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CENTRO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENO DE CIÊNCIAS SOCIAIS Trabalho de História sobre “A revolução Industrial: Desenvolvimento e impacto social” Acadêmico: Antonio Miguel Moretin 1º Ano Ciências Sociais - noturno -Londrina- 2014 Antonio Miguel Moretin Trabalho sobre o tema “A revolução industrial: Desenvolvimento e impacto social” com base no livro Documentos em História, do fragmento à totalidade. Trabalho apresentado à disciplina História Geral, ministrado pelo Profº Dr. Francisco Ferraz, no primeiro semestre de 2014, como requisito parcial para o cumprimento das atividades propostas com vistas à aprovação no curso. -Londrina- 2014 1) A revolução industrial: desenvolvimento e impacto social Podemos observar que a sociedade vem sofrendo transformações com uma rapidez que nos surpreende cada vez mais, tanto na área tecnológica, social, cultural e em inúmeras outras. Mas focaremos na área da indústria, do trabalho e seus reflexos na sociedade. Com base nos textos propostos para a realização deste trabalho, poderemos dissertar sobre o impacto causado pela ‘revolução industrial’ e a ‘divisão do trabalho’ dentro da indústria e na sociedade, com efeitos quase que “irreparáveis” que perduram até os dias atuais. Primeiramente, veremos que antes da revolução industrial, os pequenos artesãos eram donos de tudo o que produziam, desde suas matérias primas até o lucro total sobre as vendas de todos os seus produtos. Seu local de trabalho era seu lar ou outro pequeno local e quem o ajudava, era seus familiares e alguns empregados, ou seja, ele tinha controle sobre o tanto que produzia, o tanto que gastava e o quanto lucrava; seu salário dependia apenas e unicamente de seus serviços e ele poderia até ser caracterizado como um “pequeno empregador”. Com seus produtos prontos, ia à venda nas cidades mais próximas. Houve então, uma necessidade de produzir mais, já que sua produção (o fabricante poderia construir pequenos locais onde contrataria alguns funcionários que teriam noção do completo processo da produção, consequentemente, aumentando, ainda que pouco, a produção), ultrapassou o consumo do mercado de onde vivia e teve que procurar um “comerciante” para ir vender suas mercadorias, tanto para outras cidades, vilas, como também para o mercado externo, exportando para alguns outros países. Este comerciante, acima citado, também conhecido como mercador, ficava com a responsabilidade do acabamento do produto e sua venda. Com as palavras de Mantoux (1997, p. 43): Em geral, o tecelão lhe entregava a peça de tecido sem que estivesse acabada ou tingida; cabia a ele o trabalho de acabamento que deveria preceder à venda definitiva. Para isso, era preciso que ele contratasse trabalhadores; que se tornasse de uma forma ou de outra, empregador. É a primeira etapa da transformação gradual do capital comercial em capital industrial. Do fim do século XVI ao início do século XVIII, o mercador, agora marcador- manufatureiro, acabou se apropriando, lenta e imperceptivelmente, do que antes era de propriedade do produtor: a lã, o fio, o tear, o tecido, com o moinho de pisoar, o tecido e a loja onde ele era posto à venda. Chegando a ponto de o produtor, que perdeu todo seu direito de venda sobre seus produtos, não ter nada mais do que sua força de trabalho para vender, se tornando assim, funcionário do mercador. Chegamos então, no momento em que o mercador se torna mais capitalista e acaba tendo a necessidade agrupar a matéria prima, os meios de produção, os funcionários e seus produtos num só local, surge então à fábrica. Nesta fábrica, há a divisão social do trabalho, aumentando significativamente a produção, o número de funcionários, o lucro para o dono da fábrica, (este que agora poderá supervisionar a produção, direta ou indiretamente) e excluindo praticamente por completo os funcionários do lucro de toda a produção. Vamos analisar como era e como agora é, após o surgimento desta fábrica a produção, antes com apenas alguns funcionários, que tinham prática no seu serviço, mas que também tinham um teto de produtos feitos no final do expediente, por tudo ser feito com poucas pessoas, maquinário doméstico e conhecimento sobre todo o processo de produção; agora na fábrica, ficam alienados, mecanizados e limitados em suas pequenas funções. Smith faz essa análise utilizando como exemplo a produção de alfinetes no trecho a seguir, (1977, p. 169): Mas, embora não fossem muito hábeis, e, portanto não estivessem particularmente treinados para o uso das máquinas, conseguiam, quando se esforçavam, fabricar em torno de 12 libras de alfinetes por dia. Ora, 1 libra contém mais do que 4 mil alfinetes de tamanho médio. Por conseguinte, dez pessoas conseguiam produzir entre elas mais de 48 mil alfinetes por dia. Assim, já que cada pessoa conseguia fazer 1/10 de 48 mil alfinetes por dia, pode-se considerar que cada uma produzia 4.800 alfinetes diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, e sem que nenhum deles tivesse sido treinado para esse ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia. Agora o que antes era mercador, que passou a ser mercador-manufatureiro, comerciante, agora se torna um empresário capitalista, dono de sua fábrica, teria problemas se não estivesse no “total” controle sobre os meios de produção e funcionários, o que somente conseguiria reunindo os trabalhadores, as máquinas e as matérias-primas dentro da fábrica, sob sua supervisão direta ou indireta. Essa foi uma mudança drástica nos meios de produção, na organização e administração do trabalho. “Como insistem vários historiadores, as máquinas foram introduzidas massivamente na produção após a consolidação do “sistema de fábrica”. (FERRAZ et al., 1977. p 172) O empresário capitalista cria um grave problema: com o aumento da produtividade, consequentemente do lucro, ele exclui os empregados do lucro da fábrica, o que causa prejuízo ao empregado e desigualdade social, dentro e fora das fábricas, que tratarei suas consequências mais adiante. Com todas essas mudanças, temos dois pontos importantes a serem tratados. O primeiro seria que, todo esse processo de transformação na produção e comercialização de produtos, fez com que os mercadores passassem a se tornar empresários capitalistas. Isto fez com que os artesãos perdessem sua propriedade nos seus próprios meios de produção, comercialização de seus produtos a tal ponto que não tivessem mais nada, somente sua força braçal para oferecer. O segundo ponto a ser tratado é que tal transformação e implantação deste “sistema de fábrica” causaram lutas e resistências por partes dos já chamados, a um bom tempo de trabalhadores. “Expropriados das forças produtivas e seus saberes, os trabalhadores resistiam como podiam.” (Ferraz, et al., 1977, p. 173). Vemos que esse novo sistema industrial, com o “saber especializado” surgia não só com o intuito de aumentar ma produção, mas também como mais uma forma de alienação e dominação. Vejamos o que esta nova situação havia causado na sociedade, nas palavras de Ferraz, et al., (1977, p. 175): Enquanto alguns grupos de trabalhadores esperavam a caridade oficial ou prostravam-se desmoralizados na depressão ou no alcoolismo, outros tratavam de tentar resistir ou conferir um pouco mais de sentido àquela nova realidade que estava sendo instaurada. A carta de advertência, enviadaanonimamente para os donos de fábricas mostra a tensão que estava presente naquela época. Realmente um verdadeiro choque de interesses; os patrões querendo cada vez lucrar mais e pagar menos, os operários querendo trabalhar menos e ganhar mais, além de reivindicarem seus direitos de propriedade na produção. Isto fica claro na citação à seguir, (Ferraz, et al., 1977, p 176): Trata-se, portanto, de movimentos muito mais complexos do que mera reação ao maquinismo industrial. Era o rompimento de um mundo novo, com valores extrínsecos à compreensão e tradição das classes trabalhadoras, valores tais como: disciplina fabril, dinheiro, individualismo; tempo útil e egoísmo dos patrões. Essa revolução no campo industrial trouxe vários problemas, desde a desigualdade social, pobreza, miséria, baixa expectativa de vida e, digamos momentaneamente, soluções como o crescimento e desenvolvimento de cidades e países, novas tecnologias e etc. Não podemos deixar de afirmar que este foi um grande momento para a humanidade, que o homem pode mostrar do que é capaz, criando soluções para os problemas que é por ele criado. 2) Bibliografia FERRAZ, Francisco César Alves, et al., DOCUMENTOS EM HISTÓRIA, do fragmento à totalidade. Coletânea de Documentos Históricos. Ed. da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 1977.
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