AP. 
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CONCLUSÃO
Na prática de um psicólogo, a qualidade dos testes psicológicos não deve ser a única variável a ser considerada durante o planejamento e a execução de um processo avaliativo. A consideração aos princípios éticos envolvidos na avaliação deve também nortear o trabalho do psicólogo.
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Referências:
 
AMBIEL, R. A. M e cols. Avaliação Psicológica guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. – Capítulo 7.
Conselho Federal de Psicologia. Avaliação psicológica: diretrizes na regulamentação da profissão / Conselho Federal de Psicologia. - Brasília: CFP, 2010. Cap. 04
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