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Melhoramento genético da macieira.

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
BARBARA PANATO MAIA
LUCAS SARTOR
VINICIUS BELTRAME
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
MELHORAMENTO VEGETAL
MAÇA 
(Malus domestica)
PATO BRANCO
2017
BARBARA PANATO MAIA
LUCAS SARTOR
VINICIUS BELTRAME
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
MELHORAMENTO VEGETAL
MAÇA 
(Malus domestica)
Trabalho apresentado como requisito parcial à aprovação na disciplina de Melhoramento Vegetal, do Curso de Agronomia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco. Prof°. Drº Leomar Woyann.
PATO BRANCO
2017
INTRODUÇÃO
A maçã é uma fruta típica de clima temperado, com origem no Oriente Médio e Leste Asiático. A importância de sua produção vai além do consumo in-natura do fruto, sendo útil para produtos industrializados tais como doces, geleias, vinagre, comportas, bebidas e etc. A macieira exige clima frio, apresentando-se apta para produzir em condições de inverno brando. Devido a esta característica a região do Brasil que se destaca na produção é o Sul, com destaque para os polos de Vacaria, no Rio Grande do Sul, Fraiburgo e São Joaquim, em Santa Catarina e Palmas, no Paraná. O volume produzido, além de permitir o abastecimento do mercado interno com regularidade e qualidade, possibilita a exportação de parte significativa da produção.
Muitas vezes a produção é baseada em poucos cultivares amplamente conhecidos e o mercado resiste a mudanças no padrão conhecido da fruta. Nesses casos, a obtenção de variedade que tenham frutos semelhantes aos da variedade consideradas padrão facilita sua aceitação. No Brasil, atualmente 90% da produção de maça é advindo de duas cultivares, a Gala e a Fuji. Gradativamente essas duas cultivares são substituídas por seus clones, como a Royal Gala, Imperial Gala, Galaxy para a cultivar Gala, e Fuji Suprema e Kiku para a cultivar Fuji. Outras cultivares como Eva, Anna e Condessa são recomendadas em regiões mais quentes, não exigindo tanto frio. A produtividade média no país varia de 15 a 30 t/ha de frutos. Essa variação ocorre em função do espaçamento, cultivar e manejo do pomar.
A safra da maça inicia-se no final de dezembro, nas regiões mais quentes, com a colheita das cultivares de baixo requerimento de frio, e se estende até o início de maio, nas regiões mais frias, com a colheita das cultivares de alto requerimento de frio.
Como exemplo de melhoramento da macieira temos a seleção recorrente, que pode ser utilizada para obtenção de precocidade no florescimento, a hibridação interespecífica para incorporar genes de resistência a doenças, retrocruzamento e transformação genética quando se quer transferir gene de resistência à sarna, ou, ao fogo bacteriano, poliploidia e mutações para produção de novas cultivares como Royal gala, Mundial Gala, Red Gala, Lisgala, Imperial Gala e Real Gala, originários do cultivar Gala e etc. 
DESENVOLVIMENTO
Os objetivos do melhoramento variam. Para os produtores o importante é obter plantas com boa adaptação a condições de clima e solo, com alta produção, resistentes a pragas e doenças e que se adaptem bem ao cultivo, permitindo razoável nível de mecanização. Para os comerciantes é importante frutas de alta qualidade, atrativas, resistentes ao transporte e que possam ser armazenadas. Para a indústria de processamento, as características físicas e químicas da fruta são o foco de interesse. Em especial na macieira os alvos principais do melhoramento é adaptação ao clima local, com menor necessidade de frio durante o inverno, resistência as principais doenças como sarna e a mancha-foliar-de-glomerella, busca-se também frutos mais vermelhos, de sabor doce e alta capacidade de armazenamento a frio e plantas com alto potencial produtivo, ou seja, plantas com alta capacidade de produção de flores, alta frutificação efetiva e ausência de alternância de produção. (BRUCKNER, 2008)
2.2 Obtenção de germoplasma
O germoplasma pode ser obtido via coleta ou intercambio de germoplasma. Para plantas alógamas como a macieira, o esforço deve ser concentrado na coleta de maior número de sementes por indivíduo. (BRUCKNER, 2008)
Para coleta deve-se conhecer a variabilidade genética e sua distribuição dentro da população de interesse, além de ter total conhecimento sobre o sistema reprodutivo, biologia floral e distribuição dos órgãos reprodutivos dentro de uma mesma planta. Esses fatores auxiliam na escolha de populações a serem amostradas e, principalmente, na determinação de áreas prioritárias para conservação. (BRUCKNER, 2008)
A distribuição espacial da variabilidade é o resultado de processos, como mutação, migração, deriva genética e seleção, associados as características, como sistema reprodutivo, modo de dispersão de sementes, sincronização de florescimento, por exemplo. Associados a como riqueza alélica, alelos exclusivos ou privados, heterozigosidade e endogamia, devem ser considerados. O uso e a aplicação dessas medidas tornam-se importante, uma vez que a conservação de germoplasma requer que a coleta seja capaz de capturar a máxima variação genética possível. (BRUCKNER, 2008)
Outra forma de obtenção é através de intercambio de germoplasma. Essa forma de obtenção de variabilidade e enriquecimento das coleções podem ser divididas em exportação, importação e trânsito interno. Toda a atividade de intercambio para suprir as atividades de conservação e uso de germoplasma dos programas de melhoramento, incluindo o processo quarentenário, é de responsabilidade da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em formulários específicos para cada uma das atividades. O germoplasma ao entrar no Brasil, passara pelo processo de quarentena. Caso não seja detectada nenhuma praga ou microrganismo nessa etapa, é emitido o laudo quarentenário, e o material é liberado para o solicitante. (BRUCKNER, 2008)
Portanto para a escolha dos parentais, procura-se sempre plantas que apresentem certo grau da característica de interesse, pois é necessário que haja variabilidade genética relativa ao caráter que se busca, por isto o melhorista precisa a sua disposição germoplasma adequado para que possa obter as combinações genicas adequadas nas novas variedades. No caso de não haver as características desejadas no germoplasma das espécies do gênero Malus, pode-se utilizar técnicas biotecnológicas, como cultura de tecidos, a caracterização genotípica, a seleção assistida por marcadores moleculares e a transformação genética, essas técnicas podem também acelerar o processo e aumentar a eficiência das etapas de geração de populações segregantes e de seleção de plantas com atributos agronômicas superior. Outro fator é a escolha do tamanho das populações descendentes. Na macieira, que ocorre alta segregação genética, se recomenda uma população de 500 a 1000 plântulas por cruzamento. Definidos os objetivos e de acordo com as características da espécie e do germoplasma disponível, serão escolhidos os métodos de melhoramento a serem empregados. (BRUCKNER, 2008)
2.3 Caracterização, avaliação e conservação do germoplasma em macieira
Após obter o germoplasma, é necessário que ele seja caracterizado, com base em descritores, como características morfológicas, botânicas, agronomias, moleculares ou químicos. Eles são utilizados para diferenciar acessos de uma mesma espécie. Existem vários tipos de descritores como: de passaporte, inclui a identificação do acesso (gênero e, ou, espécie), forma de obtenção (coleta, introdução, melhoramento), local de coleta, incluindo as coordenadas geográficas, de manejo, contendo os dados que auxiliam os processos de regeneração e multiplicação do material abrangendo a quantidade de sementes disponível, bem como dados sobre a viabilidade destas, do local de coleta, de caracterização e de avaliação. (BRUCKNER, 2008)
Para caracterização de uma coleção deve-se seguir algumas recomendações, como, ter conhecimento sobre a fenologia da espécie, principalmentede fatores relacionados ao sistema reprodutivo. Alogamia, autogamia, e reprodução vegetativa interferem diretamente e profundamente na escolha dos indivíduos a serem amostrados para a caracterização. Ter a documentação correta. Manter um número mínimo de três a cinco plantas por acesso, com no mínimo duas repetições, de forma a garantir maior confiabilidade das análises estatísticas, diminuindo as chances de erro tipo I e II. No caso de indisponibilidade de sementes ou outro material propagativo, formar lotes de forma a mais homogênea possível, para se proceder a caracterização. Procurar identificar descritores com maior poder de discriminação entre os materiais, dando preferência aos descritores já registrados. (BRUCKNER, 2008) 
Na fase de caracterização e avaliação é importante que se amostre um número adequado de plantas para possibilitar que a variação de uma determinada característica seja representada. Na coleta os indivíduos podem ser distribuídos em subpopulações ou estratos. Mais recentemente, com o rápido desenvolvimento de técnicas moleculares, a caracterização de germoplasma por marcadores de DNA tem se tornado frequente. (BRUCKNER, 2008)
Como a grande maioria das espécies frutíferas apresenta longo período juvenil, a manutenção de germoplasma que não seja em campo constitui uma grande desvantagem. Outro fator que acaba contribuindo para a manutenção das coleções em campo relaciona-se ao comportamento das sementes em condições de armazenamento. Grande parte das espécies frutíferas, apresenta sementes recalcitrantes, ou intermediárias, aquelas que toleram a redução do teor de umidade, mas perdem a viabilidade quando armazenadas em baixas temperaturas. Algumas medidas podem contornar o problema da recalcitrância das sementes quanto a conservação entre elas a conservação in vitro e a criopreservação. Essas observações estão relacionadas a conservação ex situ, ou seja, quando o germoplasma é conservado fora do seu ambiente original. Outra estratégia de conservação é a in situ, no caso da maça, a conservação in situ é no Uzbequistão. (BRUCKNER, 2008)
2.4 Métodos de melhoramento
Deve-se lembrar que a macieira é uma espécie alógamas, portanto, os descendentes geralmente são distintos entre si e diferem dos pais que os originaram em consequência da segregação genética. De forma geral as fruteiras são propagadas vegetativamente, por meio de enxertia, estaquia ou outros métodos. As plantas enxertadas podem ser compostas por dois ou três genótipos diferentes. O primeiro genótipo é da variedade-copa, que deverá apresentar características adequadas para a produção, comercialização, processamento e consumo final, de acordo com a finalidade da fruta. O segundo genótipo é do porta-enxerto, que deverá atender a uma boa adaptação as condições de solo e dar sustentação a parte aérea. Em alguns casos, pode haver um terceiro genótipo que é chamado de filtro ou interenxerto, ele é utilizado para reduzir o vigor da copa, facilitando o manejo do pomar, controlar possíveis problemas de incompatibilidade entre o porta-enxerto e a copa, acelerar o início da frutificação, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos frutos, entre outros. Portanto, a enxertia possibilita reunir genótipos distintos numa mesma planta, proporcionando redução de porte das plantas e maior precocidade de produção, sem que haja recombinação genética. (BRUCKNER, 2008)
Outra forma é a micropropagação que é utilizada quando se quer material de propagação livre de doenças. 
Desta forma o melhoramento é a seleção de pais com caracteres complementares possíveis de serem recombinados, seguida do cruzamento entre estes, da seleção dos melhores híbridos dentro da progênie resultante e de sua propagação por métodos assexuados, repetindo-se esse ciclo geração após geração, ele pode ser feito apenas à parte aérea ou ao porta-enxerto. (BRUCKNER, 2008) 
2.5 Melhoramento da macieira através de hibridação 
	Para o projeto utilizaremos o método de hibridação, por ser o mais comum, através da metodologia de HAUAGGE; TSUNETA (1999). Como progênies será usado cultivar SCS 416 – Kinkas e IAPAR 76 – Anabela, o objetivo do cruzamento é encontrar uma nova cultivar que tenha principalmente a baixa necessidade de frio da IAPAR 76 – Anabela e se possível seja resistente à sarna como a SCS 416 – Kinkas.
 	A necessidade da macieira com temperaturas baixas é importante para superação de dormência das gemas, sendo que a maioria das cultivares comerciais necessitam de 1200 unidade de frio (UF), existindo cultivares e espécies dentro do gênero Malus que necessitam de um valor menor, em torno de 200-300 UF. O caráter de baixa necessidade em frio na macieira é condicionado por um gene dominante, e modificado por outros genes menores. Em busca de uma cultivar com menos requerimento de frio utilizaremos como progenitor feminina a cultivar Kinkas e a Anabela como doadora do polén.
	Escolhidos os genitores, a hibridação consiste da coleta e manipulação do pólen, polinização, coleta de frutos e extração de semente, sendo assim, inicia-se com a proteção das flores antes e após os cruzamentos, para evitar contaminação. A contaminação causada por insetos pode ser reduzida com emasculação acompanhada da retirada da corola, tornando-se menos atrativas, ou protegendo as flores, inflorescências, ramos ou mesmo plantas inteiras com sacos de papel, telas ou panos, antes e após a polinização. As plantas de propagação vegetativa precisam de genitores altamente heterozigotos, que produzem descendência com grande segregação. Para que haja maior probabilidade de encontrar combinações, é necessário que se trabalhe com progênies numerosas. Os melhores resultados são obtidos quando se cruzam pais com boas características agronômicas e que representam combinações contrastantes. (HAUAGGE; TSUNETA, 1999)
	A polinização é realizada esfregando as flores com anteras deiscentes sobre o estigma da flor receptora, ou depositando o pólen coletado no estigma receptor, com auxílio de pincel, cotonete, bastão de vidro, dedo ou instrumento que melhor se adapte. O sucesso pode variar em decorrência de fatores climáticas (temperatura, umidade, radiação etc), edáficos (exigências da espécie), bióticos (agentes polinizadores e vigor da planta) e genéticos (auto-incompatibilidade, apomixia etc), que interferem no processo. A próxima etapa é a obtenção dos frutos e posteriormente a extração de sementes, que germinarão e constituirão as plantas que serão avaliadas e selecionadas. (HAUAGGE; TSUNETA, 1999)
As sementes são levadas para câmeras frias com temperaturas entre 7°C e umidade relativa controlada, esta etapa é importante para a quebra de dormência e demora em torno de 2 a 3 meses, as plântulas são transferidas para viveiro durante um ciclo de crescimento e posteriormente plantadas no campo, espaçadas de 4x1 m. Durante os primeiros ciclos de crescimento, as populações de plântulas devem ser avaliadas no campo quando a adaptação ambiental, vigor, habito de crescimento, resistência a mancha necrótica das folhas, sarna, oídio, entre outras doenças. (HAUAGGE; TSUNETA, 1999)
	Frutos das plantas originais devem ser avaliados durante três ciclos, sendo então selecionados e multiplicados em porta-enxertos clonais para testes nas Estações Experimentais de Palmas, Piraquara e lapa, onde devem ser reavaliados. (HAUAGGE; TSUNETA, 1999). Nessas reavaliações se for constatado uma nova cultivar com as características de desejo, ela irá ser certificada e poderá ser distribuída em forma de propagação vegetativa.
2.6 Estratégias biotecnológicas para macieira
A biotecnologia atua na utilização de uso de organismos vivos para produz produtos comercializáveis, ela se divide nas áreas de Biologia Celular e Biologia Molecular. A biotecnologia celular estuda a limpeza clonal, micropropagações, embriogênese somática, resgate de embriões, sementes sintéticas, fusões de protoplasto, haplodiploidização e variação somaclonal. Já a biologia molecular estuda os marcadores moleculares, mapeamento genético de ligação,genômica estrutural e funcional, proteomica, transformações genéticas e a bioinformática.
No melhoramento a aplicabilidade da biotecnologia é imensa, para resistências infecciosas, como fungos, bactérias, vírus e etc, resistências à estresses ambientais, como encharcamento, a exigência a baixas temperaturas, a necessidade de adaptação a diferentes tipos de solo, o aumento da produtividade, enriquecimento no valor nutricional, ou até mesmo estender a vida de conservação pós-colheita, a firmeza, o sabor e qualidade.
A biotecnologia utiliza como suas principais ferramentas a cultura de tecidos, que envolve limpeza clonal, embriogenese somática, resgate de embriões, sementes sintéticas, fusão de protoplasto, variação somaclonal. Os marcadores moleculares que envolve organização da variabilidade genética, mapeamento genético, seleção assistida. A cultura de tecidos garante altas taxas de multiplicação, uma produção durante o ano todo, um espaço menor para obter as plantas, a obtenção de material livre de doenças, uma multiplicação massal e rápida de clones, conservação e intercâmbio de germoplasma e uma transformação genética
O estudo do genoma das principais fruteiras e seus patógenos, oferece uma oportunidade de descoberta de novos genes de resistência a diferentes doenças, e liberação de variedades cada vez mais resistentes a cada vez mais doenças,. Uma das principais barreiras está relacionado ao longo ciclo das gerações, existem projetos de melhoramento que podem durar até mais de 20 anos. A herdabilidade é muito complexa, as bases genéticas são estreitas e o processo de reprodução sexual acaba sendo muito limitado.
Mas é com base nos desafios de diminuir a utilização de produtos químicos para controle, obter alta produtividade de frutos sadios, em uma exigência maior dos consumidores por consumir alimentos de melhor qualidade, das necessidades de preservação do meio ambiente que as mudanças nas tecnologias adotadas devem ser inovadas para produção de frutas de alta qualidade biológica. Essa seleção por cultivares resistentes é de fundamental importância para o setor produtivo se manter sustentável e mais estável.
A hibridação somática e a haplodiploidização em porta enxertos de macieira forma híbridos somáticos, combina diferentes gêneros e espécies incompatíveis sexualmente, isolamentos em diferentes tecidos.
Os marcadores moleculares na organização da variabilidade do germoplasma, na escolha de genitores para a obtenção de recombinantes das progênies, mapeamento genético, seleção de marcadores ligados a genes de interesse, seleção indireta de plantas em um estágio precoce com uma redução de custo e tempo e clonagem de genes de interesse agronômico.
O mapeamento genético é disponibilizado para as principais espécies frutíferas ligados aos estudos de caráter quantitativo e qualitativo, visando uma melhoria na eficiência da seleção dos tipos.
A embriogênese somática conduz a conservação do germoplasma, e uma propagação em grande escala de clones elites. A semente sintética facilita o processo produtivo, um dos melhores sistemas pronta entrega e uma alternativa a conservação de germoplasma. Ligada a propagação de híbridos de alto valor e controle no sistema de distribuição de mudas além da organização da variabilidade genética.
Os porta-enxertos Malus prunifolia (marubakaido) x Malus pumila (M.9), tem as características de interesse o nanismo, resistência ao alumínio, ao pulgão lanígero e Phytophthora cactorum.
As estratégias biotecnológicas para as frutíferas de clima temperado apresentam boas perspectivas futuras, como características que controlam resistência a doenças e pragas que podem ser descobertas em uma fase precoce (em semanas ou meses de vida de uma plântula), garantir uniformidade das plantas, reduzir intervalo entre gerações no melhoramento genético, capturar e fixar ganhos genéticos a partir de genótipos superiores, acelerar alguns procedimentos procurando objetivos específicos, para aumentar a variabilidade genética e aumentar o alcance de seleção de genótipos novos, melhoramento de germoplasma de elite em cultura de tecidos, técnicas que complementam programas de melhoramento tradicional.
Um exemplo de biotecnologia aplicado a maça ocorreu com a empresa de biotecnologia canadense Okanagan Specialty Fruits que encontraram uma maneira de suprimir a enzima responsável pelo escurecimento, silenciando-a geneticamente. Isso não elimina completamente a concentração da PPO nas maçãs, mas a limita para menos de 10 por cento, o que é suficiente para suprimir a reação de escurecimento. No entanto, os cientistas observam que a fruta ainda vai mostrar descoloração proveniente de infecções bacterianas ou fúngicas e podridão como qualquer maçã.
O processo de escurecimento enzimático é completamente natural. Ele ocorre quando os compostos fenólicos presentes na fruta reagem com o oxigênio do ar. Este processo de oxidação é conduzido por uma enzima chamada polifenol oxidase (PPO), que oxida os fenóis, resultando na formulação de melanina – a proteína que também é responsável pela pigmentação dos cabelos, olhos e pele humanos.
No entanto, as estatísticas mostram que as maçãs estão entre os produtos alimentares mais desperdiçados – apenas no Reino Unido, 190.000 toneladas são jogadas fora a cada ano. Isso acontece devido ao escurecimento, que é uma questão importante e um empecilho aos produtos de maçã recém-cortada, que são atualmente o menor contribuinte das vendas de maçã, apesar do aumento da demanda dos consumidores por lanches saudáveis e convenientes.
A equipe chamou sua nova maçã que não escurece de Arctic, mas ela não é uma variedade de fruta completamente nova. Em vez disso, a tecnologia é utilizada para transformar as já populares maçãs dos tipos Granny Smith, Golden Delicious e Fuji, simplesmente deixando-as livre do escurecimento. Os bioengenheiros ressaltam que as preferências de crescimento das árvores, o sabor e os nutrientes presentes nas maçãs Arctic-encantadas não diferem de suas contrapartes tradicionais.
2.7 Certificação e proteção de novas cultivares
Uma cultivar é resultado de melhoramento em uma variedade de planta que a torne diferente das demais em sua coloração, porte, resistência a doenças. A nova característica deve ser igual em todas as plantas da mesma cultivar, mantida ao longo das gerações.
O Registro Nacional de Cultivares (RNC) é uma das atividades de competência do Sistema Nacional de Sementes e Mudas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que objetiva garantir a identidade e qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e utilizado em todo o território nacional.
 Uma das exigências para se registrar uma cultivar é o preenchimento de um formulário de inscrição que pode ou não vir acompanhado dos requisitos mínimos para determinação do Valor de Cultivo e Uso (VCU), conforme a espécie em questão. Portanto, o registro de uma cultivar no RNC é uma das exigências legais para que se possa produzir, beneficiar e comercializar sementes e mudas. Estas podem ter ou não a sua proteção requerida, de acordo com a origem do material vegetal em questão, conforme será abordado a seguir.
As cultivares são protegidas pela Lei n° 9456 de 25 de abril de 1997, regulamentada pelo Decreto n° 2.366 de 5 de novembro de 1997, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que fica encarregado de efetuar os registros por meio do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC). Institui o marco regulatório no agronegócio brasileiro, ela consolidou a proteção da propriedade intelectual no setor de melhoramento vegetal com resultados imediatos nas instituições de pesquisas agropecuárias e no setor produtivo de sementes. Após análises e seguidos e obedecidos os preceitos legais, com a emissão do certificado de proteção pelo SNPC, fica reconhecida a propriedade da cultivar e garante o direito da exclusividade aos melioristas de plantas para sua exploração comercial. Essa lei estimula investimentosno desenvolvimento de novas cultivares e impede a comercialização por terceiros não autorizados com a proteção, bem como o material de reprodução ou multiplicação no território nacional por um prazo de 15 ou 18 anos.  
Para requerer a proteção da cultivar deve ser um produto de melhoramento genético; ser de uma espécie passível de proteção no Brasil; não haver sido comercializada no exterior há mais de 4 anos, ou há mais de 6 anos, no caso de videiro ou arvores; não haver sido comercializada no Brasil há mais de doze meses; ser distinta, homogênea e estável.
Conforme definido na legislação, a cultivar é: distinta, quando se distingue claramente de qualquer outra cuja existência na data do pedido de proteção seja reconhecida; homogênea, quando utilizada em plantio, em escala comercial, apresente variabilidade mínima quanto aos descritores que a identifiquem; estável, quando reproduzida em escala comercial, mantenha a sua homogeneidade através de gerações sucessivas. Os procedimentos para condução dos testes de distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade (DHE) são definidos pelo Mapa e publicados no Diário Oficial da União. Atualmente, há mais de 130 instruções para execução de testes de DHE que contemplam espécies agrícolas, florestais, forrageiras, frutíferas, olerícolas e ornamentais.
CONCLUSÃO
	O melhoramento da macieira é relativamente fácil, porém necessita de muito anos para obter resultados, assim como a maioria das fruteiras, isso acarreta em poucas pesquisas voltadas à fruteiras. O melhoramento é necessário devido à grande demanda desta fruta ao longo de todo ano e em todo o mundo, a dificuldade de se adaptar em regiões mais quentes e a falta de resistência as doenças que são favorecidas por temperaturas mais altas.
REFERENCIAS 
 BRUCKNER, Claudio Horst. Fundamentos Do Melhoramento De Fruteiras. Viçosa: Ufv, 2008.
FREIRE, Claudio José da Silva. A cultura da maçã. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1994. 107 p. (Coleção plantar ; Série vermelha fruteiras ; 19). ISBN 8585007257.
HAUAGGE, Roberto; TSUNETA, Munenobu. 'Iapar 75- Eva', 'Iapar 76- AnaBela' e 'Iapa 77- Carícia' - Novas cultivares de macieira com baixa necessidade em frio. 1999. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Roberto_Hauagge/publication/283601107_IAPAR_75-Eva_IAPAR_76-Anabela_e_IAPAR_77-Caricia-Novas_cultivares_de_Macieira_com_baixa_necessidade_em_Frio/links/56d5e55708aee1aa5f730d4d.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2017.
HOBBELINK, Henk (Ed.). Biotecnologia: muito além da Revolução Verde. Porto Alegre: AGE, 1990. 196 p.
SERAFINI, Luciana Atti; BARROS, Neiva Monteiro de; AZEVEDO, João Lúcio de (Org.). Biotecnologia: avanços na agricultura e na agroindústria.Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2002. 433 p. (Coleção Biotecnologia) ISBN 85-7061-188-9.
http://www.eatglobe.pt/news/future-food/2455-biotech-company-creates-a-non-browning-apple.html: acesso em nov, 04, 2017
http://www.agricultura.gov-de-cultivares-rnc: acesso em nov, 04, 2017
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-agricolas/protecao-de-cultivar/cultivares-protegidas: acesso em nov, 04, 2017

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